Revista-Gastronomia-etc-março-2016-edição-03-atuaizada
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<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Bem-vindo à <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
A palavra de ordem é mudança. Diz<br />
aqui pra mim: você nunca sentiu que<br />
precisava mudar urgentemente?<br />
Nunca teve aquela vontade<br />
inexplicável de fazer algo diferente,<br />
por mais bobo que isso pudesse<br />
parecer? Isso sem contarmos com<br />
aquelas mudanças necessárias,<br />
analisadas, estratégicas e desejadas.<br />
E é justamente a última mudança que<br />
citei que nesta <strong>edição</strong> estamos<br />
realizando.<br />
Você reparou que demoramos um<br />
bocadinho mais para lançar esta nova<br />
<strong>edição</strong>? Sabia que isso foi planejado<br />
para você? Como uma mãe, cada dia<br />
que passa, vamos descobrindo as<br />
particularidades do lho que nasceu.<br />
Vamos observando com maior<br />
atenção seu gosto, suas manias e<br />
particularidades. Cada dia é uma<br />
novidade, um desao. E como é bom!<br />
Nesta <strong>edição</strong> que lançamos<br />
paralelamente ao outono, optamos<br />
por sair em busca da sazonalidade.<br />
Pinçamos boas opções de<br />
restaurantes, receitas práticas, dicas<br />
de serviços e lugares interessantes, e<br />
claro, selecionamos matérias para lá<br />
de gostosas para você.<br />
Nossos colunistas também estão com<br />
novidades. Juntaram-se a nossa<br />
cozinha alguns experts para dar<br />
aquele toque especial em nosso<br />
tempero. E por falar em tempero,<br />
nossa ‘Crônica Gastronômica’ tem<br />
aroma italiano e a Rota<br />
Lusitana que traçamos no<br />
Rio de Janeiro, nos leva<br />
diretamente para os sabores<br />
de Portugal.<br />
Se você é como nós,<br />
apaixonado por sabores que<br />
nos remetem a infância, não<br />
deixe também de conferir<br />
nossa ‘Comfort Food’ desta<br />
<strong>edição</strong>.<br />
Convido você para escolher<br />
um bom vinho, e saborear<br />
vagarosamente enquanto lê<br />
a nossa revista que está<br />
como sempre, uma delícia.<br />
Naira Amorelli<br />
naira@gastronomia<strong>etc</strong>.com<br />
Foto: Jeff Porto<br />
Editorial
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>. é uma publicação<br />
trimestral editada pela Embarque Marketing.<br />
Venda proibida | Distribuição dirigida.<br />
Embarque Marketing<br />
CNPJ 14.846.113/0001-17<br />
Niterói | Rio de Janeiro<br />
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO<br />
Naira Amorelli<br />
naira@gastronomia<strong>etc</strong>.com<br />
COORDENAÇÃO COMERCIAL<br />
André Guimarães<br />
comercial@gastronomia<strong>etc</strong>.com<br />
(21) 995.994.356<br />
REVISÃO<br />
Wanda Turner<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
Eduardo Madeira<br />
DIAGRAMAÇÃO<br />
Eduardo Madeira<br />
CAPA<br />
Camarão Real do Chef executivo Pablo Ferreyra do<br />
Térèze Restaurante<br />
Foto: Jeff Porto<br />
contato@jeffporto.com<br />
DISTRIBUIÇÃO<br />
Isend Soluções Inteligentes<br />
www.isend.com.br<br />
FOTOS E IMAGENS ILUSTRATIVAS<br />
Shutterstock. D.R.<br />
Embora todas as medidas tenham sido tomadas<br />
para identicar e contatar os detentores de direitos<br />
autorais sobre imagens reproduzidas nesta revista<br />
eletrônica, isso nem sempre é possível. A nossa<br />
equipe estará pronta a reticar quaisquer erros<br />
dessa natureza assim que noticada.<br />
PARA ANUNCIAR<br />
comercial@gastronomia<strong>etc</strong>.com<br />
(21) 3619-9779 | 995.994.356<br />
Nenhuma empresa ou pessoa está autorizada a<br />
r e t i ra r p r o d u t o s , c o m e r c i a l i z a r e s p a ç o s<br />
publicitários ou editoriais e organizar eventos, a<br />
não ser com autorização por escrito da Embarque<br />
Marketing, situada na cidade de Niterói.<br />
REDAÇÃO<br />
(21) 3619-9779 - Plantão: (21) 967.469.983<br />
redacao@gastronomia<strong>etc</strong>.com
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
13<br />
Camarão Real. Foto: Jeff Porto 18<br />
66<br />
08 COUVERT<br />
10 CHEZ NOUS CHEZ VOUS<br />
13 CHEF PABLO FERREYRA<br />
18 GASTRONOMIA ELEGANTE<br />
22 ROTEIRO LUSITANO<br />
NO RIO DE JANEIRO<br />
26 GASTROHOLIC<br />
30 POBRE JUAN<br />
52 CURIOSIDADES<br />
54 MITOS E VERDADES<br />
56 SAINDO DA ROTINA - ARROZ<br />
60 PARA VIAGEM, POR FAVOR.<br />
62 SABORES<br />
66 SABORES<br />
COMFORT FOOD PARA TODOS<br />
70 RECEITA<br />
32 PET GOURMET<br />
34 OPINIÃO DO ESPECIALISTA<br />
36 EM FOCO<br />
38 COMIDA DE RUA<br />
42 ATUALIZAÇÃO MENSAL<br />
74 NATURALMENTE SABOROSO<br />
76 MIXOLOGIA<br />
78 TROUXE CERVEJA?<br />
80 COMO ESCOLHER VINHO<br />
82 DEGUSTAÇÃO - PORTO DI VINO<br />
44 ENTRE LETRAS E PANELAS<br />
46 AMBIENTE GOURMET<br />
48 BUFFET & CATERING<br />
50 MESA CARIOCA<br />
84 CRÔNICAS GASTRONÔMICAS<br />
86 DESTINO GASTRONÔMICO<br />
92 HASHTAG | TECNOLOGIA<br />
94 - COZINHA DO AMANHÃ<br />
SUMÁRIO
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
COUVERT<br />
Por Dado Gonçalves<br />
..........................................<br />
Cavist chega ao centro do Rio de Janeiro<br />
com nova loja no Terminal Menezes Côrtes.<br />
A casa é um modelo piloto de franquia e<br />
possui uma variedade de 230 rótulos, além<br />
de uma adega climatizada, com rótulos<br />
nobres.<br />
Os apaixonados por vinhos poderão<br />
comprar ou consumir seus rótulos<br />
preferidos no próprio local. A casa oferece<br />
também sugestões de vodca, gim, single<br />
malts e uísques, com opções para todos os<br />
gostos e bolsos. A nova loja também faz<br />
entregas no mesmo dia da compra, em todo<br />
o Centro do Rio. E o melhor, os vinhos e<br />
champanhes podem chegar gelados. Tudo<br />
para facilitar a vida dos clientes que<br />
desejam celebrar uma ocasião especial no<br />
próprio local de trabalho.<br />
Petit Cavist - Rua São José, 35 loja 125 -<br />
Terminal Menezes Côrtes – Centro - Rio de<br />
Janeiro. Telefone: (21) 3179-0422.<br />
.....................................<br />
Após grande sucesso do Dîner en Blanc em<br />
São Paulo, os antriões anunciam que o<br />
jantar secreto mais charmoso do mundo<br />
programa <strong>edição</strong> para a Cidade Maravilhosa<br />
ainda neste ano. Vamos aguardar!!!<br />
O empresário e promotor de<br />
eventos Eder Meneghine, e seu<br />
sócio, o chef Hugo Oliveira,<br />
promovem badaladas festas,<br />
jantares e recepções para a alta<br />
sociedade, empresas e órgãos<br />
governamentais, sejam eles<br />
realizados nas casas dos seus<br />
clientes, em empresas ou nos<br />
seus espaços já conhecidos como<br />
Villa Meneghine, no Itanhangá, e<br />
Pousada Solar das Palmeiras, na<br />
ilha da Gigóia, no complexo<br />
lagunar da Barra da Tijuca, ambos<br />
na cidade do Rio de Janeiro.<br />
A o s s ó c i o s , p a ra b é n s p e l o<br />
sucesso!!!<br />
...................................................................................................................<br />
Chef Hugo Oliveira e Eder Meneghine<br />
08<br />
COUVERT
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Alertar sobre os riscos da má-alimentação é<br />
um dos objetivos do programa Brasil Saudável<br />
e Sustentável - uma iniciativa do governo<br />
federal, lançado recentemente em parceria<br />
com organizações da sociedade e do setor<br />
privado.<br />
A campanha, que irá até maio de 2017, vai<br />
promover o acesso à informação para<br />
sensibilizar o consumidor, o mercado privado e<br />
o agricultor; disseminar informações para a<br />
população a respeito dos benefícios da<br />
alimentação saudável; e apoiar a divulgação de<br />
práticas alimentares saudáveis nas redes<br />
públicas de saúde, educação e assistência<br />
social.<br />
Serão promovidas ações que estimulem as<br />
pessoas a reetir sobre os hábitos de consumo<br />
e a optar por escolhas alimentares saudáveis,<br />
demonstrando as vantagens do consumo de<br />
produtos locais, frescos, oriundos da<br />
agricultura familiar e da produção orgânica ou<br />
agroecológica.<br />
Saiba mais em<br />
www.brasilsaudavelesustentavel.gov.br<br />
.........................................................................................................<br />
O Rio de Janeiro ganhará um<br />
SubAstor, que assim como<br />
em São Paulo, será dedicado<br />
e x c l u s i v a m e n t e p a r a<br />
coquetelaria - nem o famoso<br />
chopp do Astor terá por lá – e<br />
ocupará um espaço dentro do<br />
A s t o r, e m I p a n e m a . A<br />
abertura será no dia 30 de<br />
<strong>março</strong>, após essa data conra<br />
tudo sobre a abertura em<br />
nosso site.<br />
O SubAstor ca em Ipanema<br />
na Avenida Vieira Souto, 110<br />
– Ipanema, e o telefone é<br />
(21) 2523-0085.<br />
Bebida: Rio Bravo, feito com<br />
Cuervo Tradicional, Caju, Orgeat,<br />
Chartreuse e Citricos.<br />
www.subastor.com.br<br />
Foto: Leo Feltan<br />
COUVERT 09
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
CHEZ NOUS CHEZ VOUS ......................................<br />
"Foi com muito orgulho que vimos a<br />
carta, onde dizia que havíamos sido<br />
aceitos como membros da renomada<br />
Académie Culinaire de France."<br />
Na ocasião, deixamos o nosso<br />
juramento de que levaremos a<br />
<strong>Gastronomia</strong> Francesa ao redor do<br />
mundo, sempre a representando da<br />
melhor forma possível. Este é<br />
também o nosso desejo em terra<br />
brasileira. Temos consciência de<br />
nossa responsabilidade, visto que<br />
agora faremos parte de uma<br />
instituição criada por Monsieur<br />
Joseph Favre, em 1883. Temos<br />
consciência de que aprenderemos<br />
muito com os melhores. Anal, estar<br />
lado a lado dos grandes chefs de<br />
Cuisine e de Pâtisserie franceses e<br />
do mundo é um grande orgulho e<br />
aprendizado. Nosso coração está em<br />
festa!!!<br />
E aproveitamos para convidar você,<br />
leitor da revista <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
para nos visitar na França. Nosso<br />
aconchegante apartamento na 116<br />
Bis, Rue Saint Charles, 75015 –<br />
Paris, é um ponto de encontro da boa<br />
mesa. Com vista eterna para a Torre<br />
Eiffel, nosso restaurante, sem<br />
nenhuma cara de restaurante, foi<br />
concebido para ser uma extensão da<br />
sua casa. Conceito explícito até no<br />
nome: Chez Nous Chez Vous.<br />
O ambiente interno dá o tempero. O<br />
décor é assinado pela arquiteta<br />
Márcia Jardim, que também realizou<br />
a cozinha dos nossos sonhos,<br />
10<br />
CHEZ NOUS CHEZ VOUS<br />
idealizada pelo amigo e construtor<br />
Alfredo Brandi. Móveis de Philippe<br />
Starck, uma seleção especial de DVDs<br />
e uma biblioteca criam o clima lar doce<br />
lar. O Alfredo nos inspirou a fazer uma<br />
cozinha aberta para a sala. Sempre que<br />
ele nos visitava com sua família no<br />
antigo apartamento, cávamos<br />
separados, pois a cozinha era<br />
minúscula e não era integrada. Ele nos<br />
f e z u m d e s e n h o, e a d o ra m o s .<br />
Passamos a obra para Márcia Jardim,<br />
que nos ajudou plenamente e, seis<br />
meses depois, estava pronta a cozinha<br />
com que tanto sonhávamos. Gastamos<br />
muito, e foi daí que nasceu o projeto<br />
Chez Nous Chez Vous.<br />
Aguardem por mais novidades nas<br />
próximas edições da revista.<br />
Celia Miranda e Gustavo Mattos
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
CHEZ NOUS CHEZ VOUS 11
PAIXÃO, TALENTO E TÉCNICA<br />
Por Isabelle Lindote<br />
Fotos: Jeff Porto<br />
Conversamos com o Chef Pablo Ferreyra do<br />
restaurante Térèze, um adepto à comfort food,<br />
a chamada comida ‘do coração’, apaixonado<br />
pelo que faz e que acredita no poder do<br />
alimento preparado com carinho e respeito.<br />
Tartar de salmão fresco com molho chipotle,<br />
guacamole, vinagrete de tangerina, espuma de raiz<br />
forte e crocante de castanhas.
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Com 39 anos e vigor de iniciante, o<br />
argentino Pablo Ferreyra é um<br />
entusiasta da prossão de cozinheiro.<br />
Com o brilho no olhar de quem foi<br />
envolvido pelo ofício logo no início da<br />
vida adulta, ele acredita que o<br />
respeito ao ingrediente é o que mais<br />
conta na hora de preparar uma<br />
refeição: “Não adianta ter os<br />
melhores fornecedores se não<br />
soubermos cortar bem um atum, por<br />
exemplo. É isso que transmito para a<br />
minha brigada. Respeito do início ao<br />
m, nossa missão é servir comida<br />
boa. Quero que o cliente entre triste e<br />
saia feliz. E se entrar feliz, que saia<br />
pulando de alegria”.<br />
É com essa convicção que há 20 anos<br />
Pablo trabalha na cozinha, onde<br />
começou lavando louça em um navio<br />
em Miami. Depois de percorrer<br />
diversos países e se apaixonar pelo<br />
Caribe, onde adquiriu experiência<br />
como cozinheiro, o argentino nascido<br />
em Buenos Aires descobriu o Brasil<br />
pelos caminhos do coração. “Minha<br />
mulher é carioca e a gente cava se<br />
dividindo. Até que aconteceu o ataque<br />
terrorista de 11 de setembro (de<br />
2001) e eu estava nos Estados<br />
Unidos. Meus amigos, parentes, todo<br />
mundo me mandava sair de lá. Vendi<br />
tudo e vim para o Brasil”, explica. Já<br />
são quinze anos em terras brasileiras,<br />
mas a trajetória não foi fácil. “Cheguei<br />
ganhando 600 reais, que era a base<br />
de um cozinheiro que estava<br />
começando. Era duro, porque lá fora<br />
eu ganhava mais. Mas quando eu saía<br />
e via as praias, as pessoas, sabia que<br />
tinha que car. Quando descobri<br />
Grumari, pensei porque demorei<br />
tanto para vir para cá. Era o Caribe!”.<br />
Pablo conta que a falta de informação<br />
sobre o Brasil foi sua maior diculdade,<br />
tanto em relação ao trabalho quanto na<br />
adaptação, desde a língua até as<br />
condições de vida. Começou no Gula<br />
Gula (cuidando do buffet de saladas),<br />
ajudou a criar a Prima Bruschetteria,<br />
passou anos no Chez L'Ami Martin e no<br />
Le Pre Catelan – onde aprendeu toda a<br />
sua base francesa com o chef Roland<br />
Villard, mestre de alguns dos melhores<br />
chefs da cidade - , e antes de assumir o<br />
Térèze fez história no Iate Clube do Rio.<br />
“Eu nunca quis seguir pelo caminho mais<br />
fácil. Apesar de usar técnicas francesas e<br />
s e r c l a s s i c a d o c o m o c o z i n h a<br />
contemporânea, considero que faço<br />
comida latino-americana. Que é o que<br />
sou, o que somos, e o que gosto de<br />
comer. Aqui consegui mostrar um pouco<br />
do meu jeito de cozinhar”, enfatiza. O<br />
chef também teve como escola a comfort<br />
food da chef Roberta Ciasca.<br />
DOCE CARNAVAL DE 8: Petit Gateau, Canele<br />
de dulce de leche, Macarons, Pannacotta com<br />
frutas vermelhas, Verrine de frutas frescas,<br />
Brûlée de tangerina, Alfajor de chocolate e<br />
Brownie de chocolate. Foto: Jeff Porto
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
As receitas que ele compartilha por<br />
aqui são uma boa mostra disso. O<br />
tartare de salmão com guacamole,<br />
vinagrete de tangerina, espuma de<br />
raiz forte e crocante de castanhas é<br />
uma receita originalmente do chef<br />
Phillipe Moulin, que esteve na casa<br />
antes de Pablo e cedeu a preparação<br />
para continuar sendo oferecida pelo<br />
restaurante. Com o tempo, algumas<br />
mudanças foram feitas e os<br />
comensais aprovaram. “Já virou um<br />
clássico e considero que hoje é uma<br />
receita de todos nós, pois cada um<br />
na cozinha foi sugerindo algum<br />
elemento até chegarmos no que é<br />
servido hoje”. Já o camarão real é<br />
uma novidade da última mudança<br />
de cardápio e um dos pratos<br />
queridinhos do chef atualmente.<br />
Apesar de car localizado em Santa<br />
Teresa, e de ter entre os preferidos<br />
do chef os pratos com pato e com<br />
leitão, o restaurante é conhecido<br />
por suas receitas com frutos do mar,<br />
como a terrine de polvo criada por<br />
Pablo – uma alternativa ao patê de<br />
foie gras. “É um assunto polêmico,<br />
mas acredito que dá para fazer boa<br />
gastronomia sem precisar de foie<br />
gras, mesmo de origem controlada.<br />
Por que não usar o que temos de<br />
mais fresco, com mais brasilidade, e<br />
técnicas clássicas?”, instiga o chef,<br />
que conta receber insumos de três a<br />
quatro vezes por semana. “Somos<br />
muito unidos, mas nosso espaço é<br />
pequeno, não congelamos os<br />
alimentos. O respeito ao que está<br />
s e n d o s e r v i d o c o m e ç a n o<br />
fornecedor, mas precisa chegar até<br />
a mesa”.
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
CAMARÃO REAL: Camarão VG empanado na quinoa real<br />
com renoulade de palmito pupunha, pickles de manga,<br />
pepino marinado e molho de ostras.<br />
[Nossa capa - Foto: Jeff Porto]<br />
Chef Pablo Ferreyra
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
O restaurante Térèze está localizado na Rua Almirante<br />
Alexandrino, 660 – Santa Teresa | Rio de Janeiro, no Santa Teresa<br />
Hotel RJ MGallery By Sotel – sendo o primeiro restaurante na<br />
coleção de hotéis-boutique da marca MGallery no Brasil.<br />
Chef Pablo Ferreyra
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
gastronomia elegante<br />
Por Priscila Bentes<br />
Elegância não tem medidas. É um<br />
somatório de resultado absoluto,<br />
onde nada sobra e nada subtrai.<br />
Elegância encanta e por assim ser,<br />
nos impregnam das melhores<br />
sensações, experiências<br />
inesquecíveis e momentos especiais.<br />
Sempre em busca de lugares<br />
elegantes, os quais recebem pessoas<br />
com as mesmas qualidades, meu<br />
trabalho é com certeza um<br />
privilegio. Poder testar, aprovar e<br />
recomendar, a cada ano, os<br />
melhores estabelecimentos de<br />
hospedagem e gastronomia do Brasil<br />
é meu duro ocio. Mas nem tudo são<br />
ores, pode acreditar!<br />
E já que o tema é <strong>Gastronomia</strong> vou<br />
percorrer hoje os caminhos do<br />
oriente, com a seleção de duas<br />
pérolas cariocas e seus encontros<br />
vocálicos – Mee e Sawasdee.<br />
CEO do Circuito Elegante, Priscila Bentes inova a arte de bem receber, com um<br />
projeto inédito para atender, de forma personalizada, seus 20 mil viajantes<br />
associados, além de garantir inúmeros privilégios em toda a rede de hotéis e<br />
restaurantes. Anualmente edita o livro “Seleta Coleção de Hoteis e Restaurantes”<br />
onde recomenda os melhores estabelecimentos, nos destinos mais cobiçados do<br />
Brasil, todos testados por ela.<br />
18<br />
<strong>Gastronomia</strong> Elegante
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
O primeiro, localizado no endereço<br />
m a i s e l e g a n t e d a c i d a d e –<br />
Copacabana Palace, sempre me<br />
revela sabores perfeitos em seu<br />
cardápio concebido pelo renomado<br />
chef Ken Hom – que vive entre a<br />
França e a Tailândia, onde comanda<br />
o restaurante Maison Chin Bangkok<br />
– carregado de inuências asiáticas.<br />
Vencedor de diversos prêmios<br />
culinários, Hom ainda tem seu<br />
próprio programa no canal BBC e 36<br />
livros publicados em diversas<br />
línguas, achou pouco? Que tal então<br />
falar do ambiente, o qual, junto com<br />
sua equipe traduz toda a leveza e<br />
encantamento aos que tem o prazer<br />
de lá estar. Um salão com espaços<br />
privados ao fundo e em suas<br />
laterais, separados por leves<br />
cortinas brancas que pendem do<br />
teto ao chão. No balcão, um<br />
verdadeiro show de peixes, conchas<br />
e ouriços vivos, dançam nas mãos<br />
de sushi men adestradores. Nas<br />
paredes, o vermelho da o tom das<br />
porcelanas chinesas sang-de-boeuf,<br />
e telas com lindos tribais do artista<br />
belga radicado em Bangkok,<br />
Christian Develter. E são tantos os<br />
méritos deste conjunto de extremo<br />
s u c e s s o , q u e c o n f e r i u a o<br />
Restaurante Mee, o prêmio da<br />
estrela do guia Michelin, referencia<br />
m u n d i a l d e e x c e l ê n c i a e m<br />
gastronomia. Um lugar onde<br />
recomendo de tudo um pouco,<br />
passando pela seleção dos melhores<br />
saquês, drinks exóticos e chás com<br />
especiarias. Uma única vez aqui é<br />
pouco, quando a alma não é<br />
pequena.<br />
MEE - Fotos divulgação<br />
<strong>Gastronomia</strong> Elegante 19
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Já o segundo nasceu em Buzios, pelas<br />
mãos dos amigos Marcos Sodré, o chef e<br />
sua esposa Sandra, que junto com os<br />
lhos zeram dessa casa, a eleita por<br />
gente que sabe apreciar uma culinária<br />
delicada, criativa e acima de tudo,<br />
deliciosa. Conheci Buzios antes do<br />
Sawasdee e ainda antes “Marquinhos”,<br />
quando este podia ser chamado assim.<br />
Crescemos na serra, na cidade de<br />
Petrópolis e nos encontramos anos depois,<br />
eu em busca do prato perfeito e ele, no<br />
comando do fogão. E o encontro foi dos<br />
melhores... Já havia sido informada sobre<br />
os predicados do restaurante. Do local<br />
simpático e acolhedor situado na celebre<br />
Orla Bardot. A expectativa era grande...<br />
Mas mesmo assim surpreendeu. O<br />
sucesso da casa mudou para o Rio e hoje<br />
esta instalada na elegante Rua Dias<br />
Ferreira, no Leblon. Já estive por lá um par<br />
de vezes e sempre que chego a cena se<br />
repete: - Estávamos a sua espera! Sandra,<br />
a primeira-dama, a que comanda o salão<br />
para que tudo que perfeito, nos acomoda<br />
na única mesa vazia, pois o lugar é<br />
disputado. Duas utes com champanhe<br />
para um brinde. O cardápio chega junto<br />
c o m u m a p o r ç ã o q u e n t i n h a d e<br />
“mandiopã”, delicadamente temperada,<br />
uma cortesia da casa que adoro e que me<br />
remete à infância... Após uma inspeção<br />
detalhada do que poderia pedir, devolvo o<br />
c a r d á p i o c o m a c o n d i ç ã o d e s e r<br />
surpreendida pelo Chef. Sim, é ele quem<br />
tem o dom e adoro tudo que é feito ali. E<br />
por assim ser, o “menu surprise” é sempre<br />
a minha opção e a vinda de Marcos Sodré à<br />
mesa, me confere a certeza de que sou<br />
sempre muito bem vinda nesta linda casa.<br />
Além de tudo, acho fofa essa história de<br />
casais que dividem uma vida juntos,<br />
incluindo nesta, os projetos prossionais.<br />
20<br />
<strong>Gastronomia</strong> Elegante<br />
Sawasdee - Fotos divulgação<br />
E se você gostou destas dicas e<br />
deseja se associar ao Circuito<br />
Elegante e garantir privilégios,<br />
atendimento personalizado e<br />
pontos, faça seu cadastro no site<br />
utilizando o código “gastro<strong>etc</strong>”. É<br />
gratuito.
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Na trilha da boa mesa lusitana<br />
Um roteiro para aproveitar delícias portuguesas<br />
do além-mar sem sair do Rio de Janeiro<br />
Por Isabelle Lindote<br />
Antiquarius: Com 39 anos recém-completados, o tradicional restaurante<br />
do Leblon mantém a atmosfera aconchegante que reproduz o ambiente<br />
da pousada Santa Luzia, que o dono Carlos Perico mantinha no Alentejo,<br />
em Portugal. O cardápio de clássicos como o arroz de pato e o bacalhau à<br />
portuguesa é praticamente o mesmo há anos - e é exatamente isso que<br />
atrai os clientes éis. Vale perguntar sobre os especiais do dia que não<br />
constam no menu, há sempre boas surpresas. Para começar, os rissoles<br />
de camarão (em Portugal se chamam rissols) são indispensáveis.<br />
Rua Aristides Espínola 19, Leblon - Telefone: 2294-1049.<br />
Foto:Simone Marinho<br />
Antiquarius - Bacalhau à lagareira e Bacalhau Nunca Chega.<br />
Adegão Português: Tanto o enorme espaço em São Cristóvão quanto a<br />
unidade na Barra da Tijuca recebem famílias em busca da culinária típica<br />
portuguesa. Brilham os petiscos com o queijo da Serra da Estrela típico da<br />
terrinha, presente como opção de entrada e no recheio dos pastéis de<br />
fritura sequinha. O longo cardápio pode confundir aos novatos, então a<br />
melhor tática é perguntar a recomendação do garçom. O polvo com arroz<br />
de brócolis é uma aposta segura que nunca decepciona. Os doces feitos na<br />
casa por um confeiteiro exclusivo da rede também não podem car de<br />
fora. Em breve, a rede chegará a uma esquina badalada de Ipanema.<br />
Campo de São Cristovão, 212. Telefone: 2580-7288. Shopping Rio Design<br />
Barra (Av. das Américas 7.777, Barra da Tijuca). Telefone: 2431-2958.<br />
22<br />
<strong>Gastronomia</strong> portuguesa
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Cantinho das Concertinas: o<br />
r e s t a u r a n t e d o p o r t u g u ê s<br />
Carlinhos, no Cadeg, ca lotado<br />
aos sábados, quando promove<br />
uma festa com direito a barracas<br />
de quitutes e muito fado para se<br />
dançar. Mas a qualquer dia é<br />
possível provar seus deliciosos<br />
bolinhos de bacalhau (a massa é<br />
feita pessoalmente por ele desde a<br />
abertura). Para mais iguarias, é<br />
preciso entrar no clima criado pelo<br />
proprietário, nascido na região de<br />
Trás-Os-Montes, é ser mais um a<br />
festejar a tradição lusitana aos<br />
sábados. Como recompensa,<br />
sardinhas, febras de porco e muito<br />
mais.<br />
Cadeg - Rua Capitão Felix 110, rua<br />
16, loja 11, Benca. Telefone:<br />
2580-4326.<br />
Poeira na lata: Dentro da loja de<br />
m ó v e i s Po e i r a , u m e s p a ç o<br />
improvisado oferece pratos e<br />
vinhos portugueses que remetem<br />
à t e r r i n h a , c o m o b a c a l h a u<br />
espiritual e salada de grão de bico<br />
com atum. Uma boa pedida é<br />
comprar enlatados portugueses,<br />
como sardinhas e cavalas, trazidos<br />
pela lusitana Mónica Penaguião,<br />
proprietária da casa.<br />
Rua Dias Ferreira 480, Leblon.<br />
Telefone: 2580-0513.<br />
Casa Cavé: A confeitaria mais<br />
antiga da cidade (de 1860)<br />
também oferece doces brasileiros,<br />
mas em sua maioria são as<br />
doçuras de origem portuguesa que<br />
fazem sucesso. Em 2015, o menu<br />
de pratos ganhou reforço com<br />
sanduíches e refeições que<br />
remetem à história da casa, como<br />
a Francesinha, sanduíche típico<br />
português, da região do Porto.<br />
Entre as fatias de pão, a iguaria<br />
tem lé mignon grelhado com<br />
molho especial de carne, presunto,<br />
queijo e lingüiça, além de batatas<br />
fritas para acompanhar.<br />
Rua Sete de Setembro 133,<br />
Centro. Telefone: 2507-0068.<br />
Confeitaria Colombo: Com 121<br />
anos de existência (e registro vivo<br />
da Belle Époque carioca), a<br />
herança portuguesa divide espaço<br />
com os comensais nos quatro<br />
belíssimos salões da casa. Do<br />
início com praticamente só<br />
funcionários portugueses, se<br />
mantém a tradição de servir bem<br />
dos lhos e parentes que ainda<br />
trabalham por lá. O pastel de nata<br />
é considerado um dos melhores da<br />
cidade (o toque de limão do<br />
recheio e a massa crocante são os<br />
diferenciais).<br />
Rua Gonçalves Dias 32, Centro.<br />
Telefone: 2505-1500.<br />
<strong>Gastronomia</strong> portuguesa 23
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Rancho Português: Portuguesa com certeza, a casa de dois andares na<br />
Lagoa tem cardápio totalmente voltado para as iguarias lusitanas. Com<br />
pouco mais de um ano de Rio (a matriz ca em SP), o espaço conquista<br />
com mais de dez pratos principais com bacalhau, suas porções fartas e<br />
receitas tradicionais, como açorda, favas e doces de fabricação própria (a<br />
siricaia é imperdível).<br />
Rua Maria Quitéria 136, Ipanema. Telefone: 2287-<strong>03</strong>35.<br />
Foto Marcelo Cabral<br />
Rancho Português - Bacalhau à Narciso e Mini Bolinhos de Bacalhau.<br />
24<br />
Da Silva: Se no almoço é o buffet a<br />
quilo que atrai as atenções, à noite<br />
as casas da rede atraem clientes<br />
interessados em pratos com estilo<br />
Antiquarius por um preço mais<br />
acessível. Delícias como a lula a<br />
dorê com molho tártaro de<br />
azeitonas frescas e o camarão a<br />
Zico fazem a alegria dos amantes<br />
da boa mesa. Imperdíveis, as<br />
panelinhas de arrozes são a<br />
melhor aposta para a etapa<br />
principal. Camarão com palmito,<br />
bacalhau e pato são algumas das<br />
opções. As sobremesas a peso são<br />
uma tentação a parte, como o<br />
estrogonofe de nozes.<br />
Avenida Maracanã 987, 3º piso -<br />
Shopping Tijuca. Telefone: 3197-<br />
6671. E mais três endereços:<br />
Botafogo, Centro e Leblon.<br />
<strong>Gastronomia</strong> portuguesa<br />
Eleven: Apesar da origem lisboeta,<br />
o comando do chef alemão<br />
J o a c h i m K o e r p e r l e v a o<br />
restaurante carioca para os<br />
c a m i n h o s d a c o z i n h a<br />
contemporânea. O menu recheado<br />
de frutos do mar, como lagostins,<br />
camarões e peixes frescos, é feito<br />
com esmero em cada detalhe, mas<br />
é o leitãozinho feito em baixa<br />
t e m p e r a t u r a c o m b a t a t a s<br />
contadas e geleia de tomate é o<br />
que nos leva para a terrinha. A<br />
h a r m o n i z a ç ã o a c a r g o d o<br />
sommelier português Jorge Nunes<br />
é uma viagem às vinícolas do<br />
Alentejo e Douro sem sair do<br />
Jardim Botânico.<br />
Rua Frei Leandro, 20, Jardim<br />
Botânico. Telefone: 2226-4586.
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
El Gordo: Com formato bem<br />
diferente dos tradicionais lugares<br />
com comida portuguesa na cidade,<br />
a unidade carioca do gastrobar<br />
(que nasceu em Lisboa e tem lial<br />
em Trancoso, na Bahia) serve<br />
tapas lusitanas. São pratos com<br />
chorizos, alheiras, açordas e<br />
presunto ibérico entre as mais de<br />
cem pedidas do cardápio. O único<br />
porém é o serviço nem sempre<br />
atencioso. Para o almoço de<br />
Páscoa, o restaurateur Nuno<br />
Almeida sugere a maionese fria de<br />
lagosta com passas, para o dia que<br />
promete ser quente, e o pudim de<br />
natas com morango para adoçar.<br />
Av. General San Martin 1219,<br />
Leblon. Telefone: 3079-9581.<br />
Rampinha: Além da comida<br />
portuguesa e farta do extenso<br />
menu, o restaurante é um oásis<br />
em meio do calor da Praça da<br />
Bandeira, um refresco do espaço<br />
tão cheio de cimento e carente de<br />
árvores. Os bolinhos de bacalhau<br />
de casquinha crocante e interior<br />
úmido são feitos com receita<br />
tradicional são fritos no azeite -<br />
preciso dizer mais? Há bacalhau de<br />
t o d a s a s f o r m a s , m a s s ã o<br />
saborosos também os pratos com<br />
carne, como o lé à portuguesa, e<br />
as caças.<br />
Av. Praça da Bandeira, 201.<br />
Telefone: 21 2273-7647.<br />
Gruta de Santo Antonio: Reconhecido<br />
como um dos melhores restaurantes<br />
portugueses do estado, o recanto no<br />
bucólico bairro de Ponta da Areia, em<br />
Niterói, foi aberto no nal da década<br />
de 1970 – e não para de colecionar<br />
prêmios. Ano passado foram dois: o<br />
Traveller's Choice Awards (do<br />
TripAdvisor) e a eleição de melhor<br />
casa de comida portuguesa pela<br />
revista ÉPOCA. Entre os destaques<br />
estão o bacalhau com natas e o<br />
bacalhau à lagareiro com batatas ao<br />
m u r r o , a l é m d e e n t r a d i n h a s<br />
realmente imperdíveis como o pastel<br />
de natas de bacalhau e o camarão à<br />
Bulhão Pato. A maior parte das<br />
receitas é de família e reproduzidas à<br />
perfeição por dona Henriqueta com<br />
sua mãe, originária de Montes<br />
d'Alcobaça, região central de<br />
Portugal.<br />
Rua Silva Jardim, 148 - Centro,<br />
Niterói. Telefone: 2621-5701.<br />
Quinta da Boa Vista: Com garçons e<br />
maîtres vestidos ao estilo da época<br />
do Império, o forte da casa são os<br />
pratos com frutos do mar, como o<br />
camarão a D. Pedro (servido no<br />
abacaxi com arroz de passas) e os<br />
diversos preparos com bacalhau -<br />
inclusive um bom bolinho de entrada.<br />
Uma grande Pata Negra exposta no<br />
meio do salão é um convite ao<br />
deleite.<br />
Rua do Parque s/n, São Cristóvão.<br />
Telefone: 2580-5133.<br />
<strong>Gastronomia</strong> portuguesa 25
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
GASTROHOLIC<br />
Por Kaki Melo<br />
UMA GASTRO-VIAJANTE NO RIO DE JANEIRO<br />
Atenção, apertem seus<br />
garfos em segurança,<br />
vamos embarcar!<br />
Viajar dentro da própria<br />
cidade é um dos prazeres<br />
que o Rio de Janeiro nos<br />
oferece, com maestria. A<br />
união de dois<br />
incontestáveis prazeres<br />
da vida: o de viajar e o<br />
de comer. A Cidade<br />
Maravilhosa permite que<br />
aterrissemos em muitas<br />
escalas, cada uma com<br />
sua cara e diferentes<br />
cores, aromas e sabores.<br />
26<br />
Gastroholic
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Primeira escala: Guaratiba. O<br />
trajeto até lá, por si só, já vale as<br />
milhas acumuladas. Nada melhor<br />
do que ir de carro margeando as<br />
praias do Recreio, da Macumba e<br />
Prainha até a Serra de Grumari -<br />
onde está o primeiro apetitoso pit<br />
stop, o Restaurante Point de<br />
Grumari, bem ao lado do Mirante.<br />
Escolha uma das mesas bem ao<br />
fundo, cujas paredes são a própria<br />
montanha, a Pedra da Serrinha. Vá<br />
de pastel de polvo com caipirinha,<br />
guarnecidos de uma vista des-lumbran-te.<br />
Seguindo para Barra de<br />
Guaratiba, aprecie a Restinga do<br />
Marambaia. Um verdadeiro cartãopostal<br />
formado por canal com<br />
mangue que desemboca embaixo<br />
da ponte, no mar de águas azulturquesa.<br />
Nosso destino é o Marambaia Café.<br />
Um restaurante de dois andares,<br />
lindo de se ver e de comer. Os<br />
c a r a n g u e j o s d a r e g i ã o s ã o<br />
fresquinhos e super bem servidos.<br />
A boa pedida é a moqueca de frutos<br />
do mar. Depois do almoço, suba até<br />
o segundo andar, uma coberturinha<br />
c h a r m o s a c o m l o u n g e e<br />
ombrelones, cenário perfeito para<br />
uma sobremesa e para abrir um<br />
e s p u m a n t e , a p r e c i a n d o u m<br />
camarote privilegiado para o pôrdo-sol.<br />
Tive essa experiência e,<br />
garanto, foi inesquecível. Por<br />
coincidência, o restaurante estava<br />
fazendo um photoshoot das<br />
sobremesas na cobertura, e me<br />
foram gentilmente oferecidas as<br />
guloseimas em questão, para<br />
adoçar a vida.<br />
Marambaia café,<br />
Guaratiba, (foto<br />
acima) moqueca<br />
de frutos do mar<br />
completa.<br />
(Foto pôr-do-sol )<br />
Lounge da<br />
cobertura com<br />
ombrelones, lugar<br />
perfeito para<br />
depois da refeição,<br />
abrir um<br />
espumante e<br />
degustar uma<br />
sobremesa.<br />
Nossa segunda parada, Vargem Grande,<br />
oferece um pólo gastronômico único, com<br />
incontáveis bares e restaurantes. Uma<br />
região super bucólica e romântica, bom<br />
destino para uma pequena fuga a dois. O<br />
Restaurante Quinta parece um sítio com<br />
paisagismo, laguinho de tartarugas, um<br />
simpático chalé para aguardar sua mesa e<br />
um cardápio muito bem elaborado com o<br />
melhor da comida brasileira. Uma pedida<br />
sem erro é o marreco, que vem pururucado<br />
à perfeição. Uma ode ao clichê: de comer<br />
rezando. É tão aconchegante e agradável o<br />
ambiente, que desao o comensal a car<br />
não menos do que três horas conhecendo o<br />
casarão em cada detalhe.<br />
Gastroholic 27
Alguns dos restaurantes da região<br />
transformaram-se em pousadas para<br />
pernoite e pequenas estadias, como o<br />
Don Pascual. O que dizer deste outro<br />
pedacinho do céu? Não temo em armar<br />
ser um dos melhores restaurantes para<br />
curtir a dois na cidade. Seja de dia ou à<br />
noite, a aura remete a um cenário<br />
romântico de conto de fadas para datas<br />
especialíssimas. A agenda do local é<br />
repleta, com piano bar, festival de frutos<br />
do mar, feijoadas...muitos bons motivos<br />
para voltar diversas vezes. O cardápio é<br />
va s t o e m u i t o b e m e x e c u t a d o,<br />
passeando por entradinhas como os<br />
extraordinários cogumelos gigantes<br />
Portobello recheados, e pratos bem<br />
apresentados como massas, risotos,<br />
carnes nobres.<br />
A delícia da vez é andar pelos barquinhos<br />
das Ilhotas do Itanhangá, com destino<br />
aos restaurantes, no início da Barra da<br />
Tijuca. Cada espaço possui um recanto<br />
peculiar, que realmente transporta o<br />
comensal para um novo mundo. A vista<br />
dos restaurantes é guarnecida pelas<br />
águas do canal, seus diversos decks e<br />
pelo balé aquático dos caiaques e jetskis,<br />
além da Pedra da Gávea. Na Ilha da<br />
Coroa, e sua pequena ponte, muitas<br />
casas residenciais transformaram-se em<br />
locais para eventos noturnos com<br />
showzinhos e boas comidinhas para<br />
tapear. A Caza 3 conta com seu clima<br />
havaiano, um sushi bar e os japas<br />
clássicos de sempre, além de uma vasta<br />
programação de shows de bandas locais<br />
com estilos bem ecléticos, desde um<br />
bom rock à surf music de Jack Johnson.<br />
Também na Coroa, a Casa Raja Bra,<br />
quase vizinha, que recebe na cozinha<br />
uns pop-ups gastronômicos, sempre<br />
com novidades.<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Gastroholic<br />
As Ilhas da Gigóia e Ilha Primeira já<br />
p o s s u e m c o m o d i f e r e n c i a l o s<br />
barquinhos, disponíveis para levar<br />
a o s d i v e r s o s b o n s g a r f o s ,<br />
diariamente. Pare seu carro no<br />
Shopping Barra Point e caminhe 50<br />
metros até o cais quase ao lado, de<br />
onde saem os barquinhos com<br />
passagem desde R$ 1,50 rumo aos<br />
menus de respeito. Bons destinos são<br />
o charmoso Restaurante Laguna,<br />
onde atraca uma moqueca goiana<br />
deliciosa em ambiente com estilo. O<br />
Bar do Cícero ganhou meu coração<br />
desde o primeiro dia, com seu deck<br />
extremamente convidativo a uma<br />
cozinha caiçara simples e apetitosa -<br />
como deve ser. Porções super fartas já<br />
abrem o paladar, como trilha fritinha,<br />
pastel de siri gordinhos e bem<br />
recheados - eu e meu caso de amor<br />
com pastel - e camarões a compartir.<br />
Se sobrar espaço para boas garfadas<br />
ainda, se refestele nas moquecas e no<br />
indefectível bobó de camarão.
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Continuando nossa viagem, nossa<br />
última parada. Santa Teresa nos<br />
reserva uma imersão cultural<br />
temperada por história e algumas<br />
das melhores mesas da cidade. As<br />
mansões nababescas viraram reduto<br />
de muitas festas hypadas, com<br />
cardápios de chefs renomados. Um<br />
bom exemplo é a festa periódica<br />
Brasa BBQ, com mote gastronômico.<br />
É uma festa foodie capitaneada por<br />
u m c h u r r a s c o e m g r a n d e s<br />
proporções, dentro de uma mansão<br />
no bairro. O hambúrguer na brasa e a<br />
costelinha são realmente muito bons.<br />
O casarão histórico ca incendiado<br />
por música e gente bonita de bom<br />
paladar.<br />
Na última vez em que estive lá, me<br />
regozijei tanto no banquete, que ao<br />
invés de tomar o caminho de casa,<br />
tomei o caminho da descoberta<br />
inusitada de um pernoite no casarão<br />
germinado vizinho - o Hotel Boutique<br />
Quinta Azul. Varanda, cama com<br />
lençóis de percal, decoração de muito<br />
bom gosto e um café da manhã<br />
delicioso a céu aberto, com vários<br />
tipos de "oeuf a minute", em meio ao<br />
verde exuberante da mata atlântica.<br />
Nos vemos nas próximas jornadas e<br />
garfadas. Até a próxima!<br />
Ainda em Santa Teresa, outros oásis<br />
povoam a cena gastronômica.<br />
Apostas certas são o restaurante<br />
Aprazível com sua deliciosa vista e<br />
cozinha brasileira, além do Térèze,<br />
dentro do Santa Teresa Hotel RJ<br />
MGallery By Sotel. Para os mais<br />
despojados, o Bar do Mineiro nunca<br />
perde sua majestade. O restaurante<br />
Espírito Santa e sua maravilhosa<br />
cozinha da região Norte encantam<br />
c o m o s s a b o r e s e x ó t i c o s d a<br />
Amazônia. Um leque de opções que<br />
agrada aos gostos mais exigentes. O<br />
pirarucu defumado é sensacional,<br />
sempre me cativa a cada mordida.<br />
Ainda há uma carta de vinhos de<br />
respeito. E o que dizer dos peixes,<br />
como tambaqui? Com disposição<br />
para ousar, porque não experimentar<br />
a formiga saúva, com sua textura<br />
crocante e sabor de capim limão? Em<br />
cada prato, uma explosão de<br />
sabores.<br />
Gastroholic<br />
Restaurante Espirito Santa - Pirarucu<br />
defumado recheado com queijo feta e<br />
redução de guaraná<br />
Com espírito<br />
empreendedor, a<br />
gastroholic,<br />
empresária, food<br />
writer, ceramista e<br />
certicada em<br />
jornalismo<br />
gastronômico Kaki<br />
Melo possui duas<br />
paixões: a cozinha<br />
e a escrita.<br />
29
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Matéria-prima de qualidade<br />
é o segredo?<br />
O Pobre Juan nasceu da vontade de<br />
um grupo de amigos em saborear<br />
boas carnes assadas na grelha. Hoje<br />
o g r u p o p o s s u i r e s t a u ra n t e s<br />
presentes em Curitiba-PR, São Paulo,<br />
Barueri-SP, Campinas-SP, Brasília-<br />
DF, Recife-PE e Rio de Janeiro.<br />
A losoa da rede é: cozinha simples<br />
e elegante, e assim como as outras<br />
u n i d a d e s , u t i l i z a s o m e n t e o s<br />
melhores cortes, priorizando os de<br />
maior sabor e maciez. Sua equipe<br />
controla a maneira como os animais<br />
são manejados - desde a seleção dos<br />
g a r r o t e s a t é a m a t u r a ç ã o e<br />
porcionamento das carnes, que<br />
chegam prontas para ser assadas no<br />
restaurante no melhor momento para<br />
o consumo.<br />
Os restaurantes seguem ainda um<br />
rigoroso protocolo de criação de nível<br />
internacional, que especica o<br />
tamanho de cada corte de acordo<br />
com as necessidades gastronômicas.<br />
Uma vez na grelha, todo cuidado é<br />
pouco. Controlar corretamente a<br />
temperatura e o tempo de cozimento<br />
é fundamental no momento de assar<br />
as carnes. Entre os cortes premium<br />
estão o Bife Pobre Juan, Wagyu<br />
Striploin (corte especial do contralé<br />
de gado Wagyu, originário de Kobe,<br />
no Japão), Monumental Prime Rib<br />
(Bife Ancho com osso), Tapa de<br />
Cuadril (corte da parte mais nobre da<br />
picanha), Carré de Javali e de<br />
Cordeiro.<br />
No site www.pobrejuan.com.br você<br />
pode conhecer os endereços de todas<br />
as unidades e um pouco mais sobre<br />
os mais nobres cortes de carne ao<br />
estilo portenho.<br />
30<br />
Pobre Juan
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Inaugurada em dezembro de 2010<br />
em Ipanema, zona sul do Rio de<br />
Janeiro, a Vero Gelato Italiano<br />
chama a atenção de cariocas e<br />
turistas que circulam pelo bairro.<br />
Única sorveteria do país certicada<br />
pela Accademia della Gelateria<br />
Italiana, aposta na qualidade de<br />
seus produtos e na utilização de<br />
ingredientes frescos e naturais<br />
com preparo artesanal. Toda a<br />
p r o d u ç ã o é r e a l i z a d a e m<br />
maquinários trazidos de Bolonha,<br />
cidade que tem tradição na<br />
fabricação de equipamentos e<br />
preparo de sorvetes.<br />
Framboesa com chá de hibisco e tomilho<br />
Foto: Rodrigo Azevedo<br />
Mas não são apenas os clientes<br />
que caem de amores pelos<br />
sorvetes da Vero. Os cachorros dos<br />
c l i e n t e s t a m b é m p r ova m e<br />
aprovam o resultado. Isso porque<br />
Andrea Panzacchi, italiano à frente<br />
da Vero, oferece uma linha de<br />
sorbets sem açúcar em sabores<br />
palatáveis para os bichinhos. “Foi<br />
uma demanda espontânea, os<br />
c l i e n t e s c h e g a va m c o m o s<br />
cachorros e pediam dois copos, um<br />
para eles e um para o cachorro.<br />
Claro que existem restrições,<br />
como os de chocolate, mas os<br />
sorvetes de fruta não levam<br />
corantes nem conservantes, são<br />
apenas fruta e água”, explica<br />
Andrea.<br />
32<br />
Pet Gourmet<br />
Manga com maracujá<br />
Foto: Tomás Rangel<br />
Jabuticaba. Foto: Berg Silva
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
A Vero valoriza o uso de frutas<br />
brasileiras, sempre respeitando a<br />
sazonalidade dos ingredientes.<br />
Dependendo da época é possível<br />
encontrar sabores como goiaba,<br />
tangerina, lichia, jabuticaba, graviola,<br />
umbu, caqui, mangaba, caju com<br />
água de coco, pêssego, melancia,<br />
manga com maracujá, entre muitos<br />
outros. Alguns sabores de fruta são,<br />
inclusive, feitos com matéria-prima<br />
orgânica. Produzidos diariamente no<br />
segundo andar da loja, os sorvetes<br />
não levam nenhum tipo de gordura<br />
vegetal, conservante ou aromatizante<br />
articial.<br />
A Vero Gelato Italiano -<br />
www.gelatovero.com.br - ca na<br />
Rua Visconde de Pirajá, 260 em<br />
Ipanema – Rio de Janeiro, e o<br />
telefone é: (21) 3497-8754.<br />
Nas fotos o cão repórter Astor,<br />
convidado do site Guia Pet Friendly<br />
da Cris Berger, se refrescando na<br />
Vero.<br />
www.guiapetfriendly.com.br<br />
Recentemente Cris Berger lançou<br />
o “Guia Pet Friendly Rio” - o<br />
segundo volume da coleção de<br />
livros do Guia Pet Friendly. Nele, há<br />
40 dicas de bares, cafés, padarias,<br />
hotéis, lojas, restaurantes e áreas<br />
ao ar livre para curtir ao lado do<br />
melhor amigo do homem, há dicas<br />
pelos bairros da Barra da Tijuca,<br />
Leblon, Ipanema, Copacabana,<br />
Humaitá e Jardim Botânico.<br />
Pet Gourmet 33
34<br />
Chocolate em demasia<br />
não faz bem para a saúde<br />
nanceira nem para a<br />
física. Combater o<br />
consumo exacerbado faz<br />
bem em qualquer sentido<br />
e é dever de todos nós,<br />
certo? É válido lembrar<br />
que o sentido da Páscoa é<br />
algo bem mais complexo<br />
e espiritual. O cirurgião<br />
cardiovascular, Doutorado<br />
e Pós-Doutorado em<br />
Ciências da Saúde na<br />
Universidade Federal de<br />
São Paulo, MBA em<br />
Gestão Estratégica de<br />
Clínicas e Hospitais pela<br />
FGV e Coordenador do<br />
Curso de Medicina da<br />
UNILAGO de São José do<br />
Rio Preto – SP, Dr. Edmo<br />
Atique Gabriel, fala quais<br />
são os prós e os contras<br />
do consumo de chocolate<br />
em relação ao coração.
É preciso ter cautela para<br />
armar que o consumo de<br />
chocolate reduz o risco de<br />
doenças cardiovasculares. E,<br />
também, não adianta nada<br />
consumir chocolate com alto<br />
teor de cacau e não manter<br />
uma alimentação balanceada.<br />
O chocolate sozinho não faz<br />
milagres. Mas pode comer um<br />
bom chocolate com moderação<br />
que vai fazer bem para o<br />
coração e para alma.<br />
O chocolate é produzido através<br />
da manteiga de cacau extraída<br />
da amêndoa do fruto e com o<br />
pó obtido com restante que foi<br />
processado. Estes ingredientes<br />
são ricos em ácidos graxos,<br />
ferro, zinco, polifenóis, ômega,<br />
avonoides, entre outras<br />
substâncias que fazem bem à<br />
saúde.<br />
Mas antes de sair devorando um<br />
ovo de páscoa inteiro é<br />
importante levar em conta dois<br />
fatores: a qualidade e a<br />
quantidade.<br />
Alguns chocolates substituem a<br />
manteiga de cacau pela gordura<br />
hidrogenada, além de conter<br />
muito açúcar, leite e baixo teor<br />
de cacau em sua formulação. O<br />
consumo elevado desse tipo de<br />
chocolate com poucos<br />
nutrientes e muita gordura, ao<br />
invés de trazer benefícios ao<br />
coração, pode causar disfunções<br />
como obesidade, diabetes e<br />
dislipidemia. Levando-se em<br />
conta que quanto mais alto for o<br />
teor de cacau mais saudável e<br />
benéco será o chocolate, o<br />
melhor é optar pelas versões<br />
meio-amargo e amargo.<br />
Essas propriedades contidas nos<br />
chocolates são anti-oxidantes,<br />
anti-inamatórias e<br />
termogênicas, o que contribui<br />
para o bom funcionamento do<br />
coração. Por isso, não é à toa<br />
que pesquisas realizadas por<br />
renomadas instituições mundiais<br />
indicam que o chocolate ajuda a<br />
baixar a pressão arterial,<br />
reduzir o colesterol, melhorar a<br />
circulação dos vasos sanguíneos<br />
e pode até diminuir a incidência<br />
de casos de acidente vascular<br />
cerebral (AVC).<br />
Opinião do Especialista 35
|<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Em foco<br />
‘<br />
Quando nalmente decidi pelo<br />
curso de gastronomia no ano<br />
passado, tive muitas dúvidas e<br />
receios, anal, seria uma<br />
mudança brusca de área. Claro<br />
que as diculdades de se<br />
trabalhar numa cozinha e a<br />
dedicação integral dentro dela<br />
eram os maiores problemas, já<br />
que tomaria boa parte do meu<br />
tempo na hora de agendar meus<br />
trabalhos como fotógrafo.<br />
Entretanto, me senti sem<br />
escolha.<br />
’<br />
Tudo teve início há uns dois anos<br />
atrás, quando viajei para Paris<br />
pela primeira vez. Alguns pontos<br />
da cidade me zerem atentar<br />
para coisas sobre as quais eu<br />
nunca tinha parado para pensar.<br />
Assim como na fotograa, a<br />
gastronomia primeiro veio de<br />
forma subconsciente e só depois<br />
se projetou no meu pensamento<br />
consciente. Os bistrôs, o idioma,<br />
o cheiro das fromageries, até<br />
então estranhos antes do<br />
primeiro contato, a beleza das<br />
pâtisseries, tudo fazia algum<br />
sentido naquele momento.<br />
36<br />
Em Foco
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
E foi justo através da fotograa<br />
que pude explorar esses lugares<br />
e com eles as experiências<br />
próprias de cada um, cada gosto,<br />
cada tempero e textura. As<br />
pastas e molhos de Florença, as<br />
l i n g u i ç a s e s a l s i c h a s d o s<br />
cachorros quentes de rua de<br />
Berlin, a paella e frutos do mar de<br />
Barcelona, os queijos e pães de<br />
Paris, e outros sabores de outros<br />
lugares que tive o prazer de<br />
conhecer.<br />
Para quem tem a barba grande e<br />
tem um grande apego a ela sabe<br />
o que é ter que tirá-la, mas lá<br />
e s t a v a e u d e v i d a m e n t e<br />
barbeado, de doma, toquê e<br />
avental pronto para aprender os<br />
mais diversos cortes, com<br />
diversas técnicas e formas, além<br />
de higiene, nutrição e outras<br />
disciplinas bem diferentes dos<br />
cursos habituais. Hoje, no<br />
segundo semestre do curso do<br />
renomado chef francês Alain<br />
Ducasse, me divido entre as<br />
aulas, as monitorias e, claro,<br />
também a fotograa, que me<br />
proporciona essa realização.<br />
Fotógrafo formado pelo Atelie da Imagem<br />
e apaixonado pela moda, Jeff Porto tem<br />
se dividido entre a fotograa e a escola de<br />
gastronomia que tem sido um grande e<br />
delicioso desao!<br />
Em Foco 37
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
<strong>Gastronomia</strong> de rua<br />
Por André Guimarães<br />
Duvido que muitos não saibam o que<br />
quer dizer esse termo. A gastronomia<br />
de rua não vem de agora, ela sempre<br />
esteve presente no nosso dia a dia, e<br />
com certeza você j á deve ter<br />
experimentado na sua cidade ou em<br />
outro país.<br />
Nos tempos atuais, com o surgimento<br />
dos food trucks, food bikes, e ans,<br />
vimos a gourmetização do hambúrguer<br />
e dos sanduíches, que abriu caminhos<br />
para ótimos eventos em espaços<br />
públicos ou particulares, inserindo<br />
pratos de outros países ou de<br />
restaurantes renomados ao alcance de<br />
todos, proporcionando a uma pessoa<br />
que demoraria a experimentar um<br />
ceviche, um pato ao molho de tucupi,<br />
comida japonesa, entre outros, a<br />
chance de fazê-lo.<br />
Antigamente em Roma, as pessoas que<br />
compravam comida pronta na rua o<br />
faziam porque não tinham cozinha em<br />
casa, e com isso tinham que ir a<br />
quitandas de rua para se alimentarem.<br />
O primeiro food truck (ou seria food<br />
cart?) a surgir foi nos idos de 1872 nos<br />
E s t a d o s U n i d o s , n a c i d a d e d e<br />
Providence. O dono, Sr. Walter Scott,<br />
viu uma oportunidade ao perceber que<br />
os trabalhadores de uma fábrica<br />
precisavam de uma comida rápida e<br />
barata para voltar logo ao trabalho. Ele<br />
então fabricou e criou um carrinho e<br />
começou a fazer sanduiches, e aí<br />
estava o primeiro food cart (ou seria<br />
food truck?).<br />
Mas os famosos food trucks só<br />
começaram a se revolucionar de vez<br />
em 2008, nos EUA, com a crise<br />
americana, pois antes tinham o<br />
estigma de comida de baixa<br />
qualidade, tal como aqui no Brasil.<br />
Com a crise, muitos restaurantes<br />
fecharam suas portas, e chefs sem<br />
opção mas com algum capital para<br />
aplicar, montaram os food trucks,<br />
l e v a r a m s u a e x p e r t i s e e a<br />
diversidade de seus produtos para a<br />
rua, e melhoraram a qualidade dos<br />
mesmos.<br />
Logo esse estilo chegou ao Brasil,<br />
aportando diretamente na cidade<br />
de São Paulo, e nos anos seguintes<br />
foram se espalhando para todo o<br />
Brasil, formando associações e<br />
trazendo os mais diferentes sabores<br />
para todos poderem experimentar.<br />
Várias marcas também zeram<br />
seus food trucks como um modo de<br />
se aproximar do seu público, e<br />
também restaurantes renomados<br />
estão saindo dos seus locais xos e<br />
levando seu sabor a vários pontos.<br />
Tendo em vista esse crescimento<br />
exponencial, conversamos com <strong>03</strong><br />
chefs da gastronomia de rua, que<br />
falaram um pouco mais dessa<br />
vertente que chegou ao Brasil. São<br />
eles Giancarlo Junyent, do Bubba´s<br />
Burguer; Marcele Marques do<br />
Nóstos Bar, e Raphael Fiori do Big<br />
Daddy´s.<br />
38<br />
<strong>Gastronomia</strong> de rua
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Como a gastronomia entrou na vida de vocês?<br />
..........<br />
Giancarlo Junyent - Bubba’s Burger<br />
Desde criança acompanhei meus<br />
pais em jornadas intensas de<br />
trabalho em seus restaurantes.<br />
Comecei a trabalhar na cozinha<br />
antes mesmo de começar a minha<br />
graduação em gastronomia. Me<br />
formei e prossegui no restaurante<br />
da minha família, o La Botticella,<br />
até o momento. Hoje, me divido<br />
entre o restaurante italiano, La<br />
Botticella, a cozinha do Bubba's<br />
Burger e a gastronomia de rua.<br />
Raphael Fiori - Big Daddy’s<br />
A gastronomia entrou na<br />
minha vida digamos que<br />
por um acaso. Me mudei<br />
para os EUA em 1999 com<br />
a intenção de ser Dj, isso<br />
era um sonho, mas a<br />
realidade era de que eu<br />
precisava de dinheiro e um<br />
restaurante precisava de<br />
dishwasher (lavador de<br />
pratos). Dai em diante foi<br />
abraçar oportunidades,<br />
estudar e batalhar para<br />
crescer.<br />
Marcele Marques - Nóstos Bar<br />
Desde criança sempre gostei de estar na<br />
cozinha, minha mãe me fazia comer,<br />
sentada sobre a pia, lavando louça. Tive<br />
uma pessoa próxima que tinha um<br />
restaurante e lá descobri que cava<br />
muito feliz, em receber as pessoas, lidar<br />
com o público, o ato de servir sempre me<br />
fez bem. Há um ano pedi para sair do<br />
trabalho, para colocar em prática, o que<br />
eu sempre quis, mas sempre tive receio<br />
de montar um negócio no ramo<br />
gastronômico.<br />
<strong>Gastronomia</strong> de rua 39
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Porque comida de rua e não um restaurante ou um bistrô?<br />
Marcele Marques - Nóstos Bar<br />
Devido o investimento<br />
ser mais baixo, e poder<br />
estar presente com<br />
meu restaurante em<br />
diferentes lugares e<br />
atendendo a diversas<br />
pessoas.<br />
Giancarlo Junyent - Bubba’s Burger<br />
A gastronomia de rua é um movimento em<br />
constante crescimento no mercado. Gosto<br />
da oportunidade de cozinhar em lugares<br />
diferentes e principalmente do contato<br />
com o cliente. É uma chance de unir<br />
comidas de alta qualidade a bons preços.<br />
..........<br />
Raphael Fiori - Big Daddy’s<br />
Eu passei 10 anos dentro<br />
de churrascarias nos EUA<br />
e 3 anos em cozinha do<br />
centro da cidade do RJ,<br />
eram horas de trabalho.<br />
Isso fazia com que eu<br />
p e r d e s s e m o m e n t o s<br />
i m p o r t a n t e s c o m o o<br />
crescimento do meu lho.<br />
Vir para a rua foi a<br />
oportunidade de fazer o<br />
que eu amo junto de quem<br />
eu mais amo. Ter tempo para ele é estar com a alma tranquila.<br />
40<br />
<strong>Gastronomia</strong> de rua
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
O que mudou no mercado de<br />
comida de rua?<br />
Giancarlo Junyent - Bubba's Burger:<br />
Vejo um forte amadurecimento<br />
desse tipo de serviço. Podemos<br />
notar uma inuência positiva em<br />
relação à qualidade dos serviços de<br />
rua, onde encontramos pratos com<br />
personalidade e ótimo atendimento<br />
a um preço justo. Vemos produtores<br />
de eventos se preocupando mais<br />
com a infraestrutura também.<br />
Marcele Marques - Nóstos Bar:<br />
Antes só tinham os conhecidos<br />
"podrões", comida simples. Com a<br />
chegada do Food truck, se tem uma<br />
comida mais elaborada, com<br />
i n g r e d i e n t e s s e l e c i o n a d o s e<br />
seguindo todos os padrões de<br />
higiene que a vigilância solicita.<br />
Raphael Fiori - Big Daddy's:<br />
Antigamente tinha-se os "podrões",<br />
carrocinha do cachorro-quente e do<br />
egg cheeseburguer. Hoje são<br />
Trucks, caminhões enormes com<br />
uma infraestrutura completa, com<br />
sanduíches e pratos que foram<br />
gourmetizados e que ganharam<br />
nomes enormes e complexos atrás<br />
do glamour da comida gourmet.<br />
Com isso ganhamos visibilidade e<br />
um leque enorme de opções tanto<br />
gastronômicas quanto culturais.<br />
Tendo os exemplos de longa data e<br />
sucesso de cidades como NYC e Londres,<br />
inclusive fazendo parte da cultura e dos<br />
roteiros de viagens, como vocês veem<br />
essa nova tendência no Brasil e quais<br />
são suas apostas para o futuro?<br />
Raphael Fiori - Big Daddy's: Olha,<br />
apostar nos próximos anos do jeito que<br />
nosso País anda está meio difícil, mas eu<br />
acredito que os "truckeiros" estão<br />
fazendo bem seu papel. As cidades<br />
estão cada vez mais aceitando a nossa<br />
proposta de comida de rua, e muitas<br />
dessas cidades estão junto a suas<br />
prefeituras, apoiando a ideia de<br />
regulamentação. Acredito que não<br />
somos só uma tendência ou moda, mas<br />
que viemos para car.<br />
Giancarlo Junyent - Bubba's Burger: Em<br />
5 anos, eu vejo que a tendência estará<br />
espalhada por todo o brasil. Apesar da<br />
crise econômica que estamos vivendo,<br />
podemos perceber forte crescimento no<br />
número de pessoas que vêm arriscando<br />
no mundo da gastronomia. O ramo está<br />
cada vez mais competitivo.<br />
Marcele Marques - Nóstos Bar: Ainda o<br />
vejo como promissor e espero muito que<br />
se torne um caso de sucesso no RJ e em<br />
outras cidades. A ACASO (associação de<br />
comida de rua) está trabalhando para<br />
que a Rua seja uma realidade para os<br />
trucks. Hoje a maioria dos trucks<br />
dependem dos eventos particulares que<br />
ocorrem na cidade para se manterem.<br />
No futuro próximo espero que todos os<br />
truckeiros estejam vivendo da rua e a<br />
Secretaria de Turismo coloque os trucks<br />
no roteiro gastronômico/cultural da<br />
cidade do Rio de Janeiro.<br />
<strong>Gastronomia</strong> de rua 41
DIA 21 DE ABRIL ESSA PÁGINA SERÁ ATUALIZADA.<br />
ENQUANTO A DATA NÃO CHEGA, ACESSE<br />
GASTRONOMIAETC.COM PARA MATAR SUA FOME<br />
DE NOTÍCIAS GASTRONÔMICAS.<br />
42
DIA 21 DE MAIO ESSA PÁGINA SERÁ ATUALIZADA.<br />
ENQUANTO A DATA NÃO CHEGA, ACESSE<br />
GASTRONOMIAETC.COM PARA MATAR SUA FOME<br />
DE NOTÍCIAS GASTRONÔMICAS.<br />
43
Entre Letras e Panelas<br />
Por Isabelle Lindote<br />
Por Isabelle Lindote<br />
Mais Rio por menos: movimento por uma cidade mais justa<br />
Nos restaurantes, nos bares, nos<br />
quiosques da praia e até na<br />
comida de rua, os preços no Rio<br />
de Janeiro alcançaram cifras tão<br />
desconcertantes que zeram com<br />
que o movimento #riosurreal<br />
tomasse as redes sociais. Páginas<br />
no Facebook e pers no Twitter<br />
deram força às postagens<br />
indignadas, que foram parar<br />
também nos textos jornalísticos.<br />
Em foco, denúncias de cobranças<br />
abusivas e divulgação de locais<br />
que praticam preços extorsivos. A<br />
p a r t i r d e s t a i d e i a f o i q u e<br />
resolvemos, Kaki Melo e eu,<br />
fomentar um movimento que<br />
busque mostrar ações, preços e<br />
eventos na contramão desta<br />
onda, o que ajuda a movimentar a<br />
economia. Assim nasceu o<br />
#maisriopormenos, que já tem<br />
um perl no Instagram e um<br />
página recém-criada no Facebook<br />
como forma de divulgar as boas<br />
iniciativas pela cidade.<br />
Alta do dólar, queda na Bolsa de<br />
Valores, inação. Mesmo antes da<br />
crise econômica brasileira ser<br />
deagrada, todos nós já sentíamos<br />
no bolso o impacto nos preços de<br />
produtos, bens e serviços, em<br />
especial aos relacionados à<br />
alimentação. Começou com o<br />
tomate, passou para a cebola, aí<br />
vieram as chuvas que devastaram<br />
as plantações, o aumento da luz, a<br />
falta de água... e por aí vai. Mas<br />
acreditamos que pessimismo só<br />
leva a mais problemas: reclamar é<br />
importante, anal temos que lutar<br />
por nossos direitos, mas também é<br />
preciso apoiar quem busca<br />
alternativas mesmo diante de<br />
aluguéis caros, insumos com<br />
preços em alta e a onda gourmet<br />
que nem sempre deixa justa a<br />
conta nal de certos produtos.<br />
44<br />
Entre Letras e Panelas
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
A ideia é simples: fomentar o debate<br />
entre produtores, donos de restaurantes,<br />
estudiosos e consumidores, a m de que<br />
todos juntos possamos buscar uma<br />
maneira de sair da crise e ter de volta<br />
nosso poder de compra. No Instagram, é<br />
possível divulgar a hashtag para que os<br />
amigos saibam que ali há bons preços. No<br />
Facebook, compartilhar publicações de<br />
espaços com cardápios especiais ou<br />
mesmo casas que praticam valores justos<br />
como losoa, é o melhor serviço para<br />
continuarmos consumindo sem precisar<br />
penhorar um rim.<br />
ideias para que consigamos<br />
terminar o ano de maneira mais<br />
leve e sem detonar o bolso. Anal,<br />
se há algo que todos precisamos<br />
fazer é comer.<br />
Siga, informe-se e compartilhe<br />
também conosco: Instagram e<br />
Facebook @maisriopormenos.<br />
O próximo passo é buscar parcerias, levar<br />
o movimento para as ruas e mexer com<br />
quem ainda não aderiu. Festivais<br />
gastronômicos, feiras de rua e encontros<br />
para discussões práticas são algumas das<br />
Entre Letras e Panelas<br />
45
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
AMBIENTE<br />
GOURMET<br />
Por Fabrícia Perrotta<br />
Varanda Gourmet!<br />
C a d a v e z m a i s b o n i t a s e b e m<br />
equipadas, as varandas estão brilhando<br />
tanto quanto as cozinhas, nos pequenos<br />
e grandes apartamentos. São espaços<br />
mais do que necessários, sem contar<br />
com a praticidade de ter em casa um<br />
ambiente que une várias coisas boas<br />
como o conforto que encontramos em<br />
uma sala de estar ou um home Theater,<br />
com um pedacinho da cozinha prática.<br />
Mostrando que é possível unir o bem<br />
estar e a gastronomia, sendo ideal para<br />
reunir os amigos para um churrasco,<br />
mas de um modo mais harmonioso uma<br />
vez que o espaço não permite uma big<br />
festa, e sim uma reunião mais íntima e<br />
elegante.<br />
Falando em churrasqueira, existem<br />
alternativas que exigem menos trabalho<br />
de instalação e ocupam pouco espaço no<br />
ambiente. O modelo elétrico é uma destas<br />
opções práticas e funcionais, pois não faz<br />
fumaça e necessita apenas de uma<br />
tomada por perto. Outra alternativa é<br />
investir no cooktop que dispensa a<br />
tradicional construção de alvenaria ao<br />
instalar o produto em bancadas com<br />
tampo de granito, por exemplo.<br />
Uma coisa importante é a escolha do<br />
mobiliário, Varandas abertas devem<br />
r e c e b e r m ó v e i s c o m e s t o f a d o s<br />
impermeabilizados, peças com estrutura<br />
de acrílico ou alumínio e pisos de fácil<br />
limpeza, para ser possível enfrentar as<br />
intempéries sem grandes desgastes.<br />
Além disso, itens como bancos, pufes e<br />
b a n c a d a s d e a p o i o s ã o ó t i m a s<br />
alternativas para aproveitar ao máximo a<br />
área disponível.<br />
O importante é que seja um ambiente<br />
confortável e autêntico.<br />
Se gostaram mãos à obra e m de papo!<br />
Elas devem combinar com o restante da<br />
decoração, pois estão inseridas no<br />
contexto geral dos apartamentos, mas<br />
podem ganhar bastante personalidade<br />
com o uso de acabamentos como<br />
p e d r a s , m a d e i r a s e a t é b e l o s<br />
paisagismos usando jardins verticais,<br />
além de pequenas hortas, mas se<br />
estiver equipado com churrasqueira<br />
tudo ca ainda mais completo. Alguns<br />
apartamentos já contam com a<br />
infraestrutura básica, mas caso o seu<br />
não tenha, será preciso instalar pontos<br />
elétricos e hidráulicos próximos à<br />
bancada de apoio.<br />
46<br />
Ambiente Gourmet
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Buffet & Catering<br />
Que tal um bufê com comidinhas que<br />
combinam sabor e saúde? É assim o<br />
Das Danis Buffet, lançado há seis<br />
meses pelas amigas de longa data,<br />
Daniela Almeida e Daniela Sepulveda.<br />
No cardápio, nada de frituras,<br />
enlatados ou industrializados, a dupla<br />
foca em receitas homemade e<br />
saudáveis, feitas com produtos<br />
prioritariamente orgânicos e frescos.<br />
Outro diferencial é que o menu é<br />
personalizado de acordo com o gosto<br />
do cliente. As delícias vão desde<br />
entradinhas, como a coxinha de<br />
batata doce recheada de frango<br />
orgânico e assada com linhaça<br />
dourada, até deliciosos pratos como o<br />
bobó de camarão com abóbora que<br />
substitui o aipim e sobremesas como<br />
a mousse de manga com gojiberry. E<br />
o melhor, o cardápio do bufê ainda<br />
tem uma losoa sustentável, por<br />
isso todos os produtos descartáveis<br />
são biodegradáveis, em que os<br />
talheres e pratos são feitos de palha<br />
de bambu bagaço de cana, e os copos<br />
são de mandioca. Dicas imperdíveis<br />
para festas infantis, piqueniques,<br />
aniversários e eventos corporativos!<br />
Como encontrar?<br />
www.dasdanisbuffet.com.br<br />
contato@dasdanisbuffet.com.br<br />
Telefone: (21) 99928-3999<br />
Fotos.: Tómas Rangel<br />
48<br />
Buffet & Catering
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
mesa carioca<br />
Foto: Rodrigo Azevedo<br />
Por Nina Fernández<br />
mesacarioca.com.br<br />
Foto: Jeff Porto<br />
A Casa Carandaí é, sem dúvida, o meu<br />
lugar preferido no Rio de Janeiro. Faço<br />
tanta propaganda que deveria ganhar<br />
um desconto mensal nas minhas<br />
compras Fico ansiosa pelo m de<br />
semana, é garantia que irei me deliciar<br />
por lá.<br />
Na casinha mais charmosa da Lopes<br />
Quintas me permito perder o controle,<br />
são queijos, azeites, vinhos, frios, pães,<br />
produtos da casa e temperos que só<br />
encontro lá. Não bastasse todas essas<br />
perdições a deli ainda se prepara para<br />
ocasiões especiais, neste momento a<br />
Páscoa.<br />
Esse ano fecharam uma superparceria<br />
com a Beth Chocolates, que produziu<br />
fofos e deliciosos ovos para venda<br />
exclusiva na Casa Carandaí. As<br />
novidades são “Ovo Jardim”, decorado<br />
com ores e folhas pintadas a mão; “Toca<br />
de Pinguins” que vem com os bichinhos<br />
em 3D e pintados à mão; o “Ovo<br />
Cadeado”, com aplique de cadeado com a<br />
chave do amor; e ainda o Ovo Snoopy,<br />
inspirado no personagem, é coberto com<br />
miçangas de chocolate, recheado com<br />
ovinhos e com um fofíssimo Snoopy de<br />
chocolate branco em 3D.<br />
50<br />
Mesa Carioca<br />
Por lá vocês podem encontrar<br />
ainda os chocolates ovos da<br />
premiada marca curitibana Cuore<br />
di Cacao. Feita com cacau de<br />
fazendas da Bahia, a caixa<br />
Origens do Brasil contém três<br />
ovos de chocolate com diferentes<br />
concentrações de chocolate: ao<br />
leite, com 42%; amargo, com<br />
70%; e ainda o grué, com 70%<br />
cacau e pedacinhos crocantes de<br />
amêndoa de cacau.<br />
Como faz parte da minha rotina,<br />
sábado de manhã estarei por lá.<br />
Aproveite para dar uma paradinha<br />
na geladeira de queijos e na<br />
padaria. Nada melhor que uma<br />
baguete fresca, um queijo<br />
cremoso, um bom (e em conta)<br />
rótulo de vinho e para fechar um<br />
chocolate especial.<br />
Ahh sábado, chega logo!<br />
Casa Carandaí<br />
Rua Lopes Quintas, 165 – Jardim<br />
Botânico - RJ<br />
Telefone.: (21) 3114-0179<br />
www.casacarandai.com.br
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
curiosidades<br />
Picolé<br />
O jovem Frank Epperson deixou um copo de<br />
refrigerante em sua varanda em San<br />
Francisco com uma colher para mexer. Na<br />
manhã seguinte, a bebida tinha congelado<br />
e, quando ele puxou a colher, a bebida veio<br />
com ele. Em 1924, ele solicitou uma patente<br />
para sua nova descoberta.<br />
Cookie<br />
O biscoito de gotas de chocolate foi<br />
feito primeiramente por Ruth<br />
Wakeeld, que um dia, em seu<br />
preparo, acabou o chocolate que<br />
ela utilizava para fazer seus<br />
biscoitos, então ela quebrou uma<br />
barra de chocolate meio amargo e<br />
acrescentou na massa esperando<br />
que tudo se fundisse. Mas as peças<br />
permaneceram intactas: o que<br />
resultou um biscoito com pedaços<br />
de chocolate, e assim que o cookie<br />
de chocolate nasceu.<br />
52
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Fettucine Alfredo<br />
Tudo começou com Alfredo Di Lelio, chef do<br />
restaurante popular Alfredo em Roma. Ele<br />
inventou esse prato para sua esposa grávida com<br />
o objetivo de lhe dar forças.<br />
Preparou um molho com creme, manteiga e queijo<br />
parmesão e então adicionou o fettucine.<br />
Buonoooo! Ficou popular nos Estados Unidos<br />
quando o casal Douglas Fairbanks e Mary Pickford<br />
experimentaram a receita do Restaurante Alfredo<br />
em sua lua de mel em Roma.<br />
Curiosidadades<br />
53
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Mitos e Verdades sobre o preparo de um bom hambúrguer<br />
O hambúrguer é uma das receitas<br />
mais reproduzidas em todo mundo.<br />
Seja fast Food ou slow Food, servido<br />
na versão mini ou na tradicional, é<br />
uma opção de lanche para todas as<br />
horas. Mas, qual a proporção ideal<br />
entre carne e gordura? É verdade que<br />
usar carne de segunda faz o lanche<br />
car mais gostoso? E se eu não tenho<br />
chapa em casa, posso fazer na<br />
frigideira?<br />
O chef Renato Consollaro faz dezenas<br />
de hambúrgueres diariamente para<br />
abastecer o Food truck Quitinete na<br />
Rua e dá algumas dicas para<br />
transformar um simples hambúrguer<br />
caseiro em um lanche digno de<br />
hamburgueria gourmet.<br />
54<br />
Mitos e Verdades
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Carne e gordura na medida certa!<br />
A gordura vai conferir suculência e<br />
mais sabor à carne. Mas é preciso<br />
ter cuidado para não fazer<br />
hambúrgueres muito pesados, por<br />
isso, saiba que a proporção de<br />
gordura está relacionada ao ponto<br />
de cocção que será servida a carne<br />
(bem passado, ao ponto, mau<br />
passado). O ideal é partir de cortes<br />
magros como base e acrescentar<br />
corte com mais gordura. Se o<br />
hambúrguer for servido entre<br />
p o n t o m a u a t é a o p o n t o<br />
(vermelhinha por dentro), a<br />
proporção de 70% de carne e 30%<br />
gordura será ideal. Se for servido<br />
bem passado, o ideal é 60% para<br />
40%.<br />
Carne de primeira x carne de<br />
Segunda<br />
Usar cortes caros para fazer<br />
hambúrgueres não é uma boa<br />
opção e sim desperdício de<br />
dinheiro. Corte provenientes dos<br />
músculos que trabalham bastante<br />
como acém e paleta tem bastante<br />
mioglobina, que confere o sabor<br />
acentuado de “carne” e cor<br />
vermelha intensa. Cada corte terá<br />
seu sabor e textura e podem ser<br />
combinados ao gosto de cada um.<br />
Chapa quente<br />
A superfície do hambúrguer começa a<br />
dourar a partir de 121ºC. No calor da<br />
chapa, grelha ou frigideira, a proteína<br />
e açúcares do alimento reagem entre<br />
si formando uma estrutura instável<br />
que se transforma e centenas de<br />
compostos de sabor que faz a carne<br />
car mais saborosa, caramelizada e<br />
dourada. Quanto maior o calor, mais<br />
intensa será a reação que carameliza<br />
e mais complexo será o sabor.<br />
Tempere a carne no momento certo<br />
Não importa quanto cuidadoso você<br />
seja escolhendo o seu blend, sem sal<br />
e pimenta fresca seu hambúrguer<br />
nunca cará bom o suciente. Nunca<br />
salgue a carne antes do disco de<br />
hambúrguer estar feito. O sal reage<br />
c o m a p r o t e í n a d o m ú s c u l o ,<br />
dissolvendo-a e deixando a carne com<br />
textura pesada e sem suculência.<br />
Salgue a carne por igual, segundos<br />
antes de ir para o fogo.<br />
Truques nais<br />
Se possível, grelhe seu hambúrguer<br />
em chapas, panelas de ferro ou inox.<br />
O ideal seria usar grelha e carvão,<br />
pois trazem um sabor defumado extra<br />
à carne.<br />
Não manipule, ou amasse muito a carne moída. Isso faz com que<br />
as moléculas de proteína e gordura se misturem, deixando o<br />
hambúrguer compacto e duro, perdendo maciez e suculência.<br />
Mitos e Verdades 55
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Saindo da rotina<br />
Já ouviu falar no arroz vermelho? E arroz preto?<br />
Arroz selvagem? Vamos sair da rotina então?<br />
Apesar de o arroz branco ser o mais tradicional e<br />
conhecido no Brasil, existem diferentes tipos de<br />
arrozes. Conheça alguns deles:<br />
Arroz Basmati é muito utilizado na<br />
cozinha indiana, tem um delicioso<br />
aroma e o sabor suave de nozes. Sua<br />
forma na e alongada deixa a receita<br />
ainda mais atraente e deliciada. Para<br />
reforçar ainda mais o sabor do arroz,<br />
no momento de refogar a dica é<br />
adicionar especiarias como: canela em<br />
pau, pimentas secas, sementes de<br />
mostarda ou cravos da Índia.<br />
56
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
O arroz preto não tem apenas a aparência e sabor como diferenciais, mas<br />
também traz benefícios à saúde. Este tipo de arroz é rico em avonoides,<br />
composto antioxidante, e também tem 20% a mais de proteína e 30% a<br />
mais de bra que o arroz integral.<br />
..........<br />
Já o arroz selvagem pode ser usado como base para saladas, misturado a<br />
ervas aromáticas, castanhas trituras e frutas secas. Seu o grão encanta pela<br />
aparência, aroma e sabor diferenciado. Com seu delicado sabor de nozes, o<br />
arroz de formato exótico é indicado entre os chefs de cozinha para<br />
incrementar e sosticar receitas. Além disso, é rico em magnésio, fósforo e<br />
folacina e ainda vitaminas do complexo B.<br />
..........<br />
Saindo da rotina 57
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
O grão do arroz Carnaroli é ideal para a preparação de risotos ou<br />
acompanhar paellas, sopas e diversas sobremesas. Além de liberar uma<br />
pequena porção de amido durante o cozimento, o Arroz italiano tem grãos<br />
largos e grandes que absorvem muito mais água e o sabor dos temperos,<br />
deixando a receita cremosa e soltinha, com textura amanteigada.<br />
..........<br />
58<br />
..........<br />
O grão do Arroz Vermelho tem<br />
textura rme e é repleto de bras,<br />
proteínas, vitaminas e sais minerais.<br />
Além de ser uma ótima opção para<br />
acompanhar carnes vermelhas ou<br />
frutos do mar, seu sabor amendoado<br />
e aspecto diferenciado fazem a<br />
diferença.<br />
Saindo da rotina<br />
Famoso por acompanhar pratos<br />
apimentados e frutos do mar, o Arroz<br />
do tipo Jasmine, é mais delicado do<br />
que os demais arrozes. O aroma<br />
pode car muito mais perfumado e<br />
saboroso, juntando um pau de<br />
canela ou pedaço de gengibre à agua<br />
do cozimento do arroz.<br />
..........
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Para viagem,<br />
por favor.<br />
Ana Catarina Portugal, lósofa e mestre em história da arte, e Declev<br />
Reynier, biólogo e fotógrafo, mantém o blog Turista Prossional com<br />
dicas dos mais de 45 países pelos quais já passaram.<br />
Você pensa que no Japão só se come<br />
peixe cru? Ou que nos Estados Unidos só<br />
existe a opção dos fast foods? Ou, ainda,<br />
que em Portugal só tem bacalhau; na<br />
Itália, pizza; e, na Argentina, o churrasco?<br />
Bom, temos a satisfação de dizer que você<br />
está gastronomicamente enganado! A<br />
variedade de experiências alimentícias que<br />
se pode ter nesses e em outros lugares do<br />
mundo vai bem além do que o senso<br />
comum nos diz.<br />
Experimentar diversos e novos paladares,<br />
cores, cheiros, sensações é uma das<br />
melhores maneiras de conhecer o mundo!<br />
Nós somos um casal que já passou por<br />
mais de 45 países e que adora<br />
experimentar novos sabores, então, foi<br />
com imenso prazer que aceitamos o<br />
delicioso desao de escrever esta coluna<br />
de viagem e gastronomia.<br />
A ideia aqui é dar dicas<br />
gastronômicas dos países,<br />
regiões, cidades que visitamos,<br />
mas não apenas indicando<br />
restaurantes, por exemplo.<br />
Queremos fazer vocês passearem<br />
pelo mundo através das comidas.<br />
Anal, tudo o que envolve a<br />
gastronomia – os ingredientes, as<br />
formas de prepará-los, as<br />
misturas, a busca por realçar os<br />
sabores – é parte integrante da<br />
formação de um povo e de sua<br />
identidade.<br />
Então, a cada coluna<br />
apresentaremos um lugar<br />
diferente e os hábitos alimentares<br />
de seu povo, mostrando um pouco<br />
da culinária local, mas, ao mesmo<br />
tempo, tentando fugir do senso<br />
comum. A ideia é mostrar um<br />
pouco do que nós mesmos<br />
pudemos degustar e aprender. E,<br />
neste contexto, vamos apresentar<br />
um pouco dos costumes locais e<br />
contaremos um pouco do que<br />
vimos, vivemos e sentimos por lá.<br />
60<br />
Para viagem, por favor.<br />
Esperamos que vocês possam<br />
curtir conosco esta saborosa<br />
viagem que é, literalmente,<br />
interminável! Prontos pra<br />
começarem a degustar?
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
SABORES<br />
Cartola Beijupirá: Banana grelhada e gratinada com<br />
queijo manteiga, açúcar e canela. Foto: Naira Amorelli.<br />
Um dos melhores restaurantes de<br />
cozinha brasileira agora possui dois<br />
endereços na Cidade Maravilhosa.<br />
Depois do sucesso do Restaurante<br />
Mauá, no terraço do MAR (Museu de<br />
Arte do Rio), é a vez da zona sul<br />
receber a gastronomia nacional com<br />
toques sosticados. A casa mantém a<br />
originalidade do Chef Marcones com os<br />
saborosos pratos regionais, provando<br />
que a nossa culinária é magníca.<br />
Além das mais saborosas criações do<br />
Chef como os bolinhos de carne-seca<br />
com chutney de abóbora, nhoque de<br />
milho gratinado com queijo da Serra da<br />
Canastra, pirarucu em crosta de<br />
camarão seco e castanha-do-pará,<br />
escoltado por espinafre sauté e molho<br />
62<br />
Sabores<br />
de tucupi, mexidão de mignon ao sol<br />
com feijão-verde, coalho, couve, ovo<br />
e alho crocante e a deliciosa Cartola<br />
Beijupirá, banana grelhada e<br />
gratinada com queijo manteiga,<br />
açúcar e canela, a casa possui<br />
decoração sóbria, aconchegante e<br />
cores alegres em um lindo painel do<br />
artista plástico Smael.<br />
Para tornar a refeição ainda mais<br />
especial, a trilha sonora com o melhor<br />
d a m ú s i c a b ra s i l e i ra c o r o a o<br />
momento.<br />
Mauá –Complexo Lagoon<br />
Avenida Borges de Medeiros, 1424 –<br />
Lagoa – Rio de Janeiro<br />
Telefone: (21) 2239-0881
No Restaurante Hollandaise, que<br />
ca na Barra da Tijuca, tivemos<br />
uma experiência além do sabor. O<br />
ambiente decorado com peças de<br />
antiquários e garimpados em<br />
viagens dos sócios da casa<br />
complementaram a atmosfera de<br />
aconchego e informalidade.<br />
Nas entradinhas, fomos direto nos<br />
M i n i c r o q u e t e s d e c a r n e<br />
extremamente crocantes com<br />
recheio de carne e temperos<br />
e s p e c i a i s e u m a s a b o r o s a<br />
mostarda escura. Obviamente,<br />
não dispensamos as apetitosas<br />
batatas fritas à moda Hollandaise,<br />
batatas fritas com alho, salsinha,<br />
p á p r i c a e b a c o n c r o c a n t e ,<br />
servidas de modo especial com<br />
molho cheddar e curry Gewurz.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
A dúvida seguinte foi cruel,<br />
escolher entre a costelinha de<br />
porco glaceada ao barbecue,<br />
suculentas costelas marinadas<br />
com especiarias levemente<br />
picantes assadas lentamente no<br />
forno, risoto de camarões e<br />
mascarpone com alho poró<br />
crocante ou bacalhau ao murro,<br />
um belo lombo de bacalhau<br />
imperial do porto acompanhado<br />
de brócolis, tomate cereja,<br />
batatinhas ao murro, pimentões<br />
vermelhos e cebola frita crocante.<br />
Como estávamos em grupo, cada<br />
um pegou uma das opções e<br />
compartilhamos essas delícias na<br />
maior alegria. A casa possui<br />
também uma ótima carta de<br />
vinhos e muitas bebidinhas<br />
saborosas, não deixe de conferir.<br />
Hollandaise<br />
Avenida Lucio Costa, 5750 – Barra da<br />
Tijuca – Rio de Janeiro<br />
Telefone: (21) 2492-0061<br />
Sabores 63
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Estivemos no Restaurante Galani,<br />
comandado pelo talentoso e carismático<br />
chef Willians Halles (foto) e pudemos<br />
degustar alguns de seus pratos em um<br />
ambiente acolhedor e sosticado. A vista<br />
para a praia de Ipanema é realmente algo<br />
que favorece, mas o salão muito bem<br />
iluminado e funcional com toques de<br />
decoração clean e design moderno se<br />
sobressaíram.<br />
Na cozinha contemporânea do chef Willians<br />
Halles, que possui anos de experiência no<br />
Le Pré Catelan do Rio e de Paris, a inuência<br />
francesa se une perfeitamente a sua<br />
brasilidade com toques tipicamente<br />
nacionais.<br />
Na ocasião, saboreamos na entrada uma<br />
Salada Niçoise de Salmão com vagem,<br />
anchovas e ovo cozido que despertou nosso<br />
paladar. Em seguida, um esplêndido<br />
palmito pupunha preparado ao estilo<br />
carbonara com carne seca e como prato<br />
principal, uma suculenta Fraldinha<br />
Uruguaia com mandioca e molho bearnaise<br />
de chimarrão. Na sobremesa, nalizamos<br />
em uma Mousse de amora e laranja com<br />
campari.<br />
As sobremesas levam a assinatura do chef<br />
pâtissier argentino Pablo Peralta que nos<br />
conquistou com seus sabores e delicadeza<br />
nos pratos.<br />
Vale ressaltar que a carta de vinho possui<br />
mais de 100 rótulos. Entre os nacionais,<br />
destacam-se os vinhos Dal Pizzol Cabernet<br />
Sauvignon e o Primeira Estrada Syrah.<br />
Restaurante Galani<br />
Avenida Vieira Souto, 460, 2º andar -<br />
Ipanema, Rio de Janeiro.<br />
64<br />
Sabores<br />
Carpaccio de lagostin com caviar<br />
mujol, tartar de robalo e salmão.<br />
Foto: Tiago de Paula
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Comfort food para todos<br />
Por Isabelle Lindote<br />
Restaurantes badalados se rendem às “caseirices”<br />
e servem pratos simples com alta qualidade<br />
Apesar de o ambiente da cozinha prossional ser muito<br />
diferente do fogão nosso de cada dia, há dias em que tudo o<br />
que queremos quando saímos é aquela comidinha com gosto<br />
de caseira. Daquelas feitas com carinho, que confortem o<br />
estômago e a alma (e ainda nos poupem de lavar a louça<br />
depois!). Apesar de não serem de fato caseiros, os preparos<br />
mais artesanais, com ingredientes simples e de ótima origem,<br />
há tempos não estão mais restritos aos bares e restaurantes de<br />
bairro.<br />
Foto: Renato Ribeiro<br />
No Benedictine, na Barra da Tijuca, os pratos brasileiros típicos<br />
de casa ganharam um menu chamando de Nostalgia. A cada<br />
dia da semana, um preparo diferente ganha destaque:<br />
galinhada na segunda; baião de dois na quinta; cozido no<br />
domingo, entre outros. Os preços variam de R$ 49 a R$ 72, e<br />
seguem por tempo limitado, no almoço e no jantar. “A<br />
simplicidade é o último estágio da sosticação. E a comida<br />
caseira é realmente incrível por isso”, arma o chef e sócio<br />
Marcílio Araújo.<br />
66<br />
Sabores
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Foto: Tomás Rangel<br />
Já no Esplanada Grill, em Ipanema, ganhador de prêmios como<br />
melhor carne de casas da cidade, tem no menu opções como o<br />
Picadão Belo (R$ 108) e o strogonoff de carne (R$ 97), que<br />
dividem espaço – em fazer feio – com cortes nobres e<br />
ingredientes importados. Também no bairro, o chef Romano<br />
Fontanive oferece no Gabbiano al Mare uma variedade de<br />
pratos simples da culinária italiana, que prezam pelo bom uso<br />
dos insumos. “A boa comida é feita sem frescura, com boa<br />
técnica e aproveitamento total dos ingredientes. E com amor,<br />
claro”, provoca o chef, que é descendente de italianos. Do<br />
cardápio xo, ele recomenda o gnocchi com galinha caipira ao<br />
molho cremoso (R$ 53) e o paillard de lé mignon com<br />
fettucine ao molho branco (R$ 64).<br />
Benedictine:<br />
Avenida das Américas 3.900 - 1º piso (VillageMall).<br />
Telefone: (21) 3252-2784.<br />
Esplanada Grill:<br />
Rua Barão da Torre 600, Ipanema.<br />
Telefone: (21) 2239-6028 / 2512-2970.<br />
Gabbiano al Mare:<br />
Avenida Vieira Souto 320 (Sol Ipanema Hotel).<br />
Telefone: (21) 2521-6464.<br />
Sabores 67
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Comfort food para todos<br />
No coração do Leblon, o Uh Lalá (antigo La Cigale) oferece bufê<br />
(R$ 99,80) com pratos que poderiam estar no almoço do m de<br />
semana da mamma. Entre as apetitosas opções estão<br />
costelinha de porco com farofa brasileira, arroz branco, feijão<br />
preto e couve à mineira; carne assada recheada com paio ou<br />
linguiça artesanal ao próprio molho, com purê de batatas e<br />
legumes gratinados; e bife à milanesa de miolo de alcatra.<br />
Perto dali, na orla do bairro, o Bar D'Hôtel, no segundo andar<br />
do Hotel Marina All Suites, tem menu comandado pela chef<br />
executiva Lydia Gonzales, que não teme em arriscar com<br />
pedidas como o lé a cavalo (R$ 68), um bifão alto de mignon<br />
servido com ovo caipira estrelado, batatas fritas rústicas e<br />
creme fresco.<br />
Foto: Rodrigo Azevedo<br />
Uh Lalá:<br />
Rua Aristides Espinola 88 Lj A/C, Leblon.<br />
Telefone: (21) 2279-4473 / 2512-0866<br />
Bar D'Hôtel:<br />
Avenida Delm Moreira 696, Leblon.<br />
Telefone: (21) 2172-1112.<br />
68<br />
Sabores
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Comfort food para todos<br />
Servida numa cumbuca (mais<br />
caseiro impossível!), a carne<br />
a s s a d a a o m o l h o f e r r u g e m<br />
acompanhada de nhoque feito na<br />
casa e nalizado com folhas de<br />
manjericão (R$ 38) da Casa<br />
Carandaí é o retrato da comfort<br />
food citada lá no título. O espaço,<br />
que já ganhou prêmios por seus<br />
sanduíches e bom custo-benefício,<br />
se divide entre a delicatessen, a<br />
padaria e um café, onde são<br />
servidas as refeições, que acaba<br />
de ser reformado para atender<br />
melhor aos clientes.<br />
Foto: Rodrigo Azevedo<br />
E até o Gero, detentor de títulos de<br />
melhor restaurante italiano da<br />
cidade, se rende ao charme das<br />
panelinhas. Uma de cobre abriga o<br />
clássico purê de batatas que<br />
escolta o haddock ao molho de<br />
limão (R$ 162) da casa. Para quem<br />
não dispensa a dupla arroz e<br />
feijão, vale degustar uma delícia<br />
irresistível: o risoto Del Contadino<br />
(R$ 118), preparado com arroz<br />
arbóreo, feijão rajado, linguiça<br />
toscana e vinho tinto.<br />
Foto: Ricardo Bhering<br />
Casa Carandaí:<br />
Rua Lopes Quintas 165, Jardim Botânico.<br />
Telefone: (21) 3114-0179.<br />
Gero:<br />
Rua Aníbal de Mendonça 157, Ipanema.<br />
Telefone: 2239-8158.<br />
Sabores 69
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
RECEITA - Patê de tomate seco<br />
A dica é da Chef Angela Festa em parceria com a Korin Agricultura Natural<br />
Ingredientes:<br />
- 300 gramas de ricota fresca,<br />
- 100 gramas de tomate seco,<br />
- Azeite e sal a gosto (pode substituir o azeite por água)<br />
- Castanha-do-Pará a gosto<br />
Modo de Preparo:<br />
Bata os ingredientes no processador até a mistura adquirir consistência.<br />
Se o patê car muito espesso, basta adicionar um pouco de água.<br />
Acrescente castanha-do-Pará no processador para dar crocância e um<br />
sabor extra ao patê!<br />
70<br />
Receita
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
RECEITA - Moquequinha de ovos<br />
Ingredientes:<br />
- 3 Ovos caipiras<br />
- 70g de pimentão verde em cubinhos<br />
- 100g de tomate em cubinhos<br />
- 100g de cebola roxa em cubinhos<br />
- Uma pimenta dedo de moça pequena<br />
picadinha<br />
- Coentro ou salsinha a gosto<br />
- 2 Colheres de sopa de azeite<br />
- 2 Colheres de sopa de dendê<br />
- 20g de camarão seco moído<br />
- 70ml de leite de coco<br />
- 5g de gengibre picado<br />
- 10g de amendoim picado<br />
- 10g de castanha de caju picada<br />
Modo de preparo:Leite de elefante:<br />
bata o leite de coco com o gengibre, o<br />
amendoim e a castanha – Reserve<br />
....................................................<br />
Em uma frigideira média, junte o azeite<br />
e o dendê. Sue a cebola, o pimentão, o<br />
tomate e a pimenta dedo de moça até<br />
formar um refogadinho. Some o<br />
camarão seco moído e regue com o<br />
leite de elefante e acerte os temperos.<br />
Quando levantar fervura, estale os<br />
ovos sobre o refogado e tampe a<br />
frigideira até cozinhar as claras,<br />
salpique coentro ou salsinha e Voilà!<br />
Sirva bem quentinho.<br />
A Moquequinha de ovos da chef<br />
Andressa Cabral é servido no Picnic<br />
Meza, o brunch do Meza Bar que ca na<br />
Rua Capitão Salomão, 69 – Humaitá –<br />
Rio de Janeiro.<br />
Receita<br />
71
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
RECEITA - Peixe Saint Peter com alcaparras<br />
Fonte: Portal Umami - portalumami.com.br<br />
Ingredientes:<br />
- 500g de lés de peixe "Saint Peter"<br />
- meia colher de chá de sal<br />
- meia colher de chá de glutamato monossódico<br />
- 5 colheres de sopa de farinha de trigo<br />
- 3 colheres de sopa de margarina sem sal<br />
- Suco de 1 limão (30ml)<br />
- 2 colheres de sopa de alcaparras demolhadas<br />
Modo de preparo:<br />
Tempere os lés de peixe com o sal e o glutamato monossódico.<br />
Passe-os pela farinha de trigo; em uma frigideira média, coloque a<br />
margarina e leve ao fogo alto para derreter; junte os lés e frite por 3<br />
minutos de cada lado, ou até dourarem; misture o suco de limão com<br />
as alcaparras, regue os lés e sirva em seguida.<br />
Rendimento: 4 porções<br />
Tempo de preparo: 20 minutos<br />
72<br />
Receita
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
RECEITA - Picadinho<br />
Fonte: Portal Umami - portalumami.com.br<br />
Ingredientes:<br />
- 250g de patinho bovino cortado em cubos<br />
- Meia cebola pequena picada<br />
- Um dente de alho picado<br />
- Meia colher de chá de sal<br />
- Meia colher de chá de glutamato<br />
monossódico<br />
- 2 colheres de sopa de óleo<br />
- 1 xícara de chá de água fervente (200ml)<br />
- 3 colheres de sopa de polpa de tomate<br />
- Uma batata pequena cortada em cubos<br />
(120g)<br />
- Meia cenoura pequena, em rodelas (50g)<br />
- Uma colher de sopa de salsa picada<br />
Modo de preparo:<br />
Tempere a carne com a cebola, o alho, o sal e<br />
o glutamato monossódico, e deixe tomar<br />
gosto na geladeira por 1 hora. Em uma<br />
panela de pressão, coloque o óleo e leve ao<br />
Receita<br />
....................................................<br />
fogo alto para aquecer. Junte a<br />
carne e frite por cinco minutos, ou<br />
até mudar completamente de cor.<br />
Regue com a água e a polpa de<br />
tomate, adicione a batata e a<br />
cenoura, e tampe a panela. Deixe<br />
cozinhar, em fogo baixo, por 8<br />
minutos após o início da fervura.<br />
Retire do fogo, espere a pressão<br />
ceder, acrescente a salsa e volte<br />
ao fogo baixo por mais 2 minutos,<br />
ou até encorpar parcialmente o<br />
m o l h o. S i r va e m s e g u i d a ,<br />
acompanhado de arroz branco.<br />
Rendimento: 3 porções<br />
Tempo de preparo:<br />
30 min (+1h de geladeira)<br />
73
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Naturalmente saboroso<br />
Pães com fermentação natural<br />
e produzidos apenas com<br />
farinha, água e sal<br />
74<br />
Localizado em uma store in<br />
store, dentro do Posto Ipiranga,<br />
na Lagoa Rodrigo de Freitas (em<br />
frente a curva do Calombo), a<br />
S.p.A. Pane foi fundada em<br />
2009, pelo maestro Marcos<br />
C e r u t t i , e c o n o m i s t a d e<br />
prossão, mas padeiro de<br />
coração. Feitos pelas mãos de<br />
Marcos, hoje membro da FIC<br />
(Federazione Italiana Cuochi<br />
Delegazione Brasile), os pães de<br />
fermentação natural ou pain au<br />
levain, são feitos a partir de uma<br />
fermentação espontânea e<br />
natural por lactobacilos e<br />
leveduras, no lugar do fermento<br />
químico. Sem nenhum tipo de<br />
conservante ou aditivo, eles têm<br />
apenas três ingredientes:<br />
farinha italiana (100% natural),<br />
água e sal. O resultado é um pão<br />
com a casca mais grossa,<br />
extremamente leve, crocante e<br />
rico em bras. Sua losoa tem<br />
por raiz a simplicidade que busca<br />
o pão pelo pão, e dependendo do<br />
processo de produção, que é<br />
limitado e exclusivo, podem<br />
demorar de dois até quatro dias<br />
para carem prontos.<br />
Naturalmente gostoso<br />
Marcos Cerutti. Foto: Tomás Rangel
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Kamut. Foto: Tomás Rangel<br />
Em seu atelier, Marcos começa a<br />
preparar suas massas desde cedo.<br />
Com objetivo de resgatar a tradição<br />
secular, de quando as famílias<br />
buscavam os pães frescos para o<br />
jantar, suas fornadas saem a partir<br />
de 12h, de Terça a Sábado.<br />
Ao total são doze tipos diferentes,<br />
em que Marcos cria um blend de<br />
farinhas para cada um, dando<br />
cheiro, sabor e características<br />
particulares.<br />
Entre uma fornada e outra, uma de<br />
suas grandes conquistas foi ser<br />
convidados para produzir os pães<br />
especiais para o Papa Francisco em<br />
sua visita ao Brasil e os pães do café<br />
da manhã oferecido para a Chanceler<br />
Angela Merkel na nal da Copa do<br />
Mundo do Brasil, em 2014.<br />
A combinação das farinhas, a<br />
simplicidade dos ingredientes, e a<br />
escolha certa do processo para cada<br />
tipo de pão fazem de Marcos um<br />
verdadeiro alquimista da panicação.<br />
Naturalmente gostoso<br />
75
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Gin , Gin , Gin ....<br />
Todo mundo está bebendo, mas a<br />
pergunta que não quer calar é: o que<br />
exatamente é Gin?<br />
MIXOLOGIA<br />
Por Tai Barbin<br />
Este destilado botânico, que estão todos<br />
falando, tem seu nome derivado da<br />
palavra genièvre (francês) e jenever<br />
(holandês), os dois com o mesmo<br />
signicado: Zimbro - o qual é o<br />
denominador comum entre todos os<br />
gins.<br />
O destilado de base neutra com infusão<br />
de ervas botânicas e com predominância<br />
de Zimbro é originalmente holandês. O<br />
Gin se popularizou na Inglaterra, no nal<br />
do século 17, quando o Rei da Holanda<br />
William III veio a reinar a Inglaterra,<br />
Escócia e Irlanda, e lógico levou a sua<br />
poção mágica com ele.<br />
Após décadas esquecido pelos bares do<br />
mundo, veio a se re-glamourizar no<br />
começo dos anos 2000, começando uma<br />
trend mundial em volta desta bebida que<br />
desde então não para de conquistar fãs.<br />
Esse "boom" do gin vem acontecendo no<br />
Brasil desde 2015 e tudo indica que não<br />
vai parar tão cedo.<br />
Mesmo tendo centenas de produtores<br />
diferentes pelos quatro cantos do<br />
mundo, encontramos uma variedade<br />
muito pequena no Brasil, alguns deles<br />
são o Beefeater, Bombay Sapphire,<br />
Hendricks, Saffron, Tanqueray, Saffron,<br />
Bulldog entre outros. Esta explosão do<br />
Gin no Brasil aconteceu com a<br />
popularização da combinação<br />
harmônica entre Gin e Tônica e<br />
suas variações, porém, o Gin vai<br />
muito mais além do tradicional Gin<br />
e tônica.<br />
Um belo exemplo é o clássico<br />
coquetel Bramble, criado pelo<br />
inglês Dick Bradsell nos anos 80.<br />
Esse coquetel é uma ótima<br />
sugestão para quem acha que não<br />
gosta de Gin.<br />
76<br />
Mixologia
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
- 50ml de London Dry Gin<br />
- 22.5ml suco de limão Siciliano<br />
- 15ml Xarope de Açúcar<br />
- 5ml de licor de amora preta<br />
Misture todos os ingredientes, menos o licor de<br />
amora preta, vigorosamente com gelo na<br />
coqueteleira e coe em um copo Old Fashioned com<br />
gelo picado. Depois, nalize com o licor de amoras<br />
pretas por cima.<br />
Mixologia<br />
77
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
TROUXE CERVEJA?<br />
Por André Guimarães<br />
Vamos comer cerveja?<br />
Não, você não leu errado, hoje vamos<br />
conversar como saborear uma bela cerveja<br />
em uma boa comida e como harmonizá-la.<br />
Está chegando o outono, tempo<br />
esfriando, hora de apreciarmos<br />
outros paladares cervejeiros. Tempo<br />
de sabores diferentes, e quem sabe<br />
ir para a cozinha e aplicar o dote<br />
g a s t r o n ô m i c o m i s t u r a d o a o<br />
cervejeiro. Anal, um dos melhores<br />
lugares da casa é a cozinha que,<br />
como muitos falam, é onde começa e<br />
termina uma boa reunião de amigos,<br />
e n a d a m e l h o r q u e a m i g o s<br />
acompanhados de uma boa cerveja<br />
ao lado.<br />
As cervejas stout são ótimas para<br />
fazermos um bom molho para a<br />
carne, já para cozinharmos a carne<br />
em si, nada melhor que uma boa<br />
pilsen para a hidratação da mesma,<br />
dá um toque perfeito. Pode-se<br />
também fazer molhos para peixes,<br />
aves e suínos de cerveja preta. Além<br />
de terem produtos feitos com<br />
cerveja, ou suas bases, tais como<br />
pães, linguiças, hambúrgueres e<br />
outras invenções gourmets que<br />
c am ó t i mas. Se arrisque e<br />
saboreie, anal, você só vai saber se<br />
vai gostar ou não se tentar e provar.<br />
Esse é só um começo do que se pode<br />
fazer com a cerveja.<br />
78<br />
Trouxe cerveja?<br />
Na próxima semana irei compartilhar<br />
no site uma receita misturando cerveja<br />
com uma boa harmonização de<br />
cerveja.<br />
Algumas harmonizações para o seu<br />
próximo encontro gourmet:<br />
Entrada:<br />
Ÿ Brie e camembert<br />
– pilsen, weizenbier;<br />
Ÿ Cheddar e grana padano<br />
– stout, dunkel, pilsen, weizenbock;<br />
Ÿ Gorgonzola e roquefort<br />
– india pale ale, strong golden ale,<br />
weizenbock.<br />
Prato principal:<br />
Ÿ Bacalhau<br />
– american ale, belgian strong ale;<br />
Ÿ Peixes brancos<br />
– pilsen, helles.<br />
Sobremesa:<br />
Ÿ Chocolate<br />
– strong dark beer, stout, porter,<br />
belgian strong ale.<br />
Foto: Jeff Porto
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Como escolher vinhos<br />
Por Dini Sant’ Anna<br />
Escolher um vinho é sempre uma<br />
tarefa prazerosa, mesmo em amplo<br />
universo de regiões produtoras com<br />
características diferentes, e mais de<br />
1.400 tipos de uvas.<br />
A complexidade do mundo dos<br />
vinhos muitas vezes inibe o<br />
apreciador na hora da escolha,<br />
principalmente se ele não é um<br />
expert no assunto. Mas relaxe. Não<br />
transformemos isso em tensão que<br />
nada tem a ver com a companhia de<br />
uma boa taça. Ninguém é obrigado a<br />
conhecer cada rótulo, uva ou região.<br />
Para esta tarefa existem bons livros,<br />
blogs e revistas. Caminhos didáticos<br />
O vinho e suas histórias estão<br />
que passam longe do esnobismo<br />
sempre à mesa. Por conta disso,<br />
que – involuntariamente - está<br />
quem gosta de um bom vinho<br />
relacionado aos vinhos.<br />
desenvolveu habilidades que<br />
ajudam a tornar fácil a experiência.<br />
O rigor dos rituais em apresentações<br />
A escolha é feita pelos sabores. Aí,<br />
de vinhos ca a um passo do tédio<br />
toda técnica é relativizada. Gosto<br />
para quem quer apenas ter o prazer<br />
não se discute, mas pode ser<br />
da boa bebida. Em recente viagem à<br />
aperfeiçoado. Geralmente os rótulos<br />
Europa, estive na Alemanha,<br />
trazem o nome da uva e a região. O<br />
Áustria, República Tcheca e França.<br />
gosto ou sabor, não. Com o mínimo<br />
Visitei vinícolas, lojas e restaurantes<br />
de conhecimentos básicos sobre<br />
especícos. Me deliciei com vinhos<br />
d e g u s t a ç ã o , r e d u z - s e a<br />
que não conhecia e pude observar a<br />
possibilidade de escolher um vinho<br />
simplicidade com que as pessoas<br />
que não agrade ao paladar. Usam o<br />
escolhiam a bebida. O hábito<br />
visual, cheiram o vinho - o olfato é<br />
saudável faz parte da rotina<br />
p r i m o r d i a l – s a b o r e i a m c o m<br />
gastronômica da maioria dos<br />
segurança, identicam estilos e<br />
europeus.<br />
aromas.<br />
80<br />
Como escolher vinhos
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
É certo que alguns dos melhores vinhos<br />
- e mais raros - são os mais caros por<br />
uma série de fatores. A bebida de um<br />
produtor premiado e reconhecido vai<br />
ter um preço alto na garrafa. Não<br />
desanime. O segredo é procurar com<br />
calma, minuciosamente. Essa busca é<br />
instigante e extremamente prazerosa.<br />
O resultado é a descoberta de bons<br />
rótulos de pequenas vinícolas, vinhos<br />
honestos que não estão na lista de<br />
melhores disso e daquilo mas agradam<br />
e muito ao paladar mais exigente.<br />
Nada melhor para conhecer aromas e<br />
sabores como a degustação às cegas.<br />
Ali, você dene o que lhe agrada sem<br />
saber quanto custa. Derruba-se o mito<br />
do vinho bom que precisa ser caro.<br />
Nem sempre. E a questão de preços<br />
por lá é bem resolvida, sem as<br />
barreiras tributárias que impedem a<br />
popularização do vinho no Brasil. Só<br />
isso já vale comemorar e brindar.<br />
O que é complexo torna-se fácil,<br />
natural. É cultural, bebem vinho<br />
n a s r e f e i ç õ e s e o c a s i õ e s<br />
c o r r i q u e i r a s , r e c e b e n d o e<br />
encontrando amigos. Estamos<br />
falando de vinhos diários, não de<br />
safras especiais que têm o seu<br />
lugar garantido... graças aos<br />
deuses. Estamos falando de<br />
vinhos que cabem em orçamentos<br />
modestos, o tal custo-benefício<br />
que costumo chamar de prazerbenefício.<br />
Essa é uma outra<br />
discussão.<br />
Dini Sant' Anna é Editora<br />
e produtora na TV<br />
Sommelier - um canal de<br />
reportagens em vídeo<br />
sobre o universo da<br />
gastronomia.<br />
Como escolher vinhos<br />
81
DEGUSTAÇÃO<br />
Na Porto di Vino, o jovem sommelier<br />
e sócio da casa Bernardo Murgel<br />
através de uma linguagem bem<br />
informal e acessível, e sempre com<br />
uma seleção de vinhos bem<br />
interessantes, promove, no wine<br />
bar que ca em pleno burburinho do<br />
Baixo Gávea e na loja localizada em<br />
São Francisco, bairro nobre de<br />
Niterói, diversas degustações<br />
temáticas de vinhos ao longo do<br />
a n o , f a z e n d o c o m q u e o s<br />
apaixonados pela bebida, apreciem<br />
e compreendam melhor o que cada<br />
rótulo pode oferecer.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Sabemos que existem vinhos com<br />
características, personalidades e<br />
expressões diferentes, cada um deles<br />
desempenhando o seu próprio papel à<br />
nossa mesa, nossos copos. Uma<br />
variedade sem par de sabores,<br />
perfumes e aromas, rmes ou suaves,<br />
que brincam e dançam no nosso<br />
paladar. Compreender um pouco mais<br />
sobre as diversas particularidades da<br />
bebida de forma despretensiosa e<br />
atraente é uma boa forma de se interrelacionar<br />
neste universo tornando a<br />
experiência da degustação um<br />
momento de prazer, alegria e emoção.<br />
Você pode encontrar maiores<br />
informações sobre a agenda dos<br />
próximos eventos em:<br />
www.portodivino.com.br.<br />
Porto di Vino – Rio de Janeiro<br />
Praça Santos Dumont, 140 A – Gávea<br />
Telefone.: (21) 2137-4154<br />
Sommelier Bernardo Murgel.<br />
Foto: Rodrigo Azevedo<br />
Porto di Vino – Niterói<br />
Avenida Rui Barbosa 274 lojas 101 a<br />
1<strong>03</strong> – São Francisco<br />
Telefone.: (21) 2610-2360<br />
82<br />
Degustação
Boletim Embarque na Viagem<br />
Dicas de turismo, lazer e<br />
gastronomia.<br />
De Segunda a Sexta,<br />
às 21 horas.<br />
Apresentação Naira Amorelli
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
CRÔNICAS GASTRONÔMICAS<br />
Por Stefania Delli Carri<br />
Nasci na Itália, em Foggia, no salto da bota, na<br />
região da Puglia. Com 6 anos de idade vim com<br />
meus pais morar no Rio de Janeiro e aqui estou<br />
desde então, salvo o período em que morei em<br />
Roma para fazer mestrado e doutorado em<br />
Direito, época em que as escapulidas para Foggia<br />
nos feriados de Pascoa, Natal <strong>etc</strong>., podiam ser<br />
mais recorrentes. E onde tudo que minha mãe<br />
continuou a cozinhar para a gente nas refeições<br />
da família no Rio, apesar das limitações de<br />
encontrar certos ingredientes, eram revistas e<br />
ainda mais admiradas in loco.<br />
Dizer que minhas maiores e melhores<br />
lembranças dessas idas a minha cidade natal<br />
estão quase que totalmente ligadas aos<br />
momentos vividos na cozinha, vendo as tias e<br />
avós prepararem as refeições diante do meu<br />
olhar curioso, admirado e atento, e ao redor da<br />
mesa, não é exagero. Lembro de cada cheiro,<br />
cada sabor, cada garfada, cada gargalhada e as<br />
milhares de conversas e histórias contadas pelas<br />
tias e primos foggianos sempre numa farta mesa<br />
de almoço ou jantar.<br />
A Puglia é uma das regiões italianas com maior<br />
extensão costeira e lá a hoje tão propagada dieta<br />
mediterrânea é praticada há muitos anos em sua<br />
essência, o que assegura uma expectativa de<br />
vida alta e um respeito e devoção aos produtos<br />
genuínos da terra muito grandes. A base da<br />
alimentação pugliese é o trinômio Massa, Azeite<br />
e Vinho. Também as verduras e os peixes são<br />
abundantemente utilizados por eles.<br />
Para abrir os trabalhos, como antepastos, taralli,<br />
biscoitinhos salgados com azeite e pimenta, a<br />
focaccia, o panzerotti, espécie de calzone ou<br />
pastel recheado, além do queijo caciocavallo e da<br />
burrata não podem faltar. Tudo regado com um<br />
dos melhores azeites extra virgens da Itália.<br />
84<br />
Crônicas Gastronômicas<br />
Stefania Delli Carri é<br />
restauranter do Villa 106 -<br />
Restaurante de culinária<br />
mediterrânea com ênfase no<br />
sabor italiano<br />
A massa mais emblemática<br />
da região é o orecchiette,<br />
uma massa de semolina<br />
em forma de orelhinha,<br />
normalmente preparada ao<br />
sugo ou com cime di rapa,<br />
uma verdura que não<br />
temos por aqui, com um<br />
leve e delicioso amargor.<br />
Também a deliciosa pasta<br />
al forno com polpettines e<br />
os troccoli. O que<br />
diferencia as receitas da<br />
Puglia do resto da Itália é<br />
principalmente a<br />
combinação de massa com<br />
vegetais como repolho,<br />
couve or, brócolis, ervilhas<br />
e favas. Essa combinação<br />
entre massas e legumes é<br />
surpreendente e original
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Também não consigo esquecer a zuppa di pesce,<br />
com molho de tomate fresco, polvo, camarão,<br />
lula, vongoles, que a minha Tia Rina, irmã mais<br />
nova do meu pai, prepara para mim todas as<br />
vezes em que vou visita-la. Os frutos do mar lá<br />
são abundantes e muito consumidos. A carne<br />
vermelha é sempre utilizada com mais<br />
moderação.<br />
Sendo eu uma amante de peixes, crustáceos e<br />
ans, adorei descobrir, em meu primeiro Natal<br />
depois de jovem, que o jantar do dia 24 de<br />
dezembro é constituído somente deles, algo que<br />
poderia causar estranheza para nós habituados<br />
ao clássico peru.<br />
Também um doce típico desse período Natalino,<br />
e também sempre preparadas pela minha Tia<br />
Rosetta, essa a mais velha das tias, as cartellates<br />
com mel e amêndoas.<br />
Se antes a região era conhecida por produzir<br />
vinhos mais simples, a Puglia também tem se<br />
destacado, a partir do nal da década de 90, por<br />
seus excelentes vinhos, em especial os Castel del<br />
Monte, Primitivos de Manduria e do Salento e os<br />
Salices Salentinos.<br />
Só posso lhes dizer que após sentar para<br />
começar a redigir esse artigo acabei estendendo<br />
em mais 2 dias uma viagem que farei para Roma<br />
e Foggia na próxima semana, tamanho prazer<br />
que me veio só de pensar em degustar essas<br />
delicias nas casas das ‘‘zias’’ e ‘‘nonnas’’ italianas<br />
e que fazem parte da minha história de vida e das<br />
minhas lembranças afetivas e gustativas.<br />
E foi para honrar todas essas lembranças que<br />
resolvi abdicar do Direito e me dedicar ao que sei<br />
fazer de melhor, receber, servir vinhos e pratos<br />
tipicamente ítalo-mediterrâneos, fazendo as<br />
pessoas mais felizes! Dessa vontade é que nasce<br />
o Villa 106.<br />
Crônicas Gastronômicas 85
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
DESTINO GASTRONÔMICO<br />
Por Ana Catarina Portugal e Declev Reynier<br />
O que se come em New Orleans<br />
Imagine uma cidade que respira<br />
música e festa; que é imersa em arte,<br />
história e cultura; e que, ainda por<br />
cima, possui uma gastronomia<br />
extremamente rica e saborosa.<br />
É o paraíso?<br />
Quase. Estamos falando de New<br />
Orleans, no estado da Louisiana, EUA.<br />
Que NOLA – seu apelido carinhoso – é<br />
uma cidade movida à música,<br />
especialmente o jazz, todo mundo já<br />
sabe. Mas outro aspecto que nos<br />
encantou quando fomos foi a<br />
culinária.<br />
Por ali passaram diversos povos que<br />
deixaram, consequentemente, suas<br />
inuências: franceses, espanhóis,<br />
africanos... Suas marcas estão na<br />
arquitetura, na maneira de viver, nas<br />
festas e, também, na gastronomia.<br />
Tudo é uma delícia naquelas bandas.<br />
É realmente imperdoável você estar<br />
em New Orleans e comer em um fast<br />
food tradicional... Vale a pena<br />
experimentar de tudo um pouco,<br />
passeando pelos ótimos restaurantes,<br />
provando um prato aqui, outro acolá.<br />
Por ali dominam duas tendências<br />
culinárias: a comida Creola e a Cajun<br />
e, dizem, o único lugar para se<br />
conseguir comer uma verdadeira<br />
comida Creola ou Cajun, é na<br />
Louisiana. Ou, ao menos, feito por<br />
alguém da cozinha Louisiana!<br />
Não é fácil para alguém de fora – como<br />
eu – conhecer, denir ou reconhecer<br />
facilmente as diferenças entre elas.<br />
Com origens distintas, é possível que<br />
tenham tido inuências múltiplas e<br />
tenham semelhanças em alguns<br />
ingredientes ou pratos, mas fato é que<br />
mantém até hoje suas maneiras<br />
individuais na construção de suas<br />
gastronomias.<br />
Tanto a comida Cajun quanto a Creola<br />
dependem muito da "santíssima<br />
trindade" dos ingredientes louisianos:<br />
pimentão verde, cebola e aipo. Mas,<br />
em resumo, pode-se dizer que a<br />
cozinha Creole é a “city food”<br />
(culinária “da cidade” ou urbana),<br />
enquanto a cozinha Cajun é a “country<br />
food”, ou comida “do campo”.<br />
86<br />
Destino Gastronômico
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Ÿ<br />
Cozinha Cajun<br />
A palavra e a comida Cajun têm<br />
origem no termo "les Acadians", ou<br />
os acadianos, que se refere aos<br />
colonos franceses que haviam se<br />
instalado na região de Acadia, no<br />
Canadá (região onde atualmente<br />
estão New Brunswick, Prince<br />
Edward Island e Nova Scotia). Com<br />
a conquista de Acadia pelos<br />
britânicos, no início de 1700, eles<br />
foram expulsos (por não se<br />
submeterem ao protestantismo<br />
imposto pelos britânicos) e<br />
acabaram por se instalar na região<br />
pantanosa de Louisiana – região, à<br />
época, pertencente à França. Ali, já<br />
chamados de Cajun, aprenderam a<br />
aproveitar todas as partes de um<br />
animal abatido e as formas de<br />
conservá-las – salgar ou defumar,<br />
por exemplo.<br />
A comida Cajun normalmente<br />
utiliza gordura de porco processada<br />
como a base para cozinhar, além de<br />
ser famosa por ser muito bem<br />
temperada, às vezes confundida<br />
como picante. Somando-se aos três<br />
ingredientes já citados (cebola,<br />
aipo e pimentão, utilizados para<br />
construir uma base de sabor para<br />
muitos pratos), o alho está sempre<br />
presente, assim como páprica,<br />
tomilho, salsa, cebolinha...<br />
Destino Gastronômico 87
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Ÿ<br />
Cozinha Creola<br />
Os “Creoles” têm uma origem mais<br />
difícil de ser denida do que do que<br />
os Cajuns. O termo – que signica<br />
nativo ou local – foi concebido na<br />
região como uma distinção de<br />
classe: ele designava as pessoas<br />
que, há época da Louisiana colonial,<br />
especicamente em Nova Orleans,<br />
n a s c i a m n a c o l ô n i a e e ra m<br />
descendentes de franceses ou<br />
espanhóis. Ao longo dos anos,<br />
porém, o termo cresceu e passou a<br />
incluir também aos escravos de<br />
ascendência africana, bem como<br />
aos negros já livres. Normalmente,<br />
utilizava-se o termo "french creole"<br />
r e f e r i n d o - s e a a l g u é m d e<br />
ascendência europeia nascido na<br />
colônia e o termo "Louisiana Creole"<br />
como alguém de ascendência racial<br />
mista.<br />
Portanto, a gastronomia Creola é<br />
um estilo que mistura múltiplas<br />
tradições e inuências: francesas,<br />
espanholas, africanas, alemães,<br />
italianas, irlandesas, assim como<br />
as inuências da própria cozinha<br />
do sul dos Estados Unidos.<br />
A cozinha Creola nasceu com mais<br />
recursos – materiais e nanceiros<br />
– , c o m m a i s va r i e d a d e d e<br />
ingredientes exóticos, reetindo<br />
também a grande mistura de<br />
culturas que contribuíram para sua<br />
tradição. É uma cozinha mais<br />
renada, se comparada com a<br />
Cajun.<br />
É por isso que você pode encontrar<br />
t o m a t e s e m u m p r a t o d e<br />
Jambalaya Creole, mas não em<br />
Jambalaya Cajun; ou, ainda, você<br />
encontra um Roux (Base de<br />
farinha e gordura cozidos juntos,<br />
usado para engrossar molhos)<br />
Creole feito com manteiga e<br />
farinha, enquanto um Roux Cajun<br />
é feito com óleo e farinha.<br />
88<br />
Destino Gastronômico
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
PRATOS DA CULINÁRIA LUISIANA<br />
Independente de sua classicação como isso ou aquilo,<br />
vamos conhecer alguns pratos típicos da região da<br />
Louisiana, delícias que você pode provar nos ótimos<br />
restaurantes de New Orleans. A lista é quase interminável,<br />
então, vamos apresentar apenas alguns bem típicos.<br />
Muitos deles eu mesmo provei quando fui e, confesso,<br />
nenhum deles foi reprovado. É simples assim: o que se<br />
come, seja Cajun, seja Creole, é bom!<br />
GUMBO<br />
Gumbo é talvez um dos mais marcantes<br />
da região. É uma espécie de ensopado.<br />
O prato é uma versão Louisiana do<br />
bouillabaise francês, só que feito com<br />
quiabo cozido por horas em um roux. O<br />
Cajun tem mais do roux em sua base,<br />
enquanto que o Creole usa menos roux e<br />
mais tomate. O roux pode ser mais claro<br />
ou mais escuro, dependendo do estilo do<br />
chef, e o ensopado é enriquecido com<br />
uma variedade de carnes, cebola, aipo e<br />
pimentões. É um prato de entrada,<br />
servido com um pouco de arroz e/ou<br />
frango e linguiça. Há variações que<br />
podem levar frutos do mar e, ainda, ser<br />
feitos sem quiabo, substituído por<br />
temperos e outras folhas.<br />
FEIJÃO AZUKI (VERMELHO) COM ARROZ<br />
Outro clássico Creole, o feijão vermelho com arroz é um<br />
dos pratos mais comuns encontrados em Nova Orleans,<br />
tanto em casas de família como em restaurantes em toda<br />
Nova Orleans. Em muitos restaurantes é servido às<br />
segundas-feiras... porque em Nova Orleans o prato era<br />
tradicionalmente feito com restos da carne de porco do<br />
jantar de domingo. Pode ser servido com linguiça,<br />
costeletas de porco ou frango frito.<br />
Destino Gastronômico 89
JAMBALAYA<br />
Este outro prato típico de New Orleans<br />
pode ser considerado uma versão da<br />
paella espanhola (e ele é de origem<br />
espanhola!). É composto de um<br />
refogado de legumes (pimentão verde,<br />
cebola, aipo e outros) e uma variedade<br />
de carnes e/ou frutos do mar, onde se<br />
adiciona o arroz, que cresce absorvendo<br />
os sabores da mistura. As variações<br />
podem incluir frango, peru, camarão,<br />
carne de jacaré e muito mais.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
CAMARÃO CREOLE<br />
É um prato feito de camarão fresco<br />
descascado, tomate, cebola, pimentão,<br />
aipo, alho e pimenta caiena. o Clássico<br />
não contém roux, mas algumas<br />
variações podem conter.<br />
PO-BOY<br />
Há muitas variações deste tradicional<br />
sanduíche de Nova Orleans. Mas todos<br />
são feitos em um pão estilo baguette<br />
francês de bom comprimento super<br />
saboroso. Estes sanduíches são repletos<br />
de carne (carne assada ou outras), peru<br />
ou linguiça defumada. Podem também<br />
ser recheados com frutos do mar fritos<br />
(empanados) tais como camarão, peixe<br />
ou ostras. Sim, ostras! E foi o que eu<br />
comi: um Po-Boy de ostras empanadas,<br />
uma delícia! Eles ainda acompanham<br />
um molho branco especial e, se você o<br />
quiser "dressed" (“vestido"), ele vem<br />
com alface, tomate, picles e maionese.<br />
90<br />
Destino Gastronômico
BEIGNETS<br />
Uma espécie de "lhós francês" ou dos<br />
nossos bolinhos de chuva, só que bem<br />
aerados e de massa na, formando um<br />
“travesseiro” crocante por fora e<br />
molinho por dentro. Por fora, levam<br />
uma espessa cobertura de açúcar de<br />
confeiteiro. Um absoluto clássico de<br />
New Orleans que foi trazido para a<br />
Louisiana pelos acadianos.<br />
E, para comer um tradicional e genuíno<br />
beignet de New Orleans, não deixe de<br />
ir ao Café du Monde (800, rua de<br />
Decatur). Inaugurado em 1862, ca<br />
aberto 24 horas e está sempre cheio,<br />
servindo cafe au lait com chicória<br />
(fórmula exclusiva) e beignets.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Destino Gastronômico 91
Hashtag<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
#fomededetalhes<br />
Nova empresa para posicionamento<br />
de marcas no segmento food chega<br />
ao mercado<br />
O cenário atual é de intensa<br />
competição no mercado de food<br />
service e isso faz com que<br />
pequenas, médias e grandes<br />
empresas do segmento invistam<br />
cada vez mais em marketing e se<br />
preparem estrategicamente para<br />
que possam continuar no páreo. Foi<br />
pensando nisso que a publicitária<br />
Vanessa Huguinin, a partir de suas<br />
experiências como head de<br />
marketing nos últimos dez anos,<br />
criou a Food-se.<br />
Todo compromisso e engajamento<br />
de uma marca se reetem no dia a<br />
dia em vendas e na qualidade da<br />
p e r c e p ç ã o d e i m a g e m , p o r<br />
exemplo. Um dos desaos no<br />
trabalho de assessoria da Food-se<br />
será traçar o caminho e analisar os<br />
impactos de determinadas ações.<br />
“O objetivo é agregar conceito em<br />
cada trabalho”, frisa Vanessa.<br />
A Food-se vai atuar em dois modelos de<br />
relacionamento com os clientes: FULL –<br />
quando a assessoria estará 100% junto a<br />
marca na denição de estratégias<br />
(tomadas de decisões, brainstorming,<br />
calendário de ações, dinâmicas de<br />
branding) e os contratos são de<br />
exclusividade; ou o FREE, que, através<br />
de um diagnóstico se denem conceito,<br />
ações e estratégias.<br />
Além do site<br />
www.foodse.com.br<br />
e de sua página no<br />
Facebook, a Food-se<br />
pode ser contatada<br />
e seguida pelo<br />
@foodsegram.<br />
“As marcas estão se reinventando<br />
ou buscando novos métodos de se<br />
comunicar. A Food-se nasce como<br />
uma assessoria em estratégias<br />
para posicionamento de marcas.<br />
Além da criação e planejamento<br />
das estratégias, damos suporte na<br />
tomada de decisões que condizem<br />
com a atmosfera da marca e<br />
posicionam junto ao seu público.”,<br />
explica Vanessa Huguinin.<br />
92<br />
Vanessa Huguinin.<br />
Foto: TomasRangel<br />
Tecnologia
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
COZINHA DO AMANHÃ<br />
Chef Flavia Quaresma<br />
comandará restaurante<br />
do Museu do Amanhã,<br />
onde fornece menus<br />
elogiados para eventos<br />
“Comer é um ato agrícola”, da frase<br />
de Wendell Berry, economista em<br />
agricultura de Wiscosin nos<br />
Estados Unidos, é o novo conceito<br />
de alimentação de qualidade<br />
proposto por Paulo Abreu e Lima,<br />
sócio fundador e criador do<br />
c o n c e i t o Fa z e n d a C u l i n á r i a<br />
vencedor do edital de inovação do<br />
governo do estado do Rio de<br />
Janeiro. Após 11 anos na Europa e<br />
nos Estados Unidos, ele juntou o<br />
melhor de 3 de seus clientes: Blue<br />
Hill do conceituado chef Dan Barber<br />
em Nova Iorque e seu conceito<br />
onde 90% dos produtos servidos<br />
no restaurante, são produzidos<br />
localmente, Hermannsdorfer, no<br />
sul da Alemanha focados em<br />
otimização de sabores dos frangos,<br />
utilizando pesquisas e inovações<br />
para o melhoramento das raças e<br />
Good Eggs em São Francisco (EUA)<br />
que criou um e-commerce baseado<br />
em produtos de excelência de<br />
pequenos produtores da região.<br />
Assim criou a ideia do “Amanhã” na<br />
gastronomia, uma nova tendência<br />
que agrega sistemas de cultivo,<br />
p r o d u ç ã o e c o n s u m o d e<br />
ingredientes locais no Brasil.<br />
O projeto de Paulo ganhou o prêmio de<br />
inovação e tecnologia da Fundação de<br />
Pesquisas do Rio de Janeiro em 2012. Ele<br />
constituiu desde então, uma equipe de<br />
peso, integrando a renomada chef Flavia<br />
Quaresma, e sócios como Vera Saboya,<br />
Dionisio Chaves e Nicola Giorgio para<br />
construir e gerenciar o café e o futuro<br />
restaurante do Museu do Amanhã;<br />
transformando R$ 80 mil em R$ 3 milhões<br />
em apenas 20 meses.<br />
A Fazenda Culinária hoje, vai muito além<br />
do café e do restaurante no Museu do<br />
Amanhã. Tem parceria com a Universidade<br />
dos Estudos de Ciências Gastronômicas da<br />
Itália, haverá lançamento de uma linha<br />
exclusiva de produtos locais com origem no<br />
Rio de Janeiro que serão comercializadas<br />
no Museu e por meio da plataforma de e-<br />
commerce, carrocinhas personalizadas na<br />
Praça Mauá, uma escola de gastronomia no<br />
Museu e lançamento de um livro sobre os<br />
ingredientes do Rio tudo ainda este ano.<br />
Para o ano que vem, será lançado um<br />
projeto de franquias e protótipos de lojasconceito,<br />
assim como um conteúdo<br />
exclusivo de educação do gosto.<br />
94<br />
Especial
<strong>Revista</strong> <strong>Gastronomia</strong> <strong>etc</strong>.<br />
Os eventos com menu personalizado da chef<br />
Flavia Quaresma e com vista privilegiada para a<br />
escultura de Franck Stella, espelho de água e<br />
Baía de Guanabara têm sido considerados os<br />
melhores eventos corporativos e sociais por<br />
parte dos clientes. Para mais informações, segue<br />
o contato: tatiana@fazendaculinaria.com.br<br />
Na foto os sócios: Dionisio Chaves (esquerda), Vera Saboya, Paulo<br />
Abreu e Lima, Flavia Quaresma e Nicola Giorgio (direita)<br />
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