Revitalização Urbana: Proposta Teatro Min<strong>de</strong>lovez a imagem urbana foi modificada em função das exigências do Porto Gran<strong>de</strong>. Embora tenhapouco mais <strong>de</strong> meio século <strong>de</strong> existência, numa posição urbanística privilegiada, faz parte daimagem da marginal e da memória colectiva enquanto ponto estratégico no Atlântico.Deste modo, a estratégia <strong>de</strong> projecto é a reconversão dos <strong>de</strong>pósitos, como um novosímbolo da cida<strong>de</strong>, e repor a imagem industrial.Trata-se <strong>de</strong> uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong> construções que marcam a históriarecente do Min<strong>de</strong>lo, num novo impulso para o <strong>de</strong>senvolvimento garantindo o património damemória min<strong>de</strong>lense.Com a proposta <strong>de</strong> projecto, para os <strong>de</strong>pósitos, (cinco no total) preten<strong>de</strong>-se manter assuas formas, trabalhando somente os alçados, reabilitando-os, adoptando outras funções,Aquário e recepção, tornando assim num ponto <strong>de</strong> atracão para os habitantes e visitantes dacida<strong>de</strong>.O Museu do Mar será um edifício novo, construído no local do actual edifício da Shell,este num traçado mais contemporâneo e com materiais que a <strong>de</strong>staque na sua envolvente comoo vidro, <strong>de</strong>marcará um novo momento na imagem urbana <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>lo. A altimetria do edifícioserá igual ao do actual, no entanto o ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ste ficará por conta da sua coberturaondulada e acessível tanto da cota da Marginal como da estrada que corta o Monte Fortim,criando uma área <strong>de</strong> contemplação ao mesmo tempo que aproxima as pessoas ao plano <strong>de</strong>água.Centro CulturalEncruzilhada obrigatória <strong>de</strong> barcos <strong>de</strong> todas as nacionalida<strong>de</strong>s, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>lotornou-se um ponto <strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> marinheiros <strong>de</strong> todas as culturas, nos numerosos locais <strong>de</strong>lazer e <strong>de</strong> prazer que proliferavam na cida<strong>de</strong>. Ao longo dos tempos, Min<strong>de</strong>lo foi-se tornandoum centro cultural importante on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento artístico, nomeadamente a música, aintelectualida<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>sporto acompanham, à sua escala, os gran<strong>de</strong>s centros culturais domundo.O Centro Cultural que se preten<strong>de</strong> apresentar, na verda<strong>de</strong> já existe, no entanto aproposta que se segue, busca um consi<strong>de</strong>rável melhoramento do <strong>de</strong>sempenho das suas funções.Dois edifícios que ficam mesmo em frente ao mar constituirão o novo Centro Cultural criandoas condições para atingir as melhorias <strong>de</strong>sejadas.68
Revitalização Urbana: Proposta Teatro Min<strong>de</strong>loHoje, o Centro Cultural do Min<strong>de</strong>lo é constituído pelo edifício da Velha Alfân<strong>de</strong>ga emais duas salas fora <strong>de</strong>ste edifício, uma no segundo piso do Mercado Municipal e outra emMonte Sossego na Sala Jota Monte. Este aspecto aponta claramente a incapacida<strong>de</strong> do edifícioda marginal em respon<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas que é suscitada. Assim surge a proposta <strong>de</strong> integrar oantigo armazém da alfân<strong>de</strong>ga, adjacente ao alçado norte da velha alfân<strong>de</strong>ga, ao novo centrocultural.A Velha Alfân<strong>de</strong>gaEste é um dos edifícios mais antigos da cida<strong>de</strong>, o corpo principal foi construído entre1858 e 1861 e foi ampliado mais tar<strong>de</strong> em 1880-82.O edifício surge, assim como quase todos os outros da cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>dar vazão as novas circunstancias que o porto colocou a cida<strong>de</strong>. Na época vindo a ser pela suagran<strong>de</strong>za, soli<strong>de</strong>z e elegância uma obra muito notável nas colónias portuguesas, consi<strong>de</strong>radauma Alfân<strong>de</strong>ga <strong>de</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m.Ali funcionava não só a Alfân<strong>de</strong>ga mas dava periodicamente lugar a várias funçõespúblicas, por exemplo Correio, lugar para cobrar os impostos directos e <strong>de</strong>mais rendimentos doEstado e a Repartição da Fazenda. Após 115 anos <strong>de</strong> utilização para este fim, a velhaAlfân<strong>de</strong>ga foi convertida em Instituto dos Seguros e Notariado em 1976 e mais tar<strong>de</strong> em 1995abre as portas como Centro Cultural do Min<strong>de</strong>lo e logo em 1996 acolhe a maior associaçãoartística e cultural do país e quiçá da sub-região Africana, o Min<strong>de</strong>lact.Figura 27: Fotos do Conjunto Alfân<strong>de</strong>ga e Armazéns e Vista Principal Alfân<strong>de</strong>gaAté hoje conserva estes últimos usos, no entanto, o espaço torna-se insuficiente, bemvisível nos momentos <strong>de</strong> pico em Março e Setembro quando acontece o festival <strong>de</strong> teatro e ummaior número <strong>de</strong> exposições.69