INTRODUÇÃOA Serra do Japi é umremanescente florestal da MataAtlântica no interior do Estado deSão Paulo. A riqueza de suabiodiversidade está relacionada àsua localização em uma regiãoecotonal, ou seja, local de encontrode dois tipos de florestas da MataAtlântica sendo uma característicada Serra do Mar e a outra referenteà Mata Atlântica do interior paulista.Devido à heterogeneidadeda vegetação, à presença de umgrande número de riachos e àtopografia da região, tem-se comoconsequência uma grandequantidade de ecossistemasprovenientes dos microclimas. Adiversidade de microclimas e davegetação abriga e alimenta a fauna,criando um equilíbrio delicado entreas várias formas de vida aliexistentes (MORELLATO, 1992).Sua importância naconservação da fauna silvestreestadual não se reduz apenas àpreservação de populações locaisdas espécies presentes na área.Como um dos únicos remanescentesde floresta Atlântica do planaltopaulista, ela é fundamental para oestabelecimento de corredores defauna entre os blocos de matapreservados das serranias do litorale do complexoCantareira/Mantiqueira, e tambémna ligação com remanescentesmenores e mais isolados do interior,como a Floresta Nacional doIpanema (AMBIENTAL CONSULTING,2008).Considerando a crescentedemanda de recursos hídricos doestado de São Paulo, a Serra do Japise destaca como uma importanteprodutora de água pela presença deum grande número de nascentes emseu território.Em consonância com apaisagem, a referida Serra seapresenta de grande importânciapara a região. Sua feiçãogeomorfológica, a oeste do PlanaltoAtlântico, constitui um relevomontanhoso que se destaca na facesudoeste do município propiciandouma cênica de rara beleza àpopulação.Sua localização entre áreasurbanas densamente povoadas,atividades ligadas à exploração demadeira e de minérios, e a ocupaçãopor loteamentos obrigaram aadministração pública a criarinstrumentos para a preservação daSerra do Japi.A partir da década de 60 seiniciaram as políticas públicasvoltadas para a proteção doterritório. Na década de 70 aAdministração Pública de Jundiaísolicitou ao Conselho de Defesa doPatrimônio Histórico, Arqueológico,Artístico e Turístico (CONDEPHAAT)o desenvolvimento de estudosvisando o tombamento do território,que ocorreu em 8 de março de1983. Em 1984 parte das áreasurbana e rural dos municípios deJundiaí e Cabreúva foi decretadaÁrea de Proteção Ambiental.Em 1991 foi criada aReserva Biológica Municipal da Serrado Japi, pela Lei Municipal 3.672 de10/01/1991, a qual foiregulamentada em 1992, por meioda Lei Municipal 13.196 de30/<strong>12</strong>/1992. Em 2004 foi criado oSistema de Proteção das Áreas daSerra do Japi, pela Lei Municipal 417de 29/<strong>12</strong>/2004, que definiu o seuterritório de gestão, além deregulamentar o uso e ocupação daZona de Amortecimento da ReservaBiológica.Apesar da existência dosmecanismos de proteção, previstosna legislação, Mattos (2006) destacaque as pressões caracterizadas pelademanda de cunho urbano, pelaadministração pública e pelainiciativa privada avolumam fatoresindesejáveis para as áreasambientalmente protegidas. Asupressão da fauna silvestre, aocupação por loteamentosirregulares e clandestinos, aalteração da quantidade e qualidadedos corpos d’água, a insuficiência dogerenciamento dos resíduos sólidose a fragmentação das áreasambientalmente protegidas podemafetar de forma significativa a Serrado Japi.Neste contexto, é crucial oestudo da dinâmica espacial etemporal para a avaliação dasmudanças no uso e ocupação doterritório de áreas protegidas pelalegislação ambiental, além doentendimento da forma como osfatores históricos, jurídicos,políticos, administrativos e sociaisinfluenciam tais mudanças.A tecnologia de informaçãoconhecida como Sistema deInformação Geográfica (SIG)possibilita o aprofundamento nasmais diversas áreas doconhecimento, permitindo avisualização e modelagem espacial etemporal de diversas variáveis,sejam ambientais, econômicas ousociais. Atualmente essa tecnologiaé disponibilizada a um baixo custo ecom interfaces amigáveis, tornandoaacessível à grande parte dapopulação (CÂMARA e FELGUEIRAS,2002).Partindo da premissa básicade que é possível utilizar o SIG noentendimento da evolução espaçotemporaldo uso e ocupação do solona Serra do Japi, o presente trabalhoapresenta como objetivo analisar asalterações da cobertura do solo naregião da Zona de Amortecimentoda Reserva Biológica da Serra do Japino município de Jundiaí - SPutilizando Sistemas de InformaçãoGeográfica, no período de 1989 a2010.MATERIAIS E MÉTODOSCaracterização da área de estudoA área de estudo constitui aZona de Amortecimento da ReservaBiológica da Serra do Japi (ZA),situada no município de Jundiaí,estado de São Paulo, entre ascoordenadas 23°00’ e 23°38’S,46°75’ e 47°00’O (Figura 1).A região é delimitada pelaRodovia dos Bandeirantes, RodoviaDom Gabriel Paulino Bueno Couto epela Avenida Antônio Piccinato,sendo subdividida em Zona deRevista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>25</strong> – setembro de 20<strong>12</strong> 38 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
Figura 1. Localização de área de estudo dentro do limite municipal, estadual e nacional. Fonte: (IBGE, 2003 apudMATTOS, 2006).Figura 2. Divisão da Zona de Amortecimento da Reserva Biológica da Serra do Japi em 2010.Conservação Ambiental da TerraNova, Zona de ConservaçãoAmbiental da Ermida e Zona dePreservação, Restauração eRecuperação Ambiental (Figura 2).Sua hidrografia éconstituída pelos Rios Tietê,Jundiuvira, Guapeva e Jundiaífazendo parte da zona hidrográficado Médio Tietê Superior.A área possui altitudemédia de 762 m, máxima de 1.290,6m e mínima de 673,6 mapresentando clima fortementeestacional, com uma estação quentee chuvosa e outra seca e fria.O clima das partes baixas daSerra do Japi, pela classificação deKoppen, corresponde aomesotérmico úmido sem estiagem(Cfa), com temperatura média domês mais quente superior a 22 o C.Nas partes altas da serra o climacorresponde ao Cfb, comtemperatura média do mês maisquente inferior a 22 o C (RODRIGUES,1986).Levantamentos de informações eanálisesForam utilizados dadosdigitais do satélite LANDSAT-5,sensor TM, obtidos junto ao sítio doInstituto Nacional de PesquisasEspaciais (INPE, 2011), sendoRevista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>25</strong> – setembro de 20<strong>12</strong> 39 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
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