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Lagoa da ConceiçãoTurismo32Lagoa da Conceiçãoe as praias <strong>do</strong> LesteLagoa da Conceição também é um <strong>do</strong>s povoa<strong>do</strong>smais antigos de Florianópolis, mas em algunsaspectos, como a arquitetura, os traços açorianosjá não se fazem tão visíveis. Os manezinhos jánão são os únicos anfitriões da Lagoa, que nasúltimas décadas ganhou muitos mora<strong>do</strong>res de fora.Suas águas <strong>do</strong>ces, hoje, são muito procuradaspara a prática <strong>do</strong> windsurf e kitesurf, e os bares erestaurantes agitam as noites na alta temporada.A arte das rendeiras, no entanto, continua viva,transmitida de mãe para filha. O resulta<strong>do</strong> podeser visto e adquiri<strong>do</strong> no Casarão da Lagoa e naslojinhas da avenida principal, cujo nome fazhomenagem às mulheres que <strong>do</strong>minam as técnicasde tecer com bilros (pauzinhos de madeira comos quais se tramam os fios, forman<strong>do</strong> a rendasobre uma almofada). Na Avenida das Rendeiras,o comércio de artesanato divide a cena comexcelentes restaurantes, onde a sequência decamarão é a oferta de maior saída.Distante cerca de <strong>do</strong>is quilômetros da Lagoa,estão Joaquina e Praia Mole, consideradas oparaíso das pranchas. As ondas da “Joaca”,como é carinhosamente chamada pelos surfistas,foram descobertas na década de 1970 e, desdeentão, o local é sede de vários campeonatoslocais, nacionais e até mundiais. Se você nãoé surfista, mas guarda um desejo de aprender aarte, a praia tem escolas que funcionam o anointeiro. Para quem prefere areia ao mar, a pedidaestá nas grandes dunas que contornam a praia,onde é possível alugar pranchas de sandboard,o surf de areia, para viver a aventura de deslizarmorro abaixo. A Mole também é frequentada porpraticantes <strong>do</strong> voo livre, que usam o morro àdireita da praia como rampa.Um pouco mais acima, entre a Lagoa e o Atlânticoestá a Barra da Lagoa, uma antiga colônia depesca<strong>do</strong>res, que, to<strong>do</strong>s os anos, em junho, revivesuas tradições através da Festa da Tainha, oprincipal pesca<strong>do</strong> <strong>do</strong> local, captura<strong>do</strong> em grandequantidade nos meses que não tem a letra “r” nagrafia, ou seja: maio, junho, julho e agosto. Quemvai à Barra da Lagoa também não pode deixar deconhecer a única base <strong>do</strong> projeto Tamar no Sul <strong>do</strong>país, dedica<strong>do</strong> à pesquisa, conservação e manejodas cinco espécies de tartarugas marinhas queocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção.Passeios de barco são mais uma ótima opção. Ospesca<strong>do</strong>res da Barra oferecem vários roteiros paraoutras praias <strong>do</strong> Leste, como a Galheta, famosapela prática <strong>do</strong> naturismo, ou para a ilha <strong>do</strong>Campeche, situada mais ao Sul da ilha, onde vocêpode desfrutar de pontos de mergulhos, sítiosarqueológicos e trilhas acompanha<strong>do</strong> de guias.No Sul,as praias mais selvagensA porção sudeste da ilha chama a atenção pelastrilhas cercadas de Mata Atlântica, como a que levaa Naufraga<strong>do</strong>s, a praia semideserta <strong>do</strong> extremo Sulda ilha, onde não se chega de carro. A trilha, de2,6 km de extensão, é tranquila, bem definida, comdegraus e até com alguns riachos para beber água.Começa no ponto final da Caeira da Barra <strong>do</strong> Sul,localizada a 40 km <strong>do</strong> centro de Florianópolis, eno local, há um estacionamento pago para deixaro carro. No final <strong>do</strong> percurso, você vai encontraruma praia paradisíaca, com <strong>do</strong>is restaurantes, umfarol <strong>do</strong> século XIX e vista para as ruínas da antigafortaleza que protegia a entrada da Baía Sul.A infraestrutura é mínima, mas para quem quiser,é permiti<strong>do</strong> acampar. Os menos aventureirospodem voltar para Caeira de barco, mas precisamcombinar com os pesca<strong>do</strong>res na chegada.Bem menos radical que Naufraga<strong>do</strong>s, mas aindaselvagem se comparada às badaladas praias <strong>do</strong>Norte da Ilha, Pântano <strong>do</strong> Sul encanta aquelesque buscam nas praias o mo<strong>do</strong> de vida <strong>do</strong>spesca<strong>do</strong>res. A industrialização da pesca alteroumuito o cotidiano desta e de outras comunidadespesqueiras tradicionais, como Armação,mas nestas duas praias ainda é possível verpesca<strong>do</strong>res puxan<strong>do</strong> a rede de manhã ce<strong>do</strong>,sobretu<strong>do</strong> fora da alta temporada.Pântano <strong>do</strong> Sul também tem uma importantereserva arqueológica, bons bares e restaurantes,como o <strong>do</strong> pioneiro Arantes, que começou comoarmazém para os pesca<strong>do</strong>res <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>, em 1958,virou moda entre os mochileiros nos anos 70 e,hoje, recebe dezenas de turistas que vêmapreciar não só seus quitutes como a decoraçãocom mais de 70 mil bilhetes deixa<strong>do</strong>s pelosclientes no teto e paredes da casa.Alan Weber Petra MafaldaPraia MoleDunas da Joaquina33

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