VendaMais-266-10-desafios-da-gestao-comercial
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Entrevista<br />
Fabricio Medeiros, especialista em negociação pela Universi<strong>da</strong>de de Harvard e<br />
mestre em gestão empresarial, questiona conselhos “sagrados” de ven<strong>da</strong>s e apresenta<br />
um manifesto para quem deseja “quebrar a banca” em 2018<br />
ANO 23 I Nº <strong>266</strong> I JANEIRO-FEVEREIRO/2018<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />
<strong>desafios</strong> <strong>da</strong><br />
gestão <strong>comercial</strong><br />
em 2018<br />
Identificamos os obstáculos que os gestores comerciais<br />
devem enfrentar este ano e preparamos um guia especial<br />
para ajudá-lo a superar ca<strong>da</strong> um deles
2<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 3
ven<strong>da</strong>mais<br />
JAN-FEV/18<br />
06 Editorial<br />
Raul Candeloro apresenta 32 dicas<br />
rápi<strong>da</strong>s para você ser mais feliz<br />
08 Reservado para você<br />
Confira o que os leitores dizem sobre a<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
09 Entre nós<br />
Descubra onde estivemos, quais são<br />
as nossas novi<strong>da</strong>des e o que<br />
gostaríamos de compartilhar com você<br />
<strong>10</strong> On-line<br />
Enten<strong>da</strong> qual é a influência dos<br />
dispositivos móveis nas ven<strong>da</strong>s B2B<br />
12 Manual do líder<br />
Saiba como liderar em tempos de<br />
constante transformação<br />
24 16<br />
32<br />
14 Enciclopédia <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Apren<strong>da</strong> a criar uma estratégia para<br />
prospectar no LinkedIn conhecendo<br />
profissionais e empresas que já<br />
fazem isso<br />
16 Superlíder<br />
Conheça um diretor <strong>comercial</strong> que tem<br />
como missão formar especialistas<br />
em seu mercado e enten<strong>da</strong> como a<br />
capacitação <strong>da</strong> equipe pode<br />
impulsionar o crescimento <strong>da</strong> empresa<br />
20 Escolhas<br />
Luiz Gaziri, autor do livro A incrível<br />
ciência <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, apresenta um<br />
trecho de sua nova obra e fala sobre a<br />
ciência <strong>da</strong> motivação<br />
4 ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
40<br />
24 Entrevista<br />
Fabricio Medeiros, especialista em<br />
negociação pela Universi<strong>da</strong>de de<br />
Harvard e professor <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />
Getúlio Vargas, expõe sua visão sobre<br />
ven<strong>da</strong>s e apresenta um manifesto<br />
para quem deseja “quebrar a banca”<br />
em 2018<br />
28 Pequenas gigantes<br />
Conheça a história <strong>da</strong> bambu e<br />
enten<strong>da</strong> como valores e princípios dão<br />
a uma empresa o poder de dizer “não”<br />
(e também “sim”)<br />
44 Resultados que inspiram<br />
Apresentamos a história de sucesso<br />
<strong>da</strong> Vemplast e mostramos o que você<br />
pode aprender com ela<br />
46 Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Conheça o pedido perfeito e apren<strong>da</strong><br />
a “tirá-lo”<br />
50 Até mais<br />
Trouxemos ditados do dia a dia para a<br />
reali<strong>da</strong>de de ven<strong>da</strong>s e revelamos o que<br />
você pode aprender com eles<br />
28<br />
32 Capa<br />
Desven<strong>da</strong>mos os grandes <strong>desafios</strong><br />
que os gestores comerciais devem<br />
enfrentar em 2018 e revelamos o que<br />
você precisa fazer para superá-los e<br />
ter um excelente ano em ven<strong>da</strong>s<br />
51 Ralph Marston<br />
Tempo de apreciar<br />
44<br />
40 Cultura organizacional e ven<strong>da</strong>s<br />
complexas<br />
Cristofer Renan esclarece como, na<br />
prática, você pode construir uma<br />
cultura organizacional foca<strong>da</strong> em<br />
ven<strong>da</strong>s complexas em sua empresa<br />
20<br />
22<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 5
EDITORIAL<br />
Raul CANDELORO<br />
32 dicas rápi<strong>da</strong>s<br />
para você ser<br />
mais feliz<br />
Como este é o primeiro editorial do ano, pensei em fazer algo<br />
sobre planejamento, comentar os resultados <strong>da</strong> pesquisa sobre<br />
Desafios <strong>da</strong> Gestão Comercial para 2018, tentar abor<strong>da</strong>r de forma<br />
inteligente algum assunto novo sobre estratégia e coisas do<br />
estilo.<br />
Mas aí fiquei pensando no que realmente importa. Nossa<br />
missão na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é aju<strong>da</strong>r vendedores e empresas do Brasil<br />
a venderem mais e melhor. E eu acredito firmemente que,<br />
sem melhoria pessoal, não existe melhoria profissional.<br />
Então, decidi começar o ano falando sobre o lado pessoal.<br />
Até porque teremos to<strong>da</strong>s as outras edições de 2018 para cobrir<br />
ven<strong>da</strong>s!<br />
E na<strong>da</strong> melhor <strong>da</strong> parte pessoal do que falar sobre felici<strong>da</strong>de...<br />
As lições <strong>da</strong>s pessoas e dos países mais felizes do mundo<br />
Dan Buettner é um estudioso do assunto “felici<strong>da</strong>de” e viaja o<br />
mundo inteiro pesquisando os motivos de algumas pessoas e regiões serem mais “felizes”<br />
do que outras.<br />
Em seu livro mais recente, Blue Zones of Happiness (“Zonas azuis <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de”, ain<strong>da</strong><br />
sem tradução no Brasil), ele revela os segredos dos lugares mais felizes do mundo e explica<br />
como podemos aplicar essas lições e conceitos nas nossas vi<strong>da</strong>s.<br />
Andrew Merle, profissional de marketing norte-americano que tem um blog sobre o<br />
assunto (www.andrewmerle.com), leu a obra de Buettner e reuniu em um artigo as 32 grandes<br />
dicas que mais se repetem. Muitas deles você já deve ter visto, ouvido ou lido, mas é<br />
sempre bom relembrar e ver tudo mais organizado.<br />
Antes de apresentar a lista, deixou aqui três “perguntas coach” sobre as 32 dicas para<br />
você começar o ano bem:<br />
a) Quantas dessas dicas você já está praticando?<br />
b) Das que você não está praticando ain<strong>da</strong>, qual delas, se inicia<strong>da</strong> em breve, traria o maior<br />
impacto positivo?<br />
c) O que você pode fazer de simples e concreto para começar essa ativi<strong>da</strong>de?<br />
Os tópicos abor<strong>da</strong>dos no texto<br />
também são um ótimo ponto de<br />
parti<strong>da</strong> para uma reunião com sua<br />
equipe. Imprima cópias dele, distribua<br />
entre os profissionais, leiam<br />
juntos e comentem. É uma forma<br />
excelente de vocês começarem o<br />
ano energizados, engajados e motivados!<br />
Agora vamos à lista, que ganhou<br />
algumas a<strong>da</strong>ptações de minha<br />
parte:<br />
32 dicas rápi<strong>da</strong>s para você ser<br />
mais feliz<br />
1) Socialize com outras pessoas<br />
entre quatro e seis horas por dia<br />
(isso inclui almoços e jantares).<br />
2) More com uma pessoa que você<br />
ama e que também ame você.<br />
3) Participe ativamente de um<br />
clube ou associação alinhado com<br />
seus valores (pode ser um clube de<br />
leitura, de caminha<strong>da</strong>/corri<strong>da</strong>,<br />
de degustação de vinho... enfim,<br />
você entendeu).<br />
4) Prefira relacionamentos profundos<br />
com menos amigos a muitos<br />
relacionamentos superficiais.<br />
5) Marque um almoço ou jantar<br />
familiar por semana e convide “a<br />
6<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
grande família” (ou seja, não só os<br />
membros mais próximos).<br />
6) Crie e incentive encontros sociais<br />
frequentes (mesmo dia <strong>da</strong> semana,<br />
mesmo horário e quem sabe<br />
até mesmo local).<br />
7) Escolha experiências em vez de<br />
bens materiais.<br />
8) Priorize família sobre trabalho.<br />
9) Escolha um trabalho em que<br />
você possa utilizar e desenvolver<br />
seus talentos e em que você sinta<br />
que agrega valor.<br />
<strong>10</strong>) Desenvolva pelo menos uma<br />
grande amizade no trabalho.<br />
11) Tente trabalhar menos de 40<br />
horas por semana. (Difícil, eu sei!)<br />
12) Tire férias que durem entre quatro<br />
a seis semanas por ano. Melhor<br />
ter um período longo de férias do<br />
que vários picados e curtos.<br />
13) Economize dinheiro e tenha<br />
um fundo de reserva/emergências.<br />
14) Tenha como objetivo chegar a<br />
uma ren<strong>da</strong> entre US$ 80 mil e US$<br />
120 mil/ano (média de todos os países<br />
visitados pelo autor). A partir<br />
<strong>da</strong>í a felici<strong>da</strong>de basicamente estabiliza.<br />
Depois que atingir esse objetivo,<br />
opte por buscar coisas que<br />
sejam combustível para a sua alma<br />
em vez de encher ain<strong>da</strong> mais sua<br />
conta bancária ou seu ego.<br />
15) Tente não gastar mais do que<br />
30 minutos em ca<strong>da</strong> trajeto moradia/<br />
trabalho.<br />
16) Desconecte quando sair do trabalho.<br />
Isso inclui mídias sociais,<br />
e-mails e celular.<br />
17) Determine qual seu propósito<br />
de vi<strong>da</strong> e/ou sua missão e saiba<br />
comunicá-los.<br />
18) Coma muitas frutas e verduras.<br />
19) Faça pelo menos 30 minutos de<br />
exercício por dia.<br />
20) Quando puder, escolha caminhar<br />
ou an<strong>da</strong>r de bicicleta em vez<br />
de ir de carro a algum lugar.<br />
21) Durma pelo menos sete horas<br />
e meia por dia.<br />
22) Faça algo generoso; ajude alguém.<br />
23) Seja voluntário para aju<strong>da</strong>r um<br />
grupo de pessoas que precisa de<br />
aju<strong>da</strong>.<br />
24) Crie ou receba doses diárias de<br />
bom humor.<br />
25) Pratique e exercite sua fé.<br />
26) Assista menos de uma hora de<br />
TV por dia.<br />
27) Medite pelo menos uma vez por<br />
semana.<br />
28) Viva em uma ci<strong>da</strong>de grande o<br />
suficiente para encontrar um bom<br />
trabalho e ter boas oportuni<strong>da</strong>des<br />
de lazer, mas não tão grande que<br />
viver nela seja estressante.<br />
29) More perto dos seus amigos, ou<br />
fique amigo dos seus vizinhos.<br />
30) More perto <strong>da</strong> natureza.<br />
31) Tenha um cachorro.<br />
32) Limpe a casa e seja organizado.<br />
E aí, o que acha <strong>da</strong> lista? Incluiria<br />
alguma coisa?<br />
Eu incluiria:<br />
Beijar e abraçar minha esposa<br />
e meus filhos.<br />
Escrever um bom artigo.<br />
Comer um quadradinho de um<br />
bom chocolate amargo, 70%.<br />
Para concluir, relembro as três<br />
“perguntas coach” que devem orientar<br />
sua reflexão após essa leitura:<br />
a) Quantas dessas dicas você já<br />
está praticando?<br />
b) Das que você não está praticando<br />
ain<strong>da</strong>, qual delas, se inicia<strong>da</strong><br />
em breve, traria o maior impacto<br />
positivo?<br />
c) O que pode fazer de simples e<br />
concreto para começar essa ativi<strong>da</strong>de?<br />
Abraço feliz e um excelente 2018<br />
para nós – acho que vai ser um ano<br />
muito interessante!<br />
Raul Candeloro<br />
Diretor<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Diretor<br />
Raul Candeloro<br />
raul@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
editor<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
DIREtor DE ARTE<br />
Anderson L.A.<br />
anderson@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
conselho editorial<br />
Raul Candeloro<br />
Marcelo Caetano<br />
coLABORAÇÃO<br />
Francine Pereira<br />
João Guilherme Brotto<br />
Brasilio Andrade Neto<br />
REVISÃO<br />
Davi Miran<strong>da</strong><br />
ATENDIMENTO AO LEITOR<br />
atendimento@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
MTB 0008336/PR<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> ® é publica<strong>da</strong> 6 vezes ao ano e<br />
<strong>comercial</strong>iza<strong>da</strong> pela Editora Quantum.<br />
Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />
Site: www.ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
Para Anunciar:<br />
publici<strong>da</strong>de@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
(41) 3022-<strong>10</strong>00<br />
Para acessar o midiakit <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>:<br />
www.ven<strong>da</strong>mais.com.br/anuncie<br />
Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />
0800-647-6247<br />
Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />
Editora Quantum. Tiragem desta edição: 9.800<br />
exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />
total ou parcial deste material é permiti<strong>da</strong> mediante<br />
autorização prévia e expressa <strong>da</strong> Editora Quantum Lt<strong>da</strong>.,<br />
e desde que cita<strong>da</strong> a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />
responsabili<strong>da</strong>de dos autores.<br />
Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />
nas áreas de ven<strong>da</strong>s ou marketing devem entrar em contato<br />
com a equipe editorial pelo e-mail: atendimento@<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br.<br />
A responsabili<strong>da</strong>de pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />
como pela sua produção e compromissos inerentes, é <strong>da</strong><br />
agência e do anunciante.<br />
SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />
Tivel<br />
www.teck.com.br/tivel<br />
PRÉ-IMPRESSÃO e impressÃo:<br />
Tipotil Indústria Gráfica<br />
dISTRIBUIÇÃO PARA ASSINANTES:<br />
Empresa Brasileira de Correios<br />
OPERAÇÃO EM BANCAS:<br />
Assessoria Edicase<br />
www.edicase.com.br<br />
Distribuição exclusiva em bancas<br />
DINAP S/A – DISTRIBUIDORA NACIONAL<br />
DE PUBLICAÇÕES<br />
bit.ly/TV-Quantum<br />
facebook.com/<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Nossa missão:<br />
Aju<strong>da</strong>r vendedores e empresas do<br />
Brasil a venderem mais e melhor<br />
7
Reservado para Você<br />
A<br />
equipe <strong>da</strong> rede de farmácias<br />
Santo Antônio, de Toledo (PR),<br />
passou recentemente por um<br />
curso de liderança ministrado<br />
pelo professor Itamar Ribeiro.<br />
Um dos materiais de apoio foi a edição de<br />
setembro de 2016 <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. A foto<br />
abaixo é um registro do momento.<br />
“Desde que descobri <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, a revista se tornou<br />
fonte de consulta permanente para mim e meus funcionários.<br />
Parabéns pelo belo material produzido. To<strong>da</strong>s as edições<br />
trazem temas muito atuais, acompanhando as evoluções<br />
que as tecnologias de hoje nos impõem.”<br />
Gilberto Mendes Silva<br />
“A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é especializa<strong>da</strong> em fazer<br />
com que as pessoas tenham alta performance<br />
em ven<strong>da</strong>s. Eu me tornei um<br />
profissional muito melhor depois que<br />
conheci essa revista.”<br />
Dennis Gama<br />
“A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> oferece muita inspiração<br />
para quem trabalha com ven<strong>da</strong>s. Sempre<br />
me ensina algo novo e é uma renovação<br />
<strong>da</strong> mente no mundo dos negócios.”<br />
Ewerton P. Pires<br />
“Que revista sensacional! Indispensável<br />
para quem quer ser bem-sucedido em<br />
ven<strong>da</strong>s.”<br />
Rubens Filho<br />
“Em primeiro lugar, gostaria de enaltecer<br />
o trabalho de vocês! É excelente,<br />
excelente e excelente. Parabéns!<br />
Trabalho na Empresa Malhas Keeper<br />
Lt<strong>da</strong>. há 18 anos. Há dez, resolvi me<br />
aventurar nas ven<strong>da</strong>s, pois trabalhava<br />
no Setor de Distribuição e Logística e<br />
enxerguei ali uma possibili<strong>da</strong>de de trabalhar<br />
em áreas em que não tínhamos<br />
atendimento. Apresentei a proposta<br />
para o diretor <strong>da</strong> empresa e ele aceitou<br />
meu desafio. Não me desliguei do setor<br />
de distribuição, vinha trabalhando em<br />
paralelo, aos finais de semana e até<br />
mesmo depois do horário de trabalho.<br />
Me apaixonei!<br />
Resultado: estou entre os dez representantes<br />
que mais vendem na empresa<br />
(dos 35 representantes ativos).<br />
Isso sem estar presente fisicamente.<br />
Há quatro meses recebi o desafio<br />
de assumir o cargo de supervisor de<br />
ven<strong>da</strong>s. Conheço todos os processos<br />
internos e externos <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> empresa,<br />
todos os representantes e muitos,<br />
muitos clientes. Mas há muitas<br />
coisas além disso! E a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> está<br />
me mostrando e me salvando nessa!<br />
Sou assinante e leitor assíduo!”<br />
Daniel T. Sá<br />
“A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é a minha leitura<br />
preferi<strong>da</strong>. Conversa de vendedor<br />
é ven<strong>da</strong>!”<br />
Roberto Lopes<br />
“Na minha opinião de vendedor e<br />
leitor, as principais quali<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> são os conteúdos técnicos<br />
e práticos, que sempre utilizo na<br />
minha ativi<strong>da</strong>de, a atualização constante,<br />
os exemplos reais e, particularmente,<br />
gosto de ler no início a<br />
última página do Ralph Marston, pois<br />
sempre me motiva. A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
agrega muito valor à minha vi<strong>da</strong> pessoal<br />
e profissional, porque aumenta<br />
o meu conhecimento e melhora a<br />
minha performance. Mantenham o<br />
padrão!”<br />
José Carlos Lenhard<br />
Participe <strong>da</strong> seção<br />
"Reservado para Você"<br />
Envie críticas, sugestões, deixe sua<br />
palavra, conte sua história, divi<strong>da</strong> seus<br />
resultados conosco, mostre sua equipe*.<br />
O espaço é todo seu. Estamos esperando<br />
por você!<br />
Escreva agora mesmo para leitor@<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br ou, se preferir, publique<br />
no mural <strong>da</strong> nossa página no<br />
Facebook (facebook.com/ven<strong>da</strong>mais)<br />
e participe! Sua opinião é muito importante<br />
para nós.<br />
*As fotos serão avalia<strong>da</strong>s pela equipe<br />
de re<strong>da</strong>ção.<br />
8<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
ENTRE NÓS<br />
Já garantiu a sua Agen<strong>da</strong><br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2018?<br />
Se tem uma coisa que a gente<br />
entende bem aqui na Ven<strong>da</strong>-<br />
Mais, é como funciona a rotina de<br />
um profissional de ven<strong>da</strong>s. Nós<br />
sabemos que sua lista de tarefas<br />
diárias é enorme, entendemos a<br />
dificul<strong>da</strong>de que pode ser manter<br />
os <strong>da</strong>dos de contatos de prospects<br />
e clientes atualizados, temos em<br />
mente que às vezes a motivação<br />
cai, e é preciso um empurrãozinho<br />
para voltar à rota defini<strong>da</strong> e assim<br />
por diante. Por isso mesmo, a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2018 é perfeita para você. Utilizamos<br />
todo esse nosso conhecimento para desenvolver uma ferramenta que será<br />
uma grande alia<strong>da</strong> para você fazer de 2018 o melhor ano em ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>!<br />
Além de aju<strong>da</strong>r no seu planejamento, a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2018 traz um<br />
rico conteúdo sobre ven<strong>da</strong>s consultivas de alta performance e reúne tudo o que<br />
você espera de uma agen<strong>da</strong> pensa<strong>da</strong> para profissionais de ven<strong>da</strong>s:<br />
World of Business Forum<br />
Enquanto esta edição <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
estava em fechamento, dois jornalistas<br />
<strong>da</strong> nossa equipe – João Guilherme Brotto e<br />
Natasha Schiebel – estavam em Milão (Itália)<br />
acompanhando o World of Business<br />
Forum, evento que reuniu grandes mentes<br />
de atuali<strong>da</strong>de (como Nicholas Negroponte,<br />
Michael Porter e Chris Anderson) e debateu<br />
a importância de, mesmo em um mundo<br />
ca<strong>da</strong> vez mais tecnológico, colocarmos as<br />
pessoas no centro <strong>da</strong>s operações. A cobertura<br />
do evento você confere na próxima<br />
edição!<br />
1 Bastante espaço para fazer anotações;<br />
1 Mensagens especiais que o inspiram a vender mais e melhor;<br />
1 Área para registrar suas metas mensais;<br />
1 Lembrete de que metade do mês já passou (para ajudá-lo a focar nas metas);<br />
1 E muito mais!<br />
É isso que você quer? Então acesse agen<strong>da</strong>ven<strong>da</strong>mais.com.br e garanta já a sua<br />
e <strong>da</strong> sua equipe!<br />
VM TECH: O melhor conteúdo sobre tecnologia<br />
para potencializar suas ven<strong>da</strong>s<br />
Atentos às novi<strong>da</strong>des do mercado e à constante evolução tecnológica que<br />
impacta processos comerciais e até mesmo a rotina <strong>da</strong>s equipes de ven<strong>da</strong>s,<br />
lançamos no fim do ano passado a VM TECH, uma revista digital bimestral que se<br />
propõe a apresentar o que há de mais atual em termos de tecnologia para auxiliar<br />
as suas ven<strong>da</strong>s, antecipar tendências e aju<strong>da</strong>r a sua empresa a utilizar e criar<br />
novos produtos, serviços e soluções.<br />
A primeira edição <strong>da</strong> VM TECH tem quase 50 páginas e revela <strong>10</strong> dicas de<br />
tecnologia para potencializar suas<br />
ven<strong>da</strong>s. Tem conteúdo sobre CRM de<br />
ven<strong>da</strong>s, banners dinâmicos, chatbots,<br />
brand experience, inteligência geográfica<br />
e muito mais!<br />
Quem assina a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> tem<br />
acesso gratuito à VM TECH. Para isso,<br />
basta entrar na Área do Assinante<br />
(assinantes.ven<strong>da</strong>mais.com.br). Não<br />
assinantes podem adquirir exemplares<br />
avulsos por R$ 9,90 ou fazer a assinatura<br />
anual por R$ 49,90. Saiba mais<br />
e adquira a primeira edição <strong>da</strong> VM TE-<br />
CH acessando bit.ly/VM-TECH.<br />
Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> na<br />
estra<strong>da</strong><br />
Nos últimos meses de 2017, a equipe<br />
<strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> rodou muitos<br />
quilômetros pelo Brasil e pelo Paraguai.<br />
Oito projetos levaram consultores e facilitadores<br />
de treinamento a nove ci<strong>da</strong>des de<br />
seis estados brasileiros e também a uma<br />
ci<strong>da</strong>de paraguaia.<br />
Algumas viagens proporcionaram treinamentos<br />
para equipes de ven<strong>da</strong>s de diferentes<br />
tamanhos e segmentos, e outras<br />
levaram serviços de consultoria e planejamento<br />
estratégico. Mas, independentemente<br />
do serviço prestado, o objetivo foi sempre<br />
o mesmo: aju<strong>da</strong>r a melhorar o desempenho<br />
de ven<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s empresas parceiras.<br />
E o ano terminou com a equipe tendo<br />
certeza de que a meta foi cumpri<strong>da</strong>!<br />
Quer melhorar a performance <strong>da</strong> sua<br />
equipe de ven<strong>da</strong>s em 2018? Conte com a<br />
aju<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Acesse<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br/solucao-<strong>comercial</strong> e saiba<br />
como podemos, juntos, garantir resultados<br />
extraordinários neste ano e sempre!<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 9
ON-LINE<br />
POR Francine Pereira<br />
forma de organização torna a escolha<br />
do cliente muito mais difícil.<br />
2) Dificul<strong>da</strong>de na tarefa de decisão<br />
Quão difícil é o ato de tomar uma decisão<br />
de compra negociando com sua<br />
empresa? Quanto tempo o cliente tem<br />
para escolher? Esses são fatores que<br />
também podem deixá-lo sobrecarregado.<br />
Em alguns modelos, por exemplo,<br />
se o comprador tem um limite de tempo<br />
muito curto para decidir, pode acabar<br />
gerando sobrecarga de escolha.<br />
3) Preferências incertas<br />
Muitas opções<br />
podem afastar<br />
seus clientes<br />
Ter a possibili<strong>da</strong>de de escolha dá aos clientes a sensação de<br />
poder e liber<strong>da</strong>de. No entanto, quando uma empresa oferece<br />
muitas opções ao mesmo tempo, pode acabar afastando<br />
os compradores ou tornando a compra uma experiência ruim.<br />
Um estudo realizado na Kellogg School of Management<br />
descobriu que essa “sobrecarga de escolhas” pode fazer os<br />
clientes ficarem insatisfeitos com a compra, pensando que<br />
as outras opções poderiam ser melhores, ou fazê-los ficarem<br />
paralisados diante de tantas alternativas.<br />
A análise identificou alguns fatores que contribuem<br />
para que a sobrecarga de escolha aconteça. São eles:<br />
1) Complexi<strong>da</strong>de no modelo de<br />
escolha<br />
Está relaciona<strong>da</strong> à forma como as opções<br />
são organiza<strong>da</strong>s e expostas. Nesse<br />
sentido, até mesmo poucas alternativas<br />
podem gerar sobrecarga. Por<br />
exemplo: digamos que você esteja vendendo<br />
cinco modelos de planos de saúde<br />
e, em ca<strong>da</strong> um deles, exponha 50<br />
tipos de informações diferentes. Essa<br />
Outro fator que pode gerar sobrecarga<br />
de escolha é o nível de conhecimento<br />
que o cliente tem sobre suas próprias<br />
preferências. Ou seja, o quanto ele já<br />
sabe sobre o que quer. Quando o comprador<br />
tem mais conhecimento em relação<br />
ao que busca, é fácil fazer a decisão<br />
final.<br />
4) Como melhorar a oferta de<br />
diferentes opções<br />
Analise essas informações para identificar<br />
se sua empresa está oferecendo<br />
um cenário ao cliente que pode gerar<br />
a sobrecarga de escolha. Saber o<br />
que pode confundir seu cliente na hora<br />
<strong>da</strong> decisão final é importante para<br />
oferecer uma experiência de compra<br />
positiva.<br />
Esse é um desafio e tanto para as<br />
empresas, especialmente àquelas que<br />
têm um mix muito grande. O caminho<br />
pode ser reorganizar a forma como<br />
você expõe as alternativas de compra<br />
e também auxiliar o cliente nesse processo<br />
de escolha – seja oferecendo<br />
opções mais alinha<strong>da</strong>s com suas preferências<br />
e perfil, seja aju<strong>da</strong>ndo-o a<br />
entender qual é a melhor opção para o<br />
que ele busca.<br />
<strong>10</strong><br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
A aquisição <strong>da</strong> revista <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />
do site <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> (www.ven<strong>da</strong>mais.com.br). Se você é assinante, basta<br />
digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista nas bancas,<br />
digite o login “banca” e a palavra-chave “DESAFIOS”, váli<strong>da</strong> apenas para os<br />
meses de JANEIRO e FEVEREIRO.<br />
O consumidor de 2020<br />
De acordo com o relatório Consumer 2020, desenvolvido<br />
pela Cisco, <strong>da</strong>qui a dois anos os consumidores<br />
estarão muito mais no controle <strong>da</strong>s operações<br />
<strong>da</strong>s empresas. Nesse sentido, será ca<strong>da</strong> vez mais<br />
essencial que as marcas conheçam muito bem seus<br />
públicos para atuar não somente para eles, mas,<br />
principalmente, com eles.<br />
O estudo identificou cinco principais mu<strong>da</strong>nças no<br />
papel do consumidor de 2020:<br />
A influência dos dispositivos<br />
móveis nas ven<strong>da</strong>s B2B<br />
crescimento do mobile nos últimos anos tem influenciado<br />
de maneira direta a forma como as ven<strong>da</strong>s acon-<br />
O<br />
tecem. E engana-se quem pensa que apenas as operações<br />
B2C foram afeta<strong>da</strong>s pelos dispositivos móveis – empresas<br />
que atuam no mercado B2B também precisam se a<strong>da</strong>ptar<br />
às deman<strong>da</strong>s desse novo canal.<br />
Segundo uma pesquisa <strong>da</strong> Google realiza<strong>da</strong> em parceria<br />
com The Boston Consulting Group (BCG), os clientes B2B <strong>da</strong><br />
atuali<strong>da</strong>de esperam interagir com um vendedor apenas no<br />
fechamento <strong>da</strong> compra. E mais importante: eles esperam<br />
que, ao se relacionar com as empresas, tenham as mesmas<br />
experiências e funcionali<strong>da</strong>des digitais que têm acesso como<br />
consumidores individuais.<br />
Além disso, o estudo apontou ain<strong>da</strong> que:<br />
Os dispositivos móveis influenciam e geram uma<br />
média de 40% <strong>da</strong> receita em organizações B2B.<br />
50% <strong>da</strong>s buscas online feitas por clientes B2B são<br />
realiza<strong>da</strong>s em smartphones – a expectativa é que<br />
esse índice chegue a 70% até 2020.<br />
Os clientes B2B estão mais propensos a trabalhar<br />
de maneira remota pelo celular – incluindo fechar<br />
negócios por esse canal.<br />
Mais de 90% dos clientes B2B estariam mais dispostos<br />
a comprar novamente de uma mesma empresa<br />
após vivenciar uma experiência positiva com<br />
a marca no mobile.<br />
Então, você está preparado para essa nova era mobile <strong>da</strong>s<br />
ven<strong>da</strong>s B2B?<br />
Para ler o relatório completo (em inglês), acesse: bit.ly/<br />
mobile-b2b-ven<strong>da</strong>s<br />
1<br />
O consumidor como plataforma. Com o crescente<br />
compartilhamento de <strong>da</strong>dos, as marcas<br />
poderão oferecer uma plataforma de opções<br />
ca<strong>da</strong> vez mais personaliza<strong>da</strong>s para o cliente, criando<br />
experiências de compra únicas e individuais.<br />
2<br />
O consumidor como estúdio. A personalização<br />
já é uma reali<strong>da</strong>de. Nos próximos anos, o<br />
cliente deve ter participação ca<strong>da</strong> vez mais<br />
ativa na manufatura, tornando-se cocriador dos produtos,<br />
desenvolvendo peças junto com as empresas.<br />
3<br />
O consumidor como loja. Com dispositivos<br />
móveis e wearables, os clientes terão o poder<br />
de compra em suas mãos, podendo pesquisar,<br />
comprar e até vender produtos a qualquer hora, de<br />
qualquer lugar.<br />
4<br />
O consumidor como canal de mídia. O conteúdo<br />
gerado pelo próprio cliente é algo extremamente<br />
valioso. A tendência é que os<br />
consumidores se tornem plataformas de mídia. As<br />
marcas que aju<strong>da</strong>rem seus públicos a se apropriar, criar<br />
e compartilhar conteúdo sairão na frente.<br />
5<br />
O consumidor como CEO. E não é só na criação<br />
de produtos e na comunicação que os<br />
consumidores devem ter participação ativa.<br />
Seus comentários e feedbacks online devem afetar os<br />
processos organizacionais em tempo real. É o consumidor<br />
no centro <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de decisões <strong>da</strong>s empresas.<br />
Para conferir o relatório Consumer 2020 na íntegra (em<br />
inglês), acesse: bit.ly/consumidor-2020<br />
Por falar em 2020, a matéria de<br />
capa <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de janeiro/fevereiro<br />
de 2017 teve o seguinte<br />
tema: “Você está preparado para<br />
vender em 2020?” Para ler um trecho<br />
dela, visite bit.ly/vender-2020.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 11
MANUAL DO LÍDER<br />
Por Francine Pereira<br />
O propósito <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
como ferramenta de<br />
engajamento <strong>da</strong> equipe<br />
As tendências de consumo<br />
atuais mostram que as<br />
pessoas buscam se relacionar<br />
com marcas que tenham um<br />
propósito forte e que levem<br />
suas causas em conta na hora<br />
de ofertar seus produtos e serviços.<br />
Acontece que essa motivação<br />
também é importante<br />
para engajar o público interno<br />
<strong>da</strong> empresa. É o que aponta<br />
um estudo feito por A<strong>da</strong>m<br />
Grant, pesquisador na área de<br />
gestão e autor dos best-sellers<br />
Originais – como os inconformistas<br />
mu<strong>da</strong>m o mundo e Dar e<br />
receber – uma abor<strong>da</strong>gem revolucionária<br />
sobre sucesso, generosi<strong>da</strong>de<br />
e influência.<br />
Segundo a pesquisa de Grant,<br />
quando o líder dá um significado para<br />
as tarefas ou quando ele mostra o<br />
sentido <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des, há um aumento<br />
incrível no nível de motivação e produtivi<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> equipe. De acordo com<br />
o pesquisador, você pode fazer isso<br />
simplesmente explicando como o trabalho<br />
dos profissionais é importante<br />
para a empresa.<br />
Os experimentos realizados no estudo<br />
mostram que apenas cinco minutos<br />
de interação com os profissionais,<br />
mostrando o significado do trabalho<br />
deles, gera os seguintes benefícios:<br />
2 Aju<strong>da</strong> os colaboradores a entenderem<br />
o impacto <strong>da</strong> atuação deles.<br />
2 Os profissionais sentem-se mais<br />
valorizados.<br />
2 Aumenta a empatia do time em<br />
relação à empresa e aos clientes.<br />
Excelente, não é mesmo? A seguir,<br />
confira algumas maneiras de aplicar essa<br />
estratégia em sua empresa e aumentar o<br />
engajamento <strong>da</strong> equipe oferecendo um<br />
significado real ao trabalho que ela realiza:<br />
2 Brainstorming de propósitos. Na<br />
reunião com seus colaboradores,<br />
compartilhe a importância do trabalho<br />
deles e questione se eles<br />
teriam algum outro significado para<br />
acrescentar.<br />
2 Depoimento de clientes. Mostre<br />
aos profissionais <strong>da</strong> sua equipe o<br />
depoimento de alguns clientes que<br />
comprovem como o trabalho deles<br />
impacta positivamente na vi<strong>da</strong> dessas<br />
pessoas.<br />
2 Compartilhe valores. Também é<br />
importante que os profissionais<br />
estejam engajados no propósito <strong>da</strong><br />
empresa. Quando eles percebem<br />
que o trabalho deles aju<strong>da</strong> na causa<br />
que a organização defende, isso<br />
também dá mais significado às tarefas<br />
diárias.<br />
Por meio de ações como essas,<br />
fazer <strong>da</strong> sua equipe um ver<strong>da</strong>deiro time<br />
será muito mais fácil!<br />
“Um líder leva<br />
pessoas para onde<br />
elas querem ir. Um<br />
grande líder leva<br />
pessoas aos<br />
lugares em que<br />
elas não<br />
necessariamente<br />
querem ir, mas<br />
deveriam ir.”<br />
Rosalynn Carter,<br />
ex-primeira-<strong>da</strong>ma<br />
norte-americana<br />
12<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Como liderar em<br />
tempos de<br />
constante<br />
transformação<br />
Nas empresas, quando a palavra<br />
“mu<strong>da</strong>nça” é menciona<strong>da</strong>, geralmente<br />
ela vem acompanha<strong>da</strong> de<br />
sentimentos como medo, frustração<br />
e resistência. Mas acontece que, no<br />
mundo atual, em que as transformações<br />
acontecem de forma ca<strong>da</strong><br />
vez mais acelera<strong>da</strong>, a capaci<strong>da</strong>de<br />
de mu<strong>da</strong>r e se a<strong>da</strong>ptar é imprescindível<br />
para a sobrevivência <strong>da</strong>s organizações.<br />
Os líderes assumem um papel<br />
importante nesse contexto, pois são<br />
eles quem vão tomar a frente e<br />
orientar os profissionais no novo<br />
caminho a ser seguido. O especialista<br />
em gestão e inovação Jim Hemerling<br />
aponta que um dos principais<br />
erros dos gestores nesses momentos<br />
é demorar demais para agir em<br />
relação às mu<strong>da</strong>nças necessárias.<br />
Assim, no “modo urgente”, as transformações<br />
se tornam mais dolorosas<br />
e menos eficazes.<br />
Em sua palestra no TED, Hemerling<br />
explica que, para serem<br />
efetivas, as mu<strong>da</strong>nças precisam<br />
estar alia<strong>da</strong>s a um propósito forte<br />
e os processos devem sempre colocar<br />
as pessoas em primeiro lugar.<br />
Assista, inspire-se e apren<strong>da</strong> mais<br />
sobre como liderar em tempos de<br />
constantes transformações: bit.ly/<br />
liderar-mu<strong>da</strong>ncas.<br />
Bons líderes são bons aprendizes<br />
inegável que programas de desenvolvimento<br />
são importantes para<br />
É<br />
aprimorar o desempenho de gestores<br />
comerciais. Porém, ao mesmo tempo,<br />
sozinhos, treinamentos e cursos não<br />
são suficientes para formar bons líderes!<br />
A experiência prática é um fator<br />
importante no aperfeiçoamento desses<br />
profissionais. Especialmente quando<br />
vivência e aprendizagem an<strong>da</strong>m juntas.<br />
É o que mostra um estudo feito na<br />
UNSW Business School, de Sidnei, Austrália.<br />
A pesquisa aponta que os líderes<br />
que realizam suas tarefas diárias no<br />
“modo aprendiz” (ou seja, preocupados<br />
em executar e aprender, ao mesmo<br />
tempo) são mais eficientes e conseguem<br />
evoluir mais do que aqueles que apenas<br />
fazem as ativi<strong>da</strong>des sem levar em conta<br />
o que podem aprender com elas.<br />
A pergunta que fica, então, é: como<br />
ativar esse “modo aprendiz” no seu dia<br />
a dia como gestor? Os pesquisadores<br />
descobriram que os líderes que conseguem<br />
se desenvolver de maneira mais<br />
eficiente são aqueles que adotam as<br />
seguintes atitudes perante suas práticas<br />
diárias:<br />
1 – Metas de aprendizagem.<br />
Um passo importante no desenvolvimento<br />
<strong>da</strong>s suas habili<strong>da</strong>des como líder<br />
é definir objetivos de aprendizagem,<br />
como, por exemplo, “preciso ser mais<br />
comunicativo”; “preciso melhorar minha<br />
persuasão”. Com metas como essas<br />
em mente, em ca<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de que<br />
ele realiza, o gestor aprendiz pode<br />
identificar oportuni<strong>da</strong>des de treinar a<br />
aptidão em questão.<br />
2 – Experimento com novas estratégias.<br />
Outra característica comum aos líderes<br />
aprendizes é que eles estão sempre<br />
buscando novas fontes de autodesenvolvimento.<br />
Seja por meio de abor<strong>da</strong>gens<br />
diferentes, no modo de falar ou<br />
agir com os liderados, por exemplo, ou<br />
experimentando ferramentas ou metodologias<br />
novas.<br />
3 – Avaliação constante.<br />
Com metas de aprendizagem e com a<br />
constante busca de novas formas de<br />
autodesenvolvimento, os líderes aprendizes<br />
estão também sempre avaliando<br />
os resultados e buscando feedbacks<br />
externos para entender a eficiência <strong>da</strong>s<br />
estratégias utiliza<strong>da</strong>s. A reflexão sobre<br />
o que funciona e o que precisa ser melhorado<br />
é fun<strong>da</strong>mental para a evolução<br />
profissional do gestor.<br />
Os pesquisadores apontaram ain<strong>da</strong><br />
que as descobertas deste estudo<br />
são importantes para mostrar que o<br />
desenvolvimento dos líderes nem sempre<br />
precisa custar caro e, principalmente,<br />
que as habili<strong>da</strong>des de liderança<br />
podem ser aprendi<strong>da</strong>s e pratica<strong>da</strong>s.<br />
Você concor<strong>da</strong>? Envie um e-mail dizendo<br />
o que você faz para se desenvolver<br />
no dia a dia e evoluir como líder<br />
e contribua com o debate: leitor@<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 13
s /Por João Guilherme Brotto<br />
Eles estão<br />
prospectando<br />
(e vendendo)<br />
pelo LinkedIn<br />
Com mais de 29 milhões de usuários no<br />
Brasil, o LinkedIn concentra uma parcela<br />
significativa <strong>da</strong>s pessoas responsáveis<br />
por girar a economia brasileira.<br />
Somente em cargos de gestão em ven<strong>da</strong>s, há<br />
cerca de 200 mil pessoas em território brasileiro<br />
ativas na rede social. Não é por acaso que a<br />
plataforma tem se mostrado ca<strong>da</strong> vez mais<br />
relevante não apenas para pessoas que buscam<br />
se recolocar no mercado de trabalho, mas também<br />
para fomentar negócios. Sabendo disso,<br />
publicamos uma reportagem<br />
especial sobre como utilizar<br />
essa ferramenta a favor de<br />
suas ven<strong>da</strong>s na edição de julho<br />
de 2016 <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />
A seguir, relembramos um<br />
trecho dela. Confira!<br />
LinkedIn na prática<br />
Valquíria Garske, diretora <strong>da</strong> consultoria<br />
Futuremark Inteligência Comercial, conta que<br />
começou a usar o LinkedIn porque precisava<br />
de novos meios para chegar aos altos executivos<br />
<strong>da</strong>s organizações, tarefa que sempre foi<br />
complexa pelas estratégias usa<strong>da</strong>s até então.<br />
“O LinkedIn nos ajudou a identificar os executivos<br />
e a chegar a eles mais rapi<strong>da</strong>mente,<br />
pois nem sempre os intermediários entendiam<br />
nossos serviços. Era comum que fôssemos<br />
remetidos a pessoas inadequa<strong>da</strong>s que atrasavam<br />
muito a negociação”, recor<strong>da</strong>.<br />
Para aprimorar seus resultados, Valquíria<br />
tem uma conta premium, que permite enviar<br />
mensagens a quem não faz parte de sua rede,<br />
fazer pesquisas de forma mais abrangente e<br />
assertiva, criar um painel para monitorar e<br />
interagir com prospects, dentre outras funções.<br />
“Criamos um perfil forte em meu nome para<br />
o departamento <strong>comercial</strong> adicionar pessoas<br />
e interagir. É ali que concentramos to<strong>da</strong>s as<br />
publicações e fazemos os contatos. Fazemos<br />
marketing de relacionamento com a base,<br />
man<strong>da</strong>ndo mensagens de aniversário, <strong>da</strong>ndo<br />
parabéns por um novo emprego ou troca de<br />
cargo e assim por diante. Temos, ain<strong>da</strong>, uma<br />
mensagem de boas-vin<strong>da</strong>s padrão, para todos<br />
que aceitam nosso convite, em que já pedimos<br />
autorização para colocar seu e-mail em nossa<br />
base. E, a partir <strong>da</strong>í, começamos o relacionamento<br />
<strong>comercial</strong>”, explica.<br />
14<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Valquíria Garske<br />
Jorge Biesczad Jr., diretor <strong>comercial</strong><br />
e de marketing na Premier<br />
IT Global Services, que atua com<br />
soluções de TI, também tem uma<br />
conta premium. “Tenho cinco licenças<br />
utiliza<strong>da</strong>s pela minha equipe<br />
para mapear contas-alvo, descobrir<br />
contatos responsáveis e iniciar<br />
o processo de abor<strong>da</strong>gem. Eu<br />
também consigo ver, através do<br />
painel do sales navigator (ferramenta<br />
para profissionais de ven<strong>da</strong>s do<br />
LinkedIn que faz parte do plano<br />
premium), se eles estão realmente<br />
atuando e extraindo o melhor <strong>da</strong><br />
ferramenta. Recomendo o plano<br />
pago, mas alerto que é preciso saber<br />
usar, pois os clientes estão sendo<br />
muito abor<strong>da</strong>dos pelas redes<br />
sociais ultimamente”, pontua.<br />
Jorge Biesczad Jr.<br />
Ambiente propício aos negócios<br />
Biesczad Jr. afirma que a plataforma<br />
tem potencial porque concentra<br />
o mercado B2B e um público<br />
antenado em gestão, tendências,<br />
liderança e inovação. “É uma excelente<br />
ferramenta para se mostrar<br />
presente para o prospect que a utiliza<br />
e uma grande oportuni<strong>da</strong>de<br />
para os vendedores se posicionarem<br />
como autori<strong>da</strong>des e ganharem<br />
mindshare. Afinal, a velha máxima<br />
sempre vai valer: quem é visto é<br />
lembrado”, aponta o gestor.<br />
Para isso, ele aconselha que se<br />
compartilhe conteúdo relevante e<br />
se monitore o comportamento dos<br />
prospects para fazer uma abor<strong>da</strong>gem<br />
adequa<strong>da</strong> ao que eles precisam. “Fale<br />
dele e não do seu produto; inicie<br />
a abor<strong>da</strong>gem consultiva ou simplesmente<br />
busque ser lembrado como<br />
referência. Foi assim que fechei dois<br />
negócios que iniciei a partir de uma<br />
abor<strong>da</strong>gem no LinkedIn”, conta.<br />
Antes disso, porém, é preciso<br />
estabelecer seus objetivos e determinar<br />
seu público-alvo. Eduardo<br />
Luz, CEO <strong>da</strong> IASoft, empresa de<br />
consultoria e sistemas de TI, indica<br />
que desenvolver um plano de interação,<br />
com estratégias claras de que<br />
tipo de comunicação será feita, com<br />
quem e com que frequência é essencial.<br />
“Tenha em mente que, seja<br />
qual for o caso, você deve ter uma<br />
presença relevante. De pouco (ou<br />
na<strong>da</strong>) adianta ter um perfil, convi<strong>da</strong>r<br />
centenas de pessoas e ninguém<br />
<strong>da</strong>r bola para você (ou para sua<br />
empresa)”, alerta.<br />
Eduardo Luz<br />
3 dicas para se tornar relevante e ser efetivo no LinkedIn<br />
1 – Deixe seu perfil impecável<br />
Siga todos os passos recomen<strong>da</strong>dos pelo LinkedIn durante a criação do perfil.<br />
Não abra mão de uma boa foto, escreva um resumo cativante, deixe claro que<br />
problemas você resolve, relate experiências, descreva os projetos que realizou,<br />
fale sobre os resultados que obteve/gerou a seus clientes, discorra sobre suas<br />
habili<strong>da</strong>des de forma interessante e sucinta etc. Tenha em mente que seu perfil<br />
é seu cartão de visitas. Será que ele está chamando a atenção?<br />
2 – Participe ativamente de grupos<br />
É ver<strong>da</strong>de que os grupos do LinkedIn já foram melhores para a troca de ideias. A<br />
popularização <strong>da</strong> rede fez com que muitos grupos passassem a ser dominados<br />
por propagan<strong>da</strong> e spammers, mas, ain<strong>da</strong> assim, muitos continuam sendo bons<br />
canais para gerar valor aos seus similares e, principalmente, encontrar prospects.<br />
Para encontrar os grupos certos, faça uma busca por palavras-chave de seu<br />
setor. Certamente, vai encontrar diversos interessantes. E, caso não encontre,<br />
crie um. Seja pioneiro.<br />
3 – Não seja um vendedor<br />
Seu foco, ao usar o LinkedIn (ou qualquer outra rede social) como uma ferramenta<br />
de ven<strong>da</strong>s, deve ser aju<strong>da</strong>r, agregar, cultivar relacionamentos – e não vender.<br />
Para isso, quando presenciar algum debate para o qual você possa colaborar,<br />
seja em um grupo, seja em artigo, seja em post em sua linha do tempo, comente<br />
sem mencionar o que você faz ou o que vende. Acredite, já tem muitas pessoas<br />
fazendo isso e sendo bloquea<strong>da</strong>s. A consistência em ser um gerador de<br />
valor fará o trabalho por você.<br />
Esta matéria<br />
continua no portal<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>!<br />
Acesse bit.ly/ven<strong>da</strong>s-<br />
LinkedIn e saiba mais<br />
sobre como utilizar o<br />
LinkedIn para prospectar<br />
e vender!<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 15
Superlíder / Por Francine Pereira /<br />
Ricardo Malta<br />
ós precisamos começar a criar empregos<br />
menos centrados nas tarefas<br />
que as pessoas fazem e mais focados<br />
na forma como os profissionais podem<br />
contribuir para o trabalho por<br />
meio de suas habili<strong>da</strong>des. Robôs são<br />
excelentes em fazer ativi<strong>da</strong>des repetitivas<br />
e controla<strong>da</strong>s, mas humanos<br />
têm uma habili<strong>da</strong>de incrível de aliar<br />
competências e pensamento criativo<br />
para resolver problemas que eles<br />
nunca enfrentaram antes”, declarou<br />
o especialista em inovação David Lee, em sua palestra no TED.<br />
Lee e Márcio José Batistuti, diretor<br />
<strong>comercial</strong> <strong>da</strong> Mongeral Aegon Seguros e<br />
Previdência, não se conhecem, mas têm<br />
algo com comum: os dois acreditam que<br />
o futuro <strong>da</strong>s empresas depende do talento<br />
dos seus profissionais.<br />
Você pode assistir à palestra<br />
de David Lee, em inglês, acessando<br />
bit.ly/<strong>da</strong>vidlee-ted.<br />
Em um mundo cercado de tecnologia e automação, esse tipo de<br />
pensamento se torna ca<strong>da</strong> vez mais importante na área <strong>comercial</strong>.<br />
As organizações devem buscar vendedores que possam contribuir<br />
por meio de suas habili<strong>da</strong>des e valores únicos, com conhecimento<br />
especializado no segmento em que atuam e com a capaci<strong>da</strong>de de ir<br />
além do que uma máquina pode fazer.<br />
Com foco nessa estratégia, Batistuti é um dos responsáveis por<br />
um projeto focado na formação dos novos corretores na empresa em<br />
que atua, trazendo para o mercado mais do que vendedores, ver<strong>da</strong>deiros<br />
especialistas no negócio.<br />
Conheça a história do diretor <strong>comercial</strong> <strong>da</strong> Mongeral Aegon e<br />
enten<strong>da</strong> como uma gestão foca<strong>da</strong> no desenvolvimento dos profissionais<br />
pode trazer grandes resultados. Pode apostar: você vai querer<br />
seguir o exemplo dele em seu dia a dia profissional.<br />
Formando especialistas<br />
Na última déca<strong>da</strong>, o mercado de<br />
seguros de vi<strong>da</strong> e previdência vem<br />
crescendo anualmente 11,4% no<br />
Brasil. E uma empresa em especial<br />
se destaca nesse setor: a Mongeral<br />
Aegon Seguros e Previdência, que<br />
cresceu em média 23,4% ao ano no<br />
mesmo período.<br />
Por trás desse sucesso, há um<br />
projeto de formação de corretores<br />
de seguros que a empresa desenvolve<br />
há 20 anos. Em parceria com<br />
a Escola Nacional de Seguros (Funenseg),<br />
o programa <strong>da</strong> Mongeral<br />
Aegon já formou mais de três mil<br />
corretores.<br />
Com seis meses de duração, o<br />
curso oferecido pela empresa tem<br />
13 disciplinas volta<strong>da</strong>s à habilitação<br />
técnica de corretores de seguros de<br />
vi<strong>da</strong>, previdência e capitalização.<br />
Batistuti conta que, no treinamento,<br />
há uma intensiva preparação<br />
que privilegia o desenvolvimento<br />
de habili<strong>da</strong>des fun<strong>da</strong>mentais para<br />
executar o processo de ven<strong>da</strong>s nesse<br />
segmento e entender profun<strong>da</strong>mente<br />
o portfólio de produtos e o<br />
mercado. “O objetivo é suprir a necessi<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> Mongeral Aegon, que<br />
cresce acima <strong>da</strong> média do setor, e<br />
também <strong>da</strong> indústria de seguros de<br />
vi<strong>da</strong> e previdência, que carece de<br />
profissionais especializados para<br />
sua expansão. A meta é qualificar<br />
16<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 17
novos planos vendidos<br />
2015<br />
2016<br />
16%<br />
36%<br />
“O líder deve<br />
estar atento às<br />
necessi<strong>da</strong>des de<br />
ca<strong>da</strong> membro de<br />
sua equipe, no que<br />
ca<strong>da</strong> um precisa<br />
ser desenvolvido.<br />
Ele precisa aju<strong>da</strong>r<br />
ca<strong>da</strong> profissional<br />
a fazer seu<br />
planejamento<br />
e direcionar as<br />
ações para atingir<br />
os objetivos<br />
individuais. O<br />
resultado global<br />
<strong>da</strong> equipe é<br />
consequência.”<br />
Marcio Batistuti<br />
profissionais diferenciados considerando<br />
o perfil do novo cliente, as<br />
tendências tecnológicas e a diversi<strong>da</strong>de<br />
de portfólio”, explica o diretor<br />
<strong>comercial</strong> <strong>da</strong> seguradora.<br />
Na prática, o programa vem<br />
trazendo resultados ca<strong>da</strong> vez melhores<br />
ano a ano, contribuindo significativamente<br />
para o crescimento<br />
do segmento.<br />
1 Em 2015, dos 751 alunos, 16%<br />
atingiram alto nível de produtivi<strong>da</strong>de,<br />
vendendo <strong>10</strong>.325 novos<br />
planos.<br />
1 Em 2016, mesmo em meio à<br />
crise, os resultados continuaram<br />
evoluindo: dos 536 treinandos,<br />
36% atingiram o alvo<br />
de produtivi<strong>da</strong>de e venderam<br />
16.502 novos planos.<br />
“Seguiremos investindo na formação<br />
de uma equipe de alta performance,<br />
familiariza<strong>da</strong> com o<br />
digital e capaz de orientar o cliente<br />
considerando sua necessi<strong>da</strong>de<br />
no que se refere à proteção de ren<strong>da</strong><br />
e ao planejamento financeiro<br />
familiar”, frisa o diretor <strong>comercial</strong>.<br />
Um gestor especializado em<br />
capacitar a equipe<br />
Não é à toa que Batistuti acredita<br />
tanto no poder do desenvolvimento<br />
profissional. Sua própria história<br />
na área de ven<strong>da</strong>s é a prova de<br />
que preparação e conhecimento<br />
são fun<strong>da</strong>mentais para quem quer<br />
evoluir na carreira <strong>comercial</strong>. Influenciado<br />
pelo pai e pelo irmão<br />
mais velho, Batistuti teve contato<br />
com ven<strong>da</strong>s desde cedo. “Meu pai<br />
sempre atuou em ven<strong>da</strong>s, então eu<br />
cresci vendo ele chegar todos os<br />
dias em casa falando de suas metas,<br />
resultados e conquistas. Sem dúvi<strong>da</strong>,<br />
isso me inspirou”, relembra.<br />
A sua trajetória <strong>comercial</strong><br />
confunde-se com sua evolução<br />
profissional dentro <strong>da</strong> área de seguros.<br />
Ele começou como assistente<br />
<strong>comercial</strong> em um clube de<br />
seguros de vi<strong>da</strong> e, desde então,<br />
passou a estu<strong>da</strong>r e se aprofun<strong>da</strong>r<br />
nesse mercado. Ao longo do tempo,<br />
ele foi evoluindo – passando<br />
de vendedor a gerente, depois superintendente,<br />
até chegar ao cargo<br />
atual, de diretor <strong>comercial</strong> na<br />
Mongeral Aegon.<br />
Em todo esse tempo, a preocupação<br />
com a formação dos profissionais<br />
sempre foi algo constante<br />
na carreira de Batistuti. Ele conta<br />
que seu maior desafio foi assumir<br />
a superintendência regional <strong>da</strong> capital<br />
paulista, que, na época, tinha<br />
uma <strong>da</strong>s piores performances <strong>da</strong><br />
empresa. A estratégia utiliza<strong>da</strong> por<br />
ele para mu<strong>da</strong>r esse cenário foi<br />
fazer uma reformulação <strong>da</strong> equipe,<br />
formando gerentes comerciais de<br />
alto nível. “Assim começava a surgir<br />
a maior sucursal de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
empresa. Além <strong>da</strong> alta performance<br />
em ven<strong>da</strong>s, os profissionais responsáveis<br />
por essas conquistas<br />
foram promovidos para multiplicar<br />
ain<strong>da</strong> mais a formação de novos<br />
profissionais”, destaca.<br />
Em 2011, quando se tornou diretor<br />
regional de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Mongeral<br />
Aegon, a atuação foca<strong>da</strong> na<br />
capacitação dos profissionais continuou<br />
a gerar grandes resultados.<br />
“Percebemos que, para <strong>da</strong>r um salto<br />
na formação, na retenção e na<br />
produtivi<strong>da</strong>de de novas equipes de<br />
ven<strong>da</strong>s, precisaríamos criar um<br />
processo padronizado, e ir além de<br />
treinar a equipe em produtos e<br />
técnicas de ven<strong>da</strong>s”, detalha.<br />
Para tornar esse projeto reali<strong>da</strong>de,<br />
ele conta que a empresa to<strong>da</strong><br />
se envolveu na criação de um processo<br />
estruturado de ven<strong>da</strong>s, partindo<br />
<strong>da</strong>s melhores experiências<br />
práticas para construir a estrutura<br />
de uma consultoria completa para<br />
os novos corretores. “Os <strong>desafios</strong><br />
continuam, o mercado de seguro<br />
de vi<strong>da</strong> individual no Brasil está<br />
crescendo, novos produtos estão<br />
sendo desenvolvidos, e os profissionais<br />
têm que ser ca<strong>da</strong> vez mais<br />
preparados e produtivos”, salienta.<br />
Gestão próxima e transparente<br />
A preocupação constante com o<br />
desenvolvimento dos profissionais<br />
é uma <strong>da</strong>s características mais marcantes<br />
na liderança de Batistuti.<br />
Mas não é “só” isso que faz dele um<br />
superlíder. Ele destaca que, para<br />
garantir sua própria evolução profissional,<br />
exerce uma gestão muito<br />
próxima dos profissionais, sempre<br />
compartilhando ideias e conhecimento.<br />
“Procuro estar perto de<br />
quem faz a ven<strong>da</strong> acontecer. Sempre<br />
converso com os líderes de ven<strong>da</strong>s<br />
e vejo como podemos criar soluções<br />
para ajudá-los. E, o mais importante,<br />
sempre mantenho contato com<br />
os vendedores. Afinal, são eles que<br />
trazem a riqueza <strong>da</strong> experiência<br />
diária, as frustrações e as conquistas.<br />
Essas interações são riquíssimas,<br />
são insumos para melhoria<br />
contínua do processo”, ressalta.<br />
Depois de conhecer melhor o<br />
perfil desse superlíder, não é surpresa<br />
que a recomen<strong>da</strong>ção dele para<br />
quem deseja alcançar a alta performance<br />
como vendedor seja estu<strong>da</strong>r<br />
muito! Mas o diretor <strong>comercial</strong><br />
destaca que esse estudo não<br />
deve estar focado apenas no produto,<br />
mas também no mercado e,<br />
principalmente, em como atender<br />
os diversos tipos de clientes. “Um<br />
cliente bem atendido não só indica<br />
novos prospects, como também recomen<strong>da</strong><br />
você. Em um segmento<br />
que ain<strong>da</strong> tem pouca (ou quase nenhuma)<br />
deman<strong>da</strong> de compra, esses<br />
dois itens são essenciais”, indica.<br />
Agora, quando se trata de liderança<br />
<strong>comercial</strong>, Batistuti acredita<br />
que o segredo está em preocupar-se<br />
mais com os vendedores<br />
do que com suas metas. Sem<br />
18<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Os principais responsáveis pelo desenvolvimento e pela implementação do processo de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Mongeral Aegon. Da esquer<strong>da</strong> para a direita: Patrícia Campos (superintendente <strong>da</strong> Educação Corporativa), Ednei<br />
Andrade, Marcio Batistuti e Luis Felipe Maciel (diretores comerciais regionais).<br />
uma equipe forte, ele ressalta, o<br />
gestor nunca terá resultados. “O<br />
líder deve estar atento às necessi<strong>da</strong>des<br />
de ca<strong>da</strong> membro de sua equipe,<br />
no que ca<strong>da</strong> um precisa ser<br />
desenvolvido. Ele precisa aju<strong>da</strong>r<br />
ca<strong>da</strong> profissional a fazer seu planejamento<br />
e direcionar as ações<br />
para atingir os objetivos individuais.<br />
O resultado global <strong>da</strong> equipe<br />
é consequência”, destaca.<br />
Outra questão fun<strong>da</strong>mental<br />
para o sucesso <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong>,<br />
na visão de Batistuti, é acompanhar<br />
diariamente as ativi<strong>da</strong>des de trabalho<br />
de to<strong>da</strong> a equipe. Ele salienta<br />
que reuniões de feedback periódicas<br />
são essenciais para o gestor<br />
garantir que a intensi<strong>da</strong>de de trabalho<br />
efetivamente construa resultados<br />
de alta performance.<br />
Nesse sentido, Batistuti ressalta<br />
que um dos valores que ele mais<br />
preza e do qual não abre mão em<br />
sua vi<strong>da</strong> profissional (e pessoal) é<br />
a transparência. “Gosto muito que<br />
as pessoas saibam o porquê <strong>da</strong>s<br />
decisões; compartilhar o propósito<br />
<strong>da</strong>s intenções gera engajamento”,<br />
reforça.<br />
A grande lição que fica dessa<br />
história é que um grande gestor<br />
sabe que a sua própria evolução<br />
depende do desenvolvimento <strong>da</strong><br />
sua equipe. O papel do ver<strong>da</strong>deiro<br />
líder é aju<strong>da</strong>r seus liderados a<br />
superar os <strong>desafios</strong> e crescer profissionalmente.<br />
Batistuti cumpre<br />
esse papel como poucos.<br />
Seja como o gestor, seja como<br />
vendedor, espelhe-se nesse exemplo:<br />
busque a evolução constantemente<br />
e ajude as pessoas à sua<br />
volta a se desenvolverem também.<br />
É isso que vai fazer o profissional<br />
ir além e proporcionar mais do que<br />
uma máquina é capaz.<br />
Saiba como <strong>da</strong>r feedback de ver<strong>da</strong>de para a sua<br />
equipe assistindo ao episódio <strong>da</strong> websérie Ven<strong>da</strong>-<br />
Mais Responde em que Raul Candeloro e Marcelo<br />
Caetano falam sobre o assunto. Ele está<br />
disponível em bit.ly/vmresponde-feedback.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 19
Escolhas<br />
A ciência <strong>da</strong><br />
motivação<br />
Por Luiz Gaziri<br />
Se você já assistiu a palestras motivacionais,<br />
sabe bem que, a certa altura<br />
do discurso, a maioria dos palestrantes<br />
diz que um dos segredos para o<br />
sucesso é pensar positivo. Alguns<br />
inclusive dizem que você deve olhar<br />
no espelho e discursar frases positivas<br />
para si mesmo to<strong>da</strong>s as manhãs.<br />
Longe dos palcos, existe outra indústria que<br />
também é abasteci<strong>da</strong> pelo pensamento positivo: a<br />
literária. Basta passar no corredor de autoaju<strong>da</strong> de<br />
qualquer livraria para encontrar uma infini<strong>da</strong>de de<br />
títulos que vendem o pensamento positivo como uma<br />
ferramenta para transformar desejos em reali<strong>da</strong>de.<br />
No entanto, por outro lado, há lugares longe dos<br />
palcos e <strong>da</strong>s livrarias em que o pensamento positivo<br />
está se revelando como uma fórmula para o fracasso:<br />
os laboratórios científicos <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des mais prestigia<strong>da</strong>s<br />
do mundo. E a pessoa que mais vem incomo<strong>da</strong>ndo<br />
os “gurus do pensamento positivo” é Gabriele<br />
Oettingen, pesquisadora e professora <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />
de Nova Iorque e <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Hamburgo.<br />
20<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
As descobertas de Oettingen<br />
“Motivação é a força<br />
que faz o ser humano<br />
agir; portanto, sem<br />
motivação não existe<br />
ação. Por isso pessoas<br />
que fantasiam com<br />
muita frequência<br />
dificilmente alcançam<br />
seus objetivos. Elas<br />
perdem a motivação e<br />
a energia que fariam<br />
com que se<br />
dedicassem para<br />
conseguir alcançálos!”<br />
Em uma de suas pesquisas, Oettingen pediu para<br />
estu<strong>da</strong>ntes universitários do último ano informarem,<br />
diariamente, se tinham pensamentos positivos sobre<br />
encontrar um emprego. Na sequência, os estu<strong>da</strong>ntes<br />
foram instruídos a escrever sobre os pensamentos<br />
positivos que tinham e, na terceira etapa do estudo,<br />
tiveram que reportar com qual frequência tinham<br />
esses pensamentos, dentro de uma escala de <strong>10</strong> pontos,<br />
variando de “muito raramente” até “muito frequentemente”.<br />
Dois anos depois do experimento, Oettingen<br />
descobriu que os participantes que reportaram ter<br />
fantasias positivas frequentes sobre encontrar um<br />
emprego receberam menos ofertas de trabalho e que,<br />
mesmo aqueles que já estavam empregados, recebiam<br />
salários menores do que os dos estu<strong>da</strong>ntes que fantasiavam<br />
com menos frequência. Além disso, os<br />
estu<strong>da</strong>ntes que frequentemente pensavam positivo<br />
sobre o seu sucesso reportaram ter enviado menos<br />
currículos do que os demais.<br />
Resultados semelhantes ocorreram quando a<br />
pesquisadora avaliou a probabili<strong>da</strong>de de estu<strong>da</strong>ntes<br />
declararem seu amor à pessoa pela qual estavam<br />
apaixona<strong>da</strong>s – aqueles que fantasiavam mais tinham<br />
menos chances de terem iniciado um relacionamento.<br />
No mesmo sentido, estu<strong>da</strong>ntes que fantasiavam<br />
sobre tirar uma nota boa numa disciplina acabaram<br />
tendo notas piores e estu<strong>da</strong>ndo menos tempo.<br />
Parece, então, que pensar positivo, na ver<strong>da</strong>de,<br />
gera resultados contrários aos que as pessoas desejam...<br />
Contraste mental<br />
Mas algo fantástico aconteceu nesse mesmo estudo.<br />
Um outro grupo de alunos teve resultados extremamente<br />
positivos na busca por um emprego. Acontece<br />
que, em outra etapa <strong>da</strong> pesquisa, Gabriele Oettingen<br />
solicitou aos membros desse grupo que, além de<br />
reportarem pensamentos positivos, também reportassem<br />
pensamentos negativos.<br />
A cientista descobriu que, quando os alunos obtinham<br />
uma relação mais equilibra<strong>da</strong> entre fantasias<br />
positivas e negativas, alcançavam resultados muito<br />
superiores comparados àqueles dominados apenas<br />
por pensamentos positivos. Ela nomeou sua descoberta<br />
como “contraste mental”: o fato de que pensar<br />
positivo e negativo ao mesmo tempo aumenta as<br />
chances de um desejo ser realizado.<br />
Estu<strong>da</strong>ndo o contraste mental mais profun<strong>da</strong>mente,<br />
com a aju<strong>da</strong> de cientistas <strong>da</strong> área <strong>da</strong> saúde, Oettingen<br />
descobriu que, logo após uma pessoa fantasiar<br />
sobre um desejo futuro, a pressão sistólica do seu<br />
coração diminui. Por outro lado, quando você está<br />
empolgado para praticar qualquer ativi<strong>da</strong>de, o seu<br />
corpo consome mais oxigênio e nutrientes, fazendo<br />
com que o seu coração bata mais forte para distribuir<br />
o sangue e compensar esse consumo mais elevado.<br />
O que os pesquisadores sabem é que existe uma<br />
relação direta entre o nível de pressão sistólica e a<br />
motivação de uma pessoa. Os estudos de Oettingen<br />
comprovam que, logo após fantasiarmos sobre um<br />
desejo futuro, o nosso cérebro nos proporciona prazer<br />
através do sentimento de que já alcançamos<br />
aquele objetivo. Consequentemente, esse sentimento<br />
de conquista nos causa um relaxamento que faz<br />
com que a nossa pressão sistólica caia, e junto com<br />
ela, a nossa motivação. Motivação é a força que faz<br />
o ser humano agir; portanto, sem motivação não<br />
existe ação. Por isso pessoas que fantasiam com<br />
muita frequência dificilmente alcançam seus objetivos.<br />
Elas perdem a motivação e a energia que fariam<br />
com que se dedicassem para conseguir alcançá-los!<br />
A pressão sistólica<br />
mede a força com a<br />
qual o seu coração<br />
bomba o sangue para<br />
o corpo. Sendo<br />
assim, quanto mais<br />
relaxado você se<br />
sente, menor é a sua<br />
pressão sistólica.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 21
“Fantasiar sobre o futuro dá<br />
prazer e satisfaz o seu ego, mas<br />
não aju<strong>da</strong> a atingir objetivos que<br />
requerem grandes níveis de<br />
esforço, comprometimento e<br />
energia.”<br />
Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo<br />
trabalho? E traz o mesmo resultado?<br />
Gabriele Oettingen obteve sucesso implementando<br />
o contraste mental em diversos experimentos científicos,<br />
até que, durante um experimento novo, descobriu<br />
que nem todos os participantes haviam alcançado<br />
seus desejos depois de realizar o contraste<br />
mental: apenas aqueles que descobriram que tinham<br />
boas chances de atingir seus desejos tomaram iniciativas<br />
para alcançar o sucesso.<br />
Os participantes que descobriram que seus sonhos<br />
eram desconectados <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de acabaram não<br />
agindo e, consequentemente, não atingiram seus<br />
objetivos. Isso significa que o contraste mental é<br />
ain<strong>da</strong> mais espetacular do que imaginamos, pois,<br />
além de aju<strong>da</strong>r as pessoas a terem mais chances de<br />
atingir seus desejos, ele também faz com que as<br />
pessoas parem de investir seu tempo e energia na<br />
busca de sonhos impossíveis.<br />
Ao analisar as consequências negativas que o<br />
pensamento positivo traz para a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, é<br />
impossível não questionar o mantra que direciona<br />
muitos executivos e empresários brasileiros atualmente:<br />
sonhar grande ou sonhar pequeno dá o mesmo<br />
trabalho!<br />
O autor dessa frase pode ter to<strong>da</strong>s as credenciais<br />
de um empresário de sucesso, mas, do ponto de vista<br />
científico, sua frase está equivoca<strong>da</strong>, porque não<br />
dá o mesmo trabalho sonhar grande ou sonhar pequeno!<br />
Oettingen e outros cientistas descobriram<br />
que sonhar grande exige menos esforço do nosso<br />
cérebro, além de ser muito mais prazeroso do que<br />
sonhar pequeno. Além disso, sonhar grande ou sonhar<br />
pequeno traz resultados diferentes!<br />
Quando o seu sonho grande é fora <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de,<br />
ele faz com que você fique menos motivado e, portanto,<br />
perca a energia que o faria agir para tornar o<br />
seu sonho uma reali<strong>da</strong>de. O sonho pequeno pelo<br />
menos faz com que você sinta que seu objetivo pode<br />
ser alcançado, gerando a motivação que você precisa<br />
para atingi-lo.<br />
Isso não significa que você deva pensar pequeno<br />
ou que não adiante sonhar grande, mas, sim, que<br />
você deve pensar também nos obstáculos que podem<br />
fazer com que você não alcance seu sonho. Muitas<br />
vezes, ao realizar o contraste mental, você percebe<br />
que o seu sonho grande, na ver<strong>da</strong>de, é um pesadelo<br />
desconectado <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de – algo que consome horas<br />
do seu dia, esgota as suas energias, faz a sua empresa<br />
perder dinheiro, distancia você dos seus amigos<br />
e <strong>da</strong> família, diminui a sua produtivi<strong>da</strong>de e o afasta<br />
dos seus sonhos menores e mais realistas, que poderiam<br />
ser alcançados. A ciência realmente faz<br />
descobertas incríveis, entre elas, a de que até gente<br />
bem-sucedi<strong>da</strong> dá conselhos ruins!<br />
O que funciona de ver<strong>da</strong>de<br />
A maior preocupação de Gabriele Oettingen eram os<br />
prejuízos que a crença no pensamento positivo estavam<br />
causando à vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas. Depois de déca<strong>da</strong>s<br />
de pesquisa e inúmeras parcerias com outros cientistas,<br />
ela desenvolveu um método perfeito para aju<strong>da</strong>r<br />
22<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
as pessoas a não caírem na armadilha do pensamento<br />
positivo: uma ferramenta chama<strong>da</strong> WOOP, que por<br />
conta <strong>da</strong> tradução, será chama<strong>da</strong> de DROP.<br />
Wish 1 Desejo<br />
Outcome 1 Resultado<br />
Obstacle 1 Obstáculo<br />
Plan 1 Plano<br />
O funcionamento dessa ferramenta é extremamente<br />
simples:<br />
Escreva o seu desejo usando de três a seis palavras.<br />
Detalhe o melhor resultado que pode acontecer<br />
se o seu desejo for realizado, também usando de<br />
três a seis palavras.<br />
Escreva o principal obstáculo que pode impedir<br />
você de realizar o desejo (o obstáculo deve ser<br />
algo dentro do seu controle, algo que depen<strong>da</strong><br />
apenas de você). Deixe a sua imaginação fluir e<br />
escreva tudo o que vier à cabeça.<br />
Desenvolva um plano para superar esse obstáculo,<br />
escrevendo uma ação específica que fará<br />
com que você o vença. Escreva o momento e o<br />
local onde o obstáculo irá aparecer; então, desenvolva<br />
seu plano usando uma frase do tipo SE<br />
– ENTÃO: “Se o obstáculo X ocorrer (momento<br />
e local), então eu irei fazer Y”. Repita esse comportamento<br />
para você mesmo falando alto, apenas<br />
uma vez.<br />
Você pode aplicar o DROP para qualquer tipo de<br />
desejo que tenha, pois é uma ferramenta totalmente<br />
flexível. Se o seu maior desejo no momento é<br />
emagrecer, então você poderia desenvolver um DROP<br />
conforme abaixo:<br />
DESEJO: Emagrecer <strong>10</strong> kg.<br />
RESULTADO: Maior autoconfiança.<br />
OBSTÁCULO: Confeitaria no caminho de casa.<br />
PLANO: SE eu sair às 18h (momento) do trabalho<br />
(local) e ficar com vontade de ir até a confeitaria<br />
comprar um doce, ENTÃO eu usarei outro caminho<br />
para voltar para casa.<br />
para que os efeitos do contraste mental não percam<br />
força. Por isso, o ideal é que você use o DROP diariamente,<br />
para que ele se torne um hábito.<br />
O DROP é uma ferramenta fantástica por mais<br />
duas razões. Em primeiro lugar, ela funciona de<br />
forma inconsciente. Ao fazer um exercício de DROP,<br />
sua mente começa a trabalhar para o atingimento<br />
do seu desejo sem ao menos você notar. Em segundo<br />
lugar, o DROP é uma ferramenta que trabalha o que<br />
os psicólogos chamam de soluções integradoras:<br />
resultados que se espalham e afetam outras áreas<br />
<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>. Se você quer emagrecer, por exemplo,<br />
ao usar o DROP você não vai somente emagrecer,<br />
mas também passar a se exercitar mais, ter melhor<br />
desempenho no seu trabalho, ter noites de sono mais<br />
agradáveis, sentir-se mais bonito, conquistar mais<br />
confiança, perder a vergonha de falar em público e<br />
ter diversos outros resultados positivos.<br />
Seria espetacular para a sua vi<strong>da</strong> se o simples<br />
fato de pensar com frequência num bem material ou<br />
desejar com to<strong>da</strong>s as forças um objetivo futuro fizesse<br />
com que esse objetivo se concretizasse sem<br />
esforço algum. Seria fantástico se todo sonho grande<br />
que você tivesse se tornasse reali<strong>da</strong>de apenas com<br />
o “poder do pensamento positivo”. Mas, infelizmente,<br />
não é assim que atingimos nossos objetivos. Fantasiar<br />
sobre o futuro dá prazer e satisfaz o seu ego,<br />
mas não aju<strong>da</strong> a atingir objetivos que requerem<br />
grandes níveis de esforço, comprometimento e energia.<br />
Sonhar com um futuro de sucesso pode até<br />
aliviar a sua tristeza no curto prazo, mas o problema<br />
é que ela a aumenta no longo prazo. Portanto, em<br />
vez de cair na armadilha do pensamento positivo,<br />
passe a sua vi<strong>da</strong> se questionando: Qual é o meu maior<br />
desejo? Qual é o obstáculo pessoal que pode fazer<br />
com que eu não o alcance?<br />
Este texto é um trecho a<strong>da</strong>ptado de Escolhas felizes,<br />
novo livro de Luiz Gaziri que vai explorar a ciência <strong>da</strong><br />
motivação e <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de e tem o seu lançamento previsto<br />
para o início deste ano.<br />
Oettingen também descobriu que, para ser mais<br />
efetivo, ca<strong>da</strong> desejo que você decidir exercitar através<br />
do DROP deve ser repetido com frequência,<br />
Luiz Gaziri<br />
Professor <strong>da</strong> FAE Business School, autor do<br />
livro A incrível ciência <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s e um dos gigantes<br />
<strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />
Visite: luizgaziri.com<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 23
Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />
Divulgação<br />
“Esse lance de ‘o cliente<br />
sempre tem razão’ é uma droga<br />
contagiosa. Esses conceitos<br />
replicados na déca<strong>da</strong> de 1980<br />
não funcionam mais! Temos que<br />
prever alguns comportamentos,<br />
fazer perguntas inteligentes e<br />
parar de acreditar na ‘sinceri<strong>da</strong>de’<br />
de quem compra de nós.”<br />
24<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Está na hora de<br />
“quebrar<br />
a banca”!<br />
Antes de se tornar especialista em negociação pela Universi<strong>da</strong>de<br />
de Harvard, mestre em gestão empresarial pela DeVry | FBV e<br />
professor <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getulio Vargas, Fabricio Medeiros ocupou<br />
todos os cargos possíveis na área <strong>comercial</strong>. Foi vendedor, supervisor,<br />
gerente de uni<strong>da</strong>de, gerente regional e nacional. Além<br />
disso, trabalhou em empresas de diferentes tamanhos e segmentos e fez<br />
parte <strong>da</strong> equipe <strong>da</strong> Ambev, organização que é reconheci<strong>da</strong> não apenas<br />
pelo seu sucesso, mas também por ser um exemplo de gestão no mundo<br />
inteiro – e, claro, por seu modelo de negócio extremamente agressivo.<br />
Depois de acumular demissões, premiações e reconhecimento nacional, Medeiros<br />
sentiu que era hora de mu<strong>da</strong>r a chave e buscar uma educação de quali<strong>da</strong>de. “Nessa<br />
época, vendi o carro velho que tinha e paguei à vista meu primeiro MBA na FGV. Depois<br />
dessa experiência, nunca mais parei de estu<strong>da</strong>r, e consegui realizar dois grandes<br />
sonhos: estu<strong>da</strong>r negociação em Harvard e me tornar mestre em negócios antes do 40<br />
anos”, conta.<br />
Em 2015, quando entrou no mercado de palestrantes de ven<strong>da</strong>s, ele tinha uma proposta<br />
diferente: seria o mais autêntico de todos, iria “quebrar a banca” (algo que ele<br />
define como sair do status quo, agir de forma diferente, enfrentar o sistema). Com um<br />
discurso envolvente e provocativo, em entrevista exclusiva à <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, Medeiros<br />
fala sobre os erros que vê vendedores cometendo, sobre os conselhos propagados com<br />
os quais não concor<strong>da</strong>, explica por que desenvolveu um curso especialmente para as<br />
mulheres, deixa dicas preciosas para quem quer se destacar em 2018 e muito mais.<br />
Acompanhe!<br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> – Quais são os principais<br />
erros que você vê profissionais de<br />
ven<strong>da</strong>s cometendo? E quais são seus<br />
conselhos para que esses erros sejam<br />
evitados?<br />
Fabricio Medeiros – Muitos erros<br />
são cometidos! A começar por<br />
achar que concorrente é amigo e<br />
que há espaço para todo mundo.<br />
Não! Ca<strong>da</strong> um precisa batalhar<br />
pelo seu espaço. Nesse sentido, é<br />
fun<strong>da</strong>mental estu<strong>da</strong>r ver<strong>da</strong>deiramente<br />
o concorrente e acompanhar<br />
a promessa que ele faz<br />
para o seu cliente. Todo concorrente<br />
tem pontos fracos, debili<strong>da</strong>des,<br />
sempre há uma brecha a<br />
ser explora<strong>da</strong>. Se ele prometeu<br />
que o produto seria a bala que<br />
matou Kennedy, acompanhe se<br />
essa bala tem pólvora mesmo.<br />
O maior problema é que estu<strong>da</strong>mos<br />
superficialmente o concorrente<br />
e ain<strong>da</strong> ficamos de cara<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 25
“As mulheres<br />
são excelentes<br />
vendedoras,<br />
por isso o meu<br />
espanto ao<br />
constatar que<br />
apenas 5% delas<br />
estão nos cargos<br />
mais altos <strong>da</strong>s<br />
instituições,<br />
segundo uma<br />
pesquisa<br />
divulga<strong>da</strong> na<br />
FORTUNE 500.<br />
Será que tudo isso<br />
é só uma questão<br />
de machismo,<br />
governo e falta de<br />
oportuni<strong>da</strong>de?”<br />
Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de setembro/outubro<br />
de 2017, publicamos<br />
um artigo de<br />
Fabricio Medeiros em que<br />
ele declara que você não<br />
precisa gostar de pessoas<br />
para vender. Para ler,<br />
acesse bit.ly/vmsetfabricio-medeiros.<br />
quando perdemos uma ven<strong>da</strong>. Deixamos<br />
até de visitar o cliente cujo<br />
pedido nós perdemos, em forma de<br />
protesto e retaliação. Resultado?<br />
Suicídio e empobrecimento!<br />
Ser gentil demais com os clientes<br />
é outro erro. Esse lance de “o<br />
cliente sempre tem razão” é uma<br />
droga contagiosa. Esses conceitos<br />
replicados na déca<strong>da</strong> de 1980 não<br />
funcionam mais! Temos que prever<br />
alguns comportamentos, fazer perguntas<br />
inteligentes e parar de acreditar<br />
na “sinceri<strong>da</strong>de” de quem<br />
compra de nós.<br />
Se me perguntassem: “O que o<br />
senhor necessita?” Eu diria: “Eu<br />
quero seu melhor produto, por um<br />
preço mais barato do que o do seu<br />
pior concorrente. Além disso, quero<br />
o produto para amanhã.” No<br />
Brasil, 80% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s são feitas<br />
desse jeito. Mentimos, ludibriamos,<br />
manipulamos informações e abusamos<br />
<strong>da</strong> desfaçatez para conseguir<br />
o máximo de quem nos vende. Você<br />
precisa ser justo com o cliente,<br />
precisa tratá-lo bem, mas não precisa<br />
ser um idiota.<br />
Mais um grande erro: resistir<br />
às mu<strong>da</strong>nças! Nunca vi uma área<br />
de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong>r certo sem mu<strong>da</strong>nça.<br />
To<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça é pesa<strong>da</strong>, a maioria<br />
<strong>da</strong> galera faz vista grossa, isso para<br />
não falar dos cerca de <strong>10</strong>% dos<br />
vendedores que são detratores e<br />
sabotam a mu<strong>da</strong>nça de uma forma<br />
tão maléfica que são capazes de<br />
colocar areia no tanque de combustível<br />
<strong>da</strong> pessoa que está fazendo<br />
a mu<strong>da</strong>nça.<br />
Acha absurdo isso ocorrer? Já<br />
aconteceu comigo, caro Watson.<br />
Se você é um vendedor profissional,<br />
sabe que mu<strong>da</strong>nças de política<br />
de preço, territoriais, hierárquicas,<br />
mu<strong>da</strong>nças de produto,<br />
prazo, estratégia de marketing,<br />
comissionamento, dentre outras,<br />
são rotineiras nas empresas. Não<br />
adianta empacar igual jumento;<br />
é preciso montar no cavalo, esteja<br />
ele selado ou não.<br />
Que conselhos de ven<strong>da</strong>s você vê sendo<br />
propagados e definitivamente não<br />
concor<strong>da</strong>? Por quê?<br />
São muitos, então vou falar de três<br />
coisas que me incomo<strong>da</strong>m bastante:<br />
1) “O vendedor precisa entender as<br />
necessi<strong>da</strong>des do cliente.”<br />
Clientes não sabem de na<strong>da</strong>! Não<br />
nos conhecemos <strong>10</strong>0% para compreender<br />
profun<strong>da</strong>mente nossas necessi<strong>da</strong>des.<br />
85% <strong>da</strong>s decisões são toma<strong>da</strong>s<br />
dentro do nosso subconsciente.<br />
Sendo assim, você deve influenciar,<br />
persuadir e conduzir a ven<strong>da</strong>. Se o<br />
seu produto ou serviço for legítimo,<br />
honesto e transformador, não tenha<br />
medo de mostrar ao cliente o que<br />
ele ain<strong>da</strong> não está visualizando. É<br />
por isso que empresas e pessoas<br />
inovadoras criam necessi<strong>da</strong>des.<br />
Em 1980, a maioria dos homens<br />
só usava dois sapatos (um preto e<br />
um marrom). Hoje, estamos comprando<br />
diversos tipos e modelos<br />
de sapatênis, alguns deles coloridos<br />
e ridículos (eu tenho três).<br />
Lembra <strong>da</strong> pulseira <strong>da</strong> Nike que<br />
<strong>da</strong>va equilíbrio? Agora você está<br />
comprando spinner, né? Qual será<br />
sua próxima compra de algo que<br />
nunca necessitou?<br />
2) “Vendedores não devem julgar os<br />
clientes.”<br />
Vou discor<strong>da</strong>r do famoso filósofo<br />
Blaise Pascal, que dizia que somos<br />
iludidos constantemente pela nossa<br />
imaginação, inclusive julgando<br />
as pessoas por seu modo de vestir.<br />
Desculpa, Pascal, mas para vender,<br />
é preciso julgar.<br />
Quando eu comecei minha<br />
carreira como vendedor, aprendi<br />
a observar o comportamento dos<br />
vendedores que dominavam o topo<br />
<strong>da</strong> cadeia alimentar do ranking<br />
de ven<strong>da</strong>s. Os caras realmente<br />
eram bons. Uma de suas características<br />
essenciais era possuir olhos<br />
ultrassensíveis, que rapi<strong>da</strong>mente<br />
classificavam os clientes que realmente<br />
tinham potencial de compra.<br />
Não estou dizendo que você vai<br />
tratar mal alguém, você apenas<br />
deve usar sua energia para aquilo<br />
que realmente vai trazer retorno.<br />
“Mas Fabricio, julgar é um termo<br />
muito forte”. OK, pode escolher seu<br />
sinônimo favorito!<br />
3) “Não devemos contratar vendedores<br />
arrogantes.”<br />
Um estudo feito pela HBR.ORG<br />
comparou vendedores que alcançavam<br />
cerca de 75% <strong>da</strong> meta (os<br />
medianos) a um outro grupo que<br />
batia em média 125% <strong>da</strong> meta estipula<strong>da</strong>,<br />
ou seja, os top performers.<br />
Os participantes tinham que<br />
responder 20 questões com o objetivo<br />
de descrever como eles se<br />
enxergam enquanto profissionais<br />
de ven<strong>da</strong>s. O conjunto de respostas<br />
do grupo mediano foi surpreendentemente<br />
diferente do outro<br />
grupo. As escolhas que refletiam<br />
empatia e responsabili<strong>da</strong>de foram<br />
mais vistas no grupo dos médios,<br />
enquanto no grupo dos top as respostas<br />
apontaram para rápido<br />
aprendizado e alta produtivi<strong>da</strong>de.<br />
Os pesquisadores concluíram<br />
que as respostas soma<strong>da</strong>s demonstravam<br />
claramente um nível de<br />
orgulho e confiança muito maiores<br />
por parte dos top performers.<br />
Talvez você tenha estranhado<br />
a palavra “arrogante”! Explico: qual<br />
vendedor top performer, batedor de<br />
meta, que exibe seus troféus com<br />
orgulho e que é cheio de si, não é<br />
visto pelos outros como uma pessoa<br />
arrogante? Pois é, ganhar dinheiro<br />
e dizer que é bom é quase um crime<br />
no Brasil!<br />
Trabalhei com centenas de vendedores<br />
e sempre preferi aparar a<br />
empurrar. Mas também os odiei<br />
várias vezes, pois apesar dos resultados,<br />
sempre <strong>da</strong>vam muito trabalho<br />
e bagunçavam o clima interno.<br />
26<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Para piorar, 84% dos “arrogantes”<br />
consideram essencial serem elogiados<br />
na frente de seus pares. Ou<br />
seja, não basta aguentar esses “malas”,<br />
ain<strong>da</strong> temos que bajulá-los! O<br />
quê, você não aguenta trabalhar<br />
com esse tipo de gente? Não faça<br />
isso! Por quê? Porque o mundo <strong>da</strong>s<br />
ven<strong>da</strong>s já está cheio de vendedores<br />
bonzinhos, humildes e responsáveis<br />
que nunca batem metas.<br />
Você tem um curso pensado especialmente<br />
para as mulheres. Por quê? O<br />
que as mulheres precisam saber de<br />
diferente para que consigam se destacar<br />
em ven<strong>da</strong>s?<br />
As mulheres são excelentes vendedoras,<br />
por isso o meu espanto ao<br />
constatar que apenas 5% delas estão<br />
nos cargos mais altos <strong>da</strong>s instituições,<br />
segundo uma pesquisa divulga<strong>da</strong><br />
na FORTUNE 500. Será que<br />
tudo isso é só uma questão de machismo,<br />
governo e falta de oportuni<strong>da</strong>de?<br />
Eu penso que, apesar de todo<br />
preconceito, ain<strong>da</strong> existe uma lacuna<br />
essencial que as mulheres<br />
podem ocupar vertiginosamente:<br />
a do desenvolvimento de competências<br />
específicas. Dentre elas,<br />
negociação e liderança. Estudos <strong>da</strong><br />
prestigia<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Harvard<br />
demonstram que essas competências<br />
são essenciais para quem<br />
almeja cargos de CEO, seja na própria<br />
empresa ou na de terceiros.<br />
Parece incrível, mas aqui vão<br />
alguns <strong>da</strong>dos sobre como as mulheres<br />
li<strong>da</strong>m com a negociação, seja<br />
para pedir um aumento ou mesmo<br />
para fechar um grande pedido.<br />
66% não sabem como pedir mais.<br />
63% alegam desconforto em negociar o<br />
próprio salário.<br />
58% têm medo de perder o emprego.<br />
55% não querem passar uma imagem de<br />
pessoa insistente.<br />
57% dos homens negociam seus salários,<br />
já apenas 7% <strong>da</strong>s mulheres fazem isso.<br />
Ter acesso a esses <strong>da</strong>dos fez com<br />
que eu me debruçasse sobre os livros<br />
e pesquisas, bem como conversasse<br />
com mulheres bem-sucedi<strong>da</strong>s,<br />
com o objetivo de entender<br />
por que algumas conseguem chegar<br />
lá e outras não chegam nem<br />
perto e por que nos últimos cinco<br />
anos os avanços continuam risíveis.<br />
Eu percebi que, durante as conversas,<br />
elas se mostravam intriga<strong>da</strong>s<br />
porque não conseguiam ser tão<br />
autoconfiantes quanto os homens,<br />
mesmo até tendo se preparado mais<br />
que eles, além do constante “travamento”<br />
quando negociavam com<br />
homens agressivos e mal-educados.<br />
Até sobre assédio elas tinham dúvi<strong>da</strong>!<br />
Não sabiam, por exemplo, o<br />
que fazer quando um cliente fosse<br />
mais ousado durante uma ven<strong>da</strong><br />
por WhatsApp. Foi muito interessante<br />
perceber como uma mesma<br />
questão pode apresentar visões<br />
absolutamente antagônicas...<br />
Temos que admitir: o mundo<br />
corporativo é dominado por homens,<br />
mas eu não encontrei no<br />
Brasil nenhum palestrante homem<br />
que estivesse valorizando as mulheres.<br />
Muito discurso bonito, mas<br />
pouca mão na massa. Como conhecimento<br />
não tem gênero, enxerguei<br />
ali uma oportuni<strong>da</strong>de, que agora<br />
se tornou uma missão: empoderar<br />
essas mulheres por meio de técnicas<br />
avança<strong>da</strong>s, quebrando suas<br />
crenças limitantes e convencendo-<br />
-as de uma vez por to<strong>da</strong>s que o<br />
lugar delas é no topo.<br />
Quais são suas dicas para quem quer<br />
“quebrar a banca” em 2018?<br />
Nunca houve tempo mais favorável<br />
do que agora para quebrar as normas<br />
e adotar estratégias incomuns.<br />
Por quê? Os empregos estão sumindo,<br />
a tecnologia está eliminando<br />
os negócios obsoletos, até a aposentadoria<br />
não é mais algo factível.<br />
Tudo está em cheque e o mundo<br />
caminha para o caos. O que você<br />
tem a perder? Na<strong>da</strong>!<br />
Com frequência, encontro resistência<br />
para algumas <strong>da</strong>s minhas<br />
técnicas de ven<strong>da</strong>s e negociação<br />
mais polêmicas. Por outro lado,<br />
também me delicio com seguidores<br />
que relatam os ganhos por terem<br />
usado abor<strong>da</strong>gens incomuns com<br />
grande sucesso!<br />
Pra mim é surpresa? Nem um<br />
pouco. Sempre que você estiver<br />
seguindo o senso comum e a maioria,<br />
muito provavelmente você estará<br />
<strong>da</strong>ndo pequenos passos em<br />
vez de grandes saltos. Pode apostar<br />
que os grandes negócios, as grandes<br />
ven<strong>da</strong>s, as grandes fortunas<br />
começaram sempre com um movimento<br />
ilógico e incomum. E aí,<br />
vai testar coisas novas ou vai continuar<br />
segurando sua muleta?<br />
Eu espero superar um grande<br />
medo que tenho na vi<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> este<br />
ano. Vou mergulhar com tubarões<br />
brancos na África do Sul. Por<br />
quê? Porque, to<strong>da</strong> vez que saí <strong>da</strong><br />
zona de conforto e enfrentei meus<br />
medos, coisas maravilhosas aconteceram.<br />
Se eu sobreviver, já sei<br />
que a colheita será tremen<strong>da</strong>!<br />
Manifesto:<br />
“Quebre a banca em 2018”!<br />
Eles vão dizer que seu conteúdo é incrível. E <strong>da</strong>í? Treine mais!<br />
Eles vão dizer que se inspiram em você. Não importa, treine<br />
mais!<br />
Eles vão te <strong>da</strong>r prêmios. Ignore! Treine mais!<br />
Eles vão dizer que você é o melhor. Você não é! Treine mais!<br />
Eles vão elogiar você por qualquer coisa que você faça. Não<br />
ligue para isso. Treine mais!<br />
Eles vão aplaudir você de pé. Esqueça essa bobagem. Treine<br />
mais!<br />
Eles vão curtir e compartilhar todos os seus posts. Não se<br />
ilu<strong>da</strong>. Treine mais!<br />
Eles vão insistir que você é o melhor do Brasil. Você não é.<br />
Treine mais!<br />
Ok, mas se você realmente se achar o melhor? Você é um<br />
idiota. Treine mais. Treine duro. Treine!<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 27
Pequenas gigantes / Traduzido por Brasilio Andrade Neto /<br />
b a m b u L L C<br />
Como valores<br />
e princípios dão<br />
a uma empresa o poder<br />
de dizer “não”<br />
(e também “sim”)<br />
Imagine chegar a uma cadeia de lojas líder do mercado para<br />
apresentar os produtos de sua empresa recém-cria<strong>da</strong> e, depois<br />
de começar a falar, o comprador se levanta e vem lhe abraçar,<br />
dizendo:<br />
— Puxa vi<strong>da</strong>, estávamos esperando por alguém como vocês.<br />
Até que enfim!<br />
Foi isso que aconteceu com a...<br />
Antes de seguirmos com o case, um grande parêntese: a empresa faz<br />
produtos de bambu e se chama “bambu”, grifado assim mesmo, com minúscula.<br />
Para que, em português, a história não fique confusa, quando<br />
citarmos o nome <strong>da</strong> empresa, vamos deixá-lo em itálico. Quando for a<br />
planta, não. Combinado? Fecha parêntese, e vamos em frente.<br />
... Foi isso que aconteceu com a bambu. Sua linha de itens para<br />
cozinha feitos em bambu encaixava perfeitamente com o perfil ecológico<br />
dos clientes <strong>da</strong> gigantesca Whole Foods, dos Estados Unidos.<br />
Parecia que o sonho de Jeff Delkin e Rachel Speth se realizaria. E eles<br />
acabaram escolhendo parar de vender para o grande comprador!<br />
Mas vamos começar do começo.<br />
Ambos são de Portland, Estados Unidos, e seus empregos anteriores<br />
os faziam passar muito tempo na Ásia. Inclusive na Tailândia,<br />
o maior produtor mundial de bambu. “Aplicando uma perspectiva<br />
ocidental, ficamos impressionados com todos os usos que <strong>da</strong>vam<br />
para esse material. Jeff e eu nos perguntávamos como poderíamos<br />
convencer o público norte-americano a adotar o bambu”, afirma<br />
Rachel.<br />
28<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Primeiros passos<br />
Em 2000, Rachel Speth se demitiu<br />
<strong>da</strong> Nike para se dedicar ao estudo<br />
do bambu, enquanto Jeff continuava<br />
a trabalhar na Ogilvy para aju<strong>da</strong>r<br />
nas despesas dos sócios. Ambos<br />
passaram dois anos viajando pelo<br />
continente asiático, aprendendo<br />
sobre espécies de bambu e beneficiamento<br />
do material.<br />
Em 2003, lançaram a bambu,<br />
uma empresa de produtos para<br />
casa e cozinha ecologicamente correta.<br />
Tudo é feito localmente: a<br />
plantação, os carpinteiros, artesãos,<br />
tudo fica próximo. Existe um ditado<br />
na bambu: tudo importa. Esse<br />
mantra aju<strong>da</strong> a empresa a buscar<br />
melhoria contínua e a manter seus<br />
valores em foco. Eles se importam<br />
com quem fabrica seus produtos,<br />
como eles são feitos e quem é o<br />
consumidor que os recebe. “Nós<br />
desafiamos tudo o que se acredita<br />
a respeito de fabricação na China”,<br />
diz Rachel. “Na<strong>da</strong> de fábricas imensas<br />
lota<strong>da</strong>s de funcionários. Trabalhamos<br />
com diversas oficinas<br />
de marcenaria tradicional, com<br />
artesãos, e não qualquer trabalhador.<br />
Um utensílio de cozinha pode<br />
passar pela mão de seis especialistas,<br />
antes de ser enviado a nossos<br />
clientes”, completa.<br />
Isso tudo resultou no encontro<br />
com a Whole Foods descrito acima,<br />
acontecido logo no primeiro ano<br />
de funcionamento <strong>da</strong> empresa.<br />
Mais cedo do que outras empresas,<br />
a bambu se encontrou naquele<br />
momento em que se deve<br />
tomar uma decisão muito importante.<br />
Com vários grandes compradores<br />
batendo à porta, havia<br />
uma grande pressão para que a<br />
empresa crescesse e automatizasse<br />
sua produção em grandes fábricas,<br />
derrubando seus custos e se<br />
tornando ain<strong>da</strong> mais competitiva.<br />
O conselho <strong>da</strong>do a Jeff e Rachel<br />
dizia que era muito melhor ganhar<br />
vários centavos rapi<strong>da</strong>mente do<br />
que um dólar devagar.<br />
Tudo importa<br />
Foi quando os dois perceberam<br />
que esses possíveis clientes não<br />
“Muitos<br />
entram nesse<br />
mercado e<br />
copiam nossos<br />
produtos. Mas<br />
as pessoas não<br />
podem copiar<br />
nossa paixão<br />
e modo de<br />
fabricação.”<br />
Jeff Delkin<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 29
“Quando<br />
começamos, nos<br />
comprometemos<br />
a trabalhar<br />
apenas com<br />
pessoas que<br />
pensassem de<br />
maneira similar,<br />
e escolhemos<br />
manter esse<br />
princípio.”<br />
Rachel Speth<br />
compartilhavam os valores que<br />
existiam durante a fabricação. Algumas<br />
vezes, eles até se sentiam<br />
intimi<strong>da</strong>dos pelos compradores.<br />
Jeff e Rachel se preocupavam em<br />
proteger sua força de trabalho única<br />
na China, mantendo seus valores<br />
intactos. A bambu oferecia um pagamento<br />
justo a seus artesãos e<br />
insistia que as oficinas oferecessem<br />
boas condições de trabalho, o que<br />
encarecia o produto.<br />
Para atender os grandes, além<br />
de produzir em massa, a empresa<br />
seria obriga<strong>da</strong> a investir em sistemas<br />
de identificação compatíveis com<br />
os dos clientes e em armazéns espaçosos.<br />
Só depois de ter a garantia<br />
de um armazém cheio, as grandes<br />
redes fariam o pedido, gerando um<br />
possível problema de estoque: os<br />
varejistas não seriam obrigados a<br />
comprar todos os itens, gerando um<br />
volume de produtos que não poderiam<br />
ser vendidos para qualquer<br />
um, já que estavam identificados de<br />
acordo com o sistema dos grandes.<br />
Em suma, eles perceberam que<br />
atender os grandes iria contra<br />
tudo o que acreditavam. O desafio<br />
era competir em um mercado de<br />
commodities sem comprometer a<br />
quali<strong>da</strong>de. “Quando começamos,<br />
nos comprometemos a trabalhar<br />
apenas com pessoas que pensassem<br />
de maneira similar, e escolhemos<br />
manter esse princípio” diz<br />
Rachel. “Sim, dissemos ‘não’ para<br />
várias oportuni<strong>da</strong>des de negócio,<br />
demitimos clientes. Mas, se você<br />
tem um negócio baseado em princípios,<br />
o que está em jogo é muito<br />
mais do que um pedido. No<br />
final <strong>da</strong>s contas, abandonamos os<br />
centavos rápidos e ficamos com<br />
o dólar lento”, completa.<br />
Com essa escolha, atualmente<br />
a bambu é uma pequena marca global,<br />
líder no segmento de produtos<br />
de cozinha ecologicamente corretos,<br />
que vende em oito países e gerou<br />
uma pequena legião de concorrentes.<br />
Mas isso não preocupa Jeff e<br />
Rachel. Eles se mantêm focados no<br />
negócio. “Somos uma start-up dentro<br />
de uma start-up”, explica Jeff,<br />
que complementa: “Muitos entram<br />
nesse mercado e copiam nossos<br />
produtos. Mas as pessoas não podem<br />
copiar nossa paixão e modo de fabricação”,<br />
argumenta.<br />
Estratégia de crescimento<br />
Hoje, a empresa trabalha com outros<br />
materiais (coco, algodão orgânico,<br />
30<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
cortiça e cedro reciclados e outros)<br />
além do bambu, mas todos mantêm<br />
ligação com a preocupação ecológica<br />
<strong>da</strong> empresa. Assim, dificilmente<br />
uma nova linha é um fracasso<br />
de ven<strong>da</strong>s, pois elas estão basea<strong>da</strong>s<br />
no que a empresa sabe fazer e no<br />
que os clientes esperam dela.<br />
O crescimento <strong>da</strong> bambu é baseado<br />
nessa inovação constante nos<br />
produtos e novos canais de distribuição.<br />
Essa inovação pode vir de<br />
qualquer lugar...<br />
Jeff e Rachel estavam acostumados<br />
a longas caminha<strong>da</strong>s pelas<br />
plantações de bambu <strong>da</strong> China e<br />
Tailândia, e decidiram continuar a<br />
caminhar nos arredores do escritório<br />
de Portland (EUA). Numa dessas<br />
reuniões em movimento, perceberam<br />
famílias fazendo piqueniques<br />
em parques, e tiveram o estalo: a<br />
maioria <strong>da</strong>s pessoas nessas situações<br />
utiliza produtos descartáveis<br />
e semidescartáveis de plástico. Não<br />
havia outra opção no mercado. Seus<br />
produtos poderiam ser perfeitos<br />
para pessoas fazendo trilhas, piqueniques<br />
e escala<strong>da</strong>s. Mais uma<br />
linha de produtos nascia. Não apenas<br />
lucrativa, mas respeitando a<br />
natureza e, aos poucos, conscientizando<br />
os clientes e mu<strong>da</strong>ndo a forma<br />
como as pessoas encaram as<br />
ativi<strong>da</strong>des ao ar livre. “Crescemos<br />
devagar e com cautela”, diz Jeff,<br />
“trabalhamos duro para manter o<br />
que é importante para a empresa”.<br />
Entre o que é importante, está:<br />
Certificar sua matéria-prima<br />
como orgânica e ecologicamente<br />
correta.<br />
Manter os mesmos artesãos que<br />
começaram a trabalhar com<br />
eles, 14 anos atrás.<br />
Oferecer aos mestres carpinteiros<br />
uma quanti<strong>da</strong>de de horas<br />
por mês para que eles<br />
atuem como voluntários em<br />
suas instituições de cari<strong>da</strong>de<br />
favoritas (essas horas são conta<strong>da</strong>s<br />
como se eles trabalhassem<br />
na empresa).<br />
De todos os seus sucessos, o<br />
mais surpreendente é o relacionamento<br />
com a cadeia de lojas Crate<br />
& Barrel, que conta com 170 lojas<br />
no mundo todo. Mesmo sendo um<br />
grande comprador, é um <strong>da</strong>queles<br />
que pensam de maneira similar à<br />
bambu, aceitando a forma de trabalhar<br />
<strong>da</strong> empresa. Em troca, a<br />
bambu desenvolve produtos exclusivos<br />
para a Crate & Barrel.<br />
Futuro<br />
Dando as costas a grandes empresas<br />
e ao mercado de massa, Rachel<br />
e Jeff confiam em seus valores e<br />
princípios para levar a empresa<br />
adiante. E eles não estão sozinhos.<br />
Durante esses anos, descobriram<br />
outras empresas com valores similares,<br />
e juntas elas colaboram em<br />
causas globais como proteção de<br />
colônias de abelhas selvagens, limpeza<br />
dos oceanos e ecossistemas<br />
saudáveis. E, mesmo nesse segmento,<br />
a bambu é muito exigente.<br />
Em 2006, a marca uniu-se à organização<br />
não governamental 1%<br />
Pelo Planeta, na qual as empresas<br />
participantes doam 1% de suas ven<strong>da</strong>s<br />
anuais para causas e organizações<br />
ambientalistas. Entretanto,<br />
sentindo que a 1% Pelo Planeta não<br />
tinha grande organização e controle<br />
sobre as finanças na época, logo<br />
em segui<strong>da</strong> eles a abandonaram..<br />
Em 2017, Jeff e Rachel, ao constatar<br />
que a ONG agora funcionava direito,<br />
orgulhosamente voltaram a<br />
apoiar a causa.<br />
Essa é a maior prova de que uma<br />
empresa que se guia por valores<br />
também é guia<strong>da</strong> por responsabili<strong>da</strong>de<br />
em todos os aspectos.<br />
No final <strong>da</strong>s contas, construir<br />
uma empresa basea<strong>da</strong> em valores e<br />
princípios deu a Rachel e Jeff o poder<br />
de dizer não a decisões que não se<br />
alinham com seu propósito maior.<br />
E faz com que identificar o que se<br />
alinha seja muito mais fácil. Eles<br />
construíram uma empresa que atrai<br />
clientes que amam tanto seus produtos<br />
como sua filosofia – e esses<br />
princípios permanecem sendo sua<br />
estrela-guia. “Tentamos gerir nosso<br />
negócio de maneira responsável, colocando<br />
o foco no produto, nas pessoas<br />
e no planeta. Hoje, estamos na<br />
melhor posição que jamais estivemos.<br />
Estamos animados com o caminho<br />
a nossa frente”, conclui Jeff.<br />
Quer saber mais sobre a empresa?<br />
Visite www.bambuhome.com<br />
Esta reportagem foi publica<strong>da</strong> originalmente no<br />
blog <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de Small Giants (blog.small<br />
giants.org), em inglês. A tradução, feita por Brasilio<br />
Andrade Neto, foi autoriza<strong>da</strong>.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 31
CAPA<br />
<strong>10</strong> <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão<br />
<strong>comercial</strong> em 2018<br />
32<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Imagine-se preso em uma sala vazia,<br />
tendo que decidir seu futuro seguindo<br />
as orientações de uma voz<br />
que vem “do além”. Logo de cara, a<br />
tal voz avisa que um animal entrará<br />
no mesmo ambiente que você em<br />
poucos minutos e que, para sobreviver,<br />
você precisará escolher a arma certa<br />
para combater a “fera”. Seu instinto de<br />
sobrevivência faz com que você queira<br />
perguntar de que animal se trata, mas<br />
antes mesmo de você conseguir abrir a<br />
boca, um silêncio sepulcral se instala e<br />
um relógio inicia a contagem regressiva<br />
para a entra<strong>da</strong> do seu pre<strong>da</strong>dor.<br />
Sem ter acesso a mais informações, nos<br />
dois minutos que antecedem a abertura<br />
<strong>da</strong> porta você analisa o vasto arsenal de<br />
armas à sua disposição. Ao perceber que<br />
tem de tudo um pouco (arco e flecha, espingar<strong>da</strong>,<br />
estilingue e até um sapato velho),<br />
começa a se fazer diversas perguntas:<br />
a Qual será o tamanho desse animal?<br />
a Será que ele se move rápi<strong>da</strong> ou lentamente?<br />
a Aquele ditado que diz que a melhor<br />
defesa é o ataque vale nessa situação<br />
também ou se eu ficar quieto o animal<br />
pode ir embora?<br />
a Como será o ataque dele?<br />
a E assim por diante.<br />
Saiba quais são os obstáculos que os gestores comerciais<br />
devem enfrentar este ano e descubra como superá-los<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 33
“Conquistar<br />
um novo<br />
cliente custa<br />
de cinco a<br />
sete vezes<br />
mais caro do<br />
que fidelizar<br />
seus clientes<br />
atuais.”<br />
Philip Kotler<br />
Tudo isso para tentar tomar uma decisão racional.<br />
Difícil, não?<br />
Ficou preocupado com as cenas seguintes dessa<br />
história? Pois então vamos trazê-la para a reali<strong>da</strong>de<br />
de ven<strong>da</strong>s, que é a que importa...<br />
Nesse caso, a sala vazia é este ano, que está apenas<br />
iniciando. O animal representa ca<strong>da</strong> desafio que<br />
você irá enfrentar ao longo dos próximos 12 meses.<br />
E as armas são os caminhos que você terá que percorrer<br />
para desviar de ca<strong>da</strong> obstáculo (ou, se for o<br />
caso, para derrubá-los ao longo <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong>).<br />
Porém, ao contrário do que aconteceu na cena<br />
ficcional apresenta<strong>da</strong> acima, na vi<strong>da</strong> real você pode<br />
descobrir as respostas às suas principais dúvi<strong>da</strong>s<br />
antes mesmo de “sair para a guerra”. Essa busca por<br />
conhecimento prévio, aliás, vai facilitar – e muito!<br />
– sua busca pelo sucesso. Afinal, é impossível se<br />
preparar para encarar algo que não se conhece –<br />
como saber o que fazer, como fazer, quando agir, e<br />
assim por diante, quando não se sabe na<strong>da</strong> sobre<br />
um oponente?<br />
Sabendo disso e pensando em facilitar a vi<strong>da</strong><br />
dos profissionais de ven<strong>da</strong>s preocupados em iniciar<br />
ca<strong>da</strong> novo ano preparados para o que ele lhes reserva,<br />
há alguns anos Raul Candeloro, diretor <strong>da</strong><br />
<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e especialista em alta performance em<br />
ven<strong>da</strong>s, começou a realizar uma pesquisa anual<br />
para mapear os principais <strong>desafios</strong> que gestores<br />
comerciais previam enfrentar no ciclo que estava<br />
prestes a começar. Em 2017 não foi diferente. Depois<br />
de coletar a opinião de mais de uma centena de<br />
vendedores, gerentes, diretores comerciais e sócios/<br />
proprietários de empresas de diferentes tamanhos<br />
e segmentos, Candeloro chegou à lista dos dez<br />
grandes <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong> em 2018. Por<br />
mais que nem todos apareçam no seu caminho<br />
este ano, entendê-los e saber li<strong>da</strong>r com eles pode<br />
ser um diferencial e tanto ao longo deste ano.<br />
Quer conhecer os <strong>desafios</strong> e saber quais são as<br />
armas que você precisa utilizar para li<strong>da</strong>r com eles?<br />
Siga a leitura desta reportagem. Ela o orientará a<br />
tomar as melhores decisões possíveis na hora de<br />
encarar ca<strong>da</strong> “momento de perigo”.<br />
Atenção! Como ca<strong>da</strong> desafio poderia ser transformado em uma reportagem<br />
especial, linkamos ao longo <strong>da</strong> reportagem vários conteúdos<br />
extras, que estão disponíveis para leitura em nosso site. Não deixe de<br />
ler. Eles complementam as ideias apresenta<strong>da</strong>s aqui e facilitarão sua<br />
jorna<strong>da</strong> rumo a um 2018 de resultados excelentes em ven<strong>da</strong>s!<br />
<strong>10</strong> principais <strong>desafios</strong> para os<br />
gestores comerciais em 2018<br />
1. Treinar a equipe de ven<strong>da</strong>s para detectar e aproveitar<br />
melhor oportuni<strong>da</strong>des dentro <strong>da</strong> própria carteira<br />
de clientes<br />
2. Treinar a equipe para fazer upsell (ven<strong>da</strong> de produtos/serviços/soluções<br />
de maior valor agregado)<br />
Invariavelmente, quando perguntamos aos nossos<br />
leitores em qual dos passos <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> eles têm mais<br />
dificul<strong>da</strong>de/interesse, a resposta mais comum é:<br />
prospecção de clientes. Recebemos tantos pedidos<br />
de conteúdos sobre o tema que em 2015 realizamos<br />
a mais completa pesquisa já feita no Brasil<br />
sobre o assunto e, depois, publicamos uma<br />
edição temática que reúne absolutamente<br />
tudo que você precisa saber para prospectar<br />
melhor (essa edição especial está disponível<br />
para download em nosso site.<br />
Acesse bit.ly/guia-prospeccao e confira).<br />
No entanto, como já dizia o guru Philip Kotler<br />
na déca<strong>da</strong> de 1990, “conquistar um novo cliente custa<br />
de cinco a sete vezes mais caro do que fidelizar<br />
seus clientes atuais”. Além disso, ampliar a ven<strong>da</strong><br />
de mix para quem já faz parte <strong>da</strong> sua carteira pode<br />
trazer resultados ain<strong>da</strong> melhores do que buscar novos<br />
compradores para o seu produto, serviço ou<br />
solução. O problema, porém, é: como treinar a equipe<br />
para detectar e aproveitar melhor oportuni<strong>da</strong>des<br />
dentro <strong>da</strong> carteira de clientes?<br />
E esse foi justamente o desafio mais destacado<br />
pelos participantes <strong>da</strong> pesquisa realiza<strong>da</strong> por Raul<br />
Candeloro no fim do ano passado. Associado a ele,<br />
está também “treinar a equipe para fazer upsell”, que<br />
reunimos nesse tópico.<br />
Como encarar esses <strong>desafios</strong><br />
A metodologia V6, cria<strong>da</strong> por Candeloro, pode ser<br />
sua alia<strong>da</strong> na superação desses <strong>desafios</strong>. O V6 está<br />
baseado em uma matriz simples:<br />
d Clientes: Atuais (que já compram seus produtos/<br />
serviços) e novos (que ain<strong>da</strong> não compram seus<br />
produtos/serviços).<br />
34<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
d PSS: Produtos/serviços/soluções que sua empresa<br />
já tem e oferece, e PSS que sua empresa ain<strong>da</strong><br />
não oferece, mas poderia ofertar.<br />
Com relação aos clientes atuais e às PPS atuais,<br />
você tem três coisas a fazer:<br />
Saiba como colocar o V6<br />
em prática em sua empresa<br />
lendo a reportagem<br />
de capa <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de<br />
setembro/outubro de<br />
2016, que está disponível<br />
em bit.ly/v6-VM.<br />
d Fidelização de clientes (diferenciar-se <strong>da</strong><br />
concorrência e desenvolver ações para aumentar<br />
a leal<strong>da</strong>de dos clientes) – Pesquisas<br />
de satisfação e sugestões de melhoria, net promoter<br />
score (NPS) como ferramenta de melhoria<br />
contínua, pesquisas de clima interno (driver<br />
número um de leal<strong>da</strong>de de clientes), branding e<br />
seu impacto na leal<strong>da</strong>de de clientes, feedback de<br />
clientes e melhorias contínuas na quali<strong>da</strong>de,<br />
incentivo e coleta de testemunhos e depoimentos,<br />
atendimento como ver<strong>da</strong>deiro diferencial<br />
competitivo (e não apenas um discurso barato),<br />
programas de milhagem e suas versões, marketing<br />
<strong>da</strong> experiência (feito corretamente), blin<strong>da</strong>gem<br />
contra a concorrência, estudos de caso e<br />
melhores práticas.<br />
d Gestão <strong>da</strong> carteira – Quem são seus atuais<br />
clientes, quem os atende, segmentação <strong>da</strong> carteira,<br />
segmentação de territórios (equipes externas,<br />
incluindo representantes), curva ABC e<br />
planejamento de contatos, canais de ven<strong>da</strong> e<br />
atendimento segmentados, matriz 2 x 2: Faturamento<br />
x Potencial de compra, matriz 2 x 2: Faturamento<br />
x Lucrativi<strong>da</strong>de, estudos de caso e melhores<br />
práticas.<br />
Raul Candeloro e Marcelo Caetano debateram<br />
todos esses temas em um dos episódios <strong>da</strong><br />
série de vídeos Ven<strong>da</strong>-<br />
Mais Responde. Assista<br />
acessando bit.ly/<br />
<strong>gestao</strong>-carteira.<br />
d Gestão de mix – O que os<br />
clientes compram de você<br />
(e como aumentar a quanti<strong>da</strong>de),<br />
aumento de ticket<br />
médio, combos/pacotes,<br />
ven<strong>da</strong>s adicionais/complementares,<br />
upsell (ven<strong>da</strong> de<br />
produtos/serviços/soluções<br />
de maior valor agregado),<br />
cross-sell e mapa de oportuni<strong>da</strong>des<br />
(ven<strong>da</strong> mix completo para clientes que<br />
ain<strong>da</strong> não compram), matriz BCG, estudos de<br />
caso e melhores práticas.<br />
6 passos para vender mais itens do mix de produtos<br />
para os atuais clientes<br />
1. Treinamento – Um modelo de treinamento de ven<strong>da</strong><br />
de mix que funciona bem é o aplicado por uma<br />
grande empresa farmacêutica. Nessa empresa, to<strong>da</strong><br />
sexta-feira, às 16h, todos os vendedores e propagandistas<br />
se reúnem para participar de um treinamento<br />
sobre os produtos que devem ser tratados com<br />
priori<strong>da</strong>de nas próximas semanas. Após o treinamento,<br />
todos fazem uma espécie de prova sobre<br />
esses produtos, para ver se estão preparados para<br />
vendê-los, e recebem metas de ven<strong>da</strong>s de curto prazo.<br />
Isso é treinar para vender mix. E aí, sua equipe<br />
está prepara<strong>da</strong> para vender mais itens do seu mix<br />
de produtos/serviços?<br />
2. Campanha de incentivo específica para ven<strong>da</strong> de mix – Por<br />
mais que campanhas genéricas tragam algum resultado,<br />
o que funciona mesmo é a campanha foca<strong>da</strong><br />
no objetivo principal – que, nesse caso, é ampliar<br />
o número de itens na conta final. Essa campanha<br />
fará seus vendedores começarem efetivamente a<br />
vender mais os itens que an<strong>da</strong>vam parados. Assim,<br />
o vendedor que antes, por exemplo, vendia dez itens<br />
em média por cliente, passará a vender 12 – ou seja,<br />
um crescimento de 20% pelo mesmo custo. Nesse<br />
sentido, também é importante que a campanha<br />
seja direciona<strong>da</strong>. Ou seja, antes de man<strong>da</strong>r o vendedor<br />
para a rua já com as metas de ven<strong>da</strong>s de mix,<br />
analise quais são os clientes <strong>da</strong> carteira que poderiam<br />
comprar mais itens e direcione o olhar do seu<br />
vendedor para aqueles que oferecem um ver<strong>da</strong>deiro<br />
potencial de crescimento. Além disso, já defina quais<br />
serão os itens que deverão ser ofertados a ca<strong>da</strong><br />
cliente. Esse direcionamento fará diferença nos<br />
resultados.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 35
3. Lançamento de produtos – Muitas empresas não lançam<br />
novos itens, elas simplesmente começam a<br />
vendê-los. Chega um produto novo e pronto, os vendedores<br />
precisam começar a oferecê-lo imediatamente<br />
aos clientes. O gerente não apresenta o item<br />
para a equipe, não há demonstração do produto, ele<br />
simplesmente surge como se caísse do céu na estrutura<br />
de ven<strong>da</strong>s. O que acontece? A equipe, mal prepara<strong>da</strong>,<br />
não consegue vender o produto novo. Outra<br />
situação é aquela em que a empresa investe milhares<br />
de reais no lançamento, entrega o produto na mão<br />
<strong>da</strong> equipe, apresenta duas ou três características<br />
dele e man<strong>da</strong> todo mundo para a rua. Isso, obviamente,<br />
sempre acaba muito mal. O que é preciso<br />
fazer, então? Cui<strong>da</strong>r dos detalhes do lançamento de<br />
ca<strong>da</strong> novo item!<br />
4. Inteligência de ven<strong>da</strong>s – Além de tudo isso, não se<br />
pode deixar a inteligência de ven<strong>da</strong>s de lado. O vendedor<br />
precisa chegar no cliente preparado para<br />
oferecer rapi<strong>da</strong>mente os itens do mix. Para isso, ter<br />
um excelente software é importante. Com a aju<strong>da</strong><br />
de uma ferramenta que automatize o processo, vender<br />
mais itens ficará muito mais simples.<br />
5. Comunicação – Um erro que costuma prejudicar a<br />
ven<strong>da</strong> de mix é a falta de preocupação que as empresas<br />
têm em trabalhar a comunicação dos itens<br />
que an<strong>da</strong>m encalhados e dos lançamentos. É comum<br />
que os produtos que já se destacam estejam sob a luz<br />
dos holofotes e ganhem to<strong>da</strong> a atenção em termos<br />
de comunicação, mas isso apenas joga contra a estratégia<br />
de ampliar o número de itens vendidos<br />
para os clientes atuais. Se essa é a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua<br />
empresa até o momento, está na hora de mu<strong>da</strong>r esse<br />
cenário. Uma boa comunicação aju<strong>da</strong> sua equipe a<br />
vender mais mix. Cuide disso!<br />
6. Organização <strong>da</strong> equipe <strong>comercial</strong> – A última etapa desse<br />
processo é a definição de quem serão os responsáveis<br />
pela ampliação do mix oferecido. Antes de<br />
colocar todo mundo para vender mais itens aos<br />
atuais clientes, é preciso se perguntar: será que a<br />
equipe inteira deve fazer parte dessa estratégia?<br />
Como devo reorganizar meus vendedores para tornar<br />
isso possível?<br />
3. Aju<strong>da</strong>r os vendedores a fazerem mais e melhores<br />
perguntas, para entender melhor as necessi<strong>da</strong>des e<br />
oportuni<strong>da</strong>des dos clientes<br />
4. Aju<strong>da</strong>r a equipe a ter uma postura mais consultiva<br />
na ven<strong>da</strong><br />
Estes dois <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong> em 2018<br />
estão bem alinhados aos dois primeiros, uma vez<br />
que de (quase) na<strong>da</strong> adianta convencer seus vendedores<br />
a venderem mais itens do mix e a fazerem<br />
upsell, se eles não souberem identificar quais são<br />
as reais necessi<strong>da</strong>des e oportuni<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong><br />
cliente e não tiverem uma postura mais consultiva<br />
na ven<strong>da</strong>.<br />
E aí entra mais um passo <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>: o levantamento<br />
de necessi<strong>da</strong>des, que Raul Candeloro considera<br />
o mais importante de todos e aquele que realmente<br />
separa profissionais de amadores. “Saber o que<br />
perguntar, saber ouvir e saber usar depois as informações<br />
coleta<strong>da</strong>s de maneira produtiva é fun<strong>da</strong>mental<br />
se você realmente quiser atender bem seus clientes<br />
e melhorar seus resultados em ven<strong>da</strong>s”, aponta.<br />
Como encarar esses <strong>desafios</strong><br />
Sua equipe de ven<strong>da</strong>s precisa entender que se preocupar<br />
em seguir um roteiro bem estruturado de<br />
perguntas é fun<strong>da</strong>mental para fazer um levantamento<br />
de necessi<strong>da</strong>des efetivo. A fórmula que defendemos<br />
na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> chama-se SEPAPIAG. Ao<br />
segui-la, seus vendedores precisarão se preocupar<br />
em fazer perguntas que o ajudem a identificar:<br />
d Situação do cliente – Qual é o momento atual <strong>da</strong><br />
sua empresa? Como foi o ano de 2017? O que<br />
isso representa na comparação com os anos anteriores?<br />
d Expectativas do cliente – Quais são suas expectativas<br />
ao adquirir nosso produto/serviço/solução?<br />
Que resultados você deseja alcançar nos próximos<br />
36<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
anos?<br />
d Problema que o cliente tem ou está tentando<br />
evitar – O que o tem incomo<strong>da</strong>do em seu dia a<br />
dia? Qual é o problema que vocês têm enfrentado<br />
e que nosso produto/serviço/solução pode<br />
aju<strong>da</strong>r a resolver?<br />
d Aprofun<strong>da</strong>mento – Quais são as consequências<br />
desse problema? Como ele está prejudicando a<br />
sua vi<strong>da</strong>/a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> empresa? Quais são suas expectativas<br />
em relação a resolução desse problema?<br />
d Preocupações do cliente em relação à possível<br />
compra – Quais são as dúvi<strong>da</strong>s que você tem em<br />
relação ao nosso produto/serviço/solução? O que<br />
o faz pensar em não fechar o negócio?<br />
d Irritadores que o cliente procura evitar (e você<br />
também) – O que mais o irrita: entrega lenta,<br />
atendimento ruim, processos de compra complicados,<br />
falta de pós-ven<strong>da</strong>, vendedores simpáticos<br />
demais etc.?<br />
d Alternativas – Com quem você está cotando,<br />
além de nós? Ficar sem adquirir esse produto/<br />
serviço/solução é uma opção que você cogita?<br />
Por quê? Quais opções você tem para resolver<br />
essa questão/atender a essa necessi<strong>da</strong>de/realizar<br />
esse desejo?<br />
d Ganhos/benefícios – Qual a definição de “sucesso”<br />
final, além do preço mais baixo? Quais benefícios,<br />
lucros, melhorias acontecerão se conseguirmos<br />
resolver esse problema? Quem será<br />
beneficiado por isso?<br />
5. Aju<strong>da</strong>r a equipe a ter argumentos para reforçar<br />
os diferenciais em relação à concorrência<br />
6. Aju<strong>da</strong>r a equipe a trabalhar corretamente o posicionamento<br />
de mercado em relação aos produtos/<br />
serviços/soluções<br />
7. Fazer com que os vendedores melhorem sua argumentação<br />
e negociação, dependendo menos de descontos<br />
para fechar ven<strong>da</strong>s<br />
Bons produtos ou serviços não se vendem sozinhos.<br />
Preço não é tudo. Para ter sucesso em ven<strong>da</strong>s,<br />
é preciso muito mais. Mas muitas vezes, preocupados<br />
em bater suas metas, vendedores vão direto ao assunto<br />
“preço” quando estão em contato com prospects<br />
ou clientes. É seu dever prepará-los para reforçar os<br />
diferenciais em relação à concorrência, trabalhar o<br />
posicionamento de mercado em relação aos produtos,<br />
serviços ou soluções que vocês vendem, e negociar<br />
melhor com ca<strong>da</strong> cliente.<br />
Como encarar esses <strong>desafios</strong><br />
Vender valor, destacar seus diferenciais, investir em<br />
seu posicionamento. Esse é o caminho para superar<br />
esses <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong> em 2018. Há muitas<br />
formas de se fazer isso no dia a dia. Estas são algumas<br />
delas, na visão de Candeloro:<br />
d Diferencie-se eliminando “irritadores”. Irritador<br />
é tudo aquilo que dificulta ou irrita o cliente<br />
na hora de comprar. Veja o caso <strong>da</strong> Azul, por<br />
exemplo: uma <strong>da</strong>s primeiras coisas que fez quando<br />
decidiu trabalhar no Brasil foi perguntar aos<br />
futuros clientes o que mais os irritava na hora de<br />
viajar. “Poltrona do meio”, “não ter opções de lanche”,<br />
“não ter opções de programação de vídeo”,<br />
“demora na saí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s malas” foram itens que<br />
apareceram na pesquisa. Ao eliminá-los, a Azul<br />
criou uma experiência com mais chance de ser<br />
agradável (nem sempre será perfeita, mas tem<br />
altas probabili<strong>da</strong>des de ser). Incrivelmente, as<br />
empresas nunca perguntam o que mais irrita o<br />
cliente. Você sabe quais são os irritadores dos seus<br />
clientes? Lembre-se de descobrir isso durante o<br />
levantamento de necessi<strong>da</strong>des.<br />
d Ajude seus clientes a se desenvolverem através<br />
de informações, artigos, cursos e treinamentos.<br />
Imagine que to<strong>da</strong> semana uma pessoa man<strong>da</strong>sse<br />
um e-mail para você tentando vender alguma<br />
coisa. Seria uma relação fácil de entender: ela<br />
quer seu dinheiro, você pode ou não querer o que<br />
ela tem para vender. Provavelmente, existiria alta<br />
probabili<strong>da</strong>de de você deletar com frequência esses<br />
e-mails. Agora pense num cenário diferente: 80%<br />
dos e-mails têm informações que aju<strong>da</strong>m o cliente<br />
(você) a melhorar seus resultados, seja na vi<strong>da</strong><br />
pessoal, seja no trabalho. Dicas rápi<strong>da</strong>s, curtas,<br />
que podem ser úteis rapi<strong>da</strong>mente. Agora você<br />
provavelmente passaria a pelo menos <strong>da</strong>r uma<br />
olha<strong>da</strong> nos e-mails, certo? Pois é… antes de pedirmos<br />
a atenção <strong>da</strong>s pessoas, precisamos ter crédito<br />
com elas. E os vendedores an<strong>da</strong>m muito carentes<br />
e capengas na construção do seu “crédito pessoal”<br />
com clientes. Aju<strong>da</strong>r alguém sem pedir na<strong>da</strong> de<br />
volta é a melhor forma de construir esse crédito.<br />
“Saber o que<br />
perguntar,<br />
saber ouvir<br />
e saber usar<br />
depois as<br />
informações<br />
coleta<strong>da</strong>s<br />
de maneira<br />
produtiva é<br />
fun<strong>da</strong>mental<br />
se você<br />
realmente<br />
quiser atender<br />
bem seus<br />
clientes e<br />
melhorar seus<br />
resultados em<br />
ven<strong>da</strong>s.”<br />
Raul<br />
Candeloro<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 37
“Antes de<br />
pedirmos a<br />
atenção <strong>da</strong>s<br />
pessoas,<br />
precisamos<br />
ter crédito<br />
com elas. E os<br />
vendedores<br />
an<strong>da</strong>m muito<br />
carentes e<br />
capengas na<br />
construção do<br />
seu 'crédito<br />
pessoal' com<br />
clientes.<br />
Aju<strong>da</strong>r alguém<br />
sem pedir na<strong>da</strong><br />
de volta é a<br />
melhor forma<br />
de construir<br />
esse crédito.”<br />
Então sempre que você puder aju<strong>da</strong>r seus clientes<br />
(com informação, com recomen<strong>da</strong>ções, com indicações),<br />
aproveite a oportuni<strong>da</strong>de. Vendedores que<br />
dão artigos e livros de presente aos clientes, que<br />
fazem cursos com os clientes, que oferecem treinamentos<br />
aos clientes e suas equipes, sempre são<br />
vistos como diferentes e mais envolvidos.<br />
d Kaizen em indicadores importantes para o<br />
cliente. Kaizen é uma palavra japonesa que significa<br />
melhoria contínua. A melhor definição do<br />
Kaizen é “hoje melhor do que ontem, amanhã<br />
melhor do que hoje”. Se você colocar como meta<br />
a melhoria contínua de alguns indicadores importantes<br />
para o cliente, com certeza criará grandes<br />
diferenciais em relação à concorrência. O Kaizen<br />
obriga você a repensar processos, a eliminar desperdícios,<br />
redundâncias e retrabalho, a ser inteligente<br />
e criativo, a combater a burocracia. Basicamente,<br />
você começa a pensar o tempo inteiro: a)<br />
Isto precisa realmente ser feito?; b) Se precisa ser<br />
feito, o jeito que estamos fazendo hoje é realmente<br />
a melhor forma de fazer? Com o passar do<br />
tempo a empresa inteira passará a ser mais eficiente<br />
e, passo a passo, isso vai construindo uma<br />
cultura e uma imagem de diferenciação.<br />
Além de tudo isso, é fun<strong>da</strong>mental que essas ações<br />
estejam claras para todos os colaboradores. Assim,<br />
ficará mais fácil para eles “vender” o que sua empresa,<br />
seu produto, seu serviço tem de diferente!<br />
Falando especificamente sobre negociação, em<br />
março/abril de 2017 publicamos uma edição especial<br />
sobre o tema. Ela é um ver<strong>da</strong>deiro guia para ajudá-lo<br />
a encarar esse desafio. Acesse bit.ly/vm-negociacao e<br />
faça o download.<br />
8. Reduzir o tempo que os vendedores gastam com<br />
ativi<strong>da</strong>des não liga<strong>da</strong>s diretamente a vender e atender<br />
clientes<br />
Que atire uma pedra quem nunca desejou um dia com<br />
30 horas para <strong>da</strong>r conta de tudo que tinha planejado.<br />
Porém, a ver<strong>da</strong>de é que muitas vezes o problema não<br />
é a falta de tempo, e sim a má gestão <strong>da</strong>s horas disponíveis.<br />
E os gestores de equipes comerciais perceberam<br />
isso. Tanto é que “reduzir o tempo que os vendedores<br />
gastam com ativi<strong>da</strong>des não liga<strong>da</strong>s diretamente a<br />
vender e atender clientes” é mais um dos <strong>desafios</strong> que<br />
eles preveem enfrentar este ano.<br />
Como encarar esse desafio<br />
Além de colocar em prática dicas de<br />
administração do tempo, como gestor,<br />
você precisa se preocupar em cui<strong>da</strong>r<br />
dos detalhes <strong>da</strong> execução de tudo que<br />
é fun<strong>da</strong>mental para que os resultados<br />
apareçam em sua empresa. Para isso,<br />
você pode seguir as quatro regras <strong>da</strong><br />
execução:<br />
1) Foque no crucialmente importante.<br />
2) Atue nas medi<strong>da</strong>s de correção.<br />
3) Mantenha um placar envolvente.<br />
4) Crie uma cadência de responsabili<strong>da</strong>de.<br />
Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
de julho de 2016, explicamos<br />
essas quatro<br />
disciplinas em detalhes.<br />
Perdeu? Acesse bit.ly/4dx-VM e<br />
confira!<br />
9. Treinar a equipe para prospectar mais e de maneira<br />
mais eficiente<br />
Outro desafio apresentado pelos gestores comerciais<br />
que participaram <strong>da</strong> pesquisa do ano passado foi o<br />
treinamento <strong>da</strong> equipe para prospectar mais e de<br />
maneira mais eficiente. O guia sobre prospecção, do<br />
qual falamos anteriormente, é, com certeza, o material<br />
que você precisa ler para superar esse desafio. No<br />
entanto, antes de colocar as dicas dele em prática,<br />
você precisa analisar a forma como sua equipe prospecta<br />
atualmente para descobrir quais são as falhas<br />
cometi<strong>da</strong>s nesse processo no momento.<br />
Como encarar esse desafio<br />
Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de janeiro<br />
de 2016, publicamos<br />
uma entrevista com<br />
Christian Barbosa, especialista<br />
em administração<br />
do tempo, sobre<br />
gestão do tempo para<br />
vendedores. As lições<br />
que ele deu podem ser<br />
muito úteis para você.<br />
Para ler, acesse bit.ly/<br />
tempo-vendedores.<br />
Para avaliar seu processo de prospecção de clientes,<br />
respon<strong>da</strong> às seguintes perguntas:<br />
d Você sabe, com <strong>10</strong>0% de certeza, de onde vêm todos<br />
os clientes novos no mês? Se não, como pode melhorar<br />
o controle sobre isso?<br />
d Você tem um indicador de performance específico<br />
para medir os resultados e a eficiência <strong>da</strong>s suas<br />
campanhas de prospecção?<br />
38<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
d Você tem um planejamento e um cronograma de<br />
ações específicas de prospecção de novos clientes?<br />
d O planejamento e o cronograma são seguidos e<br />
executados?<br />
d O perfil do seu cliente ideal, ou seja, qual é exatamente<br />
o perfil de pessoa (B2C) ou empresa (B2B)<br />
com o qual realmente queremos trabalhar, está<br />
claramente definido?<br />
d Sua equipe de marketing (quando existe) e/ou de<br />
ven<strong>da</strong>s entende e respeita esse perfil na hora de<br />
prospectar?<br />
d Qual o ciclo médio de fechamento entre o primeiro<br />
contato de um prospect e o fechamento <strong>da</strong> ven<strong>da</strong><br />
em tempo (horas, dias, semanas, meses)?<br />
d Interessa fechar ven<strong>da</strong>s mais rápido com esses<br />
novos clientes prospectados? Se sim, o que você<br />
tem feito para tentar acelerar esse ciclo?<br />
d Qual o valor médio <strong>da</strong> primeira compra de um<br />
novo cliente?<br />
d Interessa aumentar o valor médio <strong>da</strong> primeira<br />
compra? Se sim, o que você tem feito para isso?<br />
d Quais são as três mídias ou formas de prospecção<br />
que hoje atraem os clientes de maior quali<strong>da</strong>de/<br />
rentabili<strong>da</strong>de?<br />
d Qual é o custo de aquisição de um novo cliente por<br />
essas mídias? Vale a pena o investimento?<br />
d Quais são as três mídias ou formas de prospecção<br />
que hoje atraem o maior número/quanti<strong>da</strong>de/volume<br />
de clientes?<br />
d Qual é o custo de aquisição de um novo cliente por<br />
essas mídias? Vale o investimento? O que você tem<br />
feito ativamente para estimular mais isso?<br />
d Qual é o LTV de um cliente, na média? (LTV = lifetime<br />
value)<br />
d Levando o LTV em conta, quanto você pode investir,<br />
em média, para atrair um novo cliente?<br />
d Estamos satisfeitos com a quanti<strong>da</strong>de e com a<br />
quali<strong>da</strong>de de novos negócios mensais vindos <strong>da</strong><br />
prospecção?<br />
Avaliando tudo isso, de 0 a <strong>10</strong>, que nota média<br />
você <strong>da</strong>ria, de forma geral, ao seu processo de prospecção<br />
hoje? Essa avaliação é o ponto de parti<strong>da</strong> para<br />
a continui<strong>da</strong>de do seu trabalho nesse passo <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>.<br />
<strong>10</strong>. Motivar e engajar a equipe de ven<strong>da</strong>s<br />
O desafio de motivar e engajar a equipe de ven<strong>da</strong>s<br />
não poderia ficar de fora dessa lista, não é mesmo?<br />
Afinal, suas ven<strong>da</strong>s dependem <strong>da</strong>s pessoas que fazem<br />
parte <strong>da</strong> sua equipe, e se elas estiverem desmotiva<strong>da</strong>s<br />
e não forem engaja<strong>da</strong>s na sua causa, as ven<strong>da</strong>s não<br />
acontecerão.<br />
Como encarar esse desafio<br />
O grande segredo para manter sua equipe motiva<strong>da</strong><br />
e engaja<strong>da</strong> é ser um líder presente. Dê atenção às necessi<strong>da</strong>des<br />
<strong>da</strong> sua equipe, disponha-se a aju<strong>da</strong>r sempre<br />
que preciso, não espere as coisas perderem o rumo<br />
para agir... enfim, seja presente! Seu esforço será reconhecido<br />
pelos seus colaboradores, que se sentirão mais<br />
à vontade para falar com você sempre que sentirem<br />
necessi<strong>da</strong>de e ficarão motivados mais facilmente.<br />
E agora?<br />
Se você analisar todos os “como encarar esse desafio”<br />
que apresentamos ao longo desta reportagem, perceberá<br />
que a capacitação está no centro <strong>da</strong> superação<br />
de quase todos os obstáculos. E não poderia ser diferente.<br />
Afinal, profissionais bem treinados, que entendem<br />
o mercado em que atuam, conhecem bem seus<br />
prospects e clientes, dominam as características técnicas<br />
e os benefícios que seus produtos, serviços ou<br />
soluções entregam, e levam seu trabalho em ven<strong>da</strong>s<br />
a sério (e, por isso, estão sempre em busca de conhecimento)<br />
têm mais facili<strong>da</strong>de para superar as dificul<strong>da</strong>des<br />
inerentes à jorna<strong>da</strong> em ven<strong>da</strong>s.<br />
Portanto, a melhor forma de você aproveitar os<br />
primeiros meses do ano para se preparar para o que<br />
vem a seguir é traçando um plano de capacitação<br />
para a sua equipe de ven<strong>da</strong>s para superar os <strong>desafios</strong><br />
que considera mais possível/provável que afetem seus<br />
negócios. Sua lista pode ter todos os itens que apresentamos<br />
aqui, ser completamente diferente dela ou<br />
ter apenas um ou dois <strong>desafios</strong> repetidos e outros<br />
diversos. O importante é que você a utilize como base<br />
para desenvolver o seu programa de treinamento<br />
anual e que, assim, 2018 seja um ano de muitos <strong>desafios</strong><br />
superados e vitórias alcança<strong>da</strong>s!<br />
Precisa de aju<strong>da</strong> para<br />
melhorar a forma como<br />
você treina sua equipe<br />
<strong>comercial</strong>? Acesse bit.<br />
ly/vmjul2014 e faça o<br />
download <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
de julho de 2014, que foi<br />
temática sobre treinamento<br />
em ven<strong>da</strong>s.<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 39
Cultura organizacional e ven<strong>da</strong>s complexas<br />
Ven<strong>da</strong>s<br />
complexas<br />
na prática<br />
Por Cristofer Renan<br />
uando falamos sobre ven<strong>da</strong>s, é natural que<br />
pensemos em questões como rotina do departamento<br />
<strong>comercial</strong>, comunicação e desempenho<br />
do mercado. Por motivos óbvios,<br />
há uma influência desses fatores no sucesso<br />
<strong>comercial</strong> de um negócio. Porém, vejo que,<br />
para discutirmos assuntos como proativi<strong>da</strong>de<br />
na prospecção, previsibili<strong>da</strong>de do funil e<br />
remuneração em ven<strong>da</strong>s complexas, deveríamos<br />
iniciar respondendo esta pergunta:<br />
“Qual o impacto <strong>da</strong> cultura organizacional de uma empresa em<br />
seu desempenho <strong>comercial</strong>?”.<br />
Cultura organizacional é algo automaticamente associado a<br />
um conjunto de crenças, valores e visões de futuro que direcionam<br />
uma organização para um objetivo em comum. Em meio a to<strong>da</strong>s<br />
essas informações, é inevitável que o lado <strong>comercial</strong> do negócio<br />
40<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
esteja presente; afinal, visão de futuro normalmente<br />
está relaciona<strong>da</strong> a crescimento e embala<strong>da</strong> pelo sucesso<br />
nas ven<strong>da</strong>s. Além disso, dentre crenças e valores,<br />
sempre há alguns pontos que o mercado considera<br />
essenciais, estampados nos quadros. Mas essa participação<br />
atribuí<strong>da</strong> ao <strong>comercial</strong> é suficiente? Qual a profundi<strong>da</strong>de<br />
que uma discussão relaciona<strong>da</strong> a temas<br />
como prospecção, funil de ven<strong>da</strong>s, desempenho <strong>comercial</strong><br />
deve atingir? Quanto esses assuntos vão além <strong>da</strong><br />
conotação estratégica, relaciona<strong>da</strong> à elaboração e à<br />
execução de um planejamento, e além dos fatores de<br />
mercado? Qual a influência <strong>da</strong> cultura organizacional<br />
de uma empresa nas decisões relaciona<strong>da</strong>s ao <strong>comercial</strong>?<br />
Acredito que, se quisermos ter respostas eficientes<br />
para esses <strong>desafios</strong>, devemos analisar a necessi<strong>da</strong>de<br />
de mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> essência de nossas empresas. Garantir<br />
um alto nível de desempenho <strong>comercial</strong> sem ir direto<br />
às raízes, sem modificar a cultura, é uma missão quase<br />
impossível. Para isso, estes questionamentos são<br />
úteis, pois nos aju<strong>da</strong>m a avaliar a cultura de nossas<br />
empresas em temas relacionados ao <strong>comercial</strong>:<br />
3 Qual é o nível de compreensão <strong>da</strong> sua empresa<br />
quanto ao conceito de ven<strong>da</strong> complexa?<br />
3 Qual é a principal preocupação <strong>da</strong> sua empresa ao<br />
definir os indicadores comerciais?<br />
3 O que realmente faz sua empresa optar por representante<br />
<strong>comercial</strong> ou vendedor CLT?<br />
3 Qual o objetivo do vendedor em uma ven<strong>da</strong> complexa?<br />
E quanto a empresa contribui para isso?<br />
3 De que maneira a sua empresa se posiciona diante<br />
<strong>da</strong>s novas oportuni<strong>da</strong>des de negócios gera<strong>da</strong>s?<br />
É evidente a falta de compreensão de boa parte <strong>da</strong>s<br />
empresas quanto aos fatores que tornam uma ven<strong>da</strong><br />
complexa. Sem a compreensão necessária, há uma<br />
distorção muito grande de qual conduta seguir em<br />
relação às ativi<strong>da</strong>des comerciais.<br />
Entendendo a ven<strong>da</strong> complexa<br />
Uma ven<strong>da</strong> complexa é uma transação <strong>comercial</strong>,<br />
normalmente de ciclo longo e ticket médio alto, realiza<strong>da</strong><br />
obrigatoriamente por meio de ven<strong>da</strong> consultiva<br />
e em que uma decisão erra<strong>da</strong> por parte do comprador<br />
afeta diretamente outras pessoas e outros setores. Por<br />
exemplo: se você errar na compra de uma camisa, as<br />
consequências negativas serão muito menores do que<br />
se você errar na compra de um carro. A mesma lógica<br />
deve ser respeita<strong>da</strong> para ven<strong>da</strong>s B2B.<br />
Com base na conscientização quanto ao real<br />
conceito de ven<strong>da</strong>s complexas, torna-se muito mais<br />
fácil tomar decisões relaciona<strong>da</strong>s ao <strong>comercial</strong> apoiando-se<br />
nessas diretrizes.<br />
Indicadores comerciais<br />
É comum vermos empresas definirem seus indicadores<br />
comerciais a partir de iniciativas relaciona<strong>da</strong>s à tentativa<br />
de aumento de produção, que nem sempre está<br />
vincula<strong>da</strong> ao aumento de produtivi<strong>da</strong>de. Em outras<br />
palavras, algumas empresas com dificul<strong>da</strong>des em ven<strong>da</strong>s<br />
complexas buscam fazer com que o vendedor realize<br />
mais ligações, mais visitas e apresente mais propostas.<br />
Elas utilizam os indicadores para tentar fazer os<br />
profissionais trabalharem mais, não melhor. Um erro!<br />
Os indicadores devem ser definidos prioritariamente<br />
para desenvolver o desempenho <strong>da</strong> equipe <strong>comercial</strong>,<br />
fazendo com que a performance dos vendedores evolua.<br />
Depois disso, chega o momento de fazê-los trabalhar<br />
mais, quando possível. Fazer a equipe trabalhar mais<br />
sem estar prepara<strong>da</strong> é um grande erro, e as possíveis<br />
consequências são:<br />
3 Elevação no custo de aquisição do cliente.<br />
3 Aumento na quanti<strong>da</strong>de de prospects em desacordo<br />
com o perfil de cliente ideal.<br />
3 Excesso na carteira de prospecção dos vendedores,<br />
causando a falta de atenção necessária em uma<br />
ven<strong>da</strong> consultiva.<br />
Os indicadores devem servir para que os vendedores<br />
tenham maior clareza em relação ao processo <strong>comercial</strong>.<br />
É extremamente importante que o vendedor<br />
saiba qual é, em média, a quanti<strong>da</strong>de de ligações necessárias<br />
para fazer um contato de sucesso com um prospect;<br />
quantas reuniões após a primeira visita normalmente<br />
são necessárias para conseguir um acordo com o potencial<br />
cliente; qual é o fluxo de cadência correto para<br />
seguir em ca<strong>da</strong> etapa do funil; qual é a taxa de conversão<br />
dos melhores vendedores <strong>da</strong> empresa; e qual é a<br />
taxa de conversão média.<br />
Imagine, por exemplo, se você tivesse que ro<strong>da</strong>r mil<br />
quilômetros de carro para visitar um cliente, a estra<strong>da</strong><br />
não tivesse placas de sinalização, e o carro estivesse<br />
sem GPS. Como você se sentiria?<br />
Da mesma forma, o simples fato de o vendedor saber<br />
onde está automaticamente vai aumentar seu nível de<br />
motivação, foco e proativi<strong>da</strong>de. A reali<strong>da</strong>de, no entanto,<br />
é que a maioria dos vendedores e <strong>da</strong>s empresas não tem<br />
um processo <strong>comercial</strong> bem desenhado e não consegue<br />
identificar em qual etapa do funil o potencial cliente<br />
está. Precisamos informar nossos vendedores quantos<br />
“nãos” ele precisa para conseguir um “sim”!<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 41
“Garantir um<br />
alto nível de<br />
desempenho<br />
<strong>comercial</strong> sem<br />
ir direto às<br />
raízes, sem<br />
modificar a<br />
cultura é uma<br />
missão quase<br />
impossível.”<br />
O vendedor na ven<strong>da</strong> complexa<br />
Se falta clareza quanto ao conceito de ven<strong>da</strong> complexa,<br />
a consequência natural é que as empresas tenham<br />
menos clareza ain<strong>da</strong> quando o foco é definir o ver<strong>da</strong>deiro<br />
papel do vendedor nesse tipo de ven<strong>da</strong>.<br />
Como vimos anteriormente, um dos pontos primordiais<br />
que tornam uma ven<strong>da</strong> complexa é a consequência<br />
que uma decisão de compra gera a terceiros.<br />
Normalmente, durante o processo de ven<strong>da</strong> complexa,<br />
esses terceiros acabam se envolvendo direta ou indiretamente<br />
na decisão de compra por parte do cliente.<br />
Isso faz com que a maior a parte de uma ven<strong>da</strong> complexa<br />
ocorra quando o vendedor não está presente.<br />
Com isso, há uma necessi<strong>da</strong>de vital <strong>da</strong>s empresas<br />
em treinar seus vendedores para que, além de “convencer”<br />
o potencial cliente de que suas soluções são<br />
vantajosas, consigam “capacitar” o seu contato dentro<br />
<strong>da</strong> empresa para que realize a ven<strong>da</strong> enquanto eles<br />
não estiverem presentes.<br />
Assim, certificar-se de que o “comprador” em questão<br />
entendeu todos os benefícios e conseguirá passá-los<br />
adiante quando for apresentar o seu produto, serviço<br />
ou projeto para os outros interessados deve ser o principal<br />
objetivo do vendedor no processo de ven<strong>da</strong> complexa.<br />
Mas você pode perguntar: “Quais outras funções<br />
devem ser atribuí<strong>da</strong>s ao vendedor nesse processo?”<br />
Não existe uma fórmula-padrão! Há uma variação<br />
muito grande, dependendo <strong>da</strong>s peculiari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong><br />
segmento. Existem empresas que optam por manter<br />
os vendedores fazendo um pouco de tudo: prospecção,<br />
agen<strong>da</strong>mento, análise <strong>da</strong> carteira de clientes, emissão<br />
de pedidos, atendimentos, entre outros, enquanto outras<br />
empresas preferem dividir essas funções.<br />
Caso seus vendedores/representantes sejam responsáveis<br />
por realizar os agen<strong>da</strong>mentos, segue um<br />
ponto que deve ser levado em consideração em to<strong>da</strong>s<br />
as situações: sabemos que as dificul<strong>da</strong>des estão ca<strong>da</strong><br />
vez maiores para a realização de agen<strong>da</strong>mentos com<br />
os potenciais clientes. Os tomadores de decisão estão<br />
ca<strong>da</strong> vez mais “blin<strong>da</strong>dos”, e o processo de agen<strong>da</strong>mento<br />
necessita de rotina, disciplina, tempo, paciência<br />
e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de técnica extremamente eleva<strong>da</strong> para<br />
essa função. Um bom vendedor não necessariamente<br />
é bom em agen<strong>da</strong>r reuniões.<br />
Para conseguir chegar à conclusão do que é melhor<br />
para sua empresa, você deve realizar alguns questionamentos<br />
e mensurar os pontos abaixo:<br />
3 Quanto tempo o vendedor passa prospectando ou<br />
realizando agen<strong>da</strong>mentos?<br />
3 Como é o desempenho do vendedor no processo<br />
de agen<strong>da</strong>mento?<br />
3 Quanto tempo ele passa em reuniões com o cliente?<br />
3 Quanto tempo passa emitindo pedidos?<br />
3 Qual a eficiência <strong>da</strong> análise do vendedor referente<br />
à sua carteira de clientes?<br />
É bem provável que, caso seus vendedores/representantes<br />
sejam os responsáveis pelo agen<strong>da</strong>mento,<br />
você conclua, após os questionamentos anteriores, que<br />
eles não são bons o suficiente na realização dessa ativi<strong>da</strong>de<br />
e que, além de desenvolver essa função normalmente<br />
de maneira desmotiva<strong>da</strong>, a obrigação de<br />
agen<strong>da</strong>r faça com que o tempo que deveria ser destinado<br />
a estar com os clientes seja reduzido.<br />
Caso a sua equipe já possua um profissional responsável<br />
por agen<strong>da</strong>mentos, certifique-se de que você<br />
está <strong>da</strong>ndo a ele a importância mereci<strong>da</strong>. Esse profissional<br />
é responsável pelo sucesso de seus vendedores,<br />
e ele deve ser transformado em um especialista em<br />
agen<strong>da</strong>mento, de modo a conseguir puxar um aumento<br />
de produtivi<strong>da</strong>de de to<strong>da</strong> a equipe.<br />
Outros benefícios que um especialista em prospecção<br />
e agen<strong>da</strong>mento em sua equipe pode trazer:<br />
3 Se você estipular metas claras e bonificação por<br />
cumprimento, você praticamente garante a proativi<strong>da</strong>de<br />
nessa etapa do processo <strong>comercial</strong>.<br />
3 Há um aumento natural na previsibili<strong>da</strong>de do<br />
funil e na estimativa de ven<strong>da</strong>s. Isso acontece<br />
porque o prospect só é transferido ao vendedor<br />
quando há confirmação de que ele realmente se<br />
enquadra no “perfil do cliente ideal”, evitando que<br />
o vendedor visite clientes que não “compensariam”.<br />
3 Esse profissional pode auxiliar o vendedor na<br />
gestão de clientes inativos e “a inativar”.<br />
A empresa na ven<strong>da</strong> complexa<br />
Após compreender o conceito de ven<strong>da</strong> complexa,<br />
definir claramente o principal objetivo do vendedor<br />
nesse tipo de ven<strong>da</strong> e de iniciar um debate sobre quais<br />
funções do processo <strong>comercial</strong> devem ser atribuí<strong>da</strong>s<br />
ao vendedor, chegamos a um ponto extremamente<br />
crítico: qual o comportamento que a empresa deve<br />
adotar durante o processo de ven<strong>da</strong> complexa?<br />
Assim como nos temas anteriores, convido você a<br />
procurar as reflexões diretamente nas raízes e origens.<br />
Para isso, gostaria de direcionar nossa discussão para<br />
o seguinte: o que nos faz optar por representante <strong>comercial</strong><br />
ou vendedor CLT?<br />
To<strong>da</strong>s as empresas que necessitem de um relacionamento<br />
direto e pessoal através de visitas com os<br />
seus clientes, em algum momento, sentiram a necessi<strong>da</strong>de<br />
de contratar mais profissionais de ven<strong>da</strong>s. E é<br />
42<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
aí que normalmente chegam ao impasse: “Vamos<br />
contratar representante <strong>comercial</strong> ou vendedor CLT?”.<br />
Novamente, não há uma fórmula padrão para o<br />
sucesso! Existem diversas empresas que foram extremamente<br />
bem-sucedi<strong>da</strong>s trabalhando somente com<br />
representantes comerciais, enquanto outras só conseguiram<br />
sucesso quando focaram em equipes CLT. Há,<br />
ain<strong>da</strong>, as que conseguiram equilibrar os resultados<br />
quando desenvolveram equipes mistas.<br />
Vejo que a resposta para essa dúvi<strong>da</strong> está na sua<br />
essência e na racionali<strong>da</strong>de que você coloca na decisão.<br />
É comum surgirem opiniões como: “Vamos colocar<br />
representante <strong>comercial</strong>, pois ele só gerará custo se<br />
vender”. Enquanto você encarar sua equipe <strong>comercial</strong><br />
como custo e não investimento, é natural que seus<br />
resultados sejam catastróficos.<br />
O pior ain<strong>da</strong> é que, em se tratando de representante<br />
<strong>comercial</strong>, não há uma subordinação direta, e,<br />
diante dos possíveis resultados abaixo do esperado, a<br />
empresa por diversas vezes acaba não sabendo o que<br />
fazer por não querer realizar cobranças diretas.<br />
Lembre-se de que ven<strong>da</strong> complexa se trata de ciclo<br />
de ven<strong>da</strong> normalmente longo e com ticket médio elevado.<br />
É natural que se necessite de um investimento<br />
grande com deslocamento e visitas até conseguir um<br />
acordo com o cliente. Quanto o fato de não haver uma<br />
subordinação direta pode atrapalhar a execução de<br />
seu planejamento? Assim, é necessário se questionar:<br />
quanto um representante <strong>comercial</strong> autônomo está<br />
disposto a antecipar de investimento em um ciclo de<br />
ven<strong>da</strong> longo?<br />
Considere sempre a possibili<strong>da</strong>de de trabalhar com<br />
vendedores externos com comissões menores que as<br />
do representante <strong>comercial</strong>, de modo a compensar o<br />
investimento que garanta que sua equipe esteja na<br />
rua. É natural que, em ven<strong>da</strong>s de ciclo longo, o representante<br />
deixe de fazer algumas visitas pensando em<br />
“economizar”. Faça as contas e veja quanto deveria ser<br />
a meta de ven<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> vendedor, considerando valores<br />
de comissão, salários, encargos, custos com deslocamento,<br />
alimentação e hotel para atingir o mesmo<br />
percentual que a comissão do representante. É possível<br />
que haja uma redução percentual se você trabalhar<br />
com CLT a partir de um determinado volume de ven<strong>da</strong>s.<br />
Porém, há uma responsabili<strong>da</strong>de grande de fazer<br />
todos os vendedores baterem suas metas. Esteja preparado<br />
para essa responsabili<strong>da</strong>de!<br />
cliente e elaborar uma proposta adequa<strong>da</strong>. É preciso<br />
fazer a leitura correta de em qual etapa do funil o<br />
cliente se encontra e manter o fluxo de cadência<br />
adequado; enquanto isso, deve-se manter a paciência<br />
e a tranquili<strong>da</strong>de necessárias para não pressionar<br />
os vendedores sem necessi<strong>da</strong>de.<br />
Como sabemos, normalmente estamos em um<br />
processo com ciclo longo, na ven<strong>da</strong> complexa. Quando<br />
o vendedor é pressionado pela empresa, a tendência<br />
natural é que transfira essa pressão para o potencial<br />
cliente, o que pode gerar <strong>da</strong>nos irreversíveis para o<br />
sucesso do negócio.<br />
Durante o processo de gestão de oportuni<strong>da</strong>des,<br />
procure não superestimar nem supervalorizar as<br />
oportuni<strong>da</strong>des gera<strong>da</strong>s. Quando você superestima a<br />
ven<strong>da</strong>, cria a esperança de que seu cliente possa comprar<br />
um valor maior do que o real, o que acaba prejudicando<br />
o seu planejamento e a previsão de ven<strong>da</strong>s.<br />
Conscientize-se <strong>da</strong>s consequências disso e procure o<br />
máximo de transparência possível com os seus vendedores<br />
para que isso não ocorra.<br />
Ao longo de nossa caminha<strong>da</strong> em ven<strong>da</strong>s, é provável<br />
que nos deparemos com vendedores criativos e<br />
desorganizados. Vendedores normalmente são profissionais<br />
com grande iniciativa e pouca “acabativa”.<br />
Precisamos garantir que conduziremos nossos profissionais<br />
até a última etapa do funil. Boa parte dos<br />
vendedores tem o hábito de deixar as coisas pela<br />
metade. As consequências são: elevação do custo de<br />
aquisição de clientes e diminuição na taxa de conversão.<br />
Normalmente, as empresas têm uma responsabili<strong>da</strong>de<br />
muito grande na criação desse hábito nos profissionais<br />
de ven<strong>da</strong>, “culpa” <strong>da</strong> supervalorização <strong>da</strong>s<br />
oportuni<strong>da</strong>des gera<strong>da</strong>s. As empresas costumam comemorar<br />
e valorizar em excesso as novas oportuni<strong>da</strong>des;<br />
com isso, os profissionais têm motivação extra<br />
para gerar ca<strong>da</strong> vez mais oportuni<strong>da</strong>des, criando uma<br />
sobrecarga e maior dificul<strong>da</strong>de na continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
gestão do que já havia sido gerado, podendo deixá-las<br />
pelo caminho.<br />
Isso não quer dizer que os líderes tenham que<br />
deixar de valorizar e de reconhecer boas oportuni<strong>da</strong>des.<br />
Porém, é preciso equilíbrio para que não haja<br />
supervalorização e foco para manter o vendedor concentrado<br />
em suas oportuni<strong>da</strong>des.<br />
A ven<strong>da</strong> complexa e a gestão de oportuni<strong>da</strong>des<br />
Com sua equipe em campo, chega o momento de<br />
gerenciar as oportuni<strong>da</strong>des. Li<strong>da</strong>r com oportuni<strong>da</strong>des<br />
não consiste somente em avaliar o potencial do<br />
Cristofer Renan é apaixonado por ven<strong>da</strong>s complexas,<br />
consultor e gestor <strong>comercial</strong>, além de<br />
gerente <strong>comercial</strong> <strong>da</strong> Suprema Rótulos e Etiquetas.<br />
E-mail: cristofer@supremaetiquetas.com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 43
Resultados que inspiram / Por Brasilio Andrade Neto /<br />
Marco Montezano<br />
Crescimento<br />
na bandeja<br />
Uma xícara de inovação, um copo<br />
de respeito ao consumidor.<br />
Misture tudo na saladeira com<br />
uma generosa pita<strong>da</strong> de<br />
treinamento em ven<strong>da</strong>s. Sirva<br />
em um recipiente de quali<strong>da</strong>de,<br />
com design diferenciado e baixo<br />
custo. Eis a receita de sucesso<br />
<strong>da</strong> Vemplast, que você conhece<br />
em detalhes nesta reportagem<br />
Uma <strong>da</strong>s regras <strong>da</strong> gastronomia é que as<br />
pessoas também comem com os olhos. Uma<br />
boa apresentação, em um recipiente bonito<br />
e agradável, faz to<strong>da</strong> a diferença. Pena que<br />
as melhores louças, bandejas, saladeiras e<br />
travessas são exclusivi<strong>da</strong>de de bons restaurantes.<br />
Aos bares, restaurantes industriais e hospitalares,<br />
bem como outros locais, restam produtos sem<br />
atrativos, feitos para conter comi<strong>da</strong> e só. Na<strong>da</strong> de design<br />
ou cui<strong>da</strong>dos extras com o visual ou, muitas vezes, com<br />
a quali<strong>da</strong>de apenas acima do mínimo exigido.<br />
Quer dizer, esse era o cenário antes de a Vemplast<br />
pensar “por que não?” e começar a oferecer produtos<br />
de cozinha com visual similar ao de restaurantes com<br />
preços acessíveis. “Nossa proposta de trabalho desde<br />
o início foi inovar. Criamos um produto novo, com<br />
uma tecnologia que até então não existia no Brasil.<br />
Existiam alguns produtos, mas nós fomos pioneiros<br />
em fazer uma linha de produtos para cozinha em<br />
policarbonato, que entra hoje em hotéis, bares, restaurantes,<br />
pizzarias e lanchonetes”, conta Ricardo<br />
Oliveira, diretor <strong>comercial</strong> <strong>da</strong> empresa. Além disso,<br />
recentemente a Vemplast passou também a vender ao<br />
consumidor final, garantindo que todos possam ter<br />
seu barco de sushi próprio! Bacana, não?<br />
Mas o sucesso nem sempre fez<br />
parte <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Vemplast. E as<br />
dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s por Oliveira<br />
e sua equipe antes de a empresa<br />
decolar trazem boas lições<br />
para você!<br />
O momento <strong>da</strong> vira<strong>da</strong><br />
Pense no que você poderia fazer às<br />
duas horas <strong>da</strong> manhã. “Visitar fornecedores”<br />
é uma possibili<strong>da</strong>de?<br />
Provavelmente, não, certo? Mas foi<br />
exatamente isso o que Ricardo Oliveira<br />
fez! Seus clientes estavam<br />
reclamando dos produtos oferecidos<br />
pela Vemplast, que na época terceirizava<br />
a produção para três empresas.<br />
Ele repassava as reclamações<br />
para tais fornecedores, seguia-<br />
-se uma série de desculpas e promessas,<br />
e na<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>va.<br />
Ele precisava entender o que<br />
estava acontecendo. Para isso, certa<br />
madruga<strong>da</strong>, decidiu bater na<br />
44<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
porta <strong>da</strong> fábrica de um fornecedor<br />
sem avisar. O que ele descobriu é<br />
pior do que você pode imaginar.<br />
“Eles vendiam a matéria-prima<br />
que eu fornecia e fabricavam meus<br />
produtos com material de segun<strong>da</strong><br />
mão”, conta.<br />
Depois disso, não havia outra<br />
saí<strong>da</strong>: “Decidimos passar a fabricar<br />
nossos produtos. Então criamos<br />
nosso primeiro parque fabril,<br />
na zona leste de São Paulo. Como<br />
minha experiência era <strong>comercial</strong>,<br />
tive que fazer cursos para aprender<br />
sobre injeção, funcionamento<br />
<strong>da</strong>s máquinas e <strong>da</strong>s ferramentas”,<br />
revela.<br />
Agora, Oliveira e sua equipe<br />
conheciam bem o material que<br />
usavam. O problema é que pareciam<br />
ser os únicos... “Tivemos que mostrar<br />
para o mercado um produto<br />
que era desconhecido. Fizemos os<br />
clientes entenderem quais eram os<br />
benefícios e a economia que eles<br />
teriam ao adquirir nossos produtos.<br />
Nosso objetivo era explicar para as<br />
cozinhas industriais que o produto<br />
reduzia acidentes por ser mais<br />
resistente e mais leve do que o vidro<br />
e a porcelana. Esse tipo de<br />
cliente costumava utilizar potes<br />
descartáveis para servir sobremesas.<br />
Consegui convencê-los de que<br />
era mais barato usar nossos potes<br />
de polipropileno, que poderiam ser<br />
reutilizados e tinham quali<strong>da</strong>de e<br />
durabili<strong>da</strong>de”, explica.<br />
“Antes, os clientes compravam<br />
vidro, porcelana, acrílico. Nós fizemos<br />
eles perceberem que a solução<br />
para eles era o policarbonato,<br />
que tem entre dois e três anos de<br />
durabili<strong>da</strong>de na cozinha industrial<br />
e evita acidentes. Com essa quali<strong>da</strong>de,<br />
os clientes voltam sempre a<br />
comprar e indicam para outros<br />
estabelecimentos”, completa o empreendedor.<br />
Oliveira diz que, ao conseguir<br />
demonstrar para o cliente ou prospect<br />
como os produtos <strong>da</strong> Vemplast<br />
atendem às suas necessi<strong>da</strong>des melhor<br />
do que as alternativas tradicionais<br />
do mercado, grande parte<br />
do trabalho de ven<strong>da</strong>s está feita. O<br />
produto, sua quali<strong>da</strong>de e seu posicionamento<br />
são argumentos poderosíssimos<br />
a serviço do vendedor.<br />
“Para vender, além de acreditar, é<br />
preciso estu<strong>da</strong>r e entender o produto.<br />
Não basta pensar apenas no<br />
dinheiro; tem que pensar em como<br />
a aquisição <strong>da</strong>queles produtos vai<br />
melhorar a vi<strong>da</strong> do cliente”, pontua.<br />
Resultados e perspectivas<br />
A partir dessa educação do público-alvo,<br />
aconteceu um momento<br />
mágico na Vemplast: além de vender,<br />
agora havia pessoas querendo<br />
comprar. Gente que os procurava<br />
sem que eles tivessem que fazer<br />
esforço algum: “Nossa maior repercussão<br />
foi através <strong>da</strong> divulgação<br />
boca a boca, ou seja, um cliente foi<br />
indicando para o outro. Entre esses<br />
pedidos, recebemos muitas ligações<br />
de pessoas interessa<strong>da</strong>s em comprar<br />
os produtos. Eram funcionários<br />
que trabalhavam em cozinhas,<br />
pessoas que tinham conhecido o<br />
produto em feiras ou hotéis. Por<br />
causa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e espessura dos<br />
utensílios, muitas pessoas acreditavam<br />
que a fábrica era estrangeira.<br />
Ao descobrirem que se tratava<br />
de um artigo nacional, com selo de<br />
quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Anvisa (Agência Nacional<br />
de Vigilância Sanitária),<br />
interessaram-se ain<strong>da</strong> mais em<br />
comprar. Foi aí que, em 2016, resolvemos<br />
atender também o público<br />
final. Apostamos em uma linha de<br />
utili<strong>da</strong>de doméstica, à ven<strong>da</strong> no<br />
mercado varejista. Além do nosso<br />
e-commerce, estamos em mais de<br />
mil pontos de ven<strong>da</strong>. A empresa<br />
vem crescendo em to<strong>da</strong>s as áreas.<br />
De seis em seis meses reorganizamos<br />
tudo. Aprendemos algo novo<br />
todos os dias”, conta, animado.<br />
E a Vemplast não para por aí!<br />
“Para vender, além de acreditar, é preciso estu<strong>da</strong>r<br />
e entender o produto. Não basta pensar apenas no<br />
dinheiro, tem que pensar em como a aquisição <strong>da</strong>queles<br />
produtos vai melhorar a vi<strong>da</strong> do cliente.” Ricardo Oliveira<br />
“Logo devemos iniciar as exportações<br />
para a América do Sul. No<br />
ra<strong>da</strong>r, também está o segmento de<br />
catering aéreo, que serve a alimentação<br />
para os passageiros. Estamos<br />
investindo em um novo material,<br />
o polissulfona, mais leve do que a<br />
porcelana. Isso permitirá que as<br />
companhias aéreas diminuam em<br />
até duas tonela<strong>da</strong>s o peso em seus<br />
voos. Para atender esses novos nichos,<br />
em 2018 vamos nos mu<strong>da</strong>r<br />
para um novo parque fabril, agora<br />
com <strong>10</strong> mil m², em Guararema”,<br />
finaliza Oliveira.<br />
Inspirador, não é mesmo? É<br />
mais uma prova de que estar atento<br />
ao que os clientes dizem, entender<br />
o mercado e buscar o aprimoramento<br />
constante é fun<strong>da</strong>mental<br />
para se destacar hoje, amanhã e<br />
sempre!<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 45
Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
Marcelo Caetano<br />
O pedido<br />
perfeito<br />
Recentemente, fizemos um teste com alguns clientes <strong>da</strong> consultoria<br />
com um modelo reverso de pedido, e o resultado foi impressionante.<br />
Mas, antes de falar sobre isso, preciso contar<br />
como essa história começou...<br />
Em quase to<strong>da</strong>s as minhas palestras, a certo ponto chamo<br />
alguém <strong>da</strong> plateia para contar um pouco sobre sua história em<br />
ven<strong>da</strong>s – e alguns de seus casos de sucesso. Faço esse chamado<br />
aleatoriamente e, na maioria <strong>da</strong>s vezes, dou sorte de convocar<br />
pessoas que têm boas histórias para contar. Nesse dia<br />
foi assim!<br />
Eu estava <strong>da</strong>ndo uma palestra para uma equipe de uma<br />
distribuidora, e a vendedora que escolhi para <strong>da</strong>r seu depoimento<br />
logo de cara disse que tinha vivido uma experiência única<br />
em ven<strong>da</strong>s e gostaria de compartilhar comigo e com o grupo.<br />
Ela contou que, certa vez, estava visitando clientes quando<br />
foi indica<strong>da</strong> para um possível prospect que (ain<strong>da</strong>) não tinha<br />
loja. Ela fez um contato e foi visitá-lo. Visitar lojistas era algo<br />
que fazia parte <strong>da</strong> sua rotina, então ela estava acostuma<strong>da</strong> às<br />
conversas que surgiam nesses momentos. Naquela vez, porém,<br />
ela teve uma surpresa muito grande...<br />
Tudo começou com o cliente contando que havia quase<br />
20 anos e que, por isso, tinha recebido uma boa quantia em<br />
dinheiro. A ideia dele era utilizar aquele dinheiro para empreender.<br />
Como tinha percebido que a distribuidora atuava<br />
em um segmento que parecia muito promissor, ele estava<br />
disposto a investir nele, abrindo uma loja. Obviamente, ela<br />
concordou.<br />
Em segui<strong>da</strong>, o futuro cliente disse que entendia de gestão<br />
de varejo, mas não <strong>da</strong>quele segmento em específico. Para a<br />
46<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
“Ou você é um<br />
fornecedor<br />
realmente<br />
estratégico do<br />
seu cliente, ou<br />
está fora do<br />
jogo.”<br />
surpresa <strong>da</strong> vendedora, ele perguntou se ela poderia<br />
montar a loja para ele! Ela ficou meio atônita, é<br />
ver<strong>da</strong>de, mas quase imediatamente respondeu que<br />
sim, poderia atender o pedido.<br />
O cliente contou todos os seus planos, falou<br />
sobre o tamanho <strong>da</strong> loja, sobre quando pretendia<br />
abri-la... enfim, detalhou sua ain<strong>da</strong> vaga ideia. Ela,<br />
então, prometeu apresentar uma proposta, mas foi<br />
dormir pensando se aquilo era mesmo real.<br />
Montando a proposta<br />
Nos dias que seguiram, a vendedora e seu novo<br />
cliente se encontraram mais duas vezes. Além<br />
disso, ela foi pessoalmente visitar o ponto onde<br />
seria instala<strong>da</strong> a loja (gostou muito, inclusive) e,<br />
depois de ganhar confiança – em si mesma e também<br />
no cliente –, finalmente começou a formular<br />
a proposta.<br />
Ela sabia que não podia errar. Os produtos não<br />
poderiam encalhar, e os mais vendidos deveriam<br />
ter um bom volume.<br />
Pela primeira vez ela se viu na posição de<br />
cliente. Afinal, ele compraria sua sugestão. Ela<br />
pediu dicas para vendedores mais experientes e<br />
passou a entrar na loja dos seus clientes observando<br />
tudo com mais atenção.<br />
Alguns dias depois, a proposta estava finalmente<br />
pronta! Ela tinha certeza de que aquele<br />
seria o melhor mix de ven<strong>da</strong>s de sua vi<strong>da</strong> e, ain<strong>da</strong>,<br />
o maior pedido já tirado. O valor era realmente<br />
muito alto; afinal, o cliente montaria a loja do zero<br />
– e com a aju<strong>da</strong> dela. Mas ela sabia que faltavam<br />
alguns produtos para o cliente ter uma loja realmente<br />
completa.<br />
Na hora marca<strong>da</strong>, ela apresentou a proposta e<br />
disse que poderia fornecer 90% do que seria necessário<br />
para ele montar a loja, mas que <strong>10</strong>% ela não<br />
tinha em sua empresa, pois não trabalhava com<br />
aqueles itens. Por isso, propôs que ele fizesse a<br />
compra de outra empresa. Indicou, inclusive, o nome<br />
de quem ele deveria contatar.<br />
O cliente folheou o pedido, como se conhecesse<br />
sobre o segmento (tática tradicional de quem vai<br />
pedir um desconto) e pediu o já esperado desconto.<br />
Ela – depois de ter conversado com seu líder previamente<br />
– converteu o desconto em um prazo<br />
maior, já que ele estava abrindo um negócio, e propôs<br />
que cui<strong>da</strong>ria do estoque até que ele se acostumasse<br />
a fazer os pedidos (ela inclusive sugeriu um<br />
software de controle). O cliente adorou a ideia, e os<br />
dois fecharam o negócio.<br />
Minha convi<strong>da</strong><strong>da</strong> concluiu seu depoimento<br />
contando que esse episódio aconteceu há alguns<br />
anos e que até hoje ela tem esse cliente em sua<br />
carteira. De lá para cá, ela entrou em uma nova<br />
dimensão no relacionamento com os clientes, mas<br />
nunca mais replicou esse processo...<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 47
As lições dessa história<br />
Confesso que uma semente foi planta<strong>da</strong> dentro de<br />
mim depois de ouvir a história dessa vendedora.<br />
Naquela situação, ela teve a ousadia de fazer um<br />
pedido gigante e propor um crescimento exponencial<br />
de ven<strong>da</strong>s em um cliente; um feito impressionante.<br />
A partir de então, passei a perseguir o que chamei<br />
de pedido perfeito.<br />
Comecei a propor isso para algumas empresas<br />
e para alguns vendedores específicos. Minha sugestão<br />
era: “Vamos propor para o cliente o pedido<br />
perfeito. Não importa se ele compra mil reais; se<br />
tivermos condições, vamos fazer uma visita para<br />
ele com uma proposta de dez mil reais e dizer que<br />
queremos ser um parceiro estratégico e lembrá-lo<br />
que temos condições de fazer muito mais por ele.<br />
E aí, man<strong>da</strong>mos ver na proposta”.<br />
A ver<strong>da</strong>de é que, para mim, há uma tendência<br />
de ven<strong>da</strong> clara para os próximos anos: ou você é<br />
um fornecedor realmente estratégico do seu cliente,<br />
ou está fora do jogo. Ou seja, quanto mais itens<br />
você vender para um cliente e quão maior for seu<br />
volume de ven<strong>da</strong>s para ele, maior será sua chance<br />
de permanecer fornecendo para aquele cliente durante<br />
anos. Se ficar dependente de poucos produtos,<br />
seu risco de per<strong>da</strong> do cliente será muito maior!<br />
Mas voltemos ao pedido perfeito...<br />
Na prática<br />
Quando definimos o pedido perfeito, estamos trabalhando<br />
a ordem inversa do pedido. Normalmente,<br />
o vendedor faz a reposição dos itens que o cliente<br />
habitualmente compra e depois oferece mais um<br />
produto, depois outro, depois outro. Até o momento<br />
que o cliente diz: “Chega! Já comprei demais”.<br />
Veja que, se formos analisar a psicologia <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>,<br />
o cliente sente que está cedendo a ca<strong>da</strong> oferta<br />
que aceita do vendedor. Ele pode aceitar uma, duas<br />
ou três, mas em breve seu mecanismo de defesa vai<br />
dizer: “Chega! Pare de comprar!”. E ele vai parar.<br />
Com isso, vemos que a maioria <strong>da</strong>s empresas tem<br />
um crescimento sempre muito lento com os clientes;<br />
essa é a lógica normal. O cérebro trabalha desse jeito.<br />
É mais ou menos o que acontece quando você<br />
chega a uma loja com o objetivo de comprar uma<br />
calça, mas acaba saindo com um sapato, eventualmente<br />
com uma meia – raramente você vai “permitir”<br />
que o vendedor “refaça” seu guar<strong>da</strong>-roupas, certo?<br />
Pensando nisso, começamos a inverter a ordem.<br />
Pedimos a alguns vendedores que levassem para<br />
“A ideia é que não<br />
seja mais uma<br />
visita de ven<strong>da</strong>s,<br />
mas que o cliente<br />
seja avisado<br />
antecipa<strong>da</strong>mente<br />
de que receberá<br />
uma visita<br />
diferencia<strong>da</strong>.<br />
Essa será a<br />
visita do pedido<br />
perfeito.”<br />
os clientes um pedido-padrão, seguindo o que normalmente<br />
o cliente pede, mas também o pedido<br />
perfeito, que deve ser apresentado para o cliente<br />
antes de ele ver o que já está acostumado.<br />
A ideia é que não seja mais uma visita de ven<strong>da</strong>s,<br />
mas que o cliente seja avisado antecipa<strong>da</strong>mente de<br />
que receberá uma visita diferencia<strong>da</strong>. Essa será a<br />
visita do pedido perfeito. A presença de um líder<br />
nas primeiras ofertas é sempre muito importante,<br />
pois funciona como um aprendizado em conjunto.<br />
Elaborando a proposta perfeita<br />
Para construir a proposta perfeita é preciso ter um<br />
bom planejamento. É essencial que o vendedor faça<br />
um levantamento do potencial do cliente e analise<br />
como está sua participação naquele cliente<br />
antes de formular o pedido. Ou seja, o processo<br />
todo já é muito rico, um ver<strong>da</strong>deiro treinamento de<br />
planejamento e análise do potencial do cliente.<br />
Pelo lado do cliente, esse pode ser o momento<br />
em que ele identifica no fornecedor todo seu potencial.<br />
Não são raras as vezes em que saio com<br />
vendedores e ouço um cliente dizer: “Não sabia que<br />
vocês tinham isso no portfólio”. Em algumas ocasiões,<br />
isso acontece porque o cliente não prestou<br />
atenção na apresentação do vendedor, é ver<strong>da</strong>de;<br />
48<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
mas muitas vezes o que acontece é que o vendedor<br />
de fato não ofereceu to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong>des ao<br />
prospect ou cliente. Se você é líder, com certeza já<br />
deve ter passado muito por isso!<br />
Agora, no processo <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong> proposta<br />
perfeita em si, acontece uma grande inversão: o<br />
cliente tem a sensação de estar ganhando a ca<strong>da</strong><br />
produto que tira <strong>da</strong> lista. É claro que o cliente não<br />
aceita todos os itens propostos, mas, a ca<strong>da</strong> item<br />
que ele retira, ele sente como se estivesse ganhando<br />
algo. No caso normal, ele sente como se estivesse<br />
perdendo. Mas assim como na construção inversa,<br />
seu corte tem um limite, e a tendência é que ele<br />
aceite um grande crescimento de mix. Só não pense<br />
que é fácil! O vendedor tem que argumentar<br />
bastante, mas isso é o normal.<br />
Como utilizar essa técnica<br />
É sempre importante definir um modelo para iniciar<br />
um processo como esse. Sugiro que sejam escolhidos<br />
clientes com um mesmo perfil ou dentro de um<br />
mesmo segmento, com o qual o vendedor tenha<br />
maior afini<strong>da</strong>de ou facili<strong>da</strong>de para trabalhar. E<br />
líder, sua presença é muito importante, assim como<br />
avisar para o cliente que aquela será uma visita<br />
diferencia<strong>da</strong>.<br />
Estamos falando <strong>da</strong> construção de um modelo.<br />
Por isso, essa ação deve ser muito bem planeja<strong>da</strong>.<br />
Adianto que, provavelmente, não <strong>da</strong>rá certo de<br />
imediato. É preciso treinar a equipe e ter paciência.<br />
Como sempre, o resultado vai melhorar com o tempo.<br />
Por isso, não pegue de imediato seus melhores<br />
clientes. Teste o funcionamento dessa estratégia<br />
com aqueles que têm potencial, mas ain<strong>da</strong> não entregam<br />
tanto quanto você espera.<br />
Algumas empresas gostam tanto do modelo que<br />
começam a propor kits padronizados para ca<strong>da</strong><br />
segmento do cliente, tirando do vendedor o poder<br />
de definição. Funciona, mas todo o aprendizado <strong>da</strong><br />
construção <strong>da</strong> proposta se perde bastante.<br />
Então, vamos buscar o pedido perfeito em 2018?<br />
Grande abraço e um excelente ano para você!<br />
Marcelo Caetano é sócio-diretor <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />
e autor dos livros Vendedor fiel, cliente fiel e<br />
Chega de desconto!<br />
E-mail: caetano@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 49
ATÉ MAIS / Por Brasilio Andrade Neto<br />
Os ditados<br />
e as ven<strong>da</strong>s<br />
1) A vaca foi pro brejo<br />
Mas será que alguém levantou as necessi<strong>da</strong>des dela<br />
antes? A vaca queria viajar, mas talvez a montanha<br />
ou a praia a deixariam mais satisfeita? Certo, é meio<br />
difícil entrevistar um prospect cujas respostas sejam<br />
variações de “muuuu”, mas não é motivo para nem<br />
ao menos tentar. E se ela quisesse, mesmo, ir para o<br />
brejo, mas de classe econômica? Sempre tem algo a<br />
mais para descobrir sobre seus clientes!<br />
2) Onde fui amarrar meu bode?<br />
Antes de sair vendendo remédio para amnésia, analise<br />
o problema por inteiro. Pode ser um problema<br />
do ponto de ven<strong>da</strong>, onde o estacionamento para<br />
clientes é muito distante, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong>de de amarrar<br />
o bode longe. Estranhamente, em muitos pontos<br />
de ven<strong>da</strong>, as vagas <strong>da</strong> diretoria são bem localiza<strong>da</strong>s<br />
e próximas <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>, enquanto os clientes têm que<br />
estacionar...<br />
3) ... onde Ju<strong>da</strong>s perdeu as botas<br />
Seja onde for, parece ser um ótimo local para abrir<br />
um negócio de sapateiro, para ajustar os calçados<br />
e evitar a per<strong>da</strong>. Ou, lógico, abrir uma loja de sapatos.<br />
Algumas vezes, a melhor maneira de diferenciar<br />
e garantir o sucesso de suas ven<strong>da</strong>s é se<br />
apoiar na geografia. O que os clientes <strong>da</strong>quele<br />
local precisam? Alguém mais an<strong>da</strong> perdendo as<br />
botas por ali?<br />
4) Macaco velho não põe a mão em cumbuca<br />
Oportuni<strong>da</strong>de para buscar outro público. Desenvolva<br />
cumbucas colori<strong>da</strong>s e com personagens <strong>da</strong> mo<strong>da</strong><br />
para atrair macacos novos, ou dê outra forma a seus<br />
recipientes para vendê-los aos macacos velhos. Jarros<br />
de boca larga, por exemplo. Tigelas. Reven<strong>da</strong><br />
Tupperware. O que não pode é continuar a tentar<br />
vender cumbuca para macaco velho. Esteja de olho<br />
no seu mercado, sempre.<br />
5) Juntar a fome com a vontade de comer<br />
Parece ser o sonho de todo vendedor, mas, como<br />
qualquer nutricionista pode dizer, vontade de comer<br />
na<strong>da</strong> tem a ver com fome, assim como muitas vezes<br />
vendedores se enganam no levantamento de necessi<strong>da</strong>de.<br />
É isso mesmo que o cliente quer? Ele está<br />
com fome ou vontade de comer? Certifique-se de<br />
juntar a solução <strong>da</strong> fome com a fome para não apenas<br />
vender mais, mas também melhor!<br />
Está vendo? Lições de ven<strong>da</strong>s podem vir de qualquer<br />
lugar! Inspire-se, mantenha a mente aberta,<br />
aprimore-se sempre e não vai ter que dizer que o<br />
gato <strong>da</strong>s suas ven<strong>da</strong>s subiu no telhado. A não ser que<br />
ven<strong>da</strong> esca<strong>da</strong>s.<br />
50<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018
Tempo de apreciar<br />
Quantas horas por dia você<br />
dedica àqueles a quem<br />
ama? Com que frequência<br />
você se pega apreciando<br />
sua casa, sua saúde, seus<br />
amigos, o ar que respira, a<br />
beleza magnífica do mundo<br />
à sua volta?<br />
É muito fácil esquecer as<br />
bênçãos que temos. Estamos<br />
tão ocupados em conseguir<br />
mais que nos esquecemos<br />
de valorizar tudo o<br />
que já temos.<br />
Afinal de contas, para que<br />
serve ter alguma coisa se<br />
você não a aprecia, ou se<br />
ela não lhe traz alegria? As<br />
coisas boas que fazem parte<br />
<strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong> não são<br />
apenas degraus para conseguir<br />
mais.<br />
Apren<strong>da</strong> a apreciar e a se<br />
alegrar com as coisas boas<br />
na sua vi<strong>da</strong>. Sente-se um<br />
pouco para ver seu filho<br />
dormindo. Considere como<br />
é valiosa aquela pequena<br />
vi<strong>da</strong>.<br />
Embora às vezes seu trabalho<br />
possa ser entediante<br />
ou difícil, aprecie as novas<br />
oportuni<strong>da</strong>des que ele<br />
lhe traz diariamente.<br />
Valorize suas bênçãos.<br />
Analisando bem, a própria<br />
vi<strong>da</strong> já é uma grande bênção.<br />
Apren<strong>da</strong> a agradecer,<br />
e a sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />
melhorará muito.<br />
Ralph Marston<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 51
52<br />
ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018