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<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> comenta...<br />
Mariella Antunes<br />
Juan Pablo Calavid Arango<br />
zer tal outra coisa… “Não! Chegou<br />
a sua vez de morrer!” É preciso morrer<br />
com confiança.<br />
O que significa aí morrer com<br />
confiança?<br />
“Eu pensei que a Providência fosse<br />
me dar uma longa vida, e confiava<br />
que assim seria. Mas, de repente,<br />
por um pecado meu, ou porque<br />
Deus quis de mim o sacrifício<br />
por alguém que eu não conheço,<br />
mas que Ele quer<br />
salvar, a Providência<br />
me pede: ‘Meu filho,<br />
queres morrer<br />
por mim? É novo,<br />
é uma sugestão<br />
nova… Tu<br />
não sabias, tu<br />
Estátua equestre<br />
de Santa Joana<br />
d’Arc - Paris, França<br />
16<br />
não conhecias. Queres morrer<br />
por mim?’”<br />
E é preciso ter a confiança<br />
de dizer:<br />
— Senhor — ou Senhora<br />
—, se Vós o quereis,<br />
eu quero também!<br />
É o curso terrível e<br />
natural das coisas. É,<br />
por exemplo, Santa<br />
Joana d’Arc, a heroína<br />
da confiança. Confiou,<br />
venceu, mas em<br />
certo momento foi presa,<br />
vendida pelos borguinhões<br />
aos ingleses,<br />
submetida ao injustíssimo<br />
e infamíssimo processo da<br />
Inquisição contra ela e, depois,<br />
queimada viva.<br />
No último momento, o grande<br />
ato de confiança: “As vozes não<br />
mentiram! Realmente aquilo que foi<br />
prometido, acontecerá!” Ela deve<br />
ter tido alguma revelação.<br />
Os paradoxos da<br />
confiança<br />
“Nossa Senhora da Divina<br />
Providência” (acervo particular)<br />
Caieiras, Brasil<br />
A confiança é bifásica. Ela pede<br />
que confiemos de que as coisas<br />
vão correr de um determinado<br />
jeito, e normalmente<br />
correm. Mas, por uma razão<br />
excepcional, elas podem<br />
não correr. Então<br />
se deve começar a confiar<br />
num plano mais alto da<br />
Providência que não<br />
sabemos qual é.<br />
A confiança é<br />
para todos os momentos,<br />
para todas<br />
as formas.<br />
Ela exige, portanto,<br />
que tenhamos<br />
a certeza de que<br />
seremos socorridos,<br />
mas, paradoxalmente,<br />
ao mesmo<br />
tempo experimentemos<br />
a impressão<br />
de que o auxílio não virá. E<br />
fiquemos resignados caso a Providência<br />
queira qualquer outra coisa.<br />
A confiança comporta esta flexibilidade:<br />
quando confiamos numa coisa,<br />
se acontecer algo contrário, não<br />
nos revoltamos, e nos entregamos. É<br />
a confiança em Nosso Senhor Jesus<br />
Cristo.<br />
Aí se compreende também toda<br />
a doçura e bondade que há no título<br />
de Mãe de Misericórdia, e como<br />
Nossa Senhora da Divina Providência<br />
é a Mãe de Misericórdia num<br />
sentido muito especial da palavra,<br />
uma espécie de requinte da invocação<br />
de Nossa Senhora Auxiliadora.<br />
Para Ela, devemos nos voltar em<br />
dias como estes.<br />
v<br />
(Extraído de Conferência de<br />
17/11/1984)<br />
1) Do latim: Salve Rainha, Mãe de misericórdia,<br />
vida, doçura e esperança<br />
nossa, salve!