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À guisa de Introdução: um Panorama Teórico - Claudio Naranjo

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Os nove tipos <strong>de</strong> caráter examinados não constituem simplesmente <strong>um</strong>a coleção <strong>de</strong>estilos <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>. Trata-se, ao contrário, <strong>de</strong> <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> caráterorganizadas, com relacionamentos, contrastes, polarida<strong>de</strong>s e outras relações observadosentre elas. Essas relações são mapeadas <strong>de</strong> acordo com a estrutura geométrica tradicional<strong>de</strong>nominada “eneagrama”. 4 Analogamente, falarei a respeito dos tipos do eneagrama – <strong>um</strong>aforma abreviada <strong>de</strong> “tipo <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> segundo o eneagrama”.Uma das aspirações da psicologia mo<strong>de</strong>rna tem sido organizar as síndromescaracterológicas conhecidas no que foi chamado <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo circ<strong>um</strong>plexo. “Durante mais o<strong>um</strong>enos os últimos 30 anos, vários pesquisadores se empenharam em <strong>de</strong>monstrar que amelhor maneira <strong>de</strong> representar a estrutura dos traços <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>, quando <strong>de</strong>finidapelo comportamento interpessoal <strong>de</strong> <strong>um</strong> indivíduo, é em função <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>locirc<strong>um</strong>plexo”. 5 Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong> continu<strong>um</strong> circular (mostrado na Figura 5) com os tipos <strong>de</strong>caráter adjacentes sendo mais semelhantes, enquanto as oposições ao longo do cículocorrespon<strong>de</strong>m a bipolarida<strong>de</strong>s; o eneagrama, ao contrário, enfatiza a tripolarida<strong>de</strong>. Learypropôs <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo circ<strong>um</strong>plexo em relação ao seu sistema interpessoal, e Schaefer propôs4 Em Fragmentos <strong>de</strong> <strong>um</strong> ensinamento <strong>de</strong>sconhecido, Ouspensky cita Gurdjieff, dizendo que o ensinamentoque ele apresentou era completamente autônomo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> outros caminhos (como a Teosofia ou oOcultismo oci<strong>de</strong>ntal), e que este ensinamento permanecera oculto até sua época. Ele continua dizendo que, àsemelhança <strong>de</strong> outros ensinamentos que utilizam o método simbólico, este também o faz, e que <strong>um</strong> <strong>de</strong> seusprincipais símbolos é o eneagrama. Este símbolo, que consiste <strong>de</strong> <strong>um</strong> círculo dividido em nove partes porpontos que estão ligados entre si por nove linhas que seguem <strong>um</strong> padrão <strong>de</strong>terminado, expressa a “lei <strong>de</strong> sete”e sua ligação com a “lei <strong>de</strong> três”. No mesmo livro Ouspensky cita Gurdjieff como tendo dito que, <strong>de</strong> <strong>um</strong> modogeral, o eneagrama precisa ser refinado como <strong>um</strong> símbolo universal, e que cada ciência po<strong>de</strong> ser interpretadaatravés <strong>de</strong>le, e que, para alguém que saiba como usá-lo, o eneagrama torna inúteis os livros e as bibliotecas.Se <strong>um</strong>a pessoa sozinha no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong>senhasse na areia o eneagrama, ela po<strong>de</strong>ria ler as leis eternas douniverso, e a cada vez ela apren<strong>de</strong>ria algo novo que ignorava completamente até então. Ele também diz que aciência do eneagrama foi mantida em segredo durante <strong>um</strong> longo tempo, e agora está mais ao alcance <strong>de</strong> todos,mas apenas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a maneira incompleta e teórica, que é praticamente inútil para <strong>um</strong>a pessoa que não tenhasido instruída por alguém que domine essa ciência.5 Cooper, Arnold M., Allen J. Francês e Michael H. Sacks, Psychiatry, Vol 1, The Personality Disor<strong>de</strong>r andNeurosis (Nova York: Basic Books, 1990). Uma literatura sobre os mo<strong>de</strong>los circ<strong>um</strong>plexos citados nesteparágrafo, bem como sobre o mo<strong>de</strong>lo da Figura 5, po<strong>de</strong> ser encontrada nesta mesma coleção.

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