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Jul-Ago - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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Uso profilático <strong>de</strong> Mitomicina C para inibir a formação <strong>de</strong> ‘haze’ após ceratectomia fotorrefrativa em miopias ...219ABSTRACTPurpose: to evaluate the long-term results of the prophylactic use of Mitomycin C in inhibiting haze formation afterphotorefractive keratectomy (PRK) for high myopia. Methods: This retrospective, <strong>de</strong>scriptive and longitudinal study comprised59 eyes (30 patients). The inclusion criteria were a spherical equivalent correction over -4,00 diopters, corneal thickness greaterthan 480 µm, no prior surgery, ocular trauma and ocular and systemic diseases. After PRK, the eyes were treated with a singleintraoperative dose of MMC 0.02% applied topically with a soaked micro sponge placed over the ablated area for two minutes.Refraction, uncorrected visual acuity, best corrected visual acuity and slit lamp evi<strong>de</strong>nce of corneal opacity (haze) were performedon the two years of follow up. Results: No toxic or si<strong>de</strong> effects, either immediate or <strong>de</strong>layed, were encountered postoperatively.Haze was not observed in any eye after two years of surgery. In one eye haze rate 2,00 was observed from the third until the sixthmonth of follow-up. In the other eyes, no haze rate higher than 1.0 was observed. The uncorrected visual acuity was 20/40 orbetter in 96.91% of the eyes and 20/20 in 81.35% of the eyes. Best corrected visual acuity was unchanged in 57 eyes and improvedone line in 2 eyes. Conclusion: The prophylactic use of mitomycin C 0.02% after PRK suggested effectiveness in reducing hazeformation.Keywords: Mitomycin C; Myopia/surgery; Ophthalmologic surgical procedures/methods; Corneal opacityINTRODUÇÃOAceratectomia fotorrefrativa (PRK) foi o primeiroprocedimento cirúrgico amplamenteaceito para a correção <strong>de</strong> baixos a mo<strong>de</strong>radosgraus <strong>de</strong> miopia, astigmatismo e hipermetropia. No entanto,por razão <strong>de</strong> suas limitações, como <strong>de</strong>sconforto nopós-operatório precoce, lenta reabilitação visual e opacida<strong>de</strong>corneana (haze), seu uso tornou-se limitado (1) .Técnicas lamelares foram <strong>de</strong>senvolvidas na tentativa<strong>de</strong> superar estes problemas. Destas técnicas, o Laser insitu queratomileusis (LASIK) tornou-se o procedimentomais popular em nível mundial (2) .Entretanto, em olhos com córneas <strong>de</strong>lgadas e commiopias altas, existe o risco iminente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabilizaçãobiomecânica da córnea associado ao LASIK, o que po<strong>de</strong>levar à instabilida<strong>de</strong> estrutural e à ectasia tissular, ocasionandocomplicações tais como: astigmatismo irregular,perda da acuida<strong>de</strong> visual corrigida e ceratoconeiatrogênico (3) . O alto risco <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma lamelaimperfeita no LASIK e, teoricamente, maior alteraçãodas proprieda<strong>de</strong>s biomecânicas ainda fazem do PRK atécnica cirúrgica <strong>de</strong> escolha em inúmeras situações (4) .A opacida<strong>de</strong> corneana é, provavelmente, a complicaçãomais comum após o PRK (5) . A transparência dotecido corneano <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma perfeita organizaçãoe distribuição das fibras <strong>de</strong> colágeno, dos ceratócitos e<strong>de</strong> suas alterações fenotípicas. A técnica <strong>de</strong> PRK <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iauma resposta cicatricial em que há ativação eproliferação dos ceratócitos na córnea, produzindo fibras<strong>de</strong> colágeno <strong>de</strong>sorganizadas e fibrose, e o resultadofinal é a opacida<strong>de</strong> corneana (6) . Ela po<strong>de</strong> surgir nas primeirassemanas (forma recente) ou entre 4 a 12 meses(forma tardia) após a cirurgia. É uma condição severa,que po<strong>de</strong> levar à perda visual permanente. Possíveis fatoresassociados, como elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tecidoremovido pelo laser, reepitelização tardia e a irregularida<strong>de</strong>do tecido estromal po<strong>de</strong>m contribuir para o seuaparecimento (7-8) .Várias modalida<strong>de</strong>s foram sugeridas para trataro haze, entre elas, incluem-se os corticoesterói<strong>de</strong>s, PTK(ceratectomia fototerapêutica) e aplicação <strong>de</strong>Mitomicina C (MMC), que po<strong>de</strong> ser empregada comcaráter terapêutico, em casos <strong>de</strong> opacida<strong>de</strong> pré-existente,ou profilático, em pacientes com alto risco para formação<strong>de</strong> opacida<strong>de</strong> corneana pós-operatória (9) .A MMC é um agente alquilante e antiproliferativoque bloqueia replicação <strong>de</strong> DNA e RNA e inibe a sínteseprotéica a nível celular (10) . É usada em larga escalacomo agente quimioterápico e, na oftalmologia, écomumente utilizada para tratamentos cirúrgicos <strong>de</strong>glaucoma (11) , pterígio (12) , neoplasias intraepiteliais dacórnea e conjuntiva (13) e em penfigói<strong>de</strong> ocular (14) . Nacórnea a MMC age induzindo apoptose <strong>de</strong> ceratócitosno estroma anterior, inibindo a ativação, proliferação emigração dos ceratócitos e sua posterior transformaçãoem fibroblastos e miofibroblastos, evitando, <strong>de</strong>sta maneira,a formação <strong>de</strong> colágeno, a <strong>de</strong>sorganização e a opacida<strong>de</strong>(15) .O presente estudo tem como objetivo avaliar osresultados a longo prazo da aplicação profilática daMitomicina C na formação <strong>de</strong> haze em ceratectomiafotorrefrativa (PRK) em pacientes com miopia alta apósdois anos do ato cirúrgico.MÉTODOSFoi realizado um estudo retrospectivo, <strong>de</strong>scritivoe longitudinal em 30 pacientes (59 olhos) que realizaramceratectomia fotorrefrativa (PRK) entre janeiro emarço <strong>de</strong> 2008.Rev Bras Oftalmol. 2011; 70 (4): 218-23

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