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As discussões sobre o entendimento de<br />
patrimônio e memória tem se tornado<br />
cada vez mais abrangentes, sendo<br />
incluídas as práticas musicais.<br />
Podemos vê-las como manifestação<br />
artística, religiosa, de entretenimento,<br />
dentre outras presentes no cotidiano.<br />
Como prática representativa das condições<br />
humanas, pode trazer à tona<br />
aspectos de interesse central sobre a<br />
nossa cultura.<br />
Na contemporaneidade o fator ‘diversidade’<br />
tem nos exigido cada vez mais<br />
atenção à visão das identidades. Diante<br />
disso, uma das maneiras de se desenvolver<br />
uma auto percepção é, certamente,<br />
a capacidade de reconhecer a<br />
nossa própria história. A maneira como<br />
consumimos a música pode contribuir<br />
em muito para criar e recriar representações<br />
sociais. Não há um som que, ao ser<br />
registrado, não tenha sido revestido por<br />
alguma intenção. De alguma maneira,<br />
provavelmente, faremos seu uso no<br />
convívio interpessoal.<br />
O encontro com a História da Música de<br />
qualquer lugar, incluindo a brasileira,<br />
pode propiciar, de muitas maneiras, que<br />
se cruzem as histórias das pessoas.<br />
Para se cumprir esta condição são<br />
necessárias fontes, seja pelo acesso<br />
multimídia, através da transferência de<br />
dados, utilizando redes, ou MP3, CDs,<br />
k7, Vinis, seja pela música escrita no<br />
papel, enfim, mais do que as fontes, é<br />
necessário que se desenvolvam métodos<br />
consistentes para o seu trato e<br />
entendimento. Há aí a condição de<br />
acesso à uma preciosa prática cultural –<br />
aprender sobre como outras pessoas,<br />
com o passar do tempo, fizeram usos<br />
distintos para as notas e durações<br />
musicais, como foram feitas as combinações<br />
para simbolizar os sentimentos,<br />
os conflitos, e as sensibilidades pertinentes<br />
ao seu tempo.<br />
O Museu da Música de Mariana é uma<br />
instituição na qual se realizam trabalhos<br />
além da guarda da documentação. Visa<br />
propiciar a mediação do seu acervo por<br />
meio de estratégias dinâmicas, o que<br />
faz com que se ultrapasse a <strong>final</strong>idade<br />
tradicional dos museus criados no<br />
século passado, que se limitavam a<br />
exibir, sem práticas de comunicação<br />
eficientes, os objetos de seu acervo. Em<br />
função da criação destas estratégias<br />
para abordagens didáticas, visando o<br />
público não especialista, a instituição<br />
tem sido visitada como um espaço onde<br />
as práticas da guarda, manutenção e<br />
difusão da memória são realizadas de<br />
maneira interessante e acessível. Ao<br />
receber visitantes de diversas faixas<br />
etárias, têm se desenvolvido metodologia<br />
para despertar o seu potencial<br />
afetivo/cognitivo. É proposta que os<br />
ouvintes percebam as obras além da<br />
função social atribuída pelo autor, que<br />
sejam instigados a construírem suas<br />
próprias representações, seu próprio<br />
sentido e escuta da música em exposição.<br />
Visita guia ao Museu<br />
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