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Jul-Ago - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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Anoftalmia bilateral como <strong>de</strong>feito congênito isolado: uma abordagem etiológica e psicossocial247tas. No entanto, tão somente 3% dos pacientes estudadosrelataram ter recebido tratamento psicológico (13) .Tal constatação evi<strong>de</strong>ncia a tendência <strong>de</strong> nãoencaminhamento <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> anomaliascongênitas para tratamento psicológico. Uma pesquisarealizada com 15 (quinze) pacientes portadores <strong>de</strong>anoftalmia adquirida constatou que dois (13%) apresentavam<strong>de</strong>pressão e 7 (47%) lamentavam a perda doolho. Os autores recomendam o cuidado holístico do paciente,incluindo-se o aspecto emocional, psicossocial eeconômico (14) .A esperança é a expectativa <strong>de</strong> um bem. Umadas lições importantes resultante <strong>de</strong>ste relato <strong>de</strong> caso eda revisão bibliográfica pesquisada consiste em visualizaruma perspectiva <strong>de</strong> ação assistencial holística, mesmoem situação pouco ou nada encorajadora para pacientese familiares. A esperança, em caso <strong>de</strong> anoftalmia, nãovisa diretamente restituir os globos oculares ao paciente,mas em tratar seus efeitos negativos, físicos epsicossociais, e auxiliá-lo na busca <strong>de</strong> seus direitos. Osavanços científicos continuarão a buscar novos mecanismosque permitam a esperança <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> visãoalternativa ao paciente anoftálmico em um futuromais ou menos distante.CONCLUSÃOFoi relatado um caso <strong>de</strong> anoftalmia congênita bilateralcomo <strong>de</strong>feito isolado cuja <strong>de</strong>scrição é pouco frequentena literatura brasileira.Referente à etiologia, concluiu-se que outras bandascromossômicas, além do bandamento G, possam causaranoftalmia congênita bilateral, já que não foram <strong>de</strong>tectadasalterações no estudo citogenético. É possível tambémque a isquemia sanguínea possa causar necrose dasestruturas oculares durante seu <strong>de</strong>senvolvimento inicial.Sobre o impacto familiar e social, conclui-se que,através do maior conhecimento da doença e oferecimento<strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> à população, será possível diminuiro risco <strong>de</strong> mais famílias <strong>de</strong>parar-se com anomaliassemelhantes ou, principalmente, minimizar seus gravesefeitos através da abordagem holística precoce.Como proposição resultante <strong>de</strong>ste estudo, recomenda-seque, durante a graduação e pós-graduação médica,ocorra a abordagem teórica das malformações congênitase dos seus aspectos psicossociais para favorecer amelhor assistência a estes pacientes. A suposição <strong>de</strong> que aida<strong>de</strong> dos pais e fatores externos estejam envolvidos nosurgimento da anoftalmia congênita bilateral necessita<strong>de</strong> confirmação através <strong>de</strong> futuras pesquisas.REFERÊNCIAS1. Papolczy F. Bilateral congenital anophthalmos. Br JOphthalmol. 1949;33(11):685-8.2. Dolk H, Busby A, Armstrong BG, Walls PH. Geographicalvariation in anophthalmia and microphthalmia in England,1988-94. BMJ. 1998;317(7163):905-9; discussion 910. Commentin: BMJ. 1998;317(7163):895-6.3. McLean CJ, Ragge NK, Jones RB, Collin JR. The managementof orbital cysts associated with congenital microphthalmosand anophthalmos. Br J Ophthalmol. 2003;87(7):860-3.4. Dantas AM, Yaeger D, Silva CE. Anoftalmia e lábio leporinobilateral. Rev Bras Oftalmol. 1971;30(1):27-30.5. Romero Caballero MD, López Soler JA, Alcázar Cantos A.Anoftalmia como <strong>de</strong>fecto congênito aislado. Arch Soc EspOftalmol. 2002;77(10):571-4.6. 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