especial benefícios vida Tecnologia impulsionando o seguro de pessoas De plataformas para subscrição a mapeamento genético, avanços chegam ao mercado e players precisam se adaptar às novas tendências sem esquecer o fator humano Amanda Cruz 34
Novos processos fazem parte do cotidiano de resseguradoras, seguradoras e corretores. O aprimoramento de ferramentas e plataformas, além de técnicas de subscrição, traz agilidade às companhias e diminuem a probabilidade de fraudes, possibilitando a comunicação direta entre players. A telessubscrição é algo simples, mas que tem feito a diferença no cálculo dos riscos dos seguros de vida. Com ela, o questionário sobre hábitos e doenças, que antes era preenchido a mão e entregue ao corretor, agora é feito por um profissional especializado da área da saúde, por telefone. Isso ajuda no processo de diversas maneiras, como o fato de ter um profissional dedicado a isso, que pode reconhecer sintomas, ficar alerta a possíveis inconsistências e auxiliar o próprio cliente a avaliar suas respostas e também ser mais honesto em relação a elas. “O que percebemos com a nossa experiência é que os clientes ficam mais satisfeitos e à vontade, porque o corretor pode ser um amigo ou conhecido para quem ele não quer revelar possíveis problemas ou dados de sua intimidade”, indica Alessandra Monteiro, gerente de Riscos de Vida e Previdência do IRB Brasil RE. A companhia também lançou, em junho, um manual de subscrição online, que a seguradora pode consultar para saber qual a forma adequada de tratar um risco. “Por exemplo, alguém que é mergulhador já tem um risco, mas dependendo do tipo, da modalidade de mergulho que a pessoa faz, o risco pode ser diferenciado”, explica Alessandra. A Swiss Re também atua com telessubscrição e acredita que essa ferramenta é um caso de bastante sucesso. Mas Margo Black, CEO da Swiss Re, cita também a subscrição preditiva, ainda pouco utilizada no Brasil como um avanço para a área. “É uma forma de selecionar potenciais candidatos ao seguro de vida. Utiliza-se grandes bases de dados para se fazer inferência estatística e, baseado nessa inferência, pode-se oferecer um seguro de vida sem a necessidade de se perguntar a real condição de saúde e de atividades do proponente da apólice”, conta a executiva. A movimentação dos setores de TI tem sido vital para qualquer segmento, ❙❙Alessandra Monteiro, do IRB porque está diretamente ligado com a exploração do potencial de agilidade do mercado, o que traz a rentabilidade. Por isso, a maioria delas adota um trabalho intenso para reformular suas visões sobre o assunto e aumentar seu preparo. “As áreas de TI têm grandes frentes de negócios e pilares. É fundamental saber que tipo de tecnologia é vital para o segmento”, aconselha Willians Monteiro, gerente de Tecnologia da PAN Seguros. Para Margo Black, mudar sistemas antigos e aplicar novas formas de subscrição, como por exemplo a subscrição com agravo de risco, ainda é algo não muito praticado pelas seguradoras. “O seguro de vida em si (sem considerar o VGBL que é categorizado como Vida) ainda é comercializada de forma bastante simples no mercado brasileiro (produto anual, apenas risco sem componente de poupança, coberturas tradicionais etc)”, conta. Por esse conservadorismo do mercado alguns obstáculos podem ser encontrados, mas certamente a movimentação é a de, cada vez mais, aderir às novidades. Pois, se não for assim, as companhias correm o risco de ficar para trás. A percepção que se tem é que a redução dos custos e o aumento da agilidade são os principais motivos dessa autoanálise que as companhias de seguro vêm fazendo. “Os clientes ficam mais satisfeitos com a inserção da tecnologia. Esse movimento fica cada vez mais evidente com as demandas da geração Y, que vive dentro dessas novas tecnologias. Para ela é impensável você não ter essas ferramentas”, relata a executiva do IRB. Todas essas avaliações têm um intuito: tornar o mercado de seguros mais saudável. Isso não está separado de fazer com que as pessoas também fiquem assim. Dar descontos e incentivos para aqueles que se cuidam mais já é uma prática bem avaliada pelo mercado de seguros. Sejam clientes que já contratam tendo bons hábitos ou aqueles que adquirem produtos ao longo do caminho, as seguradoras têm procurado recompensá-los. No Brasil, isso ainda não é muito comum, mas em alguns outros países já é mais difundido. A chave para se chegar a um modelo que beneficia os clientes com menos riscos é ter uma boa base estatística para fazer o cruzamento de informações de um mesmo cliente em diferentes produtos. Margo explica que um exemplo de necessidade dessa base é o desenvolvimento de produtos de seguro de vida “preferencial”, que oferece desconto pelo perfil do segurado. Uma pessoa com 40 anos, dependendo de suas condições de saúde e hábitos de vida, pode ser categorizada como um risco “preferencial”, “super preferencial”, entre outras categorias. “Podendo, ao final, ser precificada com uma tarifa equivalente a 35 anos, por exemplo. Entretanto, a seguradora tem que estar ciente de que, ao fazer isso, terá que cobrar um pouco mais daqueles que não são riscos preferenciais”, elucida a executiva. Estes produtos são bastante comuns em países como os Estados Unidos, mas no Brasil poucas seguradoras comercializam o seguro dessa forma. A Pan Seguros já utiliza essa estratégia e percebe que está sendo bem aceita pelos usuários em geral. “Fazemos isso em nossas assistências agregadas aos produtos. Sempre queremos utilizar a tecnologia mais avançada e percebemos o retorno vantajoso desses processos como um todo. Acredito que estamos ajudando a impactar positivamente a parceria com corretores”, acredita Monteiro. “Outro método que utiliza tecnologia, em alguns outros mercados como o dos EUA, são aplicativos que monitoram 35