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Voluntariado – missão e dádiva - Plataforma ONGD

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quando parte em <strong>missão</strong>, não se encontramunido de um diagnóstico de situação sólido erigoroso acerca da realidade que vai encontrar.Neste sentido, seria, igualmente pertinente quese elaborassem diagnósticos de situação maisprecisos sobre a realidade das comunidades deacolhimento.No âmbito da metodologia do trabalho/ciclode projeto, é oportuno ainda chamar a atençãopara uma outra necessidade apontada pelosentrevistados, ou seja, seria importante avaliarmetodologicamente o progresso dos projetosem curso nas comunidades de acolhimento, nosentido de estabelecer um guião de trabalho maisrigoroso e assegurar uma melhor continuidadede trabalho, em termos de ação voluntáriamissionária, nos mesmos. A ação voluntáriamissionária constitui uma das expressões dotrabalho social e, como tal, implica uma maiorracionalização na passagem de testemunhoentre os voluntários missionários, de modo aque se proceda à otimização dos resultados.O “Ir e Voltar” de uma experiência devoluntariado missionário assume-se como umaexperiência de vida fortemente marcante paraos entrevistados. A prática do voluntariadomissionário constitui um contexto privilegiadode aprendizagem e desenvolvimento dapessoa do próprio voluntário missionário. Osentrevistados experienciaram essa vivênciaregressando com outra postura perante a vida.Sentem-se pessoas diferentes, mais completasnas emoções e nos afetos, e mais resilientes:“Muito importante. Ganhei muito disto daresiliência de não desistir. Lembro-me depessoas com quem vivi e partilhei os meusdias e… elas precisam do nosso trabalho. Nãonos podemos dar ao luxo de desistir. Temos decontinuar.” (Ent. M.1)Aprenderam que também podem correr orisco de fragilizar os próprios princípios éticos,devido à conflitualidade nas adversidadesexperienciadas. “Em termos de ética, nacondição de irmos trabalhar para um paíscomo este e que está cheio de corrupção, etudo, acho que nos tornamos menos éticos...Evitámos que aquilo fosse estragar a própria…nossa convicção, se a gente acredita que osuborno está a estragar uma sociedade nãousamos, só em casos extremos…” (Ent. F.2).Os voluntários missionários, deslocandoseem <strong>missão</strong> para junto de comunidadeslongínquas, com lógicas de organizaçãosocial diferentes das sociedades europeias,podem experienciar situações de maiorexposição cultural e vulnerabilidade pessoal.Por vezes, poderão ocorrer situações em queos voluntários missionários, necessitando dedeterminados serviços, como por exemplo, umserviço de saúde, deverão estar aptos a não sefazerem valer do seu estatuto social, no seiodas comunidades de acolhimento, de modo aobtê-lo mais facilmente.Mobilizaram e desenvolveram a noção de<strong>dádiva</strong> com o outro. Não esperam retribuição,e perceberam que se ganharam, por umlado, também perderam um pouco por cá,muito concretamente ao nível do mercadode trabalho. “Eu estaria contratada no Estado,se calhar já estaria no quadro atualmente,mas neste momento estou com contrato equando não colocam, neste momento cá…não colocaram. Portanto, realmente, o granderisco de se fazer voluntariado missionário,é a precariedade que quem vai perde asoportunidades de quem cá está, e quecontinua a tê-las.” (Ent. F.2)31

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