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A representação infantil da violência na mídia - ECA-USP

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A REPRESENTAÇÃO INFANTIL DA VIOLÊNCIA NA MÍDIAnão estabelecia limites rígidos a uns e a outros, ensi<strong>na</strong>ndo-os, o que fazer e comoviver.Conta Ariès, sobre as ativi<strong>da</strong>des de um menino, futuro rei, que <strong>na</strong> i<strong>da</strong>de dequatro a seis anos de i<strong>da</strong>de jogava arco, cartas, xadrez e participava de jogos dosadultos, como raquetes e inúmeros outros jogos de salão. Também assistia a lutasentre os bretões, ao espetáculo de cães lutando com ursos, e participava <strong>da</strong>s festastradicio<strong>na</strong>is de Natal e dos Reis. Aos sete anos, jogava <strong>da</strong>dos com fi<strong>da</strong>lgos do rei,aprendeu a matar, a caçar, a atirar e a praticar jogos de azar, ao mesmo tempo emque continuava a brincar de bonecas.Nessa estrutura familiar que antecedeu à industrialização, as trocas afetivas ea socialização transcorriam fora <strong>da</strong> família, num contexto povoado por vizinhos,homens e mulheres, crianças, velhos, amos e criados, sendo a passagem <strong>da</strong> criançapela família construí<strong>da</strong> <strong>na</strong> diversi<strong>da</strong>de.“Essa família antiga tinha por missão senti<strong>da</strong> por todos - a conservação dos bens, aprática comum de um ofício, a aju<strong>da</strong> mútua quotidia<strong>na</strong>, num mundo em que umhomem e mais ain<strong>da</strong> uma mulher isolados não podiam sobreviver e, ain<strong>da</strong> noscasos de crise, a proteção <strong>da</strong> honra e <strong>da</strong>s vi<strong>da</strong>s. Ela não tinha função afetiva.” 34O sistema de parentesco era a forma pela qual os indivíduos se reconheciamno mundo: ser filho, parente, compadre, cabra, escravo do senhor proprietário,conferia os limites e possibili<strong>da</strong>des para ca<strong>da</strong> indivíduo.A industrialização e urbanização fizeram surgir uma nova família. A partir doséculo XVIII, a família conjugal (pai, mãe, filhos, avós) forma<strong>da</strong> por poucosintegrantes se fortalece. Essa família tem como características a per<strong>da</strong> deimportância do parentesco extenso, independência econômica dos filhos, aumento<strong>da</strong> participação <strong>da</strong> mulher no sistema produtivo, <strong>na</strong>tali<strong>da</strong>de planeja<strong>da</strong> e reduzi<strong>da</strong>,acarretando a conseqüente diminuição <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de pater<strong>na</strong>.A família nuclear condiz com a socie<strong>da</strong>de industrial, <strong>na</strong> medi<strong>da</strong> em que seusmembros são voltados para si e não mais para um agrupamento maior. Suas34 ARIÈS, Philippe. História Social <strong>da</strong> Criança e <strong>da</strong> Família. R.J., LTC, p.139.40

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