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Trendbook | Comunicação no centro da mudança

A publicação reúne entrevistas e artigos que abordam a comunicação como pilar para mudar o mundo.

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DA NOTÍCIA AO CONTEÚDO DE CAUSA: SEIS TENDÊNCIAS QUE ESTÃO MUDANDO O JORNALISMO<br />

MARCELO VIEIRA<br />

A linguagem videográfica, a ampliação do campo <strong>da</strong> estética fotográfica para fazer caber a<br />

imagem ocasional – colhi<strong>da</strong> <strong>no</strong> celular – passam a ter um intenso protagonismo na internet.<br />

Com isso, cria-se uma <strong>no</strong>va forma de apreender o mundo a partir dessas imagens, que<br />

penetram em frestas <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, somente possíveis quando capta<strong>da</strong>s com peque<strong>no</strong>s dispositivos.<br />

São imagens trepi<strong>da</strong>ntes, associa<strong>da</strong>s ao corpo e seus movimentos que quebram<br />

a plastici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> televisão porque nascem muito articula<strong>da</strong>s às experiências <strong>da</strong>s pessoas e<br />

<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des que o produtor de conteúdo faz parte.<br />

A aceleração <strong>da</strong> produção e <strong>da</strong> transmissão de imagens em tempo real, possibilita<strong>da</strong> pelo<br />

streaming, está <strong>no</strong> <strong>centro</strong> <strong>da</strong> grande revolução comunicacional que o mundo vive. Grande<br />

parte <strong>da</strong>s questões, agora, está mais relaciona<strong>da</strong> a criar possibili<strong>da</strong>des para a sua utilização.<br />

JUNTOS: Mas há perigos também, não? Quais os mais preocupantes?<br />

FABIO MALINI: Uma <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> grande <strong>no</strong>va mídia é o tom. A internet 2.0, a socie<strong>da</strong>de<br />

dos perfis, também é uma rede de muita franqueza. Essa operação, <strong>no</strong> entanto, quando<br />

se conecta ao mundo não virtual, sempre de<strong>no</strong>ta risco para quem enuncia: o próprio risco de<br />

vi<strong>da</strong>, em alguns casos, mas também de linchamento virtual com consequências reais.<br />

Nesse contexto, passa a existir a deman<strong>da</strong> pela revisão <strong>da</strong> legislação sobre liber<strong>da</strong>de de expressão,<br />

incluindo o direito ao a<strong>no</strong>nimato como uma ferramenta para a proteção de autores<br />

de sátiras, denúncias e outras formas de crítica social pela rede. A criação de modelos de<br />

garantia de a<strong>no</strong>nimato é a garantia <strong>da</strong> fala franca em uma socie<strong>da</strong>de autoritária global. Em<br />

locais em que a segurança é especialmente fragiliza<strong>da</strong>, como o México, o direito ao sigilo é<br />

também o direito à manutenção <strong>da</strong> própria vi<strong>da</strong>.<br />

Outro ponto essencial é a garantia do direito <strong>da</strong> fonte quando ela produz informação diretamente,<br />

sem a intermediação do jornalista, e precisa ter a proteção a seu a<strong>no</strong>nimato. Principalmente<br />

porque muitas vezes, devido a conjunção de interesses, há denúncias que não são<br />

publica<strong>da</strong>s pela imprensa e precisam ser narra<strong>da</strong>s em “atos de jornalismo”, protagonizados<br />

por membros dos próprios grupos impactados. Trata-se de proteger esses “<strong>no</strong>vos narradores<br />

<strong>da</strong> história” e seus direitos.<br />

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