28.06.2018 Views

VendaMais-266-10-desafios-da-gestao-comercial

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Entrevista<br />

Fabricio Medeiros, especialista em negociação pela Universi<strong>da</strong>de de Harvard e<br />

mestre em gestão empresarial, questiona conselhos “sagrados” de ven<strong>da</strong>s e apresenta<br />

um manifesto para quem deseja “quebrar a banca” em 2018<br />

ANO 23 I Nº <strong>266</strong> I JANEIRO-FEVEREIRO/2018<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />

<strong>desafios</strong> <strong>da</strong><br />

gestão <strong>comercial</strong><br />

em 2018<br />

Identificamos os obstáculos que os gestores comerciais<br />

devem enfrentar este ano e preparamos um guia especial<br />

para ajudá-lo a superar ca<strong>da</strong> um deles


2<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 3


ven<strong>da</strong>mais<br />

JAN-FEV/18<br />

06 Editorial<br />

Raul Candeloro apresenta 32 dicas<br />

rápi<strong>da</strong>s para você ser mais feliz<br />

08 Reservado para você<br />

Confira o que os leitores dizem sobre a<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

09 Entre nós<br />

Descubra onde estivemos, quais são<br />

as nossas novi<strong>da</strong>des e o que<br />

gostaríamos de compartilhar com você<br />

<strong>10</strong> On-line<br />

Enten<strong>da</strong> qual é a influência dos<br />

dispositivos móveis nas ven<strong>da</strong>s B2B<br />

12 Manual do líder<br />

Saiba como liderar em tempos de<br />

constante transformação<br />

24 16<br />

32<br />

14 Enciclopédia <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Apren<strong>da</strong> a criar uma estratégia para<br />

prospectar no LinkedIn conhecendo<br />

profissionais e empresas que já<br />

fazem isso<br />

16 Superlíder<br />

Conheça um diretor <strong>comercial</strong> que tem<br />

como missão formar especialistas<br />

em seu mercado e enten<strong>da</strong> como a<br />

capacitação <strong>da</strong> equipe pode<br />

impulsionar o crescimento <strong>da</strong> empresa<br />

20 Escolhas<br />

Luiz Gaziri, autor do livro A incrível<br />

ciência <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, apresenta um<br />

trecho de sua nova obra e fala sobre a<br />

ciência <strong>da</strong> motivação<br />

4 ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


40<br />

24 Entrevista<br />

Fabricio Medeiros, especialista em<br />

negociação pela Universi<strong>da</strong>de de<br />

Harvard e professor <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />

Getúlio Vargas, expõe sua visão sobre<br />

ven<strong>da</strong>s e apresenta um manifesto<br />

para quem deseja “quebrar a banca”<br />

em 2018<br />

28 Pequenas gigantes<br />

Conheça a história <strong>da</strong> bambu e<br />

enten<strong>da</strong> como valores e princípios dão<br />

a uma empresa o poder de dizer “não”<br />

(e também “sim”)<br />

44 Resultados que inspiram<br />

Apresentamos a história de sucesso<br />

<strong>da</strong> Vemplast e mostramos o que você<br />

pode aprender com ela<br />

46 Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Conheça o pedido perfeito e apren<strong>da</strong><br />

a “tirá-lo”<br />

50 Até mais<br />

Trouxemos ditados do dia a dia para a<br />

reali<strong>da</strong>de de ven<strong>da</strong>s e revelamos o que<br />

você pode aprender com eles<br />

28<br />

32 Capa<br />

Desven<strong>da</strong>mos os grandes <strong>desafios</strong><br />

que os gestores comerciais devem<br />

enfrentar em 2018 e revelamos o que<br />

você precisa fazer para superá-los e<br />

ter um excelente ano em ven<strong>da</strong>s<br />

51 Ralph Marston<br />

Tempo de apreciar<br />

44<br />

40 Cultura organizacional e ven<strong>da</strong>s<br />

complexas<br />

Cristofer Renan esclarece como, na<br />

prática, você pode construir uma<br />

cultura organizacional foca<strong>da</strong> em<br />

ven<strong>da</strong>s complexas em sua empresa<br />

20<br />

22<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

32 dicas rápi<strong>da</strong>s<br />

para você ser<br />

mais feliz<br />

Como este é o primeiro editorial do ano, pensei em fazer algo<br />

sobre planejamento, comentar os resultados <strong>da</strong> pesquisa sobre<br />

Desafios <strong>da</strong> Gestão Comercial para 2018, tentar abor<strong>da</strong>r de forma<br />

inteligente algum assunto novo sobre estratégia e coisas do<br />

estilo.<br />

Mas aí fiquei pensando no que realmente importa. Nossa<br />

missão na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é aju<strong>da</strong>r vendedores e empresas do Brasil<br />

a venderem mais e melhor. E eu acredito firmemente que,<br />

sem melhoria pessoal, não existe melhoria profissional.<br />

Então, decidi começar o ano falando sobre o lado pessoal.<br />

Até porque teremos to<strong>da</strong>s as outras edições de 2018 para cobrir<br />

ven<strong>da</strong>s!<br />

E na<strong>da</strong> melhor <strong>da</strong> parte pessoal do que falar sobre felici<strong>da</strong>de...<br />

As lições <strong>da</strong>s pessoas e dos países mais felizes do mundo<br />

Dan Buettner é um estudioso do assunto “felici<strong>da</strong>de” e viaja o<br />

mundo inteiro pesquisando os motivos de algumas pessoas e regiões serem mais “felizes”<br />

do que outras.<br />

Em seu livro mais recente, Blue Zones of Happiness (“Zonas azuis <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de”, ain<strong>da</strong><br />

sem tradução no Brasil), ele revela os segredos dos lugares mais felizes do mundo e explica<br />

como podemos aplicar essas lições e conceitos nas nossas vi<strong>da</strong>s.<br />

Andrew Merle, profissional de marketing norte-americano que tem um blog sobre o<br />

assunto (www.andrewmerle.com), leu a obra de Buettner e reuniu em um artigo as 32 grandes<br />

dicas que mais se repetem. Muitas deles você já deve ter visto, ouvido ou lido, mas é<br />

sempre bom relembrar e ver tudo mais organizado.<br />

Antes de apresentar a lista, deixou aqui três “perguntas coach” sobre as 32 dicas para<br />

você começar o ano bem:<br />

a) Quantas dessas dicas você já está praticando?<br />

b) Das que você não está praticando ain<strong>da</strong>, qual delas, se inicia<strong>da</strong> em breve, traria o maior<br />

impacto positivo?<br />

c) O que você pode fazer de simples e concreto para começar essa ativi<strong>da</strong>de?<br />

Os tópicos abor<strong>da</strong>dos no texto<br />

também são um ótimo ponto de<br />

parti<strong>da</strong> para uma reunião com sua<br />

equipe. Imprima cópias dele, distribua<br />

entre os profissionais, leiam<br />

juntos e comentem. É uma forma<br />

excelente de vocês começarem o<br />

ano energizados, engajados e motivados!<br />

Agora vamos à lista, que ganhou<br />

algumas a<strong>da</strong>ptações de minha<br />

parte:<br />

32 dicas rápi<strong>da</strong>s para você ser<br />

mais feliz<br />

1) Socialize com outras pessoas<br />

entre quatro e seis horas por dia<br />

(isso inclui almoços e jantares).<br />

2) More com uma pessoa que você<br />

ama e que também ame você.<br />

3) Participe ativamente de um<br />

clube ou associação alinhado com<br />

seus valores (pode ser um clube de<br />

leitura, de caminha<strong>da</strong>/corri<strong>da</strong>,<br />

de degustação de vinho... enfim,<br />

você entendeu).<br />

4) Prefira relacionamentos profundos<br />

com menos amigos a muitos<br />

relacionamentos superficiais.<br />

5) Marque um almoço ou jantar<br />

familiar por semana e convide “a<br />

6<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


grande família” (ou seja, não só os<br />

membros mais próximos).<br />

6) Crie e incentive encontros sociais<br />

frequentes (mesmo dia <strong>da</strong> semana,<br />

mesmo horário e quem sabe<br />

até mesmo local).<br />

7) Escolha experiências em vez de<br />

bens materiais.<br />

8) Priorize família sobre trabalho.<br />

9) Escolha um trabalho em que<br />

você possa utilizar e desenvolver<br />

seus talentos e em que você sinta<br />

que agrega valor.<br />

<strong>10</strong>) Desenvolva pelo menos uma<br />

grande amizade no trabalho.<br />

11) Tente trabalhar menos de 40<br />

horas por semana. (Difícil, eu sei!)<br />

12) Tire férias que durem entre quatro<br />

a seis semanas por ano. Melhor<br />

ter um período longo de férias do<br />

que vários picados e curtos.<br />

13) Economize dinheiro e tenha<br />

um fundo de reserva/emergências.<br />

14) Tenha como objetivo chegar a<br />

uma ren<strong>da</strong> entre US$ 80 mil e US$<br />

120 mil/ano (média de todos os países<br />

visitados pelo autor). A partir<br />

<strong>da</strong>í a felici<strong>da</strong>de basicamente estabiliza.<br />

Depois que atingir esse objetivo,<br />

opte por buscar coisas que<br />

sejam combustível para a sua alma<br />

em vez de encher ain<strong>da</strong> mais sua<br />

conta bancária ou seu ego.<br />

15) Tente não gastar mais do que<br />

30 minutos em ca<strong>da</strong> trajeto moradia/<br />

trabalho.<br />

16) Desconecte quando sair do trabalho.<br />

Isso inclui mídias sociais,<br />

e-mails e celular.<br />

17) Determine qual seu propósito<br />

de vi<strong>da</strong> e/ou sua missão e saiba<br />

comunicá-los.<br />

18) Coma muitas frutas e verduras.<br />

19) Faça pelo menos 30 minutos de<br />

exercício por dia.<br />

20) Quando puder, escolha caminhar<br />

ou an<strong>da</strong>r de bicicleta em vez<br />

de ir de carro a algum lugar.<br />

21) Durma pelo menos sete horas<br />

e meia por dia.<br />

22) Faça algo generoso; ajude alguém.<br />

23) Seja voluntário para aju<strong>da</strong>r um<br />

grupo de pessoas que precisa de<br />

aju<strong>da</strong>.<br />

24) Crie ou receba doses diárias de<br />

bom humor.<br />

25) Pratique e exercite sua fé.<br />

26) Assista menos de uma hora de<br />

TV por dia.<br />

27) Medite pelo menos uma vez por<br />

semana.<br />

28) Viva em uma ci<strong>da</strong>de grande o<br />

suficiente para encontrar um bom<br />

trabalho e ter boas oportuni<strong>da</strong>des<br />

de lazer, mas não tão grande que<br />

viver nela seja estressante.<br />

29) More perto dos seus amigos, ou<br />

fique amigo dos seus vizinhos.<br />

30) More perto <strong>da</strong> natureza.<br />

31) Tenha um cachorro.<br />

32) Limpe a casa e seja organizado.<br />

E aí, o que acha <strong>da</strong> lista? Incluiria<br />

alguma coisa?<br />

Eu incluiria:<br />

Beijar e abraçar minha esposa<br />

e meus filhos.<br />

Escrever um bom artigo.<br />

Comer um quadradinho de um<br />

bom chocolate amargo, 70%.<br />

Para concluir, relembro as três<br />

“perguntas coach” que devem orientar<br />

sua reflexão após essa leitura:<br />

a) Quantas dessas dicas você já<br />

está praticando?<br />

b) Das que você não está praticando<br />

ain<strong>da</strong>, qual delas, se inicia<strong>da</strong><br />

em breve, traria o maior impacto<br />

positivo?<br />

c) O que pode fazer de simples e<br />

concreto para começar essa ativi<strong>da</strong>de?<br />

Abraço feliz e um excelente 2018<br />

para nós – acho que vai ser um ano<br />

muito interessante!<br />

Raul Candeloro<br />

Diretor<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Diretor<br />

Raul Candeloro<br />

raul@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

Anderson L.A.<br />

anderson@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Candeloro<br />

Marcelo Caetano<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

Brasilio Andrade Neto<br />

REVISÃO<br />

Davi Miran<strong>da</strong><br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

MTB 0008336/PR<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> ® é publica<strong>da</strong> 6 vezes ao ano e<br />

<strong>comercial</strong>iza<strong>da</strong> pela Editora Quantum.<br />

Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />

Site: www.ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

Para Anunciar:<br />

publici<strong>da</strong>de@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

(41) 3022-<strong>10</strong>00<br />

Para acessar o midiakit <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>:<br />

www.ven<strong>da</strong>mais.com.br/anuncie<br />

Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />

0800-647-6247<br />

Horário de atendimento: <strong>da</strong>s 8h às 17h30<br />

Editora Quantum. Tiragem desta edição: 9.800<br />

exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

total ou parcial deste material é permiti<strong>da</strong> mediante<br />

autorização prévia e expressa <strong>da</strong> Editora Quantum Lt<strong>da</strong>.,<br />

e desde que cita<strong>da</strong> a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />

responsabili<strong>da</strong>de dos autores.<br />

Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />

nas áreas de ven<strong>da</strong>s ou marketing devem entrar em contato<br />

com a equipe editorial pelo e-mail: atendimento@<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br.<br />

A responsabili<strong>da</strong>de pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />

como pela sua produção e compromissos inerentes, é <strong>da</strong><br />

agência e do anunciante.<br />

SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />

Tivel<br />

www.teck.com.br/tivel<br />

PRÉ-IMPRESSÃO e impressÃo:<br />

Tipotil Indústria Gráfica<br />

dISTRIBUIÇÃO PARA ASSINANTES:<br />

Empresa Brasileira de Correios<br />

OPERAÇÃO EM BANCAS:<br />

Assessoria Edicase<br />

www.edicase.com.br<br />

Distribuição exclusiva em bancas<br />

DINAP S/A – DISTRIBUIDORA NACIONAL<br />

DE PUBLICAÇÕES<br />

bit.ly/TV-Quantum<br />

facebook.com/<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Nossa missão:<br />

Aju<strong>da</strong>r vendedores e empresas do<br />

Brasil a venderem mais e melhor<br />

7


Reservado para Você<br />

A<br />

equipe <strong>da</strong> rede de farmácias<br />

Santo Antônio, de Toledo (PR),<br />

passou recentemente por um<br />

curso de liderança ministrado<br />

pelo professor Itamar Ribeiro.<br />

Um dos materiais de apoio foi a edição de<br />

setembro de 2016 <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. A foto<br />

abaixo é um registro do momento.<br />

“Desde que descobri <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, a revista se tornou<br />

fonte de consulta permanente para mim e meus funcionários.<br />

Parabéns pelo belo material produzido. To<strong>da</strong>s as edições<br />

trazem temas muito atuais, acompanhando as evoluções<br />

que as tecnologias de hoje nos impõem.”<br />

Gilberto Mendes Silva<br />

“A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é especializa<strong>da</strong> em fazer<br />

com que as pessoas tenham alta performance<br />

em ven<strong>da</strong>s. Eu me tornei um<br />

profissional muito melhor depois que<br />

conheci essa revista.”<br />

Dennis Gama<br />

“A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> oferece muita inspiração<br />

para quem trabalha com ven<strong>da</strong>s. Sempre<br />

me ensina algo novo e é uma renovação<br />

<strong>da</strong> mente no mundo dos negócios.”<br />

Ewerton P. Pires<br />

“Que revista sensacional! Indispensável<br />

para quem quer ser bem-sucedido em<br />

ven<strong>da</strong>s.”<br />

Rubens Filho<br />

“Em primeiro lugar, gostaria de enaltecer<br />

o trabalho de vocês! É excelente,<br />

excelente e excelente. Parabéns!<br />

Trabalho na Empresa Malhas Keeper<br />

Lt<strong>da</strong>. há 18 anos. Há dez, resolvi me<br />

aventurar nas ven<strong>da</strong>s, pois trabalhava<br />

no Setor de Distribuição e Logística e<br />

enxerguei ali uma possibili<strong>da</strong>de de trabalhar<br />

em áreas em que não tínhamos<br />

atendimento. Apresentei a proposta<br />

para o diretor <strong>da</strong> empresa e ele aceitou<br />

meu desafio. Não me desliguei do setor<br />

de distribuição, vinha trabalhando em<br />

paralelo, aos finais de semana e até<br />

mesmo depois do horário de trabalho.<br />

Me apaixonei!<br />

Resultado: estou entre os dez representantes<br />

que mais vendem na empresa<br />

(dos 35 representantes ativos).<br />

Isso sem estar presente fisicamente.<br />

Há quatro meses recebi o desafio<br />

de assumir o cargo de supervisor de<br />

ven<strong>da</strong>s. Conheço todos os processos<br />

internos e externos <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> empresa,<br />

todos os representantes e muitos,<br />

muitos clientes. Mas há muitas<br />

coisas além disso! E a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> está<br />

me mostrando e me salvando nessa!<br />

Sou assinante e leitor assíduo!”<br />

Daniel T. Sá<br />

“A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> é a minha leitura<br />

preferi<strong>da</strong>. Conversa de vendedor<br />

é ven<strong>da</strong>!”<br />

Roberto Lopes<br />

“Na minha opinião de vendedor e<br />

leitor, as principais quali<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> são os conteúdos técnicos<br />

e práticos, que sempre utilizo na<br />

minha ativi<strong>da</strong>de, a atualização constante,<br />

os exemplos reais e, particularmente,<br />

gosto de ler no início a<br />

última página do Ralph Marston, pois<br />

sempre me motiva. A <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

agrega muito valor à minha vi<strong>da</strong> pessoal<br />

e profissional, porque aumenta<br />

o meu conhecimento e melhora a<br />

minha performance. Mantenham o<br />

padrão!”<br />

José Carlos Lenhard<br />

Participe <strong>da</strong> seção<br />

"Reservado para Você"<br />

Envie críticas, sugestões, deixe sua<br />

palavra, conte sua história, divi<strong>da</strong> seus<br />

resultados conosco, mostre sua equipe*.<br />

O espaço é todo seu. Estamos esperando<br />

por você!<br />

Escreva agora mesmo para leitor@<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br ou, se preferir, publique<br />

no mural <strong>da</strong> nossa página no<br />

Facebook (facebook.com/ven<strong>da</strong>mais)<br />

e participe! Sua opinião é muito importante<br />

para nós.<br />

*As fotos serão avalia<strong>da</strong>s pela equipe<br />

de re<strong>da</strong>ção.<br />

8<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


ENTRE NÓS<br />

Já garantiu a sua Agen<strong>da</strong><br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2018?<br />

Se tem uma coisa que a gente<br />

entende bem aqui na Ven<strong>da</strong>-<br />

Mais, é como funciona a rotina de<br />

um profissional de ven<strong>da</strong>s. Nós<br />

sabemos que sua lista de tarefas<br />

diárias é enorme, entendemos a<br />

dificul<strong>da</strong>de que pode ser manter<br />

os <strong>da</strong>dos de contatos de prospects<br />

e clientes atualizados, temos em<br />

mente que às vezes a motivação<br />

cai, e é preciso um empurrãozinho<br />

para voltar à rota defini<strong>da</strong> e assim<br />

por diante. Por isso mesmo, a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2018 é perfeita para você. Utilizamos<br />

todo esse nosso conhecimento para desenvolver uma ferramenta que será<br />

uma grande alia<strong>da</strong> para você fazer de 2018 o melhor ano em ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>!<br />

Além de aju<strong>da</strong>r no seu planejamento, a Agen<strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> 2018 traz um<br />

rico conteúdo sobre ven<strong>da</strong>s consultivas de alta performance e reúne tudo o que<br />

você espera de uma agen<strong>da</strong> pensa<strong>da</strong> para profissionais de ven<strong>da</strong>s:<br />

World of Business Forum<br />

Enquanto esta edição <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

estava em fechamento, dois jornalistas<br />

<strong>da</strong> nossa equipe – João Guilherme Brotto e<br />

Natasha Schiebel – estavam em Milão (Itália)<br />

acompanhando o World of Business<br />

Forum, evento que reuniu grandes mentes<br />

de atuali<strong>da</strong>de (como Nicholas Negroponte,<br />

Michael Porter e Chris Anderson) e debateu<br />

a importância de, mesmo em um mundo<br />

ca<strong>da</strong> vez mais tecnológico, colocarmos as<br />

pessoas no centro <strong>da</strong>s operações. A cobertura<br />

do evento você confere na próxima<br />

edição!<br />

1 Bastante espaço para fazer anotações;<br />

1 Mensagens especiais que o inspiram a vender mais e melhor;<br />

1 Área para registrar suas metas mensais;<br />

1 Lembrete de que metade do mês já passou (para ajudá-lo a focar nas metas);<br />

1 E muito mais!<br />

É isso que você quer? Então acesse agen<strong>da</strong>ven<strong>da</strong>mais.com.br e garanta já a sua<br />

e <strong>da</strong> sua equipe!<br />

VM TECH: O melhor conteúdo sobre tecnologia<br />

para potencializar suas ven<strong>da</strong>s<br />

Atentos às novi<strong>da</strong>des do mercado e à constante evolução tecnológica que<br />

impacta processos comerciais e até mesmo a rotina <strong>da</strong>s equipes de ven<strong>da</strong>s,<br />

lançamos no fim do ano passado a VM TECH, uma revista digital bimestral que se<br />

propõe a apresentar o que há de mais atual em termos de tecnologia para auxiliar<br />

as suas ven<strong>da</strong>s, antecipar tendências e aju<strong>da</strong>r a sua empresa a utilizar e criar<br />

novos produtos, serviços e soluções.<br />

A primeira edição <strong>da</strong> VM TECH tem quase 50 páginas e revela <strong>10</strong> dicas de<br />

tecnologia para potencializar suas<br />

ven<strong>da</strong>s. Tem conteúdo sobre CRM de<br />

ven<strong>da</strong>s, banners dinâmicos, chatbots,<br />

brand experience, inteligência geográfica<br />

e muito mais!<br />

Quem assina a <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> tem<br />

acesso gratuito à VM TECH. Para isso,<br />

basta entrar na Área do Assinante<br />

(assinantes.ven<strong>da</strong>mais.com.br). Não<br />

assinantes podem adquirir exemplares<br />

avulsos por R$ 9,90 ou fazer a assinatura<br />

anual por R$ 49,90. Saiba mais<br />

e adquira a primeira edição <strong>da</strong> VM TE-<br />

CH acessando bit.ly/VM-TECH.<br />

Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> na<br />

estra<strong>da</strong><br />

Nos últimos meses de 2017, a equipe<br />

<strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> rodou muitos<br />

quilômetros pelo Brasil e pelo Paraguai.<br />

Oito projetos levaram consultores e facilitadores<br />

de treinamento a nove ci<strong>da</strong>des de<br />

seis estados brasileiros e também a uma<br />

ci<strong>da</strong>de paraguaia.<br />

Algumas viagens proporcionaram treinamentos<br />

para equipes de ven<strong>da</strong>s de diferentes<br />

tamanhos e segmentos, e outras<br />

levaram serviços de consultoria e planejamento<br />

estratégico. Mas, independentemente<br />

do serviço prestado, o objetivo foi sempre<br />

o mesmo: aju<strong>da</strong>r a melhorar o desempenho<br />

de ven<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s empresas parceiras.<br />

E o ano terminou com a equipe tendo<br />

certeza de que a meta foi cumpri<strong>da</strong>!<br />

Quer melhorar a performance <strong>da</strong> sua<br />

equipe de ven<strong>da</strong>s em 2018? Conte com a<br />

aju<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>. Acesse<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br/solucao-<strong>comercial</strong> e saiba<br />

como podemos, juntos, garantir resultados<br />

extraordinários neste ano e sempre!<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 9


ON-LINE<br />

POR Francine Pereira<br />

forma de organização torna a escolha<br />

do cliente muito mais difícil.<br />

2) Dificul<strong>da</strong>de na tarefa de decisão<br />

Quão difícil é o ato de tomar uma decisão<br />

de compra negociando com sua<br />

empresa? Quanto tempo o cliente tem<br />

para escolher? Esses são fatores que<br />

também podem deixá-lo sobrecarregado.<br />

Em alguns modelos, por exemplo,<br />

se o comprador tem um limite de tempo<br />

muito curto para decidir, pode acabar<br />

gerando sobrecarga de escolha.<br />

3) Preferências incertas<br />

Muitas opções<br />

podem afastar<br />

seus clientes<br />

Ter a possibili<strong>da</strong>de de escolha dá aos clientes a sensação de<br />

poder e liber<strong>da</strong>de. No entanto, quando uma empresa oferece<br />

muitas opções ao mesmo tempo, pode acabar afastando<br />

os compradores ou tornando a compra uma experiência ruim.<br />

Um estudo realizado na Kellogg School of Management<br />

descobriu que essa “sobrecarga de escolhas” pode fazer os<br />

clientes ficarem insatisfeitos com a compra, pensando que<br />

as outras opções poderiam ser melhores, ou fazê-los ficarem<br />

paralisados diante de tantas alternativas.<br />

A análise identificou alguns fatores que contribuem<br />

para que a sobrecarga de escolha aconteça. São eles:<br />

1) Complexi<strong>da</strong>de no modelo de<br />

escolha<br />

Está relaciona<strong>da</strong> à forma como as opções<br />

são organiza<strong>da</strong>s e expostas. Nesse<br />

sentido, até mesmo poucas alternativas<br />

podem gerar sobrecarga. Por<br />

exemplo: digamos que você esteja vendendo<br />

cinco modelos de planos de saúde<br />

e, em ca<strong>da</strong> um deles, exponha 50<br />

tipos de informações diferentes. Essa<br />

Outro fator que pode gerar sobrecarga<br />

de escolha é o nível de conhecimento<br />

que o cliente tem sobre suas próprias<br />

preferências. Ou seja, o quanto ele já<br />

sabe sobre o que quer. Quando o comprador<br />

tem mais conhecimento em relação<br />

ao que busca, é fácil fazer a decisão<br />

final.<br />

4) Como melhorar a oferta de<br />

diferentes opções<br />

Analise essas informações para identificar<br />

se sua empresa está oferecendo<br />

um cenário ao cliente que pode gerar<br />

a sobrecarga de escolha. Saber o<br />

que pode confundir seu cliente na hora<br />

<strong>da</strong> decisão final é importante para<br />

oferecer uma experiência de compra<br />

positiva.<br />

Esse é um desafio e tanto para as<br />

empresas, especialmente àquelas que<br />

têm um mix muito grande. O caminho<br />

pode ser reorganizar a forma como<br />

você expõe as alternativas de compra<br />

e também auxiliar o cliente nesse processo<br />

de escolha – seja oferecendo<br />

opções mais alinha<strong>da</strong>s com suas preferências<br />

e perfil, seja aju<strong>da</strong>ndo-o a<br />

entender qual é a melhor opção para o<br />

que ele busca.<br />

<strong>10</strong><br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

A aquisição <strong>da</strong> revista <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />

do site <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> (www.ven<strong>da</strong>mais.com.br). Se você é assinante, basta<br />

digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista nas bancas,<br />

digite o login “banca” e a palavra-chave “DESAFIOS”, váli<strong>da</strong> apenas para os<br />

meses de JANEIRO e FEVEREIRO.<br />

O consumidor de 2020<br />

De acordo com o relatório Consumer 2020, desenvolvido<br />

pela Cisco, <strong>da</strong>qui a dois anos os consumidores<br />

estarão muito mais no controle <strong>da</strong>s operações<br />

<strong>da</strong>s empresas. Nesse sentido, será ca<strong>da</strong> vez mais<br />

essencial que as marcas conheçam muito bem seus<br />

públicos para atuar não somente para eles, mas,<br />

principalmente, com eles.<br />

O estudo identificou cinco principais mu<strong>da</strong>nças no<br />

papel do consumidor de 2020:<br />

A influência dos dispositivos<br />

móveis nas ven<strong>da</strong>s B2B<br />

crescimento do mobile nos últimos anos tem influenciado<br />

de maneira direta a forma como as ven<strong>da</strong>s acon-<br />

O<br />

tecem. E engana-se quem pensa que apenas as operações<br />

B2C foram afeta<strong>da</strong>s pelos dispositivos móveis – empresas<br />

que atuam no mercado B2B também precisam se a<strong>da</strong>ptar<br />

às deman<strong>da</strong>s desse novo canal.<br />

Segundo uma pesquisa <strong>da</strong> Google realiza<strong>da</strong> em parceria<br />

com The Boston Consulting Group (BCG), os clientes B2B <strong>da</strong><br />

atuali<strong>da</strong>de esperam interagir com um vendedor apenas no<br />

fechamento <strong>da</strong> compra. E mais importante: eles esperam<br />

que, ao se relacionar com as empresas, tenham as mesmas<br />

experiências e funcionali<strong>da</strong>des digitais que têm acesso como<br />

consumidores individuais.<br />

Além disso, o estudo apontou ain<strong>da</strong> que:<br />

Os dispositivos móveis influenciam e geram uma<br />

média de 40% <strong>da</strong> receita em organizações B2B.<br />

50% <strong>da</strong>s buscas online feitas por clientes B2B são<br />

realiza<strong>da</strong>s em smartphones – a expectativa é que<br />

esse índice chegue a 70% até 2020.<br />

Os clientes B2B estão mais propensos a trabalhar<br />

de maneira remota pelo celular – incluindo fechar<br />

negócios por esse canal.<br />

Mais de 90% dos clientes B2B estariam mais dispostos<br />

a comprar novamente de uma mesma empresa<br />

após vivenciar uma experiência positiva com<br />

a marca no mobile.<br />

Então, você está preparado para essa nova era mobile <strong>da</strong>s<br />

ven<strong>da</strong>s B2B?<br />

Para ler o relatório completo (em inglês), acesse: bit.ly/<br />

mobile-b2b-ven<strong>da</strong>s<br />

1<br />

O consumidor como plataforma. Com o crescente<br />

compartilhamento de <strong>da</strong>dos, as marcas<br />

poderão oferecer uma plataforma de opções<br />

ca<strong>da</strong> vez mais personaliza<strong>da</strong>s para o cliente, criando<br />

experiências de compra únicas e individuais.<br />

2<br />

O consumidor como estúdio. A personalização<br />

já é uma reali<strong>da</strong>de. Nos próximos anos, o<br />

cliente deve ter participação ca<strong>da</strong> vez mais<br />

ativa na manufatura, tornando-se cocriador dos produtos,<br />

desenvolvendo peças junto com as empresas.<br />

3<br />

O consumidor como loja. Com dispositivos<br />

móveis e wearables, os clientes terão o poder<br />

de compra em suas mãos, podendo pesquisar,<br />

comprar e até vender produtos a qualquer hora, de<br />

qualquer lugar.<br />

4<br />

O consumidor como canal de mídia. O conteúdo<br />

gerado pelo próprio cliente é algo extremamente<br />

valioso. A tendência é que os<br />

consumidores se tornem plataformas de mídia. As<br />

marcas que aju<strong>da</strong>rem seus públicos a se apropriar, criar<br />

e compartilhar conteúdo sairão na frente.<br />

5<br />

O consumidor como CEO. E não é só na criação<br />

de produtos e na comunicação que os<br />

consumidores devem ter participação ativa.<br />

Seus comentários e feedbacks online devem afetar os<br />

processos organizacionais em tempo real. É o consumidor<br />

no centro <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de decisões <strong>da</strong>s empresas.<br />

Para conferir o relatório Consumer 2020 na íntegra (em<br />

inglês), acesse: bit.ly/consumidor-2020<br />

Por falar em 2020, a matéria de<br />

capa <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de janeiro/fevereiro<br />

de 2017 teve o seguinte<br />

tema: “Você está preparado para<br />

vender em 2020?” Para ler um trecho<br />

dela, visite bit.ly/vender-2020.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 11


MANUAL DO LÍDER<br />

Por Francine Pereira<br />

O propósito <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />

como ferramenta de<br />

engajamento <strong>da</strong> equipe<br />

As tendências de consumo<br />

atuais mostram que as<br />

pessoas buscam se relacionar<br />

com marcas que tenham um<br />

propósito forte e que levem<br />

suas causas em conta na hora<br />

de ofertar seus produtos e serviços.<br />

Acontece que essa motivação<br />

também é importante<br />

para engajar o público interno<br />

<strong>da</strong> empresa. É o que aponta<br />

um estudo feito por A<strong>da</strong>m<br />

Grant, pesquisador na área de<br />

gestão e autor dos best-sellers<br />

Originais – como os inconformistas<br />

mu<strong>da</strong>m o mundo e Dar e<br />

receber – uma abor<strong>da</strong>gem revolucionária<br />

sobre sucesso, generosi<strong>da</strong>de<br />

e influência.<br />

Segundo a pesquisa de Grant,<br />

quando o líder dá um significado para<br />

as tarefas ou quando ele mostra o<br />

sentido <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des, há um aumento<br />

incrível no nível de motivação e produtivi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> equipe. De acordo com<br />

o pesquisador, você pode fazer isso<br />

simplesmente explicando como o trabalho<br />

dos profissionais é importante<br />

para a empresa.<br />

Os experimentos realizados no estudo<br />

mostram que apenas cinco minutos<br />

de interação com os profissionais,<br />

mostrando o significado do trabalho<br />

deles, gera os seguintes benefícios:<br />

2 Aju<strong>da</strong> os colaboradores a entenderem<br />

o impacto <strong>da</strong> atuação deles.<br />

2 Os profissionais sentem-se mais<br />

valorizados.<br />

2 Aumenta a empatia do time em<br />

relação à empresa e aos clientes.<br />

Excelente, não é mesmo? A seguir,<br />

confira algumas maneiras de aplicar essa<br />

estratégia em sua empresa e aumentar o<br />

engajamento <strong>da</strong> equipe oferecendo um<br />

significado real ao trabalho que ela realiza:<br />

2 Brainstorming de propósitos. Na<br />

reunião com seus colaboradores,<br />

compartilhe a importância do trabalho<br />

deles e questione se eles<br />

teriam algum outro significado para<br />

acrescentar.<br />

2 Depoimento de clientes. Mostre<br />

aos profissionais <strong>da</strong> sua equipe o<br />

depoimento de alguns clientes que<br />

comprovem como o trabalho deles<br />

impacta positivamente na vi<strong>da</strong> dessas<br />

pessoas.<br />

2 Compartilhe valores. Também é<br />

importante que os profissionais<br />

estejam engajados no propósito <strong>da</strong><br />

empresa. Quando eles percebem<br />

que o trabalho deles aju<strong>da</strong> na causa<br />

que a organização defende, isso<br />

também dá mais significado às tarefas<br />

diárias.<br />

Por meio de ações como essas,<br />

fazer <strong>da</strong> sua equipe um ver<strong>da</strong>deiro time<br />

será muito mais fácil!<br />

“Um líder leva<br />

pessoas para onde<br />

elas querem ir. Um<br />

grande líder leva<br />

pessoas aos<br />

lugares em que<br />

elas não<br />

necessariamente<br />

querem ir, mas<br />

deveriam ir.”<br />

Rosalynn Carter,<br />

ex-primeira-<strong>da</strong>ma<br />

norte-americana<br />

12<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Como liderar em<br />

tempos de<br />

constante<br />

transformação<br />

Nas empresas, quando a palavra<br />

“mu<strong>da</strong>nça” é menciona<strong>da</strong>, geralmente<br />

ela vem acompanha<strong>da</strong> de<br />

sentimentos como medo, frustração<br />

e resistência. Mas acontece que, no<br />

mundo atual, em que as transformações<br />

acontecem de forma ca<strong>da</strong><br />

vez mais acelera<strong>da</strong>, a capaci<strong>da</strong>de<br />

de mu<strong>da</strong>r e se a<strong>da</strong>ptar é imprescindível<br />

para a sobrevivência <strong>da</strong>s organizações.<br />

Os líderes assumem um papel<br />

importante nesse contexto, pois são<br />

eles quem vão tomar a frente e<br />

orientar os profissionais no novo<br />

caminho a ser seguido. O especialista<br />

em gestão e inovação Jim Hemerling<br />

aponta que um dos principais<br />

erros dos gestores nesses momentos<br />

é demorar demais para agir em<br />

relação às mu<strong>da</strong>nças necessárias.<br />

Assim, no “modo urgente”, as transformações<br />

se tornam mais dolorosas<br />

e menos eficazes.<br />

Em sua palestra no TED, Hemerling<br />

explica que, para serem<br />

efetivas, as mu<strong>da</strong>nças precisam<br />

estar alia<strong>da</strong>s a um propósito forte<br />

e os processos devem sempre colocar<br />

as pessoas em primeiro lugar.<br />

Assista, inspire-se e apren<strong>da</strong> mais<br />

sobre como liderar em tempos de<br />

constantes transformações: bit.ly/<br />

liderar-mu<strong>da</strong>ncas.<br />

Bons líderes são bons aprendizes<br />

inegável que programas de desenvolvimento<br />

são importantes para<br />

É<br />

aprimorar o desempenho de gestores<br />

comerciais. Porém, ao mesmo tempo,<br />

sozinhos, treinamentos e cursos não<br />

são suficientes para formar bons líderes!<br />

A experiência prática é um fator<br />

importante no aperfeiçoamento desses<br />

profissionais. Especialmente quando<br />

vivência e aprendizagem an<strong>da</strong>m juntas.<br />

É o que mostra um estudo feito na<br />

UNSW Business School, de Sidnei, Austrália.<br />

A pesquisa aponta que os líderes<br />

que realizam suas tarefas diárias no<br />

“modo aprendiz” (ou seja, preocupados<br />

em executar e aprender, ao mesmo<br />

tempo) são mais eficientes e conseguem<br />

evoluir mais do que aqueles que apenas<br />

fazem as ativi<strong>da</strong>des sem levar em conta<br />

o que podem aprender com elas.<br />

A pergunta que fica, então, é: como<br />

ativar esse “modo aprendiz” no seu dia<br />

a dia como gestor? Os pesquisadores<br />

descobriram que os líderes que conseguem<br />

se desenvolver de maneira mais<br />

eficiente são aqueles que adotam as<br />

seguintes atitudes perante suas práticas<br />

diárias:<br />

1 – Metas de aprendizagem.<br />

Um passo importante no desenvolvimento<br />

<strong>da</strong>s suas habili<strong>da</strong>des como líder<br />

é definir objetivos de aprendizagem,<br />

como, por exemplo, “preciso ser mais<br />

comunicativo”; “preciso melhorar minha<br />

persuasão”. Com metas como essas<br />

em mente, em ca<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de que<br />

ele realiza, o gestor aprendiz pode<br />

identificar oportuni<strong>da</strong>des de treinar a<br />

aptidão em questão.<br />

2 – Experimento com novas estratégias.<br />

Outra característica comum aos líderes<br />

aprendizes é que eles estão sempre<br />

buscando novas fontes de autodesenvolvimento.<br />

Seja por meio de abor<strong>da</strong>gens<br />

diferentes, no modo de falar ou<br />

agir com os liderados, por exemplo, ou<br />

experimentando ferramentas ou metodologias<br />

novas.<br />

3 – Avaliação constante.<br />

Com metas de aprendizagem e com a<br />

constante busca de novas formas de<br />

autodesenvolvimento, os líderes aprendizes<br />

estão também sempre avaliando<br />

os resultados e buscando feedbacks<br />

externos para entender a eficiência <strong>da</strong>s<br />

estratégias utiliza<strong>da</strong>s. A reflexão sobre<br />

o que funciona e o que precisa ser melhorado<br />

é fun<strong>da</strong>mental para a evolução<br />

profissional do gestor.<br />

Os pesquisadores apontaram ain<strong>da</strong><br />

que as descobertas deste estudo<br />

são importantes para mostrar que o<br />

desenvolvimento dos líderes nem sempre<br />

precisa custar caro e, principalmente,<br />

que as habili<strong>da</strong>des de liderança<br />

podem ser aprendi<strong>da</strong>s e pratica<strong>da</strong>s.<br />

Você concor<strong>da</strong>? Envie um e-mail dizendo<br />

o que você faz para se desenvolver<br />

no dia a dia e evoluir como líder<br />

e contribua com o debate: leitor@<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 13


s /Por João Guilherme Brotto<br />

Eles estão<br />

prospectando<br />

(e vendendo)<br />

pelo LinkedIn<br />

Com mais de 29 milhões de usuários no<br />

Brasil, o LinkedIn concentra uma parcela<br />

significativa <strong>da</strong>s pessoas responsáveis<br />

por girar a economia brasileira.<br />

Somente em cargos de gestão em ven<strong>da</strong>s, há<br />

cerca de 200 mil pessoas em território brasileiro<br />

ativas na rede social. Não é por acaso que a<br />

plataforma tem se mostrado ca<strong>da</strong> vez mais<br />

relevante não apenas para pessoas que buscam<br />

se recolocar no mercado de trabalho, mas também<br />

para fomentar negócios. Sabendo disso,<br />

publicamos uma reportagem<br />

especial sobre como utilizar<br />

essa ferramenta a favor de<br />

suas ven<strong>da</strong>s na edição de julho<br />

de 2016 <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />

A seguir, relembramos um<br />

trecho dela. Confira!<br />

LinkedIn na prática<br />

Valquíria Garske, diretora <strong>da</strong> consultoria<br />

Futuremark Inteligência Comercial, conta que<br />

começou a usar o LinkedIn porque precisava<br />

de novos meios para chegar aos altos executivos<br />

<strong>da</strong>s organizações, tarefa que sempre foi<br />

complexa pelas estratégias usa<strong>da</strong>s até então.<br />

“O LinkedIn nos ajudou a identificar os executivos<br />

e a chegar a eles mais rapi<strong>da</strong>mente,<br />

pois nem sempre os intermediários entendiam<br />

nossos serviços. Era comum que fôssemos<br />

remetidos a pessoas inadequa<strong>da</strong>s que atrasavam<br />

muito a negociação”, recor<strong>da</strong>.<br />

Para aprimorar seus resultados, Valquíria<br />

tem uma conta premium, que permite enviar<br />

mensagens a quem não faz parte de sua rede,<br />

fazer pesquisas de forma mais abrangente e<br />

assertiva, criar um painel para monitorar e<br />

interagir com prospects, dentre outras funções.<br />

“Criamos um perfil forte em meu nome para<br />

o departamento <strong>comercial</strong> adicionar pessoas<br />

e interagir. É ali que concentramos to<strong>da</strong>s as<br />

publicações e fazemos os contatos. Fazemos<br />

marketing de relacionamento com a base,<br />

man<strong>da</strong>ndo mensagens de aniversário, <strong>da</strong>ndo<br />

parabéns por um novo emprego ou troca de<br />

cargo e assim por diante. Temos, ain<strong>da</strong>, uma<br />

mensagem de boas-vin<strong>da</strong>s padrão, para todos<br />

que aceitam nosso convite, em que já pedimos<br />

autorização para colocar seu e-mail em nossa<br />

base. E, a partir <strong>da</strong>í, começamos o relacionamento<br />

<strong>comercial</strong>”, explica.<br />

14<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Valquíria Garske<br />

Jorge Biesczad Jr., diretor <strong>comercial</strong><br />

e de marketing na Premier<br />

IT Global Services, que atua com<br />

soluções de TI, também tem uma<br />

conta premium. “Tenho cinco licenças<br />

utiliza<strong>da</strong>s pela minha equipe<br />

para mapear contas-alvo, descobrir<br />

contatos responsáveis e iniciar<br />

o processo de abor<strong>da</strong>gem. Eu<br />

também consigo ver, através do<br />

painel do sales navigator (ferramenta<br />

para profissionais de ven<strong>da</strong>s do<br />

LinkedIn que faz parte do plano<br />

premium), se eles estão realmente<br />

atuando e extraindo o melhor <strong>da</strong><br />

ferramenta. Recomendo o plano<br />

pago, mas alerto que é preciso saber<br />

usar, pois os clientes estão sendo<br />

muito abor<strong>da</strong>dos pelas redes<br />

sociais ultimamente”, pontua.<br />

Jorge Biesczad Jr.<br />

Ambiente propício aos negócios<br />

Biesczad Jr. afirma que a plataforma<br />

tem potencial porque concentra<br />

o mercado B2B e um público<br />

antenado em gestão, tendências,<br />

liderança e inovação. “É uma excelente<br />

ferramenta para se mostrar<br />

presente para o prospect que a utiliza<br />

e uma grande oportuni<strong>da</strong>de<br />

para os vendedores se posicionarem<br />

como autori<strong>da</strong>des e ganharem<br />

mindshare. Afinal, a velha máxima<br />

sempre vai valer: quem é visto é<br />

lembrado”, aponta o gestor.<br />

Para isso, ele aconselha que se<br />

compartilhe conteúdo relevante e<br />

se monitore o comportamento dos<br />

prospects para fazer uma abor<strong>da</strong>gem<br />

adequa<strong>da</strong> ao que eles precisam. “Fale<br />

dele e não do seu produto; inicie<br />

a abor<strong>da</strong>gem consultiva ou simplesmente<br />

busque ser lembrado como<br />

referência. Foi assim que fechei dois<br />

negócios que iniciei a partir de uma<br />

abor<strong>da</strong>gem no LinkedIn”, conta.<br />

Antes disso, porém, é preciso<br />

estabelecer seus objetivos e determinar<br />

seu público-alvo. Eduardo<br />

Luz, CEO <strong>da</strong> IASoft, empresa de<br />

consultoria e sistemas de TI, indica<br />

que desenvolver um plano de interação,<br />

com estratégias claras de que<br />

tipo de comunicação será feita, com<br />

quem e com que frequência é essencial.<br />

“Tenha em mente que, seja<br />

qual for o caso, você deve ter uma<br />

presença relevante. De pouco (ou<br />

na<strong>da</strong>) adianta ter um perfil, convi<strong>da</strong>r<br />

centenas de pessoas e ninguém<br />

<strong>da</strong>r bola para você (ou para sua<br />

empresa)”, alerta.<br />

Eduardo Luz<br />

3 dicas para se tornar relevante e ser efetivo no LinkedIn<br />

1 – Deixe seu perfil impecável<br />

Siga todos os passos recomen<strong>da</strong>dos pelo LinkedIn durante a criação do perfil.<br />

Não abra mão de uma boa foto, escreva um resumo cativante, deixe claro que<br />

problemas você resolve, relate experiências, descreva os projetos que realizou,<br />

fale sobre os resultados que obteve/gerou a seus clientes, discorra sobre suas<br />

habili<strong>da</strong>des de forma interessante e sucinta etc. Tenha em mente que seu perfil<br />

é seu cartão de visitas. Será que ele está chamando a atenção?<br />

2 – Participe ativamente de grupos<br />

É ver<strong>da</strong>de que os grupos do LinkedIn já foram melhores para a troca de ideias. A<br />

popularização <strong>da</strong> rede fez com que muitos grupos passassem a ser dominados<br />

por propagan<strong>da</strong> e spammers, mas, ain<strong>da</strong> assim, muitos continuam sendo bons<br />

canais para gerar valor aos seus similares e, principalmente, encontrar prospects.<br />

Para encontrar os grupos certos, faça uma busca por palavras-chave de seu<br />

setor. Certamente, vai encontrar diversos interessantes. E, caso não encontre,<br />

crie um. Seja pioneiro.<br />

3 – Não seja um vendedor<br />

Seu foco, ao usar o LinkedIn (ou qualquer outra rede social) como uma ferramenta<br />

de ven<strong>da</strong>s, deve ser aju<strong>da</strong>r, agregar, cultivar relacionamentos – e não vender.<br />

Para isso, quando presenciar algum debate para o qual você possa colaborar,<br />

seja em um grupo, seja em artigo, seja em post em sua linha do tempo, comente<br />

sem mencionar o que você faz ou o que vende. Acredite, já tem muitas pessoas<br />

fazendo isso e sendo bloquea<strong>da</strong>s. A consistência em ser um gerador de<br />

valor fará o trabalho por você.<br />

Esta matéria<br />

continua no portal<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>!<br />

Acesse bit.ly/ven<strong>da</strong>s-<br />

LinkedIn e saiba mais<br />

sobre como utilizar o<br />

LinkedIn para prospectar<br />

e vender!<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 15


Superlíder / Por Francine Pereira /<br />

Ricardo Malta<br />

ós precisamos começar a criar empregos<br />

menos centrados nas tarefas<br />

que as pessoas fazem e mais focados<br />

na forma como os profissionais podem<br />

contribuir para o trabalho por<br />

meio de suas habili<strong>da</strong>des. Robôs são<br />

excelentes em fazer ativi<strong>da</strong>des repetitivas<br />

e controla<strong>da</strong>s, mas humanos<br />

têm uma habili<strong>da</strong>de incrível de aliar<br />

competências e pensamento criativo<br />

para resolver problemas que eles<br />

nunca enfrentaram antes”, declarou<br />

o especialista em inovação David Lee, em sua palestra no TED.<br />

Lee e Márcio José Batistuti, diretor<br />

<strong>comercial</strong> <strong>da</strong> Mongeral Aegon Seguros e<br />

Previdência, não se conhecem, mas têm<br />

algo com comum: os dois acreditam que<br />

o futuro <strong>da</strong>s empresas depende do talento<br />

dos seus profissionais.<br />

Você pode assistir à palestra<br />

de David Lee, em inglês, acessando<br />

bit.ly/<strong>da</strong>vidlee-ted.<br />

Em um mundo cercado de tecnologia e automação, esse tipo de<br />

pensamento se torna ca<strong>da</strong> vez mais importante na área <strong>comercial</strong>.<br />

As organizações devem buscar vendedores que possam contribuir<br />

por meio de suas habili<strong>da</strong>des e valores únicos, com conhecimento<br />

especializado no segmento em que atuam e com a capaci<strong>da</strong>de de ir<br />

além do que uma máquina pode fazer.<br />

Com foco nessa estratégia, Batistuti é um dos responsáveis por<br />

um projeto focado na formação dos novos corretores na empresa em<br />

que atua, trazendo para o mercado mais do que vendedores, ver<strong>da</strong>deiros<br />

especialistas no negócio.<br />

Conheça a história do diretor <strong>comercial</strong> <strong>da</strong> Mongeral Aegon e<br />

enten<strong>da</strong> como uma gestão foca<strong>da</strong> no desenvolvimento dos profissionais<br />

pode trazer grandes resultados. Pode apostar: você vai querer<br />

seguir o exemplo dele em seu dia a dia profissional.<br />

Formando especialistas<br />

Na última déca<strong>da</strong>, o mercado de<br />

seguros de vi<strong>da</strong> e previdência vem<br />

crescendo anualmente 11,4% no<br />

Brasil. E uma empresa em especial<br />

se destaca nesse setor: a Mongeral<br />

Aegon Seguros e Previdência, que<br />

cresceu em média 23,4% ao ano no<br />

mesmo período.<br />

Por trás desse sucesso, há um<br />

projeto de formação de corretores<br />

de seguros que a empresa desenvolve<br />

há 20 anos. Em parceria com<br />

a Escola Nacional de Seguros (Funenseg),<br />

o programa <strong>da</strong> Mongeral<br />

Aegon já formou mais de três mil<br />

corretores.<br />

Com seis meses de duração, o<br />

curso oferecido pela empresa tem<br />

13 disciplinas volta<strong>da</strong>s à habilitação<br />

técnica de corretores de seguros de<br />

vi<strong>da</strong>, previdência e capitalização.<br />

Batistuti conta que, no treinamento,<br />

há uma intensiva preparação<br />

que privilegia o desenvolvimento<br />

de habili<strong>da</strong>des fun<strong>da</strong>mentais para<br />

executar o processo de ven<strong>da</strong>s nesse<br />

segmento e entender profun<strong>da</strong>mente<br />

o portfólio de produtos e o<br />

mercado. “O objetivo é suprir a necessi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> Mongeral Aegon, que<br />

cresce acima <strong>da</strong> média do setor, e<br />

também <strong>da</strong> indústria de seguros de<br />

vi<strong>da</strong> e previdência, que carece de<br />

profissionais especializados para<br />

sua expansão. A meta é qualificar<br />

16<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 17


novos planos vendidos<br />

2015<br />

2016<br />

16%<br />

36%<br />

“O líder deve<br />

estar atento às<br />

necessi<strong>da</strong>des de<br />

ca<strong>da</strong> membro de<br />

sua equipe, no que<br />

ca<strong>da</strong> um precisa<br />

ser desenvolvido.<br />

Ele precisa aju<strong>da</strong>r<br />

ca<strong>da</strong> profissional<br />

a fazer seu<br />

planejamento<br />

e direcionar as<br />

ações para atingir<br />

os objetivos<br />

individuais. O<br />

resultado global<br />

<strong>da</strong> equipe é<br />

consequência.”<br />

Marcio Batistuti<br />

profissionais diferenciados considerando<br />

o perfil do novo cliente, as<br />

tendências tecnológicas e a diversi<strong>da</strong>de<br />

de portfólio”, explica o diretor<br />

<strong>comercial</strong> <strong>da</strong> seguradora.<br />

Na prática, o programa vem<br />

trazendo resultados ca<strong>da</strong> vez melhores<br />

ano a ano, contribuindo significativamente<br />

para o crescimento<br />

do segmento.<br />

1 Em 2015, dos 751 alunos, 16%<br />

atingiram alto nível de produtivi<strong>da</strong>de,<br />

vendendo <strong>10</strong>.325 novos<br />

planos.<br />

1 Em 2016, mesmo em meio à<br />

crise, os resultados continuaram<br />

evoluindo: dos 536 treinandos,<br />

36% atingiram o alvo<br />

de produtivi<strong>da</strong>de e venderam<br />

16.502 novos planos.<br />

“Seguiremos investindo na formação<br />

de uma equipe de alta performance,<br />

familiariza<strong>da</strong> com o<br />

digital e capaz de orientar o cliente<br />

considerando sua necessi<strong>da</strong>de<br />

no que se refere à proteção de ren<strong>da</strong><br />

e ao planejamento financeiro<br />

familiar”, frisa o diretor <strong>comercial</strong>.<br />

Um gestor especializado em<br />

capacitar a equipe<br />

Não é à toa que Batistuti acredita<br />

tanto no poder do desenvolvimento<br />

profissional. Sua própria história<br />

na área de ven<strong>da</strong>s é a prova de<br />

que preparação e conhecimento<br />

são fun<strong>da</strong>mentais para quem quer<br />

evoluir na carreira <strong>comercial</strong>. Influenciado<br />

pelo pai e pelo irmão<br />

mais velho, Batistuti teve contato<br />

com ven<strong>da</strong>s desde cedo. “Meu pai<br />

sempre atuou em ven<strong>da</strong>s, então eu<br />

cresci vendo ele chegar todos os<br />

dias em casa falando de suas metas,<br />

resultados e conquistas. Sem dúvi<strong>da</strong>,<br />

isso me inspirou”, relembra.<br />

A sua trajetória <strong>comercial</strong><br />

confunde-se com sua evolução<br />

profissional dentro <strong>da</strong> área de seguros.<br />

Ele começou como assistente<br />

<strong>comercial</strong> em um clube de<br />

seguros de vi<strong>da</strong> e, desde então,<br />

passou a estu<strong>da</strong>r e se aprofun<strong>da</strong>r<br />

nesse mercado. Ao longo do tempo,<br />

ele foi evoluindo – passando<br />

de vendedor a gerente, depois superintendente,<br />

até chegar ao cargo<br />

atual, de diretor <strong>comercial</strong> na<br />

Mongeral Aegon.<br />

Em todo esse tempo, a preocupação<br />

com a formação dos profissionais<br />

sempre foi algo constante<br />

na carreira de Batistuti. Ele conta<br />

que seu maior desafio foi assumir<br />

a superintendência regional <strong>da</strong> capital<br />

paulista, que, na época, tinha<br />

uma <strong>da</strong>s piores performances <strong>da</strong><br />

empresa. A estratégia utiliza<strong>da</strong> por<br />

ele para mu<strong>da</strong>r esse cenário foi<br />

fazer uma reformulação <strong>da</strong> equipe,<br />

formando gerentes comerciais de<br />

alto nível. “Assim começava a surgir<br />

a maior sucursal de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

empresa. Além <strong>da</strong> alta performance<br />

em ven<strong>da</strong>s, os profissionais responsáveis<br />

por essas conquistas<br />

foram promovidos para multiplicar<br />

ain<strong>da</strong> mais a formação de novos<br />

profissionais”, destaca.<br />

Em 2011, quando se tornou diretor<br />

regional de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Mongeral<br />

Aegon, a atuação foca<strong>da</strong> na<br />

capacitação dos profissionais continuou<br />

a gerar grandes resultados.<br />

“Percebemos que, para <strong>da</strong>r um salto<br />

na formação, na retenção e na<br />

produtivi<strong>da</strong>de de novas equipes de<br />

ven<strong>da</strong>s, precisaríamos criar um<br />

processo padronizado, e ir além de<br />

treinar a equipe em produtos e<br />

técnicas de ven<strong>da</strong>s”, detalha.<br />

Para tornar esse projeto reali<strong>da</strong>de,<br />

ele conta que a empresa to<strong>da</strong><br />

se envolveu na criação de um processo<br />

estruturado de ven<strong>da</strong>s, partindo<br />

<strong>da</strong>s melhores experiências<br />

práticas para construir a estrutura<br />

de uma consultoria completa para<br />

os novos corretores. “Os <strong>desafios</strong><br />

continuam, o mercado de seguro<br />

de vi<strong>da</strong> individual no Brasil está<br />

crescendo, novos produtos estão<br />

sendo desenvolvidos, e os profissionais<br />

têm que ser ca<strong>da</strong> vez mais<br />

preparados e produtivos”, salienta.<br />

Gestão próxima e transparente<br />

A preocupação constante com o<br />

desenvolvimento dos profissionais<br />

é uma <strong>da</strong>s características mais marcantes<br />

na liderança de Batistuti.<br />

Mas não é “só” isso que faz dele um<br />

superlíder. Ele destaca que, para<br />

garantir sua própria evolução profissional,<br />

exerce uma gestão muito<br />

próxima dos profissionais, sempre<br />

compartilhando ideias e conhecimento.<br />

“Procuro estar perto de<br />

quem faz a ven<strong>da</strong> acontecer. Sempre<br />

converso com os líderes de ven<strong>da</strong>s<br />

e vejo como podemos criar soluções<br />

para ajudá-los. E, o mais importante,<br />

sempre mantenho contato com<br />

os vendedores. Afinal, são eles que<br />

trazem a riqueza <strong>da</strong> experiência<br />

diária, as frustrações e as conquistas.<br />

Essas interações são riquíssimas,<br />

são insumos para melhoria<br />

contínua do processo”, ressalta.<br />

Depois de conhecer melhor o<br />

perfil desse superlíder, não é surpresa<br />

que a recomen<strong>da</strong>ção dele para<br />

quem deseja alcançar a alta performance<br />

como vendedor seja estu<strong>da</strong>r<br />

muito! Mas o diretor <strong>comercial</strong><br />

destaca que esse estudo não<br />

deve estar focado apenas no produto,<br />

mas também no mercado e,<br />

principalmente, em como atender<br />

os diversos tipos de clientes. “Um<br />

cliente bem atendido não só indica<br />

novos prospects, como também recomen<strong>da</strong><br />

você. Em um segmento<br />

que ain<strong>da</strong> tem pouca (ou quase nenhuma)<br />

deman<strong>da</strong> de compra, esses<br />

dois itens são essenciais”, indica.<br />

Agora, quando se trata de liderança<br />

<strong>comercial</strong>, Batistuti acredita<br />

que o segredo está em preocupar-se<br />

mais com os vendedores<br />

do que com suas metas. Sem<br />

18<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Os principais responsáveis pelo desenvolvimento e pela implementação do processo de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Mongeral Aegon. Da esquer<strong>da</strong> para a direita: Patrícia Campos (superintendente <strong>da</strong> Educação Corporativa), Ednei<br />

Andrade, Marcio Batistuti e Luis Felipe Maciel (diretores comerciais regionais).<br />

uma equipe forte, ele ressalta, o<br />

gestor nunca terá resultados. “O<br />

líder deve estar atento às necessi<strong>da</strong>des<br />

de ca<strong>da</strong> membro de sua equipe,<br />

no que ca<strong>da</strong> um precisa ser<br />

desenvolvido. Ele precisa aju<strong>da</strong>r<br />

ca<strong>da</strong> profissional a fazer seu planejamento<br />

e direcionar as ações<br />

para atingir os objetivos individuais.<br />

O resultado global <strong>da</strong> equipe<br />

é consequência”, destaca.<br />

Outra questão fun<strong>da</strong>mental<br />

para o sucesso <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong>,<br />

na visão de Batistuti, é acompanhar<br />

diariamente as ativi<strong>da</strong>des de trabalho<br />

de to<strong>da</strong> a equipe. Ele salienta<br />

que reuniões de feedback periódicas<br />

são essenciais para o gestor<br />

garantir que a intensi<strong>da</strong>de de trabalho<br />

efetivamente construa resultados<br />

de alta performance.<br />

Nesse sentido, Batistuti ressalta<br />

que um dos valores que ele mais<br />

preza e do qual não abre mão em<br />

sua vi<strong>da</strong> profissional (e pessoal) é<br />

a transparência. “Gosto muito que<br />

as pessoas saibam o porquê <strong>da</strong>s<br />

decisões; compartilhar o propósito<br />

<strong>da</strong>s intenções gera engajamento”,<br />

reforça.<br />

A grande lição que fica dessa<br />

história é que um grande gestor<br />

sabe que a sua própria evolução<br />

depende do desenvolvimento <strong>da</strong><br />

sua equipe. O papel do ver<strong>da</strong>deiro<br />

líder é aju<strong>da</strong>r seus liderados a<br />

superar os <strong>desafios</strong> e crescer profissionalmente.<br />

Batistuti cumpre<br />

esse papel como poucos.<br />

Seja como o gestor, seja como<br />

vendedor, espelhe-se nesse exemplo:<br />

busque a evolução constantemente<br />

e ajude as pessoas à sua<br />

volta a se desenvolverem também.<br />

É isso que vai fazer o profissional<br />

ir além e proporcionar mais do que<br />

uma máquina é capaz.<br />

Saiba como <strong>da</strong>r feedback de ver<strong>da</strong>de para a sua<br />

equipe assistindo ao episódio <strong>da</strong> websérie Ven<strong>da</strong>-<br />

Mais Responde em que Raul Candeloro e Marcelo<br />

Caetano falam sobre o assunto. Ele está<br />

disponível em bit.ly/vmresponde-feedback.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 19


Escolhas<br />

A ciência <strong>da</strong><br />

motivação<br />

Por Luiz Gaziri<br />

Se você já assistiu a palestras motivacionais,<br />

sabe bem que, a certa altura<br />

do discurso, a maioria dos palestrantes<br />

diz que um dos segredos para o<br />

sucesso é pensar positivo. Alguns<br />

inclusive dizem que você deve olhar<br />

no espelho e discursar frases positivas<br />

para si mesmo to<strong>da</strong>s as manhãs.<br />

Longe dos palcos, existe outra indústria que<br />

também é abasteci<strong>da</strong> pelo pensamento positivo: a<br />

literária. Basta passar no corredor de autoaju<strong>da</strong> de<br />

qualquer livraria para encontrar uma infini<strong>da</strong>de de<br />

títulos que vendem o pensamento positivo como uma<br />

ferramenta para transformar desejos em reali<strong>da</strong>de.<br />

No entanto, por outro lado, há lugares longe dos<br />

palcos e <strong>da</strong>s livrarias em que o pensamento positivo<br />

está se revelando como uma fórmula para o fracasso:<br />

os laboratórios científicos <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des mais prestigia<strong>da</strong>s<br />

do mundo. E a pessoa que mais vem incomo<strong>da</strong>ndo<br />

os “gurus do pensamento positivo” é Gabriele<br />

Oettingen, pesquisadora e professora <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

de Nova Iorque e <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Hamburgo.<br />

20<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


As descobertas de Oettingen<br />

“Motivação é a força<br />

que faz o ser humano<br />

agir; portanto, sem<br />

motivação não existe<br />

ação. Por isso pessoas<br />

que fantasiam com<br />

muita frequência<br />

dificilmente alcançam<br />

seus objetivos. Elas<br />

perdem a motivação e<br />

a energia que fariam<br />

com que se<br />

dedicassem para<br />

conseguir alcançálos!”<br />

Em uma de suas pesquisas, Oettingen pediu para<br />

estu<strong>da</strong>ntes universitários do último ano informarem,<br />

diariamente, se tinham pensamentos positivos sobre<br />

encontrar um emprego. Na sequência, os estu<strong>da</strong>ntes<br />

foram instruídos a escrever sobre os pensamentos<br />

positivos que tinham e, na terceira etapa do estudo,<br />

tiveram que reportar com qual frequência tinham<br />

esses pensamentos, dentro de uma escala de <strong>10</strong> pontos,<br />

variando de “muito raramente” até “muito frequentemente”.<br />

Dois anos depois do experimento, Oettingen<br />

descobriu que os participantes que reportaram ter<br />

fantasias positivas frequentes sobre encontrar um<br />

emprego receberam menos ofertas de trabalho e que,<br />

mesmo aqueles que já estavam empregados, recebiam<br />

salários menores do que os dos estu<strong>da</strong>ntes que fantasiavam<br />

com menos frequência. Além disso, os<br />

estu<strong>da</strong>ntes que frequentemente pensavam positivo<br />

sobre o seu sucesso reportaram ter enviado menos<br />

currículos do que os demais.<br />

Resultados semelhantes ocorreram quando a<br />

pesquisadora avaliou a probabili<strong>da</strong>de de estu<strong>da</strong>ntes<br />

declararem seu amor à pessoa pela qual estavam<br />

apaixona<strong>da</strong>s – aqueles que fantasiavam mais tinham<br />

menos chances de terem iniciado um relacionamento.<br />

No mesmo sentido, estu<strong>da</strong>ntes que fantasiavam<br />

sobre tirar uma nota boa numa disciplina acabaram<br />

tendo notas piores e estu<strong>da</strong>ndo menos tempo.<br />

Parece, então, que pensar positivo, na ver<strong>da</strong>de,<br />

gera resultados contrários aos que as pessoas desejam...<br />

Contraste mental<br />

Mas algo fantástico aconteceu nesse mesmo estudo.<br />

Um outro grupo de alunos teve resultados extremamente<br />

positivos na busca por um emprego. Acontece<br />

que, em outra etapa <strong>da</strong> pesquisa, Gabriele Oettingen<br />

solicitou aos membros desse grupo que, além de<br />

reportarem pensamentos positivos, também reportassem<br />

pensamentos negativos.<br />

A cientista descobriu que, quando os alunos obtinham<br />

uma relação mais equilibra<strong>da</strong> entre fantasias<br />

positivas e negativas, alcançavam resultados muito<br />

superiores comparados àqueles dominados apenas<br />

por pensamentos positivos. Ela nomeou sua descoberta<br />

como “contraste mental”: o fato de que pensar<br />

positivo e negativo ao mesmo tempo aumenta as<br />

chances de um desejo ser realizado.<br />

Estu<strong>da</strong>ndo o contraste mental mais profun<strong>da</strong>mente,<br />

com a aju<strong>da</strong> de cientistas <strong>da</strong> área <strong>da</strong> saúde, Oettingen<br />

descobriu que, logo após uma pessoa fantasiar<br />

sobre um desejo futuro, a pressão sistólica do seu<br />

coração diminui. Por outro lado, quando você está<br />

empolgado para praticar qualquer ativi<strong>da</strong>de, o seu<br />

corpo consome mais oxigênio e nutrientes, fazendo<br />

com que o seu coração bata mais forte para distribuir<br />

o sangue e compensar esse consumo mais elevado.<br />

O que os pesquisadores sabem é que existe uma<br />

relação direta entre o nível de pressão sistólica e a<br />

motivação de uma pessoa. Os estudos de Oettingen<br />

comprovam que, logo após fantasiarmos sobre um<br />

desejo futuro, o nosso cérebro nos proporciona prazer<br />

através do sentimento de que já alcançamos<br />

aquele objetivo. Consequentemente, esse sentimento<br />

de conquista nos causa um relaxamento que faz<br />

com que a nossa pressão sistólica caia, e junto com<br />

ela, a nossa motivação. Motivação é a força que faz<br />

o ser humano agir; portanto, sem motivação não<br />

existe ação. Por isso pessoas que fantasiam com<br />

muita frequência dificilmente alcançam seus objetivos.<br />

Elas perdem a motivação e a energia que fariam<br />

com que se dedicassem para conseguir alcançá-los!<br />

A pressão sistólica<br />

mede a força com a<br />

qual o seu coração<br />

bomba o sangue para<br />

o corpo. Sendo<br />

assim, quanto mais<br />

relaxado você se<br />

sente, menor é a sua<br />

pressão sistólica.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 21


“Fantasiar sobre o futuro dá<br />

prazer e satisfaz o seu ego, mas<br />

não aju<strong>da</strong> a atingir objetivos que<br />

requerem grandes níveis de<br />

esforço, comprometimento e<br />

energia.”<br />

Sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo<br />

trabalho? E traz o mesmo resultado?<br />

Gabriele Oettingen obteve sucesso implementando<br />

o contraste mental em diversos experimentos científicos,<br />

até que, durante um experimento novo, descobriu<br />

que nem todos os participantes haviam alcançado<br />

seus desejos depois de realizar o contraste<br />

mental: apenas aqueles que descobriram que tinham<br />

boas chances de atingir seus desejos tomaram iniciativas<br />

para alcançar o sucesso.<br />

Os participantes que descobriram que seus sonhos<br />

eram desconectados <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de acabaram não<br />

agindo e, consequentemente, não atingiram seus<br />

objetivos. Isso significa que o contraste mental é<br />

ain<strong>da</strong> mais espetacular do que imaginamos, pois,<br />

além de aju<strong>da</strong>r as pessoas a terem mais chances de<br />

atingir seus desejos, ele também faz com que as<br />

pessoas parem de investir seu tempo e energia na<br />

busca de sonhos impossíveis.<br />

Ao analisar as consequências negativas que o<br />

pensamento positivo traz para a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, é<br />

impossível não questionar o mantra que direciona<br />

muitos executivos e empresários brasileiros atualmente:<br />

sonhar grande ou sonhar pequeno dá o mesmo<br />

trabalho!<br />

O autor dessa frase pode ter to<strong>da</strong>s as credenciais<br />

de um empresário de sucesso, mas, do ponto de vista<br />

científico, sua frase está equivoca<strong>da</strong>, porque não<br />

dá o mesmo trabalho sonhar grande ou sonhar pequeno!<br />

Oettingen e outros cientistas descobriram<br />

que sonhar grande exige menos esforço do nosso<br />

cérebro, além de ser muito mais prazeroso do que<br />

sonhar pequeno. Além disso, sonhar grande ou sonhar<br />

pequeno traz resultados diferentes!<br />

Quando o seu sonho grande é fora <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de,<br />

ele faz com que você fique menos motivado e, portanto,<br />

perca a energia que o faria agir para tornar o<br />

seu sonho uma reali<strong>da</strong>de. O sonho pequeno pelo<br />

menos faz com que você sinta que seu objetivo pode<br />

ser alcançado, gerando a motivação que você precisa<br />

para atingi-lo.<br />

Isso não significa que você deva pensar pequeno<br />

ou que não adiante sonhar grande, mas, sim, que<br />

você deve pensar também nos obstáculos que podem<br />

fazer com que você não alcance seu sonho. Muitas<br />

vezes, ao realizar o contraste mental, você percebe<br />

que o seu sonho grande, na ver<strong>da</strong>de, é um pesadelo<br />

desconectado <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de – algo que consome horas<br />

do seu dia, esgota as suas energias, faz a sua empresa<br />

perder dinheiro, distancia você dos seus amigos<br />

e <strong>da</strong> família, diminui a sua produtivi<strong>da</strong>de e o afasta<br />

dos seus sonhos menores e mais realistas, que poderiam<br />

ser alcançados. A ciência realmente faz<br />

descobertas incríveis, entre elas, a de que até gente<br />

bem-sucedi<strong>da</strong> dá conselhos ruins!<br />

O que funciona de ver<strong>da</strong>de<br />

A maior preocupação de Gabriele Oettingen eram os<br />

prejuízos que a crença no pensamento positivo estavam<br />

causando à vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas. Depois de déca<strong>da</strong>s<br />

de pesquisa e inúmeras parcerias com outros cientistas,<br />

ela desenvolveu um método perfeito para aju<strong>da</strong>r<br />

22<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


as pessoas a não caírem na armadilha do pensamento<br />

positivo: uma ferramenta chama<strong>da</strong> WOOP, que por<br />

conta <strong>da</strong> tradução, será chama<strong>da</strong> de DROP.<br />

Wish 1 Desejo<br />

Outcome 1 Resultado<br />

Obstacle 1 Obstáculo<br />

Plan 1 Plano<br />

O funcionamento dessa ferramenta é extremamente<br />

simples:<br />

Escreva o seu desejo usando de três a seis palavras.<br />

Detalhe o melhor resultado que pode acontecer<br />

se o seu desejo for realizado, também usando de<br />

três a seis palavras.<br />

Escreva o principal obstáculo que pode impedir<br />

você de realizar o desejo (o obstáculo deve ser<br />

algo dentro do seu controle, algo que depen<strong>da</strong><br />

apenas de você). Deixe a sua imaginação fluir e<br />

escreva tudo o que vier à cabeça.<br />

Desenvolva um plano para superar esse obstáculo,<br />

escrevendo uma ação específica que fará<br />

com que você o vença. Escreva o momento e o<br />

local onde o obstáculo irá aparecer; então, desenvolva<br />

seu plano usando uma frase do tipo SE<br />

– ENTÃO: “Se o obstáculo X ocorrer (momento<br />

e local), então eu irei fazer Y”. Repita esse comportamento<br />

para você mesmo falando alto, apenas<br />

uma vez.<br />

Você pode aplicar o DROP para qualquer tipo de<br />

desejo que tenha, pois é uma ferramenta totalmente<br />

flexível. Se o seu maior desejo no momento é<br />

emagrecer, então você poderia desenvolver um DROP<br />

conforme abaixo:<br />

DESEJO: Emagrecer <strong>10</strong> kg.<br />

RESULTADO: Maior autoconfiança.<br />

OBSTÁCULO: Confeitaria no caminho de casa.<br />

PLANO: SE eu sair às 18h (momento) do trabalho<br />

(local) e ficar com vontade de ir até a confeitaria<br />

comprar um doce, ENTÃO eu usarei outro caminho<br />

para voltar para casa.<br />

para que os efeitos do contraste mental não percam<br />

força. Por isso, o ideal é que você use o DROP diariamente,<br />

para que ele se torne um hábito.<br />

O DROP é uma ferramenta fantástica por mais<br />

duas razões. Em primeiro lugar, ela funciona de<br />

forma inconsciente. Ao fazer um exercício de DROP,<br />

sua mente começa a trabalhar para o atingimento<br />

do seu desejo sem ao menos você notar. Em segundo<br />

lugar, o DROP é uma ferramenta que trabalha o que<br />

os psicólogos chamam de soluções integradoras:<br />

resultados que se espalham e afetam outras áreas<br />

<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>. Se você quer emagrecer, por exemplo,<br />

ao usar o DROP você não vai somente emagrecer,<br />

mas também passar a se exercitar mais, ter melhor<br />

desempenho no seu trabalho, ter noites de sono mais<br />

agradáveis, sentir-se mais bonito, conquistar mais<br />

confiança, perder a vergonha de falar em público e<br />

ter diversos outros resultados positivos.<br />

Seria espetacular para a sua vi<strong>da</strong> se o simples<br />

fato de pensar com frequência num bem material ou<br />

desejar com to<strong>da</strong>s as forças um objetivo futuro fizesse<br />

com que esse objetivo se concretizasse sem<br />

esforço algum. Seria fantástico se todo sonho grande<br />

que você tivesse se tornasse reali<strong>da</strong>de apenas com<br />

o “poder do pensamento positivo”. Mas, infelizmente,<br />

não é assim que atingimos nossos objetivos. Fantasiar<br />

sobre o futuro dá prazer e satisfaz o seu ego,<br />

mas não aju<strong>da</strong> a atingir objetivos que requerem<br />

grandes níveis de esforço, comprometimento e energia.<br />

Sonhar com um futuro de sucesso pode até<br />

aliviar a sua tristeza no curto prazo, mas o problema<br />

é que ela a aumenta no longo prazo. Portanto, em<br />

vez de cair na armadilha do pensamento positivo,<br />

passe a sua vi<strong>da</strong> se questionando: Qual é o meu maior<br />

desejo? Qual é o obstáculo pessoal que pode fazer<br />

com que eu não o alcance?<br />

Este texto é um trecho a<strong>da</strong>ptado de Escolhas felizes,<br />

novo livro de Luiz Gaziri que vai explorar a ciência <strong>da</strong><br />

motivação e <strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de e tem o seu lançamento previsto<br />

para o início deste ano.<br />

Oettingen também descobriu que, para ser mais<br />

efetivo, ca<strong>da</strong> desejo que você decidir exercitar através<br />

do DROP deve ser repetido com frequência,<br />

Luiz Gaziri<br />

Professor <strong>da</strong> FAE Business School, autor do<br />

livro A incrível ciência <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s e um dos gigantes<br />

<strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>.<br />

Visite: luizgaziri.com<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 23


Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />

Divulgação<br />

“Esse lance de ‘o cliente<br />

sempre tem razão’ é uma droga<br />

contagiosa. Esses conceitos<br />

replicados na déca<strong>da</strong> de 1980<br />

não funcionam mais! Temos que<br />

prever alguns comportamentos,<br />

fazer perguntas inteligentes e<br />

parar de acreditar na ‘sinceri<strong>da</strong>de’<br />

de quem compra de nós.”<br />

24<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Está na hora de<br />

“quebrar<br />

a banca”!<br />

Antes de se tornar especialista em negociação pela Universi<strong>da</strong>de<br />

de Harvard, mestre em gestão empresarial pela DeVry | FBV e<br />

professor <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getulio Vargas, Fabricio Medeiros ocupou<br />

todos os cargos possíveis na área <strong>comercial</strong>. Foi vendedor, supervisor,<br />

gerente de uni<strong>da</strong>de, gerente regional e nacional. Além<br />

disso, trabalhou em empresas de diferentes tamanhos e segmentos e fez<br />

parte <strong>da</strong> equipe <strong>da</strong> Ambev, organização que é reconheci<strong>da</strong> não apenas<br />

pelo seu sucesso, mas também por ser um exemplo de gestão no mundo<br />

inteiro – e, claro, por seu modelo de negócio extremamente agressivo.<br />

Depois de acumular demissões, premiações e reconhecimento nacional, Medeiros<br />

sentiu que era hora de mu<strong>da</strong>r a chave e buscar uma educação de quali<strong>da</strong>de. “Nessa<br />

época, vendi o carro velho que tinha e paguei à vista meu primeiro MBA na FGV. Depois<br />

dessa experiência, nunca mais parei de estu<strong>da</strong>r, e consegui realizar dois grandes<br />

sonhos: estu<strong>da</strong>r negociação em Harvard e me tornar mestre em negócios antes do 40<br />

anos”, conta.<br />

Em 2015, quando entrou no mercado de palestrantes de ven<strong>da</strong>s, ele tinha uma proposta<br />

diferente: seria o mais autêntico de todos, iria “quebrar a banca” (algo que ele<br />

define como sair do status quo, agir de forma diferente, enfrentar o sistema). Com um<br />

discurso envolvente e provocativo, em entrevista exclusiva à <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong>, Medeiros<br />

fala sobre os erros que vê vendedores cometendo, sobre os conselhos propagados com<br />

os quais não concor<strong>da</strong>, explica por que desenvolveu um curso especialmente para as<br />

mulheres, deixa dicas preciosas para quem quer se destacar em 2018 e muito mais.<br />

Acompanhe!<br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> – Quais são os principais<br />

erros que você vê profissionais de<br />

ven<strong>da</strong>s cometendo? E quais são seus<br />

conselhos para que esses erros sejam<br />

evitados?<br />

Fabricio Medeiros – Muitos erros<br />

são cometidos! A começar por<br />

achar que concorrente é amigo e<br />

que há espaço para todo mundo.<br />

Não! Ca<strong>da</strong> um precisa batalhar<br />

pelo seu espaço. Nesse sentido, é<br />

fun<strong>da</strong>mental estu<strong>da</strong>r ver<strong>da</strong>deiramente<br />

o concorrente e acompanhar<br />

a promessa que ele faz<br />

para o seu cliente. Todo concorrente<br />

tem pontos fracos, debili<strong>da</strong>des,<br />

sempre há uma brecha a<br />

ser explora<strong>da</strong>. Se ele prometeu<br />

que o produto seria a bala que<br />

matou Kennedy, acompanhe se<br />

essa bala tem pólvora mesmo.<br />

O maior problema é que estu<strong>da</strong>mos<br />

superficialmente o concorrente<br />

e ain<strong>da</strong> ficamos de cara<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 25


“As mulheres<br />

são excelentes<br />

vendedoras,<br />

por isso o meu<br />

espanto ao<br />

constatar que<br />

apenas 5% delas<br />

estão nos cargos<br />

mais altos <strong>da</strong>s<br />

instituições,<br />

segundo uma<br />

pesquisa<br />

divulga<strong>da</strong> na<br />

FORTUNE 500.<br />

Será que tudo isso<br />

é só uma questão<br />

de machismo,<br />

governo e falta de<br />

oportuni<strong>da</strong>de?”<br />

Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de setembro/outubro<br />

de 2017, publicamos<br />

um artigo de<br />

Fabricio Medeiros em que<br />

ele declara que você não<br />

precisa gostar de pessoas<br />

para vender. Para ler,<br />

acesse bit.ly/vmsetfabricio-medeiros.<br />

quando perdemos uma ven<strong>da</strong>. Deixamos<br />

até de visitar o cliente cujo<br />

pedido nós perdemos, em forma de<br />

protesto e retaliação. Resultado?<br />

Suicídio e empobrecimento!<br />

Ser gentil demais com os clientes<br />

é outro erro. Esse lance de “o<br />

cliente sempre tem razão” é uma<br />

droga contagiosa. Esses conceitos<br />

replicados na déca<strong>da</strong> de 1980 não<br />

funcionam mais! Temos que prever<br />

alguns comportamentos, fazer perguntas<br />

inteligentes e parar de acreditar<br />

na “sinceri<strong>da</strong>de” de quem<br />

compra de nós.<br />

Se me perguntassem: “O que o<br />

senhor necessita?” Eu diria: “Eu<br />

quero seu melhor produto, por um<br />

preço mais barato do que o do seu<br />

pior concorrente. Além disso, quero<br />

o produto para amanhã.” No<br />

Brasil, 80% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s são feitas<br />

desse jeito. Mentimos, ludibriamos,<br />

manipulamos informações e abusamos<br />

<strong>da</strong> desfaçatez para conseguir<br />

o máximo de quem nos vende. Você<br />

precisa ser justo com o cliente,<br />

precisa tratá-lo bem, mas não precisa<br />

ser um idiota.<br />

Mais um grande erro: resistir<br />

às mu<strong>da</strong>nças! Nunca vi uma área<br />

de ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong>r certo sem mu<strong>da</strong>nça.<br />

To<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça é pesa<strong>da</strong>, a maioria<br />

<strong>da</strong> galera faz vista grossa, isso para<br />

não falar dos cerca de <strong>10</strong>% dos<br />

vendedores que são detratores e<br />

sabotam a mu<strong>da</strong>nça de uma forma<br />

tão maléfica que são capazes de<br />

colocar areia no tanque de combustível<br />

<strong>da</strong> pessoa que está fazendo<br />

a mu<strong>da</strong>nça.<br />

Acha absurdo isso ocorrer? Já<br />

aconteceu comigo, caro Watson.<br />

Se você é um vendedor profissional,<br />

sabe que mu<strong>da</strong>nças de política<br />

de preço, territoriais, hierárquicas,<br />

mu<strong>da</strong>nças de produto,<br />

prazo, estratégia de marketing,<br />

comissionamento, dentre outras,<br />

são rotineiras nas empresas. Não<br />

adianta empacar igual jumento;<br />

é preciso montar no cavalo, esteja<br />

ele selado ou não.<br />

Que conselhos de ven<strong>da</strong>s você vê sendo<br />

propagados e definitivamente não<br />

concor<strong>da</strong>? Por quê?<br />

São muitos, então vou falar de três<br />

coisas que me incomo<strong>da</strong>m bastante:<br />

1) “O vendedor precisa entender as<br />

necessi<strong>da</strong>des do cliente.”<br />

Clientes não sabem de na<strong>da</strong>! Não<br />

nos conhecemos <strong>10</strong>0% para compreender<br />

profun<strong>da</strong>mente nossas necessi<strong>da</strong>des.<br />

85% <strong>da</strong>s decisões são toma<strong>da</strong>s<br />

dentro do nosso subconsciente.<br />

Sendo assim, você deve influenciar,<br />

persuadir e conduzir a ven<strong>da</strong>. Se o<br />

seu produto ou serviço for legítimo,<br />

honesto e transformador, não tenha<br />

medo de mostrar ao cliente o que<br />

ele ain<strong>da</strong> não está visualizando. É<br />

por isso que empresas e pessoas<br />

inovadoras criam necessi<strong>da</strong>des.<br />

Em 1980, a maioria dos homens<br />

só usava dois sapatos (um preto e<br />

um marrom). Hoje, estamos comprando<br />

diversos tipos e modelos<br />

de sapatênis, alguns deles coloridos<br />

e ridículos (eu tenho três).<br />

Lembra <strong>da</strong> pulseira <strong>da</strong> Nike que<br />

<strong>da</strong>va equilíbrio? Agora você está<br />

comprando spinner, né? Qual será<br />

sua próxima compra de algo que<br />

nunca necessitou?<br />

2) “Vendedores não devem julgar os<br />

clientes.”<br />

Vou discor<strong>da</strong>r do famoso filósofo<br />

Blaise Pascal, que dizia que somos<br />

iludidos constantemente pela nossa<br />

imaginação, inclusive julgando<br />

as pessoas por seu modo de vestir.<br />

Desculpa, Pascal, mas para vender,<br />

é preciso julgar.<br />

Quando eu comecei minha<br />

carreira como vendedor, aprendi<br />

a observar o comportamento dos<br />

vendedores que dominavam o topo<br />

<strong>da</strong> cadeia alimentar do ranking<br />

de ven<strong>da</strong>s. Os caras realmente<br />

eram bons. Uma de suas características<br />

essenciais era possuir olhos<br />

ultrassensíveis, que rapi<strong>da</strong>mente<br />

classificavam os clientes que realmente<br />

tinham potencial de compra.<br />

Não estou dizendo que você vai<br />

tratar mal alguém, você apenas<br />

deve usar sua energia para aquilo<br />

que realmente vai trazer retorno.<br />

“Mas Fabricio, julgar é um termo<br />

muito forte”. OK, pode escolher seu<br />

sinônimo favorito!<br />

3) “Não devemos contratar vendedores<br />

arrogantes.”<br />

Um estudo feito pela HBR.ORG<br />

comparou vendedores que alcançavam<br />

cerca de 75% <strong>da</strong> meta (os<br />

medianos) a um outro grupo que<br />

batia em média 125% <strong>da</strong> meta estipula<strong>da</strong>,<br />

ou seja, os top performers.<br />

Os participantes tinham que<br />

responder 20 questões com o objetivo<br />

de descrever como eles se<br />

enxergam enquanto profissionais<br />

de ven<strong>da</strong>s. O conjunto de respostas<br />

do grupo mediano foi surpreendentemente<br />

diferente do outro<br />

grupo. As escolhas que refletiam<br />

empatia e responsabili<strong>da</strong>de foram<br />

mais vistas no grupo dos médios,<br />

enquanto no grupo dos top as respostas<br />

apontaram para rápido<br />

aprendizado e alta produtivi<strong>da</strong>de.<br />

Os pesquisadores concluíram<br />

que as respostas soma<strong>da</strong>s demonstravam<br />

claramente um nível de<br />

orgulho e confiança muito maiores<br />

por parte dos top performers.<br />

Talvez você tenha estranhado<br />

a palavra “arrogante”! Explico: qual<br />

vendedor top performer, batedor de<br />

meta, que exibe seus troféus com<br />

orgulho e que é cheio de si, não é<br />

visto pelos outros como uma pessoa<br />

arrogante? Pois é, ganhar dinheiro<br />

e dizer que é bom é quase um crime<br />

no Brasil!<br />

Trabalhei com centenas de vendedores<br />

e sempre preferi aparar a<br />

empurrar. Mas também os odiei<br />

várias vezes, pois apesar dos resultados,<br />

sempre <strong>da</strong>vam muito trabalho<br />

e bagunçavam o clima interno.<br />

26<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Para piorar, 84% dos “arrogantes”<br />

consideram essencial serem elogiados<br />

na frente de seus pares. Ou<br />

seja, não basta aguentar esses “malas”,<br />

ain<strong>da</strong> temos que bajulá-los! O<br />

quê, você não aguenta trabalhar<br />

com esse tipo de gente? Não faça<br />

isso! Por quê? Porque o mundo <strong>da</strong>s<br />

ven<strong>da</strong>s já está cheio de vendedores<br />

bonzinhos, humildes e responsáveis<br />

que nunca batem metas.<br />

Você tem um curso pensado especialmente<br />

para as mulheres. Por quê? O<br />

que as mulheres precisam saber de<br />

diferente para que consigam se destacar<br />

em ven<strong>da</strong>s?<br />

As mulheres são excelentes vendedoras,<br />

por isso o meu espanto ao<br />

constatar que apenas 5% delas estão<br />

nos cargos mais altos <strong>da</strong>s instituições,<br />

segundo uma pesquisa divulga<strong>da</strong><br />

na FORTUNE 500. Será que<br />

tudo isso é só uma questão de machismo,<br />

governo e falta de oportuni<strong>da</strong>de?<br />

Eu penso que, apesar de todo<br />

preconceito, ain<strong>da</strong> existe uma lacuna<br />

essencial que as mulheres<br />

podem ocupar vertiginosamente:<br />

a do desenvolvimento de competências<br />

específicas. Dentre elas,<br />

negociação e liderança. Estudos <strong>da</strong><br />

prestigia<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Harvard<br />

demonstram que essas competências<br />

são essenciais para quem<br />

almeja cargos de CEO, seja na própria<br />

empresa ou na de terceiros.<br />

Parece incrível, mas aqui vão<br />

alguns <strong>da</strong>dos sobre como as mulheres<br />

li<strong>da</strong>m com a negociação, seja<br />

para pedir um aumento ou mesmo<br />

para fechar um grande pedido.<br />

66% não sabem como pedir mais.<br />

63% alegam desconforto em negociar o<br />

próprio salário.<br />

58% têm medo de perder o emprego.<br />

55% não querem passar uma imagem de<br />

pessoa insistente.<br />

57% dos homens negociam seus salários,<br />

já apenas 7% <strong>da</strong>s mulheres fazem isso.<br />

Ter acesso a esses <strong>da</strong>dos fez com<br />

que eu me debruçasse sobre os livros<br />

e pesquisas, bem como conversasse<br />

com mulheres bem-sucedi<strong>da</strong>s,<br />

com o objetivo de entender<br />

por que algumas conseguem chegar<br />

lá e outras não chegam nem<br />

perto e por que nos últimos cinco<br />

anos os avanços continuam risíveis.<br />

Eu percebi que, durante as conversas,<br />

elas se mostravam intriga<strong>da</strong>s<br />

porque não conseguiam ser tão<br />

autoconfiantes quanto os homens,<br />

mesmo até tendo se preparado mais<br />

que eles, além do constante “travamento”<br />

quando negociavam com<br />

homens agressivos e mal-educados.<br />

Até sobre assédio elas tinham dúvi<strong>da</strong>!<br />

Não sabiam, por exemplo, o<br />

que fazer quando um cliente fosse<br />

mais ousado durante uma ven<strong>da</strong><br />

por WhatsApp. Foi muito interessante<br />

perceber como uma mesma<br />

questão pode apresentar visões<br />

absolutamente antagônicas...<br />

Temos que admitir: o mundo<br />

corporativo é dominado por homens,<br />

mas eu não encontrei no<br />

Brasil nenhum palestrante homem<br />

que estivesse valorizando as mulheres.<br />

Muito discurso bonito, mas<br />

pouca mão na massa. Como conhecimento<br />

não tem gênero, enxerguei<br />

ali uma oportuni<strong>da</strong>de, que agora<br />

se tornou uma missão: empoderar<br />

essas mulheres por meio de técnicas<br />

avança<strong>da</strong>s, quebrando suas<br />

crenças limitantes e convencendo-<br />

-as de uma vez por to<strong>da</strong>s que o<br />

lugar delas é no topo.<br />

Quais são suas dicas para quem quer<br />

“quebrar a banca” em 2018?<br />

Nunca houve tempo mais favorável<br />

do que agora para quebrar as normas<br />

e adotar estratégias incomuns.<br />

Por quê? Os empregos estão sumindo,<br />

a tecnologia está eliminando<br />

os negócios obsoletos, até a aposentadoria<br />

não é mais algo factível.<br />

Tudo está em cheque e o mundo<br />

caminha para o caos. O que você<br />

tem a perder? Na<strong>da</strong>!<br />

Com frequência, encontro resistência<br />

para algumas <strong>da</strong>s minhas<br />

técnicas de ven<strong>da</strong>s e negociação<br />

mais polêmicas. Por outro lado,<br />

também me delicio com seguidores<br />

que relatam os ganhos por terem<br />

usado abor<strong>da</strong>gens incomuns com<br />

grande sucesso!<br />

Pra mim é surpresa? Nem um<br />

pouco. Sempre que você estiver<br />

seguindo o senso comum e a maioria,<br />

muito provavelmente você estará<br />

<strong>da</strong>ndo pequenos passos em<br />

vez de grandes saltos. Pode apostar<br />

que os grandes negócios, as grandes<br />

ven<strong>da</strong>s, as grandes fortunas<br />

começaram sempre com um movimento<br />

ilógico e incomum. E aí,<br />

vai testar coisas novas ou vai continuar<br />

segurando sua muleta?<br />

Eu espero superar um grande<br />

medo que tenho na vi<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> este<br />

ano. Vou mergulhar com tubarões<br />

brancos na África do Sul. Por<br />

quê? Porque, to<strong>da</strong> vez que saí <strong>da</strong><br />

zona de conforto e enfrentei meus<br />

medos, coisas maravilhosas aconteceram.<br />

Se eu sobreviver, já sei<br />

que a colheita será tremen<strong>da</strong>!<br />

Manifesto:<br />

“Quebre a banca em 2018”!<br />

Eles vão dizer que seu conteúdo é incrível. E <strong>da</strong>í? Treine mais!<br />

Eles vão dizer que se inspiram em você. Não importa, treine<br />

mais!<br />

Eles vão te <strong>da</strong>r prêmios. Ignore! Treine mais!<br />

Eles vão dizer que você é o melhor. Você não é! Treine mais!<br />

Eles vão elogiar você por qualquer coisa que você faça. Não<br />

ligue para isso. Treine mais!<br />

Eles vão aplaudir você de pé. Esqueça essa bobagem. Treine<br />

mais!<br />

Eles vão curtir e compartilhar todos os seus posts. Não se<br />

ilu<strong>da</strong>. Treine mais!<br />

Eles vão insistir que você é o melhor do Brasil. Você não é.<br />

Treine mais!<br />

Ok, mas se você realmente se achar o melhor? Você é um<br />

idiota. Treine mais. Treine duro. Treine!<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 27


Pequenas gigantes / Traduzido por Brasilio Andrade Neto /<br />

b a m b u L L C<br />

Como valores<br />

e princípios dão<br />

a uma empresa o poder<br />

de dizer “não”<br />

(e também “sim”)<br />

Imagine chegar a uma cadeia de lojas líder do mercado para<br />

apresentar os produtos de sua empresa recém-cria<strong>da</strong> e, depois<br />

de começar a falar, o comprador se levanta e vem lhe abraçar,<br />

dizendo:<br />

— Puxa vi<strong>da</strong>, estávamos esperando por alguém como vocês.<br />

Até que enfim!<br />

Foi isso que aconteceu com a...<br />

Antes de seguirmos com o case, um grande parêntese: a empresa faz<br />

produtos de bambu e se chama “bambu”, grifado assim mesmo, com minúscula.<br />

Para que, em português, a história não fique confusa, quando<br />

citarmos o nome <strong>da</strong> empresa, vamos deixá-lo em itálico. Quando for a<br />

planta, não. Combinado? Fecha parêntese, e vamos em frente.<br />

... Foi isso que aconteceu com a bambu. Sua linha de itens para<br />

cozinha feitos em bambu encaixava perfeitamente com o perfil ecológico<br />

dos clientes <strong>da</strong> gigantesca Whole Foods, dos Estados Unidos.<br />

Parecia que o sonho de Jeff Delkin e Rachel Speth se realizaria. E eles<br />

acabaram escolhendo parar de vender para o grande comprador!<br />

Mas vamos começar do começo.<br />

Ambos são de Portland, Estados Unidos, e seus empregos anteriores<br />

os faziam passar muito tempo na Ásia. Inclusive na Tailândia,<br />

o maior produtor mundial de bambu. “Aplicando uma perspectiva<br />

ocidental, ficamos impressionados com todos os usos que <strong>da</strong>vam<br />

para esse material. Jeff e eu nos perguntávamos como poderíamos<br />

convencer o público norte-americano a adotar o bambu”, afirma<br />

Rachel.<br />

28<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Primeiros passos<br />

Em 2000, Rachel Speth se demitiu<br />

<strong>da</strong> Nike para se dedicar ao estudo<br />

do bambu, enquanto Jeff continuava<br />

a trabalhar na Ogilvy para aju<strong>da</strong>r<br />

nas despesas dos sócios. Ambos<br />

passaram dois anos viajando pelo<br />

continente asiático, aprendendo<br />

sobre espécies de bambu e beneficiamento<br />

do material.<br />

Em 2003, lançaram a bambu,<br />

uma empresa de produtos para<br />

casa e cozinha ecologicamente correta.<br />

Tudo é feito localmente: a<br />

plantação, os carpinteiros, artesãos,<br />

tudo fica próximo. Existe um ditado<br />

na bambu: tudo importa. Esse<br />

mantra aju<strong>da</strong> a empresa a buscar<br />

melhoria contínua e a manter seus<br />

valores em foco. Eles se importam<br />

com quem fabrica seus produtos,<br />

como eles são feitos e quem é o<br />

consumidor que os recebe. “Nós<br />

desafiamos tudo o que se acredita<br />

a respeito de fabricação na China”,<br />

diz Rachel. “Na<strong>da</strong> de fábricas imensas<br />

lota<strong>da</strong>s de funcionários. Trabalhamos<br />

com diversas oficinas<br />

de marcenaria tradicional, com<br />

artesãos, e não qualquer trabalhador.<br />

Um utensílio de cozinha pode<br />

passar pela mão de seis especialistas,<br />

antes de ser enviado a nossos<br />

clientes”, completa.<br />

Isso tudo resultou no encontro<br />

com a Whole Foods descrito acima,<br />

acontecido logo no primeiro ano<br />

de funcionamento <strong>da</strong> empresa.<br />

Mais cedo do que outras empresas,<br />

a bambu se encontrou naquele<br />

momento em que se deve<br />

tomar uma decisão muito importante.<br />

Com vários grandes compradores<br />

batendo à porta, havia<br />

uma grande pressão para que a<br />

empresa crescesse e automatizasse<br />

sua produção em grandes fábricas,<br />

derrubando seus custos e se<br />

tornando ain<strong>da</strong> mais competitiva.<br />

O conselho <strong>da</strong>do a Jeff e Rachel<br />

dizia que era muito melhor ganhar<br />

vários centavos rapi<strong>da</strong>mente do<br />

que um dólar devagar.<br />

Tudo importa<br />

Foi quando os dois perceberam<br />

que esses possíveis clientes não<br />

“Muitos<br />

entram nesse<br />

mercado e<br />

copiam nossos<br />

produtos. Mas<br />

as pessoas não<br />

podem copiar<br />

nossa paixão<br />

e modo de<br />

fabricação.”<br />

Jeff Delkin<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 29


“Quando<br />

começamos, nos<br />

comprometemos<br />

a trabalhar<br />

apenas com<br />

pessoas que<br />

pensassem de<br />

maneira similar,<br />

e escolhemos<br />

manter esse<br />

princípio.”<br />

Rachel Speth<br />

compartilhavam os valores que<br />

existiam durante a fabricação. Algumas<br />

vezes, eles até se sentiam<br />

intimi<strong>da</strong>dos pelos compradores.<br />

Jeff e Rachel se preocupavam em<br />

proteger sua força de trabalho única<br />

na China, mantendo seus valores<br />

intactos. A bambu oferecia um pagamento<br />

justo a seus artesãos e<br />

insistia que as oficinas oferecessem<br />

boas condições de trabalho, o que<br />

encarecia o produto.<br />

Para atender os grandes, além<br />

de produzir em massa, a empresa<br />

seria obriga<strong>da</strong> a investir em sistemas<br />

de identificação compatíveis com<br />

os dos clientes e em armazéns espaçosos.<br />

Só depois de ter a garantia<br />

de um armazém cheio, as grandes<br />

redes fariam o pedido, gerando um<br />

possível problema de estoque: os<br />

varejistas não seriam obrigados a<br />

comprar todos os itens, gerando um<br />

volume de produtos que não poderiam<br />

ser vendidos para qualquer<br />

um, já que estavam identificados de<br />

acordo com o sistema dos grandes.<br />

Em suma, eles perceberam que<br />

atender os grandes iria contra<br />

tudo o que acreditavam. O desafio<br />

era competir em um mercado de<br />

commodities sem comprometer a<br />

quali<strong>da</strong>de. “Quando começamos,<br />

nos comprometemos a trabalhar<br />

apenas com pessoas que pensassem<br />

de maneira similar, e escolhemos<br />

manter esse princípio” diz<br />

Rachel. “Sim, dissemos ‘não’ para<br />

várias oportuni<strong>da</strong>des de negócio,<br />

demitimos clientes. Mas, se você<br />

tem um negócio baseado em princípios,<br />

o que está em jogo é muito<br />

mais do que um pedido. No<br />

final <strong>da</strong>s contas, abandonamos os<br />

centavos rápidos e ficamos com<br />

o dólar lento”, completa.<br />

Com essa escolha, atualmente<br />

a bambu é uma pequena marca global,<br />

líder no segmento de produtos<br />

de cozinha ecologicamente corretos,<br />

que vende em oito países e gerou<br />

uma pequena legião de concorrentes.<br />

Mas isso não preocupa Jeff e<br />

Rachel. Eles se mantêm focados no<br />

negócio. “Somos uma start-up dentro<br />

de uma start-up”, explica Jeff,<br />

que complementa: “Muitos entram<br />

nesse mercado e copiam nossos<br />

produtos. Mas as pessoas não podem<br />

copiar nossa paixão e modo de fabricação”,<br />

argumenta.<br />

Estratégia de crescimento<br />

Hoje, a empresa trabalha com outros<br />

materiais (coco, algodão orgânico,<br />

30<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


cortiça e cedro reciclados e outros)<br />

além do bambu, mas todos mantêm<br />

ligação com a preocupação ecológica<br />

<strong>da</strong> empresa. Assim, dificilmente<br />

uma nova linha é um fracasso<br />

de ven<strong>da</strong>s, pois elas estão basea<strong>da</strong>s<br />

no que a empresa sabe fazer e no<br />

que os clientes esperam dela.<br />

O crescimento <strong>da</strong> bambu é baseado<br />

nessa inovação constante nos<br />

produtos e novos canais de distribuição.<br />

Essa inovação pode vir de<br />

qualquer lugar...<br />

Jeff e Rachel estavam acostumados<br />

a longas caminha<strong>da</strong>s pelas<br />

plantações de bambu <strong>da</strong> China e<br />

Tailândia, e decidiram continuar a<br />

caminhar nos arredores do escritório<br />

de Portland (EUA). Numa dessas<br />

reuniões em movimento, perceberam<br />

famílias fazendo piqueniques<br />

em parques, e tiveram o estalo: a<br />

maioria <strong>da</strong>s pessoas nessas situações<br />

utiliza produtos descartáveis<br />

e semidescartáveis de plástico. Não<br />

havia outra opção no mercado. Seus<br />

produtos poderiam ser perfeitos<br />

para pessoas fazendo trilhas, piqueniques<br />

e escala<strong>da</strong>s. Mais uma<br />

linha de produtos nascia. Não apenas<br />

lucrativa, mas respeitando a<br />

natureza e, aos poucos, conscientizando<br />

os clientes e mu<strong>da</strong>ndo a forma<br />

como as pessoas encaram as<br />

ativi<strong>da</strong>des ao ar livre. “Crescemos<br />

devagar e com cautela”, diz Jeff,<br />

“trabalhamos duro para manter o<br />

que é importante para a empresa”.<br />

Entre o que é importante, está:<br />

Certificar sua matéria-prima<br />

como orgânica e ecologicamente<br />

correta.<br />

Manter os mesmos artesãos que<br />

começaram a trabalhar com<br />

eles, 14 anos atrás.<br />

Oferecer aos mestres carpinteiros<br />

uma quanti<strong>da</strong>de de horas<br />

por mês para que eles<br />

atuem como voluntários em<br />

suas instituições de cari<strong>da</strong>de<br />

favoritas (essas horas são conta<strong>da</strong>s<br />

como se eles trabalhassem<br />

na empresa).<br />

De todos os seus sucessos, o<br />

mais surpreendente é o relacionamento<br />

com a cadeia de lojas Crate<br />

& Barrel, que conta com 170 lojas<br />

no mundo todo. Mesmo sendo um<br />

grande comprador, é um <strong>da</strong>queles<br />

que pensam de maneira similar à<br />

bambu, aceitando a forma de trabalhar<br />

<strong>da</strong> empresa. Em troca, a<br />

bambu desenvolve produtos exclusivos<br />

para a Crate & Barrel.<br />

Futuro<br />

Dando as costas a grandes empresas<br />

e ao mercado de massa, Rachel<br />

e Jeff confiam em seus valores e<br />

princípios para levar a empresa<br />

adiante. E eles não estão sozinhos.<br />

Durante esses anos, descobriram<br />

outras empresas com valores similares,<br />

e juntas elas colaboram em<br />

causas globais como proteção de<br />

colônias de abelhas selvagens, limpeza<br />

dos oceanos e ecossistemas<br />

saudáveis. E, mesmo nesse segmento,<br />

a bambu é muito exigente.<br />

Em 2006, a marca uniu-se à organização<br />

não governamental 1%<br />

Pelo Planeta, na qual as empresas<br />

participantes doam 1% de suas ven<strong>da</strong>s<br />

anuais para causas e organizações<br />

ambientalistas. Entretanto,<br />

sentindo que a 1% Pelo Planeta não<br />

tinha grande organização e controle<br />

sobre as finanças na época, logo<br />

em segui<strong>da</strong> eles a abandonaram..<br />

Em 2017, Jeff e Rachel, ao constatar<br />

que a ONG agora funcionava direito,<br />

orgulhosamente voltaram a<br />

apoiar a causa.<br />

Essa é a maior prova de que uma<br />

empresa que se guia por valores<br />

também é guia<strong>da</strong> por responsabili<strong>da</strong>de<br />

em todos os aspectos.<br />

No final <strong>da</strong>s contas, construir<br />

uma empresa basea<strong>da</strong> em valores e<br />

princípios deu a Rachel e Jeff o poder<br />

de dizer não a decisões que não se<br />

alinham com seu propósito maior.<br />

E faz com que identificar o que se<br />

alinha seja muito mais fácil. Eles<br />

construíram uma empresa que atrai<br />

clientes que amam tanto seus produtos<br />

como sua filosofia – e esses<br />

princípios permanecem sendo sua<br />

estrela-guia. “Tentamos gerir nosso<br />

negócio de maneira responsável, colocando<br />

o foco no produto, nas pessoas<br />

e no planeta. Hoje, estamos na<br />

melhor posição que jamais estivemos.<br />

Estamos animados com o caminho<br />

a nossa frente”, conclui Jeff.<br />

Quer saber mais sobre a empresa?<br />

Visite www.bambuhome.com<br />

Esta reportagem foi publica<strong>da</strong> originalmente no<br />

blog <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de Small Giants (blog.small<br />

giants.org), em inglês. A tradução, feita por Brasilio<br />

Andrade Neto, foi autoriza<strong>da</strong>.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 31


CAPA<br />

<strong>10</strong> <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão<br />

<strong>comercial</strong> em 2018<br />

32<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Imagine-se preso em uma sala vazia,<br />

tendo que decidir seu futuro seguindo<br />

as orientações de uma voz<br />

que vem “do além”. Logo de cara, a<br />

tal voz avisa que um animal entrará<br />

no mesmo ambiente que você em<br />

poucos minutos e que, para sobreviver,<br />

você precisará escolher a arma certa<br />

para combater a “fera”. Seu instinto de<br />

sobrevivência faz com que você queira<br />

perguntar de que animal se trata, mas<br />

antes mesmo de você conseguir abrir a<br />

boca, um silêncio sepulcral se instala e<br />

um relógio inicia a contagem regressiva<br />

para a entra<strong>da</strong> do seu pre<strong>da</strong>dor.<br />

Sem ter acesso a mais informações, nos<br />

dois minutos que antecedem a abertura<br />

<strong>da</strong> porta você analisa o vasto arsenal de<br />

armas à sua disposição. Ao perceber que<br />

tem de tudo um pouco (arco e flecha, espingar<strong>da</strong>,<br />

estilingue e até um sapato velho),<br />

começa a se fazer diversas perguntas:<br />

a Qual será o tamanho desse animal?<br />

a Será que ele se move rápi<strong>da</strong> ou lentamente?<br />

a Aquele ditado que diz que a melhor<br />

defesa é o ataque vale nessa situação<br />

também ou se eu ficar quieto o animal<br />

pode ir embora?<br />

a Como será o ataque dele?<br />

a E assim por diante.<br />

Saiba quais são os obstáculos que os gestores comerciais<br />

devem enfrentar este ano e descubra como superá-los<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 33


“Conquistar<br />

um novo<br />

cliente custa<br />

de cinco a<br />

sete vezes<br />

mais caro do<br />

que fidelizar<br />

seus clientes<br />

atuais.”<br />

Philip Kotler<br />

Tudo isso para tentar tomar uma decisão racional.<br />

Difícil, não?<br />

Ficou preocupado com as cenas seguintes dessa<br />

história? Pois então vamos trazê-la para a reali<strong>da</strong>de<br />

de ven<strong>da</strong>s, que é a que importa...<br />

Nesse caso, a sala vazia é este ano, que está apenas<br />

iniciando. O animal representa ca<strong>da</strong> desafio que<br />

você irá enfrentar ao longo dos próximos 12 meses.<br />

E as armas são os caminhos que você terá que percorrer<br />

para desviar de ca<strong>da</strong> obstáculo (ou, se for o<br />

caso, para derrubá-los ao longo <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong>).<br />

Porém, ao contrário do que aconteceu na cena<br />

ficcional apresenta<strong>da</strong> acima, na vi<strong>da</strong> real você pode<br />

descobrir as respostas às suas principais dúvi<strong>da</strong>s<br />

antes mesmo de “sair para a guerra”. Essa busca por<br />

conhecimento prévio, aliás, vai facilitar – e muito!<br />

– sua busca pelo sucesso. Afinal, é impossível se<br />

preparar para encarar algo que não se conhece –<br />

como saber o que fazer, como fazer, quando agir, e<br />

assim por diante, quando não se sabe na<strong>da</strong> sobre<br />

um oponente?<br />

Sabendo disso e pensando em facilitar a vi<strong>da</strong><br />

dos profissionais de ven<strong>da</strong>s preocupados em iniciar<br />

ca<strong>da</strong> novo ano preparados para o que ele lhes reserva,<br />

há alguns anos Raul Candeloro, diretor <strong>da</strong><br />

<strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> e especialista em alta performance em<br />

ven<strong>da</strong>s, começou a realizar uma pesquisa anual<br />

para mapear os principais <strong>desafios</strong> que gestores<br />

comerciais previam enfrentar no ciclo que estava<br />

prestes a começar. Em 2017 não foi diferente. Depois<br />

de coletar a opinião de mais de uma centena de<br />

vendedores, gerentes, diretores comerciais e sócios/<br />

proprietários de empresas de diferentes tamanhos<br />

e segmentos, Candeloro chegou à lista dos dez<br />

grandes <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong> em 2018. Por<br />

mais que nem todos apareçam no seu caminho<br />

este ano, entendê-los e saber li<strong>da</strong>r com eles pode<br />

ser um diferencial e tanto ao longo deste ano.<br />

Quer conhecer os <strong>desafios</strong> e saber quais são as<br />

armas que você precisa utilizar para li<strong>da</strong>r com eles?<br />

Siga a leitura desta reportagem. Ela o orientará a<br />

tomar as melhores decisões possíveis na hora de<br />

encarar ca<strong>da</strong> “momento de perigo”.<br />

Atenção! Como ca<strong>da</strong> desafio poderia ser transformado em uma reportagem<br />

especial, linkamos ao longo <strong>da</strong> reportagem vários conteúdos<br />

extras, que estão disponíveis para leitura em nosso site. Não deixe de<br />

ler. Eles complementam as ideias apresenta<strong>da</strong>s aqui e facilitarão sua<br />

jorna<strong>da</strong> rumo a um 2018 de resultados excelentes em ven<strong>da</strong>s!<br />

<strong>10</strong> principais <strong>desafios</strong> para os<br />

gestores comerciais em 2018<br />

1. Treinar a equipe de ven<strong>da</strong>s para detectar e aproveitar<br />

melhor oportuni<strong>da</strong>des dentro <strong>da</strong> própria carteira<br />

de clientes<br />

2. Treinar a equipe para fazer upsell (ven<strong>da</strong> de produtos/serviços/soluções<br />

de maior valor agregado)<br />

Invariavelmente, quando perguntamos aos nossos<br />

leitores em qual dos passos <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> eles têm mais<br />

dificul<strong>da</strong>de/interesse, a resposta mais comum é:<br />

prospecção de clientes. Recebemos tantos pedidos<br />

de conteúdos sobre o tema que em 2015 realizamos<br />

a mais completa pesquisa já feita no Brasil<br />

sobre o assunto e, depois, publicamos uma<br />

edição temática que reúne absolutamente<br />

tudo que você precisa saber para prospectar<br />

melhor (essa edição especial está disponível<br />

para download em nosso site.<br />

Acesse bit.ly/guia-prospeccao e confira).<br />

No entanto, como já dizia o guru Philip Kotler<br />

na déca<strong>da</strong> de 1990, “conquistar um novo cliente custa<br />

de cinco a sete vezes mais caro do que fidelizar<br />

seus clientes atuais”. Além disso, ampliar a ven<strong>da</strong><br />

de mix para quem já faz parte <strong>da</strong> sua carteira pode<br />

trazer resultados ain<strong>da</strong> melhores do que buscar novos<br />

compradores para o seu produto, serviço ou<br />

solução. O problema, porém, é: como treinar a equipe<br />

para detectar e aproveitar melhor oportuni<strong>da</strong>des<br />

dentro <strong>da</strong> carteira de clientes?<br />

E esse foi justamente o desafio mais destacado<br />

pelos participantes <strong>da</strong> pesquisa realiza<strong>da</strong> por Raul<br />

Candeloro no fim do ano passado. Associado a ele,<br />

está também “treinar a equipe para fazer upsell”, que<br />

reunimos nesse tópico.<br />

Como encarar esses <strong>desafios</strong><br />

A metodologia V6, cria<strong>da</strong> por Candeloro, pode ser<br />

sua alia<strong>da</strong> na superação desses <strong>desafios</strong>. O V6 está<br />

baseado em uma matriz simples:<br />

d Clientes: Atuais (que já compram seus produtos/<br />

serviços) e novos (que ain<strong>da</strong> não compram seus<br />

produtos/serviços).<br />

34<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


d PSS: Produtos/serviços/soluções que sua empresa<br />

já tem e oferece, e PSS que sua empresa ain<strong>da</strong><br />

não oferece, mas poderia ofertar.<br />

Com relação aos clientes atuais e às PPS atuais,<br />

você tem três coisas a fazer:<br />

Saiba como colocar o V6<br />

em prática em sua empresa<br />

lendo a reportagem<br />

de capa <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de<br />

setembro/outubro de<br />

2016, que está disponível<br />

em bit.ly/v6-VM.<br />

d Fidelização de clientes (diferenciar-se <strong>da</strong><br />

concorrência e desenvolver ações para aumentar<br />

a leal<strong>da</strong>de dos clientes) – Pesquisas<br />

de satisfação e sugestões de melhoria, net promoter<br />

score (NPS) como ferramenta de melhoria<br />

contínua, pesquisas de clima interno (driver<br />

número um de leal<strong>da</strong>de de clientes), branding e<br />

seu impacto na leal<strong>da</strong>de de clientes, feedback de<br />

clientes e melhorias contínuas na quali<strong>da</strong>de,<br />

incentivo e coleta de testemunhos e depoimentos,<br />

atendimento como ver<strong>da</strong>deiro diferencial<br />

competitivo (e não apenas um discurso barato),<br />

programas de milhagem e suas versões, marketing<br />

<strong>da</strong> experiência (feito corretamente), blin<strong>da</strong>gem<br />

contra a concorrência, estudos de caso e<br />

melhores práticas.<br />

d Gestão <strong>da</strong> carteira – Quem são seus atuais<br />

clientes, quem os atende, segmentação <strong>da</strong> carteira,<br />

segmentação de territórios (equipes externas,<br />

incluindo representantes), curva ABC e<br />

planejamento de contatos, canais de ven<strong>da</strong> e<br />

atendimento segmentados, matriz 2 x 2: Faturamento<br />

x Potencial de compra, matriz 2 x 2: Faturamento<br />

x Lucrativi<strong>da</strong>de, estudos de caso e melhores<br />

práticas.<br />

Raul Candeloro e Marcelo Caetano debateram<br />

todos esses temas em um dos episódios <strong>da</strong><br />

série de vídeos Ven<strong>da</strong>-<br />

Mais Responde. Assista<br />

acessando bit.ly/<br />

<strong>gestao</strong>-carteira.<br />

d Gestão de mix – O que os<br />

clientes compram de você<br />

(e como aumentar a quanti<strong>da</strong>de),<br />

aumento de ticket<br />

médio, combos/pacotes,<br />

ven<strong>da</strong>s adicionais/complementares,<br />

upsell (ven<strong>da</strong> de<br />

produtos/serviços/soluções<br />

de maior valor agregado),<br />

cross-sell e mapa de oportuni<strong>da</strong>des<br />

(ven<strong>da</strong> mix completo para clientes que<br />

ain<strong>da</strong> não compram), matriz BCG, estudos de<br />

caso e melhores práticas.<br />

6 passos para vender mais itens do mix de produtos<br />

para os atuais clientes<br />

1. Treinamento – Um modelo de treinamento de ven<strong>da</strong><br />

de mix que funciona bem é o aplicado por uma<br />

grande empresa farmacêutica. Nessa empresa, to<strong>da</strong><br />

sexta-feira, às 16h, todos os vendedores e propagandistas<br />

se reúnem para participar de um treinamento<br />

sobre os produtos que devem ser tratados com<br />

priori<strong>da</strong>de nas próximas semanas. Após o treinamento,<br />

todos fazem uma espécie de prova sobre<br />

esses produtos, para ver se estão preparados para<br />

vendê-los, e recebem metas de ven<strong>da</strong>s de curto prazo.<br />

Isso é treinar para vender mix. E aí, sua equipe<br />

está prepara<strong>da</strong> para vender mais itens do seu mix<br />

de produtos/serviços?<br />

2. Campanha de incentivo específica para ven<strong>da</strong> de mix – Por<br />

mais que campanhas genéricas tragam algum resultado,<br />

o que funciona mesmo é a campanha foca<strong>da</strong><br />

no objetivo principal – que, nesse caso, é ampliar<br />

o número de itens na conta final. Essa campanha<br />

fará seus vendedores começarem efetivamente a<br />

vender mais os itens que an<strong>da</strong>vam parados. Assim,<br />

o vendedor que antes, por exemplo, vendia dez itens<br />

em média por cliente, passará a vender 12 – ou seja,<br />

um crescimento de 20% pelo mesmo custo. Nesse<br />

sentido, também é importante que a campanha<br />

seja direciona<strong>da</strong>. Ou seja, antes de man<strong>da</strong>r o vendedor<br />

para a rua já com as metas de ven<strong>da</strong>s de mix,<br />

analise quais são os clientes <strong>da</strong> carteira que poderiam<br />

comprar mais itens e direcione o olhar do seu<br />

vendedor para aqueles que oferecem um ver<strong>da</strong>deiro<br />

potencial de crescimento. Além disso, já defina quais<br />

serão os itens que deverão ser ofertados a ca<strong>da</strong><br />

cliente. Esse direcionamento fará diferença nos<br />

resultados.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 35


3. Lançamento de produtos – Muitas empresas não lançam<br />

novos itens, elas simplesmente começam a<br />

vendê-los. Chega um produto novo e pronto, os vendedores<br />

precisam começar a oferecê-lo imediatamente<br />

aos clientes. O gerente não apresenta o item<br />

para a equipe, não há demonstração do produto, ele<br />

simplesmente surge como se caísse do céu na estrutura<br />

de ven<strong>da</strong>s. O que acontece? A equipe, mal prepara<strong>da</strong>,<br />

não consegue vender o produto novo. Outra<br />

situação é aquela em que a empresa investe milhares<br />

de reais no lançamento, entrega o produto na mão<br />

<strong>da</strong> equipe, apresenta duas ou três características<br />

dele e man<strong>da</strong> todo mundo para a rua. Isso, obviamente,<br />

sempre acaba muito mal. O que é preciso<br />

fazer, então? Cui<strong>da</strong>r dos detalhes do lançamento de<br />

ca<strong>da</strong> novo item!<br />

4. Inteligência de ven<strong>da</strong>s – Além de tudo isso, não se<br />

pode deixar a inteligência de ven<strong>da</strong>s de lado. O vendedor<br />

precisa chegar no cliente preparado para<br />

oferecer rapi<strong>da</strong>mente os itens do mix. Para isso, ter<br />

um excelente software é importante. Com a aju<strong>da</strong><br />

de uma ferramenta que automatize o processo, vender<br />

mais itens ficará muito mais simples.<br />

5. Comunicação – Um erro que costuma prejudicar a<br />

ven<strong>da</strong> de mix é a falta de preocupação que as empresas<br />

têm em trabalhar a comunicação dos itens<br />

que an<strong>da</strong>m encalhados e dos lançamentos. É comum<br />

que os produtos que já se destacam estejam sob a luz<br />

dos holofotes e ganhem to<strong>da</strong> a atenção em termos<br />

de comunicação, mas isso apenas joga contra a estratégia<br />

de ampliar o número de itens vendidos<br />

para os clientes atuais. Se essa é a reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua<br />

empresa até o momento, está na hora de mu<strong>da</strong>r esse<br />

cenário. Uma boa comunicação aju<strong>da</strong> sua equipe a<br />

vender mais mix. Cuide disso!<br />

6. Organização <strong>da</strong> equipe <strong>comercial</strong> – A última etapa desse<br />

processo é a definição de quem serão os responsáveis<br />

pela ampliação do mix oferecido. Antes de<br />

colocar todo mundo para vender mais itens aos<br />

atuais clientes, é preciso se perguntar: será que a<br />

equipe inteira deve fazer parte dessa estratégia?<br />

Como devo reorganizar meus vendedores para tornar<br />

isso possível?<br />

3. Aju<strong>da</strong>r os vendedores a fazerem mais e melhores<br />

perguntas, para entender melhor as necessi<strong>da</strong>des e<br />

oportuni<strong>da</strong>des dos clientes<br />

4. Aju<strong>da</strong>r a equipe a ter uma postura mais consultiva<br />

na ven<strong>da</strong><br />

Estes dois <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong> em 2018<br />

estão bem alinhados aos dois primeiros, uma vez<br />

que de (quase) na<strong>da</strong> adianta convencer seus vendedores<br />

a venderem mais itens do mix e a fazerem<br />

upsell, se eles não souberem identificar quais são<br />

as reais necessi<strong>da</strong>des e oportuni<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong><br />

cliente e não tiverem uma postura mais consultiva<br />

na ven<strong>da</strong>.<br />

E aí entra mais um passo <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>: o levantamento<br />

de necessi<strong>da</strong>des, que Raul Candeloro considera<br />

o mais importante de todos e aquele que realmente<br />

separa profissionais de amadores. “Saber o que<br />

perguntar, saber ouvir e saber usar depois as informações<br />

coleta<strong>da</strong>s de maneira produtiva é fun<strong>da</strong>mental<br />

se você realmente quiser atender bem seus clientes<br />

e melhorar seus resultados em ven<strong>da</strong>s”, aponta.<br />

Como encarar esses <strong>desafios</strong><br />

Sua equipe de ven<strong>da</strong>s precisa entender que se preocupar<br />

em seguir um roteiro bem estruturado de<br />

perguntas é fun<strong>da</strong>mental para fazer um levantamento<br />

de necessi<strong>da</strong>des efetivo. A fórmula que defendemos<br />

na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> chama-se SEPAPIAG. Ao<br />

segui-la, seus vendedores precisarão se preocupar<br />

em fazer perguntas que o ajudem a identificar:<br />

d Situação do cliente – Qual é o momento atual <strong>da</strong><br />

sua empresa? Como foi o ano de 2017? O que<br />

isso representa na comparação com os anos anteriores?<br />

d Expectativas do cliente – Quais são suas expectativas<br />

ao adquirir nosso produto/serviço/solução?<br />

Que resultados você deseja alcançar nos próximos<br />

36<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


anos?<br />

d Problema que o cliente tem ou está tentando<br />

evitar – O que o tem incomo<strong>da</strong>do em seu dia a<br />

dia? Qual é o problema que vocês têm enfrentado<br />

e que nosso produto/serviço/solução pode<br />

aju<strong>da</strong>r a resolver?<br />

d Aprofun<strong>da</strong>mento – Quais são as consequências<br />

desse problema? Como ele está prejudicando a<br />

sua vi<strong>da</strong>/a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> empresa? Quais são suas expectativas<br />

em relação a resolução desse problema?<br />

d Preocupações do cliente em relação à possível<br />

compra – Quais são as dúvi<strong>da</strong>s que você tem em<br />

relação ao nosso produto/serviço/solução? O que<br />

o faz pensar em não fechar o negócio?<br />

d Irritadores que o cliente procura evitar (e você<br />

também) – O que mais o irrita: entrega lenta,<br />

atendimento ruim, processos de compra complicados,<br />

falta de pós-ven<strong>da</strong>, vendedores simpáticos<br />

demais etc.?<br />

d Alternativas – Com quem você está cotando,<br />

além de nós? Ficar sem adquirir esse produto/<br />

serviço/solução é uma opção que você cogita?<br />

Por quê? Quais opções você tem para resolver<br />

essa questão/atender a essa necessi<strong>da</strong>de/realizar<br />

esse desejo?<br />

d Ganhos/benefícios – Qual a definição de “sucesso”<br />

final, além do preço mais baixo? Quais benefícios,<br />

lucros, melhorias acontecerão se conseguirmos<br />

resolver esse problema? Quem será<br />

beneficiado por isso?<br />

5. Aju<strong>da</strong>r a equipe a ter argumentos para reforçar<br />

os diferenciais em relação à concorrência<br />

6. Aju<strong>da</strong>r a equipe a trabalhar corretamente o posicionamento<br />

de mercado em relação aos produtos/<br />

serviços/soluções<br />

7. Fazer com que os vendedores melhorem sua argumentação<br />

e negociação, dependendo menos de descontos<br />

para fechar ven<strong>da</strong>s<br />

Bons produtos ou serviços não se vendem sozinhos.<br />

Preço não é tudo. Para ter sucesso em ven<strong>da</strong>s,<br />

é preciso muito mais. Mas muitas vezes, preocupados<br />

em bater suas metas, vendedores vão direto ao assunto<br />

“preço” quando estão em contato com prospects<br />

ou clientes. É seu dever prepará-los para reforçar os<br />

diferenciais em relação à concorrência, trabalhar o<br />

posicionamento de mercado em relação aos produtos,<br />

serviços ou soluções que vocês vendem, e negociar<br />

melhor com ca<strong>da</strong> cliente.<br />

Como encarar esses <strong>desafios</strong><br />

Vender valor, destacar seus diferenciais, investir em<br />

seu posicionamento. Esse é o caminho para superar<br />

esses <strong>desafios</strong> <strong>da</strong> gestão <strong>comercial</strong> em 2018. Há muitas<br />

formas de se fazer isso no dia a dia. Estas são algumas<br />

delas, na visão de Candeloro:<br />

d Diferencie-se eliminando “irritadores”. Irritador<br />

é tudo aquilo que dificulta ou irrita o cliente<br />

na hora de comprar. Veja o caso <strong>da</strong> Azul, por<br />

exemplo: uma <strong>da</strong>s primeiras coisas que fez quando<br />

decidiu trabalhar no Brasil foi perguntar aos<br />

futuros clientes o que mais os irritava na hora de<br />

viajar. “Poltrona do meio”, “não ter opções de lanche”,<br />

“não ter opções de programação de vídeo”,<br />

“demora na saí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s malas” foram itens que<br />

apareceram na pesquisa. Ao eliminá-los, a Azul<br />

criou uma experiência com mais chance de ser<br />

agradável (nem sempre será perfeita, mas tem<br />

altas probabili<strong>da</strong>des de ser). Incrivelmente, as<br />

empresas nunca perguntam o que mais irrita o<br />

cliente. Você sabe quais são os irritadores dos seus<br />

clientes? Lembre-se de descobrir isso durante o<br />

levantamento de necessi<strong>da</strong>des.<br />

d Ajude seus clientes a se desenvolverem através<br />

de informações, artigos, cursos e treinamentos.<br />

Imagine que to<strong>da</strong> semana uma pessoa man<strong>da</strong>sse<br />

um e-mail para você tentando vender alguma<br />

coisa. Seria uma relação fácil de entender: ela<br />

quer seu dinheiro, você pode ou não querer o que<br />

ela tem para vender. Provavelmente, existiria alta<br />

probabili<strong>da</strong>de de você deletar com frequência esses<br />

e-mails. Agora pense num cenário diferente: 80%<br />

dos e-mails têm informações que aju<strong>da</strong>m o cliente<br />

(você) a melhorar seus resultados, seja na vi<strong>da</strong><br />

pessoal, seja no trabalho. Dicas rápi<strong>da</strong>s, curtas,<br />

que podem ser úteis rapi<strong>da</strong>mente. Agora você<br />

provavelmente passaria a pelo menos <strong>da</strong>r uma<br />

olha<strong>da</strong> nos e-mails, certo? Pois é… antes de pedirmos<br />

a atenção <strong>da</strong>s pessoas, precisamos ter crédito<br />

com elas. E os vendedores an<strong>da</strong>m muito carentes<br />

e capengas na construção do seu “crédito pessoal”<br />

com clientes. Aju<strong>da</strong>r alguém sem pedir na<strong>da</strong> de<br />

volta é a melhor forma de construir esse crédito.<br />

“Saber o que<br />

perguntar,<br />

saber ouvir<br />

e saber usar<br />

depois as<br />

informações<br />

coleta<strong>da</strong>s<br />

de maneira<br />

produtiva é<br />

fun<strong>da</strong>mental<br />

se você<br />

realmente<br />

quiser atender<br />

bem seus<br />

clientes e<br />

melhorar seus<br />

resultados em<br />

ven<strong>da</strong>s.”<br />

Raul<br />

Candeloro<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 37


“Antes de<br />

pedirmos a<br />

atenção <strong>da</strong>s<br />

pessoas,<br />

precisamos<br />

ter crédito<br />

com elas. E os<br />

vendedores<br />

an<strong>da</strong>m muito<br />

carentes e<br />

capengas na<br />

construção do<br />

seu 'crédito<br />

pessoal' com<br />

clientes.<br />

Aju<strong>da</strong>r alguém<br />

sem pedir na<strong>da</strong><br />

de volta é a<br />

melhor forma<br />

de construir<br />

esse crédito.”<br />

Então sempre que você puder aju<strong>da</strong>r seus clientes<br />

(com informação, com recomen<strong>da</strong>ções, com indicações),<br />

aproveite a oportuni<strong>da</strong>de. Vendedores que<br />

dão artigos e livros de presente aos clientes, que<br />

fazem cursos com os clientes, que oferecem treinamentos<br />

aos clientes e suas equipes, sempre são<br />

vistos como diferentes e mais envolvidos.<br />

d Kaizen em indicadores importantes para o<br />

cliente. Kaizen é uma palavra japonesa que significa<br />

melhoria contínua. A melhor definição do<br />

Kaizen é “hoje melhor do que ontem, amanhã<br />

melhor do que hoje”. Se você colocar como meta<br />

a melhoria contínua de alguns indicadores importantes<br />

para o cliente, com certeza criará grandes<br />

diferenciais em relação à concorrência. O Kaizen<br />

obriga você a repensar processos, a eliminar desperdícios,<br />

redundâncias e retrabalho, a ser inteligente<br />

e criativo, a combater a burocracia. Basicamente,<br />

você começa a pensar o tempo inteiro: a)<br />

Isto precisa realmente ser feito?; b) Se precisa ser<br />

feito, o jeito que estamos fazendo hoje é realmente<br />

a melhor forma de fazer? Com o passar do<br />

tempo a empresa inteira passará a ser mais eficiente<br />

e, passo a passo, isso vai construindo uma<br />

cultura e uma imagem de diferenciação.<br />

Além de tudo isso, é fun<strong>da</strong>mental que essas ações<br />

estejam claras para todos os colaboradores. Assim,<br />

ficará mais fácil para eles “vender” o que sua empresa,<br />

seu produto, seu serviço tem de diferente!<br />

Falando especificamente sobre negociação, em<br />

março/abril de 2017 publicamos uma edição especial<br />

sobre o tema. Ela é um ver<strong>da</strong>deiro guia para ajudá-lo<br />

a encarar esse desafio. Acesse bit.ly/vm-negociacao e<br />

faça o download.<br />

8. Reduzir o tempo que os vendedores gastam com<br />

ativi<strong>da</strong>des não liga<strong>da</strong>s diretamente a vender e atender<br />

clientes<br />

Que atire uma pedra quem nunca desejou um dia com<br />

30 horas para <strong>da</strong>r conta de tudo que tinha planejado.<br />

Porém, a ver<strong>da</strong>de é que muitas vezes o problema não<br />

é a falta de tempo, e sim a má gestão <strong>da</strong>s horas disponíveis.<br />

E os gestores de equipes comerciais perceberam<br />

isso. Tanto é que “reduzir o tempo que os vendedores<br />

gastam com ativi<strong>da</strong>des não liga<strong>da</strong>s diretamente a<br />

vender e atender clientes” é mais um dos <strong>desafios</strong> que<br />

eles preveem enfrentar este ano.<br />

Como encarar esse desafio<br />

Além de colocar em prática dicas de<br />

administração do tempo, como gestor,<br />

você precisa se preocupar em cui<strong>da</strong>r<br />

dos detalhes <strong>da</strong> execução de tudo que<br />

é fun<strong>da</strong>mental para que os resultados<br />

apareçam em sua empresa. Para isso,<br />

você pode seguir as quatro regras <strong>da</strong><br />

execução:<br />

1) Foque no crucialmente importante.<br />

2) Atue nas medi<strong>da</strong>s de correção.<br />

3) Mantenha um placar envolvente.<br />

4) Crie uma cadência de responsabili<strong>da</strong>de.<br />

Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

de julho de 2016, explicamos<br />

essas quatro<br />

disciplinas em detalhes.<br />

Perdeu? Acesse bit.ly/4dx-VM e<br />

confira!<br />

9. Treinar a equipe para prospectar mais e de maneira<br />

mais eficiente<br />

Outro desafio apresentado pelos gestores comerciais<br />

que participaram <strong>da</strong> pesquisa do ano passado foi o<br />

treinamento <strong>da</strong> equipe para prospectar mais e de<br />

maneira mais eficiente. O guia sobre prospecção, do<br />

qual falamos anteriormente, é, com certeza, o material<br />

que você precisa ler para superar esse desafio. No<br />

entanto, antes de colocar as dicas dele em prática,<br />

você precisa analisar a forma como sua equipe prospecta<br />

atualmente para descobrir quais são as falhas<br />

cometi<strong>da</strong>s nesse processo no momento.<br />

Como encarar esse desafio<br />

Na <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong> de janeiro<br />

de 2016, publicamos<br />

uma entrevista com<br />

Christian Barbosa, especialista<br />

em administração<br />

do tempo, sobre<br />

gestão do tempo para<br />

vendedores. As lições<br />

que ele deu podem ser<br />

muito úteis para você.<br />

Para ler, acesse bit.ly/<br />

tempo-vendedores.<br />

Para avaliar seu processo de prospecção de clientes,<br />

respon<strong>da</strong> às seguintes perguntas:<br />

d Você sabe, com <strong>10</strong>0% de certeza, de onde vêm todos<br />

os clientes novos no mês? Se não, como pode melhorar<br />

o controle sobre isso?<br />

d Você tem um indicador de performance específico<br />

para medir os resultados e a eficiência <strong>da</strong>s suas<br />

campanhas de prospecção?<br />

38<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


d Você tem um planejamento e um cronograma de<br />

ações específicas de prospecção de novos clientes?<br />

d O planejamento e o cronograma são seguidos e<br />

executados?<br />

d O perfil do seu cliente ideal, ou seja, qual é exatamente<br />

o perfil de pessoa (B2C) ou empresa (B2B)<br />

com o qual realmente queremos trabalhar, está<br />

claramente definido?<br />

d Sua equipe de marketing (quando existe) e/ou de<br />

ven<strong>da</strong>s entende e respeita esse perfil na hora de<br />

prospectar?<br />

d Qual o ciclo médio de fechamento entre o primeiro<br />

contato de um prospect e o fechamento <strong>da</strong> ven<strong>da</strong><br />

em tempo (horas, dias, semanas, meses)?<br />

d Interessa fechar ven<strong>da</strong>s mais rápido com esses<br />

novos clientes prospectados? Se sim, o que você<br />

tem feito para tentar acelerar esse ciclo?<br />

d Qual o valor médio <strong>da</strong> primeira compra de um<br />

novo cliente?<br />

d Interessa aumentar o valor médio <strong>da</strong> primeira<br />

compra? Se sim, o que você tem feito para isso?<br />

d Quais são as três mídias ou formas de prospecção<br />

que hoje atraem os clientes de maior quali<strong>da</strong>de/<br />

rentabili<strong>da</strong>de?<br />

d Qual é o custo de aquisição de um novo cliente por<br />

essas mídias? Vale a pena o investimento?<br />

d Quais são as três mídias ou formas de prospecção<br />

que hoje atraem o maior número/quanti<strong>da</strong>de/volume<br />

de clientes?<br />

d Qual é o custo de aquisição de um novo cliente por<br />

essas mídias? Vale o investimento? O que você tem<br />

feito ativamente para estimular mais isso?<br />

d Qual é o LTV de um cliente, na média? (LTV = lifetime<br />

value)<br />

d Levando o LTV em conta, quanto você pode investir,<br />

em média, para atrair um novo cliente?<br />

d Estamos satisfeitos com a quanti<strong>da</strong>de e com a<br />

quali<strong>da</strong>de de novos negócios mensais vindos <strong>da</strong><br />

prospecção?<br />

Avaliando tudo isso, de 0 a <strong>10</strong>, que nota média<br />

você <strong>da</strong>ria, de forma geral, ao seu processo de prospecção<br />

hoje? Essa avaliação é o ponto de parti<strong>da</strong> para<br />

a continui<strong>da</strong>de do seu trabalho nesse passo <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>.<br />

<strong>10</strong>. Motivar e engajar a equipe de ven<strong>da</strong>s<br />

O desafio de motivar e engajar a equipe de ven<strong>da</strong>s<br />

não poderia ficar de fora dessa lista, não é mesmo?<br />

Afinal, suas ven<strong>da</strong>s dependem <strong>da</strong>s pessoas que fazem<br />

parte <strong>da</strong> sua equipe, e se elas estiverem desmotiva<strong>da</strong>s<br />

e não forem engaja<strong>da</strong>s na sua causa, as ven<strong>da</strong>s não<br />

acontecerão.<br />

Como encarar esse desafio<br />

O grande segredo para manter sua equipe motiva<strong>da</strong><br />

e engaja<strong>da</strong> é ser um líder presente. Dê atenção às necessi<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> sua equipe, disponha-se a aju<strong>da</strong>r sempre<br />

que preciso, não espere as coisas perderem o rumo<br />

para agir... enfim, seja presente! Seu esforço será reconhecido<br />

pelos seus colaboradores, que se sentirão mais<br />

à vontade para falar com você sempre que sentirem<br />

necessi<strong>da</strong>de e ficarão motivados mais facilmente.<br />

E agora?<br />

Se você analisar todos os “como encarar esse desafio”<br />

que apresentamos ao longo desta reportagem, perceberá<br />

que a capacitação está no centro <strong>da</strong> superação<br />

de quase todos os obstáculos. E não poderia ser diferente.<br />

Afinal, profissionais bem treinados, que entendem<br />

o mercado em que atuam, conhecem bem seus<br />

prospects e clientes, dominam as características técnicas<br />

e os benefícios que seus produtos, serviços ou<br />

soluções entregam, e levam seu trabalho em ven<strong>da</strong>s<br />

a sério (e, por isso, estão sempre em busca de conhecimento)<br />

têm mais facili<strong>da</strong>de para superar as dificul<strong>da</strong>des<br />

inerentes à jorna<strong>da</strong> em ven<strong>da</strong>s.<br />

Portanto, a melhor forma de você aproveitar os<br />

primeiros meses do ano para se preparar para o que<br />

vem a seguir é traçando um plano de capacitação<br />

para a sua equipe de ven<strong>da</strong>s para superar os <strong>desafios</strong><br />

que considera mais possível/provável que afetem seus<br />

negócios. Sua lista pode ter todos os itens que apresentamos<br />

aqui, ser completamente diferente dela ou<br />

ter apenas um ou dois <strong>desafios</strong> repetidos e outros<br />

diversos. O importante é que você a utilize como base<br />

para desenvolver o seu programa de treinamento<br />

anual e que, assim, 2018 seja um ano de muitos <strong>desafios</strong><br />

superados e vitórias alcança<strong>da</strong>s!<br />

Precisa de aju<strong>da</strong> para<br />

melhorar a forma como<br />

você treina sua equipe<br />

<strong>comercial</strong>? Acesse bit.<br />

ly/vmjul2014 e faça o<br />

download <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

de julho de 2014, que foi<br />

temática sobre treinamento<br />

em ven<strong>da</strong>s.<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 39


Cultura organizacional e ven<strong>da</strong>s complexas<br />

Ven<strong>da</strong>s<br />

complexas<br />

na prática<br />

Por Cristofer Renan<br />

uando falamos sobre ven<strong>da</strong>s, é natural que<br />

pensemos em questões como rotina do departamento<br />

<strong>comercial</strong>, comunicação e desempenho<br />

do mercado. Por motivos óbvios,<br />

há uma influência desses fatores no sucesso<br />

<strong>comercial</strong> de um negócio. Porém, vejo que,<br />

para discutirmos assuntos como proativi<strong>da</strong>de<br />

na prospecção, previsibili<strong>da</strong>de do funil e<br />

remuneração em ven<strong>da</strong>s complexas, deveríamos<br />

iniciar respondendo esta pergunta:<br />

“Qual o impacto <strong>da</strong> cultura organizacional de uma empresa em<br />

seu desempenho <strong>comercial</strong>?”.<br />

Cultura organizacional é algo automaticamente associado a<br />

um conjunto de crenças, valores e visões de futuro que direcionam<br />

uma organização para um objetivo em comum. Em meio a to<strong>da</strong>s<br />

essas informações, é inevitável que o lado <strong>comercial</strong> do negócio<br />

40<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


esteja presente; afinal, visão de futuro normalmente<br />

está relaciona<strong>da</strong> a crescimento e embala<strong>da</strong> pelo sucesso<br />

nas ven<strong>da</strong>s. Além disso, dentre crenças e valores,<br />

sempre há alguns pontos que o mercado considera<br />

essenciais, estampados nos quadros. Mas essa participação<br />

atribuí<strong>da</strong> ao <strong>comercial</strong> é suficiente? Qual a profundi<strong>da</strong>de<br />

que uma discussão relaciona<strong>da</strong> a temas<br />

como prospecção, funil de ven<strong>da</strong>s, desempenho <strong>comercial</strong><br />

deve atingir? Quanto esses assuntos vão além <strong>da</strong><br />

conotação estratégica, relaciona<strong>da</strong> à elaboração e à<br />

execução de um planejamento, e além dos fatores de<br />

mercado? Qual a influência <strong>da</strong> cultura organizacional<br />

de uma empresa nas decisões relaciona<strong>da</strong>s ao <strong>comercial</strong>?<br />

Acredito que, se quisermos ter respostas eficientes<br />

para esses <strong>desafios</strong>, devemos analisar a necessi<strong>da</strong>de<br />

de mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> essência de nossas empresas. Garantir<br />

um alto nível de desempenho <strong>comercial</strong> sem ir direto<br />

às raízes, sem modificar a cultura, é uma missão quase<br />

impossível. Para isso, estes questionamentos são<br />

úteis, pois nos aju<strong>da</strong>m a avaliar a cultura de nossas<br />

empresas em temas relacionados ao <strong>comercial</strong>:<br />

3 Qual é o nível de compreensão <strong>da</strong> sua empresa<br />

quanto ao conceito de ven<strong>da</strong> complexa?<br />

3 Qual é a principal preocupação <strong>da</strong> sua empresa ao<br />

definir os indicadores comerciais?<br />

3 O que realmente faz sua empresa optar por representante<br />

<strong>comercial</strong> ou vendedor CLT?<br />

3 Qual o objetivo do vendedor em uma ven<strong>da</strong> complexa?<br />

E quanto a empresa contribui para isso?<br />

3 De que maneira a sua empresa se posiciona diante<br />

<strong>da</strong>s novas oportuni<strong>da</strong>des de negócios gera<strong>da</strong>s?<br />

É evidente a falta de compreensão de boa parte <strong>da</strong>s<br />

empresas quanto aos fatores que tornam uma ven<strong>da</strong><br />

complexa. Sem a compreensão necessária, há uma<br />

distorção muito grande de qual conduta seguir em<br />

relação às ativi<strong>da</strong>des comerciais.<br />

Entendendo a ven<strong>da</strong> complexa<br />

Uma ven<strong>da</strong> complexa é uma transação <strong>comercial</strong>,<br />

normalmente de ciclo longo e ticket médio alto, realiza<strong>da</strong><br />

obrigatoriamente por meio de ven<strong>da</strong> consultiva<br />

e em que uma decisão erra<strong>da</strong> por parte do comprador<br />

afeta diretamente outras pessoas e outros setores. Por<br />

exemplo: se você errar na compra de uma camisa, as<br />

consequências negativas serão muito menores do que<br />

se você errar na compra de um carro. A mesma lógica<br />

deve ser respeita<strong>da</strong> para ven<strong>da</strong>s B2B.<br />

Com base na conscientização quanto ao real<br />

conceito de ven<strong>da</strong>s complexas, torna-se muito mais<br />

fácil tomar decisões relaciona<strong>da</strong>s ao <strong>comercial</strong> apoiando-se<br />

nessas diretrizes.<br />

Indicadores comerciais<br />

É comum vermos empresas definirem seus indicadores<br />

comerciais a partir de iniciativas relaciona<strong>da</strong>s à tentativa<br />

de aumento de produção, que nem sempre está<br />

vincula<strong>da</strong> ao aumento de produtivi<strong>da</strong>de. Em outras<br />

palavras, algumas empresas com dificul<strong>da</strong>des em ven<strong>da</strong>s<br />

complexas buscam fazer com que o vendedor realize<br />

mais ligações, mais visitas e apresente mais propostas.<br />

Elas utilizam os indicadores para tentar fazer os<br />

profissionais trabalharem mais, não melhor. Um erro!<br />

Os indicadores devem ser definidos prioritariamente<br />

para desenvolver o desempenho <strong>da</strong> equipe <strong>comercial</strong>,<br />

fazendo com que a performance dos vendedores evolua.<br />

Depois disso, chega o momento de fazê-los trabalhar<br />

mais, quando possível. Fazer a equipe trabalhar mais<br />

sem estar prepara<strong>da</strong> é um grande erro, e as possíveis<br />

consequências são:<br />

3 Elevação no custo de aquisição do cliente.<br />

3 Aumento na quanti<strong>da</strong>de de prospects em desacordo<br />

com o perfil de cliente ideal.<br />

3 Excesso na carteira de prospecção dos vendedores,<br />

causando a falta de atenção necessária em uma<br />

ven<strong>da</strong> consultiva.<br />

Os indicadores devem servir para que os vendedores<br />

tenham maior clareza em relação ao processo <strong>comercial</strong>.<br />

É extremamente importante que o vendedor<br />

saiba qual é, em média, a quanti<strong>da</strong>de de ligações necessárias<br />

para fazer um contato de sucesso com um prospect;<br />

quantas reuniões após a primeira visita normalmente<br />

são necessárias para conseguir um acordo com o potencial<br />

cliente; qual é o fluxo de cadência correto para<br />

seguir em ca<strong>da</strong> etapa do funil; qual é a taxa de conversão<br />

dos melhores vendedores <strong>da</strong> empresa; e qual é a<br />

taxa de conversão média.<br />

Imagine, por exemplo, se você tivesse que ro<strong>da</strong>r mil<br />

quilômetros de carro para visitar um cliente, a estra<strong>da</strong><br />

não tivesse placas de sinalização, e o carro estivesse<br />

sem GPS. Como você se sentiria?<br />

Da mesma forma, o simples fato de o vendedor saber<br />

onde está automaticamente vai aumentar seu nível de<br />

motivação, foco e proativi<strong>da</strong>de. A reali<strong>da</strong>de, no entanto,<br />

é que a maioria dos vendedores e <strong>da</strong>s empresas não tem<br />

um processo <strong>comercial</strong> bem desenhado e não consegue<br />

identificar em qual etapa do funil o potencial cliente<br />

está. Precisamos informar nossos vendedores quantos<br />

“nãos” ele precisa para conseguir um “sim”!<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 41


“Garantir um<br />

alto nível de<br />

desempenho<br />

<strong>comercial</strong> sem<br />

ir direto às<br />

raízes, sem<br />

modificar a<br />

cultura é uma<br />

missão quase<br />

impossível.”<br />

O vendedor na ven<strong>da</strong> complexa<br />

Se falta clareza quanto ao conceito de ven<strong>da</strong> complexa,<br />

a consequência natural é que as empresas tenham<br />

menos clareza ain<strong>da</strong> quando o foco é definir o ver<strong>da</strong>deiro<br />

papel do vendedor nesse tipo de ven<strong>da</strong>.<br />

Como vimos anteriormente, um dos pontos primordiais<br />

que tornam uma ven<strong>da</strong> complexa é a consequência<br />

que uma decisão de compra gera a terceiros.<br />

Normalmente, durante o processo de ven<strong>da</strong> complexa,<br />

esses terceiros acabam se envolvendo direta ou indiretamente<br />

na decisão de compra por parte do cliente.<br />

Isso faz com que a maior a parte de uma ven<strong>da</strong> complexa<br />

ocorra quando o vendedor não está presente.<br />

Com isso, há uma necessi<strong>da</strong>de vital <strong>da</strong>s empresas<br />

em treinar seus vendedores para que, além de “convencer”<br />

o potencial cliente de que suas soluções são<br />

vantajosas, consigam “capacitar” o seu contato dentro<br />

<strong>da</strong> empresa para que realize a ven<strong>da</strong> enquanto eles<br />

não estiverem presentes.<br />

Assim, certificar-se de que o “comprador” em questão<br />

entendeu todos os benefícios e conseguirá passá-los<br />

adiante quando for apresentar o seu produto, serviço<br />

ou projeto para os outros interessados deve ser o principal<br />

objetivo do vendedor no processo de ven<strong>da</strong> complexa.<br />

Mas você pode perguntar: “Quais outras funções<br />

devem ser atribuí<strong>da</strong>s ao vendedor nesse processo?”<br />

Não existe uma fórmula-padrão! Há uma variação<br />

muito grande, dependendo <strong>da</strong>s peculiari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong><br />

segmento. Existem empresas que optam por manter<br />

os vendedores fazendo um pouco de tudo: prospecção,<br />

agen<strong>da</strong>mento, análise <strong>da</strong> carteira de clientes, emissão<br />

de pedidos, atendimentos, entre outros, enquanto outras<br />

empresas preferem dividir essas funções.<br />

Caso seus vendedores/representantes sejam responsáveis<br />

por realizar os agen<strong>da</strong>mentos, segue um<br />

ponto que deve ser levado em consideração em to<strong>da</strong>s<br />

as situações: sabemos que as dificul<strong>da</strong>des estão ca<strong>da</strong><br />

vez maiores para a realização de agen<strong>da</strong>mentos com<br />

os potenciais clientes. Os tomadores de decisão estão<br />

ca<strong>da</strong> vez mais “blin<strong>da</strong>dos”, e o processo de agen<strong>da</strong>mento<br />

necessita de rotina, disciplina, tempo, paciência<br />

e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de técnica extremamente eleva<strong>da</strong> para<br />

essa função. Um bom vendedor não necessariamente<br />

é bom em agen<strong>da</strong>r reuniões.<br />

Para conseguir chegar à conclusão do que é melhor<br />

para sua empresa, você deve realizar alguns questionamentos<br />

e mensurar os pontos abaixo:<br />

3 Quanto tempo o vendedor passa prospectando ou<br />

realizando agen<strong>da</strong>mentos?<br />

3 Como é o desempenho do vendedor no processo<br />

de agen<strong>da</strong>mento?<br />

3 Quanto tempo ele passa em reuniões com o cliente?<br />

3 Quanto tempo passa emitindo pedidos?<br />

3 Qual a eficiência <strong>da</strong> análise do vendedor referente<br />

à sua carteira de clientes?<br />

É bem provável que, caso seus vendedores/representantes<br />

sejam os responsáveis pelo agen<strong>da</strong>mento,<br />

você conclua, após os questionamentos anteriores, que<br />

eles não são bons o suficiente na realização dessa ativi<strong>da</strong>de<br />

e que, além de desenvolver essa função normalmente<br />

de maneira desmotiva<strong>da</strong>, a obrigação de<br />

agen<strong>da</strong>r faça com que o tempo que deveria ser destinado<br />

a estar com os clientes seja reduzido.<br />

Caso a sua equipe já possua um profissional responsável<br />

por agen<strong>da</strong>mentos, certifique-se de que você<br />

está <strong>da</strong>ndo a ele a importância mereci<strong>da</strong>. Esse profissional<br />

é responsável pelo sucesso de seus vendedores,<br />

e ele deve ser transformado em um especialista em<br />

agen<strong>da</strong>mento, de modo a conseguir puxar um aumento<br />

de produtivi<strong>da</strong>de de to<strong>da</strong> a equipe.<br />

Outros benefícios que um especialista em prospecção<br />

e agen<strong>da</strong>mento em sua equipe pode trazer:<br />

3 Se você estipular metas claras e bonificação por<br />

cumprimento, você praticamente garante a proativi<strong>da</strong>de<br />

nessa etapa do processo <strong>comercial</strong>.<br />

3 Há um aumento natural na previsibili<strong>da</strong>de do<br />

funil e na estimativa de ven<strong>da</strong>s. Isso acontece<br />

porque o prospect só é transferido ao vendedor<br />

quando há confirmação de que ele realmente se<br />

enquadra no “perfil do cliente ideal”, evitando que<br />

o vendedor visite clientes que não “compensariam”.<br />

3 Esse profissional pode auxiliar o vendedor na<br />

gestão de clientes inativos e “a inativar”.<br />

A empresa na ven<strong>da</strong> complexa<br />

Após compreender o conceito de ven<strong>da</strong> complexa,<br />

definir claramente o principal objetivo do vendedor<br />

nesse tipo de ven<strong>da</strong> e de iniciar um debate sobre quais<br />

funções do processo <strong>comercial</strong> devem ser atribuí<strong>da</strong>s<br />

ao vendedor, chegamos a um ponto extremamente<br />

crítico: qual o comportamento que a empresa deve<br />

adotar durante o processo de ven<strong>da</strong> complexa?<br />

Assim como nos temas anteriores, convido você a<br />

procurar as reflexões diretamente nas raízes e origens.<br />

Para isso, gostaria de direcionar nossa discussão para<br />

o seguinte: o que nos faz optar por representante <strong>comercial</strong><br />

ou vendedor CLT?<br />

To<strong>da</strong>s as empresas que necessitem de um relacionamento<br />

direto e pessoal através de visitas com os<br />

seus clientes, em algum momento, sentiram a necessi<strong>da</strong>de<br />

de contratar mais profissionais de ven<strong>da</strong>s. E é<br />

42<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


aí que normalmente chegam ao impasse: “Vamos<br />

contratar representante <strong>comercial</strong> ou vendedor CLT?”.<br />

Novamente, não há uma fórmula padrão para o<br />

sucesso! Existem diversas empresas que foram extremamente<br />

bem-sucedi<strong>da</strong>s trabalhando somente com<br />

representantes comerciais, enquanto outras só conseguiram<br />

sucesso quando focaram em equipes CLT. Há,<br />

ain<strong>da</strong>, as que conseguiram equilibrar os resultados<br />

quando desenvolveram equipes mistas.<br />

Vejo que a resposta para essa dúvi<strong>da</strong> está na sua<br />

essência e na racionali<strong>da</strong>de que você coloca na decisão.<br />

É comum surgirem opiniões como: “Vamos colocar<br />

representante <strong>comercial</strong>, pois ele só gerará custo se<br />

vender”. Enquanto você encarar sua equipe <strong>comercial</strong><br />

como custo e não investimento, é natural que seus<br />

resultados sejam catastróficos.<br />

O pior ain<strong>da</strong> é que, em se tratando de representante<br />

<strong>comercial</strong>, não há uma subordinação direta, e,<br />

diante dos possíveis resultados abaixo do esperado, a<br />

empresa por diversas vezes acaba não sabendo o que<br />

fazer por não querer realizar cobranças diretas.<br />

Lembre-se de que ven<strong>da</strong> complexa se trata de ciclo<br />

de ven<strong>da</strong> normalmente longo e com ticket médio elevado.<br />

É natural que se necessite de um investimento<br />

grande com deslocamento e visitas até conseguir um<br />

acordo com o cliente. Quanto o fato de não haver uma<br />

subordinação direta pode atrapalhar a execução de<br />

seu planejamento? Assim, é necessário se questionar:<br />

quanto um representante <strong>comercial</strong> autônomo está<br />

disposto a antecipar de investimento em um ciclo de<br />

ven<strong>da</strong> longo?<br />

Considere sempre a possibili<strong>da</strong>de de trabalhar com<br />

vendedores externos com comissões menores que as<br />

do representante <strong>comercial</strong>, de modo a compensar o<br />

investimento que garanta que sua equipe esteja na<br />

rua. É natural que, em ven<strong>da</strong>s de ciclo longo, o representante<br />

deixe de fazer algumas visitas pensando em<br />

“economizar”. Faça as contas e veja quanto deveria ser<br />

a meta de ven<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> vendedor, considerando valores<br />

de comissão, salários, encargos, custos com deslocamento,<br />

alimentação e hotel para atingir o mesmo<br />

percentual que a comissão do representante. É possível<br />

que haja uma redução percentual se você trabalhar<br />

com CLT a partir de um determinado volume de ven<strong>da</strong>s.<br />

Porém, há uma responsabili<strong>da</strong>de grande de fazer<br />

todos os vendedores baterem suas metas. Esteja preparado<br />

para essa responsabili<strong>da</strong>de!<br />

cliente e elaborar uma proposta adequa<strong>da</strong>. É preciso<br />

fazer a leitura correta de em qual etapa do funil o<br />

cliente se encontra e manter o fluxo de cadência<br />

adequado; enquanto isso, deve-se manter a paciência<br />

e a tranquili<strong>da</strong>de necessárias para não pressionar<br />

os vendedores sem necessi<strong>da</strong>de.<br />

Como sabemos, normalmente estamos em um<br />

processo com ciclo longo, na ven<strong>da</strong> complexa. Quando<br />

o vendedor é pressionado pela empresa, a tendência<br />

natural é que transfira essa pressão para o potencial<br />

cliente, o que pode gerar <strong>da</strong>nos irreversíveis para o<br />

sucesso do negócio.<br />

Durante o processo de gestão de oportuni<strong>da</strong>des,<br />

procure não superestimar nem supervalorizar as<br />

oportuni<strong>da</strong>des gera<strong>da</strong>s. Quando você superestima a<br />

ven<strong>da</strong>, cria a esperança de que seu cliente possa comprar<br />

um valor maior do que o real, o que acaba prejudicando<br />

o seu planejamento e a previsão de ven<strong>da</strong>s.<br />

Conscientize-se <strong>da</strong>s consequências disso e procure o<br />

máximo de transparência possível com os seus vendedores<br />

para que isso não ocorra.<br />

Ao longo de nossa caminha<strong>da</strong> em ven<strong>da</strong>s, é provável<br />

que nos deparemos com vendedores criativos e<br />

desorganizados. Vendedores normalmente são profissionais<br />

com grande iniciativa e pouca “acabativa”.<br />

Precisamos garantir que conduziremos nossos profissionais<br />

até a última etapa do funil. Boa parte dos<br />

vendedores tem o hábito de deixar as coisas pela<br />

metade. As consequências são: elevação do custo de<br />

aquisição de clientes e diminuição na taxa de conversão.<br />

Normalmente, as empresas têm uma responsabili<strong>da</strong>de<br />

muito grande na criação desse hábito nos profissionais<br />

de ven<strong>da</strong>, “culpa” <strong>da</strong> supervalorização <strong>da</strong>s<br />

oportuni<strong>da</strong>des gera<strong>da</strong>s. As empresas costumam comemorar<br />

e valorizar em excesso as novas oportuni<strong>da</strong>des;<br />

com isso, os profissionais têm motivação extra<br />

para gerar ca<strong>da</strong> vez mais oportuni<strong>da</strong>des, criando uma<br />

sobrecarga e maior dificul<strong>da</strong>de na continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

gestão do que já havia sido gerado, podendo deixá-las<br />

pelo caminho.<br />

Isso não quer dizer que os líderes tenham que<br />

deixar de valorizar e de reconhecer boas oportuni<strong>da</strong>des.<br />

Porém, é preciso equilíbrio para que não haja<br />

supervalorização e foco para manter o vendedor concentrado<br />

em suas oportuni<strong>da</strong>des.<br />

A ven<strong>da</strong> complexa e a gestão de oportuni<strong>da</strong>des<br />

Com sua equipe em campo, chega o momento de<br />

gerenciar as oportuni<strong>da</strong>des. Li<strong>da</strong>r com oportuni<strong>da</strong>des<br />

não consiste somente em avaliar o potencial do<br />

Cristofer Renan é apaixonado por ven<strong>da</strong>s complexas,<br />

consultor e gestor <strong>comercial</strong>, além de<br />

gerente <strong>comercial</strong> <strong>da</strong> Suprema Rótulos e Etiquetas.<br />

E-mail: cristofer@supremaetiquetas.com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 43


Resultados que inspiram / Por Brasilio Andrade Neto /<br />

Marco Montezano<br />

Crescimento<br />

na bandeja<br />

Uma xícara de inovação, um copo<br />

de respeito ao consumidor.<br />

Misture tudo na saladeira com<br />

uma generosa pita<strong>da</strong> de<br />

treinamento em ven<strong>da</strong>s. Sirva<br />

em um recipiente de quali<strong>da</strong>de,<br />

com design diferenciado e baixo<br />

custo. Eis a receita de sucesso<br />

<strong>da</strong> Vemplast, que você conhece<br />

em detalhes nesta reportagem<br />

Uma <strong>da</strong>s regras <strong>da</strong> gastronomia é que as<br />

pessoas também comem com os olhos. Uma<br />

boa apresentação, em um recipiente bonito<br />

e agradável, faz to<strong>da</strong> a diferença. Pena que<br />

as melhores louças, bandejas, saladeiras e<br />

travessas são exclusivi<strong>da</strong>de de bons restaurantes.<br />

Aos bares, restaurantes industriais e hospitalares,<br />

bem como outros locais, restam produtos sem<br />

atrativos, feitos para conter comi<strong>da</strong> e só. Na<strong>da</strong> de design<br />

ou cui<strong>da</strong>dos extras com o visual ou, muitas vezes, com<br />

a quali<strong>da</strong>de apenas acima do mínimo exigido.<br />

Quer dizer, esse era o cenário antes de a Vemplast<br />

pensar “por que não?” e começar a oferecer produtos<br />

de cozinha com visual similar ao de restaurantes com<br />

preços acessíveis. “Nossa proposta de trabalho desde<br />

o início foi inovar. Criamos um produto novo, com<br />

uma tecnologia que até então não existia no Brasil.<br />

Existiam alguns produtos, mas nós fomos pioneiros<br />

em fazer uma linha de produtos para cozinha em<br />

policarbonato, que entra hoje em hotéis, bares, restaurantes,<br />

pizzarias e lanchonetes”, conta Ricardo<br />

Oliveira, diretor <strong>comercial</strong> <strong>da</strong> empresa. Além disso,<br />

recentemente a Vemplast passou também a vender ao<br />

consumidor final, garantindo que todos possam ter<br />

seu barco de sushi próprio! Bacana, não?<br />

Mas o sucesso nem sempre fez<br />

parte <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Vemplast. E as<br />

dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s por Oliveira<br />

e sua equipe antes de a empresa<br />

decolar trazem boas lições<br />

para você!<br />

O momento <strong>da</strong> vira<strong>da</strong><br />

Pense no que você poderia fazer às<br />

duas horas <strong>da</strong> manhã. “Visitar fornecedores”<br />

é uma possibili<strong>da</strong>de?<br />

Provavelmente, não, certo? Mas foi<br />

exatamente isso o que Ricardo Oliveira<br />

fez! Seus clientes estavam<br />

reclamando dos produtos oferecidos<br />

pela Vemplast, que na época terceirizava<br />

a produção para três empresas.<br />

Ele repassava as reclamações<br />

para tais fornecedores, seguia-<br />

-se uma série de desculpas e promessas,<br />

e na<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>va.<br />

Ele precisava entender o que<br />

estava acontecendo. Para isso, certa<br />

madruga<strong>da</strong>, decidiu bater na<br />

44<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


porta <strong>da</strong> fábrica de um fornecedor<br />

sem avisar. O que ele descobriu é<br />

pior do que você pode imaginar.<br />

“Eles vendiam a matéria-prima<br />

que eu fornecia e fabricavam meus<br />

produtos com material de segun<strong>da</strong><br />

mão”, conta.<br />

Depois disso, não havia outra<br />

saí<strong>da</strong>: “Decidimos passar a fabricar<br />

nossos produtos. Então criamos<br />

nosso primeiro parque fabril,<br />

na zona leste de São Paulo. Como<br />

minha experiência era <strong>comercial</strong>,<br />

tive que fazer cursos para aprender<br />

sobre injeção, funcionamento<br />

<strong>da</strong>s máquinas e <strong>da</strong>s ferramentas”,<br />

revela.<br />

Agora, Oliveira e sua equipe<br />

conheciam bem o material que<br />

usavam. O problema é que pareciam<br />

ser os únicos... “Tivemos que mostrar<br />

para o mercado um produto<br />

que era desconhecido. Fizemos os<br />

clientes entenderem quais eram os<br />

benefícios e a economia que eles<br />

teriam ao adquirir nossos produtos.<br />

Nosso objetivo era explicar para as<br />

cozinhas industriais que o produto<br />

reduzia acidentes por ser mais<br />

resistente e mais leve do que o vidro<br />

e a porcelana. Esse tipo de<br />

cliente costumava utilizar potes<br />

descartáveis para servir sobremesas.<br />

Consegui convencê-los de que<br />

era mais barato usar nossos potes<br />

de polipropileno, que poderiam ser<br />

reutilizados e tinham quali<strong>da</strong>de e<br />

durabili<strong>da</strong>de”, explica.<br />

“Antes, os clientes compravam<br />

vidro, porcelana, acrílico. Nós fizemos<br />

eles perceberem que a solução<br />

para eles era o policarbonato,<br />

que tem entre dois e três anos de<br />

durabili<strong>da</strong>de na cozinha industrial<br />

e evita acidentes. Com essa quali<strong>da</strong>de,<br />

os clientes voltam sempre a<br />

comprar e indicam para outros<br />

estabelecimentos”, completa o empreendedor.<br />

Oliveira diz que, ao conseguir<br />

demonstrar para o cliente ou prospect<br />

como os produtos <strong>da</strong> Vemplast<br />

atendem às suas necessi<strong>da</strong>des melhor<br />

do que as alternativas tradicionais<br />

do mercado, grande parte<br />

do trabalho de ven<strong>da</strong>s está feita. O<br />

produto, sua quali<strong>da</strong>de e seu posicionamento<br />

são argumentos poderosíssimos<br />

a serviço do vendedor.<br />

“Para vender, além de acreditar, é<br />

preciso estu<strong>da</strong>r e entender o produto.<br />

Não basta pensar apenas no<br />

dinheiro; tem que pensar em como<br />

a aquisição <strong>da</strong>queles produtos vai<br />

melhorar a vi<strong>da</strong> do cliente”, pontua.<br />

Resultados e perspectivas<br />

A partir dessa educação do público-alvo,<br />

aconteceu um momento<br />

mágico na Vemplast: além de vender,<br />

agora havia pessoas querendo<br />

comprar. Gente que os procurava<br />

sem que eles tivessem que fazer<br />

esforço algum: “Nossa maior repercussão<br />

foi através <strong>da</strong> divulgação<br />

boca a boca, ou seja, um cliente foi<br />

indicando para o outro. Entre esses<br />

pedidos, recebemos muitas ligações<br />

de pessoas interessa<strong>da</strong>s em comprar<br />

os produtos. Eram funcionários<br />

que trabalhavam em cozinhas,<br />

pessoas que tinham conhecido o<br />

produto em feiras ou hotéis. Por<br />

causa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e espessura dos<br />

utensílios, muitas pessoas acreditavam<br />

que a fábrica era estrangeira.<br />

Ao descobrirem que se tratava<br />

de um artigo nacional, com selo de<br />

quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Anvisa (Agência Nacional<br />

de Vigilância Sanitária),<br />

interessaram-se ain<strong>da</strong> mais em<br />

comprar. Foi aí que, em 2016, resolvemos<br />

atender também o público<br />

final. Apostamos em uma linha de<br />

utili<strong>da</strong>de doméstica, à ven<strong>da</strong> no<br />

mercado varejista. Além do nosso<br />

e-commerce, estamos em mais de<br />

mil pontos de ven<strong>da</strong>. A empresa<br />

vem crescendo em to<strong>da</strong>s as áreas.<br />

De seis em seis meses reorganizamos<br />

tudo. Aprendemos algo novo<br />

todos os dias”, conta, animado.<br />

E a Vemplast não para por aí!<br />

“Para vender, além de acreditar, é preciso estu<strong>da</strong>r<br />

e entender o produto. Não basta pensar apenas no<br />

dinheiro, tem que pensar em como a aquisição <strong>da</strong>queles<br />

produtos vai melhorar a vi<strong>da</strong> do cliente.” Ricardo Oliveira<br />

“Logo devemos iniciar as exportações<br />

para a América do Sul. No<br />

ra<strong>da</strong>r, também está o segmento de<br />

catering aéreo, que serve a alimentação<br />

para os passageiros. Estamos<br />

investindo em um novo material,<br />

o polissulfona, mais leve do que a<br />

porcelana. Isso permitirá que as<br />

companhias aéreas diminuam em<br />

até duas tonela<strong>da</strong>s o peso em seus<br />

voos. Para atender esses novos nichos,<br />

em 2018 vamos nos mu<strong>da</strong>r<br />

para um novo parque fabril, agora<br />

com <strong>10</strong> mil m², em Guararema”,<br />

finaliza Oliveira.<br />

Inspirador, não é mesmo? É<br />

mais uma prova de que estar atento<br />

ao que os clientes dizem, entender<br />

o mercado e buscar o aprimoramento<br />

constante é fun<strong>da</strong>mental<br />

para se destacar hoje, amanhã e<br />

sempre!<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 45


Direto <strong>da</strong>s Soluções <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

Marcelo Caetano<br />

O pedido<br />

perfeito<br />

Recentemente, fizemos um teste com alguns clientes <strong>da</strong> consultoria<br />

com um modelo reverso de pedido, e o resultado foi impressionante.<br />

Mas, antes de falar sobre isso, preciso contar<br />

como essa história começou...<br />

Em quase to<strong>da</strong>s as minhas palestras, a certo ponto chamo<br />

alguém <strong>da</strong> plateia para contar um pouco sobre sua história em<br />

ven<strong>da</strong>s – e alguns de seus casos de sucesso. Faço esse chamado<br />

aleatoriamente e, na maioria <strong>da</strong>s vezes, dou sorte de convocar<br />

pessoas que têm boas histórias para contar. Nesse dia<br />

foi assim!<br />

Eu estava <strong>da</strong>ndo uma palestra para uma equipe de uma<br />

distribuidora, e a vendedora que escolhi para <strong>da</strong>r seu depoimento<br />

logo de cara disse que tinha vivido uma experiência única<br />

em ven<strong>da</strong>s e gostaria de compartilhar comigo e com o grupo.<br />

Ela contou que, certa vez, estava visitando clientes quando<br />

foi indica<strong>da</strong> para um possível prospect que (ain<strong>da</strong>) não tinha<br />

loja. Ela fez um contato e foi visitá-lo. Visitar lojistas era algo<br />

que fazia parte <strong>da</strong> sua rotina, então ela estava acostuma<strong>da</strong> às<br />

conversas que surgiam nesses momentos. Naquela vez, porém,<br />

ela teve uma surpresa muito grande...<br />

Tudo começou com o cliente contando que havia quase<br />

20 anos e que, por isso, tinha recebido uma boa quantia em<br />

dinheiro. A ideia dele era utilizar aquele dinheiro para empreender.<br />

Como tinha percebido que a distribuidora atuava<br />

em um segmento que parecia muito promissor, ele estava<br />

disposto a investir nele, abrindo uma loja. Obviamente, ela<br />

concordou.<br />

Em segui<strong>da</strong>, o futuro cliente disse que entendia de gestão<br />

de varejo, mas não <strong>da</strong>quele segmento em específico. Para a<br />

46<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


“Ou você é um<br />

fornecedor<br />

realmente<br />

estratégico do<br />

seu cliente, ou<br />

está fora do<br />

jogo.”<br />

surpresa <strong>da</strong> vendedora, ele perguntou se ela poderia<br />

montar a loja para ele! Ela ficou meio atônita, é<br />

ver<strong>da</strong>de, mas quase imediatamente respondeu que<br />

sim, poderia atender o pedido.<br />

O cliente contou todos os seus planos, falou<br />

sobre o tamanho <strong>da</strong> loja, sobre quando pretendia<br />

abri-la... enfim, detalhou sua ain<strong>da</strong> vaga ideia. Ela,<br />

então, prometeu apresentar uma proposta, mas foi<br />

dormir pensando se aquilo era mesmo real.<br />

Montando a proposta<br />

Nos dias que seguiram, a vendedora e seu novo<br />

cliente se encontraram mais duas vezes. Além<br />

disso, ela foi pessoalmente visitar o ponto onde<br />

seria instala<strong>da</strong> a loja (gostou muito, inclusive) e,<br />

depois de ganhar confiança – em si mesma e também<br />

no cliente –, finalmente começou a formular<br />

a proposta.<br />

Ela sabia que não podia errar. Os produtos não<br />

poderiam encalhar, e os mais vendidos deveriam<br />

ter um bom volume.<br />

Pela primeira vez ela se viu na posição de<br />

cliente. Afinal, ele compraria sua sugestão. Ela<br />

pediu dicas para vendedores mais experientes e<br />

passou a entrar na loja dos seus clientes observando<br />

tudo com mais atenção.<br />

Alguns dias depois, a proposta estava finalmente<br />

pronta! Ela tinha certeza de que aquele<br />

seria o melhor mix de ven<strong>da</strong>s de sua vi<strong>da</strong> e, ain<strong>da</strong>,<br />

o maior pedido já tirado. O valor era realmente<br />

muito alto; afinal, o cliente montaria a loja do zero<br />

– e com a aju<strong>da</strong> dela. Mas ela sabia que faltavam<br />

alguns produtos para o cliente ter uma loja realmente<br />

completa.<br />

Na hora marca<strong>da</strong>, ela apresentou a proposta e<br />

disse que poderia fornecer 90% do que seria necessário<br />

para ele montar a loja, mas que <strong>10</strong>% ela não<br />

tinha em sua empresa, pois não trabalhava com<br />

aqueles itens. Por isso, propôs que ele fizesse a<br />

compra de outra empresa. Indicou, inclusive, o nome<br />

de quem ele deveria contatar.<br />

O cliente folheou o pedido, como se conhecesse<br />

sobre o segmento (tática tradicional de quem vai<br />

pedir um desconto) e pediu o já esperado desconto.<br />

Ela – depois de ter conversado com seu líder previamente<br />

– converteu o desconto em um prazo<br />

maior, já que ele estava abrindo um negócio, e propôs<br />

que cui<strong>da</strong>ria do estoque até que ele se acostumasse<br />

a fazer os pedidos (ela inclusive sugeriu um<br />

software de controle). O cliente adorou a ideia, e os<br />

dois fecharam o negócio.<br />

Minha convi<strong>da</strong><strong>da</strong> concluiu seu depoimento<br />

contando que esse episódio aconteceu há alguns<br />

anos e que até hoje ela tem esse cliente em sua<br />

carteira. De lá para cá, ela entrou em uma nova<br />

dimensão no relacionamento com os clientes, mas<br />

nunca mais replicou esse processo...<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 47


As lições dessa história<br />

Confesso que uma semente foi planta<strong>da</strong> dentro de<br />

mim depois de ouvir a história dessa vendedora.<br />

Naquela situação, ela teve a ousadia de fazer um<br />

pedido gigante e propor um crescimento exponencial<br />

de ven<strong>da</strong>s em um cliente; um feito impressionante.<br />

A partir de então, passei a perseguir o que chamei<br />

de pedido perfeito.<br />

Comecei a propor isso para algumas empresas<br />

e para alguns vendedores específicos. Minha sugestão<br />

era: “Vamos propor para o cliente o pedido<br />

perfeito. Não importa se ele compra mil reais; se<br />

tivermos condições, vamos fazer uma visita para<br />

ele com uma proposta de dez mil reais e dizer que<br />

queremos ser um parceiro estratégico e lembrá-lo<br />

que temos condições de fazer muito mais por ele.<br />

E aí, man<strong>da</strong>mos ver na proposta”.<br />

A ver<strong>da</strong>de é que, para mim, há uma tendência<br />

de ven<strong>da</strong> clara para os próximos anos: ou você é<br />

um fornecedor realmente estratégico do seu cliente,<br />

ou está fora do jogo. Ou seja, quanto mais itens<br />

você vender para um cliente e quão maior for seu<br />

volume de ven<strong>da</strong>s para ele, maior será sua chance<br />

de permanecer fornecendo para aquele cliente durante<br />

anos. Se ficar dependente de poucos produtos,<br />

seu risco de per<strong>da</strong> do cliente será muito maior!<br />

Mas voltemos ao pedido perfeito...<br />

Na prática<br />

Quando definimos o pedido perfeito, estamos trabalhando<br />

a ordem inversa do pedido. Normalmente,<br />

o vendedor faz a reposição dos itens que o cliente<br />

habitualmente compra e depois oferece mais um<br />

produto, depois outro, depois outro. Até o momento<br />

que o cliente diz: “Chega! Já comprei demais”.<br />

Veja que, se formos analisar a psicologia <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>,<br />

o cliente sente que está cedendo a ca<strong>da</strong> oferta<br />

que aceita do vendedor. Ele pode aceitar uma, duas<br />

ou três, mas em breve seu mecanismo de defesa vai<br />

dizer: “Chega! Pare de comprar!”. E ele vai parar.<br />

Com isso, vemos que a maioria <strong>da</strong>s empresas tem<br />

um crescimento sempre muito lento com os clientes;<br />

essa é a lógica normal. O cérebro trabalha desse jeito.<br />

É mais ou menos o que acontece quando você<br />

chega a uma loja com o objetivo de comprar uma<br />

calça, mas acaba saindo com um sapato, eventualmente<br />

com uma meia – raramente você vai “permitir”<br />

que o vendedor “refaça” seu guar<strong>da</strong>-roupas, certo?<br />

Pensando nisso, começamos a inverter a ordem.<br />

Pedimos a alguns vendedores que levassem para<br />

“A ideia é que não<br />

seja mais uma<br />

visita de ven<strong>da</strong>s,<br />

mas que o cliente<br />

seja avisado<br />

antecipa<strong>da</strong>mente<br />

de que receberá<br />

uma visita<br />

diferencia<strong>da</strong>.<br />

Essa será a<br />

visita do pedido<br />

perfeito.”<br />

os clientes um pedido-padrão, seguindo o que normalmente<br />

o cliente pede, mas também o pedido<br />

perfeito, que deve ser apresentado para o cliente<br />

antes de ele ver o que já está acostumado.<br />

A ideia é que não seja mais uma visita de ven<strong>da</strong>s,<br />

mas que o cliente seja avisado antecipa<strong>da</strong>mente de<br />

que receberá uma visita diferencia<strong>da</strong>. Essa será a<br />

visita do pedido perfeito. A presença de um líder<br />

nas primeiras ofertas é sempre muito importante,<br />

pois funciona como um aprendizado em conjunto.<br />

Elaborando a proposta perfeita<br />

Para construir a proposta perfeita é preciso ter um<br />

bom planejamento. É essencial que o vendedor faça<br />

um levantamento do potencial do cliente e analise<br />

como está sua participação naquele cliente<br />

antes de formular o pedido. Ou seja, o processo<br />

todo já é muito rico, um ver<strong>da</strong>deiro treinamento de<br />

planejamento e análise do potencial do cliente.<br />

Pelo lado do cliente, esse pode ser o momento<br />

em que ele identifica no fornecedor todo seu potencial.<br />

Não são raras as vezes em que saio com<br />

vendedores e ouço um cliente dizer: “Não sabia que<br />

vocês tinham isso no portfólio”. Em algumas ocasiões,<br />

isso acontece porque o cliente não prestou<br />

atenção na apresentação do vendedor, é ver<strong>da</strong>de;<br />

48<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


mas muitas vezes o que acontece é que o vendedor<br />

de fato não ofereceu to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong>des ao<br />

prospect ou cliente. Se você é líder, com certeza já<br />

deve ter passado muito por isso!<br />

Agora, no processo <strong>da</strong> apresentação <strong>da</strong> proposta<br />

perfeita em si, acontece uma grande inversão: o<br />

cliente tem a sensação de estar ganhando a ca<strong>da</strong><br />

produto que tira <strong>da</strong> lista. É claro que o cliente não<br />

aceita todos os itens propostos, mas, a ca<strong>da</strong> item<br />

que ele retira, ele sente como se estivesse ganhando<br />

algo. No caso normal, ele sente como se estivesse<br />

perdendo. Mas assim como na construção inversa,<br />

seu corte tem um limite, e a tendência é que ele<br />

aceite um grande crescimento de mix. Só não pense<br />

que é fácil! O vendedor tem que argumentar<br />

bastante, mas isso é o normal.<br />

Como utilizar essa técnica<br />

É sempre importante definir um modelo para iniciar<br />

um processo como esse. Sugiro que sejam escolhidos<br />

clientes com um mesmo perfil ou dentro de um<br />

mesmo segmento, com o qual o vendedor tenha<br />

maior afini<strong>da</strong>de ou facili<strong>da</strong>de para trabalhar. E<br />

líder, sua presença é muito importante, assim como<br />

avisar para o cliente que aquela será uma visita<br />

diferencia<strong>da</strong>.<br />

Estamos falando <strong>da</strong> construção de um modelo.<br />

Por isso, essa ação deve ser muito bem planeja<strong>da</strong>.<br />

Adianto que, provavelmente, não <strong>da</strong>rá certo de<br />

imediato. É preciso treinar a equipe e ter paciência.<br />

Como sempre, o resultado vai melhorar com o tempo.<br />

Por isso, não pegue de imediato seus melhores<br />

clientes. Teste o funcionamento dessa estratégia<br />

com aqueles que têm potencial, mas ain<strong>da</strong> não entregam<br />

tanto quanto você espera.<br />

Algumas empresas gostam tanto do modelo que<br />

começam a propor kits padronizados para ca<strong>da</strong><br />

segmento do cliente, tirando do vendedor o poder<br />

de definição. Funciona, mas todo o aprendizado <strong>da</strong><br />

construção <strong>da</strong> proposta se perde bastante.<br />

Então, vamos buscar o pedido perfeito em 2018?<br />

Grande abraço e um excelente ano para você!<br />

Marcelo Caetano é sócio-diretor <strong>da</strong> <strong>Ven<strong>da</strong>Mais</strong><br />

e autor dos livros Vendedor fiel, cliente fiel e<br />

Chega de desconto!<br />

E-mail: caetano@ven<strong>da</strong>mais.com.br<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 49


ATÉ MAIS / Por Brasilio Andrade Neto<br />

Os ditados<br />

e as ven<strong>da</strong>s<br />

1) A vaca foi pro brejo<br />

Mas será que alguém levantou as necessi<strong>da</strong>des dela<br />

antes? A vaca queria viajar, mas talvez a montanha<br />

ou a praia a deixariam mais satisfeita? Certo, é meio<br />

difícil entrevistar um prospect cujas respostas sejam<br />

variações de “muuuu”, mas não é motivo para nem<br />

ao menos tentar. E se ela quisesse, mesmo, ir para o<br />

brejo, mas de classe econômica? Sempre tem algo a<br />

mais para descobrir sobre seus clientes!<br />

2) Onde fui amarrar meu bode?<br />

Antes de sair vendendo remédio para amnésia, analise<br />

o problema por inteiro. Pode ser um problema<br />

do ponto de ven<strong>da</strong>, onde o estacionamento para<br />

clientes é muito distante, <strong>da</strong>í a necessi<strong>da</strong>de de amarrar<br />

o bode longe. Estranhamente, em muitos pontos<br />

de ven<strong>da</strong>, as vagas <strong>da</strong> diretoria são bem localiza<strong>da</strong>s<br />

e próximas <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>, enquanto os clientes têm que<br />

estacionar...<br />

3) ... onde Ju<strong>da</strong>s perdeu as botas<br />

Seja onde for, parece ser um ótimo local para abrir<br />

um negócio de sapateiro, para ajustar os calçados<br />

e evitar a per<strong>da</strong>. Ou, lógico, abrir uma loja de sapatos.<br />

Algumas vezes, a melhor maneira de diferenciar<br />

e garantir o sucesso de suas ven<strong>da</strong>s é se<br />

apoiar na geografia. O que os clientes <strong>da</strong>quele<br />

local precisam? Alguém mais an<strong>da</strong> perdendo as<br />

botas por ali?<br />

4) Macaco velho não põe a mão em cumbuca<br />

Oportuni<strong>da</strong>de para buscar outro público. Desenvolva<br />

cumbucas colori<strong>da</strong>s e com personagens <strong>da</strong> mo<strong>da</strong><br />

para atrair macacos novos, ou dê outra forma a seus<br />

recipientes para vendê-los aos macacos velhos. Jarros<br />

de boca larga, por exemplo. Tigelas. Reven<strong>da</strong><br />

Tupperware. O que não pode é continuar a tentar<br />

vender cumbuca para macaco velho. Esteja de olho<br />

no seu mercado, sempre.<br />

5) Juntar a fome com a vontade de comer<br />

Parece ser o sonho de todo vendedor, mas, como<br />

qualquer nutricionista pode dizer, vontade de comer<br />

na<strong>da</strong> tem a ver com fome, assim como muitas vezes<br />

vendedores se enganam no levantamento de necessi<strong>da</strong>de.<br />

É isso mesmo que o cliente quer? Ele está<br />

com fome ou vontade de comer? Certifique-se de<br />

juntar a solução <strong>da</strong> fome com a fome para não apenas<br />

vender mais, mas também melhor!<br />

Está vendo? Lições de ven<strong>da</strong>s podem vir de qualquer<br />

lugar! Inspire-se, mantenha a mente aberta,<br />

aprimore-se sempre e não vai ter que dizer que o<br />

gato <strong>da</strong>s suas ven<strong>da</strong>s subiu no telhado. A não ser que<br />

ven<strong>da</strong> esca<strong>da</strong>s.<br />

50<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018


Tempo de apreciar<br />

Quantas horas por dia você<br />

dedica àqueles a quem<br />

ama? Com que frequência<br />

você se pega apreciando<br />

sua casa, sua saúde, seus<br />

amigos, o ar que respira, a<br />

beleza magnífica do mundo<br />

à sua volta?<br />

É muito fácil esquecer as<br />

bênçãos que temos. Estamos<br />

tão ocupados em conseguir<br />

mais que nos esquecemos<br />

de valorizar tudo o<br />

que já temos.<br />

Afinal de contas, para que<br />

serve ter alguma coisa se<br />

você não a aprecia, ou se<br />

ela não lhe traz alegria? As<br />

coisas boas que fazem parte<br />

<strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong> não são<br />

apenas degraus para conseguir<br />

mais.<br />

Apren<strong>da</strong> a apreciar e a se<br />

alegrar com as coisas boas<br />

na sua vi<strong>da</strong>. Sente-se um<br />

pouco para ver seu filho<br />

dormindo. Considere como<br />

é valiosa aquela pequena<br />

vi<strong>da</strong>.<br />

Embora às vezes seu trabalho<br />

possa ser entediante<br />

ou difícil, aprecie as novas<br />

oportuni<strong>da</strong>des que ele<br />

lhe traz diariamente.<br />

Valorize suas bênçãos.<br />

Analisando bem, a própria<br />

vi<strong>da</strong> já é uma grande bênção.<br />

Apren<strong>da</strong> a agradecer,<br />

e a sua quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />

melhorará muito.<br />

Ralph Marston<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018 51


52<br />

ven<strong>da</strong>mais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2018

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!