INTRODUÇÃOO município de Rio Branco,capital do Acre, possui cerca335.796 mil habitantes, oequivalente à 45,82% da populaçãototal do Estado (IBGE, 2011).Historicamente a existência dacidade está relacionada com aformação dos primeiros seringais doAlto Acre, o Volta da Empresa e oSeringal Empresa, ambos situados asmargens do Rio Acre, e pertencentesà Neutel Maia que chegou ao localem 1882. A economia de Rio Brancopassou a estar associada não apenascom a extração do látex dasseringueiras, mas também docomércio que centralizou-se naregião (Bezerra, 2006).No início, seudesenvolvimento econômico tevecomo base a atividade extrativista ecomercial impulsionando o processode uso e ocupação do solo urbano.Atualmente as atividades comerciaise extrativistas, estimuladas porpolíticas públicas, levaram a umforte processo de urbanização deRio Branco.A implantação de áreasresidenciais e comerciais, dentreoutras atividades, podemproporcionar alterações no climaurbano. Conhecer estes processos eseus impactos para a população eatividades produtivas sãoimportantes, pois, permitem nortearos processos de planejamento egestão. Para seu estudo a ciênciaocidental dispõe de uma considerávelquantidade de referências, das quaispodem ser destacadas ascontribuições de Oke (1978),Henderson-Sellers & Robinson(1989), Escourrou (1991), Monteiro &Mendonça (2003), dentre outras.Segundo Amorim (2000), oprocesso intenso de urbanizaçãoaltera o balanço de radiação e ohídrico da superfície devido àsubstituição dos materiais naturaispelos materiais urbanos e criacondições climáticas diferenciadasda encontrada ao seu redor,caracterizando o clima urbano.No processo deurbanização, a remoção dacobertura verde e sua substituiçãopor áreas construídas elevam oíndice de albedo e,consequentemente, a superfície dosolo passa a reter menos quantidadede energia, aumentando arefletância. Sabe-se que, quantomais elevado é o volume de energiaarmazenado, maior é o equilíbriotérmico. Nas cidades, verifica-se,portanto, uma desorganização domecanismo climático (Conti, 2003).Monteiro (1976) notou queembora tenha ocorrido uma grandeevolução nos métodos de análise ena epistemologia da ciência, atémeados do século XX, os estudossobre clima urbano apenasinvestigavam sob aspectosmeteorológicos dando poucodestaque a degradação ambientalproveniente de atividade antrópica.Nesse sentido, o uso de imagens desatélite no estudo do clima urbanoé, entretanto, um recurso aindamuito pouco utilizado quando seobservam os estudos de climatologiabrasileiros (Monteiro & Mendonça,2003). Os trabalhos de Lombardo(1985), Mendonça (1995),Mendonça & Dubreuil (2005),Colhishon (1998) e Ortiz et al. (2011)são alguns exemplos brasileiros queempregaram imagens de satélite naanálise do campo térmico dascidades.Delgado et al. (20<strong>12</strong>) aoestudarem a influência da mudançada paisagem, a partir de dados TMem Cruzeiro do Sul, AC, constataramo crescimento das áreasantropizadas entre os anos de 2005a 2010. Outro resultado importanteencontrado por estes pesquisadoresfoi o aumento da temperatura dasuperfície em áreas antropizadascom valores superiores a 40°C.Nesse sentido, a utilizaçãode novas tecnologias como porexemplo, imagens de satélite,podem subsidiar pesquisas quepermitem não somente umconhecimento do evento, mastambém possibilitar a geração dedados e informações dinâmicos doclima urbano, destacando que asalterações do ambiente sãodecorrentes das atividadeshumanas, sendo o resultado dacorrelação entre a sociedade e anatureza na cidade.Estudos acerca dofenômeno ilha de calor, utilizandoestimativas de temperatura dasuperfície continental, com base emdados de satélites, foramconduzidosoriginalmenteempregando-se dados do sensorAVHRR a bordo dos satélites polaresda série NOAA (Gallo et al., 1993;Roth et al., 1989; Streutker, 2002). Aresolução espacial de 1,1 km destesdados é adequada somente para omapeamento da temperaturaurbana em escala regional (Chen etal., 2002). Recentemente, foramutilizados dados térmicos dossatélites da série LANDSAT, tendo-sedestacado por muitos anos oLANDSAT-5, com resolução espacialde <strong>12</strong>0 m, para estudos de ilha decalor de escala local (Weng, 2003).Como a temperatura da superfíciecontinental é mais facilmenterelacionada com as condições daprópria superfície, uma dasprincipais aplicações dosensoriamento remoto térmico noestudo de climas urbanos consisteem examinar relações entre aestrutura espacial dos padrõestérmicos urbanos e as característicasda superfície urbana, o que podeajudar posteriormente noplanejamento do uso da terra (Chenet al., 2006).Dados pontuais possuem avantagem de alta resoluçãotemporal, mas por outro lado têmpobre resolução espacial. Nasúltimas décadas, o sensoriamentoremoto aplicado em estudos declima urbano vem destacando-se,pois além de possuir alta resoluçãoespacial e oferecer visões dediferentes escalas, permite autilização de dados espectraislocalizados na região doinfravermelho termal dentro dajanela atmosférica. Isto faz comoque os sensores que operem nestaregião possam ter seus dadosRevista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>25</strong> – setembro de 20<strong>12</strong> 70 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
Figura 1. Localização geográfica da área de estudo e recorte do município Rio Branco, AC com a composição RGB (4, 3 e2).Tabela 1. Dia da passagem do satélite Landsat-5 para o município de Rio Branco, ACÓrbita/PontoDia/Mês/Ano2/67 01/08/19902/67 11/07/19942/67 <strong>12</strong>/06/19952/67 14/06/19962/67 19/07/19972/67 06/07/19982/67 10/08/19992/67 <strong>25</strong>/06/20002/67 30/07/200<strong>12</strong>/67 04/07/20032/67 04/06/20042/67 10/08/20052/67 26/06/20062/67 29/06/20072/67 01/07/20082/67 06/09/20092/67 24/08/2010convertidos, após sofrerem correçãodos efeitos atmosféricos e dasuperfície (emissividade), emtemperatura da superfíciecontinental (Dash et al., 2002; Weng& Yang, 2004), a qual é umparâmetro de importânciafundamental para o estudo daclimatologia urbana (Voogt & Oke,2003).Desse modo o trabalho tevecomo objetivos principais: estimar atemperatura da superfíciecontinental, índices de vegetação ealbedo da superfície eposteriormente comparar aevolução espaço-temporal destasimagens com a climatologia local apartir dos dados gerados peloInstituto Nacional de Meteorologia(INMET) em Rio Branco, AC.Revista Brasileira de Ciências Ambientais – Número <strong>25</strong> – setembro de 20<strong>12</strong> 71 ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
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