49Cruz (2001) apresenta uma crítica quanto à técnica convencional <strong>de</strong> construção dacurva <strong>de</strong> permanência, no sentido que a curva elaborada com todos os registros doperíodo histórico gera resultados que não contemplam a sazonalida<strong>de</strong> ao longo <strong>de</strong>cada ano, ou seja, as vazões relativas a cada permanência não mudam <strong>para</strong>qualquer período do ano. Cruz observa que uma solução alternativa <strong>para</strong> essaquestão consi<strong>de</strong>rada por diversos autores, como Rossman (1989), Kelman (1997),Robaína et al. (1998) e Parrett e Cartier 10 (1990), é o uso <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanênciaempíricas mensais, ou seja, uma curva com dados diários <strong>de</strong> cada mês.Contudo, Cruz (2001, p.23) complementa que o sentido da permanência (frequência)fica avariado, visto que às vazões médias diárias não se constituem em variáveisin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes entre si. Outra questão <strong>de</strong>stacada pela autora é que a técnicaconvencional <strong>de</strong> elaboração da curva <strong>de</strong> permanência (curva mensais ou<strong>de</strong>correntes do emprego <strong>de</strong> toda a série histórica) gera somente um resultado,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> observações, pois consi<strong>de</strong>ra a variávelvazão <strong>de</strong> permanência como se fosse uma única realização estatística. Nessesentido, ‘a avaliação estatística com estabelecimento <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> confiança<strong>de</strong>sta variável fica prejudicada’.Nos trabalhos <strong>de</strong> Cruz (2001) e <strong>de</strong> Cruz e Tucci (2008) é apresentada uma técnica<strong>para</strong> obtenção da curva <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> vazões, baseada na hipótese <strong>de</strong> quecada ano é um evento hidrológico in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, estabelecendo-se uma curva <strong>para</strong>cada ano, sendo a disponibilida<strong>de</strong> hídrica caracterizada pela média das curvas erespectivo intervalo <strong>de</strong> confiança estatístico. Conforme os autores, essa técnicapossibilita conhecer os intervalos <strong>de</strong> confiança das vazões <strong>de</strong> permanência,permitindo ao gestor o equacionamento da otimização do uso dos corpos d’água.Nessa linha <strong>de</strong> investigação, Pinto (2006) aplicou dois métodos <strong>para</strong> aregionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanência: a) o método proposto por Tucci 11 (1991),empregado <strong>para</strong> a regionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> longo termo 12 , por10 PARRETT, C.; CARTIER, K. D. (1990). Methods for estimating monthly streamflow characteristics atungaged sites in western Montana. U. S. Geological Survey Water-Supply Paper. Reston, VA, United States ofAmerica, 30p.11 O método <strong>para</strong> a regionalização, proposto por Tucci (1991), é apresentado em Tucci (2002, 2004).12 As curvas <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> longo termo são construídas a partir do uso da série histórica completa <strong>de</strong>dados. Embora, ao longo da história, o uso <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanência seja prolífico em estudos hidrológicos, sua
50ser uma metodologia <strong>de</strong> uso frequente no Brasil; e, b) o método proposto por Clapse Fiorentino (1997), utilizado <strong>para</strong> a regionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanênciaanuais 13 , por ser uma metodologia com abordagem probabilística não difundida noBrasil.Pinto (2006) verificou que o método proposto por Tucci (1991) apresentou um bomajuste em todas as análises regionais realizadas <strong>para</strong> todas as estações estudadas.Já o método apresentado por Claps e Fiorentino (1997) mostrou bons resultados<strong>para</strong> duas das três regiões estudadas, sendo necessário ampliar o estudo <strong>de</strong>ssametodologia em regiões diferenciadas.Pinto (2006) <strong>de</strong>staca que a <strong>de</strong>svantagem do mo<strong>de</strong>lo proposto por Claps e Fiorentino(1997) está relacionada ao número <strong>de</strong> regressões utilizadas <strong>para</strong> a estimação <strong>de</strong>variáveis e <strong>de</strong> parâmetros regionais, o que eleva a fonte <strong>de</strong> erro ao mo<strong>de</strong>lo.Não obstante, vários são os usos da curva <strong>de</strong> permanência nos processos <strong>de</strong> gestão<strong>de</strong> recursos hídricos, tais como: estudos energéticos, hidrelétricos, navegação,qualida<strong>de</strong> da água, sedimentometria em rios; abastecimento <strong>de</strong> água; irrigação;entre outros (PINTO et al., 1976; TUCCI, 2002, 2004; CRUZ; TUCCI, 2008).3.3.2.2. RegionalizaçãoApesar do uso frequente <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> permanência em estudos hidrológicos, aliteratura sobre a regionalização das curvas <strong>de</strong> permanência ainda é incipientequando com<strong>para</strong>da à literatura <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> frequência (PINTO,2006). Conforme Silveira, Silveira e Tucci (1998) e Silveira e Silveira (2003), noBrasil, as pesquisas que se <strong>de</strong>stacam sobre essa temática são as <strong>de</strong> Kavisky eFior 14 (1985) e Tucci (1991).utilização é prejudicada por ser <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte exclusivamente do período <strong>de</strong> registros em que foi baseada e,portanto, sensível a períodos atipicamente úmidos ou secos, ao longo da série histórica (PINTO, 2006).13 As curvas <strong>de</strong> permanência anuais permite a construção <strong>de</strong> curvas em base <strong>de</strong> tempo anual, em um contextoprobabilístico. O uso <strong>de</strong>ssas curvas proporciona a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se associar o conceito <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> àscurvas <strong>de</strong> permanência, ou a qualquer valor <strong>de</strong> vazão associado às mesmas, além da possível construção <strong>de</strong>intervalos <strong>de</strong> confiança (PINTO, 2006).14 KAVISKY, E; FIOR, M. T. A. B. Regionalização <strong>de</strong> Curvas <strong>de</strong> Permanência <strong>de</strong> Vazões Médias diárias emPequenas Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná. In: Simpósio Brasileiro <strong>de</strong> Hidrologia e Recursos Hídricos,
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO S
- Page 5 and 6: AGRADECIMENTOSAgradecemos aos nosso
- Page 7 and 8: RESUMOO crescimento populacional es
- Page 9 and 10: ABSTRACTPopulation growth increases
- Page 12 and 13: LISTA DE QUADROSQuadro 1 - Concessi
- Page 14 and 15: LISTA DE GRÁFICOSGráfico 1 - Comp
- Page 16 and 17: Gráfico II. 8 - Comparação entre
- Page 18 and 19: Gráfico VI. 1 - Capacidades de dil
- Page 20 and 21: Gráfico VII.1 - Capacidades de dil
- Page 22 and 23: Gráfico VIII. 1 - Capacidades de d
- Page 24 and 25: LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURASANAÁ
- Page 26 and 27: ) ' Vazão doméstica média de esg
- Page 28 and 29: SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO ...........
- Page 30 and 31: APÊNDICE VI - Parcelas de cargas a
- Page 32 and 33: 31estabelecidas pela comunidade. Ne
- Page 34 and 35: 332. OBJETIVOS2.1. OBJETIVO GERALAv
- Page 36 and 37: 35Essencialmente, duas formas de se
- Page 38 and 39: 37• Objetivos de larga escalaEsse
- Page 40 and 41: 39No que concerne ao saneamento, a
- Page 42 and 43: 41ANA (2009) de que sejam adotadas
- Page 44 and 45: 43critérios de dimensionamento de
- Page 46 and 47: 45identificar a falta de postos de
- Page 48 and 49: 47principais e/ou geografia, pode s
- Page 52 and 53: 51Tucci (2002, 2004) indica dois pr
- Page 54 and 55: 534. METODOLOGIA4.1. CARACTERIZAÇ
- Page 56 and 57: 55• Estações de Tratamento de E
- Page 58 and 59: 574.2.3.1. Seleção das estações
- Page 60 and 61: Quadro 2 - Série histórica das 15
- Page 62 and 63: 614.2.3.2. Construção das curvas
- Page 64 and 65: 634.2.3.3. Construção das curvas
- Page 66 and 67: 65estabelecidos pela Resolução CO
- Page 68 and 69: 67Considera-se relevante assinalar
- Page 70 and 71: 69QPC: Quota per capita de água (l
- Page 72 and 73: 71Observa-se que no cálculo da car
- Page 74 and 75: 73Quadro 5 - Matriz representativa
- Page 76 and 77: 754.2.8. ETAPA 7 - Estimativa dos c
- Page 78 and 79: 77Na expressão 16:µ : Custo total
- Page 80 and 81: 795. RESULTADOS E DISCUSSÃO5.1. RE
- Page 82 and 83: 81Tabela 5 - Equações das curvas
- Page 84 and 85: 83Tabela 6 - Vazões específicas e
- Page 86 and 87: Tabela 8 - Cargas remanescentes tot
- Page 88 and 89: Tabela 10 - Cargas totais remanesce
- Page 90 and 91: 89Para a discussão dos resultados
- Page 92 and 93: 91• SUBBACIA DO RIO BRAÇO NORTE
- Page 94 and 95: 93Esta subbacia contém a segunda m
- Page 96 and 97: 95A redução da carga remanescente
- Page 98 and 99: 97Os gráficos 7, 8 e 9, permitem m
- Page 100 and 101:
Tabela 13 - Cargas totais remanesce
- Page 102 and 103:
Tabela 15 - Cargas totais remanesce
- Page 104 and 105:
No Gráfico 14 estão apresentados,
- Page 106 and 107:
1055.7. CARGAS REMANESCENTES A SERE
- Page 108 and 109:
1075.8. ESTIMATIVA DOS CUSTOS ASSOC
- Page 110 and 111:
apresentada por Porto et al. (2007)
- Page 112 and 113:
subestimarem os custos que seriam o
- Page 114 and 115:
1137. REFERÊNCIAS(ANA) AGÊNCIA NA
- Page 116 and 117:
ESPÍRITO SANTO (ESTADO). Lei Nº 5
- Page 118 and 119:
Engenharia) - Departamento de Engen
- Page 120 and 121:
ANEXO E APÊNDICES119
- Page 122 and 123:
121APÊNDICE I - Populações rural
- Page 124 and 125:
123Tabela I.1 - População rural e
- Page 126 and 127:
220200Estação 57400000 - Itaici12
- Page 128 and 129:
1100Estação 57555000 - Coutinho12
- Page 130 and 131:
5,04,54,0Subbacia Rio Braço Norte
- Page 132 and 133:
13150,0Subbacia Córrego Coqueiro (
- Page 134 and 135:
133APÊNDICE IV - Probabilidade de
- Page 136 and 137:
Carga (t DBO 5 /d)Subbacia Rio Cast
- Page 138 and 139:
50,045,040,0Subbacia Foz do Rio Ita
- Page 140 and 141:
1395,04,54,0Carga (t DBO 5 /d)3,53,
- Page 142 and 143:
50,045,040,0Subbacia Córrego Coque
- Page 144 and 145:
APÊNDICE VI - Parcelas de cargas a
- Page 146 and 147:
Panorama 2 - Classe 1145Carga (t DB
- Page 148 and 149:
147Carga (t DBO 5 /d)30282624222018
- Page 150 and 151:
Panorama 4 - Classe 1149Carga (t DB
- Page 152 and 153:
APÊNDICE VII - Parcelas de cargas
- Page 154 and 155:
153Carga (t DBO 5 /d)30282624222018
- Page 156 and 157:
Panorama 3 - Classe 1155Carga (t DB
- Page 158 and 159:
Panorama 4 - Classe 1157Carga (t DB
- Page 160 and 161:
APÊNDICE VIII - Parcelas de cargas
- Page 162 and 163:
Panorama 2 - Classe 1161Carga (t DB
- Page 164 and 165:
163Carga (t DBO 5 /d)30282624222018
- Page 166 and 167:
Panorama 4 - Classe 1165Carga (t DB
- Page 168 and 169:
APÊNDICE IX - Investimentos necess