13.07.2015 Views

Download

Download

Download

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Novidades da FundaçãoFrancisco Manueldos SantosA disponibilização na Internet da basede dados sobre Portugal contemporâneoPORDATA é um dos projectos mais visíveisda Fundação. Mas não é o único.Ensaio nos supermercadosA colecção Ensaios da Fundação vai no 10.ºensaio. Os últimos são sobre a segurançasocial e a filosofia. Encontram-se em todas aslivrarias, supermercados e quiosques e custamtrês euros cada; se for em capa dura, custamcinco euros. «Os livros portugueses são maiscaros do que os europeus porque há menosleitores e, portanto, as tiragens são menores.Vai-se pouco às livrarias.» Por estes motivos,António Barreto decidiu, e sem perder dinheiro,fazer livros baratos, com grandes tiragens(30 a 35 mil exemplares), e colocá-los à vendanos supermercados. Resultado: em quatromeses, com sete volumes, venderam-se100 mil exemplares.PORDATA no iPhoneA PORDATA, uma base de dados deestatísticas sobre Portugal e a Europa, já estádisponível em iPhone. «Isto vai crescer, vamosainda introduzir os dados eleitorais dos 40anos em Portugal, sobre turismo e transportes.Entre Junho e Outubro, irá integrar as regiões;para cada município, iremos fazer o retratoestatístico ao longo do tempo.»Filmes na televisãoA Fundação está a trabalhar com a TSF, a SIC ea RTP na realização de pequenos filmes comdados da PORDATA. Na RTP, todas as noites,durante três ou quatro meses, passará umfilme curto.Outros projectosSaúde, mortalidade infantil, opinião pública,educação, tradição e valores, segredo dejustiça, congestão nos tribunais… De formamuito clara, está tudo explicado emwww.pordata.pt.AB: Se me perguntar qual é a função prioritária do sistema educativode 12 anos, respondo-lhe em duas palavras: cultura geral. É muitomais importante a cultura geral que se dá aos jovens até aos 16,17 anos que qualquer formação técnica profissionalizante. Achouma estupidez que as crianças até aos 15 tenham de escolher umavia profissional. Como também acho muito errado que se tenhaseparado as Humanidades das Ciências Exactas.Cx: Como seria o currículo ideal?AB: Se eu pudesse desenhar um currículo ideal para a formaçãodos últimos cinco anos na escola, desenhava-o com sete ou oitodisciplinas, e único para todos. E, sem dúvida, juntava: Português,Filosofia, Matemática, História das Ciências e História das Artes. Istoseria para todos. Se for de Humanidades e eu lhe perguntar a quetemperatura ferve a água, o que é um radiador ou o que é o genoma,não sabe. Se perguntar a alguém das Ciências Exactas quem escreveuo Só ou quem compôs o Rigoletto, não sabe. Esta separação é terrível.Mesmo na universidade, a especialização devia começar mais tardedo que no 1.º ou 2.º ano. Na universidade, aprende-se um método,a investigar, a pensar com independência, o que não se faz nasecundária. Um dos piores crimes cometidos na escola foi considerarque as artes são dispensáveis e que a música e a pintura e a escultura,a dança, o bailado e o desenho eram menos importantes do que aformação humanística ou científica.Cx: Qual o contributo que pretende dar com documentários como AsHoras do Douro, que estreou em Abril do ano passado?AB: Nasci no Porto, mas com dois anos fui para Vila Real. Até aos 20anos, vivi em Trás-os-Montes e no Douro. O Douro é a minha «terra».Depois, gosto muito de vinho para beber, para estudar, como arte.Há uma cultura do vinho em Portugal. Sempre me impressionoumuito ver como a vinha e o vinho marcaram a região. É das regiõesmais pobres de todo o País e é a região que mais depressa se ligou aoestrangeiro – já exportava vinho para Inglaterra no século XVII. Estapodia ser uma região de progresso, muito mais desenvolvida do queas outras, mas não, muito pelo contrário. Isto sempre me amarguroumuito. No século XIX, o Vinho do Porto representava 50 por centodas nossas exportações. E o vinho em geral situava-se nos 80 porcento. Isto significa que o vinho era o mais importante produto deexportação portuguesa. Já foi 80 e hoje será 2 por cento?Cx: Mas o vinho continua a acompanhar os tempos…AB: No vinho, aconteceu algo de extraordinário, porque semodernizou por si próprio. A meu ver, se algum sector produtivomerece uma atenção especial, é o do vinho, pois é aquele queaplica mais recursos portugueses, não tem de importar nada, épraticamente tudo nosso, portanto, tem maior valor acrescentado.Cx: Há outros sectores com potencial para o País?AB: O calçado está a recuperar novamente. A pesca foi abandonada.A floresta e o mar têm potencial, apesar de não estarem a ser olhadoscom atenção. A sociedade portuguesa decidiu entregá-los ao exterior.Cx: Parece haver, hoje, mais enfoque na economia do mar.AB: Por enquanto, é conversa. Tem-se falado muito e feito pouco.Cx: O seu trabalho é um legado para o País. Alguma vez pensouem deixar uma marca neste mundo?AB: Não tenho essa presunção. Eu gostava que esta fundaçãotivesse dado um contributo para a formação da opinião livre.O que de melhor se pode fazer neste mundo é aumentara liberdade dos outros. Se a fundação der esse contributo,fico feliz.cxa r e v i s t a d a c a i x a59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!