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Degravação na íntegra das falas da Audiência Pública em Marabá

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Reunião do Conselho Curador <strong>da</strong> EBC – Marabá – 14.09.2012Assim como <strong>em</strong> todo o país, as redes de telecomunicação, TV erádio, são manipula<strong><strong>da</strong>s</strong> por grandes famílias que veiculam aquilo que é deseu interesse. E aquilo que conforma a opinião pública, segundo a suanecessi<strong>da</strong>de como elite econômica. Num país <strong>em</strong> que a comunicação émanobra<strong>da</strong> e manipula<strong>da</strong>, eventos como esse são importantes e, talvez,por isso, a gente deve parabenizar.Mas mais importante que ouvir o público sobre aquilo que érealizado pela EBC, como programas, é criar mecanismo que de dê voz aesse público. Ler cartas não é suficiente. É preciso criar instrumentos,políticas que permitam ao público colocar a sua voz <strong>na</strong> programação: asorganizações sociais, as universi<strong>da</strong>des, as escolas, as enti<strong>da</strong>des. E,principalmente, que esse público possa dizer <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de que ele vive,possa denunciar a reali<strong>da</strong>de que ele vive. Mais que ter um ca<strong>na</strong>l públicode comunicação, a EBC e o próprio estado deveriam – e é uma utopia –criar, dentro dos ca<strong>na</strong>is privados de si<strong>na</strong>l aberto, momentos deprogramação de interesse <strong>da</strong> TV pública e de interesse <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Nãoé possível que os ca<strong>na</strong>is de comunicação priva<strong>da</strong> realiz<strong>em</strong> programação,segundo o interesse <strong><strong>da</strong>s</strong> famílias que os têm como proprie<strong>da</strong>de, e que <strong>em</strong>nome <strong>da</strong> não censura o governo permita a desinformação, a manipulação<strong>da</strong> informação, de forma explicita.Então, um momento como esse não é um momento, simplesmente,para ouvir sobre propagan<strong>da</strong>, sobre programações e sobre a quali<strong>da</strong>dedos programas, para requalificá-los. Nós precisamos mais do queprogramas de música, programas de receitas de cozinha, programas quefal<strong>em</strong> <strong>da</strong> cultura, simplesmente. Nós precisamos de programas que fal<strong>em</strong><strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de <strong><strong>da</strong>s</strong> pessoas e que dê a elas voz para denunciar coisas sobreessa reali<strong>da</strong>de.Então, não é possível que a gente continue nesse país, nummomento que a gente chegou, <strong>da</strong> história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, colocando esset<strong>em</strong>a dos debates sobre a comunicação e d<strong>em</strong>ocracia num lugar <strong>em</strong> quenão permite a gente, realmente, trazer à to<strong>na</strong> essa contradição de que nopaís a comunicação é proprie<strong>da</strong>de de famílias privilegia<strong><strong>da</strong>s</strong>economicamente e é utiliza<strong>da</strong>, de forma autoritária, a desinformar asocie<strong>da</strong>de e a criar um imaginário que atende aos interesses de qu<strong>em</strong>s<strong>em</strong>pre esteve no poder.Então, para fi<strong>na</strong>lizar, eu queria reforçar as proposições dos que meantecederam e perguntar quais serão as políticas <strong>da</strong> EBC para poderafirmar a participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de Amazônica, dos setores populares <strong>da</strong>Amazônia <strong>na</strong> sua programação? Não como simples ouvinte, mas comosujeitos atuantes. Como a tal tecnologia digital poderá permitir que ossetores organizados, as instituições de ensino e outras enti<strong>da</strong>des possamelaborar seus próprios programas e incluí-los <strong>na</strong> rede <strong>da</strong> EBC?E, principalmente, como é que isso vai ser feito de uma maneira agarantir a participação, mas também a própria produção, porque numad<strong>em</strong>ocracia burguesa todos têm direito à fala e à expressão. Só que faltaSA/ehc 17

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