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Revista Dr. Plinio 217

Abril de 2016

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coisa curiosa, que é uma intimidade<br />

aberta. Tem-se a impressão de que<br />

se alguém for chegando perto, entra<br />

no circuito dessa intimidade; que<br />

é amado por Nossa Senhora, pelo<br />

Menino Jesus, é entendido pelos<br />

dois e que Eles socorrem a pessoa<br />

que se aproxima. Qualquer um que<br />

se achega a esse quadro pode sentir-se<br />

íntimo, sentir o aconchego da<br />

presença do quadro. Seja uma alma<br />

reta, seja um pecador, seja até um<br />

inimigo; se se aproxima sente esse<br />

aconchego.<br />

Outra coisa curiosa: Nossa Senhora<br />

aqui está sorrindo? Olhando para<br />

os lábios, não. Não<br />

sei se notam que há<br />

um ligeiro sorriso indefinido<br />

espalhado<br />

por todo o rosto; e<br />

é um certo comprazimento<br />

para com o<br />

Filho. Mas de outro<br />

lado também é um<br />

comprazimento para<br />

com o devoto, com o<br />

fiel que chega aí perto,<br />

filho d’Ela como<br />

Este outro.<br />

Está insinuado<br />

no quadro que<br />

quem olha para o<br />

quadro é irmão do<br />

Menino Jesus, é<br />

também filho d’Ela.<br />

Esse quadro poderia<br />

se chamar “Adoção”.<br />

Porque a pessoa<br />

se sente filho<br />

adotivo, ou mais<br />

até do que adotivo,<br />

simplesmente aproximando-se<br />

do quadro.<br />

Isso me parece<br />

ser o que o quadro<br />

tem de mais interessante.<br />

Pergunto o seguinte:<br />

o quadro é<br />

de uma Rainha? Faço<br />

abstração da coroa.<br />

Não há nada que indique uma<br />

pessoa de alta categoria social, nem<br />

de categoria social modesta, nem<br />

média. Está à margem das categorias<br />

sociais. Apesar disto, há qualquer<br />

coisa n’Ela de Rainha, porque<br />

é sumamente venerável, sumamente<br />

respeitável. Se fôssemos abrir a boca<br />

para dizer uma palavra, teríamos<br />

vontade de nos ajoelhar.<br />

Por quê? Tão ordenada, tudo tão<br />

direito dentro d’Ela, que qualquer<br />

palavra que partisse d’Ela seria uma<br />

palavra de sabedoria, de santidade.<br />

Quase que se imagina o timbre desta<br />

voz, seria um ensinamento. Imediatamente<br />

teríamos desejo de nos colocar<br />

genuflexos. Todas essas riquezas<br />

foram postas neste quadro.<br />

Nossa Senhora está cortês com o<br />

Menino Jesus, nesse afresco? Eu diria<br />

que sumamente cortês. Notem<br />

com que respeito Ela está com Ele.<br />

É um enorme respeito, uma veneração.<br />

Mas, de outro lado, muito íntima.<br />

E Ele com Ela também, com<br />

que respeito! Como Ele está direitinho,<br />

nada está errado, nada como<br />

não deve ser. Jesus tem a sensação<br />

da sacralidade dos braços em que<br />

Ele está. Quer dizer, um menino<br />

dessa idade, rezando numa igreja,<br />

não podia ter uma<br />

atitude mais cheia<br />

de respeito do que<br />

está aí.<br />

Temos aí uma<br />

verdadeira obra de<br />

cortesia e de arte.<br />

No que está a<br />

cortesia nesse quadro?<br />

Os três elementos<br />

da cortesia<br />

estão presentes<br />

ali: o respeito mútuo,<br />

o amor mútuo<br />

e, como reflexo<br />

de ambos, um modo<br />

de tratar que deixa<br />

transluzir o bem-<br />

-estar de permanecer<br />

ligado a algo de<br />

mais alto, e ao mesmo<br />

tempo um sorriso<br />

por estar ligado<br />

a algo que se quer<br />

muito. E essa é uma<br />

das definições de<br />

cortesia. Aí estaria<br />

a cortesia no quadro<br />

de Nossa Senhora<br />

de Genazzano. v<br />

(Extraído de<br />

conferência de<br />

29/6/1974)<br />

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