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Modelo de Tese - Unisul

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42A autora nos faz lembrar que o discurso jornalístico, é um discurso sobre, que temcomo característica ficar entre um discurso <strong>de</strong> origem e um interlocutor.Ivanissevich (2005, p. 21), comenta que, primeiramente, o papel da mídia éven<strong>de</strong>r informação, em que o jornalista qualificado é alguém que transmite os fatos <strong>de</strong> formacorreta e atraente: “[...] Por ser um negócio, não se po<strong>de</strong> esperar que a mídia divulgue ciênciapor motivos altruístas. Para ser veiculada pela mídia, a ciência tem <strong>de</strong> ser capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertarinteresse [...] e ser bem entendida pelo gran<strong>de</strong> público”. Mas, uma das coisas que atrapalhamo jornalista é o jornalismo “fast-food”, que impõe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concisão na linguagemutilizada no texto, on<strong>de</strong> tempo e espaço são <strong>de</strong>limitados. Se levarmos em conta essainviabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser imparcial, percebe-se que, entre as particularida<strong>de</strong>s do discursojornalístico, estão as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r instauradas através da hierarquia <strong>de</strong> cada instituição.Há <strong>de</strong> se perceber que essas relações reforçam e ampliam o espaço <strong>de</strong> atuação da imprensa.Enfim, compreen<strong>de</strong>r a imprensa é “compreen<strong>de</strong>r que o discurso jornalístico, o po<strong>de</strong>r, osefeitos <strong>de</strong> evidência e a produção <strong>de</strong> sentidos estão <strong>de</strong> fato interligados” (MARIANI, 1999, p.60).O mito da informação jornalística vigora por causa <strong>de</strong> outro mito: o dacomunicação lingüística, que dá legitimida<strong>de</strong> ao discurso dito neutro e imparcial dojornalismo. É nos manuais <strong>de</strong> jornalismo que esse processo <strong>de</strong> legitimação do discursoencontra-se alicerçado, pois a partir do momento em que são impostas normas <strong>de</strong> redação enormas gramaticais, o jornalista é responsabilizado pelo relato mais ou menos fi<strong>de</strong>digno dosfatos. Assim está enfatizado nos manuais o “po<strong>de</strong>r dizer” que torna o sujeito onipotente emrelação à linguagem. “Informar e opinar, <strong>de</strong>sse ponto <strong>de</strong> vista dicotomizado, resultam dacapacida<strong>de</strong> (ou interesse) do responsável pela notícia em manipular a linguagem” (IDEM, p.52). Além <strong>de</strong>sse controle interno na ativida<strong>de</strong> jornalística há também um controle externo:[...] Comunicar/informar/noticiar (na imprensa) são atos resultantes <strong>de</strong> um controleexterior, vindo do Estado e do sistema jurídico por um lado, e, por outro, <strong>de</strong> umcontrole internalizado na própria ativida<strong>de</strong> jornalística. Os efeitos ilusórios estão aí:o controle externo e interno, garantindo a objetivida<strong>de</strong> (e neutralida<strong>de</strong> etc.),garantiria também a imprensa como digna <strong>de</strong> fé (IDEM, p. 53).Para Silva (2003, p. 174), a padronização da notícia silencia o redator. Estesilenciamento nada mais é do que o modo da empresa “[...] se colocar a partir <strong>de</strong> sua própriaposição”. Gomes (2000, p. 19) complementa:

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