OpiniãoContos de fadaErika de Souza Bueno*Apesar de os contos defa<strong>das</strong> serem materiais utilizadosnormalmente para o ensinode crianças nos primeiros anosescolares, o que <strong>na</strong> maioria<strong>das</strong> vezes constitui fonteriquíssima para começar ainseri-las no mundo letrado,tal categoria de contos tambémpode se apresentar como matéria-prima paraas aulas de língua portuguesa para adolescentes.Ainda que <strong>na</strong> fase da adolescência haja uma fortetendência de os jovens fazerem um muro de separaçãocom a infância, apresentar os contos de fa<strong>das</strong>sob uma nova perspectiva faz esses alunos refletiremsobre pontos que lhes eram obscuros <strong>na</strong> infância,uma vez que a “enciclopédia de vida” nessa fase épeque<strong>na</strong>, não permitindo a identificação de pontosmais profundos.Quando os contos de fa<strong>das</strong> são levados a umacriança, ela não absorve pontos que poderão serquestio<strong>na</strong>dos com um adolescente. Um exemplo dissoé quando recontamos a história de “A Bela Adormecida”.Pontos como o da espera de 100 anos paraa concretização do amor podem ser discutidos comeles, uma vez que o professor poderá lançar mão doartifício de fazê-los compreender que é preciso esperaro encerramento de um ciclo para que outro possacomeçar <strong>na</strong>turalmente.Tratar de assuntos referentes a conflitos familiarese sociais também é uma ótima oportunidade,pois muitos desses atritos só existem porque pais efilhos com idades evidentemente diferentes entramem debate por um não compreender as posições dooutro. No conto “A Branca de Neve” podem tambémser levantados pontos sobre a rivalidade que existiaentre a madrasta e a protagonista dessa bela história.Sendo assim, utilizar os contos de fa<strong>das</strong> em sala deaula para trabalhar assuntos de diversas ordens comadolescentes é uma riquíssima fonte para o desenvolvimentoda arte de lecio<strong>na</strong>r.*Erika de Souza Bueno é Consultora Pedagógica emLíngua Portuguesa do site Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br)Educação on-line:aprendendo aaprenderMáira Pereira*Costumo escrever sobreo papel do professor decursos on-line. Recentemente,tenho sidoquestio<strong>na</strong>da sobre opapel do aluno. Parece óbvio, mas, se a prática docente on-linefez surgir um novo perfil de professor, isso se deu porque háum novo perfil de aluno e novas formas de se relacio<strong>na</strong>r como conhecimento. Afi<strong>na</strong>l, é somente por meio da relação como aluno que o professor efetivamente se forma. Como já alertavao educador Paulo Freire, o professor, por se reconheceri<strong>na</strong>cabado e incompleto, faz e refaz a si mesmo <strong>na</strong> relaçãocom o outro, sempre de forma ética, inclusiva e respeitosa.Paralelamente, o aluno tem se apropriado, cada vezmais, de seu papel de protagonista e tem questio<strong>na</strong>do oque é ser um bom aluno on-line, como viver essa experiência,como planejar seus estudos e se comunicar comcolegas e professor. Isso indica a relevância do alunopara o sucesso de cursos on-line – excelente alter<strong>na</strong>tivapara aqueles que não conseguem frequentar salas de aulatradicio<strong>na</strong>is, por limitações diversas.Em um curso on-line, o aluno precisa atuar como “buscador”do seu autodesenvolvimento. Isso significa tomar parasi a responsabilidade de cumprir com a agenda de estudose de atividades, sem delegar esse papel. Um curso on-linerequer perfis autônomos, o que pode fazer com que algunsse ressintam pela falta de figuras que cobrem prazos e digamo que deve ser feito. Essa lacu<strong>na</strong> pode ser resultadode nossa história recente, em que o saber vinha do mestre,a quem não se devia questio<strong>na</strong>r. Nela, pouco se valorizavaa singularidade e a riqueza <strong>das</strong> experiências do aluno.Para todos os atores envolvidos no processo, sejamalunos ou professores, é preciso aprender a aprender. Nãotemos to<strong>das</strong> as respostas, mas é preciso se lançar nessaexperiência de forma consciente, orientados pela recomendaçãode Paulo Freire: “Não é no silêncio que os homens sefazem, mas <strong>na</strong> palavra, no trabalho, <strong>na</strong> ação-reflexão”.*Máira Pereira é Coorde<strong>na</strong>dora Acadêmica de Tutoria doIBMEC On-line; Mestre em Administração Pública e Empresarialpela Ebape – FGV; coorde<strong>na</strong>dora pedagógica e gerente deprojetos em consultorias educacio<strong>na</strong>is; professora em cursospresenciais e a distância, <strong>na</strong> área de Gestão de Pessoas.Há males que vêmpara bemProf. Nicolau Marmo*O novo Enem terá duas fi<strong>na</strong>lidades:avaliar o Ensino Médio e selecio<strong>na</strong>ralunos para as universidadesfederais. A tendência é que nem emuma coisa nem outra se mostre eficiente,pois é difícil harmonizarnum único exame duas expectativas tão distintas. O MECfaria melhor se mantivesse o Enem como exame avaliadordo Ensino Médio, tor<strong>na</strong>ndo-o obrigatório, e elaborasse umaprova específica para o vestibular unificado <strong>das</strong> universidadesfederais, balizada nos princípios dos PCNs.No que se refere à quebra de sigilo, foi uma surpresaacontecer <strong>na</strong> gráfica. Previa-se que isso pudesse ocorrerem um dos 10.000 postos de exame espalhados por esseBrasil afora. Que consequências para os alunos trouxea mudança de datas do novo Enem? Há males que vêmpara bem. Como disse o senhor Ministro, os alunos terãomais tempo para estudar. Acrescentamos: e as escolaspoderão termi<strong>na</strong>r os programas. O que os alunos acharamda prova que não foi realizada? Questões fáceis, porémcom enunciados longos, cansativos, que exigem muitaconcentração, leitura cuidadosa. Consideram o númerode testes exagerado para o tempo disponível. O que osprofessores acharam dessa prova?Aproximadamente 70% <strong>das</strong> questões estão adequa<strong>das</strong>à avaliação do Ensino Médio, uma vez que para esse fimnão se costuma cobrar conteúdo. 30% <strong>das</strong> questões serviriampara selecio<strong>na</strong>r candidatos, se não fosse a despreocupaçãoem relação à abrangência dos principais tópicosdo programa. A distribuição dos assuntos foi aleatória.Para exemplificar, não constaram questões de Eletricidade,Óptica, Oscilações e Acústica.Como agiram os diversos vestibulares quanto à coincidênciade datas de provas?Alguns desistiram do Enem e outros alteraram suasdatas. A Fuvest desistiu do Enem. Isso trará algum prejuízopara o seu vestibular? Não, ao contrário, trará benefícios.O Enem tem sido um intruso no processo de seleção daFuvest. Como cansamos de afirmar: Enem significa ExameNacio<strong>na</strong>l do Ensino Médio.*Prof. Nicolau Marmo é coorde<strong>na</strong>dor geral do SistemaAnglo de Ensino. Desde a década de 1950, atua <strong>na</strong>preparação de estudantes para os principais vestibularesdo país.ExpedienteConselho EditorialEd<strong>na</strong>ldo CarvalhoJulio Cesar da CostaJor<strong>na</strong>lismoAntônia Lúcia Figueiredo (M.T. RJ 22685JP)Coorde<strong>na</strong>ção PedagógicaRebeca CarvalhoColaboraçãoCláudia Sanches, Sandra Martins, TonyCarvalho, Wellison Magalhães e Fábio LacerdaFotografiaMarcelo Ávila, Tony CarvalhoDesign GráficoLuiz Cláudio de OliveiraRevisãoSandro GomesPeriodicidadeBimestralTiragem70.000 (setenta mil)ImpressãoGráfica EdiouroProduçãoJatobá do Rio Assessoria de Comunicação Ltda.DistribuiçãoCorreiosProfessores, enviem seus projetos paraa redação do Jor<strong>na</strong>l Educar:End.: Rua Se<strong>na</strong>dor Dantas, 117/2222º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ.CEP: 20031-911E-mail: jor<strong>na</strong>leducar@appai.org.brredacao@appai.org.brEndereço Eletrônico:www.appai.org.brTel.: (21) 3983-3200• Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assi<strong>na</strong>dos são de inteira res pon sabilidade dos autores.
Guia HistóricoUm moderno espaço a serviço <strong>das</strong> múltiplas faces da arte e da cultura brasileiraReaberto ao público há pouco menos de uma década, o CentroCultural Justiça Federal passou por um profundo processo derestauração e adaptação, com o intento de alinhar os elementosdo classicismo francês já existentes em sua fachada e interiores aosmais modernos padrões de infraestrutura predial, a fim de oferecerao público total conforto e bem-estar em suas dependências.Projetado pelo arquiteto sevilhano Adolpho Morales de Los Rios,no início do século XX, o prédio do CCJF oferece atualmente 14espaçosas salas aos seus visitantes, decompostas entre: salas deexposições, teatro, biblioteca, lojinha e cafeteria, além de uma áreadesti<strong>na</strong>da à instalação de um cinema. A princípio a construção doprédio destinou-se à Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, sendologo depois adquirida pelo Governo Federal, tor<strong>na</strong>ndo-se sede doSupremo Tribu<strong>na</strong>l Federal de 1909 a 1960. Com a mudança do STFpara Brasília, o prédio foi ocupado, sucessivamente, por varas deFazenda Pública e pela Justiça Federal. Em 1989, foi interditado.Depois de restaurado, foi rei<strong>na</strong>ugurado em abril de 2001.Com um vasto acervo voltado para várias áreas <strong>das</strong> artes e cultura,a biblioteca do Centro Cultural Justiça Federal é formada por trêscoleções: Coleção Bibliográfica:contendo livros, catálogos artísticos,folhetos, obras de referênciae revistas especializa<strong>das</strong>; ColeçãoIconográfica: com material audiovisuale fotografias; ColeçãoAcervo Documental Histórico daJustiça Federal: formada por variadosdocumentos impressos queversam sobre a criação, a históriae a composição da Justiça Federal,principalmente sobre o Tribu<strong>na</strong>lRegio<strong>na</strong>l Federal da 2ª Região.Visitas Orienta<strong>das</strong>As visitas orienta<strong>das</strong> ao CCJFsão realiza<strong>das</strong> pelo Setor Educativo.Os visitantes (público emgeral e alunos de to<strong>das</strong> as idades,<strong>das</strong> redes pública e privada) recebemuma peque<strong>na</strong> palestra sobrea reforma Haussman e a influênciafrancesa no Rio de Janeiro,salientando a história do prédioBiblioteca doCentro CulturalJustiça Federal,aberta ao públicodesde março de2004, possui umaarquitetura ímpar,que se destacapelo ecletismoO edifício projetado é um dos mais belos exemplaresda arquitetura eclética, em voga no Brasil do início doséculo XXdo CCJF, a instauraçãodo Supremo Tribu<strong>na</strong>lFederal, a reforma urba<strong>na</strong>do Prefeito PereiraPassos e a i<strong>na</strong>uguraçãoda Avenida Central (atualRio Branco), com foco noperíodo em que o Rio deJaneiro era a capital daRepública. Agenda mentoprévio de segunda a sexta,<strong>das</strong> 12 às 19 horas. Informações pelos telefones: 3261-2552 e3261-2567.ProgramaçõesExposição: terça a domingo, <strong>das</strong> 12 às 19hTeatro: sábados e domingos, às 16hMúsica: terças e quintas, às 19hIdeias: até o dia 4 de março, curso sobre a cognição huma<strong>na</strong> e omodo como esta é determi<strong>na</strong>da pela configuração docosmos e sua expressão numa obra de arte, com oprofessor Edil Carvalho.Biblioteca: de terça a sexta-feira, <strong>das</strong> 12 às 17h.Educativo: ofici<strong>na</strong> de reciclagem artística para a produçãode cadernos de aulas e anotações, em que cadaparticipante produz seu próprio material. Ótimo paraestudantes de to<strong>das</strong> as idades.Serviços:Consulta – manual, com livre acessoàs estantes; e on-line, <strong>na</strong> basede dados local. Leitura no local.Pesquisas – levantamentos bibliográficosatravés da base de dadoslocal.Acervo – Consulta local ou via internetao acervo da biblioteca.Funcio<strong>na</strong>mento do Centro: de terçaa sexta-feira, <strong>das</strong> 12 às 17h.Informações pelo tel.: (21) 3261-2582 ou através do e-mail: biblioteca.ccjf@trf2.gov.brJor<strong>na</strong>l Educar 3