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EDIÇÃO 11 - Dezembro/08 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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a probabilidade de possuir pesoexcessivo. Em relação às variáveis decontexto, o modelo revela a influênciasignificativa da privação material (12%mais de probabilidade de revelar pesoexcessivo em áreas de maior privação) eda disponibilidade de equipamentosdesportivos e de lazer e recreação (oaumento da disponibilidade diminui em13% e 18%, respectivamente, aprobabilidade possuir peso excessivo).Relativamente aos três modelosespecificados, refira-se ainda que oprimeiro, em que se considera a amostratotal, apresenta um fraco ajustamentoaos dados. De facto, o teste de Hosmere Lemeshow indica a existência dediferenças significativas entre a classe deIMC observada e a classe de IMCestimada pelo modelo. Todavia, nosmodelos relativos às subpopulaçõesmasculina e feminina, o resultado desteteste indica um bom ajustamento, dadaa ausência de diferenças significativasentre as classes de IMC observadas e asestimadas.ROBERT e REITHER (2004), VANLENTHE et al. (2005) apresentamconclusões similares às obtidas com osmodelos especificados, sublinhando ainfluência do ambiente físico esociomaterial no IMC, para além dainfluência dos atributos individuais.Disponibilidade de equipamentos(desportivos, de lazer e recreação)diversificados e a privação material,condicionam a prática de actividade física,sobretudo a proporcionada por saídas apé e de bicicleta, com impactes no IMC.Porém, algumas determinantesambientais, teoricamente relacionadascom a actividade física e com o IMC –disponibilidade de produtos alimentaresfrescos, ocorrência de crime, insegurançarodoviária, acessibilidade ao transportepúblico e capital/coesão social – nãorevelaram influência significativa nosmodelos elaborados.CONCLUSÕES E PROPOSTASOs resultados deste estudo permitemconcluir que intervenções dirigidas aoaumento da disponibilidade deequipamentos (desportivos, lazer eoutros) e redução das iniquidadessocioeconómicas devem serimplementadas com vista à redução doexcesso de peso e obesidade dapopulação. Estes resultados evidenciamo papel do planeamento urbano –nomeadamente nas questões relativas àforma/desenho urbanos, usos dos solose promoção de transportes sustentáveis– no peso da população. Em relação àforma/desenho urbanos e usos do solo,sublinha-se a necessidade de darprioridade a espaços públicos, parques eespaços verdes, percepcionados comoseguros e agradáveis, que incrementema actividade física (saídas a pé e debicicleta) e a interacção social (PITTS,2004). Todavia, pode verificar-se asituação oposta, ou seja, inibição deactividade física e de contactos sociais,quando a prioridade é dada aoautomóvel e ao parqueamento equando o ambiente é percepcionadocomo inseguro e violento (THOMAS D.2002). Conclui-se também que a faltade diversidade, muitas vezes relacionadacom a dispersão urbana, inibe as saídasa pé e de bicicleta, incrementandopotencialmente o uso de transporteindividual (WHELLER, 2004). Diversificarusos do solo e combater a dispersãourbana, criando espaços densos,integrados e multifuncionais –residenciais, de trabalho, estudo, lazer ecompras – pode diminuir o recurso aotransporte individual e potenciar umautilização realizada diariamente a pé e debicicleta. Esta pode ser potenciadamediante a criação de passeios eciclovias, encerramento de vias ao tráfegorodoviário e sinalização adequada.RUDLIN e FALK (1999) referem que asustentabilidade, no seu sentido maisamplo, é mais fácil de imaginar numa“cidade compacta”. Comunidadesdensas, diversificadas e “caminháveis”permitem perspectivar uma redução dadependência do automóvel. Geógrafos,epidemiologias, arquitectos, técnicos deplaneamento, políticos e gestores, entreoutros, podem contribuir para osurgimento de morfologias efuncionalidades urbanas que encorajemas populações a caminhar e a andar debicicleta, como meio de transporte e porlazer, promovendo-se deste modoaumento dos níveis de actividade física edas interacções sociais, comconsequências positivas no IMC e nasaúde em geral.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBARTON e TSOUROU Healthy Urban Planning.World Health Organization, Regional Office forEurope. London, Spon Press, 2000.BOUCHARD, C; SHEPARD, R.; STEPHENS, T. eSUTTON, J.R. (Eds) Exercise, Fitness, and Health: AConsensus of Current Knowledge , Champaign:Human Kinetics, 1990.CARSTAIRS, V: e MORRIS, R. Deprivation andHealth in Scotland. Aberdeen, Aberdeen UniversityPress, 1991.CUMMINS, S., MACINTYRE, S., DAVIDSON, S. eELLAWAY, A. Measuring Neighbourhood Social andMaterial Context: Generation and Interpretation ofEcological Data from Routine and Non-RoutineSources. Health & Place, <strong>11</strong>, 3, 249-260, 2005.FRANK, L. e ENGELKE, P. (2001) The builtenvironment and human activity patterns: exploringthe impacts of urban form on public health. Journalof Planning Literature, 16, 2, 202-218.GIKES, K, ELLAWAY, A. e SANTANA, P. Obtainingarea-level data in four countries: examples forcrime, transport and leisure and recreation facilities.Fourth annual Conference of the InternationalSociety of Behavioral Nutrition and Physical Activity(ISBNPA), Amesterdam: ISBNPA, 37, 2005.HALL, P. Megaciudades: Ciudades mundiales yciudades globales. In A Martín Ramos (Eds) Lo28Revista Brasileira de Ciências Ambientais – número <strong>11</strong>

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