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Outubro/2016 - Referência Florestal 179

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46<br />

CADERNO<br />

EMPRESARIAL<br />

71 anos de Agroceres<br />

TERRAS PARA<br />

ESTRANGEIROS<br />

Lei deve regular o tema52 ENTREVISTA<br />

Justine Leigh-Bell, diretora<br />

do Climate Bonds Initiative<br />

Pragas ao ataque<br />

Saiba como proteger sua floresta<br />

Pests to attack<br />

Learn how to protect your forest


SUMÁRIO<br />

ANUNCIANTES<br />

DA EDIÇÃO<br />

Agroceres ................................................................... 76<br />

Bruno Industrial ......................................................... 45<br />

34<br />

Carrocerias Bachiega .............................................. 61<br />

D’Antonio Equipamentos ..................................... 71<br />

Denis Cimaf ................................................................... 09<br />

46<br />

Dinagro ........................................................................... 02<br />

Ecoserra ......................................................................... 65<br />

Exte ................................................................................... 19<br />

FMC Florestas .............................................................. 33<br />

52<br />

H Fort ................................................................................ 13<br />

Himev .............................................................................. 57<br />

J de Souza ........................................................................ 43<br />

Editorial<br />

Cartas<br />

Bastidores<br />

Coluna Ivan Tomaselli<br />

Notas<br />

Alta e Baixa<br />

Biomassa<br />

Aplicação<br />

Frases<br />

Entrevista<br />

Principal<br />

Silvicultura<br />

Caderno Empresarial<br />

Especial<br />

Evento<br />

Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Artigo<br />

Agenda<br />

Espaço Aberto<br />

06<br />

08<br />

10<br />

12<br />

14<br />

20<br />

22<br />

24<br />

26<br />

28<br />

34<br />

40<br />

46<br />

52<br />

58<br />

62<br />

66<br />

72<br />

74<br />

John Deere .................................................................... 07<br />

Liebherr Brasil ............................................................ 11<br />

Lubeco ............................................................................ 71<br />

Mill Indústrias .............................................................. 27<br />

Minusa Forest .............................................................. 05<br />

Oregon ............................................................................ 75<br />

Penz Saur ........................................................................ 55<br />

Rossin .............................................................................. 69<br />

Rotobec .......................................................................... 21<br />

Sergomel ....................................................................... 25<br />

TMO ................................................................................. 23<br />

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EDITORIAL<br />

Ano XVIII - Edição n.º <strong>179</strong> - <strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />

Year XVIII - Edition n.º <strong>179</strong> - October <strong>2016</strong><br />

06 www.referenciaflorestal.com.br<br />

A floresta protegida ilustra o<br />

lançamento do Capture 400<br />

EC, um inseticida e acaricida<br />

produzido pela FMC, que acaba<br />

de ser homologado para uso<br />

florestal<br />

TERRA À VISTA<br />

A famosa frase do marinheiro: Terra à vista; gritada da nau portuguesa quando<br />

avistou o Brasil ainda ecoa em nosso subconsciente. A história conta que há 516<br />

desembarcavam em solo brasileiro os primeiros estrangeiros. Naquele tempo eles<br />

tomaram grandes áreas de assalto, sem perguntar nada aos habitantes locais. Muita<br />

coisa mudou de lá para cá e mais recentemente nós entendemos que estrangeiros<br />

não deveriam mais possuir terras aqui. A decisão tomada pela AGU (Advocacia-Geral<br />

da União), em 2010, que pareceu uma vingança aos primeiros portugueses, afastou<br />

investimentos vindos de fora que estão fazendo falta. A reportagem especial desta<br />

edição conta em que pé está o movimento para estabelecer regras claras que balizem<br />

a compra de terras por empresas e grupos de fora do Brasil, algo importante<br />

para a expansão do segmento de base florestal. Outro assunto imperdível ilustra<br />

a capa desta edição. As pragas exóticas fincaram as patas no Brasil e estão causando<br />

muito estrago, principalmente nas florestas plantadas de eucalipto. Conheça um<br />

pouco mais sobre elas e principalmente sobre os métodos de combate. Não perca<br />

ainda a matéria sobre manejo florestal sustentável, veja os pontos positivos e benefícios<br />

da prática para as espécies nativas, e também que a opinião de dois pesquisadores<br />

sobre o que pode evoluir. Esperamos que tenha o mesmo prazer em ler a edição<br />

deste mês como tivemos em produzi-la. Ótima leitura!<br />

LAND HO!<br />

The famous phrase of “Land Ho” that the Portuguese sailor cried out from his ship when<br />

he spotted Brazil still echoes in our subconscious. The story goes that the first foreigners who<br />

landed on Brazilian soil numbered 516. At that time, they took over large areas by assault, without<br />

asking the local inhabitants. A lot has changed from then to now and more recently we understand<br />

that foreigners can no longer own more land. The decision, taken by the Solicitor-General<br />

(AGU), in 2010, that seemed like revenge on the first Portuguese settlers, has driven away<br />

needed foreign investment. The special story in this issue outlines where this stands as to the<br />

movement to establish clear rules that could lead to land purchases by companies and groups<br />

based outside Brazil, something important for the expansion of the forestry based segment.<br />

Another important subject illustrates the cover of this Issue. Exotic pests are becoming more<br />

common in Brazil and are beginning to cause much damage, especially for planted eucalyptus<br />

forests. Learn a little more about them, especially about the methods for combatting them. Also<br />

don’t miss the story about sustainable forestry management, and get to see the strengths and<br />

benefits of the practice for native species, and also the opinion of two research scientists about<br />

what could evolve. We hope you have the same pleasure in reading this month's issue as we did<br />

in producing it. Pleasant reading!<br />

EXPEDIENTE<br />

JOTA COMUNICAÇÃO<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Diretora de Negócios / Business Director<br />

Joseane Knop<br />

joseane@jotacomunicacao.com.br<br />

JOTA EDITORA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Fernanda Domingues<br />

Fernanda Maier<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Colaboreadores / Colaborators<br />

Fotógrafos: Mauricio de Paula e Valterci Santos<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Monica Kirchner - Coordenação<br />

Alessandra Reich<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.


CARTAS<br />

PRAGAS<br />

Capa da Edição 178 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de setembro de <strong>2016</strong><br />

Por Nelson Henrique Perez - Araranguá (SC)<br />

Achei interessante a reportagem da última edição da<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL sobre pragas florestais. Acredito<br />

que o assunto renda mais matérias.<br />

SHOW DE BOLA<br />

Por Vitório Guimarães da Silva - Betim (MG)<br />

Foto: Alexandre Mehl Lunz<br />

Superinteressante a reportagem sobre as startups, acho<br />

bem legal trazer novidades em tecnologia e de iniciativas<br />

jovens. A matéria foi show.<br />

PLANTANDO ÁRVORES<br />

Por Sandra Mauro Fiorenti - Itabela (BA)<br />

Muito importante uma revista que incentiva o plantio de<br />

árvores e o manejo florestal. A REFERÊNCIA FLORESTAL é<br />

excelente!<br />

Foto: divulgação<br />

Imagem: reprodução<br />

COMPETITIVIDADE<br />

Por Maurício Vale - Uberlândia (MG)<br />

O mercado florestal necessita de alta produtividade e<br />

uma logística eficiente. Continuem com reportagens sobre<br />

esses temas. Parabéns!<br />

ECONOMIA VERDE<br />

Por Antônio Miguel Amorim - Três Lagoas (MS)<br />

O setor florestal vem crescendo muito na região. Agora<br />

com a questão do clima, os governos e as pessoas vão dar<br />

mais atenção à economia verde. Isso será muito positivo<br />

para quem trabalha com floresta.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é fundamental para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

E-mails, críticas e<br />

sugestões podem ser<br />

enviados para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista do<br />

Setor <strong>Florestal</strong> ou a respeito de reportagem<br />

produzida pelo veículo.<br />

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BASTIDORES<br />

CHARGE<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

REVISTA<br />

PESQUISA<br />

Para produzir a reportagem<br />

principal desta edição sobre<br />

pragas florestais visitamos a<br />

Unesp (Universidade Estadual<br />

Paulista) em Botucatu (SP),<br />

onde conhecemos o laboratório<br />

de pesquisa da universidade.<br />

A nossa visita foi guiada por<br />

Natália Medeiros de Souza,<br />

mestre em Agronomia-<br />

Proteção de Plantas<br />

Simone Velozo, doutoranda<br />

do curso de Agronomia-<br />

Proteção de Plantas<br />

Foto: REFEREÊNCIA<br />

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COLUNA<br />

Foto: divulgação<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

INVENTÁRIO FLORESTAL: QUAL O<br />

PROPÓSITO?<br />

Levantamento de dados da floresta possibilita avaliar o recurso<br />

de forma estratégica<br />

N<br />

o dia 21 de setembro passado, como parte da comemoração<br />

do Dia da Árvore, o Curso de Engenharia<br />

<strong>Florestal</strong> da Ufpr (Universidade Federal do Paraná)<br />

promoveu um evento para discutir a aplicação do inventário<br />

florestal. Na oportunidade, a Stcp Engenharia de Projetos recebeu<br />

o Prêmio Floresta <strong>2016</strong> na Categoria Empresas, pela relevante<br />

contribuição para o desenvolvimento florestal Brasileiro.<br />

A Stcp já inventariou mais de 4 milhões de ha (hectares)<br />

de florestas plantadas, o que envolveu a medição de cerca<br />

de 500 mil amostras. Além disto, a Stcp inventariou cerca de<br />

80 milhões de ha de florestas nativas, e preparou 70 planos<br />

de manejo de unidades de conservação com uma área de 25<br />

milhões de ha. Estes inventários e planos foram realizados<br />

tanto no Brasil como em outros países.<br />

A experiência ganha pela Stcp nestas atividades de inventário<br />

foi enorme. Uma das lições aprendidas é que o inventário<br />

florestal não deve ser considerado simplesmente um processo<br />

repetitivo de mensuração de árvores para estimar o volume<br />

de uma floresta. Ele deve ser planejado e conduzido com base<br />

na informação que é necessária, para atender um objetivo<br />

pré-definido. As principais categorias de inventário florestal<br />

são apresentadas, de forma simplificada, abaixo.<br />

O inventário estratégico, como por exemplo um inventário<br />

florestal nacional, tem como objetivo apoiar as políticas<br />

florestais e ambientais de um país ou de uma região. Ele é<br />

conduzido a cada 5 ou 10 anos, e informações geradas são<br />

menos detalhadas. Um inventário estratégico pode ser utilizado<br />

para decidir sobre a implementação de medidas de<br />

proteção a determinadas espécies, para criar áreas ou reservas<br />

ambientais, para atrair investimentos industriais, para definir<br />

um plano de desenvolvimento nacional ou regional, e outras<br />

ações estratégicas. Raramente este tipo de inventário define<br />

a forma de manejo florestal.<br />

O inventário empresarial, por sua vez, tem objetivos diferentes.<br />

Pode ser o caso de um inventário contínuo, que visa<br />

gerar informações para estimar a disponibilidade de madeira<br />

no médio e longo prazo (prognose de produção), o que é importante<br />

para planejar o suprimento futuro de madeira para<br />

a indústria. Este mesmo inventário pode servir de base para<br />

o manejo das florestas (decisão sobre desbastes, adubação<br />

ou outros tratos silviculturais), ou para valoração dos ativos.<br />

Trata-se de um inventário com maior grau de precisão que o<br />

inventário estratégico e é conduzido em intervalos de tempo<br />

mais curtos (normalmente a cada 2 ou 3 anos), dependendo<br />

do incremento e ciclo da floresta.<br />

Ainda dentro da categoria de inventário empresarial existe<br />

o inventário com propósito mais específico, como é o caso do<br />

inventário pré-corte. Este é um inventário de alta precisão<br />

conduzido com o objetivo de obter informação de volume de<br />

áreas menores, e que serão submetidas ao corte. A informação<br />

serve de base, por exemplo, para remuneração de terceiros<br />

envolvidos na colheita, transporte e outras atividades, e para<br />

a alocação de recursos. Inventários deste tipo podem servir<br />

ainda para outros propósitos específicos, como para apoiar no<br />

desenvolvimento de programas de pesquisa ou de proteção<br />

ambiental.<br />

A experiência indica que o inventário florestal é uma<br />

fonte de informação importante. No entanto, como é uma<br />

atividade que demanda muitos recursos, e por isto pode ser<br />

oneroso, deve ser adequadamente planejado e conduzido de<br />

forma que venha a gerar os conhecimentos que atendam as<br />

demandas específicas.<br />

O inventário florestal pode ser oneroso, deve ser adequadamente<br />

planejado e conduzido de forma que venha a gerar os conhecimentos que<br />

atendam as demandas específicas<br />

12<br />

www.referenciaflorestal.com.br


´


NOTAS<br />

DIVISÃO FLORESTAL<br />

WESTROCK<br />

COMPLETA 60<br />

ANOS<br />

Foto: arquivo<br />

A Rigesa, que agora é WestRock, empresa fruto da fusão entre<br />

RockTenn e MWV, comemora os 60 anos de sua divisão florestal<br />

com a implantação do primeiro pomar clonal de sementes de pinus<br />

de terceira geração do país, resultado de mais de seis décadas de<br />

investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para espécies<br />

florestais. O alto grau de investimento em pesquisa, iniciado<br />

em 1956, mesmo ano em que iniciaram as operações florestais<br />

no Brasil, é o que garante os altos índices de produtividade obtidos<br />

em campo. Em solo brasileiro, a operação WestRock é verticalizada.<br />

Parte da madeira produzida de forma sustentável na divisão<br />

florestal segue para uma fábrica de papel, em Três Barras (SC) e, de<br />

lá, para quatro fábricas de embalagens espalhadas pelo país.<br />

COTA PARA<br />

MULHERES<br />

A Comissão de Trabalho, de Administração<br />

e Serviço Público da Câmara dos Deputados<br />

aprovou o Projeto de Lei 1397/15, do deputado<br />

Angelim (PT-AC), que obriga empresas que exploram<br />

concessões florestais a manter no mínimo<br />

5% de mulheres no quadro de empregados. A<br />

comprovação do cumprimento da cota será feita<br />

pela apresentação do Caged (Cadastro Geral de<br />

Empregados e Desempregados) ou certidão de órgão competente. A empresa que não cumprir o requisito poderá ter o<br />

contrato de concessão cancelado. A deputada Erika Kokay (foto) do PT-DF, defendeu o mérito da proposta argumentado que<br />

assegura condições igualitárias frente a uma situação com desigualdade histórica. "A igualdade de oportunidades e as ações<br />

afirmativas garantem direitos", afirmou. A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões<br />

de finanças e tributação; e de constituição e justiça e de cidadania. O texto já foi aprovado pela comissão de agricultura,<br />

pecuária, abastecimento e desenvolvimento rural em setembro de 2015.<br />

Foto: divulgação<br />

14<br />

www.referenciaflorestal.com.br


ASSISTÊNCIA<br />

TÉCNICA<br />

Foto: divulgação<br />

O projeto ABC Cerrado, do Senar/MS (Serviço<br />

Nacional de Aprendizagem Rural) iniciou em<br />

setembro a terceira etapa de execução das atividades,<br />

após realização de seminários de sensibilização<br />

e capacitação dos produtores rurais<br />

interessados em aderir à iniciativa. O objetivo é<br />

utilizar tecnologias em sistemas produtivos que<br />

diminuam a emissão de gases com efeito estufa<br />

na atmosfera. No total, mais de 400 pessoas participaram<br />

de qualificações sobre Reforma de Pastagens, Plantio Direto, Florestas Plantadas e ILPF (Integração Lavoura,<br />

Pecuária e Floresta). A partir de agora, os concluintes que somaram 220 produtores receberão durante 18 meses de<br />

Assistência Técnica e Gerencial focada nas diretrizes do projeto ABC Cerrado, idealizado em parceria com o Mapa (Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Embrapa e Banco Mundial. O foco da iniciativa é a conscientização<br />

e capacitação, seguida de assistência técnica que auxiliará os participantes a implantarem sistemas produtivos que têm<br />

como meta estimular a sustentabilidade e rentabilidade da atividade rural.<br />

SEXTA-FEIRA<br />

DE FSC<br />

No dia 30 de setembro, escritórios do FSC<br />

(Forest Stewardship Council), certificadoras, certificados,<br />

membros e parceiros realizaram uma série<br />

de eventos pelo mundo para celebrar e aumentar a<br />

conscientização sobre o manejo florestal responsável<br />

e o papel do FSC. A ação fez parte da iniciativa<br />

global FSC Friday, evento que começou no Reino<br />

Unido, em 2008, e desde então vem crescendo a<br />

cada ano. Segundo o FSC Brasil, o país possui 6,176<br />

milhões de ha (hectares) certificados na modalidade<br />

de manejo florestal e envolve 110 operações de<br />

manejo, entre áreas de florestas nativas e plantadas.<br />

O Brasil ocupa o sexto lugar no ranking total<br />

do sistema FSC.<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

15


NOTAS<br />

FAO INCENTIVA<br />

CONCESSÕES<br />

FLORESTAIS<br />

Foto:divulgação<br />

Concessões florestais bem administradas que<br />

incorporem a gestão sustentável podem ser importantes<br />

para a conquista dos Objetivos do Desenvolvimento<br />

Sustentável, afirmou a FAO (Organização das<br />

Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) em<br />

documento. Para a entidade, as concessões florestais<br />

são importantes ferramentas de governança para o<br />

aproveitamento e manejo das florestas públicas em<br />

muitos países tropicais. Segundo a FAO, globalmente,<br />

76% das florestas são públicas, e houve um aumento<br />

da proporção de florestas públicas administradas por<br />

entidades privadas: de 3% em 1990 a 15% em 2010. Segundo os relatórios regionais, em nove países selecionados da África,<br />

América Latina e Sudeste Asiático há atualmente ao menos 122 milhões de hectares de florestas tropicais sob concessões<br />

florestais, cobrindo 14% das florestas públicas nos países estudados.<br />

DIA DA<br />

ÁRVORE<br />

Para celebrar o Dia<br />

da Árvore, comemorado<br />

no dia 21 de setembro,<br />

a Klabin lançou o hotsite<br />

Árvores do Brasil (www.<br />

klabin.com.br/arvoresdobrasil),<br />

com imagens,<br />

informações e curiosidades<br />

sobre 25 espécies<br />

brasileiras, das quais 16<br />

representam as principais árvores presentes nos municípios em que a companhia mantém as unidades industriais. O site<br />

também apresenta um quiz com perguntas e dicas para o internauta conhecer algumas espécies e descobrir qual é a mais<br />

adequada para se plantar e cultivar em casa, de acordo com o perfil de cada pessoa.<br />

Imagem: divulgação<br />

16<br />

www.referenciaflorestal.com.br


EXPORTAÇÕES<br />

AUMENTAM<br />

Foto: divulgação<br />

A queda no consumo interno fez com que as<br />

indústrias do setor de árvores plantadas buscassem<br />

o mercado externo para escoar a produção<br />

e manter o crescimento no ano. Na comparação<br />

do acumulado de janeiro a agosto de <strong>2016</strong> com<br />

o mesmo período ano passado, o volume de exportação<br />

de celulose superou a marca de 8,4 milhões<br />

de t (toneladas) (+13,6%), o de painéis de<br />

madeiras atingiu a marca de 644 mil m 3 (metros<br />

cúbicos) (+65,6%) e o de papel foi acima de 1,4<br />

milhão de t (+5,0%). No mercado de celulose, a<br />

China foi o país com a maior contribuição para o crescimento da receita de exportação até agosto, com aproximadamente<br />

US$ 1,35 bilhão (+19%) e 37% de participação. Para o setor de painéis de madeira, o continente americano continua<br />

sendo o mais atraente. A América Latina responde por uma fatia de 53,5%, com US$ 83 milhões e a América do Norte<br />

por 25,2%, com US$ 39 milhões. O segmento de papel também continua focando suas vendas externas para a América<br />

Latina que deteve 58,0% das exportações, com US$ 725 milhões, seguido pela Europa, com 12,2%, equivalentes a US$<br />

153 milhões, e América do Norte com 10,1%, ficando na terceira posição com US$ 126 milhões.<br />

INCÊNDIOS FLORESTAIS<br />

AUMENTAM EM 40%<br />

No primeiro semestre deste ano, o número de focos de<br />

incêndios florestais subiu 40% em relação ao mesmo período<br />

do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Inpe (Instituto<br />

Nacional de Pesquisas Espaciais). Até 21 de setembro,<br />

foram identificados 120.896 focos. A estiagem prolongada dos<br />

últimos dois anos, provocada pelo fenômeno El Niño, caracterizado<br />

pelo aquecimento anormal das águas superficiais do<br />

Oceano Pacífico, deixou a vegetação mais suscetível a incêndios.<br />

Um solo com baixa concentração de água faz com que a<br />

vegetação fique cada vez mais seca e morra, transformando-se<br />

em combustível para as chamas. Entretanto, mais de 90% dos<br />

incêndios têm ação humana. O Ibama e o ICMBio (Instituto<br />

Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) orientam<br />

produtores rurais sobre as melhores práticas de preparo da<br />

terra e fazem a fiscalização em áreas com possíveis queimadas<br />

criminosas.<br />

Foto: divulgação<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

17


NOTAS<br />

SETOR FLORESTAL<br />

DO PARÁ PEDE<br />

SOCORRO<br />

Foto:divulgação<br />

Queda na exportação, na geração de emprego e dificuldades<br />

com órgãos fiscalizadores federais foram algumas das<br />

questões mencionadas por representantes de federações,<br />

associações e empresários do setor madeireiro em reunião<br />

com o governador Simão Jatene (foto), realizada no dia<br />

22 de setembro. De acordo com a Aimex (Associação das<br />

Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará),<br />

o setor madeireiro se desenvolveu e aprimorou as práticas ambientais, sendo um dos setores que geram emprego e renda<br />

alinhados à política estadual de verticalização da produção. O presidente da Aimex, Roberto Pupo, informou que em 2007 o<br />

setor gerava 200 mil empregos e que em 2015 esse número diminuiu para 50 mil postos de trabalho. As exportações também<br />

sofreram queda, saindo de US$ 800 milhões (2007), para US$ 140 milhões, em 2015. “Nós estamos passando por uma crise<br />

muito grande”, destacou Pupo, que também apontou a fiscalização como um dos entraves do setor.<br />

IPEF E<br />

UNICENTRO<br />

FIRMAM<br />

PARCERIA<br />

O campus Irati da Unicentro (Universidade<br />

Estadual do Centro-Oeste) e o Ipef<br />

(Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais)<br />

firmaram um convênio para que alunos e<br />

professores da universidade participem dos programas cooperativos do Ipef, no desenvolvimento de pesquisas e treinamento<br />

dos estudantes via estágio. O professor do Departamento de Engenharia <strong>Florestal</strong>, Evandro Tambarussi, vinha já<br />

trabalhando em parceria com o Ipef dentro do Programa Cooperativo de Melhoramento. “O projeto visa, principalmente,<br />

conservar a base genética e avançar na geração do melhoramento do Eucalyptus viminalis, que é um tipo de eucalipto”,<br />

acrescenta Afonso. Para o diretor do campus de Irati, o entusiasmo demonstrado por professores da Unicentro deixa<br />

evidente a importância deste convênio e a certeza de que vai gerar excelentes frutos. “Do ponto de vista político, essa<br />

aproximação da Unicentro com o Ipef é um marco importante para a projeção de seu jovem curso de Engenharia <strong>Florestal</strong>,<br />

colocando-o em destaque no cenário nacional e, inclusive, internacional”, avalia.<br />

Foto: divulgação<br />

18<br />

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ACORDO MUNDIAL<br />

A Indonésia e a UE (União Europeia) realizaram o primeiro acordo mundial dentro da Flegt (sigla em inglês<br />

para Implementação da Legislação <strong>Florestal</strong>, Governança e Comércio). De acordo com a FAO, a iniciativa<br />

foi um dos grandes compromissos na luta contra o comércio ilegal de madeira. A Flegt certifica que os<br />

carregamentos de madeira saídos do país asiático para os membros do continente europeu estão de<br />

acordo com a legislação da Indonésia quanto à colheita, transporte, processamento e comércio.<br />

Um terço da madeira tropical exportada pela Indonésia abastece países da UE.<br />

ALTA<br />

ACEIROS AJUDAM A EVITAR INCÊNDIOS FLORESTAIS<br />

A reportagem exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 24 de setembro mostrou o trabalho dos<br />

brigadistas do IcmBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) na preparação de<br />

aceiros para evitar incêndios florestais. A matéria enfoca o trabalho realizado no Parque Nacional das<br />

Emas, em Goiás. Nesta época do ano, o IcmBio mantém mais de mil brigadistas em dezenas de unidades<br />

de conservação federais em todo o país, principalmente nos parques e reservas localizados nas regiões<br />

em que o tempo seco e a baixa umidade do ar favorecem o surgimento de incêndios florestais. Para<br />

fazer os aceiros, os brigadistas usam o fogo controlado. Eles lançam as chamas na vegetação seca, em<br />

uma estreita faixa de terra em torno da unidade e apagam o fogo logo em seguida. A parte queimada<br />

funciona, então, como uma barreira natural contra incêndios.<br />

BESOURO DA CASCA ATACA FLORESTAS NA BULGÁRIA<br />

Florestas de pinus da Bulgária, plantadas em volta de montanhas para combater a erosão do solo, estão<br />

sendo vítimas do besouro. A praga se alimenta das árvores enfraquecidas pelo clima excessivamente<br />

quente de plantios muito densos. Mais de 7.000 ha (hectares) de florestas no país dos Balcãs morreram<br />

devido aos ataques em agosto, área três vezes maior do que em anos anteriores. A solução no longo prazo<br />

está em deixar que as espécies com folhas largas, dominantes em altitudes mais baixas, floresçam novamente.<br />

Depois que as coníferas forem retiradas, as mudas de carvalho, faia e freixo, que não fazem parte<br />

do cardápio dos besouros, vão tomar o lugar dos pinus.<br />

BAIXA<br />

EXPORTAÇÕES DO SETOR FLORESTAL CHILENO EM QUEDA<br />

As exportações do setor florestal do Chile totalizaram US$ 2,555 milhões no primeiro semestre,<br />

queda de 4,3% em relação ao mesmo período de 2015, representando 8,5% do total<br />

de embarques no país. A celulose continua a ser o principal produto de exportação, com uma<br />

quota de 47,4%, seguido pelos embarques de madeira (43,6%) e papel e papelão (9%). A China foi<br />

o principal mercado de destino das exportações florestais chilenas, concentrando metade dos embarques<br />

no primeiro semestre.<br />

20<br />

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Foto: divulgação<br />

A<br />

nualmente, sobram 200 mil ha (hectares) de eucalipto<br />

plantados para investimento em Mato<br />

Grosso do Sul. Para utilizar essa floresta e as<br />

sobras vindas das indústrias, o governo do Estado e a<br />

Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores<br />

e Consumidores de Florestas Plantadas) têm incentivado<br />

empresários a investir na geração de energia a partir da<br />

biomassa. Os resultados começam a aparecer e já são 13<br />

projetos consolidados de termelétricas do tipo. São cerca<br />

de R$ 200 milhões do Fdco (Fundo de Desenvolvimento do<br />

Centro-Oeste) para empreendimentos voltados à geração<br />

de energia. Conforme o secretário da Semade (Secretaria<br />

de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Jaime<br />

Verruck, aos investidores foram apresentados às áreas disponíveis<br />

e aos produtores de eucalipto, para que fossem<br />

feitos os contratos.<br />

MENOS<br />

INCENTIVO<br />

N<br />

ovas usinas eólicas e de geração<br />

a partir de biomassa poderão sofrer<br />

redução de isenção de custos<br />

atualmente concedida pelo governo a investidores.<br />

A medida faz parte do esforço da<br />

nova equipe do Ministério de Minas e Energia<br />

para diminuir o peso dos subsídios que hoje<br />

são pagos pelos consumidores nas contas de<br />

luz. O corte nos incentivos pode ser viabilizado<br />

por meio de uma emenda incluída na MP<br />

(Medida Provisória) 735/<strong>2016</strong>, que está em<br />

tramitação, o que teria como efeito uma elevação<br />

nos custos para a construção de novos<br />

empreendimentos dessas fontes de energia.<br />

Segundo texto da MP aprovado em comissão mista do Congresso, agora na Câmara dos Deputados, as usinas eólicas e a<br />

biomasssa teriam a partir de janeiro de 2017 um corte nos descontos garantidos em custos de transmissão e distribuição<br />

de energia, que seriam limitados a um período de cinco anos após o início da operação dos parques. Atualmente o desconto<br />

nesses custos pelo uso da rede não tem prazo determinado.<br />

Foto: divulgação<br />

22<br />

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MATA ATLÂNTICA<br />

O<br />

Ipef (Instituto de Pesquisas<br />

Florestais) acaba de lançar o<br />

Guia de Plântulas e Sementes<br />

da Mata Atlântica do Estado de São Paulo.<br />

O objetivo é que a publicação sirva<br />

como material de referência para estudantes<br />

e pesquisadores que trabalham<br />

nas áreas de morfologia de plantas, taxonomia,<br />

botânica, ecologia de espécies arbóreas, produção de mudas, manejo, recursos florestais, entre outras. Este guia<br />

apresenta descrições biométricas de sementes e propágulos, caracterização e acompanhamento do desenvolvimento da<br />

germinação até o estágio de plântula, além de imagens ilustrativas de frutos, das sementes, etapas de germinação e indivíduos<br />

juvenis de 62 espécies vegetais arbóreas da Mata Atlântica, com ocorrência no Estado.<br />

Imagem: reprodução<br />

BIFE ZERO<br />

CARBONO<br />

Foto: Katia Tapejara<br />

A<br />

Carne Neutra acaba<br />

de chegar ao mercado<br />

com o conceito<br />

da criação de gado em áreas<br />

de pastagem consorciadas<br />

com árvores, o sistema silvipastoril.<br />

As árvores plantadas<br />

no sistema são capazes de<br />

neutralizar uma das principais<br />

fontes de emissões do agronegócio,<br />

ou seja, a emissão<br />

do gás metano proveniente<br />

do processo de digestão do gado. O sombreamento das árvores melhora, ainda, o conforto térmico e o bem-estar<br />

do gado, tendo consequência direta no aumento da produtividade dos animais. A iniciativa esta sendo estimulada<br />

pelo Projeto Pecuária Neutra, criado para facilitar a troca de conhecimentos e a multiplicação dessa iniciativa para<br />

outros produtores de carne ou de leite. Para saber mais sobre o projeto acesse www.pecuarianeutra.com.br.<br />

24<br />

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FRASES<br />

Esperamos que<br />

seja fortalecido<br />

o diálogo com o<br />

Governo Federal<br />

no sentido de<br />

alinhar as práticas<br />

de controle<br />

regulatório no<br />

setor florestal,<br />

que é uma das<br />

indústrias mais<br />

estratégicas<br />

da economia<br />

paraense<br />

José Conrado Santos, presidente<br />

da Fiepa (Federação das Indústrias<br />

do Estado do Pará), argumentando<br />

que é preciso consenso para que<br />

a produção florestal no Pará seja<br />

retomada<br />

Nossa Câmara deve estar sintonizada com a<br />

agrossilvicultura neste momento em que se fala na<br />

aplicação do Plano ABC paulista<br />

Laércio Couto, presidente da Câmara Setorial de Produtos Florestais da Secretaria<br />

de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, sobre a iniciativa do Estado<br />

que incentiva a Ilpf (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta)<br />

Estímulos ao plantio de araucária para finalidades<br />

econômicas é um trabalho paralelo, que pode ser<br />

admitido, mas que é secundário em relação a ações<br />

diretas de conservação de áreas naturais<br />

Clóvis Borges, executivo da Spvs (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e<br />

Educação Ambiental) sobre as prioridades para a recuperação das florestas e<br />

araucária que estão quase sumindo do Paraná<br />

Conseguimos enxergar como o mercado pode<br />

se reinventar, quais são as novas potencialidades<br />

e, ao mesmo tempo, o que já fazemos e que temos<br />

espaço para continuar fazendo, e o que podemos<br />

melhorar. Daqui para frente, o setor precisa<br />

continuar percebendo as vantagens, detectar aquilo<br />

que é desvantagem, e realmente buscar maximizar<br />

o uso da madeira de pinus<br />

José Mauro Moreira, pesquisador da Embrapa Florestas, elencando algumas das<br />

conclusões do Workshop de pinus realizado em Curitiba (PR), no mês de setembro<br />

É uma janela que se abre para que o Brasil<br />

se coloque como um dos poucos países com<br />

capacidade de gerar emprego e renda, tendo a<br />

questão da sustentabilidade e a economia de baixo<br />

carbono como foco estratégico<br />

Foto: divulgação<br />

Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico<br />

de Mato Grosso do Sul, sobre o acordo do Clima do qual o Brasil é signatário<br />

26<br />

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ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

Justine Leigh-Bell<br />

LOCAL DE NASCIMENTO<br />

África do Sul<br />

South Africa<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Diretora de marketing e desenvolvimento da Climate Bonds Initiative<br />

Director, Market Development at Climate Bonds Initiative<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Mestre em Ciências em Economia e Política do Meio Ambiente pelo Imperial College London (Reino Unido) e bacharel em Ecologia<br />

e Evolução Biológica pela University of Tennessee (Estados Unidos da América)<br />

Imperial College London, UK | MSc, Environmental Economics and Policy<br />

University of Tennessee, Knoxville, USA | BSc – Ecology and Evolutionary Biology<br />

O<br />

Brasil confirmou oficialmente, em setembro, o compromisso<br />

com as diretrizes definidas durante a COP21 (XXI<br />

Conferência das Partes), em Paris, que estabeleceu um<br />

novo acordo do clima. A intenção central é limitar o aumento da<br />

temperatura média global em em até 2 o C (Graus Celsius). Para<br />

que isso seja viável, entre as metas brasileiras está a ampliação do<br />

plantio de florestas. O ato de endossar a resolução, além do caráter<br />

ambiental, fortaleceu ainda mais o mercado de ações verdes<br />

no país. Esses títulos, chamados de green bonds, são parecidos<br />

com as ações comuns, mas eles devem ter, obrigatoriamente,<br />

lastros com inciativas ou projetos que causam impacto positivo<br />

ao meio ambiente. Conversamos com Justine Leigh-Bell, diretora<br />

de marketing e desenvolvimento da Climate Bonds Initiative, uma<br />

organização não governamental que auxilia empresas e empresários<br />

a identificar ações que se enquadram no mercado verde e<br />

certificá-las como green bonds. Na entrevista, ela mostra como há<br />

bastante campo a ser explorado pelas empresas florestais nesse<br />

sentido, inclusive em APP (Áreas de Preservação Permanente) e<br />

de RL (Reserva Legal).<br />

Ações verdes<br />

Green securities<br />

I<br />

n September, Brazil officially confirmed commitment to the<br />

guidelines set out during the 21st Conference of the Parties<br />

(COP21) in Paris, which established a new climate agreement.<br />

The main intention is to limit the average global temperature increase<br />

to 2° C. For this to be feasible, amongst the Brazilian goals<br />

is expansion in the planting of new forests. The act of endorsing<br />

this resolution, in addition to an environmental character, strengthened<br />

even more the market for green bonds in the Country.<br />

These securities, called green bonds, are similar to normal debt<br />

instruments, but, obligatorily, they are backed by initiatives or projects<br />

that have a positive impact on the environment. We talked<br />

with Justine Leigh-Bell, Director of Marketing and Development<br />

of the Climate Bonds Initiative, a non-governmental organization<br />

that assists businesses and entrepreneurs to identify certain debt<br />

securities that can be included in the Green Securities Market and<br />

certifies them as green bonds. In the interview, she shows that<br />

there is still much still to be explored by forest companies in this<br />

sense, inclusively as to Permanent Preservation Areas (APP) and<br />

Legal Reserves (RL).<br />

28<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Poderia explicar como funciona o mercado de green bonds?<br />

O mercado de green bonds é praticamente idêntico ao mercado<br />

de ações tradicional. Um emissor, seja ele um banco de<br />

desenvolvimento, corporativo ou municipal, recebe capital dos<br />

investidores e em retorno concorda em pagar um cupom (taxa<br />

de juros) por um determinado número de anos. Ao chegar no<br />

ponto de maturidade, o montante total inicialmente investido<br />

é devolvido ao investidor. Normalmente, o emissor usa o capital<br />

receitas) para investir em infraestrutura que irá gerar uma renda<br />

constante ao longo do prazo do vínculo, permitindo repagar<br />

as parcelas de cupom e o capital de volta no vencimento. A<br />

única diferença entre o mercado padrão e o mercado de green<br />

bonds é que o uso de rendimentos de títulos verdes devem ser<br />

investidos em ativos ambientalmente corretos. A grande maioria<br />

dos green bonds são obrigações de empresas regulares e têm<br />

exatamente os mesmos riscos de crédito das ações básicas. Isso<br />

ocorre porque a maioria dos títulos verdes são apoiados pelo<br />

balanço do emitente e não pelos projetos submetidos. Além<br />

disso, muitos green bonds são emitidos para refinanciar ativos<br />

existentes, de modo que os investidores não assumem riscos<br />

na construção de investimentos. Isto é muito semelhante aos<br />

títulos tradicionais que também são, muitas vezes, emitidos<br />

para refinanciar ativos existentes.<br />

Poderia explicar o processo que as empresas devem seguir<br />

para receber o selo de green bonds?<br />

Vários caminhos diferentes podem ser tomados para a obtenção<br />

do selo. Os emitentes podem autorrotular seus títulos<br />

como verdes ou procurar um segundo outorgante, ou seja<br />

alguém que tem vínculo com empresa, (muitas vezes contra<br />

os princípios voluntários dos green bond). A abordagem mais<br />

robusta é ganhar verificação de um organismo externo como<br />

o Sistema de Certificação Climate Bonds, administrado pela<br />

Climate Bonds Standards Board. Nós coordenamos grupos de<br />

experts que estabelecem critérios específicos para cada setor<br />

determinar quais ativos podem ser financiados pelo Climate<br />

Bonds. Os emitentes devem, em seguida, realizar a verificação<br />

por organismo externo que suas ações estão em conformidade<br />

com esses critérios e abrangem o Climate Bonds Standard, antes<br />

que eles possam usar o selo de certificação.<br />

Quais são os benefícios para essas empresas?<br />

Emissores têm relatado que o rótulo verde tem atraído maior<br />

diversidade de investidores do que com os títulos simples, esses<br />

investidores tendem a apresentar mais fidelidade, retornando<br />

para emissões futuras. Há também indicações de que, por<br />

meio do processo de emissão de títulos verdes, as empresas<br />

começam a alinhar o comportamento financeiro com seus objetivos<br />

de ESG (sigla em inglês para sustentabilidade ambiental,<br />

responsabilidade social e governança corporativa), fortalecendo<br />

sua reputação nestas áreas. Além disso, quando as empresas<br />

participam desses projetos, despesas com infraestrutura e de<br />

capital envolvendo fatores benéficos ao meio ambiente, clima e<br />

Could you explain how the green bond market works?<br />

The green bond market is almost identical to the standard<br />

bond market. An issuer, be they a development bank, corporate<br />

or municipality, receives capital from investors and<br />

in return agrees to pay a coupon (interest) for a set number<br />

of years. At this maturity point, the full amount originally invested<br />

is returned to the investor. Typically, the issuer uses the<br />

capital (use of proceeds) to invest in infrastructure that will<br />

generate a steady income over the term of the bond, allowing<br />

it to repay both the coupon instalments and the capital<br />

back at maturity. The only difference between this standard<br />

market and the green bond market is that the use of proceeds<br />

of green bonds must be invested in environmentally friendly<br />

assets. The vast majority of green bonds are regular corporate<br />

bonds and have exactly the same credit risks as regular vanilla<br />

bonds from the same issuer. This is because most green bonds<br />

are backed by the balance sheet of the issuer and not by the<br />

underlying projects. In addition, many green bonds are issued<br />

to refinance existing assets so that investors do not take on<br />

construction risks - this is very similar to regular bonds which<br />

are also often issued to refinance existing assets.<br />

Could you explain the process the companies have to do to<br />

receive a green bond label?<br />

Several different avenues can be taken for green labelling.<br />

Issuers can self-label their bonds as green or they can seek<br />

a second party assessment of the bond’s green credentials<br />

(often against the voluntary Green Bond Principles). A more<br />

robust approach is to gain verification against a third party<br />

standard such as the Climate Bonds Certification Scheme, administered<br />

by the Climate Bonds Standards Board. We at the<br />

Climate Bonds secretariat convene groups of experts (technical<br />

working groups) who set criteria specific to each sector<br />

determining which assets can be funded by Climate Bonds.<br />

Issuers must then undertake third part verification that their<br />

bond complies with both these criteria and the overarching<br />

Climate Bonds Standard, before they can use the Certified Climate<br />

Bond label.<br />

What about the benefits to these companies?<br />

Issuers have reported that green labelling has attracted a<br />

greater diversity of investors than previous vanilla bond issuances,<br />

these investors tend to exhibit increased ‘stickiness’,<br />

returning for future issuances. There are also indications that<br />

through the process of issuing green bonds companies begin<br />

to align financial behaviour with their ESG and sustainability<br />

goals, strengthening their reputation in these areas. Additionally,<br />

by taking steps in project, infrastructure and capital<br />

expenditure to account for future environmental, climate and<br />

carbon factors, companies are hedging against future risks.<br />

What is the main goal?<br />

The ultimate goal is to realign the $100 trillion bond market<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

29


ENTREVISTA<br />

de carbono, estão se resguardando de riscos ambientais futuros.<br />

Qual é o principal objetivo do green bond? Como esse mecanismo<br />

vai auxiliar na tentativa de diminuir o aquecimento global?<br />

O grande objetivo é realocar US$ 100 trilhões do mercado de<br />

ações ligados a ativos de carbono, que contribuem para as alterações<br />

climáticas, para uma nova geração de empreendimentos<br />

de infraestrutura de baixo carbono, necessários para nos manter<br />

dentro da meta global de 2 o C de aquecimento. O acordo de Paris<br />

na COP21 demonstrou o compromisso governamental para<br />

implementar planos nacionais verdes de investimento e gerar<br />

demanda ao investidor global de ativos com vistas ao clima.<br />

Green bonds são uma ponte eficaz entre a oferta e demanda,<br />

acelerando a transição para uma economia de baixo carbono.<br />

De que maneira os governos estão colocando isso em prática?<br />

Governos do mundo todo estão reconhecendo os benefícios de<br />

incubar um mercado nacional de green bonds próspero. Londres<br />

está trabalhando para estabelecer-se como um centro financeiro<br />

verde, algo que faz parte da política interna do país. Os governos<br />

chinês e indiano estão tomado uma série de medidas regulatórias,<br />

entre outros passos, para aumentar as oportunidades<br />

de financiamentos verdes. A Câmara do G20, em Hangzhou fez<br />

uma série de recomendações para o crescimento dos mercados<br />

financeiros verdes. A França anunciou que vai emitir bilhões<br />

de dólares em títulos verdes nacionais em 2017. O Estado de<br />

Victoria, na Austrália, emitiu o seu primeiro green bond e vários<br />

bancos nacionais e internacionais de desenvolvimento também<br />

estão emitindo títulos verdes. Na América Latina, os governos<br />

estão apoiando diversas iniciativas no México, Colômbia, Chile<br />

e vários outros países. O Indc (sigla em inglês para contribuição<br />

pretendida nacionalmente determinada) brasileiro mostra<br />

seu compromisso com a transição para uma baixa emissão de<br />

carbono e uma economia resistente às alterações climáticas,<br />

promovendo o desenvolvimento da baixa emissão de carbono<br />

na agricultura, reduzindo o uso da terra e a recuperação de áreas<br />

degradadas por meio das florestas plantadas. Recentemente, o<br />

Senado brasileiro aprovou o acordo de Paris, o que demonstra<br />

o compromisso do país com a ação climática.<br />

Como este mercado está operando? Qual volume monetário<br />

ele mobiliza por ano?<br />

away from the carbon intensive assets which have contributed<br />

to climate change and into a new generation of low-carbon<br />

infrastructure developments needed to keep us to within the<br />

global target of 2 degrees of warming. The Paris Agreement at<br />

COP21 demonstrated both government commitment to implementing<br />

national green investment plans (generating supply)<br />

and global investor demand for climate friendly investments.<br />

Green bonds are an effective bridge between this supply and<br />

demand, speeding up the transition to a low carbon economy.<br />

Are the governments really participating?<br />

Governments around the world are recognising the benefits of<br />

incubating a thriving national green bond market. London is<br />

working to establish itself as a green financial centre as part of<br />

government policy, the Chinese and Indian governments have<br />

taken a number of regulatory and other steps to increase opportunities<br />

for green finance and the G20 Summit in Hangzhou<br />

made a number of recommendation to grow green finance<br />

markets. France has announced they will issue billions in national<br />

green bonds during 2017, the State of Victoria in Australia<br />

has issued its first green bond and various national and<br />

international development banks are also issuing green bonds.<br />

In Latin America, governments are supporting various initiatives<br />

in Mexico, Colombia, Chile and several other countries.<br />

The Brazilian INDC shows its commitment towards the transition<br />

to a low-carbon and climate-resilient economy, promoting<br />

and development the Low Carbon Emission Agriculture, reducing<br />

the land-use or recovering degraded areas through plantation<br />

forests in Brazil.<br />

Recently, the Brazilian Senate approved the Paris Agreement<br />

climate deal, demonstrating the country’s commitment to climate<br />

action.<br />

Is it working? How much money is it mobilizing per year?<br />

Green bonds are becoming synonymous with green finance<br />

just as the latter is entering into the mainstream. Evidence of<br />

this can be seen in the recent G20 Communique, which specifically<br />

called on governments to support the development of<br />

local green bond markets. The first labelled green bond was<br />

issued in 2007 by the European Investment Bank. In 2013 outstanding<br />

issuance stood at $9.5 billion, jumping to 41.8 billion<br />

last year. We estimate issuance could reach $100 billion this<br />

"O rótulo verde tem atraído maior diversidade de<br />

investidores do que com os títulos simples, esses<br />

investidores tendem a apresentar mais fidelidade,<br />

retornando para emissões futuras<br />

30<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Os títulos verdes estão se tornando sinônimo de economia<br />

verde na medida que ela passa a se popularizar. Evidência disso<br />

pode ser vista no recente comunicado do G20, que especificamente<br />

apelou aos governos a apoiarem o desenvolvimento<br />

de mercados de títulos verdes locais. O primeiro green bond,<br />

assim intitulado, foi emitido em 2007 pelo Banco Europeu de<br />

Investimento. Em 2013, houve a emissão de US$ 9,5 bilhões,<br />

saltando para US$ 41,8 bilhões no ano passado. A estimativa é<br />

que as emissões alcancem US$ 100 bilhões este ano e cheguem<br />

a US$ 1 trilhão até 2020.<br />

De que maneira o setor florestal pode participar deste mercado?<br />

Quais benefícios ele pode alcançar?<br />

O Brasil é um dos principais exportadores de produtos de papel<br />

e celulose e este setor também tem um papel importante na<br />

promoção do armazenamento de carbono, ajudando o país<br />

a alcançar os seus objetivos no Indc. Há também um grande<br />

esforço da indústria para garantir a recuperação de áreas<br />

degradadas com o uso de florestas plantadas no Brasil. Um<br />

exemplo é a recuperação da Mata Atlântica: 40 mil ha (hectares)<br />

recuperados em 2015. Esta indústria também está bem<br />

posicionada para enfrentar a mudança climática porque possui<br />

certificações verdes, como FSC, que são cada mais relevantes.<br />

Os títulos verdes podem ajudar a direcionar uma quantidade<br />

significativa de capital para investimentos necessários a atender<br />

as metas do Indc brasileiro.<br />

A indústria de celulose está promovendo grandes investimentos<br />

no Brasil, o que inclui plantio florestal. Estas ações se<br />

encaixam no modelo de green bonds?<br />

A Suzano Papel e Celulose (uma das maiores produtores de papel<br />

e celulose no Brasil) já demonstrou que o título verde pode<br />

alcançar sucesso nesse segmento. Se os recursos do vínculo<br />

estão sendo investidos na indústria de celulose e infraestrutura<br />

florestal, que permite que as indústrias tenham impacto<br />

ambiental positivo, esses investimentos podem ser incluídos<br />

no mercado de títulos verdes.<br />

A lei brasileira diz que uma pessoa ou empresa que plante<br />

floresta precisa reservar parte da área como RL, além das APPs.<br />

O que se aplica ao manejo florestal. Isso significa que grandes<br />

empresas possuem imensas áreas que não podem ser explora-<br />

year and $1trillion by 2020.<br />

How can the forestry sector in Brazil participate in this market?<br />

Which benefits can green bonds bring to this sector?<br />

Brazil is one of the major exporters of pulp and paper products<br />

and this sector also has an important role in fostering carbon<br />

storage, helping the country to achieve its INDC targets.<br />

There is also a large industry effort to ensure the recovery of<br />

degraded areas through plantation forests in Brazil. An example<br />

is the recovery of the Atlantic Forest: 40,000 hectares<br />

recovered in 2015. This industry is also well placed to address<br />

climate change as green certifications, such as FSC, become<br />

more prevalent. Green bonds could help in shifting a significant<br />

amount of capital towards the investments required to<br />

meet these Indc’s achievements.<br />

The pulp industries are doing great investments in Brazil at<br />

the moment, that includes forests plantation. This kind of investment<br />

may be included in green bond market?<br />

Suzano Papel e Celulose have already demonstrated that a<br />

green bond in this sector can be successful. If the proceeds of<br />

the bond are being invested in pulp industry and forestry infrastructure<br />

that allows those industries to have a positive environmental<br />

impact, then those investments can be included in<br />

the green bond market.<br />

The Brazilian law says the company that plants forest must<br />

preserve part of it So, big companies have large areas that<br />

can´t be touched. Is this is potential market for green bonds?<br />

Forest conservation obviously has a positive environmental<br />

impact so they would be eligible for green bond issuance. The<br />

missing link is finding a way to generate an income from this<br />

conservation.<br />

Researchs that improve trees growing using genetic development<br />

for economic uses can apply to be a green bond initiative?<br />

At present we still examining this issue in detail and so have no<br />

comment to make at this point.<br />

How the Climate Bonds Initiative works?<br />

The Climate Bonds Initiative is an international, investor-<br />

"Em 2013, houve a emissão (green bonds) de US$ 9,5<br />

bilhões, saltando para US$ 41,8 bilhões no ano passado. A<br />

estimativa é que as emissões alcancem US$ 100 bilhões este<br />

ano e cheguem a US$ 1 trilhão até 2020"<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

31


ENTREVISTA<br />

das por meio de colheita, somente produtos não madeireiros.<br />

Isso pode ser usado de alguma maneira no mercado verde?<br />

Conservação de florestas tem, obviamente, um impacto positivo<br />

no meio ambiente, portanto ela pode ser elegível para a emissão<br />

de um green bond. O pulo do gato é encontrar uma maneira de<br />

gerar riqueza nessas áreas de conservação.<br />

Pesquisas em genética que melhoram o crescimento florestal<br />

podem se encaixar nesse mercado?<br />

Neste momento estamos estudando este assunto detalhadamente<br />

e por enquanto ainda não podemos afirmar ao certo.<br />

Como a Climate Bonds Initiative opera?<br />

A Climate Bonds Initiative é uma organização internacional com<br />

foco no investido sem fins lucrativos. É a única organização no<br />

mundo que trabalha exclusivamente em mobilizar US$ 100<br />

trilhões no mercado financeiro voltado para criar soluções com<br />

vistas à mudança climática. A Climate Bonds Initiative realiza a<br />

defesa, desenvolvimento de políticas e padrões e a realização<br />

de projetos pensados para cada país para ajudar a desenvolver<br />

o financiamento verde e mercados de títulos verdes. Nós também<br />

supervisionamos o programa de Certificação de Ações do<br />

Clima. Isso proporciona aos investidores e emissores de ações<br />

critérios com base científica vindos de fonte externa a essas<br />

companhias para determinar a compatibilidade dos títulos no<br />

mercado do clima.<br />

Como observa o mercado de ações verdes no Brasil? Qual<br />

nosso nível de desenvolvimento?<br />

Já houve duas emissões com rótulos verdes de empresas brasileiras.<br />

A BRF, sediada em São Paulo (SP), emitiu € 500 mil de<br />

obrigações com nota BBB, em maio de 2015, com rendimento de<br />

2,75%. A ação vai financiar projetos destinados a reduzir o consumo<br />

de água e electricidade, ao mesmo tempo em que diminui<br />

as emissões de carbono e produção de resíduos. A Suzano Papel<br />

e Celulose, emitiu suas primeiras ações verdes totalizando US$<br />

500 milhões, em julho de <strong>2016</strong>. Ela recebeu a classificação BB<br />

+ e tem um cupom de 5,75%. Existe um potencial considerável<br />

para mais emissões de títulos verdes, tanto no mercado de ações<br />

já existente como dos nossos instrumentos de financiamento.<br />

Nosso mais recente levantamento do mercado brasileiro (31 de<br />

maio de <strong>2016</strong>) identificou R$ 6 bilhões de títulos alinhados com<br />

o clima em circulação, estes são títulos emitidos por empresas<br />

que obtêm mais de 95% das suas receitas de ativos alinhados<br />

com o clima, mas essas ações não são intitulados como green<br />

bond. Bancos comerciais brasileiros disponibilizaram R$ 153<br />

bilhões em empréstimos para setores da economia de baixo<br />

carbono em 2014, estes empréstimos podem ser vendidos<br />

como títulos verdes, liberando capital para novos investimentos.<br />

focused not-for-profit. It's the only organisation in the world<br />

working solely on mobilizing the $100 trillion bond market for<br />

climate change solutions. The Climate Bonds Initiative undertakes<br />

advocacy, policy development, standards development<br />

and a range of country based projects to help develop green<br />

finance and green bond markets. We also oversee the Climate<br />

Bonds Certification programme. This provides investors and issuers<br />

with science-based third party criteria to determine the<br />

climate compatibility of bonds in the market.<br />

How do you see the green bonds market in Brazil? What are<br />

our status at this point?<br />

There have already been two labelled green bonds from Brazilian<br />

companies. The Sao Paulo-based BRF issued a € 500m (BRL<br />

1.76bn) BBB-rated bond in May 2015, with a coupon of 2.75%.<br />

The bond will fund projects aimed at reducing water and<br />

electricity consumption, while decreasing carbon emissions<br />

and waste production. Suzano Papel e Celulose (one of the<br />

biggest pulp and paper producers in Brazil), issued its debut<br />

green bond for $500m (BRL 1.62bn) in July <strong>2016</strong>. It received a<br />

BB+ rating and has a coupon of 5.75%. There is considerable<br />

potential for further green bond issuance, both from the existing<br />

bond market and from our debt finance instruments. Our<br />

latest state of the Market Brazilian edition identified $1.84bn<br />

(BRL 6bn) of climate-aligned bonds outstanding (as of 31 May<br />

<strong>2016</strong>), these are bonds issued by companies who derive over<br />

95% of their revenue from climate-aligned assets but aren’t<br />

labelled green. Brazilian commercial banks had BRL 153bn<br />

in outstanding loans to low-carbon economy sectors in 2014,<br />

these loans can be packed and sold as green bonds, freeing<br />

up capital to new investments. Our Brazil Edition of the State<br />

of the Market Report in English and Portuguese has further<br />

assessments of where we think green bonds could develop in<br />

Brazil.<br />

"O pulo do gato é<br />

encontrar uma maneira de<br />

gerar riqueza nessas áreas<br />

de conservação (para<br />

classificá-las como green<br />

bond)"<br />

32<br />

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Proteção contra<br />

Percevejo-bronzeado e Vespa-da-galha


PRINCIPAL<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

A melhor defesa<br />

é o ataque<br />

PARA COMBATER SURTOS DE PRAGAS<br />

EXÓTICAS EM FLORESTAS DE EUCALIPTO O<br />

CONTROLE QUÍMICO É A MEDIDA MAIS EFICAZ,<br />

INDICAM OS ESPECIALISTAS<br />

E<br />

stamos sendo invadidos e é bom estar preparado.<br />

Parece propaganda de guerra, e de certa forma até<br />

é, o inimigo é pequeno, porém letal. Até 2008 os produtores<br />

de eucalipto não tinham muitas preocupações com<br />

pragas, exceção às formigas cortadeiras. Não é que elas não<br />

existiam, há relatos de inimigos da madeira desde a década de<br />

40. O problema é que pragas exóticas - sem inimigos naturais<br />

por aqui - alcançaram as florestas brasileiras. O crescimento<br />

da ocorrência desses insetos está sendo maior que o aumento<br />

das florestas e com surtos cada vez mais frequentes. Como o<br />

melhoramento genético é específico para resistência de pragas<br />

ou doenças, os resultados obtidos para o controle de pragas<br />

é bastante inferior. Para combater as altas infestações, segundo<br />

pesquisadores, a melhor solução são os produtos químicos.<br />

Depois do problema controlado, o produtor pode fazer uso do<br />

manejo biológico.<br />

Por onde elas começaram a entrar no Brasil é conhecido,<br />

mas de que maneira, sempre é um mistério. O fato é que as<br />

pragas atravessaram o oceano e estão por aqui. No caso do eucalipto,<br />

cultura mais plantada no país, os inimigos vêm da terra<br />

natal da espécie, na Austrália. Como esses insetos fazem parte<br />

do ambiente daquele país, praticamente não causam problemas<br />

e em muitas ocasiões são até desconhecidos. Eles só<br />

passam a ser notados quando invadem outros locais que não<br />

possuem predadores naturais.<br />

THE BEST DEFENSE<br />

IS OFFENSE<br />

TO COMBAT EXOTIC PEST OUTBREAKS IN<br />

EUCALYPTUS FORESTS, CHEMICAL CONTROL IS<br />

THE MOST EFFECTIVE MEASURE, SAY THE EXPERTS<br />

W<br />

e are being invaded, and we should be prepared.<br />

This looks like an advertising slogan, and in a way,<br />

it is. The enemy is small but lethal. Until 2008, eucalyptus<br />

producers didn't have much concern about pests, with<br />

the exception of leaf-cutting ants. It's not that they didn't exist,<br />

as there are reports of timber enemies since the 40’s. The problem<br />

is that exotic pests – those without natural enemies in Brazil<br />

– have found Brazilian forests. The growth in the occurrence of<br />

these insects is greater than the growth of the forests and with<br />

increasingly frequent outbreaks. As genetic improvement is specific<br />

to pest or disease resistance, the results obtained for overall<br />

pest control is very low. To combat large infestations, according<br />

to the scientists, the best solutions involve the use of chemicals.<br />

After the problem is under control, the producer can make use<br />

of biological management. Where they began to enter Brazil is<br />

34<br />

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De acordo com o professor doutor Carlos Frederico Wilcken,<br />

alguns inimigos do eucalipto são antigos e mesmo assim<br />

causam prejuízos até hoje. “As lagartas desfolhadoras datam<br />

de 1940. Em 1980, se tornou um problema muito sério, principalmente<br />

em Minas Gerais e de lá para cá aconteceram surtos,<br />

como no Sul da Bahia”, destaca.<br />

Porém, desde o ano 2000 as exóticas começaram a entrar<br />

em cena. Em 2003, o psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei)<br />

passou a preocupar. Em 2008, o percevejo-bronzeado<br />

(Thaumastocoris peregrinus) e a vespa-da-galha (Leptocybe invasa)<br />

foram registrados. O percevejo foi migrando da Austrália<br />

para a África do Sul e depois Argentina. Daí do Uruguai ao Rio<br />

Grande do Sul. Ao final de 2013, houve a ressurgência do gorgulho-do-eucalipto<br />

(Gonipterus platensis) na região sul de São<br />

Paulo, praga que era considerada controlada.<br />

PESQUISAS<br />

O Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) conduz<br />

o Protef (Programa Cooperativo sobre Proteção <strong>Florestal</strong>), que<br />

reúne instituições de pesquisa e empresas para estudar e combater<br />

pragas. A área amostrada das 20 companhias participantes<br />

abrange mais de um milhão de ha plantados. Em 2012, só<br />

o percevejo afetou mais de 255 mil ha. No ano passado ficou<br />

perto de 80 mil. “Vale lembrar que trata-se apenas do universo<br />

dos participantes, se extrapolarmos esses dados para os 5,6 miknown,<br />

but how has always been a mystery. The fact is that the<br />

pests have crossed the ocean and are here. In the case of eucalyptus,<br />

the most planted species in the Country, the enemies<br />

come from Australia, the original source of the planted species.<br />

These insects are part of the environment of that Country, and<br />

practically do not cause any problems and, in many cases, are<br />

even unknown. They only become notable when invading other<br />

places that do not have natural predators.<br />

According to Dr. Carlos Wilcken, several eucalyptus enemies<br />

are old and still can cause damage even today. “The defoliating<br />

caterpillar dates from 1940. In the 80’s, it became a serious problem,<br />

especially in Minas Gerais, and from then to now, outbreaks<br />

have occurred in the South of Bahia,” he notes.<br />

However, since 2000, other exotic pests began to appear. In<br />

2003, the red gum lerp psyllid (Glycaspis brimblecombei) began<br />

to become a concern. In 2008, the bronze bug (Thaumastocoris<br />

peregrinus) and the blue gum chalcid (Leptocybe invasa) were recorded.<br />

The bronze bug emigrated from Australia to South Africa<br />

and then to Argentina. From there to Uruguay and then to Rio<br />

Grande do Sul. At the end of 2013, the eucalyptus snout beetle<br />

(Gonipterus platensis) resurged in the southern part of the State<br />

of São Paulo, a pest that had been considered controlled.<br />

RESEARCH<br />

The Institute of Forest Research and Studies (Ipef) manages<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

35


PRINCIPAL<br />

lhões de ha, que é a área plantada de eucalipto no Brasil, esse<br />

número seria muito maior”, aponta Wilcken. Foi observado que<br />

de 2010 a 2015, o percevejo-bronzeado causou R$ 1,1 bilhão<br />

em prejuízos nas empresas, considerando as perdas pela diminuição<br />

no incremento de madeira.<br />

CONHECENDO O INIMIGO<br />

Como os números mostram, entre as pragas mais importantes<br />

e com maior poder de destruição em plantios de eucalipto<br />

está o percevejo-bronzeado. Na América do Sul, ele está disperso<br />

no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. “É uma praga que<br />

se adapta a diversos tipos de clima e tem preferência de ataque<br />

em períodos secos”, explica Luís Renato Junqueira, coordenador<br />

executivo do Protef. Entre os sintomas está a mudança de<br />

coloração das folhas que ficam amareladas e perdem a capacidade<br />

de fotossíntese. Assim que isso acontece, o percevejo<br />

muda de área. Depois de um a três meses, as folhas secam e<br />

caem.<br />

Já a vespa-da-galha estava ligada principalmente a ataque<br />

em viveiros, era um problema para a produção de mudas. Mas<br />

a praga ampliou o leque e passou a atacar árvores adultas também.<br />

O inseto não tem restrição a temperatura e clima, apesar<br />

de sentir um pouco a umidade. “Ela está presente em países<br />

do Mediterrâneo e Oriente Médio, ou seja, ambientes bem desafiadores<br />

para insetos e ela consegue se desenvolver muito<br />

bem”, completa Luís Renato.<br />

DIAGNÓSTICO E CONTROLE<br />

A informação sobre os sintomas é o maior aliado dos produtores.<br />

“Vimos isso com o gorgulho-do-eucalipto no Estado<br />

de São Paulo. Eles viam a floresta mudando de cor, mas não associavam<br />

a mudança de cor com a presença do inseto”, afirma<br />

Luís Renato Junqueira. Um modelo bastante eficiente para saber<br />

o grau de ataque são as armadilhas amarelas e a contagem<br />

de insetos nas folhas, no caso do percevejo, por exemplo. “Verificamos<br />

que de 10 a 15 percevejos por armadilha, depois de<br />

PROFESSOR DOUTOR CARLOS FREDERICO WILCKEN ORIENTA<br />

A REALIZAÇÃO DO MANEJO INTEGRADO, COM AGENTES<br />

BIOLÓGICOS E QUÍMICOS PARA O CONTROLE DE PRAGAS<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

TUMORES GERADOS PELOS OVOS DA VESPA-<br />

DA-GALHA DEPOSITADOS NO PECÍOLO DAS<br />

FOLHAS DE EUCALIPTO<br />

the Cooperative Program on Forest Protection (Protef), which<br />

brings together research institutions and companies to study and<br />

combat pests. The sampled area of the 20 participating companies<br />

covers over one million hectares of planted forest. In 2012,<br />

just the bronze bug affected more than 255 thousand ha. Last<br />

year, it was closer to 80 thousand. “It is worthwhile remembering<br />

that this is just the universe of the participants, if you extrapolate<br />

this data to include 5.6 million hectares, which is the area<br />

planted with eucalyptus in Brazil, that number would be much<br />

higher,” points out Wilcken, one of the Protef Coordinators. It<br />

was observed that from 2010 to 2015, the bronze bug caused R$<br />

1.1 billion in losses for companies considering those losses due to<br />

the decrease in timber increment.<br />

KNOWING YOUR ENEMY<br />

As the numbers show, amongst the most important pests<br />

and with greatest destructive power in eucalyptus plantations<br />

is the bronze bug. In South America, it is dispersed throughout<br />

Brazil, Argentina, Chile and Uruguay. “It's a pest that adapts to<br />

different types of climate and has a preference to attack in dry<br />

spells,” explains Luís Renato Junqueira. Amongst the symptoms<br />

is the change in leaf coloring to yellowish losing its ability to<br />

photosynthesize. Once that happens, the bug moves on to a new<br />

area. After one to three months, the leaves wither and fall off.<br />

In the dry season, when the insects attack, the plant grows very<br />

little. In the rainy season, when the tree develops at full force, it<br />

spends part of its energy recuperating its leaves.<br />

When it attacks the seedling, while still in development, the<br />

mortality rate in nurseries is quite high. The blue gum chalcid<br />

causes a tumor in the plant that blocks sap movement. In the<br />

field, problems appear at branch tips, and tree development<br />

slows down. In the warmer regions, the problem is even greater<br />

Foto: divulgação<br />

36<br />

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SURTOS DE PERCEVEJO-BRONZEADO<br />

DIMINUEM SENSIVELMENTE O<br />

CRESCIMENTO FLORESTAL<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

dois meses, são capazes de reduzir em 14% a produtividade da<br />

floresta”, informa Wilcken. Isso mostra que não precisa de uma<br />

alta infestação para causar prejuízos. O poder destrutivo dessa<br />

praga pode estar ligada à hipótese da sua saliva que é tóxica.<br />

Apesar de não existir material genético altamente resistente<br />

ao ataque dos insetos, existem alguns clones que são ainda<br />

mais suscetíveis. “Existem clones que têm 30 insetos por folha<br />

e apresentam clorose, como o caso do Eucalyptus grandis. Porém,<br />

bastam dois percevejos para causar a desfolha total no<br />

Eucalyptus urograndis”, alerta Wilcken. Outro exemplo citado<br />

pelo professor está relacionado ao psilídeo-de-concha. Em<br />

questão de uma ou duas gerações um clone deixou de ser moderadamente<br />

resistente e passou para suscetível.<br />

CONTROLE<br />

A avaliação do grau de infestação é essencial para optar<br />

pelo método de controle. “Em todos os casos trabalhamos com<br />

a introdução de inimigos naturais. Mas o inimigo natural não se<br />

adapta a todas as regiões. Então tem que ser feito o controle<br />

químico. Na baixa infestação entra o biológico”, orienta o professor<br />

Wilcken.<br />

Existem duas opções de produtos químicos: os que agem<br />

de forma sistêmica e por contato. “Os sistêmicos são uma boa<br />

opção para as pragas sugadoras”, aponta Wilcken. Como o inseto<br />

suga os nutrientes ele também absorve o químico. Mas<br />

algumas pragas exóticas como o psilídeo-de-concha e percevejo-bronzeado<br />

ocorrem durante o período de seca, uma condição<br />

que limita bastante a absorção da planta. “Fizemos muitos<br />

estudos em Minas Gerais, Estado que fica quatro meses sem<br />

chuva, e Mato Grosso do Sul. A umidade relativa é muito baixa,<br />

chega a 15%.” Ficou comprovado que a eficiência dos inseticidas<br />

sistêmicos caiu. “A planta para de fazer fotossíntese e não<br />

absorve o produto. Assim, a umidade tem que passar de 50%”,<br />

destaca.<br />

Já as moléculas que agem por contato não possuem essa<br />

because the reproductive cycle is shorter. After it lays the eggs,<br />

the new insects are born after two or three months, and in colder<br />

regions, it may take more than six months.<br />

DIAGNOSIS AND CONTROL<br />

Information on the symptoms is the biggest ally of producers.<br />

“We saw this with the eucalyptus snout beetle in the State<br />

of São Paulo. They saw the forest changing color, but the color<br />

change was not associated with the presence of the insect,” says<br />

Protef Executive Coordinator Luis Renato.<br />

A very efficient model to measure the degree of attack is the<br />

use of yellow traps and counting the insects on the leaves, in the<br />

case of the bronze bug, for example. “We found that 10 to 15<br />

bronze bugs per trap, after two months, are capable of a 14% reduction<br />

in forest productivity,” states Protef Coordinator Wilcken.<br />

This shows that you don't need a high infestation to cause<br />

damage. The destructive power of this pest could be linked to the<br />

hypothesis that their saliva is toxic.<br />

Although there is no genetic material which is highly resistant<br />

to insect attack, there are some clones that are more susceptible.<br />

“There are clones that can have 30 bugs per leaf and have chlorosis,<br />

as is the case for Eucalyptus grandis. However, it only takes<br />

two bronze bugs per leaf to cause total defoliation in the case<br />

MITO DA CHUVA<br />

ALGUNS PRODUTORES ACREDITAM QUE A CHUVA ELIMINA AS<br />

PRAGAS. ISTO É UM ERRO. EM SE TRATANDO DA VESPA-DA-GALHA,<br />

O INSETO FICA DENTRO DA PLANTA ATÉ ATINGIR A IDADE ADULTA.<br />

JÁ PARA O PERCEVEJO-BRONZEADO AS CHUVAS TÊM DOIS EFEITOS<br />

NOCIVOS À PRAGA, MAS INSUFICIENTES PARA ELIMINÁ-LA POR<br />

COMPLETO. O IMPACTO DAS GOTAS DE CHUVAS PODE MATAR<br />

ALGUNS INDIVÍDUOS. JÁ NOS LOCAIS COM OCORRÊNCIA DE<br />

FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICO A UMIDADE, EM TORNO DE 80%,<br />

FAZ COM QUE ELES SE PROLIFEREM E ATAQUEM OS INSETOS.<br />

PORÉM, É NECESSÁRIO QUE ESSA CONDIÇÃO PERMANEÇA POR<br />

MAIS DE UMA SEMANA. QUANDO A UMIDADE CAI NOVAMENTE O<br />

FUNGO PARA DE AGIR E AS PRAGAS SE REESTABELECEM.<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

37


PRINCIPAL<br />

limitação e podem ser utilizadas em qualquer condição de umidade.<br />

Nessa categoria de produto está o lançamento da FMC<br />

Agricultural Solutions para o setor florestal, o Capture 400 EC.<br />

O produto acaba de receber o registro junto ao Mapa (Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o percevejo-<br />

-bronzeado e vespa-da-galha. “É o primeiro produto registrado<br />

para essas pragas no Brasil”, garante o gestor de contas e Desenvolvimento<br />

<strong>Florestal</strong>, Fábio Marques.<br />

De acordo com ele, o químico é classificado como um<br />

inseticida-acaricida de terceira geração composto por nova<br />

molécula, que atende à legislação e possui segurança no uso<br />

e conformidade com as auditorias. “Possui rápido controle que<br />

minimiza as perdas em madeira, ação prolongada que diminui a<br />

reentrada na floresta e tem flexibilidade de aplicação, podendo<br />

ser usado no viveiro e no campo”, detalha Fábio.<br />

O Capture 400 EC possui autorização do Mapa para ser aplicado<br />

por via terrestre e aérea. “São aplicadas baixas doses por<br />

ha, com alto rendimento operacional, propiciando agilidade na<br />

aplicação e economia para o produtor”, destaca. A fabricante<br />

FMC possui extensa linha de produtos para controle de pragas,<br />

plantas daninhas e doenças em culturas como soja, milho, algodão,<br />

cana-de-açúcar, arroz, frutas, hortaliças, café, fumo e<br />

floresta plantada. “No mercado florestal temos três inseticidas<br />

(Warrant, Dipel e Capture) e três herbicidas (Solara, Savana e<br />

Spotligth)”, informa Fábio.<br />

A empresa, fundada em 1883, com sede na Filadélfia, EUA<br />

(Estados Unidos da América), conta com mais de 7 mil funcionários<br />

no mundo. Em 2015, a FMC adquiriu a Cheminova e, no<br />

mesmo ano, totalizou uma receita de aproximadamente US$<br />

3,3 bilhões.<br />

DADOS MOSTRARAM QUE O CAPTURE 400 EC APLICADO DE<br />

FORMA PREVENTIVA EM VIVEIRO TEVE EFICIÊNCIA DE CONTROLE<br />

DE 100% DOS ADULTOS DE VESPA-DA-GALHA E EVITOU A<br />

FORMAÇÃO DAS GALHAS NAS MUDAS DE EUCALIPTO<br />

Foto: divulgação<br />

EM IMAGEM APROXIMADA É POSSÍVEL<br />

VER OVOS, NINFA E INDIVÍDUO ADULTO<br />

DO PERCEVEJO-BRONZEADO<br />

of Eucalyptus urograndis” warns Wilcken. Another example cited<br />

by the Coordinator is related the red gum lerp psyllid. In a matter<br />

of one or two generations, a clone that was moderately resistant<br />

became susceptible. “Pests adapt, so permanent plant resistance<br />

is very difficult."<br />

CONTROL<br />

Assessment of the degree of infestation is essential for<br />

choosing the control method. “In all cases, we work with the introduction<br />

of natural enemies. But the natural enemy does not<br />

adapt well to all regions. So chemical control has to be used. For<br />

low infestations biological controls can be used,” orients Protef<br />

Coordinator Wilcken.<br />

There are two options: chemicals that act systemically and<br />

those that act through contact. “The systemic agents are a good<br />

option for sucking pests,” points out Wilcken. As the insect sucks<br />

the nutrients from the trees, he also absorbs the chemicals. But<br />

some exotic pests such as the red gum lerp psyllid and the bronze<br />

bug, the attacks occur during the dry period, a condition that<br />

reduces any absorption by the plant. “We carried out many studies<br />

in the State of Minas Gerais, which has four months without<br />

rain, and in the State of Mato Grosso do Sul, where the relative<br />

humidity is very low and can reach 15%”. There's no doubt that<br />

the efficiency of systemic insecticides is reduced. The plant stops<br />

photosynthesizing and does not absorb the product. The moisture<br />

should be over 50%,” he notes.<br />

The molecules that react by contact do not have this limitation<br />

and may be used under any humidity conditions. In this<br />

product category, FMC Agricultural Solutions launched a product<br />

for the Forest Sector, Capture 400 EC. The product has just<br />

received registration approval from the Ministry of Agriculture,<br />

Livestock and Food Supply (Map) for the combat of the bronze<br />

bug and the blue gum chalcid. “It is the first product registered<br />

for these pests in Brazil,” ensures Fábio Marques, Account and<br />

Forest Development Manager.<br />

According to him, the chemical is classified as a third generation<br />

acaricide insecticide composed of a new molecule, which<br />

meets legislation, can be safely used, and complies with audits.<br />

Foto: divulgação<br />

38<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

CUIDANDO DO NEGÓCIO<br />

A Plantar Reflorestamentos tem áreas cultivadas na região<br />

central de Minas Gerais, nos municípios de Curvelo, Felixlândia<br />

e Morada Nova de Minas. Aproximadamente 64% do total de<br />

todo empreendimento nessa região, em torno de 23 mil ha são<br />

áreas efetivas de plantio de eucalipto, implantadas desde a década<br />

de 70. A madeira produzida é destinada para produção de<br />

carvão vegetal, madeira tratada de alto padrão de qualidade e<br />

na geração de ativos florestais. A Plantar conquistou reconhecimento<br />

pela excelência do produto, o Amaru, e pela gestão<br />

sustentável de seus negócios.<br />

De acordo com o diretor florestal, Paulo César Cacau Melo,<br />

as pragas que merecem mais cuidado são as formigas cortadeiras,<br />

cupins, lagartas desfolhadoras, psilídeo-de-concha, vespa-<br />

-da-galha e o percevejo-bronzeado. “Algumas delas estão presentes<br />

o ano todo, como é o caso das formigas cortadeiras e os<br />

cupins, enquanto que as outras pragas são mais problemáticas<br />

no período seco”, explica.<br />

Neste ano, a empresa enfrentou uma grande infestação<br />

de lagarta desfolhadora, causada pela Thyrinteina arnobia. A<br />

área afetada ficou em torno de 4 mil ha em Curvelo e Morada<br />

Nova de Minas. “Além da lagarta, tivemos grande infestação de<br />

percevejo-bronzeado e psilídeo-de-concha em área acima de 8<br />

mil ha”, revela Cacau.<br />

Para conter o estrago, foi contratada uma empresa de<br />

aviação que aplicou um produto biológico a base de Bacillus<br />

thuringiensis. Foram realizadas três aplicações durante o ano,<br />

a Plantar fez aplicações terrestres com o produto Warrant. Por<br />

meio dos dois métodos foi possível minimizar os danos e subjugar<br />

os insetos.<br />

FOLHAS ATACADAS PELO PERCEVEJO-<br />

BRONZEADO MUDAM A COLORAÇÃO E<br />

PERDEM O PODER DE FOTOSSÍNTESE<br />

“It provides a fast control that minimizes timber losses, provides<br />

a prolonged action which diminishes the pest re-entry into the<br />

forest, and has flexibility in application, as well it can be used in<br />

the nursery or in the field,” states Fabio.<br />

Capture 400 EC has Map authorization to be applied by land<br />

and air. “Low doses are applied per ha, with high performance,<br />

providing agility in application and savings for the producer.”<br />

The manufacturer, FMC, has an extensive product line for pest,<br />

weed and disease control for crops such as soybeans, corn, cotton,<br />

sugarcane, rice, fruits, vegetables, coffee, tobacco, and<br />

planted forests. “In the forest market, we have three insecticides<br />

(Warrant, Dipel and Capture) and three herbicides (Solara, Savannah<br />

and Spotlight),” states Fabio.<br />

The Company originated in the United States, founded in<br />

1883, and based in Philadelphia, with more than 7000 employees<br />

worldwide. In 2015, FMC acquired Cheminova and, in the<br />

same year, had an income of approximately US$ 3.3 billion.<br />

TAKING CARE OF BUSINESS<br />

Plantar Reflorestamentos has cultivated areas in the Central<br />

Region of the State of Minas Gerais, in the municipalities of<br />

Curvelo, Felixlândia and Morada Nova de Minas. Approximately<br />

64% of all Company’s business in this region, around 23 thousand<br />

ha, is effectively eucalyptus planted areas, installed in the 70’s.<br />

The timber produced is intended for charcoal and high quality<br />

treated wood production, as well as for the creation of forest assets.<br />

Plantar has won recognition for the excellence of the product<br />

Amaru, and for the sustainable management of its business.<br />

According to Paulo César Cacau Melo, Forestry Director, the<br />

pests that deserve most attention are the leaf-cutting ants, termites,<br />

defoliating caterpillars, red gum lerp psyllids, blue gum<br />

chalcids and bronze bugs. “Some of them are present all year<br />

round, as in the case of leaf-cutting ants and termites, while the<br />

other pests are more problematic in the dry period,” he explains.<br />

This year, the Company faced a big defoliating caterpillar infestation<br />

caused by the Thyrinteina arnobia. The affected area<br />

reached around 4 thousand ha in Curvelo and Morada Nova de<br />

Minas Regions. “In addition to the caterpillar, there was bronze<br />

bug and red gum lerp psyllid infestation over an area of more<br />

than 8 thousand ha,” he reveals. To contain the infestation, an<br />

aviation company was contracted to apply a biological product<br />

based on Bacillus thuringiensis. Three applications were carried<br />

out during the year. To control the bronze bug and the red gum<br />

lerp psyllid, Plantar carried out terrestrial applications with the<br />

product Warrant. Using the two methods, it was possible to minimize<br />

the damage and subdue the insects.<br />

“The use of chemicals, as well as the use of other control<br />

methods, is essential for maintaining the health and productivity<br />

of forests” points out the Forestry Director. Plantar uses chemical<br />

control, prioritizing the use of products with a lesser toxicity and<br />

greater specificity, and in low doses of active ingredients, preferably<br />

in identified and properly classified outbreak locations<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

39


SILVICULTURA<br />

MAIS<br />

ESPAÇO E<br />

PRODUTIVIDADE<br />

LIMPEZA DE ÁREA NA CMPC CELULOSE<br />

RIO GRANDENSE AMPLIA ESPAÇAMENTO<br />

ENTRE AS ÁRVORES, FAVORECENDO<br />

CRESCIMENTO DAS FLORESTAS E A<br />

MECANIZAÇÃO DA SILVICULTURA<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

Foto: divulgação<br />

40<br />

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<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

41


SILVICULTURA<br />

P<br />

ara alcançar níveis mais altos de produtividade no<br />

replantio, as empresas florestais estão investindo<br />

mais na limpeza de área e colhendo bons resultados.<br />

Visitamos uma área da Cmpc Celulose Riograndense,<br />

em Encruzilhada do Sul (RS), para acompanhar o que é<br />

feito por lá para que as florestas atinjam produtividades<br />

de 50 m³/ha.ano (metros cúbicos por hectare ao ano).<br />

A Fazenda Folespar tem 1.960 ha, sendo que metade<br />

de toda esse espaço é de plantio efetivo de eucalipto, o<br />

restante forma a APP (Área de Preservação Permanente) e<br />

RL (Reserva Legal). Como a floresta está se encaminhando<br />

para o segundo ciclo, a empresa adotou o rebaixamento<br />

de tocos para melhorar a produtividade da área plantada<br />

e permitir a mecanização em diversas etapas do preparo<br />

do solo.<br />

“No momento que termina a colheita florestal mecanizada<br />

entramos com as operações de silvicultura: aplicação<br />

de herbicida para eliminar a matocompetição, subsolagem<br />

com trator de esteira ou pneu, o rebaixamento de<br />

toco e combate à formiga”, explica Daniel Wappler, analista<br />

de Operações Florestais de Silvicultura.<br />

No momento que a divisão de colheita florestal libera<br />

a área, o pessoal da silvicultura tem 90 dias para iniciar<br />

as atividades. “Assim, o resíduo já vai estar acamado e as<br />

folhas se soltaram dos galhos, o que facilita o trabalho do<br />

preparo do solo com trator”, detalha Daniel. A derrubada<br />

e processamento das árvores é feita com harvester, os<br />

resíduos ficam espalhados uniformemente pelo talhão.<br />

Nessas áreas, há mais geração de galhos, que podem ser<br />

rebaixados juntamente com os tocos.<br />

O profissional explica que o rebaixamento de toco é<br />

necessário quando existe uma quantidade de resíduos<br />

muito grande ou o espaçamento do plantio anterior é estreito.<br />

“Para o trator trabalhar a condição ideal é três m<br />

(metros) entre tocos, abaixo disso fica complicado, não se<br />

consegue mecanizar as atividades no pós-plantio.” Esse foi<br />

o caso da área situada na fazenda Folespar, pouco espaço<br />

entre as árvores que estavam distribuídas em 2,60 por<br />

2,20 m e com tocos desalinhados. “Agora com 100% dos<br />

tocos rebaixados, vamos abrir para 3,5 m depois da escarificação,<br />

o que deixa tranquilo a entrada das máquinas”,<br />

detalha Daniel.<br />

A limpeza de área na Cmpc - serviço realizado pela JFI<br />

Projetos de Silvicultura - é itinerante entre as sete regiões<br />

da divisão operacional de silvicultura. A ação depende da<br />

disponibilidade das máquinas. No caso da Fazenda Foles-<br />

42<br />

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REBAIXADOR DE TOCOS<br />

EM ESCAVADEIRA<br />

PROPORCIONA EM<br />

TERRENOS PEDREGOSOS<br />

MAIS SEGURANÇA<br />

E ECONOMIA EM<br />

COMBUSTÍVEL


SILVICULTURA<br />

par, o rebaixador passou a operar depois que a colheita<br />

havia sido feita há 4 meses. A escolha pelo conjunto foi o<br />

cabeçote DAH-150E, da Denis Cimaf, acoplado em escavadeira<br />

22 t (toneladas). “Escolhemos esse modelo porque<br />

o terreno tem muitas pedras, o braço da escavadeira pode<br />

afastá-las”, conta Daniel. O rebaixador frontal não oferece<br />

essa opção. A inclinação da área também foi outro motivo<br />

da escolha desse conjunto.<br />

Segundo o coordenador de silvicultura, José Baptista,<br />

a Cmpc tem realizado vários testes desde 2011 com inúmeros<br />

equipamentos. Atualmente, a tecnologia que está<br />

mais adequada aos padrões de qualidade e rendimento é<br />

da Denis Cimaf. “Tanto que, os modelos de cabeçotes utilizados<br />

foram premissas básicas utilizadas no escopo para<br />

a contratação de um novo fornecedor de serviço para essa<br />

atividade”, declara.<br />

Após o uso do sistema de limpeza de área, a produtividade<br />

das florestas de segunda geração atingiu produtividades<br />

de 45 m³/ha/ano até 50 m³ (metros cúbicos) sem<br />

casca. Na área visitada, o equipamento alcança 1.8 ha por<br />

máquina em turnos de 12 horas, com parada para manutenção<br />

preventiva. O consumo estimado nas escavadeiras<br />

de 20 t fica em 20 l (litros) por hora.<br />

ROBUSTEZ<br />

De acordo com a fabricante, o cabeçote com facas da<br />

Denis Cimaf é um equipamento de uso industrial, econômico,<br />

extremamente robusto e de baixa manutenção.<br />

“Chega a produzir de 30 a 50% a mais que a concorrência”,<br />

garante Celso Kossaka, diretor de marketing e representante<br />

de vendas na América Latina. Para ele, as vantagens<br />

do cabeçote em escavadeira são a versatilidade, porque<br />

a máquina base pode ser usada para outras operações;<br />

capacidade de vencer terrenos adversos com facilidade<br />

com buracos, valas, inclinações e o alcance da lança; visi-<br />

OS TOCOS SÃO<br />

REBAIXADOS AO NÍVEL DO<br />

SOLO, O QUE PERMITE A<br />

ENTRADA DE TRATORES<br />

QUE REALIZAM A<br />

ADUBAÇÃO E PREPARO<br />

DO SOLO<br />

44<br />

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ilidade superior do operador, o que gera mais segurança<br />

e melhor ergonomia; realização de operações em alvos<br />

pontuais, como tocos ou árvores, além da varredura do<br />

terreno.<br />

Além dessas vantagens, o cabeçote tem menor consumo<br />

de combustível em comparação às máquinas base<br />

frontais da mesma categoria e menor quantidade de facas,<br />

proporcionando economia de elementos de desgaste,<br />

de acordo com a Denis Cimaf. “A vida útil estimada fica<br />

em 12 mil horas, podendo chegar até a 18 mil, segundo<br />

registros das prestadora de serviços PSG”, completa Celso.<br />

O RESÍDUO ACAMADO NO<br />

CAMPO FACILITA O TRABALHO<br />

DO PREPARO DO SOLO COM<br />

TRATOR<br />

PICADORES FLORESTAIS<br />

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CADERNO EMPRESARIAL<br />

71 ANOS<br />

À FRENTE<br />

AGROCERES REVOLUCIONA O MERCADO AO CRIAR<br />

MODELO PARA O MANEJO DE FORMIGAS<br />

Fotos: divulgação<br />

46<br />

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D<br />

esde a sua origem tem no DNA a vocação de<br />

pioneirismo em Tecnologias e Inovações da empresa<br />

mãe. Assim é reconhecida a Atta-Kill, empresa<br />

do Grupo Agroceres, pelo mercado e clientes. Criada<br />

para desenvolver produtos com tecnologias no controle de<br />

formigas cortadeiras, tem na sua linha de Iscas Formicidas<br />

Mirex-S o adjetivo de pioneirismo em todas as tecnologias<br />

usadas no campo para o controle das saúvas e quenquéns.<br />

Todo esse know-how vem desde a sua fundação, em 1970<br />

na Agroceres, contemplando mais de 45 anos de experiência<br />

e reconhecimento de mercado.<br />

A história da Atta-Kill faz parte da história da empresa<br />

Agroceres, fundada em 20 de setembro de 1945. A companhia<br />

foi formada pela idealização de seus fundadores em<br />

introduzir a tecnologia de sementes de milho híbrido no<br />

Brasil.<br />

A primeira produção dessa semente inovadora se deu<br />

em Goianá, distrito de Rio Novo (MG). Nessa época a tecnologia<br />

inovadora de semente de milho híbrido era convincente<br />

e os agricultores tinham colheitas entre 20 a 30% maior<br />

do que as sementes selecionadas do paiol.<br />

No início dos anos 70, a empresa diversifica aumentando<br />

sua ação no agronegócio, iniciando atuação em sementes<br />

de hortaliças e em iscas formicidas, passando também<br />

a atuar com sementes de sorgo, pastagens, genética de suínos<br />

e nutrição animal.<br />

Atualmente, direcionada a valores: de Tecnologia & Inovação;<br />

Qualidade; Atendimento presente e capacitado; Resultado<br />

no campo, a Agroceres expandiu fronteiras, lançou<br />

tendências e manteve seu compromisso ao longo destes 71<br />

anos, em levar o melhor em tecnologia e atenção ao produtor<br />

brasileiro tendo sólida participação no agronegócio<br />

nacional com suas linhas de Genética de Suínos, Nutrição<br />

Animal, Sementes de Milho Hibrido e Sorgo e, ainda, no<br />

ramo de produção de Palmitos Pupunha e as Iscas Mirex-S.<br />

A linha de Iscas Formicidas iniciou-se com a inauguração,<br />

em 1970, de uma unidade de produção na cidade de<br />

Matão (SP).<br />

Desde então, desenvolve tecnologias em produtos e<br />

serviços, se destacando em todas as fases desse período<br />

pelo pioneirismo em disponibilizar tecnologias e produtos<br />

para o controle das formigas cortadeiras. Hoje, por meio da<br />

empresa Atta-Kill, empresa 100% do grupo Agroceres, produz<br />

e comercializa a conceituada linha de iscas formicidas<br />

Mirex-S, marca líder de mercado e a mais reconhecida em<br />

tecnologia e qualidade.<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

47


CADERNO EMPRESARIAL<br />

SULFLURAMIDA REVOLUCIONA O<br />

MANEJO DE FORMIGAS<br />

Atta-Kill inovou ao introduzir no mercado a nova<br />

substância menos agressiva ao meio ambiente e à<br />

saúde humana<br />

PERFIL:<br />

EMPRESA: Atta-kill Indústria e Comércio de Defensivos<br />

Agrícolas é uma das empresas pertencentes ao grupo<br />

Agroceres<br />

LOCALIZAÇÃO: Unidade fabril - Araraquara (SP)<br />

Sede Administrativa - Rio Claro (SP)<br />

COLABORADORES: Aproximadamente 60 funcionários<br />

As formigas cortadeiras causam grandes danos a produções<br />

agrícolas e florestais. O controle desses insetos sempre<br />

foi alvo de muita atenção e, começou a ser realizado de<br />

maneira mais técnica em meados dos anos 60, intensificado<br />

com o uso das primeiras iscas formicidas.<br />

Até o final dos anos 80, o princípio ativo usado nestes<br />

produtos eram os clorados, substâncias extremamente tóxicas<br />

que foram proibidas mundialmente a partir de 1985.<br />

Entretanto, face ao impacto da formiga nas produções agrí-<br />

colas no Brasil, esse princípio ativo teve seu uso autorizado<br />

exclusivamente para a formulação de iscas granuladas até<br />

que surgisse uma alternativa eficiente. Algo que aconteceu<br />

com a introdução da sulfluramida pela Atta-kill, no início<br />

dos anos 90.<br />

Os trabalhos com sulfluramida foram iniciados no Brasil<br />

com foco no combate às formigas cortadeiras. Os testes iniciais<br />

se mostraram promissores como alternativa aos antigos<br />

clorados. A nova alternativa foi registrada pela empresa<br />

brasileira em 1993. Com o lançamento da Mirex-S, a primeira<br />

isca formicida à base de sulfluramida, o produto passou<br />

a ser utilizado em toda América Latina. O grande ganho na<br />

época, sem sombra de dúvidas, foi no aspecto ambiental e<br />

na saúde humana.<br />

Primeira Isca<br />

Formicida Mirex<br />

Primeira empresa a disponibilizar a<br />

tecnologia micro-porta-iscas no mercado<br />

e lança a marca Mipis em invólucro de<br />

plástico, para proteção dos pellets de<br />

iscas contra umidades<br />

Lança Mirex-S<br />

a primeira isca<br />

formicida a base<br />

de sulfluramida<br />

Conquista a certificação<br />

ISO 9002/94, 1ª no setor, e<br />

lança o primeiro Mipis Papel:<br />

inovação em micro-porta-isca<br />

degradável<br />

Meados<br />

dos anos<br />

1960<br />

1970 1985 1990 1993 1999 2000<br />

A Agroceres cria a<br />

sua linha de isca<br />

formicida<br />

Agroceres une-se à Fertibrás criando<br />

a Joint Venture Atta-kill para pesquisa<br />

e desenvolvimento das iscas a base de<br />

sulfluramida, um divisor de águas no que<br />

tange a controle das formigas cortadeiras<br />

Cria o primeiro programa<br />

de serviço com tecnologia<br />

para manejo de formigas<br />

cortadeiras dedicado a<br />

reflorestadoras<br />

48<br />

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MAIS DO QUE FORMICIDA<br />

Programa Result vem ao encontro das necessidades<br />

específicas de cada área infestada e inova o manejo<br />

de controle de formigas de maneira personalizada,<br />

visando redução de custos e eficiência<br />

Para a Atta-Kill, antes de mais nada, é sempre importante<br />

atender às necessidades de cada empresa florestal<br />

de maneira individualizada. O que significa, ainda, que em<br />

momentos diferentes o foco do cliente também pode mudar.<br />

Para isso, foi elaborado o Programa Result, que é uma<br />

ferramenta de tecnificação customizada, que se enquadra<br />

nas exigências e procedimentos para o manejo de precisão<br />

de formigas cortadeiras de acordo com a demanda de cada<br />

cliente florestal.<br />

Com o auxílio de técnicos capacitados, que vão a campo,<br />

e software de operação para precisão de recomendação de<br />

controle, é possível elaborar o melhor planejamento para a<br />

operação. Os profissionais realizam o diagnóstico compatível<br />

nas diferentes áreas. Assim, torna-se viável otimizar as<br />

quantidades de produtos, determinar os locais mais críticos<br />

e estipular as doses aplicadas na medida correta em função<br />

do grau de infestação, ou seja, não há desperdício nem subdosagem.<br />

“Os maiores ganhos se encontram na otimização<br />

de recursos, conquistando retorno significativo de custos<br />

de investimento por hectare com a máxima eficiência na<br />

redução das infestações”, destaca o gerente Comercial e de<br />

Marketing, Augusto Tarozzo.<br />

Augusto Tarozzo aponta que as tarefas e ações a serem<br />

implementadas dentro do Programa Result são definidas<br />

com base no alinhamento dos profissionais responsáveis<br />

pelo programa – todos engenheiros florestais - e a empresa<br />

cliente. Análises realizadas periodicamente complementam<br />

o trabalho para aferição dos resultados.<br />

Conquista a certificação ISO<br />

9001:2008 para gestão da<br />

qualidade<br />

A Certificação ISO passa a<br />

ter serviços pós vendas no<br />

seu escopo<br />

Lança o Mirex-S 2, novo produto com<br />

menor concentração de sulfluramida a<br />

0,2% mantendo a melhor eficiência de<br />

controle. Inovação que vem ao encontro<br />

de procedimentos de certificações<br />

2007 2009 2012 2014 2015 <strong>2016</strong><br />

LINHA DO TEMPO<br />

A Agroceres adquire<br />

a parte societária da<br />

Atta-Kill assumindo<br />

100% da empresa<br />

Disponibiliza Mipis<br />

Evolution: uma<br />

evolução na estrutura<br />

protetora do microporta-isca<br />

de papel<br />

Disponibiliza o Programa<br />

Result, que possibilita<br />

o planejamento de<br />

controle adequado,<br />

gerando ganho e<br />

reduzindo infestações<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

49


CADERNO EMPRESARIAL<br />

A EVOLUÇÃO<br />

A Atta-kill busca constantemente alternativas e<br />

melhorias em seus produtos<br />

Ao longo das últimas décadas, desde o surgimento da<br />

sulfluramida a Atta-kill desenvolve pesquisas com sua linha<br />

de produtos Mirex-S: produtos alternativos e melhorias que<br />

envolvem desde diferentes moléculas a diferentes concentrações.<br />

“Depois de muitos estudos é possível verificar conclusões<br />

como faixas ótimas de eficiência”, informa Edson<br />

Dias Gerente de Produção e Qualidade da Atta-kill.<br />

Todos os nossos produtos estão devidamente registrados<br />

no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento<br />

e são indicados para o controle, tanto das<br />

formigas cortadeiras do gênero Atta (saúvas) quanto do<br />

gênero Acromyrmex (quenquéns) em áreas agrícolas, florestas<br />

plantadas e pastagens.<br />

Nas nossas pesquisas sempre buscamos a otimização<br />

dos índices de carregamento e de devolução das iscas.<br />

“Esse aspecto leva a melhor distribuição de iscas em todas<br />

as panelas no formigueiro, conferindo assim a máxima eficiência”,<br />

comenta Edson Dias.<br />

"Buscamos sempre associar a eficiência intrínseca dos<br />

nossos produtos à forma mais eficaz de utilizá-lo pois, dessa<br />

forma, vamos ao encontro das exigências de diminuição do<br />

uso de químicos nas áreas controladas." Esse é, inclusive,<br />

um pressuposto dos critérios ambientais e sociais levados<br />

em consideração pelos organismos de certificação.<br />

GESTÃO BASEADA NA INOVAÇÃO<br />

A Atta-Kill, como empresa do Grupo Agroceres, é administrada<br />

conforme a gestão do grupo em sua diversificada linha de<br />

negócios e tem como diretriz o alinhamento centrado nos quatro<br />

pilares de valores para o mercado: Tecnologia & Inovação, Atendimento,<br />

Qualidade e Resultado ao cliente. Este é o norte que guia<br />

Fernando Antonio Pereira, diretor da linha de negócio, que tem a<br />

responsabilidade de manter o espírito pioneiro e de inovação à<br />

Atta-Kill.<br />

Com uma larga experiência de gestão em mais de 30 anos dedicados<br />

ao Grupo Agroceres, passando pelos cargos de diretor de<br />

negócio a presidente da corporação, o engenheiro agrônomo formado<br />

pela UFV (Universidade Federal de Viçosa) conduz a Atta-Kill<br />

desde 2013.<br />

A ATTA-KILL MOSTROU PIONEIRISMO DESDE OS PRI-<br />

MEIROS PASSOS. ESSA VOCAÇÃO ESTÁ NO DNA DO GRUPO<br />

AGROCERES?<br />

Sempre com a visão de desenvolver tecnologias em produto<br />

para o controle de formigas cortadeiras, a Atta-Kill se alinha com a<br />

diretriz de gestão da Agroceres no que tange pontos de tecnologia<br />

e inovação, atendimento, qualidade e resultado para o cliente.<br />

QUAIS DESAFIOS E CONQUISTAS CONSIDERA AS MAIS<br />

MEMORÁVEIS DA ATTA-KILL?<br />

A conquista do produto sulfluramida pela Atta-kill com pioneirismo,<br />

sem sombra de dúvidas, é o divisor de águas no que tange<br />

o controle de formigas cortadeiras, trazendo maiores e melhores<br />

conhecimentos sobre a praga e seu manejo. Outro desafio é o alinhamento<br />

de serviços com os processos das operações de controle<br />

no campo, conquistando resultados significativos no âmbito<br />

operacional e de aplicação.<br />

QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS PASSOS? O QUE VEM PELA<br />

FRENTE COM O PROGRAMA RESULT?<br />

Temos uma visão e nosso Programa Result está voltado a produtos<br />

e serviços que devem estar apurados com necessidades<br />

diversificadas, alinhadas com aspectos de legislação, certificação<br />

e processos. O resultado é a otimização de custos e recursos<br />

disponíveis respeitando aspectos de política de sustentabilidade<br />

e preocupação ambiental na excelência do controle de formigas<br />

cortadeiras buscando para o presente e o futuro tecnologias operacionais<br />

que tragam essa redução de custos com a melhor otimização<br />

de distribuição de produtos nas áreas.<br />

50<br />

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VENDE-SE<br />

TERRA<br />

LEI QUE ESTABELECE REGRAS PARA<br />

COMPRA DE ÁREAS FLORESTAIS E<br />

AGRÍCOLAS POR ESTRANGEIROS<br />

DEVERÁ SER DESENGAVETADA,<br />

PORÉM RESTRIÇÕES SEGURAM<br />

EMPOLGAÇÃO DOS INVESTIDORES<br />

D<br />

epois de seis anos impedida, a compra de terras<br />

por estrangeiros poderá ser permitida novamente.<br />

Desde 2010 esse tipo de investimento está<br />

congelado no país após parecer da AGU (Advocacia Geral<br />

da União). A perspectiva da liberação anima investidores e<br />

empresários dos setores agrícola e florestal. Mas os termos<br />

que tratam do projeto de lei para são controversos. Existem<br />

limitações de hectares por empresa e até obrigações ligadas<br />

à reforma agrária. O assunto está sendo debatido entre<br />

entidades empresariais e representantes do legislativo.<br />

A venda de terras a estrangeiros era assunto fora de cogitação<br />

no governo de Dilma Rousseff. A proibição foi uma<br />

herança da era Lula, que chancelou o parecer da AGU. O<br />

argumento do governo na época era que a aquisição direta<br />

feria a soberania nacional. Havia temor que empresas asiáticas<br />

poderiam ser donas de grandes áreas no Brasil para<br />

a produção de alimentos. Em 2012, um projeto de lei foi<br />

apresentado no Congresso modificando a restrição, mas<br />

não andou. E isto teve impactos negativos.<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

53


ESPECIAL<br />

Foto: Carol Carquejeiro<br />

De acordo com o último levantamento realizado pela<br />

Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), foram represados consideráveis<br />

investimentos em negócios no setor de árvores<br />

plantadas de grandes grupos estrangeiros, como japoneses,<br />

norte-americanos e escandinavos, que ficaram parados<br />

desde 2010. “Além dos investimentos diretos no setor florestal,<br />

a indústria perde competitividade, pois as restrições<br />

impactam também os investimentos em mineração, logística<br />

e infraestrutura, o que afetam os mercados de árvores<br />

e os custos de produção”, afirma Elizabeth de Carvalhaes,<br />

presidente executiva da Ibá e presidente do Icfpa (sigla em<br />

inglês para Conselho Internacional de Associações de Floresta<br />

e Papel).<br />

A decisão de restringir a atuação de empresas nacionais<br />

controladas por capital internacional, não só travou novos<br />

investimentos do setor, mas também afetou as operações<br />

das empresas já instaladas, impedindo ampliações e consolidações<br />

que poderiam ocorrer com a entrada de fundos<br />

estrangeiros para investimento direto e produtivo.<br />

“Em 2010 e 2011, a economia brasileira estava bem,<br />

“ALÉM DOS INVESTIMENTOS<br />

DIRETOS NO SETOR<br />

FLORESTAL, A INDÚSTRIA<br />

PERDE COMPETITIVIDADE, POIS<br />

AS RESTRIÇÕES IMPACTAM<br />

TAMBÉM OS INVESTIMENTOS<br />

EM MINERAÇÃO, LOGÍSTICA E<br />

INFRAESTRUTURA, O QUE AFETAM<br />

OS MERCADOS DE ÁRVORES E OS<br />

CUSTOS DE PRODUÇÃO”<br />

com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 7,5%<br />

e 3,9% respectivamente e recordes nos níveis de emprego<br />

com geração de 4,7 milhões postos nos dois anos. Este cenário<br />

passava a falsa impressão ao governo de que a captação<br />

destes recursos não era prioridade e que os investimentos<br />

continuariam independentemente das restrições.”<br />

A presidente da entidade lembra que investimentos no<br />

setor florestal são de longo prazo e as decisões de realização<br />

ou suspensão de aportes possuem um efeito retardado<br />

na economia. “Hoje, não sentimos apenas os efeitos da piora<br />

da economia interna pela contração dos mercados, mas<br />

pela abrupta diminuição do ritmo dos investimentos que,<br />

no caso do capital estrangeiro, passaram a se submeter a<br />

limitações proibitivas desde 2010”, avalia Elizabeth.<br />

BOAS EXPECTATIVAS<br />

As entidades como Ibá e Abag (Associação Brasileira<br />

do Agronegócio) observam com bons olhos o que consideram<br />

ser uma espécie de reabertura de mercado. “Já precisávamos<br />

em 2010, e hoje em dia, com esse cenário (de<br />

crise econômica), a entrada de capital estrangeiro vai ser<br />

fundamental", disse o diretor executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.<br />

De acordo com as representantes do setor florestal e<br />

agrícola, a liberação de venda de terras para empresas com<br />

capital estrangeiro é um importante passo para atrair investimentos<br />

e incentivar a retomada do crescimento do setor<br />

industrial. Entre as associadas da Ibá, por exemplo, estão<br />

diversas companhias multinacionais de grande porte com<br />

investimentos paralisados, tanto em novas unidades como<br />

em ampliação das atuais.<br />

Parlamentares que entendem a necessidade do setor<br />

produtivo se mobilizam para retomar o andamento do projeto<br />

engavetado em 2012, que estabelece regras e autoriza<br />

a compra de terras por estrangeiros. Com base nesse texto,<br />

o deputado federal Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) está<br />

empenhado para dar seguimento ao assunto. “Estamos trabalhando<br />

em um texto substitutivo que autoriza a compra<br />

de terras dentro de certos limites”, disse o deputado, que<br />

coordena a Frente Parlamentar de Silvicultura. O problema<br />

são as regras restritivas que estão em discussão. “A ideia é<br />

que haja um limite de 100 mil ha (hectares) por empresa,<br />

que pode ser ainda alterado para cima”, disse. Fundos soberanos<br />

e ONGs (Organizações não-governamentais), porém,<br />

não poderiam ser compradores.<br />

De acordo com o parlamentar, o governo sugeriu que<br />

fosse incluído no projeto de lei que o investidor adquira<br />

10% adicionais de terras para destinar à reforma agrária. Se<br />

o investidor quiser comprar além do limite de 100 mil ha,<br />

teria de se associar a um grupo nacional – que seria majoritário<br />

no negócio – para essa expansão, como já ocorre hoje.<br />

54<br />

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O parlamentar crê que a aprovação da lei poderá destravar<br />

investimentos da ordem de R$ 50 bilhões no país em áreas<br />

agrícolas e florestais.<br />

Apesar de aprovar a iniciativa, entidades e investidores<br />

discordam das restrições no projeto de lei. “Com certeza<br />

estes itens podem interferir no interesse e no volume do<br />

capital estrangeiro”, opina a presidente da Ibá. Ela acredita<br />

que transferir a responsabilidade da reforma agrária para as<br />

empresas produtoras apenas tornará os projetos de investimento<br />

e os produtos produzidos mais caros, resultando em<br />

perda de competitividade no mercado externo. “Se houver<br />

essas condições, muitos investidores deixarão de apostar<br />

no país, prejudicando produtores nacionais e estrangeiros.”<br />

Para a executiva, limitar o tamanho da compra é outro<br />

erro. “Isso é incompatível com os necessários ganhos de<br />

escala para a produção voltada para a exportação, como é<br />

o caso da indústria de base florestal.” Muitas empresas da<br />

associação estão há mais de 40 anos no Brasil e possuem<br />

muito mais de 100 mil ha de terras em seu portfólio. “Essas<br />

empresas ficariam limitadas para crescer e continuar investindo<br />

no Brasil”, completa.<br />

O advogado Aldo De Cresci Neto, especialista em florestas<br />

e secretário executivo da Frente Parlamentar de Silvicultura,<br />

garantiu que o Congresso busca um meio-termo sobre<br />

o tema. Segundo ele, outra possibilidade, que não foi des-<br />

LUIZ CORNACCHIONI,<br />

DIRETOR EXECUTIVO<br />

DA ABAG ACREDITA<br />

QUE PASSOU DA<br />

HORA DE APROVAR<br />

A LEI QUE ESTIPULA<br />

REGRAS CLARAS PARA<br />

COMPRA DE TERRAS POR<br />

ESTRANGEIROS<br />

Foto: Abag


ESPECIAL<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Boa parte do capital vindo de fora é responsável pelas expansões nas operações de plantio e colheita florestal<br />

cartada por Cardoso, seria o registro do grupo estrangeiro<br />

na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Esta autarquia,<br />

vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada 1976 com o<br />

objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o<br />

mercado de valores mobiliários no Brasil.<br />

DINHEIRO QUE ENTRA<br />

Empresas focadas na captação de recursos externos<br />

para o fomento de negócios florestais entendem que o<br />

marco legal é indispensável e observam cenários distintos<br />

antes do entendimento da AGU e o momento atual. Para<br />

os grupos que já tinham investimentos no Brasil, o parecer<br />

de 2010 foi apenas um obstáculo temporário para determinar<br />

a forma mais adequada de continuar investindo no país.<br />

Mas como conta Robert Carroll, fundador da Arcterra, empresa<br />

de assessoria de investimentos com foco em ativos<br />

reais, principalmente florestais e agrícolas, as determinações<br />

contrárias afastaram novos investidores. “Considerando<br />

a rede de relacionamento da Arcterra, cerca da metade<br />

dos novos investidores, grupos que nunca tinham investido<br />

no Brasil mas tinham manifestado interesse significativo, foram<br />

desencorajados pela decisão da AGU ou, pelo menos,<br />

optaram por não continuar a estudar o Brasil.” Ele destaca<br />

que existiram outros fatores que contribuíram para a redução<br />

de interesse, principalmente a crise financeira global.<br />

Das transações registradas pela Arcterra, desde 2001,<br />

algo em torno de R$ 9 bilhões, 70% tiveram participação<br />

de grupos estrangeiros, sendo que a maior parte do capital<br />

também veio de fora. Apesar de não apostar em uma enxurrada<br />

de investimentos logo após uma possível decisão<br />

favorável, Robert é otimista na mensagem que o marco legal<br />

vai transmitir ao mercado. O norte-americano com 13<br />

anos de experiência no mercado brasileiro acredita que os<br />

investidores vão se sentir confortáveis quando houver definição<br />

do assunto por meio de legislação. “Ter uma lei clara<br />

é essencial para que investidores globais de alto nível comprometam<br />

capital de longo prazo”, garante Robert.<br />

O executivo só observa com ressalvas as restrições que<br />

estão em discussão para a formulação do texto do projeto<br />

de lei. “Conseguir investir em grande escala e atingir um<br />

equilíbrio apropriado entre risco e retorno são fatores fundamentais<br />

para atrair os maiores investidores internacionais.<br />

Qualquer restrição pode influenciar negativamente<br />

estes critérios, e são passíveis de desencorajar os investidores<br />

que teriam maiores impactos positivos sobre o setor<br />

florestal”, pondera.<br />

56<br />

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EMPRESAS FOCADAS NA<br />

CAPTAÇÃO DE RECURSOS<br />

EXTERNOS PARA O<br />

FOMENTO DE NEGÓCIOS<br />

FLORESTAIS ENTENDEM<br />

QUE O MARCO LEGAL É<br />

INDISPENSÁVEL<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Com permissão para compra de terras por estrangeiros, investimento<br />

externo poderia chegar a R$ 50 bilhões


EVENTO<br />

PINUS DO<br />

FUTURO<br />

Foto: Embrapa<br />

58<br />

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WORKSHOP MOSTRA<br />

MERCADO, TENDÊNCIAS E<br />

PESQUISAS PARA AMPLIAR<br />

A EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE<br />

FLORESTAL DE MÚLTIPLO<br />

USO<br />

Foto: arquivo<br />

A demanda de mercado por pinus é de 16,5 milhões de m³ (metros cúbicos) por ano<br />

C<br />

onhecimento científico e a experiência das empresas<br />

florestais ditaram o passo do IV Workshop<br />

realizado pela Apre (Associação Paranaense de<br />

Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) e a Embrapa Florestas. Neste<br />

ano, o tema principal foi: Manejo para uso múltiplo – a<br />

árvore de pinus do futuro. O evento, realizado em Colombo<br />

(PR), nos dias 14 e 15 de setembro, atraiu mais de 120<br />

participantes. Os debates abordaram as tendências para o<br />

mercado de madeira, formação de florestas de alto rendimento,<br />

importância da pesquisa florestal empresarial e o<br />

estado da arte do melhoramento florestal.<br />

Logo de início, os palestrantes contextualizaram o momento<br />

do mercado e apontaram tendências. A primeira<br />

palestra ficou por conta de João Mancini, engenheiro florestal<br />

e gerente comercial da Valor <strong>Florestal</strong>. Segundo ele,<br />

no momento, o setor ainda enfrenta a crise iniciada em<br />

2008, mas vem se recuperando. Sobre demanda, Mancini<br />

citou que a procura por pinus é de 16,5 milhões de<br />

m³ (metros cúbicos) por ano. Nesse cenário, as indústrias<br />

de madeira sólida representam 51% do volume total da<br />

região, enquanto que papel e celulose representam 32%.<br />

Nas toras, o marketshare é de 60%.<br />

No caso do eucalipto, a demanda é de 8,3 milhões de<br />

m³ por ano, e o principal consumo vem da indústria de<br />

papel e celulose. As indústrias de painéis representam 3%<br />

do consumo. Porém, o gerente comercial destacou que<br />

esse número está aumentando, já que algumas empresas<br />

estão substituindo florestas de pinus por eucalipto.<br />

Felipe Fuck, diretor da Compensados Fuck, também<br />

participou do primeiro bloco do workshop e falou sobre<br />

o mercado para produtos florestais. Ele contou que a<br />

empresa apostou em nova tecnologia de máquinas, para<br />

alcançar diâmetro menor, maior produtividade e melhor<br />

aproveitamento. Outra mudança foi a do uso do sortimento<br />

para produto final.<br />

Sobre o futuro, ele disse que o setor florestal precisa<br />

desenvolver os mercados interno e externo para uso da<br />

madeira de maneira estrutural ou decorativa, por exemplo,<br />

entre outros, tudo que agregue mais valor ao produto.<br />

“Também precisamos pensar em novas espécies, porque<br />

não temos como fugir disso, já que temos que buscar<br />

meios de reduzir custos para sermos mais competitivos.<br />

O manejo é outro ponto que merece atenção, justamente<br />

para avaliar de que forma a utilização da madeira vai<br />

afetar o manejo. A dinâmica do mercado está mudando<br />

e nosso setor depende de influências externas para nos<br />

adaptarmos”, destacou.<br />

MAIS DA FLORESTA<br />

O professor da Ufsc (Universidade Federal de Santa<br />

Catarina), Mário Dobner, falou do desbaste pelo alto –<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

59


EVENTO<br />

uma alternativa para o Pinus taeda. Ele disse que o setor<br />

florestal tem diversificação da produção, e ressaltou que<br />

uma árvore pode gerar vários produtos. Para o manejo<br />

de multiprodutos, existem duas ferramentas: desbaste e<br />

poda. Dentro do desbaste, são duas opções: seletivo por<br />

baixo (o mais utilizado, por ser muito fácil) ou seletivo<br />

pelo alto (algo muito praticado na Europa).<br />

O professor explicou que no desbaste seletivo pelo<br />

alto, faz-se a seleção de árvores potenciais pela dominância,<br />

qualidade e distribuição. Em seguida, remove-se<br />

as árvores concorrentes. “O objetivo do manejo é que as<br />

árvores cresçam de forma positiva, produzindo toras mais<br />

valiosas. O desbaste seletivo pelo alto traz maior potencial<br />

de crescimento diamétrico, maior eficiência no uso<br />

do espaço produtivo e melhores resultados econômicos”,<br />

destacou.<br />

Para justificar essa afirmação, Dobner mostrou detalhes<br />

de um estudo que monitorou florestas em Santa Catarina<br />

ao longo de 30 anos. O levantamento concluiu que<br />

esse tipo de desbaste possibilita dobrar o resultado. “Por<br />

isso, essa pode ser uma alternativa para os produtores”,<br />

concluiu.<br />

Júlio Arce, professor da Ufpr (Universidade Federal do<br />

Paraná), explicou que o manejo é uma forma de fazer a<br />

“TAMBÉM PRECISAMOS<br />

PENSAR EM NOVAS ESPÉCIES,<br />

PORQUE NÃO TEMOS<br />

COMO FUGIR DISSO, JÁ QUE<br />

TEMOS QUE BUSCAR MEIOS<br />

DE REDUZIR CUSTOS PARA<br />

SERMOS MAIS COMPETITIVOS”<br />

FELIPE FUCK,<br />

DIRETOR DA COMPENSADOS FUCK<br />

gestão da floresta para tirar algo a mais dela. Além disso,<br />

ele falou sobre o planejamento, que é fundamental no<br />

setor florestal. “O manejo pode levar a extremos inimagináveis.<br />

A primeira pergunta que devemos fazer é quais<br />

produtos florestais queremos. Pode ser apenas um produto<br />

ou múltiplos produtos; temos muitas opções para escolher<br />

o que plantar, como plantar e como manejar. Mas<br />

uma vez que escolhermos o caminho, a opção para o que<br />

temos que colher já não é tão ampla, então os próximos<br />

15 anos têm que ser muito bem planejados”, salientou.<br />

Foto: Valtecir Santos<br />

Avanços em pesquisas genéticas proporcionaram ganhos de produtividade<br />

acima de 50%<br />

MELHORAMENTO GENÉTICO<br />

Para encerrar o primeiro dia de evento, Antônio Higa,<br />

professor da Ufpr, fez uma palestra sobre: Melhoramento<br />

genético como ferramenta para aumento da produtividade.<br />

Segundo ele, o melhoramento de pinus começou na<br />

década de 1970. Os resultados foram surpreendentes e já<br />

em 2000 foi possível perceber que o material da primeira<br />

geração propiciava ganhos de volume de 50%.<br />

Ele também ressaltou a importância do melhoramento<br />

genético na formação das florestas plantadas que existem<br />

hoje, onde obteve-se um grande salto de produtividade<br />

e qualidade nas florestas, com os programas instalados<br />

desde a década de 70. Higa mostrou também como estávamos<br />

certos no caminho para o futuro, com a utilização<br />

de material genético adequado na formação das florestas.<br />

Na manhã do segundo dia de evento o assunto foi:<br />

Pesquisa – o estado da arte do melhoramento florestal.<br />

Nesse bloco, sete palestrantes apresentaram o atual estágio<br />

do material genético de pinus dentro das suas empresas.<br />

60<br />

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Entre as empresas participantes esteve a ArborGen. O<br />

agrônomo com mestrado em Fitotecnia (Produção Vegetal),<br />

Vinícius Santos, destacou que a empresa acumula 100<br />

anos de experiência em tecnologia florestal, por conta das<br />

empresas que formaram a ArborGen. Hoje, a marca mantém<br />

equipes especializadas nos EUA (Estados Unidos da<br />

América), Nova Zelândia e Brasil, o que garante uma troca<br />

de informações frequente. Nos EUA, a empresa detém<br />

30% do mercado de mudas florestais, o equivalente a 280<br />

milhões de mudas por ano, principalmente Pinus taeda.<br />

Na Nova Zelândia e Austrália, a ArborGen conta com 40%<br />

e 20% dos mercados, respectivamente, o que equivale a<br />

22 milhões de mudas por ano nesses dois países. No Brasil,<br />

a empresa iniciou a operação comercial de eucalipto<br />

em 2013 e a de pinus em 2014. As vendas por aqui atingiram<br />

30 milhões em 2015 e a expectativa para <strong>2016</strong> é<br />

chegar a 50 milhões.<br />

Com relação à árvore de pinus do futuro – tema principal<br />

do workshop – avaliou que ela será altamente produtiva<br />

e terá a maioria das características desejadas pela empresa,<br />

proporcionando florestas mais uniformes. “Outra<br />

coisa importante é se adaptar às características edafoclimáticas<br />

de cada região. Além disso, terá que ser adequadamente<br />

manejada. Também temos que estar preparados<br />

para pragas, doenças e mudanças climáticas”, analisou.<br />

Desbaste e poda fazem parte do processo para aproveitar da melhor maneira<br />

o plantio de pinus<br />

Foto: arquivo


MANEJO FLORESTAL<br />

Foto: divulgação<br />

62<br />

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INTERVENÇÃO<br />

CIRÚRGICA<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

PESQUISA APONTA ALTERNATIVAS PARA AMPLIAR A EFICIÊNCIA<br />

DO MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL E DIMINUIR AINDA MAIS A<br />

PEGADA DEIXADA NA MATA<br />

U<br />

ma pesquisa que avaliou 824 locais de manejo<br />

florestal sustentável no Pará mostra que a prática<br />

ainda é a melhor solução para a conservação<br />

e uso econômico com resposnabilidade dos recursos<br />

natuerias amazônicos. Os autores também mostram os<br />

estragos que parte da floresta sofreu causados pela exploração<br />

predatória. Eles ainda levantam um debate interessante<br />

sobre o que pode ser melhorado na prática e<br />

pedem interação da academia, setor produtivo e órgãos<br />

do governo. A REFERÊNCIA FLORESTAL, por ser o principal<br />

veículo de comunicação do segmento, abre espaço para o<br />

assunto. Convidamos o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro)<br />

a participar do debate, mas não obtivemos retorno até o<br />

fechamento da edição.<br />

De acordo com os pesquisadores Vanessa Richardson<br />

e Carlos Peres, da Universidade East Anglia, o manejo flo-<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

63


MANEJO FLORESTAL<br />

restal sustentável é, hoje, o melhor modelo de exploração<br />

sustentável dos recursos naturais na Amazônia a sr seguido.<br />

Um estudo publicado pela dupla em julho, na revista<br />

científica Plos One, mostra os estragos que a floresta sofre<br />

quando é explorada sem controle e também novos critérios<br />

que podem ser absorvidos no manejo de baixo impacto<br />

que podem torná-lo ainda mais eficiente.<br />

A conclusão do trabalho, que levou um ano para ser<br />

finalizado, é que as florestas do leste do Pará, nas fronteiras<br />

mais antigas perto de estradas principais, por exemplo,<br />

foram exploradas à exaustão. “Presumimos que não<br />

existe mais as espécies de alto valor que antigamente lá<br />

existiam”, aponta Vanessa. Ela comentam que há poucos<br />

estudos de longa data sobre o impacto de exploração nas<br />

espécies de madeira mais nobres em grande escala tanto<br />

para a regeneração dessas espécies comerciais, nem na<br />

ecologia das comunidades da flora que restou.<br />

Eles valorizam os recentes avanços nos parâmetros<br />

estabelecidos pelo SFB, mas lembram que são muito recentes<br />

(2015). Por isso a pesquisa mostrou tanto desequilíbrio.<br />

“Os padrões de depleção que vimos no nosso estudo<br />

são consequência de vários tipos de manejo, modelos<br />

históricos não eram tão cuidadosos”, explica.<br />

De acordo com a Instrução Normativa 05/2006 do Ministério<br />

do Meio Ambiente, foram estabelecidos critérios<br />

para balizar a exploração sustentável das florestas nativas.<br />

Entre eles está o diâmetro mínimo de corte: em que apenas<br />

as árvores acima de 50 cm (centímetros) de diâmetro<br />

podem ser colhidas. O prazo de 30 anos é estabelecido<br />

para que as árvores abaixo deste diâmetro continuem sua<br />

trajetória de crescimento para então preencherem os requisitos<br />

de colheita no futuro.<br />

O critério de raridade determina que se mantenha a<br />

Manejo florestal sustentável é o modelo mais indicado para<br />

utilizar recursos naturais da Amazônia com o menor impacto à<br />

floresta<br />

Indivíduos são identificados para que as toras possam ser rastreadas<br />

cada 100 ha (hectares) de floresta pelo menos três árvores<br />

que preencham os requisitos de corte (ou seja, maior<br />

que 50 cm de diâmetro, esteja fora das áreas de preservação<br />

permanente e não sejam porta-sementes). Este<br />

critério protege as espécies que tenham frequência de<br />

ocorrência baixa na floresta. Outro ponto importante é a<br />

manutenção de árvores porta-sementes. Existe a exigência<br />

para que sejam mantidas árvores reprodutivas.<br />

Os produtores florestais que realizam o manejo de<br />

baixo impacto devem estar atentos também para a saúde<br />

genética das árvores porta sementes e com o estado dos<br />

animais responsáveis pela dispersão dessas sementes.<br />

“Muitas árvores de alto valor comercial são dispersadas<br />

por animais, às vezes espécies específicas. Se não estiverem<br />

em populações também saudáveis, a floresta não se<br />

recupera.”<br />

ALTERNATIVAS<br />

Os pesquisadores ressaltam que mesmo sem espécies<br />

nobres para extrair, existe a possibilidade de gerar maior<br />

retorno econômico processando a madeira no local e<br />

agregando valor, ou plantando espécies em áreas já degradadas,<br />

em conjunto com outras ações. “Podemos citar<br />

ainda o retorno pelo carbono armazenado em mecanismos<br />

de financiamentos do Redd+, em produtos florestais<br />

não madeireiros, ou turismo.”<br />

O Redd+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da<br />

Unfccc (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança<br />

do Clima) para recompensar financeiramente países<br />

em desenvolvimento por seus resultados de redução<br />

de emissões de gases de efeito estufa provenientes do<br />

desmatamento e da degradação florestal, considerando o<br />

papel da conservação de estoques de carbono florestal,<br />

manejo sustentável de florestas e aumento de estoques<br />

de carbono florestal.<br />

Carlos sugere também que outras espécies sejam consideradas<br />

para exploração, em especial as de crescimento<br />

mais rápido. Segundo ele, no grupo das mais sensíveis<br />

64<br />

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estão cerca de 50, de uma variedade com 5 mil espécies<br />

de árvores na Amazônia. “O governo deveria trazer algumas<br />

cláusulas para proteger as nobres. Poderia aumentar<br />

o leque de opções do madeireiro para não sobrecarregar<br />

tanto as mais sensíveis.”<br />

Os principais agressores da floresta amazônica estão<br />

longe de fazer parte do segmento produtivo que vive do<br />

manejo florestal sustentável. Para diminuir a degradação<br />

das matas nativas, na opinião dos pesquisadores, “primeiramente<br />

é preciso parar com o garimpo, extração ilegal de<br />

madeira, principalmente em territórios indígenas e áreas<br />

protegidas.”<br />

“Outros estudos apontam que devemos alongar o ciclo,<br />

e proibir um segundo corte se as espécies extraídas<br />

não retornarem em densidades saudáveis”, alegam os<br />

autores do estudo. Além da madeira, a Amazônia produz<br />

inúmeras espécies de alto valor cultural e também comercial:<br />

o açaí, vários cipós, remédios, castanha do Brasil, óleos<br />

etc. “Se for manejada com cuidado, a floresta jamais se<br />

tornará um deserto verde”, garante Vanessa.<br />

O estudo fez parte da tese de doutorado da doutora<br />

Vanessa Richardson. Os dados foram extraídos de planos<br />

de manejo autorizados pela Sema (Secretaria do Meio<br />

Ambiente e Sustentabilidade) do Pará e de bases de da-<br />

dos. A cobertura florestal e desmatamento foram obtidas<br />

por meio do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento<br />

na Amazônia Legal por Satélite) e informações<br />

do Ministério do Transporte. Vanessa é brasileira e<br />

completou seus estudos na Inglaterra. Fez mestrado pela<br />

Imperial College London e doutorado na University of East<br />

Anglia sobre a orientação do Carlos Peres em colaboração<br />

com o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da<br />

Amazônia).<br />

A floresta proporciona alternativas econômicas que envolvem<br />

produtos não madeireiros e compensação de carbono<br />

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ARTIGO<br />

ECONOMIA MORAL E<br />

CERTIFICAÇÃO FLORESTAL<br />

ANÁLISE SISTEMÁTICA<br />

DA PERCEPÇÃO DO<br />

Foto: arquivo<br />

CONSUMIDOR FINAL<br />

Fotos: divulgação<br />

O<br />

artigo buscou analisar a percepção do consumidor<br />

final em relação à certificação florestal. A pesquisa<br />

foi realizada através de uma análise sistemática do<br />

tipo integrativa contextualista, na qual foram identificadas informações<br />

acerca do reconhecimento do consumidor final em<br />

relação ao processo de certificação florestal em sete distintos<br />

países. Os resultados evidenciaram que apenas uma pequena<br />

parcela do mercado consumidor tem ciência do processo<br />

de certificação no setor florestal, inclusive em regiões economicamente<br />

desenvolvidas. Conclui-se que um dos possíveis<br />

motivos pelo incremento do número da produção florestal<br />

certificada nos últimos anos seja menos por uma exigência do<br />

mercado consumidor final, e mais por uma garantia de boa<br />

procedência do produto junto aos atores intermediários da<br />

cadeia de valor florestal. Há também a possibilidade da exigência<br />

de certificação, por parte dos agentes intermediários<br />

da cadeia produtiva florestal, figurar como barreira não tarifária.<br />

Ademais, infere-se que o foco das ações de marketing,<br />

para uma melhor eficácia, além de focar suas ações no consumidor<br />

final, no âmbito da certificação florestal, deva também<br />

voltar-se aos agentes intermediários.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O consumo ético tem alcançado nos últimos tempos grande<br />

repercussão junto ao contexto corporativo, notavelmente<br />

no âmbito das ações do marketing socioambiental. Defende-<br />

-se, nesta seara, o imperativo da implementação de responsabilidades<br />

sociais e ambientais no escopo de atuação das organizações.<br />

Tal fato deriva-se, principalmente, pela crescente<br />

demanda de determinados segmentos consumidores.<br />

A emergência do debate relativo aos impactos socioambientais<br />

negativos que as ações antrópicas têm causado ao<br />

meio ambiente criou nichos de mercado exigentes em relação<br />

ao uso comedido e a conservação e preservação dos recursos<br />

ambientais, tanto em relação ao processo produtivo, quanto<br />

às origens da matéria-prima. Essas partes interessadas (consumidores<br />

e intermediários na cadeia produtiva) passaram a<br />

demandar produtos oriundos de processos ambiental e socialmente<br />

sustentáveis.<br />

Nesse contexto, ganha força, no âmbito do marketing de<br />

consumo, os preceitos da corrente da Economia Moral. A Economia<br />

Moral compreende a corrente teórica que busca elucidar<br />

uma nova forma de consumo, ou seja, um contexto em<br />

que a economia de mercado seja percebida menos como uma<br />

forma conspícua e assume seu papel na garantia de determinados<br />

princípios, sejam eles sociais, ambientais e/ou econômicos.<br />

São objetos de estudos, no escopo da Economia Moral,<br />

portanto, as variáveis intervenientes no comportamento econômico<br />

orientadas aos pressupostos éticos e morais na ação<br />

de consumo.<br />

Destarte, a referida corrente teórica, no âmbito do consumo,<br />

incorpora questões inerentes ao consumidor ético<br />

(anticonsumo, auto-reflexividade, consumidor verde, dentre<br />

outras perspectivas), marketing verde, marketing social, anticonsumo<br />

e marketing político.<br />

Dentre todos esses enfoques, as questões relacionadas à<br />

sustentabilidade socioambiental certamente perfazem uma<br />

66<br />

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GUSTAVO LEONARDO SIMÃO<br />

DOUTOR EM ADMINISTRAÇÃO PELA UFLA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS)<br />

FABIANO LUIZ DA SILVA<br />

DOUTOR EM CIÊNCIA FLORESTAL PELA UFV (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA)<br />

ANA CLÁUDIA AZEVEDO<br />

DOUTORA EM ADMINISTRAÇÃO PELA USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)<br />

LUIZ MARCELO ANTONIALLI<br />

DOUTOR EM ADMINISTRAÇÃO PELA USP<br />

das temáticas cujas discussões têm sido mais ativas no âmbito<br />

acadêmico e, também no contexto empresarial nos últimos<br />

tempos (Souza & Ribeiro, 2013). Tal enfoque tem alterado<br />

progressivamente a estrutura da cadeia de valor da indústria,<br />

haja vista que as pressões por mudanças comportamentais<br />

ocorrem nos dois extremos, no âmbito das trocas de mercado,<br />

onde o consumidor e o empreendedor investem cada<br />

vez mais nas causas socioambientais, mas também no campo<br />

simbólico.<br />

As organizações, cientes de um nicho de mercado em expansão,<br />

têm investido na produçãosustentável, reduzindo o<br />

desperdício de recursos e otimizando processos produtivos.<br />

Além disto, acredibilidade dos produtos, serviços e processos<br />

disponibilizados, resultantes desse contexto, temsido fator diretamente<br />

relacionado ao aumento de ganhos competitivos<br />

(Gordon, Carrigan & Hastings, 2011). Assim, o segmento de<br />

consumidores “conscientes” às causas socioambientais cada<br />

vez mais tem incorporado maior número de simpatizantes.<br />

A diferenciação socioambiental das organizações consubstancia-se<br />

numa variável a serconsiderada, nessa lógica, no<br />

escopo da estratégia competitiva. A esse respeito, inúmeras<br />

ações práticas surgiram para tais empreendimentos buscarem<br />

ganhos no âmbito desse contexto, tais como: a publicação de<br />

relatórios de gestão sustentável, implantação da Qualidade<br />

Total Ambiental e/ou dos padrões ISO e os processos de certificação,<br />

esses últimos, também denominados de selos verdes.<br />

Todas essas ações, compreendidas como estratégias de marketing,<br />

voltam-se para a criação de um valor superior junto<br />

ao mercado consumidor, à própria marca e ao ambiente orga-<br />

nizacional de maneira geral (Cronin, Smith, Gleim, Ramirez &<br />

Martinez, 2011).<br />

O mercado de produtos florestais, principalmente aquele<br />

situado nas regiões tropicais, com alta concentração de florestas<br />

nativas, como é o caso do Brasil, toma lugar de destaque<br />

em relação a tais mudanças. Bastante associado a práticas de<br />

desmatamento, exploração da mão de obra e desrespeito à<br />

biodiversidade (Carvalho, Soares & Valverde, 2005; Novais,<br />

Mendonça, Marinho, Corti & Ferreira, 2014) os atores organizacionais<br />

desse segmento econômico têm buscado contornar<br />

tal rotulação, a fim de almejar novos mercados. Assim sendo,<br />

a cadeia de valor do setor florestal volta-se, por meio da adesão<br />

aos selos verdes, à busca de uma incorporação de boas<br />

práticas aos seus diversos elos produtivos com vistas a ganhos<br />

superiores, além de incrementar seus níveis competitivos no<br />

contexto interno e externo.<br />

O presente trabalho, de natureza bibliográfica, intentou<br />

verificar a valoração do consumidor final, externada por seu<br />

conhecimento acerca da significação dos selos, oriundos do<br />

processo de certificação, em relação aos produtos florestais.<br />

Não somente a isso, o enfoque também se voltou à identificação<br />

de possíveis distinções no âmbito da percepção de consumidores<br />

em diversas regiões geográficas, notavelmente no intuito<br />

de se comparar regiões economicamente desenvolvidas<br />

em relação àquelas em vias de desenvolvimento.<br />

Mediante a tal objetivação, a questão principal que se<br />

busca responder é: o consumidor final, situado em países desenvolvidos,<br />

tem maior conhecimento acerca dos produtos<br />

florestais certificados em relação àqueles situados em países<br />

<strong>Outubro</strong> de <strong>2016</strong> REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

67


ARTIGO<br />

Certificação parece ser uma demanda mais importante aos agentes<br />

intermediários da cadeia do que ao cliente final<br />

em desenvolvimento? Para cumprir com o objetivo traçado<br />

estruturou-se o presente artigo em quatro partes, além desta<br />

introdução. Na seção 2, realiza-se uma revisão de literatura<br />

que se subdivide em três tópicos inerentes à contextualização<br />

do tema em discussão. Na terceira seção discorre-se sobre os<br />

procedimentos metodológicos empregados. Posteriormente,<br />

na quarta seção, os resultados encontrados são analisados e<br />

discutidos, com destaque para a contraposição da produção<br />

dos produtos florestais certificados e a percepção dos consumidores<br />

finais. Por fim, no último tópico, são apresentadas as<br />

conclusões obtidas.<br />

MÉTODO DE PESQUISA<br />

No tocante à abordagem, esta pesquisa é de natureza<br />

qualitativa. No que concerne ao método de análise, utilizou-<br />

-se da pesquisa documental cuja técnica pautou-se pela análise<br />

sistemática do tipo integrativa contextualista. Nesse sentido,<br />

a característica essencial de uma revisão bibliográfica de<br />

caráter sistemática é analisar, a partir de estudos científicos e/<br />

ou trabalhos técnicos já publicados, os enfoques principais de<br />

tais trabalhos, a fim de se identificar as tendências tratativas<br />

do assunto delimitado em relação a determinado tema (Webster<br />

& Watson, 2002).<br />

Em relação à perspectiva integrativa, Mendes, Silveira<br />

& Galvão (2008, p. 758) afirmam que ela “permite a busca,<br />

a avaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis do<br />

tema, sendo o seu produto final o estado atual do conhecimento<br />

do tema investigado”. Conforme se percebe, a revisão<br />

sistemática integrativa é útil na medida em que possibilita<br />

a realização de uma retratação fiel acerca do tema em discussão,<br />

demarcando as tendências de estudo e apontando<br />

lacunas ainda existentes. Corroborando com esta perspectiva,<br />

Botelho, Cunha & Macedo (2011) afirmam que a revisão<br />

integrativa constitui um método cujo objetivo volta-se a avaliação<br />

crítica e a sumarização dos apontamentos acerca de um<br />

determinado tema.<br />

Sendo assim, para cumprir os objetivos desta pesquisa<br />

optou-se pela seleção de trabalhos acadêmicos junto a três<br />

grandes bases de trabalhos científicos. Tal intento objetivou<br />

focalizar pesquisas acadêmicas nacionais e internacionais, de<br />

forma a identificar as tendências internas e externas, além de<br />

suas aproximações e/ou distanciamentos. As respectivas bases<br />

foram as seguintes: Scielo, ScienceDirect e Google Scholar.<br />

Para a busca nas mencionadas plataformas utilizou-se a<br />

seguinte combinação de termos: “percepção”; “consumidor”;<br />

“certificação florestal”; “preferência”.<br />

Resta salientar que os termos deveriam estar no título,<br />

nas palavras-chaves e/ou no resumo.<br />

Especificamente no âmbito da busca dos trabalhos acadêmicos,<br />

foi realizada a discriminação, num primeiro momento,<br />

das palavras-chave combinadas. Posteriormente, a essa primeira<br />

fase, como forma de validar uma busca mais ampla, tais<br />

termos foram discriminados de maneira separada, observando-se,<br />

um a um, aqueles trabalhos que poderiam ser de interesse<br />

da presente proposta de pesquisa.<br />

Ademais, como forma de evidenciar não somente o enfoque<br />

dado pelo contexto científico, em relação ao problema<br />

proposto, realizou-se uma busca junto com enfoque na identificação<br />

de documentos de cunho técnico, junto aos principais<br />

segmentos de mercado representativos do setor florestal no<br />

contexto brasileiro em relação à existência de indicadores do<br />

mercado consumidor de produtos certificados. Para isso, foram<br />

analisados os documentos alocados nas bases de dados<br />

disponíveis no sistema do CI-Florestas (Centro de Inteligência<br />

em Florestas), ONG’s do segmento florestal, associações representativas<br />

e institutos de pesquisas do setor florestal.<br />

Foram identificados 13 trabalhos técnico/científicos que<br />

continham as informações previamente delimitadas como escopo<br />

de análise do presente trabalho. Destaca-se o fato de<br />

que, para os fins desta pesquisa, foram considerados apenas<br />

aqueles trabalhos acadêmicos e/ou técnicos que discorriam a<br />

respeito da percepção do consumidor final em relação ao conhecimento<br />

de produtos florestais certificados. Dessa forma,<br />

trabalhos cujo foco de análise voltava-se às questões relativas<br />

ao âmbito da valoração financeira dos produtos certificados<br />

(pré-disposição de determinados segmentos de mercado em<br />

despenderem maiores recursos para tais produtos) sem, contudo,<br />

externar os níveis de conhecimento dos entrevistados<br />

em relação à certificação florestal foram desconsiderados.<br />

Há de se ressaltar, por fim, que o espaço temporal considerado<br />

na pesquisa bibliográfica foi definido entre o ano 2000<br />

e 2014. Assim, trabalhos anteriores e posteriores a estas datas<br />

também não foram considerados.<br />

RESULTADOS<br />

O presente tópico externará os principais apontamentos<br />

68<br />

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dos trabalhos sistematizados pelos procedimentos metodológicos<br />

utilizados. Não somente a isso, também incorrerá nas<br />

discussões relacionadas aos resultados obtidos de forma a<br />

apontar o possível estado da arte em relação ao contexto da<br />

certificação florestal no âmbito da percepção do consumidor<br />

final. Os produtos florestais certificados e a percepção do consumidor<br />

final.<br />

Em acordo com os apontamentos realizados por Teisl et al.<br />

(2002), quando afirmaram que haviam poucos estudos científicos<br />

cujo objetivo se voltasse a análise das percepções do<br />

consumidor em relação à certificação de produtos florestais,<br />

foi identificado pela busca sistemática um reduzido número<br />

de trabalhos. Conforme se pode perceber, os trabalhos apresentam<br />

estudos de caso realizados em diversos países cujo<br />

enfoque de análise pauta-se tanto para uma abordagem regional,<br />

quanto nacional.<br />

De maneira geral, incluindo-se os países desenvolvidos e<br />

em desenvolvimento, os estudos analisados ressaltam o fato<br />

de que os produtos florestais certificados são conhecidos apenas<br />

por uma pequena parcela dos consumidores. Ademais, os<br />

trabalhos, de maneira geral, tornam possível a inferência que<br />

isso se deve a uma baixa divulgação dos objetivos do processo<br />

de certificação, além do fato de evidenciarem que as percepções<br />

de consumidores situados em regiões economicamente<br />

mais desenvolvidas não são distintas daqueles situados em<br />

alguns países em desenvolvimento.<br />

Cai & Aguilar (2013) afirmam que a intenção de se buscar<br />

a certificação, no âmbito das organizações envolvidas no<br />

processo de beneficiamento dos produtos de origem florestal,<br />

se dá para a obtenção de preços superiores no momento da<br />

comercialização. Por tal percepção, os dispêndios gastos com<br />

o processo de certificação seriam recompensados pela maior<br />

disposição do consumidor final em pagar pela postura sustentável<br />

do produto e de seu beneficiamento.<br />

Por outro lado, Anderson & Hansen (2004) evidenciam,<br />

através de trabalho empírico, que a exposição informacional<br />

direta acerca dos objetivos da certificação florestal em produtos<br />

à venda com ações comparativas de preços superiores<br />

ou não, junto aos consumidores finais, inclusive os que alegaram<br />

desconhecimento de tal processo, não necessariamente<br />

induzia a compra do produto florestal certificado com valoração<br />

financeira superior. Fatos semelhantes foram percebidos<br />

por Jensen, Jakus e English (2004), ao verificarem que mesmo<br />

quando eram informados acerca do processo de certificação,<br />

a maioria dos consumidores se mostravam apoiadores da<br />

causa, mas poucos se dispunham a pagar valores mais elevados<br />

pela aquisição dos produtos certificados no momento da<br />

compra. Mohamed e Ibrahim (2007) também percebeu que<br />

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ARTIGO<br />

nem sempre há uma disposição entre os consumidores de<br />

países desenvolvidos numa valoração financeira superior por<br />

produtos florestais certificados.<br />

Outro fator que pode explicar o motivo pelo qual o número<br />

de projetos e áreas certificadas tem apresentado tendência<br />

ascendente, mesmo em detrimento ao pouco conhecimento<br />

por parte do consumidor final, diz respeito às exigências dos<br />

agentes intermediários da cadeia de valor florestal.<br />

Esse cenário justificaria o fato de diversos autores terem<br />

percebido o fato de que há uma exigência de importadores<br />

intermediários situados em países economicamente desenvolvidos<br />

frente às exportações de países tropicais atuando,<br />

principalmente, como instrumento de barreiras não tarifárias,<br />

conforme externado por Rametsteiner (2001), Jacovine et al.<br />

(2006), Auld et al. (2008), Kordesch (2011) e D’Angelo e Dobyns<br />

(2012).<br />

Ademais, poderia ser uma forma de os atores intermediários<br />

buscarem uma garantia da preservação de sua imagem<br />

organizacional em relação a possíveis casos de ações ilegais<br />

envolvendo os fornecedores de matéria-prima. Assim, por<br />

esta ótica, o foco das ações de marketing, no processo de certificação,<br />

deveria retornar aos consumidores intermediários<br />

(varejistas) e não aos consumidores finais.<br />

Utilizando a esquematização da cadeia de valor do setor<br />

florestal, proposta por Vlosky e Ellis (2003, como citado em<br />

Duery & Vlosky, 2006), é possível inferir que o processo de<br />

certificação florestal é uma demanda institucional que ocorreria<br />

em virtude da ação (requisição) dos agentes. As exigências<br />

à certificação, realizada pelos importadores de produtos<br />

oriundos do setor florestal, junto aos seus fornecedores, em<br />

países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, poderia,<br />

sob este prisma, ser explicada pelo receio das empresas intermediárias<br />

de terem sua imagem envolvida em processos de<br />

desmatamento e degradação ambiental.<br />

Assim sendo, nem sempre o consumidor final pode ser<br />

o agente institucional demandante da certificação florestal,<br />

uma vez que os estudos analisados evidenciam que grande<br />

parcela desse segmento, no âmbito da cadeia produtiva analisada,<br />

desconhece não somente o selo, mas todo o contexto<br />

inerente à certificação. Tal inferência é possível de ser realizada<br />

pelo fato de que grande parte dos produtos oriundos<br />

do setor florestal (móveis, papeis, insumos para a construção<br />

civil, etc.) exportados possuírem, por meio de exigência dos<br />

agentes importadores, algum tipo de constatação de boa procedência<br />

em relação à origem e aos processos, mas ao mesmo<br />

tempo não receberem os chamados valores premium no repasse<br />

ao consumidor final, conforme apontam os estudos de<br />

Humphries, Vlosky e Carter (2001), Hubbard e Bowe (2005),<br />

Owari, Juslin, Rummukainen & Yoshimura (2006), Duery e<br />

Vlosky (2006) e Owari e Sawanobori (2007).<br />

Nessa perspectiva, outra possível constatação alcançada é<br />

a comprovação das inferências de Owari e Sawanabori (2007,<br />

p. 119) em que se afirma o fato de que “[...] a certificação<br />

florestal pode obrigar fornecedores, e não os consumidores<br />

finais, a suportarem o custo do manejo florestal sustentável”.<br />

Assim, de forma conclusiva, quando a exigência de certificação<br />

por parte dos importadores não é imposta, ela pode atuar<br />

de forma tácita, como um critério a ser buscado para ganhos<br />

competitivos das empresas estrangeiras no mercado local,<br />

notavelmente àquelas situadas em países com alta concentração<br />

de florestas nativas. Shoji, Nakao, Ueda, Kakizana e Hirai<br />

(2014)evidenciam que há uma preferência por produtos madeireiros<br />

de origem nacional no mercado japonês, justamente<br />

pelo receio dos consumidores na aquisição de produtos oriundos<br />

de desmatamento.<br />

Nesse sentido, o processo de certificação, conforme anteriormente<br />

mencionado, mesmo não sendo reconhecido pela<br />

maioria dos consumidores, propicia uma dupla oportunidade<br />

a ser observada, a saber: dá garantias aos agentes intermediários<br />

e vai de encontros às necessidades da parcela de consumidores<br />

finais conscientes de seu processo e objetivo, e que,<br />

portanto, requerem tais produtos.<br />

Foto: divulgação<br />

Observa-se aumento na oferta de produtos com alguma certificação<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Conforme já ressaltavam Schuhwerk e Lefkoff-Hagius<br />

70<br />

www.referenciaflorestal.com.br


Disco de corte para Feller<br />

(1995), a eficácia dos selos ambientais está diretamente relacionada<br />

às preferências dos consumidores. Todavia, percebeu-se,<br />

por meio dos trabalhos sistematizados, que grande<br />

parte dos consumidores finais da cadeia de valor florestal, estejam<br />

eles em países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento,<br />

mesmo cientes e simpatizantes da importância das<br />

responsabilidades socioambientais no âmbito organizacional,<br />

em sua maioria, desconhecem o processo de certificação florestal<br />

e seus selos.<br />

Conclui-se, que a tendência ascendente da certificação,<br />

principalmente nas fases iniciais da cadeia de valor do setor<br />

florestal, possa estar associada a uma possível exigência de<br />

agentes econômicos intermediários. Tal inferência pode ser<br />

justificada, dentre outros fatores, pelo receio desses atores<br />

em terem sua imagem associada a práticas de desmatamento,<br />

exploração de trabalhadores, desrespeito à cultura local da<br />

produção florestal, etc.<br />

Outro fator que foi evidenciado pelo presente trabalho é<br />

que o processo de certificação florestal pode ser um instrumento<br />

de agregação de valor superior, portanto, de ganhos<br />

competitivos, nos mercados consumidores internacionais,<br />

dada a preferência a preferência dos consumidores finais pelos<br />

produtos oriundos de insumos (matéria-prima) locais, certificados<br />

ou não, conforme destacado por Shoji et al. (2014).<br />

Ademais, dado os elevados índices de desconhecimento<br />

por parte do consumidor final acerca do processo de certificação,<br />

nos mais diversos países, mas da predisposição dos<br />

mesmos por produtos ambiental e socialmente sustentáveis,<br />

é imperativo a implementação de campanhas e atividades publicitárias<br />

voltadas à divulgação da significação e dos símbolos<br />

da certificação florestal. Não menos importante é o fato de<br />

que as atividades desenvolvidas pelos profissionais de marketing,<br />

no âmbito da perspectiva do consumo, devem enfatizar<br />

não somente o elo final da cadeia produtiva florestal, mas<br />

também os agentes intermediários, sejam eles importadores,<br />

varejistas e/ou a indústria final.<br />

Destaque deve ser igualmente dado ao fato de que o presente<br />

estudo apresenta algumas limitações. A esse respeito<br />

destaca-se o fato de que, mesmo que a busca sistemática<br />

tenha encontrado estudos cuja unidade de análise tenha se<br />

voltado a grandes mercados importadores do setor florestal,<br />

o número de países analisados não é suficiente para a extrapolação<br />

dos resultados.<br />

Além disso, como os resultados foram obtidos por meio<br />

de pesquisas secundárias, a existência de vieses nas referidas<br />

publicações, e o período temporal da realização das referidas<br />

pesquisas, invariavelmente podem comprometer as inferências<br />

aqui externadas. Há, todavia, dada a incipiência de análises<br />

sistemáticas em relação ao tema discutido, e ao próprio<br />

contexto das abordagens da Economia Moral e do Marketing<br />

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NOVEMBRO <strong>2016</strong><br />

NOVEMBER <strong>2016</strong><br />

Fórum Nacional de Carvão Vegetal e Fórum<br />

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Belo Horizonte (MG)<br />

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de outubro.<br />

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72<br />

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apenas com bônus e altos salários e julgam<br />

que eles entregarão a vida pessoal de bandeja por isso.<br />

Pior ainda, oferecem dinheiro enquanto faltam perspectivas<br />

de crescimento, e usam a pressão para fazer com que os colaboradores<br />

deem resultado. Essas organizações correm o<br />

risco de acompanhar uma epidemia de desmotivação, que<br />

gera perda de clientes e baixa lucratividade, sem falar que a<br />

saída de talentos é um prejuízo em si. Contrata-se alguém, investe<br />

em treinamentos, e, depois de um tempo, se o talento<br />

não estiver identificado com a missão da empresa, ele sairá,<br />

e você terá perdido tempo, dinheiro e, em especial, alguém<br />

que poderia ajudar a mudar o rumo da empresa.<br />

Muitas organizações ainda não perceberam que investir<br />

na felicidade de seus colaboradores é estratégico. Segundo<br />

um estudo publicado pela revista inglesa management Today,<br />

pessoas infelizes são 40% menos produtivas enquanto<br />

as felizes são, em geral, mais bem-sucedidas no trabalho e<br />

conseguem alcançar o dobro da produtividade.<br />

O turn over, ou a evasão de talentos, também é outra<br />

consequência, uma vez que quem tem sede de sucesso e felicidade<br />

está saindo das organizações que não os valorizam em<br />

busca do próprio caminho. Os colaboradores entendem a importância<br />

da felicidade e estão dispostos a correr atrás dela,<br />

seja encontrando oportunidades melhores oportunidades,<br />

empreendendo ou mudando radicalmente de vida. Adaptar-<br />

-se a essa nova realidade é fundamental para ser uma organização<br />

de sucesso, reconhecendo talentos e investindo de<br />

forma constante em diferenciais.<br />

Não estou dizendo que os profissionais estão trocando<br />

a remuneração em dinheiro por remuneração em felicidade.<br />

O que quero deixar claro é que o dinheiro sozinho não basta<br />

mais.<br />

Na verdade, as pessoas estão querendo tudo ao mesmo<br />

tempo, e as organizações que não reagirem a isso ficarão para<br />

trás. Os profissionais estão mais exigentes e menos dispostos<br />

a deixar a qualidade de vida de lado, podem dar o sangue<br />

pela empresa, mas querem também prazer, não pensam em<br />

alegria como algo a ser conquistado somente na aposentadoria.<br />

Fica com os melhores profissionais quem oferece um<br />

caminhão completo do baú da felicidade agora.<br />

As pessoas querem trabalhar para alimentar sua sede de<br />

crescer, fazer a diferença, dizer que executam algo bem –feito<br />

e destacar-se profissionalmente. Quando se faz o que se<br />

gosta e aquilo que acredita, os ganhos seguem atraídos pela<br />

nossa energia. Até mesmo pessoas de grande sucesso, que<br />

chegam aos milhões de dólares, podem fracassar e ser infelizes,<br />

se o dinheiro for a única coisa que importa. Felicidade<br />

não é aquilo que se aparenta. Felicidade é aquilo que o move<br />

ao acordar todo dia e colocar amor no que faz. Quem não<br />

está verdadeiramente feliz tem mais dificuldade de fazer o<br />

que é preciso com dedicação.<br />

Pessoas felizes produzem mais e se dedicam mais. Por<br />

isso, é fundamental que as organizações forneçam um ambiente<br />

agradável e acolhedor para seus colaboradores. Portanto,<br />

se lidera um time e ainda não percebeu que a felicidade<br />

das pessoas que trabalham para você é importante para<br />

garantir os resultados esperados, apresse-se! Você pode estar<br />

prestes a perder muito com isso. Talvez ninguém tenha<br />

pedido demissão, talvez seus lucros não estejam afetados,<br />

mais assim esteja pairando no ar um clima de infelicidade.<br />

Essa é uma das maiores ciladas. Talvez as pessoas estejam falando<br />

mal da organização pelas costas, mas não saem porque<br />

precisam do salário e ainda não tem motivação suficiente<br />

para mudar. Ainda não descobriram como encontrar satisfação<br />

no trabalho, estão perdidos. E aqui pode estar a sua<br />

chance de reverter o jogo!<br />

Profissionais de sucesso não são como hamsters que ficam<br />

dando voltas em uma rodinha dentro de uma gaiola. Eles<br />

são pessoas livres, autoconfiantes e preparadas para ser feliz.<br />

Não adianta tentar prendê-los, pois já conhecem o segredo<br />

da fechadura.<br />

74<br />

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considerando-se cada área como situações diferentes.<br />

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ATENÇÃO<br />

Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio<br />

ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções<br />

contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os<br />

equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização<br />

do produto por menores de idade.<br />

Leia e siga as instruções do rótulo. Consulte sempre<br />

um engenheiro agrônomo.<br />

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