39No que concerne ao saneamento, a Política Nacional <strong>de</strong> Saneamento, estabelecidapor meio da Lei 11.445, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2007, elenca como um dos seusprincípios a universalização do acesso aos serviços públicos <strong>de</strong> saneamento básico.Contudo, o IBGE (2011) registra que a universalização do acesso da população aosserviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, coleta <strong>de</strong> esgoto e manejo <strong>de</strong> resíduos sólidosainda se constitui num gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio no Brasil, apesar da redução <strong>de</strong> 42,1% daproporção <strong>de</strong> domicílios com saneamento ina<strong>de</strong>quado 4 , entre os períodos <strong>de</strong> 2000 e2010. No Brasil, a proporção <strong>de</strong> domicílios com saneamento ina<strong>de</strong>quado em 2000foi <strong>de</strong> 14,0% e <strong>de</strong> 8,1% em 2010. Já no Estado do Espírito Santo, essa proporção foi<strong>de</strong> 14,3% em 2000 e <strong>de</strong> 8,5% em 2010, representando uma redução <strong>de</strong> 40,7%.Rodrigues (2011) <strong>de</strong>staca que o esgotamento sanitário é o que apresenta a menorabrangência municipal <strong>de</strong>ntre os serviços <strong>de</strong> saneamento, tendo sido verificado, em2008, por meio da Pesquisa Nacional <strong>de</strong> Saneamento Básico (PNSB), a inexistência<strong>de</strong> re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto em 2.495 municípios distribuídos pelas Unida<strong>de</strong>s daFe<strong>de</strong>ração 5 , equivalendo a 44,8% dos municípios brasileiros, situados em gran<strong>de</strong>parte nos estados das Regiões Nor<strong>de</strong>ste e Norte do País. Deste modo, a autoraobserva adicionalmente que a falta da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgotamento sanitário configura arealida<strong>de</strong> da maioria dos municípios com menos <strong>de</strong> 50 mil habitantes 6 .Não obstante, a PNRH estabelece a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração entre as políticaslocais <strong>de</strong> saneamento básico e as políticas Fe<strong>de</strong>ral e estaduais <strong>de</strong> recursos hídricos.Observa-se ainda que a Lei Nº 11.445/2007 <strong>de</strong>termina que “A autorida<strong>de</strong> ambientalcompetente estabelecerá metas progressivas <strong>para</strong> que a qualida<strong>de</strong> dos efluentes <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos sanitários atenda aos padrões das classes dos4 Um domicílio com saneamento consi<strong>de</strong>rado ina<strong>de</strong>quado é aquele que conjuga as formas mais <strong>de</strong>gradantes àsaú<strong>de</strong> e ao meio ambiente simultaneamente, a saber: lixo não coletado (ou seja, enterrado, queimado, jogadoem terreno baldio, rio, lago ou mar, entre outros); sem tratamento <strong>de</strong> esgoto sanitário (ou seja escoado <strong>para</strong>fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar ou outro); e sem abastecimento <strong>de</strong> água por re<strong>de</strong> geral (ou seja, acesso àágua via poços ou nascentes, carro-pipa, armazenamento da água da chuva, rios, açu<strong>de</strong>s etc.) (IBGE, 2011).5 O Estado <strong>de</strong> São Paulo se apresentava como uma exceção, on<strong>de</strong> apenas uma cida<strong>de</strong> não apresentava oserviço <strong>de</strong> esgotamento através <strong>de</strong> re<strong>de</strong> coletora (RODRIGUES, 2011).6 Nesse estrato populacional, concentra-se um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> municípios prepon<strong>de</strong>rantemente rurais e compopulação dispersa (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica inferior a 80 habitantes por quilômetro quadrado), o que acarretamaior dificulda<strong>de</strong> <strong>para</strong> ofertar os serviços <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto (RODRIGUES, 2011).
40corpos hídricos em que forem lançados, a partir dos níveis presentes <strong>de</strong> tratamentoe consi<strong>de</strong>rando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento das populações e usuários envolvidos”(§ 2º, Artigo 2º). Evi<strong>de</strong>ncia-se, assim, que o conceito <strong>de</strong> progressivida<strong>de</strong> <strong>para</strong> atingiras metas do <strong>enquadramento</strong> foi inserido como diretriz do setor <strong>de</strong> saneamento(ANA, 2009).Dessa forma, complementa ANA (2009), como o esgoto doméstico se constitui naprincipal fonte <strong>de</strong> poluição na maioria das <strong>bacia</strong>s hidrográficas, a elaboração dosprogramas <strong>de</strong> efetivação <strong>de</strong> <strong>enquadramento</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> intensa articulação dosComitês <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas com o setor <strong>de</strong> saneamento, <strong>de</strong>vendo, portanto,haver conformida<strong>de</strong> entre as metas do <strong>enquadramento</strong> e os planos <strong>de</strong> saneamento 7 ,<strong>de</strong> forma que haja compatibilida<strong>de</strong> entre os investimentos a serem realizados na<strong>bacia</strong> e os usos da água <strong>de</strong>sejados pela socieda<strong>de</strong>.O <strong>enquadramento</strong> no Brasil existe há mais <strong>de</strong> 30 anos 8 . Contudo, ainda é baixa aaplicação <strong>de</strong>sse instrumento no país. No País, apenas 10 estados (AL, BA, MG, MS,PE, PR, RN, RS, SC, SP) possuem algum corpo d’água <strong>de</strong> seu domínio enquadradoe somente as <strong>bacia</strong>s do Paranapanema, Paraíba do Sul e São Franciscoapresentam instrumento legal enquadrando os cursos d’água (ANA, 2009). Porto(2002) acrescenta que, no Brasil, esse instrumento tem sido empregado somente naemissão <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> efluente em corpos d’água carecendo, amaior parte do País, <strong>de</strong> integração entre gestão da quantida<strong>de</strong> e da qualida<strong>de</strong> daágua, <strong>de</strong> forma que as ações da área ambiental se coadunem com as da área <strong>de</strong>recursos hídricos.A qualida<strong>de</strong> da água é função da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água disponível no curso d’água,variando esta espacialmente e temporalmente. Portanto, a seleção da vazão <strong>de</strong>referência integra o processo <strong>de</strong> <strong>enquadramento</strong>, havendo uma recomendação da7 Os planos <strong>de</strong> saneamento básico são elaborados pelos titulares dos serviços públicos <strong>de</strong> saneamento básico,<strong>para</strong> formulação da respectiva política pública <strong>de</strong> saneamento básico (Inciso I, Artigo 9º, Lei Nº 11.445/2007).8 Em 1976, por meio da Portaria do Ministério do Interior Nº 13, surge a base legal fe<strong>de</strong>ral <strong>para</strong> o instrumento <strong>de</strong><strong>enquadramento</strong> dos corpos hídricos. Em 1981, em um processo <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> legal sobre qualida<strong>de</strong> das águas,essa Portaria é revista e são estabelecidos diversos parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e classes por meio da ResoluçãoCONAMA Nº 20, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1986, posteriormente alterada pela Resolução CONAMA 357/2005, tendosido esta última alterada e complementada pela Resolução CONAMA Nº 430, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011 (MORAESJR. et al., 2006).
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subestimarem os custos que seriam o
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