Revitalização Urbana: Proposta Teatro Min<strong>de</strong>loConclusãoNo momento em que assuntos como qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentohumano são motivos <strong>de</strong> acesas discussões, a qualida<strong>de</strong> do contexto urbano <strong>de</strong>ve ser tomadacomo um objectivo primário no acto <strong>de</strong> intervir no espaço habitado. Assim, planos <strong>de</strong>revitalização urbana como o que se propôs neste trabalho torna-se um instrumentoimprescindível <strong>de</strong> actuação, capaz <strong>de</strong> dar resposta aos problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação física <strong>de</strong> umespaço, e também a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuir para políticas <strong>de</strong> habitação, coesão social,ambiente, planeamento urbano, etc.Os espaços urbanos <strong>de</strong>gradados têm interferência negativa tanto na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidadas pessoas como na qualida<strong>de</strong> da paisagem natural do referido espaço. Assim, em termos <strong>de</strong>sustentabilida<strong>de</strong>, e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta face as exigências da vida contemporânea sãomuitas as questões que se levantam sobre a forma <strong>de</strong> intervir nas cida<strong>de</strong>s.A proposta <strong>de</strong> intervenção apresentada para a zona norte do centro <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>lo é umaimportante oportunida<strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong> terá, em melhorar as condições urbanas, <strong>de</strong> valorizar einovar os espaços públicos, restabelecer a relação com o mar, e também po<strong>de</strong>r usufruir dapaisagem.A implementação da proposta <strong>de</strong> intervenção po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>sse modo ser uma possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> valorização e regeneração <strong>de</strong> áreas urbanas. Uma revitalização em termos económicos,94
Revitalização Urbana: Proposta Teatro Min<strong>de</strong>loambiental e social, numa lógica <strong>de</strong> uma intervenção para os min<strong>de</strong>lenses e para turistas, mas <strong>de</strong>modo sustentável.No entanto, <strong>de</strong>ve-se ter em conta que a transformação não ocorre pelo <strong>de</strong>sígnioindividual ou <strong>de</strong> um pequeno grupo, mas sempre por consensos cordatos ou árduos no ceio dacomunida<strong>de</strong>.Assim a integração social <strong>de</strong>ve ser levada em conta nesta proposta <strong>de</strong> reconversão,assim como a activida<strong>de</strong> turística e as questões <strong>de</strong> impacto ambiental. É importante umatransformação espacial da cida<strong>de</strong> sem criar conflitos, conciliando os interesses tanto dossectores privados como dos públicos.Com repercussões em termos <strong>de</strong> cultura e da criação <strong>de</strong>emprego, na mudança social dos habitantes, e na própria imagem da cida<strong>de</strong>.É útil portanto para a cida<strong>de</strong> uma intervenção integrada que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia uma dinâmica<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> e que trará novos <strong>de</strong>safios a cida<strong>de</strong> do Min<strong>de</strong>lo.No <strong>de</strong>correr do trabalho, houve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> frisar a importância em utilizar osedifícios como forma <strong>de</strong> preservação, como diz Coelho (1992) “ é o uso que a conserva”, e nomomento em que a escassez <strong>de</strong> recursos é uma realida<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>-se que, é preferívelestabilizar um maior número <strong>de</strong> monumentos relativamente pouco danificados e reintegra-losno uso social do que realizar o restauro <strong>de</strong> uma ou dois gran<strong>de</strong>s monumentos.Outra conclusão que se tira nesta fase <strong>de</strong> trabalho é que a salvaguarda do património <strong>de</strong>uma nação exige uma organização mínima, capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, <strong>de</strong> catalogar, e <strong>de</strong> classificaros monumentos, <strong>de</strong> os conservar e restaurar. Assim, apesar <strong>de</strong> já existirem gabinetes e<strong>de</strong>partamentos que cuidam das questões patrimoniais, enten<strong>de</strong>-se necessário repensar a forma<strong>de</strong> organização e estruturação <strong>de</strong>stas entida<strong>de</strong>s responsáveis, <strong>de</strong> forma a capacita-los comequipas multidisciplinares traduzindo-se na maximização dos ganhos á cada intervençãorealizada. Estas intervenções <strong>de</strong>vem ser assumidas como uma parte <strong>de</strong> um projecto global queexige a compreensão <strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong> é sempre um projecto colectivo.Sendo que o plano só abrange uma parte da cida<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>-se que se faz sentir aurgente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbanístico que cubra todo o território dailha, que <strong>de</strong>fina claramente o melhor uso possível para o solo disponível e ultrapasse ospequenos interesses locais e do momento. Desta forma, o plano <strong>de</strong> revitalização urbana vem95