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Voluntariado – missão e dádiva - Plataforma ONGD

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elação interpessoal marcada pelo diálogo,a participação e a corresponsabilização. Sóassim é possível “fazer com que cada indivíduosaiba conduzir o seu destino” e estabelecer o“exercício [de uma] cidadania ativa” (UNESCO,1996: 90). Deste modo, na intervençãovoluntária, é dada uma especial relevânciaaos projetos de caráter educativo e social,como ilustram os dados referentes às áreas deatuação/ação das instituições que participaramneste estudo.Motivações do voluntariadomissionário e especificidade cristãO estudo realizado pela ESEPF, visandocompreender as motivações que conduzem àprática do voluntariado missionário, evidenciousecomo uma tarefa complexa porque, desdelogo, essas motivações não são estáticas, antesse transformam na própria experiência devoluntariado, ou melhor, na relação de <strong>dádiva</strong>estabelecida (cf. Histórias de Vida).Considerando as características dos voluntáriosinquiridos, nomeadamente o facto de a maioria(cerca de 70%) ter já experiência de voluntariadomissionário, é expectável que, nas suasrespostas, esteja incorporada a reconstruçãodas próprias motivações, concretamente, atransformação de motivações mais centradasem si mesmo, como a vontade de viajar econhecer outros países e culturas, a procurade novas experiências. Estas motivações estãopresentes sobretudo na primeira experiênciade voluntariado, evoluindo depois paramotivações mais altruístas, resultantes darelação com o outro e da sua interpelação, maispresentes nos voluntários que repetem estaexperiência (cf. Histórias de Vida).Deste modo, os dados do inquérito porquestionário, realizado a 137 voluntáriosmissionários, permitem observar uma motivaçãopara a prática do voluntariado heterorreferenciada,isto é, verifica-se um movimento que, partindo deforma consciente e livre do voluntário missionário- 91.9% dos inquiridos consideram ser esta açãouma causa importante para si mesmos; 79.5%referem que dar e retribuir é tão importante comoreceber; 51.8% implicaram-se neste voluntariadode forma espontânea -, dirigem-se ao outro,enquanto outro. Assim, 94.2% dos inquiridosconsideram ser voluntários missionários porqueacreditam que, desta forma, estão a dar atenção anecessidades concretas de uma comunidade depessoas; 96.4% referem que é importante ajudaros outros; 74.4% sentem-se responsáveis pelooutro, seja ele quem for.Este movimento de descentração de si parece,de algum modo, confirmado quando seanalisam, por exemplo, os dados relativos àdimensão “Desenvolvimento de carreira” queapontam para uma não instrumentalizaçãodo outro e para uma perspetiva não utilitaristada ação voluntária. E, se é certo que a práticade voluntariado missionário pode enriquecero curriculum vitae do voluntário, também nãodeixa de ser verdade que ela pode constituirum obstáculo à integração e progressãoprofissional do voluntário quando este regressaao seu país de origem (cf. Histórias de Vida).Para 91.3% dos entrevistados, servoluntário missionário é muito gratificantee recompensador, razão pela qual muitosrepetem uma ou mais vezes a experiência.Os inquiridos reconhecem que da suaação resulta um reconhecimento: 68.6%dos respondentes afirmam experimentar a21

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