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Romance romântico e teoria do romance: Lucinde, de ... - Eutomia

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104<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> relação com o passa<strong>do</strong> “cl|ssico” estavam na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> dia. Depois<strong>de</strong> ter cria<strong>do</strong> a alegoria da opini~o pública como um réptil “incha<strong>do</strong> <strong>de</strong> tanto líqui<strong>do</strong>venenoso”, “gran<strong>de</strong> o bastante para incutir me<strong>do</strong>”, (p.24), Schlegel passa a apresentar osdiferentes tipos <strong>de</strong> <strong>romance</strong>, quatro, no total, em formas <strong>de</strong> jovens travesti<strong>do</strong>srespectivamente em cavaleiro medieval, em cidadão grego, em <strong>romance</strong> pastoril efinalmente em <strong>romance</strong> mo<strong>de</strong>rno. S~o eles introduzi<strong>do</strong>s por “uma forma masculina <strong>de</strong>altura média”, cujas formas <strong>do</strong> rosto eram “trabalhadas e exageradas comofrequentemente vemos em bustos romanos”. É esse mestre <strong>de</strong> cerimônias da Antiguida<strong>de</strong>latina, cujos olhos eram ilumina<strong>do</strong>s “por um fogo amistoso” encima<strong>do</strong>s por uma “frontealtiva”, que irá apresentar ao narra<strong>do</strong>r os “autênticos <strong>romance</strong>s, quatro no número eimortais como nós” (SCHLEGEL, 1999, p. 24). A alegoria prossegue, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que se po<strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificar ainda um quinto tipo <strong>de</strong> <strong>romance</strong>:Entre as senhoras encontrava-se um jovem que logo reconheci como irmão<strong>do</strong>s outros <strong>romance</strong>s. Um <strong>de</strong>les tal como hoje os vemos, mas muito maiscultiva<strong>do</strong>; seu talhe e seu rosto não eram belos, mas refina<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>expressão inteligente e muito atraente. Po<strong>de</strong>ria ser toma<strong>do</strong> tanto porfrancês como por alemão. Suas vestes e toda sua maneira <strong>de</strong> ser eramsimples, mas bem cuidadas e completamente mo<strong>de</strong>rnas. (SCHLEGEL, 1999,p. 26)Não é difícil i<strong>de</strong>ntificar aqui um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> narrativa que Schlegel <strong>de</strong>sejara para seupróprio <strong>romance</strong>, “cultiva<strong>do</strong>”, “refina<strong>do</strong>”, “inteligente” e, por fim, completamentemo<strong>de</strong>rno. Na “Carta sobre o <strong>romance</strong>”, <strong>de</strong> 1800, po<strong>de</strong>m-se encontrar as diretrizes, <strong>de</strong>stavez <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista teórico, e mesmo uma <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> que Schlegel enten<strong>de</strong>u por“<strong>romance</strong>” { época. Obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> à forma <strong>de</strong> simpósio que organiza to<strong>do</strong> o texto <strong>de</strong>Conversa sobre poesia, o volume no qual está inserida, a “Carta” é lida por Antonio, em vozalta, ao grupo <strong>de</strong> amigos que exercem entre si a crítica da literatura, como juízes queproferem sentenças sobre os bons e os maus <strong>romance</strong>s. É importante dizer que, nessetexto, Schlegel já atingiu a maturida<strong>de</strong> crítica que permite distinguir a “Carta” <strong>do</strong>s escritosda juventu<strong>de</strong>, pois passa a julgar cada obra individualmente. Seu contato com o <strong>romance</strong>francês mo<strong>de</strong>rno, principalmente Di<strong>de</strong>rot e Louvet <strong>de</strong> Couvrays (cf. EICHNER, 2003, p. 176),assim como a leitura <strong>do</strong> Wilhelm Meister <strong>de</strong> Goethe e das novelas italianas, levaram-no a

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