10.07.2015 Views

A Diversidade Revelada - Cepac

A Diversidade Revelada - Cepac

A Diversidade Revelada - Cepac

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CRDO acolhimentocomo “porta deentrada”Entre 2009 e 2010, o número deatendimentos mensais aumentouem 115%. A população emsituação de rua e usuária de cracktem sido a principal causa dessecrescimento. Entre os queprocuraram o CRD em 2010, umterço era morador de rua.A DIVERSIDADE REVELADA20Oespaço do Centro de Referência da <strong>Diversidade</strong>,com a porta aberta para a calçadada rua Major Sertório, é um lugarque convida a entrar. Nenhum obstáculosepara a porta dos sofás vermelhos morangodispostos diante de uma tevê sempreligada. A mesa da recepcionista Thaís di Azevedofica discreta à direita da sala, e o segurança doespaço é instruído para cuidar da ordem, não controlara entrada. Quem quiser chegar e apenas esticar-seno sofá não será incomodado. Alguns chegamali ainda “bodeados”, outros dormiram na rua. Tiramum cochilo antes de se animar para uma conversa,ou antes da chegada de dona Selma, oferecendolanche e um suco. Na tarde da sexta-feira, 16 dejulho, um dos dias mais frios do ano, havia pelo menos30 pessoas no espaço, entre travestis, transexuaise michês. Muitos se apertavam no sofá. Parte delesiria para algum albergue no início da noite, outrosdormiriam na rua. Nas noites de frio, os pernoitesem albergues são mais disputados.As paredes do Centro estão tomadas por grafites equadros pintados pelos próprios usuários durante assessões de arteterapia. Três computadores ficam à disposiçãoe a concorrência entre os usuários exige inscriçãono livro sobre a mesa da recepcionista Thaís.Nas salas no fundo ficam Taís Diniz Souza, a assistentesocial, e Fernanda Maria Munhoz Salgado, a psicóloga.Um pequeno quadro indica se estão disponíveis ounão, mas a janela de vidro permite que se observe defora, e as pessoas podem entrar sem bater.“Queríamos fugir da cara de equipamento públicoburocrático”, diz Irina Bacci, que passou a dirigira segunda fase do CRD, voltada sobretudo para oacolhimento. “Fizemos uma recepção confortável,com sofá, tevê, com livros, colocamos uns computadores,mesmo que só para entrar no Orkut, Facebook.O importante era despertar outros interesses que nãofosse só a droga, deixá-los menos bodeados.” A própriatevê, mesmo que não componha um espaço idealpara a inclusão, os leva a prestarem atenção na programação,a discutirem sobre canais. “Às vezes

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!