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edição de 6 de junho de 2016

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última página<br />

Monkey Business Images/Shutterstock<br />

O SaC<br />

morreu!<br />

Viva o SaC!<br />

Stalimir Vieira<br />

Semana passada, vivi uma experiência interessante<br />

com a comunicação online da<br />

Nivea. Tudo começa com a compra <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>sodorante. Percebo no primeiro uso um<br />

recorrente <strong>de</strong>feito na válvula do spray. Dessa<br />

vez não <strong>de</strong>ixei passar. Fui ao Facebook,<br />

ferramenta que uso para quase tudo na vida,<br />

procurei a página da Nivea e registrei a<br />

minha reclamação numa mensagem inbox.<br />

Alguns dias <strong>de</strong>pois vem a resposta da<br />

empresa. Na verda<strong>de</strong>, uma não-resposta.<br />

Recomendava que eu buscasse<br />

o serviço <strong>de</strong> atendimento<br />

ao consumidor, forneceu um<br />

número <strong>de</strong> telefone e um en<strong>de</strong>reço<br />

<strong>de</strong> site, inclusive com<br />

o serviço <strong>de</strong> chat. Frustrante.<br />

O Facebook é uma verda<strong>de</strong>ira<br />

cida<strong>de</strong>, em que trafegamos e<br />

frequentamos diariamente diversos<br />

en<strong>de</strong>reços com objetivos<br />

sociais e profissionais. Os<br />

nossos amigos estão ali, também<br />

os nossos pontos <strong>de</strong> contato <strong>de</strong> trabalho,<br />

bem como os nossos fornecedores. O<br />

Facebook reproduz o ambiente <strong>de</strong> interesse<br />

<strong>de</strong> cada um e aten<strong>de</strong> a maior parte das suas<br />

necessida<strong>de</strong>s. Portanto, já não faz o menor<br />

sentido usar essa ferramenta somente<br />

como trampolim entre pontos <strong>de</strong> contato<br />

com a marca.<br />

A Nivea pisa na bola nesse sentido. Imaginem<br />

que eu estacione meu carro em frente<br />

a um banco, entre para fazer uma reclamação<br />

e ouça do funcionário que aquela<br />

reclamação só po<strong>de</strong> ser feita pelo site do<br />

banco ou por telefone. Mas ali não é o banco?<br />

Quando o Facebook da Nivea insiste em<br />

me dizer que sua página na re<strong>de</strong> social não<br />

é o en<strong>de</strong>reço correto para eu fazer uma reclamação<br />

comete o mesmo pecado. Mas ali<br />

não é a Nivea?<br />

“O que vale<br />

aqui é uma<br />

reflexãO sObre<br />

O cOnceitO <strong>de</strong><br />

‘serviçO <strong>de</strong><br />

atendimentO aO<br />

cOnsumidOr’”<br />

Coloquei o assunto numa postagem na<br />

minha página, gerando <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> curtidas,<br />

comentários e compartilhamentos.<br />

A Nivea permaneceu quieta como se o Facebook<br />

fosse uma re<strong>de</strong> marciana. De todo<br />

jeito, o que vale aqui é uma reflexão sobre<br />

o conceito <strong>de</strong> “serviço <strong>de</strong> atendimento ao<br />

consumidor”, o velho SAC. Está superado,<br />

é um dinossauro.<br />

Não faz mais sentido encaminhar todos<br />

os clientes contrariados a um único balcão<br />

<strong>de</strong> reclamações. Isso é coisa <strong>de</strong> repartição<br />

pública, é retrógrado. Afinal,<br />

o mercado já dispõe <strong>de</strong> tecnologia<br />

capaz <strong>de</strong>, em segundos,<br />

converter qualquer evento<br />

com potencial <strong>de</strong> prejuízo à<br />

marca em atitu<strong>de</strong> positiva <strong>de</strong><br />

marketing. Quando o pessoal<br />

do Facebook da Nivea repete<br />

que <strong>de</strong>vo buscar o “canal correto”<br />

para reclamar, subentendo<br />

que “aqui não tratamos das<br />

sujeiras da marca, para isso<br />

existe um local apropriado”. E imagino<br />

uma salinha discreta, on<strong>de</strong> ouvidos <strong>de</strong> penico<br />

escutam impropérios pacientemente.<br />

É preciso que se assuma que todos os<br />

pontos <strong>de</strong> contato da marca com o consumidor<br />

precisam ser um “canal correto” para<br />

facilitar soluções, oportunida<strong>de</strong> para gerar<br />

ações internas que levem a uma abordagem<br />

ao cliente o mais rapidamente possível. O<br />

Facebook da Nivea, ao contrário, mandou<br />

eu me virar atrás do “setor competente”,<br />

como se minha ligação tivesse caído no refeitório<br />

por engano. Um conceito mo<strong>de</strong>rno<br />

<strong>de</strong> atendimento ao consumidor <strong>de</strong>ve revelar<br />

que on<strong>de</strong> está a marca está o compromisso<br />

<strong>de</strong> fazer mais do que caberia burocraticamente<br />

à área contatada: é o lugar on<strong>de</strong><br />

se vive um entusiasmado interesse em surpreen<strong>de</strong>r<br />

positivamente o cliente.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

62 6 <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark

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