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À guisa de Introdução: um Panorama Teórico - Claudio Naranjo

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sua experiência como a do tipo III frustrado, ou interpretar suas ações e sentimentos a partirdo ponto <strong>de</strong> vista do apego e <strong>de</strong> <strong>um</strong>a sensação <strong>de</strong> empobrecimento, como no caso doindivíduo esquizói<strong>de</strong>.Mais genericamente, é claro, a vida ou a experiência <strong>de</strong> cada pessoa po<strong>de</strong> serinterpretada a partir <strong>de</strong> qualquer <strong>um</strong>a das nove perspectivas, <strong>de</strong> modo que a perspectiva quevê o medo atrás <strong>de</strong> tudo – extremamente central no pensamento psicanalítico – tem sidoconsi<strong>de</strong>rada como universalmente aplicável através <strong>de</strong> décadas <strong>de</strong> experiência. No entanto,sem dúvida, alg<strong>um</strong>as interpretações atingem o alvo mais facilmente em alguns tipos <strong>de</strong>caráter, enquanto outras são comparativamente mais remotas.Embora a interpretação que enfatiza a paixão dominante e a perspectiva cognitivatípicas <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> dos pontos do eneagrama seja mais a<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong>mos dizer que osadjacentes vêm em segundo lugar – particularmente aquele que se situa no canto dotriângulo central do mapa. Assim, a preocupação com a auto-imagem ou narcisismo estáainda mais perto do que a característica esquizói<strong>de</strong> como <strong>um</strong>a base <strong>de</strong> interpretação para otipo IV. Analogamente no caso do tipo VII do eneagrama, po<strong>de</strong>mos dizer que se trata <strong>de</strong><strong>um</strong> caráter baseado no medo e pertencente ao grupo esquizói<strong>de</strong>. 8 No entanto, ele tambémestá fortemente relacionado com o caráter vingativo em suas características impulsivas,rebel<strong>de</strong>s e hedonísticas.O tipo VIII do eneagrama, por outro lado, possui <strong>um</strong>a mente essencialmentepreguiçosa (tipo IX), embora seu evitar da interiorida<strong>de</strong> esteja encoberto pela típicaintensida<strong>de</strong> com a qual o indivíduo procura fazer-se sentir vivo, escapando da sensação <strong>de</strong>apatia que acompanha sua falta <strong>de</strong> interiorida<strong>de</strong>.Os tipos <strong>de</strong> caráter posicionados nos cantos seis e nove do eneagrama estãosituados, como no ponto três, entre <strong>um</strong>a polarida<strong>de</strong>. Ao mesmo tempo que existe <strong>um</strong>apolarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tristeza e felicida<strong>de</strong> no canto do lado direito (IV e II), existe <strong>um</strong>a polarida<strong>de</strong><strong>de</strong> alheamento e expressivida<strong>de</strong> no lado esquerdo (V – VII), e <strong>um</strong>a <strong>de</strong> amoral ou antimorale excessivamente moral na parte superior (VIII – I).Po<strong>de</strong>mos dizer que as relações indicadas pelas setas que ligam os pontos dotriângulo interior do eneagrama, bem como aquelas que ligam o restante dos pontos naseqüência 1, 4, 2, 8, 5, 7 e 1, correspon<strong>de</strong>m a relações psicodinâmicas, quando o eneagramaé visto como <strong>um</strong> mapa da mente do indivíduo, como será explicado quando tratarmos doenagrama das paixões. Quando o mapa representa <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> caráter,po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rá-los como indicando a presença oculta daquele que o prece<strong>de</strong> no fluxo,o que não é visível quando consi<strong>de</strong>ramos o eneagrama das paixões que constituem asdisposições <strong>de</strong> motivação por trás dos tipos <strong>de</strong> caráter (ver abaixo).Além dos relacionamentos <strong>de</strong> vizinhança e aqueles <strong>de</strong>marcados pelas linhas no“fluxo interno” do eneagrama, também po<strong>de</strong>mos ver relações <strong>de</strong> oposição no eneagrama: àsemelhança do que acontece com os tipos I e V, os tipos VIII e IV também se colocam emextremida<strong>de</strong>s opostas n<strong>um</strong>a linha reta, o mesmo ocorrendo com os tipos VII e II ao longodo eixo horizontal.Chamo o eixo I-V do eneagrama <strong>de</strong> “anal”, consi<strong>de</strong>rando que tanto o caráteresquizói<strong>de</strong> quanto o obsessivo-compulsivo po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados “anais” sob os aspectosdas <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> Freud e Jones, o que discuto no primeiro e segundo capítulos <strong>de</strong>ste livro,respectivamente.8 No sentido mais amplo do termo – distinto do uso do esquizói<strong>de</strong> especificamente para o tipo V doeneagrama.

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