cculturaf a n t a s p o r t oLet’s lookat the FantasCurtas-metragens de grande qualidadee duas novidades deram o mote ao 31.º Festival Internacionalde Cinema do Porto, que decorreu de 25 de Fevereiroa 5 de Março de 2011, no RivoliPor Ana FerreiraErrados estão aqueles que julgamque o Fantasporto é apenas umfestival de cinema e que estávocacionado somente para ofantástico. É certo que a suadenominação se associa a estaideia e que, na sua origem, em 1981, estavarelacionado com esta temática. Ao longodos anos, o festival mudou a sua estruturae introduziu novidades, tornando-se numamarca de renome mundial, dedicada aocinema genérico, que tem como objectivodinamizar as artes e a cultura e promover oturismo no Grande Porto.Da programação do Fantasporto,destacam-se três secções em competição:o Cinema Fantástico, vocacionado parao imaginário e o terror; a Semana dosRealizadores, dedicada ao cinema de autor,e o Orient Express, sobre o cinema asiático.Além destas, existem outras secções forade competição. É como se, no mesmofestival, existissem vários em paralelo,que, simultaneamente, são concorrentes ecomplementares, tornando, assim, possívelum maior cruzamento de públicos, comidades muito distintas.Um festival com adaptaçõesCom maiores ou menores dificuldades noseu percurso, a Cinema Novo, a entidadeorganizadora do Fantasporto, orgulha-sede apresentar o único evento anual quese realiza fora de Lisboa com mediatismoa revista varietyconsiderouo fantasportoum dos 20 melhoresfestivais de cinemado mundonacional. «Sendo o mercado do cinema emPortugal irrisório, estando atrás da Turquia,o último da Europa, existir um festival que éconsiderado um dos 20 melhores festivais domundo pela revista Variety é agradável. Apesarde não poder ser comparado com Cannes eVeneza», esclarece Mário Dorminsky.Porém, o sucesso do Fantasporto nãose traduz em mais apoios financeiros, edois podem ser os factores determinantes:a localização a norte do País e a ideiapersistente do festival de cinema fantásticoe de terror, como indica o director.Mesmo assim, este festival é um dos querecebe mais apoios financeiros ao nível doEstado, mas, actualmente, 60 por cento dofinanciamento é garantido por empresasprivadas, nomeadamente multinacionais.Mário Dorminsky ainda refere sobreesta questão que, se, por um lado, desde2001, se tem assistido a uma diminuiçãono investimento pelos patrocinadores,por outro, o aumento das parcerias tempermitido a redução de custos.Para o director do festival: «Uma dascoisas importantes é estarmos no seio daindústria, isto é, no lado cultural e no ladocomercial. A grande vitória do Fantas, anível nacional, é que 90 por cento dos filmesque são seleccionados para o festival entramno circuito comercial.» Todavia, a escolhados filmes nem sempre é pacífica. «Nósdebatemo-nos sempre com um problema: ousão muito bons filmes do ano anterior e quecx62 a r e v i s t a d a c a i x a
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