d design & arquitecturaseria incapaz deseguir uma carreiraque me prendessea criatividadePrintDe olhoem PortugalRegressar ao nosso País e,mais especificamente, à suailha Terceira faz parte dosplanos do designer.«Adoraria poder trazer asminhas ideias para o paísonde nasci e iniciar um novoprocesso criativo na terra queme inspirou. Tenho o desejode, num futuro próximo,criar uma instalação públicaque dê visibilidade ao meutrabalho em Portugal», afirmaRui, que visita regularmentea ilha Terceira, onde vivemactualmente os seus pais.Também ele sonha poderregressar às suas origens,tendo, inclusivamente,comprado um terreno com asua mulher, onde espera, umdia mais tarde, poder dar aconhecer ao seu filho as suasmemórias de infância.que, tantas vezes, permanece escondidadentro de nós».E foi, precisamente, enquanto criança queRui Docouto teve o seu primeiro contactocom as artes. O seu pai, Manuel do Couto,era escultor e pintor na ilha Terceira, e issoacabou por influenciar o pequeno Rui.«Desde muito cedo que comecei a desenhare a pintar. Era fascinante ver o meu pai fazê--lo e foi quase natural procurar seguir-lheas pisadas», recorda. Quando, aos 12 anos,nymph, principal figura da colecção Memóriasde Infância, agrada a miúdos e graúdoscomunhão Natureza e design de mãos dadasnum candeeiro chamado Formigacandeeiro-aranha chama-se Nephila,nome oriundo de uma espécie sul-africana(à direita)os pais emigraram para os Estados Unidos, para trabalhar numaexploração leiteira a cerca de uma centena de quilómetros de SãoFrancisco, Rui continuou a desenhar os insectos que povoavam assuas memórias, dando-lhes novos contornos, quando a família semudou para Boston e ele teve oportunidade de se inscrever no cursode Belas-Artes, na Museum School of Fine Arts.O inícioTerminado o curso, decidiu rumar a Nova Iorque, em busca do seupróprio sonho americano. Ele, que se diz incapaz de se ver «a seguiruma carreira que não me permitisse libertar a minha criatividade»,começou por agarrar esse sonho servindo às mesas e, de repente,a pedido de amigos, estava a decorar bares e restaurantes da cidadeque nunca dorme, dando início a um percurso como designer deinteriores que, hoje, é uma das vertentes da Site Specific Design.A empresa, fundada em 2002, que gere em parceria com a suamulher, Nahid Rupani, é responsável pelo desenvolvimento deambientes e criação de mobiliário personalizado para vários espaçosem algumas das mais importantes cidades norte-americanas.Para além de um verdadeiro exército de candeeiros-insectos que,acreditamos, não demorarão muito mais tempo a deixar a sua marcano nosso País.18 cxa r e v i s t a d a c a i x a
designdr e m a d e i n p o r t u g a lReciclarpara criarConsciente de que, para proteger er o ambiente,são precisas soluções criativas, a Caixa a associou-seao projecto remade in portugalPor Ana Rita Lúcio Fotografia Bruno BarbosaO LugAR dO LixO é nA LixEiRA.Redundante? Não, simplesmente falso.Segundo o projecto Remade in Portugal, olixo tem licença de entrar nas nossas casas,em galerias e até em museus. Inspiradonuma ideia do arquitecto Marco Cappelli,implementada em Itália em 2004, oprojecto Remade in Portugal serve deincentivo à criação e desenvolvimento deprodutos constituídos de, pelo menos, 50por cento de material reciclado. Depois deconcebidas, as peças correm as montrasnacionais e internacionais em exposiçõesperiódicas, conciliando um design desensibilidade ecológica e a promoção de umdesenvolvimento ambientalmente responsável.A par das mostras dentro e fora do País,o projecto Remade in Portugal assumiu-secomo um actor de relevo em outros palcos,nos quais se destacam a parceria com a CaixaGeral de Depósitos. A importância destaparceria vai muito além das preocupaçõesambientais que levanta. O lado «verde» dainiciativa conjunta revela-se, também, noimpacto que tem na formação de jovensdesigners. Propondo a aproximação entre aarte e a sustentabilidade, a Caixa associou--se ao projecto Remade in Portugal, desde2007, atenta às actividades desenvolvidasno âmbito do mesmo, tendo presente queapostar na competitividade e na produção dequalidade, sem comprometer a natureza e ofuturo das próximas gerações, é um objectivoque deve ser transversal aos vários sectores daactividade económica.Esta parceria tem sido mais um dos frutosdo compromisso da Caixa com a questãoecológica, pondo em marcha várias iniciativasnesta área, nomeadamente com a criação eaplicação do programa Caixa Carbono Zero.E porque a CGD sabe que fazerdo investimento no design uma apostafinanceira, cultural e socialmente rentávelnão é por acaso, a instituição faz do mecenatoartístico um elemento-base da sua identidade.A Caixa é o Banco do Design.peças Sensu (em cima); cadeiraAerea, jarras decorativas Wakee Ecofavo, vencedor do Concursode Design de Mobiliário comMateriais Reciclados (em baixo)A ArquitecturAdesceu à ruA«Falemos decasas» foi o reptolançado na segunda ediçãoda trienal de Arquitectura deLisboa. e a caixa compareceucomo o mecenas daconferênciainternacional, na Aula Magna.A edição de 2010 da trienal deArquitectura de Lisboa decorreude 14 de Outubro a 16 de Janeiro,consolidando a pretensão desteevento em assumir-se comoum grande fórum de discussãodas questões da arquitecturacontemporânea. sob o tema«Falemos de casas», ainiciativa pôs na ordem do diaa casa e a sua habitabilidade.uma abordagem reveladora daintenção de pensar as questõesarquitectónicas em articulaçãocom a vivência cívica epromovendo a arquitectura,antes de mais, como umaexperiência social.um dos momentos maisimportantes da trienal foi aconferência internacionalArquitectura [in] ]out[ Política,que teve lugar a 15 e 16 deJaneiro de 2011, na Aula Magna,na qual a caixa assumiu o papelde mecenas. esta conferênciasurgiu como uma oportunidadepara debater e reflectir o papelda arquitectura, enquantoinstrumento orientador deprocessos democráticos e comosinal temporal e espacial dassuas potencialidades. Aindano âmbito do evento, JacquesHerzog, do atelier Herzog & deMeuron, deu uma conferência naAula Magna, a 18 de Janeiro, comintrodução de eduardo soutode Moura. Os arquitectos suíçosHerzog & de Meuron têm sidoaclamados pelos seus projectosaltamente criativos – como aAllianz Arena de Munique ou aloja Prada em tóquio – que sãoao mesmo tempo sensíveis aolocal da implantação, à geografiae à cultura da região para a qualcada edificio é projectado.cxa revista da caixa19