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A Diversidade Revelada - Cepac

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JOVENS EDETERMINADASMaioria das travestis diz não“precisar” de cuidados médicosO número de travestis que procura os serviçosde saúde é apenas uma parcela daquelas que estão na profissão.A grande maioria acha que está bem e se “resolve” na farmácia.A equipe do CRD-Grupo Pela Vidda/SP informa, nas “visitasnoturnas”, sobre prevenção, cuidados médicos e o ambulatório doCRT DST/Aids-SP, que a maioria diz ainda não conhecer.A DIVERSIDADE REVELADA76Na saída daquela noite, além da entrega dogel e da camisinha, a equipe procura sabermais sobre a saúde das travestis einformá-las sobre os serviços disponíveis.“Quando você está doente, em qual hospitalou posto de saúde você vai? E comovocês são tratadas?”, a equipe pergunta.O número de travestis trabalhando na rua é pelomenos 20 a 30 vezes maior que aquele que procuraos ambulatórios de especialidades e mesmo o Institutode Infectologia Emílio Ribas. Não há estudosmostrando onde e como se cuidam essas profissionais,mas as respostas nas ruas deixam entender quea maioria não é acompanhada em serviço algum. Buscamajuda quando não se sentem bem, em prontosocorrosou farmácias.“Você sabe que São Paulo tem um ambulatório sópara travestis?”, pergunta Irina. Ela explica que podemmarcar consultas nesse ambulatório por meio doCRD, serão cuidadas por endocrinologistas que informarãosobre o uso de hormônios, podem contarmesmo com fonoaudióloga, para melhorar a voz. “Arrasou,quero ir lá”, diz uma. “Nunca soube dessascoisas”, diz a maioria.Nos serviços de Atenção Básica e hospitais geraisainda é muito comum transexuais e travestis seremchamadas pelo nome do registro civil, provocandoconstrangimento e o afastamento de usuárias. “Jádeixei de procurar médico para não passar vergonha”,diz Analise. Nos SAEs, os Serviços de AtençãoEspecializada em DST e aids, os funcionáriosforam preparados para esses cuidados, embora àsvezes ainda escorreguem. “Nos Campos Elísios e noEmílio Ribas sempre me chamam pelo nome de travesti”,diz Brígida. “Eu? Faz quatro anos que nãovejo um médico”, diz outra.A equipe vai distribuindo camisinhas e gel enquantopergunta sobre os cuidados em saúde. Sabe-se poucosobre as poucas que procuram os SAEs, os ambulatóriosdo CRT DST/Aids-SP e aquelas que aparecemno CRD. E não se sabe nada sobre esse imenso universode travestis jovens, que trabalham na rua ou pelaInternet, e que ainda não tiveram problemas de saúde.As que se referem ao Emílio Ribas, e não sãopoucas, é porque já estão em tratamento para o HIV.Mas a maioria exibe juventude e saúde, muitas recémdesembarcadas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Sentem-se recompensadas pelos R$ 1 a 2 mil

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