A representaÃ§Ã£o infantil da violÃªncia na mÃdia - ECA-USP

More documents

Recommendations

Info

A REPRESENTAÇÃO INFANTIL DA VIOLÊNCIA NA MÍDIAa entrevista aconteceu após a assinatura do Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (Anexo C).O procedimento de coleta envolveu:• Entrevistas com crianças compreendendo a faixa etária de seis a onzeanos 20 , estudantes de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, provenientes de escolaspúblicas e privadas, buscando identificar os desenhos que assistem, o queclassificam como violência e seus sentimentos e reações frente a cenas apontadascomo violentas no desenho ou, na programação em geral;• Entrevistas com pais para identificação das representações adultocêntricas edas mediações envolvidas nas representações dessas crianças;• Exposição de um grupo de crianças aos desenhos previamente selecionados,seguida de entrevista voltada para a obtenção de marcas significativas por elesapontadas;Contrapondo-se às posturas clássicas de construção de conhecimento, acoleta de dados não obedeceu a um rigor e padronização dos métodos einstrumentos. Os delineamentos variaram dentro de cada segmento, sendoajustados às possibilidades encontradas nas diferentes situações.No condomínio, uma vez que o espaço permitiu, as entrevistas ocorreram emdiferentes lugares, sendo que as crianças foram abordadas na quadra, na área deconvivência e na residência de uma delas. Essa opção metodológica resultou deexperiências em estudos anteriores que apontaram para essa possibilidade 21 com opropósito de minimizar o constrangimento diante do pesquisador e da situação e,conseqüentemente ao garantir maior espontaneidade para responder.Embora o entrevistador se dirigisse a cada uma das crianças individualmente,elas foram abordadas na presença de outras que se encontravam no localpermaneceram ao redor e, muitas vezes chegaram a interceptar o diálogo oucomentar as respostas dos colegas entrevistados.20 A razão da escolha deve-se a forma de pensar característica da criança, segundo Piaget, aointeresse dessa faixa por desenhos animados e por serem considerados mais suscetíveis, enquantosubjetividades em formação. PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. R.J. Forense, 1969.21 PACHECO, Elza Dias. Desenho Animado na TV: mitos, símbolos e metáforas. S.P., LAPIC / ECA//USP, 1999.(Pesquisa Integrada)26
A REPRESENTAÇÃO INFANTIL DA VIOLÊNCIA NA MÍDIANas escolas, embora o espaço em que ocorreram as entrevistas tenha sidoúnico e escolhido de modo a não interferir com a rotina da instituição, as criançastambém não ficaram a sós com o pesquisador. Foram encaminhadas em dupla, outrio ao local em que transcorreram as entrevistas.O pesquisador formulava a pergunta e deixava as crianças à vontade pararesponderem, sem necessariamente determinar quem deveria falar primeiro, e assimas respostas foram fluindo de maneira espontânea.Assim como ocorreu no condomínio foi comum a interação das criançasdurante as entrevistas, inclusive fazendo comentários no sentido de confirmar oucontrariar a fala do outro, ou ainda, propondo uma nova idéia a respeito docomentário do colega.Embora o procedimento de coleta não contemplasse uma rigidez absoluta,não deixou de levar em consideração as possíveis interferências decorrentes dessaproposta, mas considerou serem estas menos significativas do que o estranhamentocausado pelo contato com o pesquisador, ou a inquietação frente a determinadapergunta que não estivesse pronto a responder, o que poderia gerar inibição ecomprometer a obtenção das informações.As crianças foram incentivadas a falar mesmo quando seus discursos nãocorrespondessem aos propósitos da pesquisa. Esse posicionamento tem comosuporte a idéia de que na medida em que falam, constroem narrativas quepossibilitam a organização do pensamento e que a interpelação de suas falaspudesse ser interpretada como uma avaliação negativa e impedir que semanifestassem sobre os aspectos de interesse do estudo.Para Moscovici 22 e Lefebvre 23 , ano, a apreensão dos elementos de suacotidianidade pelo indivíduo e a construção de representações sobre esse mundo,ocorre a partir das referências dos grupos mais próximos como a família e a escola.Essa proposição orientou nosso interesse em identificar junto aos pais aspectos que22 MOSCOVICI, S. Representações Sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis, Vozes,2004.23 TEDESCO, J.C. Paradigmas do Cotidiano: introdução à constituição de um campo de análisesocial. Cap. III e VI. R. S., Santa Cruz do Sul, EDUNISC, 1999.27
Page 1 and 2: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOESCOLA DE
Page 3 and 4: A REPRESENTAÇÃO INFANTIL DA VIOL
Page 27: A REPRESENTAÇÃO INFANTIL DA VIOL
Page 79 and 80:
A REPRESENTAÇÃO INFANTIL DA VIOL
Page 81 and 82:
Page 83 and 84:
Page 85 and 86:
Page 87 and 88:
Page 89 and 90:
Page 91 and 92:
Page 93 and 94:
Page 95 and 96:
Page 97 and 98:
Page 99 and 100:
Page 101 and 102:
Page 103 and 104:
Page 105 and 106:
Page 107 and 108:
Page 109 and 110:
Page 111 and 112:
Page 113 and 114:
Page 115 and 116:
Page 117 and 118:
Page 119 and 120:
Page 121 and 122:
Page 123 and 124:
Page 125 and 126:
Page 127 and 128:
Page 129 and 130:
Page 131 and 132:
Page 133 and 134:
Page 135 and 136:
Page 137 and 138:
Page 139 and 140:
Page 141 and 142:
Page 143 and 144:
Page 145 and 146:
Page 147 and 148:
Page 149 and 150:
Page 151 and 152:
Page 153 and 154:
Page 155 and 156:
Page 157 and 158:
Page 159 and 160:
Page 161 and 162:
Page 163 and 164:
Page 165 and 166:
Page 167 and 168:
Page 169 and 170:
Page 171 and 172:
Page 173 and 174:
Page 175 and 176:
Page 177 and 178:
Page 179 and 180:
Page 181 and 182:
Page 183 and 184:
Page 185 and 186:
Page 187 and 188:
Page 189 and 190:
Page 191 and 192:
Page 193 and 194:
Page 195 and 196:
Page 197 and 198:
Page 199 and 200:
Page 201 and 202:
Page 203 and 204:
Page 205 and 206:
Page 207 and 208:
Page 209 and 210:
Page 211 and 212:
Page 213 and 214:
Page 215 and 216:
Page 217 and 218:
Page 219 and 220:
Page 221 and 222:
Page 223 and 224:
Page 225 and 226:
Page 227 and 228:
Page 229 and 230:
Page 231 and 232:
Page 233 and 234:
Page 235 and 236:
Page 237 and 238:
Page 239 and 240:
Page 241 and 242:
Page 243 and 244:
Page 245 and 246:
Page 247 and 248:
Page 249 and 250:
Page 251 and 252:
Page 253 and 254:
Page 255 and 256:
Page 257 and 258:
Page 259 and 260:
Page 261 and 262:
Page 263 and 264:
Page 265 and 266:
Page 267 and 268:
Page 269 and 270:
Page 271 and 272:
Page 273 and 274:
Page 275 and 276:
Page 277 and 278:
4. Você conhece os programas/desen
Page 279 and 280:
CONSENTIMENTO DE SUA PARTICIPAÇÃO
Page 281 and 282:
Page 283 and 284:
Page 285 and 286:
Page 287 and 288:
Page 289 and 290:
Page 291 and 292:
Page 293 and 294:
Page 295 and 296:
Page 297 and 298:
Page 299 and 300:
Page 301 and 302:
Page 303 and 304:
Page 305 and 306:
Page 307 and 308:
Page 309 and 310:
Page 311 and 312:
Page 313 and 314:
Page 315 and 316:
Page 317 and 318:
Page 319 and 320:
Page 321 and 322:
Page 323 and 324:
Page 325 and 326:
Page 327 and 328:
Page 329:
show all

A representaÃ§Ã£o infantil da violÃªncia na mÃ­dia - ECA-USP

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?

A representaÃ§Ã£o infantil da violÃªncia na mÃdia - ECA-USP