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Imagens: Luke Hayes<br />
¿QUÉ PASA?<br />
24 HORAS DE CORES<br />
Em um mundo cada vez mais digital, a designer holandesa<br />
radicada na Alemanha Hella Jongerius acredita na crescente<br />
importância das experiências táteis. Trabalhando como designer<br />
têxtil há 17 anos e à frente do estúdio Jongeriuslab desde 1993,<br />
a designer direciona suas pesquisas ao desenvolvimento de<br />
materiais que levem a novas perspectivas e funções, passíveis<br />
de aplicação em escala industrial.<br />
Jongerius defende que são o tipo e a cor das superfícies dos<br />
objetos os principais influenciadores de sua interação com o<br />
usuário. Estudiosa da colorimetria, foi motivada a iniciar seus<br />
estudos sobre o tema pelo fenômeno do metamerismo, que<br />
trata das diferenças na percepção das cores sob diferentes<br />
condições luminosas. O resultado de seus 15 anos de estudos<br />
foi apresentado na exibição Breathing Colour, exibida entre os<br />
meses de junho e setembro no Design Museum, em Londres.<br />
Dividida em três seções – “Morning”, “Noon” e “Evening” –, a<br />
exposição explorou o comportamento das cores e das formas<br />
sob diferentes condições luminosas e a maneira como a<br />
percepção humana é afetada por elas. Jongerius buscou<br />
opor o poder da cor e o poder da forma, demonstrando<br />
quão potentes as cores podem ser na transformação de<br />
formas e objetos. Seu objetivo final foi a construção de<br />
uma ferramenta para o entendimento da cor, indo além dos<br />
sistemas industriais de classificação das cores.<br />
No segmento “Morning” (“Manhã”), foram exploradas as<br />
diferenças entre claridade e brilho, enquanto na seção “Evening”<br />
(“Anoitecer”), a designer demonstrou alguns experimentos de<br />
sua saga pela criação de tons de preto que não necessariamente<br />
utilizem materiais pretos, com a intenção de conferir mais<br />
intensidade e profundidade a essa cor.<br />
Já o setor do “Noon” (“Meio-Dia”) foi dedicado à intensidade<br />
do Sol a pino, que, no ponto mais alto de sua trajetória diária,<br />
gera fortes sombras e duros contrastes. No centro dessa seção<br />
foram dispostos os “Colour Catchers” (“apanhadores de cores”),<br />
esculturas de papelão criadas por meio de complexos padrões<br />
de dobras, gerando inúmeras facetas. Suas superfícies convexas<br />
absorvem e refletem as cores das bases em que estão apoiados,<br />
misturando-se com as cores das próprias esculturas e criando<br />
diferentes gradações, o que leva à produção de um diagrama de<br />
cores tridimensional. Os objetos são considerados pela designer<br />
suas “telas” e foram desenvolvidos por ela como as formas<br />
ideais para a investigação de cores, de sombras e de reflexos.<br />
A lighting designer carioca Mônica Lobo teve a oportunidade<br />
de visitar a exposição e relatou sua experiência para<br />
a <strong>L+D</strong>: “Fiquei maravilhada com os estudos de cor e de luz<br />
e como ela aborda essa interação ao longo da variação da<br />
luz do dia e da noite. Os estudos de cor e transparência são<br />
mágicos!” (D.T.)<br />
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