A Diversidade Revelada - Cepac
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As oficinas do CRD – como a de Design de Moda e Customização, coordenada por Bianca Foepel (foto) –,permitem aos frequentadores adquirir novas habilidades que possibilitem a reinserção no mercado de trabalho“Aquelas que são profissionais do sexo e queremoutro trabalho, passam por grandes dificuldades”, dizTaís. “É preciso trabalhar primeiro a educação, porqueo roteiro de vida dessas meninas é de exclusão. Amaioria foi rejeitada pela sociedade, pela família, emseguida foi drogada, acolhida por uma cafetina que arouba, clientes que abusam. Só convive com a vidanoturna, tem medo de sair durante o dia, pegar metrô,tomar ônibus. À luz do dia, elas se sentemameaçadas, por isso um trabalho parece a elas muitodifícil. Aquelas que se aproximam, nós começamos aconversar sobre quem ela é, porque acha que estáaqui, com quem ela pode contar, a importância de sedeixar reeducar, a importância de tomar o metrô e nomeio das pessoas conservar a dignidade.”Os dados preliminares do Ambulatório de SaúdeIntegral para Travestis e Transexuais do CRT DST/Aids-SP mostram que depois de profissionais do sexo,a profissão mais citada pelas travestis é a de cabeleireiras.Num grupo de 72, uma única disse ser faxineira.As transexuais, por serem consideradas uma mulherem transformação – e muitas vezes tidas comodoente – gozam de um prestígio mínimo no mercado,às vezes confundido com piedade, sentimento que elase as ativistas desprezam.“As transexuais que tiveram alguma escolaridade,ou que estão estudando, essas nós conseguimos encaminharpara o mercado de trabalho”, diz Taís. Assimcomo aconteceu com Suzy, várias outras foram paratelemarketing, ou já eram professoras ou auxiliares deenfermagem.Os gays são bem aceitos como garçons e váriosconseguiram emprego depois que passaram por cursose foram encaminhados pelo CRD, diz Taís. “Alémdo curso, a gente fala com eles sobre essa resistênciaque é preciso manter sempre. Precisam ser respeitadoscomo profissionais e como gays.”Há outros casos como Marciano, que já foi um “respeitado”cafetão de meninas brasileiras numa cidadeitaliana, acostumado a dar festas e a desfilar com carrose mulheres. “Derrubado pelo crack”, agora é agentede prevenção do Programa Municipal de DST/Aidsno projeto que tem como sede o CRD e segurança emempresas particulares. Ganha no mês o que ganhavaem algumas horas. Cuida das enfermidades que acumulousem perder a elegância e a dignidade.A DIVERSIDADE REVELADA37