COLUNA Foto: divulgação Ivan Tomaselli Diretor-presidente da Stcp Engenharia de Projetos Ltda Contato: itomaselli@stcp.com.br INVENTÁRIO FLORESTAL: QUAL O PROPÓSITO? Levantamento de dados da floresta possibilita avaliar o recurso de forma estratégica N o dia 21 de setembro passado, como parte da comemoração do Dia da Árvore, o Curso de Engenharia <strong>Florestal</strong> da Ufpr (Universidade Federal do Paraná) promoveu um evento para discutir a aplicação do inventário florestal. Na oportunidade, a Stcp Engenharia de Projetos recebeu o Prêmio Floresta <strong>2016</strong> na Categoria Empresas, pela relevante contribuição para o desenvolvimento florestal Brasileiro. A Stcp já inventariou mais de 4 milhões de ha (hectares) de florestas plantadas, o que envolveu a medição de cerca de 500 mil amostras. Além disto, a Stcp inventariou cerca de 80 milhões de ha de florestas nativas, e preparou 70 planos de manejo de unidades de conservação com uma área de 25 milhões de ha. Estes inventários e planos foram realizados tanto no Brasil como em outros países. A experiência ganha pela Stcp nestas atividades de inventário foi enorme. Uma das lições aprendidas é que o inventário florestal não deve ser considerado simplesmente um processo repetitivo de mensuração de árvores para estimar o volume de uma floresta. Ele deve ser planejado e conduzido com base na informação que é necessária, para atender um objetivo pré-definido. As principais categorias de inventário florestal são apresentadas, de forma simplificada, abaixo. O inventário estratégico, como por exemplo um inventário florestal nacional, tem como objetivo apoiar as políticas florestais e ambientais de um país ou de uma região. Ele é conduzido a cada 5 ou 10 anos, e informações geradas são menos detalhadas. Um inventário estratégico pode ser utilizado para decidir sobre a implementação de medidas de proteção a determinadas espécies, para criar áreas ou reservas ambientais, para atrair investimentos industriais, para definir um plano de desenvolvimento nacional ou regional, e outras ações estratégicas. Raramente este tipo de inventário define a forma de manejo florestal. O inventário empresarial, por sua vez, tem objetivos diferentes. Pode ser o caso de um inventário contínuo, que visa gerar informações para estimar a disponibilidade de madeira no médio e longo prazo (prognose de produção), o que é importante para planejar o suprimento futuro de madeira para a indústria. Este mesmo inventário pode servir de base para o manejo das florestas (decisão sobre desbastes, adubação ou outros tratos silviculturais), ou para valoração dos ativos. Trata-se de um inventário com maior grau de precisão que o inventário estratégico e é conduzido em intervalos de tempo mais curtos (normalmente a cada 2 ou 3 anos), dependendo do incremento e ciclo da floresta. Ainda dentro da categoria de inventário empresarial existe o inventário com propósito mais específico, como é o caso do inventário pré-corte. Este é um inventário de alta precisão conduzido com o objetivo de obter informação de volume de áreas menores, e que serão submetidas ao corte. A informação serve de base, por exemplo, para remuneração de terceiros envolvidos na colheita, transporte e outras atividades, e para a alocação de recursos. Inventários deste tipo podem servir ainda para outros propósitos específicos, como para apoiar no desenvolvimento de programas de pesquisa ou de proteção ambiental. A experiência indica que o inventário florestal é uma fonte de informação importante. No entanto, como é uma atividade que demanda muitos recursos, e por isto pode ser oneroso, deve ser adequadamente planejado e conduzido de forma que venha a gerar os conhecimentos que atendam as demandas específicas. O inventário florestal pode ser oneroso, deve ser adequadamente planejado e conduzido de forma que venha a gerar os conhecimentos que atendam as demandas específicas 12 www.referenciaflorestal.com.br
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