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Voluntariado – missão e dádiva - Plataforma ONGD

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oas práticas e melhorar o desempenho e oimpacto do voluntariado.É de realçar que o conceito de <strong>dádiva</strong> impregna,enquanto princípio ético, as conexões entrevoluntários e destinatários. Numa perspetivacristã da <strong>dádiva</strong>, que caracteriza o grupoalvo analisado no âmbito de presenteestudo, tornou-se decisivo identificar oscontornos, designadamente entre o dar e oreceber, ou seja, esclarecer como emerge, noestabelecimento de laços sociais, a relação de<strong>dádiva</strong>.Constata-se, então, que a vivência do sentidoda <strong>dádiva</strong> com intencionalidade cristã serevela decisiva para a motivação e a auto/heteroavaliação dos protagonistas e dasinstituições implicadas. É, aliás, neste quadroque também terão de ser analisados todosos fatores coadjuvantes nos projetos emanálise, tais como os processos de captaçãode voluntários, a relação entre as habilitaçõesdos mesmos e as intervenções preconizadas, asua formação, os seus vínculos institucionais, asimplícitas representações internas e externas,as avaliações dos impactos, etc.10No que respeita à vivência da <strong>dádiva</strong>, enquantomotivação, parece ser decisiva a clarificação doseu sentido. De facto, a falta de clareza na suaassunção plena pode desencadear fenómenosexistenciais de resistência, por exemplo, quantoà perceção do retorno, isto é, à retribuiçãorecebida, por autorrealização, de toda adedicação e esforço desenvolvidos em proldo outro. Na realidade, a compreensão de quea retribuição é, antes de mais, a efetiva e justapresença do outro em mim, pode constituirimportante força de motivação e de incrementodo projeto de voluntariado missionário,enquanto projeto de solidariedade humanaonde a reciprocidade gratuita é fundamental.O estudo evidencia que a vivência aprofundadada <strong>dádiva</strong> e das suas repercussões nos processosespontâneos de avaliação pode ter, por esta via,consequências nos tempos de permanênciados voluntários nos seus destinos, assimcomo na disponibilização para ações futuras.Constitui assim um fator decisivo, tanto parao trabalho realizado no decurso das missões,como para a mensagem que será transmitida,aquando do regresso, junto das comunidadesde origem.Um aspeto a destacar é o que se prende coma ideia de que o voluntariado missionáriose aprende ao mesmo tempo que gerasentimentos renovados de pertença e desejoreforçado de estabelecimento de relaçõesexigentes com os outros. Isto é, parece serperscrutável o princípio de que há, ou podehaver, nesta tipologia de voluntariado, umaevolução progressiva da vivência cristã da<strong>dádiva</strong>, constituindo-se deste modo no seuâmago uma espiral de crescimento que sealimenta e motiva a si mesma.Outro aspecto importante revelado tambémnestes dados preliminares do estudo éque, se a afetividade, a espontaneidade e ainformalidade constituem autênticas fontesque alimentam a dinâmica da implicaçãopessoal dos voluntários, também parece serverdade que haverá um esforço complementara fazer no sentido de se reforçar a componenteracional das organizações e projetos. Aspetoscomo o real impacto das ações junto dosseus destinatários, bem como das instituiçõesde acolhimento, a par de uma mais eficienterelação entre as competências dos voluntáriose os objetivos das suas intervenções devem ser

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