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Entrevista<br />

Christian Barbosa<br />

Um dos maiores especialistas do Brasil em administração do tempo e<br />

produtividade revela os caminhos para garantir um 2016 mais produtivo<br />

ano 20 I Nº <strong>255</strong> I Janeiro/2016 I R$ 19,50<br />

vendamais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />

O QUEBRA-CABEÇA<br />

DO SUCESSO EM VENDAS<br />

Saiba quais são as peças que você precisa<br />

encaixar este ano para vender mais e melhor<br />

e descubra como explorar ao máximo o<br />

potencial de cada uma<br />

Supervendedores<br />

do bem<br />

Campanha de vendas<br />

que mudou a vida de uma<br />

família síria refugiada no<br />

Brasil mostra como um<br />

propósito forte pode fazer<br />

a diferença em suas vendas<br />

10<br />

tendências da<br />

área comercial<br />

que devem<br />

marcar os<br />

próximos<br />

anos


2<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


vendamais.com.br - Janeiro 2016 3


vendamais<br />

01-16<br />

06 Editorial<br />

O que fazer para reverter 40% de queda<br />

nas vendas<br />

10 Reservado para você<br />

O que os leitores dizem sobre a Venda-<br />

Mais<br />

11 Entre nós<br />

Onde estivemos, novidades e lançamentos<br />

12 On-line<br />

Ideias e iniciativas criativas para você<br />

se inspirar e inovar<br />

14 Manual do líder<br />

Dicas rápidas para você liderar melhor<br />

sua equipe de vendas<br />

38<br />

16 Entrevista<br />

Christian Barbosa, um dos maiores especialistas<br />

do Brasil em administração<br />

do tempo e produtividade, revela os<br />

caminhos para garantir um 2016 mais<br />

produtivo<br />

22<br />

22 Supervendedores<br />

Campanha de vendas que mudou a vida<br />

de uma família síria refugiada no<br />

Brasil mostra como um propósito forte<br />

pode fazer a diferença em suas vendas<br />

28 JB Vilhena<br />

O papel do líder em tempos de crise<br />

30 Decálogo do Cliente<br />

Agradeça as reclamações de seus clientes<br />

4<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


30<br />

32 Marcelo Caetano<br />

As reais funções e as principais armadilhas<br />

dos cargos de liderança em vendas<br />

78 Alta Performance em Vendas<br />

9 perguntas (+1) para a delegação de<br />

alta performance<br />

36 Opinião<br />

12 comentários inspiradores para você<br />

vender mais em 2016<br />

80 Marketing digital<br />

3 tendências de marketing digital que<br />

podem ajudar você a vender mais<br />

38 Capa<br />

Saiba quais são as peças que você precisa<br />

encaixar este ano para vender mais<br />

e melhor e descubra como explorar ao<br />

máximo o potencial de cada uma<br />

52 Marcelo Ortega<br />

O que fazer para transformar seu cliente<br />

em seu principal vendedor?<br />

54 Top 10<br />

10 tendências da área comercial que<br />

devem marcar os próximos anos<br />

60 João Alberto Costenaro<br />

Como multiplicar seu melhor talento<br />

em vendas<br />

86 <strong>VendaMais</strong> Small Business<br />

Capacitação + melhora na produtividade<br />

= mais vendas!<br />

90 <strong>VendaMais</strong> digital<br />

Como motivar a equipe comercial em<br />

tempos de crise<br />

94 Informe publicitário<br />

O resultado do futuro se constrói hoje<br />

96 Paixão por vendas<br />

Biblioteca: a fonte do saber<br />

98 Até mais<br />

A rota do sucesso em vendas<br />

32<br />

60<br />

62 Livro do mês<br />

Em 2016, reinvente sua empresa!<br />

99 Ralph Marston<br />

Uma reflexão sobre querer sempre mais<br />

66 Leandro Branquinho<br />

5 ideias criativas para vender mais em<br />

2016<br />

16<br />

90<br />

68 Venda mais com <strong>VendaMais</strong><br />

Inteligência coletiva na busca pela excelência<br />

72 José Ricardo Noronha<br />

5 dicas para melhorar as taxas de conversão<br />

em tempos de crise<br />

74 Circuito <strong>VendaMais</strong><br />

As melhores dicas do Circuito Venda-<br />

Mais 2015<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

O que fazer para<br />

reverter 40% de<br />

queda nas vendas<br />

Uma DAS APRESENTAçõES MAIS COMENTADAS DO<br />

Circuito <strong>VendaMais</strong> 2015, nosso evento on-line de<br />

vendas, que aconteceu em novembro do ano passado,<br />

foi justamente minha palestra sobre como lidar de<br />

maneira proativa com relação à crise.<br />

A imagem que tenho usado é a do iceberg, em que<br />

uma pequena parte fica para fora, mas a grande massa<br />

está embaixo d’água, invisível. Se você olhar apenas<br />

para aquela ponta que fica do lado de fora, não terá<br />

noção de como o iceberg é imenso!<br />

A mesma coisa acontece com a economia brasileira.<br />

Se temos retração de 3% do PIB, significa que 97%<br />

continuam lá.<br />

Só para você ter uma ideia, esses 97% representam<br />

R$ 5,335 trilhões! Eu não sei você, mas para mim, “trilhão”<br />

é MUITO. E 5 trilhões é cinco vezes muito!<br />

E aí vem a pergunta: onde está seu foco? Na parte<br />

do PIB que sumiu (que é o que a mídia e as pessoas de<br />

baixa performance gostam de enfatizar)? Ou na imensa<br />

parte que continua girando?<br />

Sim, eu sei, você pode argumentar que as vendas<br />

de alguns setores caíram muito mais. E é verdade. Mas,<br />

de novo, é uma questão de foco.<br />

Na PRáTICA<br />

Veja o exemplo que tenho dado em palestras e treinamentos<br />

– lembrando que é só um exemplo fictício<br />

para ilustrar a forma de pensar e resolver o “problema”<br />

da queda nas vendas.<br />

Cenário anterior, quando tudo<br />

estava razoavelmente bem:<br />

10 contatos/dia.<br />

4 fechamentos.<br />

R$ 1.000/venda.<br />

Total: R$ 4.000/venda/dia.<br />

Cenário atual, com queda nas<br />

vendas:<br />

9 contatos/dia.<br />

3 fechamentos.<br />

R$ 800/venda.<br />

Total: R$ 2.400/venda/dia.<br />

Pois é, as vendas caíram 40%.<br />

E se você olhar apenas para essa<br />

parte do problema, com certeza<br />

ficará extremamente preocupado,<br />

ansioso, deprimido.<br />

Talvez ache até que não conseguirá<br />

reverter a situação. Mas<br />

uma coisa que eu sempre enfatizo<br />

é que o resultado final é<br />

CONSEQUÊNCIA. E consequência<br />

a gente não controla. Então,<br />

precisamos analisar as CAUSAS<br />

disso tudo. Pegando como base<br />

o exemplo acima, se olharmos<br />

6<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


os indicadores de performance,<br />

notaremos rapidamente que:<br />

a) Tivemos uma queda de 10%<br />

no número de contatos.<br />

b) O índice de conversão/fechamento<br />

passou de 40% para<br />

33%.<br />

c) Tivemos uma queda de 20%<br />

no ticket médio – ou venda<br />

média.<br />

A soma de tudo isso é o resultado<br />

desastroso de queda de<br />

40% nas vendas. Só que quando<br />

abrimos esse “resultado desastroso”<br />

e analisamos o porquê,<br />

as causas, começa a ficar claro<br />

O QUE podemos fazer para reverter<br />

o panorama. É o nosso<br />

terceiro C, de CAMINHO. E é<br />

justamente no caminho que temos<br />

CONTROLE (mais um C!).<br />

É assim que pessoas de alta performance<br />

pensam, decidem e<br />

agem.<br />

Ou seja, começamos analisando<br />

as consequências, descobrimos<br />

as causas e, aí, desenvolvemos<br />

e aprimoramos o caminho<br />

para alterar positivamente<br />

as consequências. São os<br />

3 Cs – que quem já fez meus<br />

cursos on-line (“Alta Performance<br />

em Vendas” e “Gestão<br />

de Equipes Comerciais”) sabe<br />

do que se trata.<br />

Observo como isso é útil, prático<br />

e poderoso quando faço o<br />

exercício com vendedores e pergunto:<br />

O que vocês fariam para aumentar<br />

o número de contatos<br />

e reverter essa queda de 10%?<br />

O que vocês fariam para melhorar<br />

esse índice de conversão<br />

e aproveitar melhor as<br />

oportunidades?<br />

O que vocês fariam para elevar<br />

o valor das vendas?<br />

TODOS os vendedores sabem<br />

responder essas questões!<br />

Fiz esse exercício inúmeras vezes<br />

nos últimos meses e os resultados<br />

são impressionantes.<br />

O mais interessante é a reação<br />

motivada das pessoas, que finalmente<br />

descobrem que podem,<br />

sim, alterar e influenciar<br />

seus resultados e passar a ter<br />

controle da sua vida.<br />

Nesse sentido, estas foram<br />

algumas ideias que surgiram nas<br />

reuniões de “toró de parpite”<br />

(brainstorming) que fizemos em<br />

eventos in-company e palestras<br />

abertas recentemente para reverter<br />

esse panorama ruim em<br />

vendas:<br />

01 Criar “combos” (opções: produto/serviço<br />

mais popular +<br />

outro; produto/serviço mais<br />

barato + outro; produto/serviço<br />

de maior margem + outro;<br />

lançamento + outro).<br />

02 Investir em novos canais de<br />

prospecção/comunicação e<br />

até de vendas (mídias sociais,<br />

por exemplo).<br />

03 Treinar a equipe de vendas<br />

(fornecedores/parceiros podem<br />

ajudar com patrocínio e<br />

verba).<br />

04 Pesquisa com clientes – quais<br />

os segmentos mais prósperos?<br />

05 Pesquisa de mercado com<br />

concorrentes – blindagem<br />

contra a concorrência.<br />

06 Pesquisa com “não vendas”<br />

– clientes que entraram em<br />

contato, mas não compraram<br />

(chamo isso de pós-não vendas).<br />

07 Pesquisa com clientes inativos<br />

– o que os motivaria a comprar<br />

(mais irritadores).<br />

08 Criar e/ou lançar novos produtos/serviços<br />

com preço<br />

menor, mas margem MAIOR.<br />

09 Aumentar número de contatos<br />

Diretor<br />

Raul Candeloro<br />

raul@vendamais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

Anderson L.A.<br />

anderson@vendamais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Candeloro<br />

Marcelo Caetano<br />

Júlio Clebsch<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

REVISÃO<br />

Lumos Soluções Editoriais<br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@vendamais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

MTB 0008336/PR<br />

<strong>VendaMais</strong> ® é publicada 6 vezes ao ano pela<br />

Editora Quantum e comercializada pela<br />

Editora Intellimax Ltda.<br />

Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

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(41) 3022-1000<br />

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Horário de atendimento: das 8h às 18h<br />

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Editora Quantum. Tiragem desta edição: 21.000<br />

exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

total ou parcial deste material é permitida mediante<br />

autorização prévia e expressa da Editora Quantum Ltda.,<br />

e desde que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />

responsabilidade dos autores.<br />

Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />

nas áreas de vendas ou marketing entrem em contato com a<br />

equipe editorial pelo telefone: (41) 3022-1000.<br />

A responsabilidade pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />

como pela sua produção e compromissos inerentes, é da<br />

agência e do anunciante.<br />

SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />

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www.teck.com.br/tivel<br />

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Prol Editora Gráfica – (11) 2169-6199<br />

dISTRIBUIÇÃO PARA ASSINANTES:<br />

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DE PUBLICAÇÕES<br />

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Nossa missão:<br />

Fazer o Brasil vender melhor.<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 7


“Se uma<br />

árvore<br />

tem frutos<br />

pequenos,<br />

não adianta<br />

reclamar<br />

dos frutos.<br />

É preciso<br />

olhar para a<br />

raiz, para o<br />

tronco, para<br />

os galhos.<br />

Tem que fazer<br />

o caminho<br />

inverso e ir<br />

na fonte do<br />

problema. Em<br />

vendas, é o<br />

mesmo.”<br />

com clientes (atendimento/<br />

relacionamento).<br />

10 Criar novas segmentações de<br />

público-alvo (subnichos de<br />

clientes – o nicho do nicho).<br />

11 Eventos para fidelização e<br />

prospecção de clientes.<br />

12 Palestras para clientes e prospects.<br />

13 Parcerias com outras empresas<br />

(você me promove e eu<br />

promovo você).<br />

14 Campanhas de vendas para<br />

a equipe comercial com pontos<br />

por venda de mix.<br />

15 Campanhas de compras para<br />

clientes (milhagem, pontos,<br />

estímulo à recompra/<br />

volume).<br />

16 Criar um funil automático<br />

de reativação de clientes inativos<br />

(e-mail, carta, telefone,<br />

visita).<br />

17 Mapeamento de oportunidades<br />

(analisar mix de compra<br />

dos clientes e propor produtos/serviços<br />

que eles ainda<br />

não compram).<br />

18 Cadastrar e acompanhar TO-<br />

DO e QUALQUER contato de<br />

venda (para poder fazer muitas<br />

das coisas que comentamos<br />

acima).<br />

19 Contratar novos vendedores,<br />

com perfil diferenciado, e<br />

desafiá-los a pensar de maneira<br />

diferente, argumentar<br />

de maneira diferente, vender<br />

de forma diferente.<br />

20 Criar um calendário de lançamento<br />

de novos produtos/<br />

serviços (mostrar aos clientes<br />

que não está parado).<br />

21 Estimular testemunhos e depoimentos<br />

de clientes satisfeitos.<br />

22 Estimular indicações (clientes<br />

indicando possíveis clientes).<br />

23 Estimular sugestões de melhoria<br />

de processos.<br />

24 Estimular sugestões de lançamentos.<br />

25 Venda estilo assinatura, com<br />

entregas programadas.<br />

26 Criar categorias de clientes<br />

(prata, ouro, diamante), com<br />

lista de benefícios para cada<br />

categoria, e estimular clientes<br />

a subirem de categoria<br />

(baseado em volume de compras,<br />

frequência de compras<br />

e mix de produtos/serviços).<br />

27 Buscar ter 100% de disciplina<br />

para execução com excelência,<br />

criar uma rotina diária<br />

e semanal produtiva.<br />

28 Criar um concurso ou competição<br />

de melhores práticas<br />

e certificar clientes de alguma<br />

forma.<br />

29 Criar campanhas de marketing<br />

do bem (campanhas em<br />

que uma parte do faturamento/vendas<br />

é doado para uma<br />

causa social nobre).<br />

30 Dar um desconto futuro (voucher<br />

ou vale para desconto<br />

na próxima compra).<br />

Você não precisa fazer todas<br />

elas, obviamente. Por algum motivo<br />

ou outro, pode ser que várias<br />

não se apliquem à sua realidade.<br />

Pode ser, também, que algumas<br />

você já esteja fazendo. Aí vem a<br />

pergunta: quantas dessas ações<br />

poderiam ser adaptadas ou diretamente<br />

aplicadas rapidamente<br />

na sua empresa? Aposto que<br />

pelo menos duas ou três. E muitas<br />

vezes não precisamos de mais<br />

do que isso para reverter resultados<br />

(e até melhorá-los!). É tudo<br />

uma questão de atitude e de<br />

foco na solução do problema,<br />

não no problema em si. Foco<br />

naquilo sobre o qual você tem<br />

CONTROLE. Se quisermos realmente<br />

melhorar os resultados,<br />

as consequências, temos que<br />

entender COMO o problema<br />

aconteceu, de ele onde surgiu<br />

(quais foram as causas).<br />

Se uma árvore tem frutos pequenos,<br />

não adianta reclamar<br />

dos frutos. É preciso olhar para<br />

a raiz, para o tronco, para os<br />

galhos. Tem que fazer o caminho<br />

inverso e ir na fonte do problema.<br />

Em vendas, é o mesmo.<br />

Consequência 1 Causa 1<br />

Caminho<br />

Dito isso, minhas perguntas-<br />

-desafio para você este mês são:<br />

a) Qual (ou quais) dessas 30<br />

ideias você irá colocar em<br />

prática? (Já faça um 5W2H<br />

– e faça direito! Você pode<br />

utilizar o encarte que vem<br />

no fim da revista para isso.)<br />

b) O que você colocaria de novo<br />

nessa lista? Tem alguma coisa<br />

a mais que poderia recomendar<br />

para aumentar contatos,<br />

conversões, ticket médio?<br />

Abraços produtivos e focados<br />

na solução do problema.<br />

P.S.: Isso é o que fazemos aqui<br />

na <strong>VendaMais</strong> com nossos treinamentos<br />

e workshops. Caso<br />

tenha interesse em que façamos<br />

esse trabalho com sua equipe,<br />

é só avisar. Adoramos ver as<br />

vendas de nossos clientes aumentando<br />

enquanto o mercado<br />

está caindo!<br />

Raul Candeloro – Diretor<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

E-mail: raul@vendamais.com.br<br />

8<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


vendamais.com.br - Janeiro 2016 9


Reservado para vOcê<br />

Raul responde<br />

Estou fazendo o curso Gestão de Equipes Comerciais (GEC) e<br />

achando sensACIONAL – assim mesmo, com letras maiúsculas.<br />

O que mais me chamou atenção ao fazer os exercícios propostos<br />

por Raul Candeloro foi o fato de descobrir que já temos tudo<br />

de que precisamos para definir nossa estratégia. Entretanto,<br />

precisamos arrumar a casa, pois está tudo bagunçado. E o curso<br />

tem ajudado muito nisso! Tenho total consciência de que<br />

seremos outros profissionais depois da conclusão do GEC.<br />

Dennys Freire<br />

Saiba mais sobre o GEC acessando<br />

www.institutovendamais.com<br />

A equipe da <strong>VendaMais</strong> está fazendo um trabalho nota dez!<br />

Para o meu desenvolvimento, foi muito importante conhecer<br />

a revista. Consequentemente, também foi importante para a<br />

minha equipe, pois tenho aplicado com ela tudo que aprendo<br />

com a revista e os resultados melhoraram muito. Obrigado!<br />

Jerônimo Lima de Souza<br />

Gostaria de agradecer à <strong>VendaMais</strong> pelo evento Circuito <strong>VendaMais</strong>.<br />

Todas as palestras foram surreais para minha carreira<br />

profissional. Na palestra do Marcelo Caetano, senti que<br />

estava com ele no meu escritório respondendo cada uma das<br />

questões que ele apresentou. Estar com o time <strong>VendaMais</strong><br />

neste momento e nos próximos anos me faz sentir parte do<br />

grupo mais forte do cenário atual!<br />

Gil Soares Araruna<br />

Quem quer se destacar não pode fechar os olhos para o que<br />

está acontecendo ao seu redor. Todos nós podemos ser criativos.<br />

Não é exclusividade apenas de alguns sortudos. Transforme<br />

o básico em espetacular: treine, comece transformando<br />

qualquer coisa. Eu transformei a placa da loja que fechei no ano<br />

passado em um quadro de ideias, e coloquei dentro do meu<br />

escritório. Além de me motivar, colo vários post it com tarefas<br />

e metas. Tudo que vejo meu olhar alcança com a pincelada de<br />

criatividade.<br />

Núbia Camargos<br />

1 Com esse depoimento, Núbia Camargos ganhou seis meses<br />

de assinatura da <strong>VendaMais</strong>. Quer ganhar também? Fique<br />

de olho em nossa página no Facebook que mais promoções<br />

virão este ano!<br />

Participe DA SEção<br />

Reservado para Você<br />

Envie críticas, sugestões, deixe sua palavra, conte sua história,<br />

divida seus resultados conosco, mostre sua equipe*. O espaço é<br />

todo seu. Estamos esperando por você!<br />

Escreva agora mesmo para: leitor@vendamais.com.br e participe!<br />

*As fotos serão avaliadas pela equipe de redação.<br />

Em primeiro lugar, queria dizer que a <strong>VendaMais</strong> tem me<br />

ajudado muito. Mas hoje estou buscando um auxílio especial.<br />

Depois de anos como vendedora externa, recentemente<br />

tive a oportunidade de passar a gerenciar uma<br />

equipe interna de cinco vendedores. Mas tenho encontrado<br />

muitas dificuldades nesse novo cargo. O que preciso<br />

fazer?<br />

Katia Rodrigues<br />

A primeira coisa que você precisa entender, Katia,<br />

é: ao assumir como supervisora, seu primeiro e mais<br />

importante desafio é conquistar a confiança e o apoio<br />

da sua equipe. Sem isso, projeto nenhum terá sucesso.<br />

Como é comum trocar o gerente justamente porque<br />

as vendas andam mal, é bem provável que a situação<br />

não esteja nada agradável e que todos estejam<br />

insatisfeitos. Reúna sua equipe e pergunte:<br />

1) O que eles esperam de você?<br />

2) Qual é a pior coisa que acham que você poderia<br />

fazer?<br />

3) Que metas eles têm para o ano?<br />

4) Como acham que a empresa pode ajudá-los?<br />

5) Como acham que você pode ajudá-los?<br />

6) O que têm feito que tem funcionado bem?<br />

7) O que poderia ser melhorado?<br />

8) O que eles precisam fazer para ajudar a si mesmos<br />

(porque eles precisam ter consciência de que não<br />

adianta só exigir dos outros; eles também precisam<br />

se engajar)?<br />

Ouça todo mundo e não tome partido, muito<br />

menos deixe a coisa descambar para a acusação de<br />

que a empresa é culpada de tudo. Posicione-se fortemente<br />

se precisar, mas sem ser rude ou arrogante<br />

(coisa comum em gerentes novatos). Reforce e repita<br />

insistentemente o que tem de bom, o que está<br />

melhorando, quem está vendendo bem e o que eles<br />

têm feito. Diga que resolverá os problemas um por<br />

um (faça uma lista) e, nas reuniões semanais, mostre<br />

os progressos realizados na resolução desses problemas.<br />

Feito isso, é a hora de partir para a segunda parte,<br />

que ninguém faz: entrevistar seu próprio chefe!<br />

Como fazer isso? Eu revelo no vídeo e no artigo que<br />

complementam esse material, e que estão em nosso<br />

portal: http://bit.ly/Raul-Responde.<br />

Boas vendas!<br />

10<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


ENTRE NÓS<br />

Vem aí o livro<br />

Gigantes das vendas 2.0<br />

Será lançado este mês o livro Gigante das<br />

Vendas 2.0. Organizado por Raul Candeloro<br />

e publicado pela Editora Leader, a obra reúne<br />

artigos inéditos de trinta grandes especialistas,<br />

que apresentam dezenas de<br />

boas ideias para você superar o momento<br />

negativo da economia, propõem reflexões<br />

sobre a necessidade de uma nova visão<br />

sobre vendas e trazem dicas práticas, lições<br />

de startups para profissionais da nossa área<br />

e conceitos que vão revolucionar a forma<br />

como você pensa e executa vendas.<br />

Entre os autores estão: César Frazão,<br />

Claudio Tomanini, Fábio Fiorini, João Baptista Vilhena, José Ricardo Noronha,<br />

Marcelo Caetano, Professor Menegatti e Rodrigo Cardoso.<br />

Em breve ele estará à disposição na nossa loja virtual. Fique de olho em http://<br />

bit.ly/loja-vendamais e garanta o seu!<br />

A <strong>VendaMais</strong> RODANDO o BRASIL<br />

A gente se enche de alegria ao ver cenas como a da foto abaixo, que mostra a<br />

<strong>VendaMais</strong> sendo usada em sua melhor forma: ajudando, na prática, o Brasil a<br />

vender melhor.<br />

A imagem enviada pelo palestrante Shipú Dorileo mostra a edição de setembro<br />

de 2015 sendo utilizada durante um treinamento para uma equipe de vendas<br />

de 135 pessoas.<br />

Você é consultor ou palestrante e, assim como Shipú, utiliza a <strong>VendaMais</strong> em<br />

seus eventos? Envie sua foto para leitor@vendamais.com.br. Ela poderá ser compartilhada<br />

em uma de nossas próximas edições.<br />

Um RECADO IMPORTANTE<br />

PARA o líDER DE VENDAS<br />

Estão abertas as inscrições da turma<br />

de 2016 do curso on-line Gestão de<br />

Equipes Comerciais (GEC), comandado<br />

por Raul Candeloro. São dez módulos<br />

com videoaulas que você pode assistir<br />

a qualquer hora, quantas vezes quiser,<br />

sozinho ou com a equipe.<br />

Os temas abordados no curso são:<br />

Posicionamento/planejamento<br />

Indicadores de performance<br />

Treinamento<br />

Recrutamento<br />

Administração do tempo<br />

Lucratividade<br />

Remuneração<br />

Comunicação<br />

Criatividade em vendas<br />

Campanhas de vendas<br />

Além das videoaulas, os líderes que<br />

fazem o GEC contam com uma apostila<br />

com exercícios mensais para aplicar nas<br />

suas próprias empresas o que viram nas<br />

aulas e Raul Candeloro corrige pessoalmente<br />

todos os trabalhos e manda seus<br />

comentários e sugestões para os alunos<br />

(um trabalho de mentoria, feito um a um).<br />

Além disso, os alunos do GEC têm acesso<br />

a uma comunidade on-line fechada em<br />

que podem trocar experiências com outros<br />

colegas líderes de equipes comerciais.<br />

As inscrições vão até dia 29/1 e as<br />

aulas começam dia 1 de fevereiro. Saiba<br />

mais acessando www.institutoven<br />

damais.com ou pelo telefone 0800-<br />

647-6247.<br />

Dicas diáRIAS DE VENDAS<br />

Se você deseja receber inspiração diária<br />

para vender mais e melhor, esteja<br />

onde estiver, não deixe de acompanhar<br />

nosso portal (www.vendamais.com.br),<br />

que publica artigos inéditos e conteúdo<br />

exclusivo regularmente, e nos acompanhe<br />

nas redes sociais. No Facebook<br />

(www.facebook.com/vendamais) e no<br />

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pílulas diárias de ensinamentos e motivação<br />

para líderes e vendedores. Venha<br />

interagir com a #<strong>VendaMais</strong>!<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 11


ON-LINE POR JÚLIO CLEBSCH / DIVULGAÇÃO<br />

PIJama<br />

TERMÔMETRO<br />

A Vick, empresa do mercado de medicamentos contra gripes e resfriados, lançou,<br />

no último inverno, um projeto especial para as mães cuidarem de seus filhos: o<br />

Vick Pijama. A roupinha trazia um termômetro preso ao tecido que enviava os<br />

dados da temperatura da criança para um aplicativo (disponível, na época, para<br />

Android) que as mães podiam baixar gratuitamente no celular. Se a temperatura<br />

da criança aumentasse, uma mensagem era enviada para a mãe, garantindo noites<br />

bem mais tranquilas, e toda a variação de temperatura do bebê durante a<br />

madrugada ficava registrada para consultas no dia seguinte.<br />

O produto não foi um novo lançamento, mas fez parte de uma estratégia<br />

para divulgar a marca junto a um grupo de mães e blogueiras influenciadoras e<br />

reforçar o DNA da empresa: “Cuidar das pessoas com um toque de carinho”.<br />

Sucesso total!<br />

CURTAS E BOAS<br />

BEBA À VONTADE – A empresa que<br />

comanda o aplicativo Easy Taxi investiu<br />

em uma ação de marketing de relacionamento<br />

com clientes de bares do Rio<br />

de Janeiro e de São Paulo para incentivar<br />

o uso desse meio de transporte após<br />

o consumo de bebidas alcoólicas. Em<br />

agosto do ano passado, frequentadores<br />

de dezenas de botequins receberam<br />

bolachas de chope com desconto no<br />

valor de R$ 10, válido para ser usado<br />

nas corridas pagas pelo aplicativo. Intitulada<br />

“Easy Tap”, a promoção trazia<br />

impresso nas bolachas, além do código<br />

para o desconto, um passo-a-passo da<br />

típica brincadeira de bar em que a pessoa<br />

tem que virar o maior número de<br />

bolachas com apenas<br />

um “tapinha” na beira<br />

da mesa e pegá-las<br />

no ar com<br />

a mesma mão.<br />

INVERNO AQUECIDO – Quem passava<br />

pela Avenida Paulista no mês de junho<br />

do ano passado não precisava se preocupar<br />

com as temperaturas da estação<br />

mais fria do ano. Para divulgar o portfólio<br />

de bebidas quentes e o café da manhã<br />

servidos diariamente no McDonald’s,<br />

a empresa colocou em um abrigo de<br />

ônibus especial dois grandes copos de<br />

café. Do primeiro deles, saía uma fumaça<br />

constante, lembrando o quanto<br />

as bebidas do McCafé podiam ajudar a<br />

aquecer os dias frios de inverno. Já o<br />

segundo emitia vales-café para serem<br />

trocados na loja ao lado do abrigo, mediante<br />

cadastro do CPF.<br />

12<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


vendamais.com.br<br />

A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo<br />

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assinante, basta digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a<br />

revista nas bancas, digite o login “banca” e a palavra-chave<br />

“CRIATIVIDADE”, válida apenas para o mês de JANEIRO.<br />

Incentivando<br />

as VENDAS<br />

PREMIAÇÃO I – A agência de publicidade<br />

norte-americana Imre Communications<br />

premia seus colaboradores<br />

com uma semana a mais nas férias<br />

caso a empresa atinja suas metas financeiras.<br />

FELICIDADE COM SABOR<br />

DE SORVETE GRÁTIS E<br />

SHOW DE HUMOR<br />

Imagine a cena: você está andando<br />

tranquilamente pelo centro de São Paulo<br />

quando é parado por um micro-ônibus<br />

em que se lê “Expresso da Felicidade”.<br />

Sem compromissos pré-agendados,<br />

você resolve aceitar o convite<br />

de embarcar no tal expresso. O ingresso?<br />

Um simples sorriso!<br />

No momento do embarque, você<br />

descobre que fará um passeio gratuito<br />

entre o Largo da Batata e a Avenida Presidente<br />

Kubitschek (cerca de dois quilômetros)<br />

e terá direito a um sorvete e a<br />

assistir a um breve show de humor com<br />

artistas que participam do festival Risadaria.<br />

Nada mau, não é mesmo?<br />

Essa era a proposta da ação realizada<br />

pela Kibon em setembro do ano<br />

passado. O objetivo? Comemorar o Dia<br />

do Sorvete e fazer os 25 passageiros de<br />

cada “tour” viverem momentos felizes<br />

em um dia que parecia comum. Uma ideia<br />

simples e envolvente e que com certeza<br />

fez a marca ficar na cabeça de cada uma<br />

das pessoas que tiveram a oportunidade<br />

de embarcar nessa viagem. Que tal?<br />

GRANDES<br />

NÚMEROS<br />

Uma pesquisa realizada pela agência<br />

Hello Research (www.helloresearch.com.<br />

br) no ano passado com mil pessoas de<br />

todos os perfis demográficos em setenta<br />

cidades espalhadas pelo Brasil identificou<br />

que 82% dos consultados não se<br />

lembravam de terem optado por alguma<br />

promoção em sua última compra. Contudo,<br />

entre os que se lembraram, foi a<br />

classe A que mais se destacou, com 29%.<br />

Entre os 18% impactados, o mecanismo<br />

de promoção mais lembrado e preferido,<br />

com relação aos bens não duráveis,<br />

foi o de “redução de preço”, com 52% da<br />

preferência. Em segundo lugar veio o “Pague<br />

2 e leve 3”, que sensibilizou um quarto<br />

desses consumidores, e, em terceiro, o<br />

“Compre e Ganhe”, com 16% da preferência.<br />

Já em relação aos bens duráveis,<br />

situação de compra também analisada<br />

pelo estudo e registrada entre 13% das<br />

pessoas pesquisadas, 51% delas compraram<br />

algum eletrodoméstico ou eletrônico<br />

nos três meses anteriores à<br />

pesquisa e que estavam em promoção.<br />

No que se refere às classes, a B e<br />

a C se mostraram mais adeptas às ações<br />

promocionais (com 58%) do que as classes<br />

D e E (com apenas 39%).<br />

PREMIAÇÃO II – A empresa de logística<br />

Cincinnati Business Courier oferece<br />

vários incentivos aos vendedores que<br />

atingem suas metas individuais ou em<br />

grupo. Alguns exemplos incluem: uma<br />

tarde no cinema, serviços de faxina<br />

doméstica e dinheiro para ser gasto no<br />

shopping (seguido de um encontro em<br />

que os premiados mostram o que compraram).<br />

PREMIAÇÃO III – A Traveltrust Corporation<br />

oferece-se para reformar um<br />

quarto para um novo bebê na casa de<br />

uma gerente comercial caso essa funcionária<br />

atinja as metas de vendas.<br />

Durante a reforma, ela (e o marido, se<br />

for o caso) ficam em uma casa de propriedade<br />

da empresa.<br />

ATENDIMENTO – No parque Busch<br />

Gardens, em Tampa (Flórida, EUA), os<br />

funcionários que prestam atendimento<br />

excepcional aos convidados recebem<br />

um cartão de raspadinha. Eles são dados<br />

na hora por membros da gerência<br />

e podem ser trocados por uma série de<br />

prêmios.<br />

Fonte: 1501 maneiras<br />

de premiar seus colaboradores,<br />

de Bob Nelson<br />

(Ed. Sextante)<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 13


MANUAL DO LÍDER<br />

Organizado POR Rodrigo SaPORIti<br />

Liderar é...<br />

Saber ser fiel à sua missão sem<br />

desperdiçar energia.<br />

Demonstrar seus sentimentos<br />

sem se preocupar em parecer<br />

tolo.<br />

Ter âncoras internas sem depender<br />

da aprovação dos outros.<br />

Delegar tarefas e demonstrar<br />

gratidão.<br />

Inovar sempre e <strong>quebra</strong>r paradigmas.<br />

Dizer “sim” e dizer “não” com a<br />

mesma delicadeza.<br />

Estar aberto às pessoas e às<br />

suas ideias.<br />

Saber perdoar a si mesmo em<br />

primeiro lugar.<br />

Entender que ninguém vence<br />

sem que todos vençam.<br />

“Estar no poder ou na liderança é como ser uma dama: se tiver de lembrar às pessoas<br />

que você é, então você não é.” Margaret Thatcher<br />

Errei, SIM, e DAí?!<br />

Como uma das maiores responsabilidades<br />

da liderança, Peter Drucker, considerado<br />

o pai da administração moderna,<br />

destacava a criação de um clima<br />

organizacional que permitisse cometer<br />

erros. Mais ainda: acrescentava que<br />

quanto mais cedo esses erros fossem<br />

cometidos, menor seria o efeito psicológico<br />

para o indivíduo e o custo financeiro<br />

para as organizações.<br />

Nesse sentido, aqui vão algumas<br />

frases escolhidas pelo especialista Luiz<br />

Augusto Costacurta Junqueira que poderão<br />

ajudá-lo a criar um clima propício<br />

à “liberação para erros”:<br />

Na dúvida, erre por ação; não por<br />

omissão.<br />

Não espere retorno para poder decidir.<br />

Se a situação exigir resposta<br />

imediata, decida.<br />

O que importa mesmo é o resultado<br />

(o que fazer); cabe a cada um a<br />

escolha do melhor caminho para<br />

chegar lá.<br />

Você tem direito a errar em 5% de<br />

suas ações. A expectativa é que<br />

acerte os 95% restantes.<br />

Erros não respeitam hierarquia!<br />

Uma reunião mensal, na qual todos,<br />

indistintamente, são convidados a<br />

analisar seus erros e acertos, pode<br />

ser um excelente instrumento para<br />

que o grupo evite erros já cometidos.<br />

Se o subordinado cometeu um erro,<br />

use esse momento como oportunidade<br />

de aprendizado: seja para redefinição<br />

de políticas e margens de decisão<br />

ou para construção de um ambiente<br />

organizacional no qual haja<br />

disponibilidade permanente e transparência<br />

no fluxo de informações.<br />

14<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Salário BAIxo?<br />

O valor do salário, em termos gerenciais, deve ser compatível com o nível de competência<br />

da função exercida. Portanto, se um gerente está ganhando um salário<br />

baixo, isso pode indicar duas coisas: que ele está acomodado (não parou para<br />

pensar que poderia estar ganhando mais) ou que é inseguro (tem medo de pedir<br />

um aumento). No primeiro caso, não é um problema, é uma opção. No segundo,<br />

trata-se de um paradoxo: um gerente competente inseguro? Portanto, antes de<br />

reclamar do seu salário, pense nisso. Muitas vezes, cabe a você mudar o cenário!<br />

O líder DO FUTURO<br />

Três características necessárias aos líderes:<br />

1. Ser coach – Já dizia Jack Welch, considerado<br />

um dos principais executivos<br />

do mundo: “No futuro, a pessoa<br />

que não for coach não será<br />

promovida. Gestor coach será a<br />

regra.” Mas você sabe o que isso<br />

significa? Ser um líder coach é uma<br />

mudança brusca com relação ao<br />

comportamento da maioria dos líderes<br />

atuais. Essa nova modalidade<br />

de liderança se dá através de<br />

perguntas, e não de respostas; de<br />

se colocar em condição de igualdade<br />

com seus liderados; pressupor<br />

que todos têm dentro de si um potencial<br />

ilimitado; conhecer e respeitar<br />

a missão, os valores e os objetivos<br />

de cada um dos seus seguidores.<br />

Para que isso seja possível,<br />

esse líder precisa ter três qualidades<br />

marcantes: autoconfiança, paixão<br />

pelo que faz e amor pelas pessoas.<br />

Essas características permitem a<br />

ele se colocar em uma posição de<br />

igualdade com seus seguidores,<br />

sem medo de ser desrespeitado,<br />

superado ou desqualificado.<br />

2. Ter uma vida equilibrada – O novo<br />

líder sabe que liderança não é um<br />

conceito que se aplica somente ao<br />

trabalho. Ele é um líder em sua família,<br />

um líder em sua comunidade<br />

e um líder da sua saúde.<br />

3. Ter integridade – O mundo tem<br />

acompanhado a queda de grandes<br />

empresas e grandes “líderes” em<br />

função de condutas duvidosas.<br />

Um líder não se deixa levar por<br />

tentações. Integridade não tem<br />

meio-termo.<br />

Em QUE níVEL VOCê ESTá?<br />

Já se perguntou em qual nível você lidera hoje?<br />

Nível do ambiente – Líder que reage a tudo o que<br />

acontece no ambiente, funciona totalmente focado<br />

na reação. Dessa forma, tende a desmotivar<br />

sua equipe, pois é apenas o ambiente que lhe<br />

coloca objetivos.<br />

Nível do comportamento – Líder executor, baseia-<br />

-se na ação e na execução de TUDO, desmotivando<br />

a equipe pela centralização. Ele coloca a<br />

mão na massa em 100% das atividades e muitas<br />

vezes torna-se um liderado em sua própria equipe,<br />

só que um liderado numa equipe sem líder.<br />

Nível das capacidades – Líder que direciona,<br />

dizendo o que todos devem fazer e quando devem<br />

fazer. Não escuta, pois está sempre certo e busca<br />

ser o melhor especialista da equipe. Ao dar<br />

todas as direções, impede a criatividade e o crescimento<br />

da equipe.<br />

Nível de crenças e valores – Líder motivador. Ele<br />

tem habilidade enorme em motivar as pessoas<br />

a fazer algo, a convencê-las a agir. Nesse nível,<br />

é muito importante que o líder tenha claramente<br />

definidas as suas metas e onde quer chegar.<br />

Assim, terá foco e garantirá que seus liderados<br />

sabem exatamente para onde estão indo. Dessa<br />

forma, eles farão escolhas não apenas baseados<br />

na motivação do momento, mas nas metas, nos<br />

objetivos e na sua própria missão de vida!<br />

Nível de identidade – Esse líder sabe claramente<br />

sua missão e sua visão e realiza o que faz com<br />

significado. É o líder carismático, que inspira<br />

pessoas e forma novos líderes. Esse é o líder do<br />

futuro.<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 15


Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Por um<br />

2016 mais<br />

produtivo!<br />

nualmente, a TRIAD PS, EMPRESA<br />

multinacional especializada em programas<br />

e consultoria na área de produtividade,<br />

colaboração e administração do tempo,<br />

realiza uma pesquisa com o objetivo de<br />

entender a percepção dos brasileiros sobre<br />

o ano que está chegando ao fim e descobrir<br />

quais são as expectativas para o ano seguinte.<br />

No levantamento feito em 2015, que<br />

teve a participação de mais de 3.500 pessoas<br />

espalhadas pelo Brasil inteiro, um<br />

dado chamou a atenção: 49% dos entrevistados revelaram que uma<br />

das prioridades para 2016 é “ter mais tempo para o que é importante”.<br />

Para Christian Barbosa, CEO da Triad PS e autor de diversos livros,<br />

como 60 estratégias práticas para ganhar mais tempo, isso mostra<br />

que boa parte da população brasileira tem um sério problema relacionado<br />

à gestão do tempo – afinal, se o tempo não está sendo dedicado<br />

ao que é realmente importante, ao que está?<br />

Em entrevista exclusiva à <strong>VendaMais</strong>, Barbosa revela quais são<br />

os erros que levam a esse problema, apresenta os grandes vilões da<br />

produtividade no dia a dia profissional, contando como podemos<br />

combatê-los, e dá dicas para quem quer garantir um ano produtivo,<br />

leve e de excelentes resultados. Seguir suas orientações é uma ótima<br />

forma de iniciar a caminhada que vai garantir um “feliz ano novo”.<br />

<strong>VendaMais</strong> – Como você define uma boa gestão do<br />

tempo?<br />

Christian Barbosa – Uma boa gestão do tempo é<br />

conseguir tempo para o que é importante. É evoluir,<br />

ao invés de simplesmente agir. Ou seja, é um conceito<br />

muito particular, que varia de pessoa para pessoa.<br />

O que pode ser uma boa gestão do tempo para mim,<br />

pode não ser uma boa gestão do tempo para você.<br />

A gente sabe que a maioria das pessoas não tem<br />

esse poder de fazer uma boa gestão do tempo. O<br />

que é possível fazer para que, em 2016, isso mude<br />

e mais pessoas se beneficiem de uma gestão eficaz<br />

das 24 horas que um dia oferece?<br />

Na verdade, saber fazer gestão do tempo não é um<br />

poder. Para gerir bem seu tempo, é preciso conhecer<br />

uma metodologia que funcione e usar uma ferramenta<br />

de verdade. Os resultados vêm quando combinamos<br />

metodologia e ferramentas. Se uma pessoa<br />

não tem metas e não tem ferramentas, obviamente,<br />

ela não terá resultados. É uma constatação bem<br />

simples. Entendendo isso, a gente consegue melhorar<br />

o nosso dia a dia.<br />

16<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


“Uma boa<br />

gestão do<br />

tempo é<br />

conseguir<br />

tempo para<br />

o que é<br />

importante.<br />

É evoluir,<br />

ao invés de<br />

simplesmente<br />

agir.”<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 17


“As pessoas<br />

trabalham<br />

oito horas por<br />

dia e querem<br />

programar<br />

oito horas de<br />

tarefa. Isso<br />

não existe!”<br />

Gestão de tempo é uma ciência. Se a pessoa tiver<br />

a consciência de que não tem tempo e quiser aplicar<br />

alguma coisa, a proatividade pode ajudar. Um primeiro<br />

passo para mudar o cenário já basta! Se ela disser<br />

que não tem tempo e está tudo bem, então não vai<br />

adiantar, porque não vai fazer nenhuma diferença na<br />

vida dela.<br />

Quais são as principais consequências que a má<br />

gestão do tempo traz e que evidenciam que uma<br />

pessoa precisa melhorar nesse sentido?<br />

O impacto geral é o aumento de estresse. A pessoa<br />

começa a deixar coisas importantes de lado, ela perde<br />

pessoas, relacionamentos, começa a ter problemas de<br />

saúde e, também, a perder dinheiro. Então, se formos<br />

analisar o cenário de vendas, o vendedor que não faz<br />

uma boa gestão do tempo será também aquele que<br />

não bate metas, que não entrega as propostas, que não<br />

traz os resultados esperados. A baixa performance é<br />

uma das consequências da má gestão do tempo.<br />

O que, em termos práticos de organização, leva à<br />

má gestão do tempo e, consequentemente, ao estresse,<br />

à queda das vendas e a resultados piores<br />

do que alguém poderia conquistar?<br />

O primeiro grande erro é não ter uma ferramenta<br />

para gerenciar as prioridades. O segundo grande<br />

problema é querer fazer tudo e acabar não fazendo<br />

nada. Um terceiro fator que gera problemas é o erro<br />

de planejamento. As pessoas planejam o dia, e isso<br />

não traz resultado algum para elas.<br />

Se o planejamento diário não traz resultados, então<br />

o que traz? O que você acha que funciona melhor<br />

em termos de período de planejamento?<br />

O que funciona melhor é o planejamento de três dias.<br />

Para explicar os motivos, precisamos dar um passo<br />

atrás e falar sobre planejamento e priorização, dois<br />

termos que ainda causam uma certa confusão e algumas<br />

dúvidas sobre suas diferenças. O fato é que dia não<br />

se planeja, se prioriza. O que se planeja é o futuro, a<br />

antecedência para prevenir que as coisas se tornem<br />

urgentes. Planejar o dia é uma ilusão, pois é impossível<br />

evitar que as circunstâncias e urgências ocorram tentando<br />

planejá-las em cima da hora. O planejamento<br />

deve ser feito para, no mínimo, três dias para frente do<br />

dia atual. O dia é resultado desse planejamento prévio,<br />

que deve ser priorizado com uma ordem numérica de<br />

execução de tudo que deverá ser feito.<br />

Assim, se hoje for segunda, eu<br />

planejo a terça, a quarta e a quinta,<br />

pulo um dia (deixando a agenda<br />

livre para imprevistos e coisas que<br />

se acumularem), planejo os próximos<br />

três dias, e assim por diante.<br />

Esse planejamento de três dias para<br />

frente é extremamente eficiente<br />

e pode gerar quarenta minutos de<br />

ganho diário se você fizer direitinho.<br />

Funciona muito bem mesmo. Faz a<br />

diferença dentro da rotina da pessoa.<br />

Vamos supor que eu tenha feito<br />

esse planejamento de três dias e<br />

aconteceu um impreviso, no primeiro<br />

dia, que prejudicou os outros<br />

dois, e eu acabei desistindo<br />

no meio do caminho. Qual a sua<br />

dica para que as pessoas não<br />

abandonem ou mudem o planejamento?<br />

A primeira coisa é ter em mente<br />

que a agenda de um dia NUNCA<br />

pode ser inteiramente preenchida<br />

por atividades a serem executadas.<br />

As pessoas trabalham oito horas<br />

por dia e querem programar oito<br />

horas de tarefa. Isso não existe! É<br />

preciso, sempre, deixar um pouco<br />

de espaço na agenda para imprevistos.<br />

Por isso eu digo que os três<br />

dias funcionam – porque, com esse<br />

prazo, você consegue pular um<br />

dia sem planejar e esse dia sem<br />

tarefas planejadas absorve as coisas urgentes que<br />

você não pôde tocar nos dias anteriores. Isso funciona<br />

muito bem e traz resultados excelentes.<br />

O que você recomenda para quem ainda não faz<br />

corretamente a gestão do tempo, mas quer começar<br />

a mudar esse cenário em 2016?<br />

A primeira coisa é se conscientizar: "Preciso ter mais<br />

tempo, então vou fazer alguma coisa para conseguir<br />

isso."<br />

Segundo: é preciso aprender a registrar suas demandas<br />

em uma ferramenta. As pessoas têm mania<br />

de querer planejar coisas na cabeça. Isso não existe!<br />

Uma pessoa que faz uma boa gestão de tempo faz uma<br />

boa organização das suas próprias prioridades na<br />

18<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


ferramenta que for – que seja em um caderno, no<br />

Outlook, ou em um software específico para isso.<br />

Como é possível descobrir qual a melhor ferramenta<br />

para cada pessoa fazer a sua própria gestão do<br />

tempo? Existe uma ferramenta melhor para cada<br />

tipo de pessoa?<br />

Não existe uma resposta certa para isso, porque as<br />

pessoas têm estilos diferentes. Por isso, minha sugestão<br />

é a seguinte: escolha duas ferramentas, comece<br />

com uma, dê um tempo para os resultados aparecerem<br />

e se pergunte: “Gostei?” Se sim, beleza, mantenha. Se<br />

a resposta for “não”, vá para a segunda e veja se você<br />

se adapta. E aí siga esse pensamento até encontrar a<br />

ferramenta ideal.<br />

Aliás, eu diria que encontrar a ferramenta adequada<br />

ao seu perfil é a parte mais difícil do processo,<br />

porque existem vários tipos de software que podem<br />

servir como ferramenta específica de produtividade,<br />

mas existem outros mais simples, como o Word e o<br />

Excel, que já podem entregar boas planilhas de planejamento.<br />

Então, o importante é que a ferramenta<br />

escolhida seja levada a sério. Ela precisa ser utilizada<br />

diariamente e deve funcionar como um guia para o<br />

dia a dia da pessoa. Não dá para usar uma vez, achar<br />

que todos os problemas serão resolvidos e desistir de<br />

utilizá-la no dia seguinte porque ainda não viu resultado.<br />

É preciso consistência.<br />

Quais são os grandes vilões do tempo no dia a dia<br />

profissional?<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 19


O maior vilão de todos são as reuniões. As pessoas<br />

fazem reuniões demais e conquistam resultados de<br />

menos.<br />

O segundo grande vilão é o e-mail. Atualmente,<br />

os profissionais gastam cerca de duas horas por dia<br />

checando e respondendo e-mails. É muito tempo. E é<br />

um tempo mal planejado – as pessoas deixam a caixa<br />

de e-mail o tempo todo aberta, e isso consome minutos<br />

que deveriam ser dedicados a outras atividades<br />

mais importantes. Isso é muito sério, porque as pessoas<br />

não têm a menor noção do que estão fazendo<br />

com seu tempo. Elas estão se perdendo muito seriamente<br />

em relação a isso.<br />

Outro grande vilão é a falta de prioridades. Se a<br />

pessoa não tem prioridades, ela acaba, obviamente,<br />

fazendo coisas que não trazem muitos resultados.<br />

O que é preciso fazer para acabar com esses problemas?<br />

Com relação ao e-mail, o ideal é que sejam estabelecidos<br />

alguns horários do dia para verificar o que<br />

chegou de novo e responder às mensagens. O que eu<br />

vejo em muitas equipes de vendas e que considero o<br />

maior erro dos vendedores é eles acharem que, ao<br />

ficarem on-line o tempo todo, serão mais produtivos,<br />

já que estarão “tirando pedidos” por e-mail a todo<br />

momento. E o resultado é completamente o oposto!<br />

Se a pessoa fizer isso, ela será extremamente improdutiva!<br />

Já vi alguns especialistas dizerem besteiras do<br />

tipo: "O vendedor deve estar alerta, para responder<br />

imediatamente quando o cliente manda uma solicitação<br />

para ele." Se ele fizer isso, ele está morto! Primeiro,<br />

ele vicia o cliente do jeito errado. Segundo, ele<br />

fica improdutivo! Repito: o ideal é ter um horário<br />

específico para responder e-mails. Pode ser no intervalo<br />

de tarefas, ou algumas vezes por dia, mas sempre<br />

em horários pré-determinados, não “ah, deixe-me ver<br />

se chegou alguma coisa nova”. A não ser que ele seja<br />

uma pessoa de call center, não tem por que ficar com<br />

o e-mail aberto o dia todo!<br />

Com reuniões, eu sou “dietético”. Eu sugiro que<br />

as pessoas troquem as reuniões pessoais por reuniões<br />

on-line. Aí você pode argumentar que o vendedor<br />

precisa do “olho no olho”, por isso as reuniões<br />

presenciais são melhores, mas eu digo que até<br />

precisa, mas isso também está mudando muito. Até<br />

mesmo por conta da necessidade de todos de economizar<br />

tempo – afinal, tempo é dinheiro, não é<br />

mesmo? E a tendência é que as reuniões presenciais<br />

sejam cada vez menos utilizadas, inclusive por<br />

20<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


mercados mais tradicionais. A indústria farmacêutica<br />

americana, por exemplo, tem diminuído cada<br />

vez mais o número de representantes comerciais e<br />

focado na venda on-line. A meta de algumas empresas<br />

do setor é chegar a 2020 sem representantes visitando<br />

os médicos. Essa é uma tendência clara.<br />

Pode demorar para acontecer, mas acontecerá!<br />

O problema da reunião presencial não é apenas o<br />

tempo que ela toma enquanto acontece, não é<br />

mesmo? Ela acaba tomando muito tempo antes e<br />

depois também...<br />

Exatamente. O problema da reunião é o trânsito, é a<br />

infraestrutura brasileira. Infelizmente, é uma perda<br />

de tempo para todo mundo, mas é uma coisa que a<br />

gente está começando a mudar. Eu acho que o vendedor<br />

pode começar a propor para os clientes para<br />

conversarem on-line, para ambas as partes ganharem<br />

tempo. Sempre é viável sugerir formas diferentes de<br />

fazer as coisas.<br />

E como devemos lidar com o terceiro vilão do tempo<br />

no dia a dia profissional: a falta de prioridades?<br />

Essa é uma questão mais complicada, pois não é tão<br />

prática. Primeiro, o profissional precisa saber quais<br />

são as atividades que ele tem em sua agenda que<br />

trarão mais resultados para ele. Por exemplo, digamos<br />

que ele está no momento de fechamento do mês. O<br />

que ele precisa priorizar? As atividades que vão<br />

ajudar no fechamento, claro. Ele tem que ter clareza<br />

do que vai trazer resultado hoje e, aí, priorizar essas<br />

atividades.<br />

Esse papel é 100% do próprio profissional ou o<br />

líder pode ajudar nesse sentido? Qual a sua opinião<br />

sobre o papel do líder na gestão do tempo de uma<br />

equipe de vendas?<br />

O líder tem papel fundamental nisso. Se o líder não<br />

souber quais devem ser as prioridades da sua equipe,<br />

quem vai saber?<br />

Nesse sentido, o líder precisa conversar com seus<br />

vendedores e entender quais são as atividades que<br />

eles estão planejando executar nos próximos dias.<br />

Tendo clareza de quais são as prioridades, ele pode<br />

auxiliar na gestão do tempo do time de vendas.<br />

Mas, na prática, quem define a agenda é o próprio<br />

profissional, pois o líder não vai definir o fechamento<br />

da agenda de seus profissionais, certo? Ou<br />

você acha que deve haver uma integração melhor<br />

também nesse sentido?<br />

Não, o líder não deve microgerenciar, se não ele fica<br />

maluco com todo mundo! Seu papel é mais de coordenar<br />

as prioridades para fazer a coisa acontecer. O<br />

fato é que um líder urgente precisa de uma equipe<br />

urgente; um líder com tempo precisa de uma equipe<br />

com tempo. Isso faz uma diferença incrível!<br />

Vamos falar um pouco sobre a tríade do tempo<br />

que você defende: família, trabalho e vida. Por que<br />

você acha que é importante que esses três pilares<br />

estejam equilibrados para que os profissionais<br />

sejam produtivos?<br />

Esses três pilares são as bases necessárias para que<br />

uma pessoa consiga fazer com que sua rotina flua<br />

melhor, cumprir sua agenda. Essas são as coisas que<br />

ajudam a pessoa a sair do lugar, que dão a base para<br />

ela ser mais produtiva, viver seu tempo com sabedoria.<br />

Se ela deixar algum desses três pilares cair,<br />

não conseguirá fazer sua vida funcionar do jeito que<br />

gostaria. Portanto, é essencial que não apenas o<br />

campo do trabalho seja planejado e organizado, família<br />

e vida precisam da mesma atenção. É disso que<br />

depende a nossa felicidade.<br />

O que você acha importante que os profissionais<br />

de vendas que querem melhorar a produtividade<br />

repensem e mudem nesse começo de ano?<br />

Recomendo que eles tenham um objetivo macro – ou<br />

seja, que não tenham muitos objetivos, mas, sim,<br />

escolham um principal e tenham, se for o caso, um<br />

ou outro objetivo secundário que ajude o principal<br />

a acontecer. Se eles tiverem um objetivo que funcione<br />

de verdade, o resultado será muito diferente.<br />

Livro: 60 estratégias práticas para ganhar<br />

mais tempo<br />

Autor: Christian Barbosa<br />

Editora: Sextante<br />

Site: http://www.christianbarbosa.com.br<br />

Colaborou nesta matéria: Tom Schiebel<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 21


Supervendedores / Por Francine Pereira /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Conheça a<br />

campanha de vendas<br />

que mudou a vida de<br />

uma família síria<br />

refugiada no Brasil e<br />

aprenda como um<br />

propósito forte pode<br />

fazer você alcançar<br />

o sucesso pessoal e<br />

profissional<br />

Supervendedores<br />

m março DE 2011, UMA ONDA REVOLUCIONáRIA QUE FICOU<br />

conhecida como Primavera Árabe tomou conta de países como<br />

Tunísia, Egito e Síria, onde parte da população se revoltou contra<br />

os governos locais.<br />

A luta inicial era pacífica. Porém, não demorou muito para<br />

que a violência tomasse conta e desse início a uma verdadeira<br />

guerra civil.<br />

De lá para cá, milhares de pessoas foram mortas e outras<br />

milhões se refugiaram. E é nesse cenário caótico que tem início<br />

a história de busca pela paz, pela esperança de tempos melhores<br />

e, inclusive, pelo sucesso em vendas que marca a primeira edição<br />

de 2016 da <strong>VendaMais</strong>.<br />

22<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


do bem<br />

Alunos do IEV que<br />

participaram da campanha<br />

"Venda do Bem" com Victor<br />

Vieira, diretor do instituto<br />

(ao centro, de paletó preto)<br />

Roteiro DA VIDA REAL<br />

A história de Kalid Mohhmad Badr parece roteiro de filme...<br />

Ele não tinha nem dez anos quando a guerra estourou na Síria,<br />

sua terra natal. Percebendo que a situação ficava cada vez pior, sua<br />

família decidiu começar a juntar dinheiro para se mudar. Para ajudar<br />

a pagar as contas, o menino passou a vender quibes feitos por sua<br />

mãe. Foram longos anos até que a conta necessária para que todos<br />

chegassem ao Brasil fechasse. Nesse meio tempo, pai, mãe e os quatro<br />

filhos passaram um tempo na Jordânia e investiram suor e lágrimas<br />

no sonho da liberdade nessa terra distante, de cultura diferente e com<br />

um idioma até então desconhecido.<br />

Kalid Mohhmad Badr<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 23


O desembarque em Araçatuba (SP) aconteceu<br />

há pouco mais de um ano. Desde então, os dias são<br />

de muito trabalho para o pequeno Kalid, hoje com<br />

13 anos, um dos mais de 2 mil sírios que já se refugiaram<br />

no Brasil desde o início da guerra e que é<br />

o grande responsável por levar dinheiro para casa<br />

desde que o pai retornou à Síria na tentativa de<br />

buscar a irmã que perdeu o marido.<br />

Todo dia, às 11h, Kalid sai com a mochila carregada<br />

de quibe (salgado tradicional de seu país) e<br />

também leva nas costas o sonho de poder ajudar sua<br />

família a ter uma vida melhor. Nem sempre o dinheiro<br />

conquistado ao longo do dia de vendas faz<br />

diferença no orçamento familiar, portanto, cada<br />

venda é sempre motivo de comemoração.<br />

CAMPANHA “VENDA DO Bem”<br />

Comovido com a história de Kalid, Victor Vieira,<br />

diretor estratégico e fundador do Instituto de Especialização<br />

em Vendas (IEV), decidiu fazer algo para<br />

ajudar. “Estava em uma reunião com Raul Candeloro,<br />

diretor da <strong>VendaMais</strong>, e conversámos sobre<br />

nosso desejo de devolver ao mundo parte do que<br />

estávamos recebendo de bom. Falei que tínhamos<br />

no IEV um projeto chamado ‘Venda do Bem’ e que<br />

estávamos procurando uma família para ajudar. Foi<br />

aí que ele me falou sobre o Kalid”, conta.<br />

Tão logo descobriu o endereço da família,<br />

Vieira foi até lá para conhecer melhor a realidade<br />

vivida por aqueles sírios tão batalhadores.<br />

Uma única visita bastou para que ele tivesse<br />

ainda mais certeza de que precisava contribuir<br />

de alguma forma. “Conheci a família inteira, os<br />

irmãos mais novos de Kalid, sua história e tudo<br />

o que estavam passando. Não tive dúvidas: eles<br />

precisavam muito de ajuda. E nós podíamos ajudar!”,<br />

relembra.<br />

Segundo Vieira, o objetivo da campanha é utilizar<br />

a força e o empenho dos vendedores e alunos<br />

do IEV para mudar a história de famílias carentes<br />

que vendem algo para sobreviver. E não tinha maneira<br />

melhor de começar a realizar esse grande<br />

sonho do que ajudando a família de Kalid. “Esse<br />

projeto começou pequeno, porém, com um sonho<br />

muito grande. Nós ainda vamos criar uma megacampanha<br />

nacional, com centenas de empresas e<br />

Victor Vieira<br />

milhares de vendedores do bem, que, juntos, vão<br />

mudar muitas histórias de vida e ajudar a melhorar<br />

o Brasil”, aposta o diretor do IEV.<br />

A ação para ajudar Kalid funcionou da seguinte<br />

forma: durante duas semanas, em novembro de<br />

2015, noventa dos setecentos alunos ativos do IEV<br />

venderam vales-quibes. A meta inicial era vender 5<br />

mil quitutes sírios, mas, em pouco tempo, a equipe<br />

ultrapassou esse número e atingiu a marca de 6.200<br />

salgados vendidos. “Na verdade, tivemos que parar<br />

de vender, pois a mãe nos informou que não conseguiria<br />

produzir mais do que isso em tempo hábil.<br />

Essa família conseguiu faturar R$ 15.500 com a<br />

campanha. Temos a certeza de que a história deles<br />

será diferente daqui pra frente”, comemora Vieira.<br />

Para se ter uma ideia do tamanho da ajuda, em<br />

um dia excelente de vendas (o que nem sempre<br />

acontece), Kalid consegue vender uma média de<br />

24<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


cem quibes. Se ele só tivesse dias muito bons, ainda<br />

assim demoraria meses para conseguir arrecadar<br />

toda essa verba adquirida por meio da campanha<br />

“Venda do Bem”.<br />

Todos os quibes vendidos foram entregues em<br />

uma ação realizada no dia 12 de dezembro. E para<br />

auxiliar ainda mais a família, o IEV doou toda a<br />

matéria-prima necessária para a produção dos salgados<br />

vendidos. Ou seja, o lucro da família foi igual<br />

ao faturamento da venda!<br />

quais diferentes tipos de abordagens seriam utilizadas<br />

de acordo com os tipos de perfis de consumidores.<br />

“Sentimos na pele como todo o processo<br />

ajudou, vimos muitos vendedores que entraram<br />

tímidos na nossa formação e, durante as vendas<br />

dos quibes, fizeram paradas em sinal e ofereceram<br />

sem vergonha nenhuma para todos os carros que<br />

estavam parados. Foi o máximo!”, revela Vieira.<br />

Fazer o BEM TAMBém é APRENDER<br />

Victor Vieira conta que, para essa campanha, os<br />

vendedores e alunos do IEV foram divididos em<br />

grupos de cinco pessoas. Cada equipe possuía um<br />

líder – replicando a realidade de uma equipe de<br />

vendas – e quatro subordinados. Dentro de cada<br />

grupo havia um vendedor do IEV para auxiliar os<br />

estudantes a se organizarem. Nessa ação, eles puderam<br />

aplicar o que aprendem em sala de aula, reforçando<br />

o conhecimento e ganhando mais vivência<br />

comercial. “Na nossa formação, ensinamos na prática<br />

como implantar as melhores técnicas do mercado<br />

para aumentar as vendas imediatamente. E<br />

essa campanha fez com que eles vivessem mais uma<br />

vez, na realidade do dia a dia, a experiência de vender<br />

um produto que eles nunca venderam, passando<br />

por todas as etapas da venda para isso”, explica.<br />

O diretor do IEV ressalta, ainda, que a campanha<br />

foi desenvolvida para que os profissionais fizessem<br />

tudo o que deveria ser feito, desde o planejamento<br />

das vendas (levando em conta que eles só podiam<br />

vender em horários em que não estavam no trabalho)<br />

até a discussão do perfil do cliente ideal. Os<br />

alunos debateram, também, como e onde começar<br />

as vendas, como e onde encontrar novos clientes e<br />

Kalid Mohhmad Badr<br />

“Esse projeto começou pequeno, porém,<br />

com um sonho muito grande. Nós<br />

ainda vamos criar uma megacampanha<br />

nacional, com centenas de empresas e<br />

milhares de vendedores do bem, que,<br />

juntos, vão mudar muitas histórias de<br />

vida e ajudar a melhorar o Brasil.”<br />

Victor Vieira<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 25


Lições DA "VENDA DO BEM"<br />

Jonatas Mattos<br />

Jonatas Mattos vendeu, sozinho, 400 quibes e é o grande<br />

supervendedor da campanha promovida pelo IEV para ajudar a<br />

família de Kalid.<br />

Além da grande lição que se tira dessa história – que<br />

ajudar é sempre bom, não só para quem recebe a<br />

ajuda, mas também para quem oferece –, essa campanha<br />

também traz grandes aprendizados de vendas.<br />

O diretor do IEV acredita que o motivo para o<br />

sucesso dessa ação – tanto com relação às vendas,<br />

para Kalid, quanto ao aprendizado, para os vendedores<br />

– se deve, principalmente, à motivação<br />

muito forte por trás da campanha. “Imagine se<br />

você descobrisse que uma pequena ação sua, num<br />

grande grupo, poderia mudar a história de vida<br />

de uma família que saiu de uma guerra e, hoje,<br />

passa necessidades no Brasil! Nosso desafio agora<br />

é evoluir nossa campanha, pois todos gostaram<br />

tanto que querem aumentar essa corrente do bem”,<br />

celebra Vieira.<br />

Então, fica a primeira lição: encontre uma motivação<br />

que faça você querer vender sempre mais e<br />

atender seus clientes cada vez melhor. Hoje, você sabe<br />

qual é sua principal causa de vida? O que faz você<br />

levantar todos os dias e ir para o trabalho? Se estiver<br />

faltando um forte estímulo por trás de suas ações,<br />

isso irá se refletir diretamente no seu desempenho e<br />

no seu relacionamento com colegas e clientes.<br />

Jonatas de Mattos, aluno do IEV e vendedor há<br />

oito anos, foi indicado por Vieira como um dos<br />

profissionais que mais se destacou durante a “Venda<br />

do Bem”. No Instituto, ele estuda Vendas Consultivas<br />

e Gestão Comercial. “Busco deixar o amadorismo<br />

e me tornar um especialista em vendas”,<br />

explica Mattos. Sua meta na campanha era vender<br />

cem quibes, mas ele vendeu quatrocentos!<br />

Ele conta que se encantou com a iniciativa do<br />

IEV, pois acha difícil encontrar pessoas que ajudem<br />

sem querer nada em troca, e isso o motivou demais.<br />

Além de tudo, ele afirma ter se identificado com a<br />

história do jovem sírio. “A resiliência dele foi o<br />

fato com o qual mais me identifiquei. Mesmo com<br />

todas as adversidades pelas quais ele passou, passa<br />

e, provavelmente, ainda irá passar, ele não desiste,<br />

ele ama a vida e ama o que faz”, frisa.<br />

Daí, podemos tirar a segunda lição: identifique-<br />

-se com os valores de sua empresa e de seus clientes.<br />

Você concorda com a missão e os objetivos da empresa<br />

na qual está neste momento? Você admira o trabalho<br />

de seus clientes e quer verdadeiramente ajudá-los<br />

a conquistar cada vez mais? Saiba que isso contribui<br />

– e muito – para o sucesso de suas vendas. Quando<br />

você faz o que gosta, acredita e tem orgulho daquilo<br />

que vende, fica muito mais fácil conquistar clientes e<br />

parceiros.<br />

E se você está se perguntando o que fez Mattos<br />

se destacar, ele afirma que o segredo para o<br />

sucesso é fazer tudo com muita dedicação, força<br />

de vontade, iniciativa e foco. Em sua abordagem,<br />

o vendedor contava aos clientes a história de vida<br />

de Kalid e mostrava que, além de ter a oportunidade<br />

de comer um quibe legítimo da Síria, o comprador<br />

estaria ajudando a mudar a vida de alguém.<br />

O que nos leva à terceira lição de vendas: além de<br />

conhecer a fundo as características e os benefícios do<br />

que você vende, entenda de que forma aquele produto<br />

ou serviço vai impactar na vida do seu cliente – e comunique<br />

isso a ele. O maior diferencial de uma venda<br />

de sucesso é mostrar ao consumidor que ele não está<br />

apenas fazendo uma compra, mas, sim, promovendo<br />

uma mudança em sua vida a partir daquela aquisição.<br />

Quando perguntado sobre qual o principal aprendizado<br />

dessa campanha, o supervendedor de quibes<br />

26<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


“A resiliência dele foi o fato com o qual<br />

mais me identifiquei. Mesmo com todas<br />

as adversidades pelas quais ele passou,<br />

passa e, provavelmente, ainda irá<br />

passar, ele não desiste, ele ama a vida e<br />

ama o que faz.”<br />

Jonatas Mattos<br />

afirma que foi compreender que a mudança de uma<br />

vida depende da oportunidade que se cria e também<br />

de pessoas que apoiem a ideia e se unam para alcançar<br />

o objetivo. “Afinal, sozinho eu posso ir mais rápido,<br />

mas, juntos, podemos ir muito mais longe”, destaca. O<br />

vendedor frisa, ainda, que o próprio Kalid deu a todos<br />

uma aula de vendas, mostrando que ter um propósito<br />

é muito importante. “Quando isso está muito forte<br />

dentro de nós, com certeza corremos atrás em busca<br />

dos nossos objetivos, independentemente da adversidade<br />

que se encontra pelo caminho”, acentua.<br />

E a quarta lição de vendas dessa campanha é:<br />

antes de reclamar das dificuldades, devemos buscar<br />

criar novas oportunidades e, sempre que possível,<br />

contar com a ajuda das pessoas à nossa volta. Se você<br />

quiser ser o melhor de sua equipe, sem se importar<br />

com o trabalho em grupo, logo vai perceber que seus<br />

resultados, sozinhos, não vão ajudar a empresa a crescer.<br />

O verdadeiro supervendedor é aquele que sabe o<br />

valor do trabalho em equipe e busca não só a sua<br />

própria evolução, mas a da empresa como um todo.<br />

Antes de começar a trabalhar, lá por volta dos<br />

oito anos, Kalid gostava de jogar bola com seus<br />

amigos na Síria. E é justamente isso que ele faz<br />

hoje nas horas vagas com os amigos que fez aqui<br />

no Brasil. Como planos para o futuro, ele quer voltar<br />

a estudar, mas o seu maior sonho é ajudar sua<br />

família cada vez mais.<br />

Esperamos que essa história possa ajudar você<br />

a entender que um dos maiores segredos do sucesso<br />

é saber o propósito de suas ações. Para Kalid, a<br />

motivação era dar uma vida melhor para sua mãe<br />

e seus irmãos. Para os alunos e vendedores do IEV,<br />

a causa principal era aprender mais e, ao mesmo<br />

tempo, ajudar a mudar a história de alguém. E você,<br />

qual é sua meta de vida e que faz você acordar<br />

todos os dias disposto a dar sempre o seu melhor?<br />

Entender isso é dar o primeiro grande passo rumo<br />

à felicidade profissional e pessoal!<br />

Todo dia, às 11h, Kalid sai com a mochila carregada de quibe e também leva nas<br />

costas o sonho de poder ajudar sua família a ter uma vida melhor. Na volta pra<br />

casa, traz o dinheiro das vendas e o sorriso dos clientes, o que ajuda a manter a<br />

motivação para seguir firme adiante.<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 27


Liderança<br />

J.B. Vilhena<br />

O papel do líder<br />

em tempos<br />

de crise<br />

"Quem QUER FAzer ALGO<br />

ENCONTRA UM MEIO; QUEM não<br />

QUER FAzer NADA ARRANJA<br />

DESCULPAS." – Provérbio árabe<br />

E<br />

ste artigo foi inspirado em várias<br />

ideias de líderes e pessoas famosas<br />

para fornecer sugestões sobre como o<br />

gestor de vendas deve agir em tempos<br />

de crise. Vamos a elas!<br />

"Para começar, pare de falar e comece a fazer."<br />

– WALT DISNEy<br />

Fico impressionado com o número de pessoas que<br />

parecem ter prazer em falar sobre crise. Elas reclamam<br />

de tudo e de todos, têm uma enorme facilidade para<br />

encontrar “culpados” e trocam dezenas de mensagens<br />

pessimistas pelas redes sociais. Tudo isso é inútil.<br />

Você não vai mudar nada simplesmente reclamando.<br />

O importante é passar uma mensagem otimista<br />

para a equipe. Algo do tipo “não podemos ignorar a<br />

crise, mas vamos trabalhar mais e mais, que tudo<br />

ficará mais fácil”. Mas também não adianta usar um<br />

linguajar otimista e não fazer nada além disso. Arregace<br />

as mangas, meta a mão na massa, visite mais<br />

clientes, prospecte mais intensamente, desenvolva<br />

novas habilidades negociais. Você vai ver que tudo<br />

será mais fácil se agir assim.<br />

"Espíritos grandiosos sempre encontraram a oposição<br />

violenta de mentes medíocres." – ALBERT EINSTEIN<br />

Tem gente que adora semear ventos para colher tempestades.<br />

Como diz o palestrante professor Marins,<br />

“o mundo está claramente dividido em duas categorias<br />

de pessoas: as que chegaram aqui<br />

trazidas no bico da cegonha e as<br />

que vieram no bico do urubu”.<br />

Se as pessoas ao seu redor só<br />

falam de coisas ruins, vou lhe dar<br />

um conselho: afaste-se delas. Pensamentos<br />

negativos atraem coisas<br />

negativas. Fale de sucesso, festeje<br />

pequenas vitórias, preserve o otimismo.<br />

Isso fará com que sua equipe<br />

mantenha a confiança na sua<br />

própria capacidade de superar as<br />

adversidades. Lembre que o primeiro<br />

passo para a vitória é acreditar<br />

nela.<br />

"Comece por fazer o que é<br />

necessário; depois, faça o que é<br />

possível; e, em breve, estará<br />

fazendo o impossível." – São<br />

FRANCISCO DE ASSIS<br />

Por quantas crises você já passou?<br />

O que aprendeu com elas? Será<br />

que você é realmente capaz de<br />

fazer o óbvio (no caso da área de<br />

vendas, planejar, implementar e<br />

controlar resultados)? A quantas<br />

anda a sua produtividade? Quanto<br />

tempo você perde nos “cafezinhos”,<br />

reclamando do mundo e<br />

lamentando as vendas que você<br />

ou sua equipe não fizeram? Que<br />

novidades você está levando para<br />

o mercado? Acredite, fazer essas<br />

coisas é mais do que possível.<br />

Agora vamos falar do que parece<br />

impossível. Alguns acreditam<br />

que não dá mais para confiar em<br />

ninguém. Recentemente, entrei<br />

em uma churrascaria em Caxias<br />

do Sul (RS), almocei e, de repente,<br />

me dei conta de que tinha esquecido<br />

a carteira no hotel. Preocupado<br />

e sem jeito, chamei o maître<br />

e lhe expliquei o que tinha acontecido,<br />

oferecendo deixar celular<br />

e relógio em garantia enquanto ia<br />

ao hotel pegar a carteira. Ele me<br />

olhou sorridente e disse (prova-<br />

28<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Neste momento, não há espaço<br />

para números “chutados”. É<br />

preciso dizer à equipe o que se<br />

espera dela e, principalmente,<br />

delinear os caminhos necessários<br />

para chegar onde se deseja. Lembre-se<br />

de que é nas crises que os<br />

grandes líderes são postos à prova.<br />

Isso significa que é preciso<br />

estar o tempo todo no campo de<br />

batalha, orientando os exércitos<br />

para garantir a vitória.<br />

"Mostre-me um homem<br />

acomodado e eu mostro-lhe um<br />

fracassado"– THOMAS EDISON<br />

Trabalhar, trabalhar e trabalhar<br />

mais ainda. É isso que vai nos<br />

tirar da crise. Simples assim.<br />

"Deem-me seis horas para<br />

cortar uma árvore e eu gastarei<br />

a primeira hora afiando o<br />

machado." – ABRAHAM LINCOLN<br />

"Para<br />

começar,<br />

pare de<br />

falar e<br />

comece<br />

a fazer."<br />

(Walt Disney)<br />

velmente em função do meu sotaque):<br />

“Amigo, aqui não é o Rio<br />

de Janeiro. Vá tranquilo e se puder<br />

passar ainda hoje para pagar a<br />

conta, ótimo. Caso contrário, pague<br />

no dia em que estiver por estas<br />

bandas.” Aquilo reafirmou a<br />

inabalável fé que tenho no ser<br />

humano. Por maior que seja a crise,<br />

continuo acreditando nele.<br />

"O pessimista pede emprestado<br />

problemas; o otimista empresta<br />

encorajamento." – WILLIAM<br />

ARTHUR WARD (ADMINISTRADOR e<br />

PROFESSOR NORTE-AMERICANO)<br />

Coragem talvez seja uma das coisas<br />

que mais faltam às pessoas<br />

nos dias de hoje. Basta entrar<br />

numa “rodinha” e rapidamente<br />

você vai constatar que todos estão<br />

muito amedrontados. É medo de<br />

perder o emprego, de não ter dinheiro<br />

para pagar as contas, de<br />

não poder manter o filho no colégio<br />

particular e por aí vai. Isso<br />

também deve estar acontecendo<br />

com a sua equipe de vendas.<br />

Como gestor, você tem a obrigação<br />

de manter o otimismo e<br />

contagiar a todos com sua confiança.<br />

Use mensagens animadoras<br />

e procure encontrar sempre<br />

o lado positivo das questões. Você<br />

verá que isso vai fazer toda a<br />

diferença.<br />

"Pessoas com metas triunfam<br />

porque sabem para onde vão. É<br />

simples assim." – EARL NIGHTINGALE<br />

(ESCRITOR NORTE-AMERICANO)<br />

Objetivos são essenciais para o<br />

sucesso de um profissional da área<br />

comercial. Mas lembre-se de que<br />

é preciso que as metas sejam específicas,<br />

mensuráveis, atingíveis,<br />

realistas e corretamente definidas<br />

no tempo.<br />

Adoro essa frase do presidente<br />

norte-americano que libertou os<br />

escravos. É isso mesmo. Não<br />

adianta começar a fazer as coisas<br />

sem se preparar para que elas<br />

deem certo. Acredito piamente<br />

que o segredo do sucesso é um<br />

só: planejamento. Quanto mais<br />

você planeja, mais rápida e melhor<br />

é a execução.<br />

"Obstáculos são as coisas<br />

assustadoras que você<br />

encontra quando desvia os<br />

olhos do seu sonho." – HENRy FORD<br />

Você quer ser bem-sucedido?<br />

Quer progredir na vida? Quer<br />

ganhar dinheiro e ser respeitado<br />

por quem trabalha com você?<br />

Então acredite em si mesmo, invista<br />

no seu crescimento profissional,<br />

encontre razões para fazer<br />

as coisas e, acima de tudo,<br />

continue a trabalhar cada vez<br />

mais.<br />

JB Vilhena é coordenador<br />

acadêmico do MBA em Gestão<br />

Comercial da FGV, doutorando<br />

em Gestão de Negócios<br />

pela FGV/Rennes<br />

(França), consultor e palestrante.<br />

E-mail: jbvilhena@uol.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 29


Decálogo do cLiente / Por Júlio Clebsch e rAUl Candeloro<br />

Agradeça as<br />

reclamações<br />

de seus<br />

clientes<br />

Uma RECLAMAção é UMA DECLAração<br />

de expectativas não satisfeitas.<br />

Infelizmente, a palavra tem conotação<br />

negativa, provocando as mais<br />

diversas reações nos funcionários<br />

de uma empresa. Por exemplo, se<br />

logo de manhã você chega ao escritório<br />

e a primeira ligação que atende<br />

é de um cliente reclamando, provavelmente<br />

irá pensar algo como:<br />

“Xi, meu dia já começou mal.”<br />

Mas a verdade é que cada reclamação é uma chance<br />

que você tem de consertar as coisas, de aprofundar<br />

relacionamentos e também de vender mais. As reclamações<br />

são um dos meios mais diretos e eficazes de<br />

os clientes informarem as empresas de que algo não<br />

está certo e que, portanto, há espaço para melhorias.<br />

E se as empresas não atendem essas expectativas<br />

promovendo as mudanças necessárias, acabam perdendo<br />

seus clientes para a concorrência.<br />

30<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Para mudarmos essa conotação negativa que as<br />

reclamações têm na equipe de vendas, talvez devêssemos<br />

começar chamando-as de outra coisa. Ao invés<br />

de dizer que um cliente ligou reclamando, você pode<br />

considerar que foi para dar um feedback ou, ainda,<br />

para passar informações valiosas.<br />

Sim! Reclamações não são nada mais do que informações<br />

valiosas sobre o que seu cliente espera da empresa<br />

e como você pode satisfazê-lo. Portanto, ao invés<br />

de gastar milhares de reais em pesquisas demoradas,<br />

comece a prestar atenção no que seus clientes dizem.<br />

Ao reclamar, muitas vezes os clientes ficam nervosos,<br />

irritados e são até mesmo grosseiros. O primeiro<br />

passo para enxergar esse posicionamento de forma<br />

positiva é entender que isso é muito natural, uma vez<br />

que as expectativas que esses consumidores tinham<br />

em relação à empresa não foram atendidas.<br />

O segundo passo é tentar se concentrar no conteúdo<br />

da mensagem, e não na maneira como ela está<br />

sendo passada pelo cliente. Dependendo da situação,<br />

isso, às vezes, é muito difícil, mas se conseguirmos<br />

ver reclamações como presentes, os embrulhos pouco<br />

importam.<br />

NÚMEROS não MENTEM<br />

Da sua carteira de clientes, quantos reclamam? E<br />

quantos não voltam a comprar da sua empresa?<br />

Segundo Philip Kotler, guru do marketing, uma<br />

empresa pode perder até 80% dos seus clientes muito<br />

insatisfeitos; 40% dos insatisfeitos; 20% dos indiferentes<br />

e talvez 10% dos satisfeitos, mas pode perder apenas<br />

2% dos clientes muito satisfeitos. Além disso,<br />

Kotler revela que 95% dos clientes muito insatisfeitos<br />

não reclamam; simplesmente param de comprar da<br />

empresa. Ou seja, se o cliente reclama, é porque ele<br />

se importa – e isso deve ser valorizado!<br />

Um caso citado por Kotler em seu livro Administração<br />

de marketing é o da empresa 3M, que alega que<br />

mais de dois terços de suas ideias para melhorar produtos<br />

e serviços surgem a partir das reclamações de<br />

seus clientes. Isso porque a companhia não se preocupa<br />

apenas em ouvi-los (até porque isso não é o<br />

bastante); ela sabe que precisa fazer algo construtivo<br />

com a mensagem passada pelos consumidores. E é<br />

isso que você precisa fazer também!<br />

E o motivo é simples. Kotler afirma que “dos clientes<br />

que registram uma reclamação, entre 54% e 70%<br />

voltarão a fazer negócios com a empresa se suas queixas<br />

forem resolvidas. O percentual chega a espantosos<br />

95% se os clientes sentirem que a reclamação foi atendida<br />

rapidamente”.<br />

Mas, infelizmente, a realidade<br />

é que apenas metade dos clientes<br />

que reclamam afirmam receber<br />

uma solução satisfatória e rápida.<br />

Resolver o problema dos seus<br />

clientes é um dever que a sua empresa<br />

tem. Afinal de contas, você<br />

ofereceu um produto ou serviço, a<br />

pessoa comprou e nada mais justo<br />

que ela fique satisfeita, assim como<br />

lhe foi prometido. Mas há, também,<br />

outras motivações para que seus<br />

clientes sejam bem atendidos em<br />

suas reclamações...<br />

Em média, um cliente satisfeito<br />

conta para três pessoas sobre a<br />

experiência positiva que teve com<br />

uma empresa. Porém, um cliente<br />

insatisfeito costuma compartilhar<br />

a experiência negativa com 11 pessoas.<br />

Realmente, a propaganda<br />

negativa é um mau negócio. E com<br />

a internet, que proporciona uma<br />

rápida comunicação com muitas<br />

pessoas ao mesmo tempo, o efeito<br />

pode ser ainda mais devastador.<br />

Por isso, é muito melhor ouvir as<br />

reclamações e resolvê-las. Prevenir<br />

é sempre mais sábio do que<br />

remediar.<br />

No entanto, para que essa fórmula<br />

funcione, é preciso que os funcionários<br />

da linha de frente tenham<br />

autonomia para resolver rapidamente<br />

os problemas mais comuns. E o<br />

papel da gerência é fundamental<br />

nesse processo, pois será necessário<br />

treinamento, delegação de tarefas,<br />

controle e acompanhamento.<br />

Sabendo da importância dos<br />

feedbacks que seus clientes dão (tanto<br />

os positivos quanto os negativos),<br />

é imprescindível que você os incentive<br />

a falar. Veja abaixo algumas<br />

ações que podem ser colocadas em<br />

prática nesse sentido:<br />

Disponibilize uma linha 0800<br />

para contato com o público. E<br />

nada de deixar cinco minutos<br />

de gravações e fazer com que<br />

o cliente tenha de apertar dez<br />

números para conseguir falar<br />

com um ser humano. Seu serviço<br />

precisa ser simples e objetivo.<br />

Isso faz a diferença na<br />

percepção do cliente.<br />

Treine seus clientes para que<br />

também vejam o feedback como<br />

um presente. Você pode até utilizar<br />

incentivos para isso. Por<br />

exemplo: em troca de uma ligação<br />

de feedback, ofereça um<br />

brinde, um cupom de desconto<br />

para a próxima compra ou para<br />

a compra de um outro produto<br />

da empresa, etc.<br />

Mantenha sempre disponíveis<br />

formulários (na sua empresa/<br />

loja, no site) para os clientes<br />

comentarem. E dê retorno a eles<br />

o mais rapidamente possível.<br />

Crie um espaço em seu site para<br />

os funcionários registrarem<br />

as reclamações dos clientes.<br />

Vá atrás dos que não respondem<br />

suas pesquisas e não entram<br />

em contato. Existe uma possibilidade<br />

alta de você encontrar<br />

aí um cliente insatisfeito.<br />

Lembre-se: as reclamações dos<br />

seus clientes podem salvar sua empresa<br />

de uma grande crise. Podem,<br />

ainda, ajudá-lo a se diferenciar da<br />

concorrência, criar valor e conquistar<br />

clientes fiéis. Não deixe que a<br />

conotação negativa interfira nesse<br />

processo de aprendizagem.<br />

10<br />

Se quiser saber mais sobre o Decálogo, organizar<br />

um workshop sobre o assunto na sua<br />

empresa, ou desenvolver esse tema com sua<br />

equipe, incluindo questionários, avaliações,<br />

resultados, discussões e apresentações em<br />

grupo, entre em contato pelo e-mail: eventos@<br />

editoraquantum.com.br<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 31


Gestão de equipe<br />

Marcelo Caetano<br />

As reais funções<br />

e as principais<br />

armadilhas dos<br />

cargos de liderança<br />

em venDAs<br />

om FREQUêNCIA, em NOSSOS<br />

trabalhos de consultoria, enfrentamos<br />

o grande desafio de delinear<br />

as funções do diretor comercial,<br />

do gerente de vendas<br />

e do supervisor. As perguntas<br />

que permeiam esse desafio são:<br />

quem deve fazer o quê? Quais são<br />

as responsabilidades de cada um?<br />

Antes de começar a análise<br />

das três funções, quero fazer um<br />

comentário sobre o novo posicio-<br />

32<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


namento do líder em todos os<br />

níveis. Nos últimos meses, temos<br />

visto uma grande troca de cadeiras<br />

na liderança comercial das<br />

empresas. Líderes que eram muito<br />

bons em mercados em crescimento,<br />

rapidamente perderam<br />

seu status quando o mercado começou<br />

a sacudir.<br />

Isso aconteceu principalmente<br />

por um motivo: enquanto o<br />

mercado estava aquecido, os líderes,<br />

em todos os níveis, estavam<br />

mais focados em cuidar da rentabilidade<br />

do que em efetivamente<br />

gerar negócios. O que é normal,<br />

afinal, em tempos de demanda<br />

alta, essa acaba sendo uma função<br />

importante. Mas, convenhamos,<br />

com a venda acontecendo<br />

naturalmente, poucos se focam<br />

de verdade em desenvolver a<br />

equipe. Não estou dizendo que a<br />

missão do líder em um mercado<br />

em expansão seja fácil, mas o<br />

fato é que se você apenas mantiver<br />

o equilíbrio do time, as vendas<br />

acontecem.<br />

Um desafio importante na fase<br />

de bonança é cobrar a empresa<br />

para que ela produza rápido e/<br />

ou e tenha um melhor desempenho.<br />

O problema vem quando o<br />

mercado muda...<br />

O QUE MUDA NOS<br />

MOMENTOS DIFíCEIS<br />

O líder, que antes cobrava que a<br />

produção produzisse mais e a logística<br />

tivesse um melhor desempenho,<br />

passa a ser cobrado para<br />

gerar negócios. Rapidamente, a<br />

empresa toda se volta, de alguma<br />

maneira, contra ele. É uma grande<br />

cobrança interna, seja aberta<br />

ou velada.<br />

A pressão por demissões em<br />

diferentes setores da organização<br />

é forte quando as vendas não<br />

acontecem. Além do estresse natural<br />

pelos tempos difíceis, esse<br />

é um extra bem pesado de se lidar.<br />

O líder é cobrado como nunca por<br />

resultados. Além disso, nessas<br />

horas, sempre tem aquele que<br />

antes era cobrado e, agora, também<br />

começa a cobrar, só para<br />

tirar uma casquinha da situação.<br />

Essa mudança de necessidade<br />

muitas vezes é brusca. Basta o<br />

estoque encher ou a equipe ficar<br />

sem ter o que fazer.<br />

Nessa situação, que muitas<br />

empresas estão vivendo agora, o<br />

líder comercial precisa se reposicionar.<br />

Ele deixa de ser o que<br />

apenas organiza e passa a ser o<br />

que faz acontecer. Em termos mais<br />

conhecidos, deixa de ser o farmer<br />

(o que cultiva) para ser o hunter<br />

(o que caça). Alguns descobrem<br />

isso rapidamente e, pelo seu perfil<br />

(ou por instinto de sobrevivência),<br />

conseguem se reposicionar.<br />

Outros, porém, não conseguem<br />

se adequar a esse momento e acabam<br />

sucumbindo.<br />

Fiz essa introdução porque o<br />

momento atual da economia é<br />

ainda mais desafiador para o assunto<br />

sobre o qual costumo escrever,<br />

que é a divisão de funções<br />

na empresa. É um erro pensar<br />

que “se precisamos desesperadoramente<br />

vender, todos devem virar<br />

vendedores”. Ao fazer isso,<br />

imediatamente há um grande<br />

achatamento de cargos e funções.<br />

“Todo mundo defende e todo mundo<br />

ataca”, como diriam os técnicos<br />

medíocres de futebol.<br />

Digo isso porque nunca vi<br />

um time ganhar campeonatos<br />

assim, apenas um jogo ou outro.<br />

Lembro-me de o Joachim Löw,<br />

técnico da seleção da Alemanha,<br />

falar, durante a Copa do Mundo<br />

de Futebol de 2014, que seus jogadores<br />

podiam correr o campo<br />

todo com a bola no pé, mas quando<br />

a perdessem, tinham que voltar<br />

para a sua posição original.<br />

Caso contrário, não seriam titulares.<br />

Simples assim. É comum<br />

ver no futebol o jogador perder<br />

a bola e ficar onde está, abrindo<br />

espaço para o contra-ataque do<br />

time adversário, que vai pegar<br />

seu time todo desorganizado.<br />

Voltando ao nosso jogo das vendas,<br />

é por isso que é tão importante<br />

cada um manter sua posição<br />

na hierarquia.<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 33


O papel DO SUPERVISOR<br />

COMERCIAL<br />

O supervisor comercial é o cara<br />

da execução, da meta diária, do<br />

acompanhamento de perto da<br />

equipe. Não importa o cenário,<br />

sua função é sempre muito parecida:<br />

meta, controle e treinamento<br />

da equipe, acompanhamento<br />

em visitas aos clientes, motivação<br />

do grupo e, quando necessário,<br />

cobrança. Chova ou faça sol, com<br />

o mercado frio ou aquecido, a<br />

função do supervisor é essa. Ele<br />

está perto da equipe, sabe das<br />

forças e fraquezas de cada um e<br />

conhece os principais clientes. É<br />

execução pura. Fica à beira do<br />

campo o tempo todo incentivando<br />

e cobrando a equipe.<br />

As GRANDES ARMADILHAS<br />

QUE ELE PRECISA EVITAR<br />

A grande armadilha em que muitos<br />

supervisores caem é fazer<br />

muito pelo vendedor. Para exemplificar,<br />

sabe aquele vendedor que<br />

faz grandes vendas quando é<br />

acompanhado pelo supervisor,<br />

mas que, quando está sozinho,<br />

vende pouco? Isso acontece quando<br />

o supervisor não treina, mas<br />

vende por ele.<br />

Outro ponto muito perigoso<br />

para o supervisor é se envolver<br />

emocionalmente com a equipe.<br />

Ele passa a defender as pessoas,<br />

dedica um esforço maior com<br />

aqueles que têm dificuldades e<br />

acaba sendo lento para tomar decisões,<br />

como substituir um vendedor<br />

de baixa performance.<br />

Temos visto um grande achatamento<br />

do supervisor nas empresas.<br />

Isso é muito perigoso, pois se<br />

você tirar a autoridade do supervisor,<br />

será muito difícil trazê-la de<br />

volta – e ainda por cima, sobrecarrega<br />

o gerente e desarma toda<br />

a estrutura comercial. Lembre-se<br />

da analogia com o futebol.<br />

O PAPEL DO GERENTE<br />

Acima do supervisor está o gerente,<br />

que deve acompanhar o<br />

processo com um pouco mais de<br />

distância. Sua função é gerir o<br />

supervisor, acompanhar a gestão<br />

da carteira da empresa como um<br />

todo e, ao identificar problemas,<br />

sugerir que o supervisor aja. Mas,<br />

veja, ele tem que ajudá-lo a encontrar<br />

os problemas que podem<br />

estar acontecendo com sua equipe<br />

de forma analítica. Muito me<br />

incomoda quando o gerente cobra<br />

que o supervisor encontre os problemas<br />

fazendo uma análise fria,<br />

sendo que a função dele é estar<br />

na rua junto com a equipe e com<br />

os clientes. Quem deve identificar<br />

os problemas de forma mais analítica<br />

é o gerente comercial.<br />

Vou citar aqui um exemplo.<br />

Uma regional não está batendo<br />

metas. Isso acontece porque:<br />

a) Ninguém está batendo meta?<br />

b) Um pequeno grupo de vendedores<br />

não está batendo meta?<br />

c) Determinado segmento do<br />

mercado parou de comprar?<br />

Quem deve identificar isso é<br />

o gerente, que deve informar o<br />

supervisor ou o gerente regional<br />

para que eles pesquisem junto ao<br />

mercado e à equipe e tragam as<br />

respostas. Como alternativa, ele<br />

pode acionar a inteligência de<br />

mercado para que essa informação<br />

seja levantada.<br />

Veja que estou falando que o<br />

gerente é quem localiza os desvios,<br />

mas que encontrar oportunidades<br />

também é sua função,<br />

pois na análise das informações<br />

ou nas idas ao mercado, ele tem<br />

uma capacidade maior de localizar<br />

oportunidades e repassá-las<br />

aos supervisores. Alinhar boas<br />

práticas também é seu papel, afinal,<br />

quando olha tudo “um pouco<br />

mais de cima”, ele consegue identificar<br />

vendedores que atingem<br />

bons resultados e, se olhar mais<br />

de perto, com a ajuda do supervisor,<br />

entenderá os motivos para<br />

isso acontecer.<br />

Assim, sua análise deve ser<br />

rapidamente distribuída por toda<br />

a equipe, seja em um treinamento<br />

feito por quem as “lançou” ou<br />

através dos próprios líderes.<br />

Além disso, pensar os treinamentos<br />

de vendas de forma<br />

sistemática também é obrigação<br />

do gerente. Uma empresa é feita<br />

de pessoas e processos. O gerente<br />

deve manter essas duas<br />

áreas muito bem lubrificadas,<br />

identificar pontos de retenção<br />

ou desvios e agir rapidamente,<br />

mas não diretamente, como falarei<br />

a seguir.<br />

Outra missão fundamental<br />

do gerente é desenvolver o supervisor.<br />

Sempre digo que se o<br />

gerente não tem nenhum supervisor<br />

abaixo que possa substituí-<br />

-lo, não está cumprindo 50% da<br />

sua função – e, quem sabe, a principal<br />

parte dela.<br />

As GRANDES ARMADILHAS<br />

QUE ELE PRECISA EVITAR<br />

Visitar clientes também é parte<br />

do trabalho do gerente, mas nunca<br />

para fazer vendas, tirar pedidos<br />

e muito menos para dar descontos.<br />

Essa é a armadilha mais traiçoeira.<br />

O gerente também não<br />

deve, em uma estrutura que conta<br />

com um supervisor, desenvolver<br />

vendedores. Eu sei que é muito<br />

tentador ir para cima do vendedor,<br />

pressionar para que a venda<br />

aconteça, etc., principalmente<br />

quando os supervisores não estão<br />

34<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


espondendo a contento. Isso até<br />

pode e deve acontecer, mas apenas<br />

enquanto você, gerente, desenvolve<br />

o supervisor – ou enquanto<br />

procura alguém para a<br />

sua vaga.<br />

O PAPEL DO DIRETOR<br />

COMERCIAL<br />

Figura muito comum em empresas<br />

de maior porte, o diretor comercial<br />

é a pessoa responsável<br />

pela estratégia – por gerenciar<br />

canais de venda, analisar rentabilidade,<br />

pensar em reajuste de<br />

preços, em segmentação de produtos,<br />

em implantar pesquisas de<br />

mercado para avaliar concorrentes<br />

e medir a satisfação dos clientes,<br />

fazer relacionamento com<br />

parceiros, fornecedores e gerir a<br />

inovação. Não é pouca coisa, não.<br />

Um diretor comercial ativo é um<br />

grande motor para as corporações.<br />

Os melhores diretores comerciais<br />

mantêm seus olhos no futuro e<br />

os pés no chão.<br />

As GRANDES ARMADILHAS<br />

QUE ELE PRECISA EVITAR<br />

Manter os olhos no futuro e os<br />

pés no chão é um exercício bastante<br />

difícil. É muito fácil só olhar<br />

para baixo e para o agora, assim<br />

como também é fácil perder os<br />

pés do chão. O bom diretor comercial<br />

sustenta o discurso de<br />

maneira consistente e não fica<br />

tentado a mudanças o tempo todo,<br />

pois precisa ser consistente<br />

em suas decisões. Afinal, cada<br />

mudança de discurso sua implica<br />

em diversas alterações em pequenos<br />

processos em toda organização.<br />

Se ele muda sempre, a estrutura<br />

fica frágil e, normalmente,<br />

se rompe. Não é que ele tenha que<br />

ser conservador. Ele pode fazer<br />

testes, mas em pequenas partes<br />

do grupo, sem muito alarde e com<br />

muito cuidado, pois a supervisão<br />

deve ser dos gerentes.<br />

Cargo X FUNção<br />

Quando falamos de “cargo”, é<br />

muito fácil confundirmos com<br />

“função”. Cargo é uma posição<br />

na hierarquia; função é o que a<br />

pessoa naquela posição hierárquica<br />

deve saber e fazer. E também<br />

é muito fácil confundir cargo e<br />

função com a pessoa que ocupa<br />

determinado cargo. Ao fazer isso,<br />

analisamos mais a pessoa do que<br />

o seu papel na estrutura de vendas.<br />

Vou tentar auxiliá-lo a compreender<br />

isso...<br />

O gerente de uma empresa<br />

precisa ser formado e ter uma<br />

especialização (pós-graduação<br />

ou MBA). Precisa ser bom de<br />

relacionamento e organizado<br />

(gerente desorganizado é um<br />

problema, pois é o meio da engrenagem).<br />

Precisa ter pelo menos<br />

cinco anos de experiência<br />

em gestão.<br />

Muitas vezes, em projetos de<br />

consultoria, quando vamos ajustar<br />

os cargos à pessoa, vemos que<br />

o atual gerente está no cargo há<br />

muitos anos e não tem a formação<br />

devida para estar ali. Somos bastante<br />

pressionados a dizer que<br />

não é necessário ter aquele nível<br />

de estudo em razão de o profissional<br />

atual não ter. Essa é uma<br />

visão limitante, mas temos algumas<br />

opções para contornar o problema:<br />

ele pode buscar aquela<br />

capacitação ou pode-se deixar<br />

claro para todos que o próximo<br />

gestor a assumir aquela função<br />

terá que ter determinada qualificação.<br />

Assim, o jogo fica esclarecido<br />

e quem quer crescer pode<br />

se preparar. Se não se preparar,<br />

significa que não está tão interessado<br />

assim.<br />

Sua EMPRESA é PEQUENA e<br />

não TEM TODOS ESSES<br />

CARGOS?<br />

Talvez você esteja lendo esse artigo<br />

sem que esses três cargos existam<br />

em sua empresa, mas as funções<br />

existem da mesma maneira.<br />

Quem sabe todas estejam concentradas<br />

em você. Se for assim, é<br />

você quem precisa cumpri-las.<br />

Sempre digo que equipes comerciais<br />

menores muitas vezes<br />

são mais complexas de gerenciar<br />

do que grandes equipes, pois o<br />

acúmulo de funções é muito grande.<br />

Com isso, a necessidade de<br />

ser muito disciplinado é ainda<br />

maior, mas sem perder a agressividade.<br />

Isso significa acionar todos<br />

os lados do cérebro ao mesmo<br />

tempo. O organizado, o analítico,<br />

o empreendedor e o comunicativo.<br />

Vou repetir: mesmo que sua<br />

empresa não tenha esses cargos,<br />

a função está lá esperando alguém<br />

para executá-la.<br />

COMO TRABALHAR COM ISSO<br />

Sempre sugiro que, quando alguém<br />

acumula duas funções, essa pessoa<br />

defina dias específicos para cada<br />

uma delas e tente, de todas as maneiras,<br />

não interrompê-los com o<br />

outro “cargo”. Por exemplo, na segunda<br />

e na sexta, o profissional<br />

fica no escritório “sendo” diretor<br />

e gerente. De terça a quinta, ele<br />

vai para a rua ser supervisor. E,<br />

ao final do mês, passa dois dias<br />

analisando a estratégia – como<br />

um diretor. Parece simplista e exige<br />

muita disciplina, mas é a melhor<br />

maneira de conseguir equilibrar<br />

as várias funções.<br />

Você é líder e está sofrendo<br />

com algumas das armadilhas que<br />

apontei no artigo? Escreva para<br />

mim e conte sua história!<br />

“Nessa situação,<br />

que muitas<br />

empresas estão<br />

vivendo agora, o<br />

líder comercial<br />

precisa se<br />

reposicionar. Ele<br />

deixa de ser o que<br />

apenas organiza e<br />

passa a ser o que<br />

faz acontecer”.<br />

Marcelo Caetano é sócio-<br />

-diretor da consultoria<br />

Soluções <strong>VendaMais</strong> e autor<br />

dos livros Vendedor fiel,<br />

cliente fiel e Chega de desconto!<br />

E-mail: caetano@venda<br />

mais.com.br<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 35


Opinião / Da Redação<br />

12 comentários<br />

inspiradores para<br />

você vender mais<br />

em 2016<br />

Quase 200 pessoas participaram da pesquisa<br />

que fizemos para nos ajudar a planejar a matéria de<br />

capa desta edição. Uma das perguntas que elas responderam<br />

foi referente ao que elas têm feito, em<br />

vendas, para serem mais criativas e quais resultados<br />

essas ações têm trazido.<br />

Os comentários que recebemos nos deixaram muito felizes,<br />

pois mostram que há muita gente Brasil afora que prefere arregaçar<br />

as mangas, pensar fora da caixa e fazer acontecer, ao invés de reclamar<br />

da crise.<br />

Compilamos algumas das respostas mais interessantes a seguir.<br />

Infelizmente não couberam todas aqui, mas a lista completa está em<br />

nosso portal (http://bit.ly/opiniao-vm-jan). Inspire-se e venda mais!<br />

Como LIDAR COM CLIENTES<br />

INATIVOS<br />

A cada seis meses, nós revisamos<br />

todos os clientes da carteira, vemos<br />

quem gastou mais e, depois, os<br />

visitamos, levando sempre um<br />

brinde – nem que seja apenas um<br />

bloco de rascunho. Em 70% dos<br />

casos, os clientes voltam<br />

a comprar.<br />

Luciano Muller<br />

PROSPECção DE CLIENTES<br />

Uma regra em nossa empresa é<br />

prospectar diariamente.<br />

Não tem o que fazer? Vá prospectar!<br />

Chegou na empresa? Vá prospectar!<br />

Acabou o plantão? Vá prospectar!<br />

Tem feriado? Vá prospectar!<br />

Prospectou? Vá prospectar!<br />

Sim, prospecção, prospecção, prospecção,<br />

mas ainda assim dá tempo<br />

36<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


de atender bem os clientes!<br />

Só tem tempo quem não tem tempo!<br />

Estamos melhorando gradativamente os<br />

números de nossas vendas dessa forma.<br />

Pós-VENDA<br />

Leonir Welter Caetano<br />

Todos da equipe concordaram que nosso pós-venda<br />

deveria ser algo perene e surpreendente, aquilo que<br />

o cliente não espera. Ou seja, um passo a mais. Então,<br />

criamos o kit pós-venda, que consiste em brindes não<br />

apenas ligados ao produto que ele comprou, mas também<br />

em mimos para a família (bolas de futebol, ingressos<br />

para o cinema, vouchers para almoço, etc.). O<br />

resultado é muito legal. Vem em forma de indicação.<br />

É impressionante esse compromisso moral que o<br />

cliente sente em retribuir nossa gentileza<br />

indicando outros possíveis compradores.<br />

Isaías Carvalho<br />

PROSPECção/pós-VENDA<br />

Trabalho bem com todas as redes sociais, acompanhando<br />

os projetos dos meus clientes e concorrentes.<br />

Envio e-mails marketing com lançamentos, promoções,<br />

tendências e trocas de showroom – o que sempre acaba<br />

gerando novas ligações à procura de algum dos<br />

itens enviados. Sou muito proativa, leio várias revistas,<br />

inclusive a <strong>VendaMais</strong>. Utilizo várias<br />

matérias com a equipe comercial.<br />

Suzi Boleta<br />

GESTão DA CARTEIRA DE CLIENTES<br />

Percebo que a maioria dos clientes não possui controle<br />

da gestão da carteira. Ter esse controle, visualizando<br />

o que há de fato, entre ativos, inativos e<br />

ex-clientes, já é um grande salto para bons resultados.<br />

Então, em primeiro lugar, faço uma gestão efetiva<br />

da carteira de clientes. Depois, penso em campanhas<br />

efetivas de ativação de clientes. O fato é que alguns<br />

clientes reclamam que não estão sendo atendidos,<br />

estão esquecidos, então a simples ação de aumentar<br />

a quantidade de contatos com eles resulta<br />

em vendas. Simples assim.<br />

Marcio Torres<br />

Ao invés de buscar dez clientes<br />

de R$ 1 milhão, busco um de<br />

R$10 milhões. Dessa forma, consigo<br />

dar mais atenção a ele, que<br />

paga mais para ter um atendimento<br />

de qualidade e soluções<br />

para problemas reais<br />

de sua empresa.<br />

Juliane Fenner<br />

Tenho usado um trabalho<br />

mais agressivo, ideal para o<br />

momento de crise que estamos<br />

vivendo: o porta a porta. Em<br />

minhas visitas, sempre carrego<br />

uma ficha de visita simples,<br />

porém eficiente, para registrar<br />

todas as visitas realizadas, criar<br />

uma carteira de retornos e levantar<br />

indicações.<br />

FIDELIzação<br />

Jesy Kennedy de Paula<br />

Santos<br />

Nós resumimos todas as nossas<br />

ações em busca da fidelização de<br />

clientes em uma palavra:<br />

QUALIDADE!<br />

QUALIDADE de pessoas.<br />

QUALIDADE do produto.<br />

QUALIDADE dos<br />

processos.<br />

Dionas Cavalheiro<br />

PROSPECção DE CLIENTES<br />

Prospectamos clientes enviando<br />

nossa força de campo (assessores<br />

comerciais) para regiões<br />

novas e novos mercados.<br />

Resultado: incremento de 10%<br />

na carteira de clientes e de<br />

25% no volume de<br />

vendas!<br />

Maurício Romão Sanches<br />

VENDA DE MIx<br />

Faço o acompanhamento sistêmico<br />

de cada cliente da minha carteira,<br />

avaliando o mix, o giro de<br />

cada item, o crescimento financeiro,<br />

a participação no negócio e<br />

fazendo um comparativo com a<br />

concorrência. Depois, uso esses<br />

dados para vender<br />

mais.<br />

André Luiz Cardozo<br />

Em algumas visitas, tenho identificado<br />

que os clientes não vêm o<br />

produto que estou oferecendo como<br />

prioridade, principalmente em<br />

tempos de recessão, mas é comum<br />

que relacionem outros produtos e<br />

serviços de que estejam precisando<br />

e que se tornaram mais prioritários.<br />

As ações têm sido realizadas<br />

com o objetivo de definir de que<br />

forma eu poderia atendê-los, buscando<br />

parcerias com fabricantes<br />

e fornecedores de outros tipos de<br />

produtos, o que o cliente enxerga<br />

como investimento, principalmente<br />

porque consegue visualizar seu<br />

retorno em curto e médio<br />

prazos.<br />

Sérgio Possidônio<br />

PROSPECção DE CLIENTES/<br />

DIFERENCIAção<br />

Estamos fazendo ações com abordagem<br />

via WhatsApp com os devidos<br />

cuidados e um script bem<br />

minucioso. As primeiras reuniões<br />

vêm dando sinais de que, se trabalhado<br />

em grande escala, com a<br />

devida dedicação, esse app se mostra<br />

mais uma ferramenta interessante<br />

de captação de clientes e de<br />

diferenciação.<br />

Humberto Thompson<br />

de Oliveira<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 37


38<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


CAPA<br />

Organizado por<br />

Raul Candeloro<br />

MaRCelo Caetano<br />

O <strong>quebra</strong>-cabeça<br />

do sucesso em<br />

vendas em 2016<br />

Saiba quais são as peças que você precisa<br />

encaixar este ano para vender mais e<br />

melhor e descubra como explorar ao<br />

máximo o potencial de cada uma<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 39


O ano passado não FOI fáCIL PARA QUEM<br />

trabalha em vendas. A crise econômica prejudicou<br />

os resultados financeiros e, também, a motivação<br />

das equipes comerciais Brasil afora. Além disso,<br />

como se 12 meses ruins não fossem suficientes,<br />

enquanto ainda vivíamos as turbulências de 2015,<br />

as perspectivas de mais um ano negativo começaram<br />

a ser apresentadas...<br />

Em meio a esse cenário vermelho, nos últimos<br />

meses conversamos com mais de 150 profissionais<br />

de vendas (entre vendedores, gerentes, diretores<br />

comerciais e sócios/proprietários de empresas) de<br />

diferentes segmentos para entender quais eram<br />

suas principais angústias em relação ao ano que<br />

está começando. O que descobrimos foi que há seis<br />

grandes temas que tiram o sono das equipes comerciais<br />

atualmente. São eles:<br />

Prospecção de clientes<br />

Pós-venda<br />

Recuperação de clientes inativos<br />

Diferenciação<br />

Como vender mais para os atuais clientes<br />

Venda de mix<br />

Como no ano passado dedicamos duas edições<br />

da <strong>VendaMais</strong> a dois desses temas (prospecção,<br />

em maio; e pós-venda, em novembro*), decidimos<br />

focar esta reportagem nos outros quatro: recuperação<br />

de clientes inativos, diferenciação, como<br />

vender mais para os atuais clientes e venda de mix.<br />

Raul Candeloro e Marcelo Caetano, especialistas<br />

em vendas, diretores da <strong>VendaMais</strong> e sócios da Soluções<br />

<strong>VendaMais</strong> (empresa de consultoria e treinamento),<br />

utilizaram todo seu conhecimento e sua<br />

experiência para reunir, nas páginas a seguir, as<br />

melhores dicas para você explorar ao máximo o potencial<br />

de cada uma dessas peças do <strong>quebra</strong>-cabeça<br />

das vendas para conquistar excelentes resultados<br />

este ano. Acompanhe, aprenda e coloque em prática<br />

essas lições. Você vai ver como fará a diferença!<br />

*Quer ler as reportagens especiais que escrevemos<br />

sobre prospecção e pós-venda em 2015? Acesse http://<br />

wp.me/p6tpA0-8Pm e confira!<br />

RECUPERAÇÃO<br />

DE INATIVOS<br />

10 passos para um modelo kaizen de recuperação de<br />

clientes inativos<br />

Existe um texto antigo do Russel Conwell, pastor<br />

batista norte-americano, chamado Acres de diamantes<br />

que ilustra muito bem a questão de reativar<br />

clientes inativos.<br />

O texto conta a história de uma pessoa que<br />

abandona a casa e o terreno onde mora e sai pelo<br />

mundo buscando riqueza. Muitos anos depois,<br />

quando volta, descobre que o terreno onde morava<br />

antes tinha uma mina de diamantes (e que as pessoas<br />

que compraram a casa agora são milionárias).<br />

A moral da história é uma analogia perfeita<br />

para a recuperação de clientes inativos: você tem,<br />

dentro de casa, uma mina potencial que provavelmente<br />

não está sendo reconhecida e aproveitada<br />

em todo seu potencial.<br />

Se fôssemos trabalhar com uma empresa ajudando-a<br />

a organizar o trabalho de recuperação de<br />

inativos, este seria o passo-a-passo que recomendaríamos:<br />

1. Defina, antes de mais nada, o que é um cliente<br />

INATIvo.<br />

História do Raul:<br />

Certa vez, estava trabalhando com uma empresa<br />

do agronegócio em um workshop. Foram criadas<br />

seis mesas de trabalho, cada uma com cinco pessoas.<br />

Quando perguntados sobre como definiam<br />

clientes inativos, os grupos de quatro mesas responderam:<br />

“Consideramos inativos clientes que não<br />

compraram nada nos últimos três meses”. Um grupo<br />

respondeu: “Clientes que não compraram nada<br />

40<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


nos últimos seis meses.” E o último respondeu:<br />

“Clientes inativos são aqueles que não entraram<br />

em contato conosco por um ano.”<br />

Note a diferença. Primeiro, nos períodos de<br />

tempo usados. Segundo, na definição de como<br />

aconteceria a inatividade (afinal, é a falta de compra<br />

que define a inatividade ou é a falta de contato?).<br />

A última equipe, inclusive, levou uma bronca<br />

do diretor porque 12 meses sem contato é cliente<br />

abandonado, não inativo. Mais tarde, o próprio<br />

diretor concordou que se isso estava acontecendo<br />

era porque a supervisão não estava sendo feita<br />

corretamente, não existia processo, não era considerado<br />

prioridade, não existiam indicadores, etc.<br />

Para pensar:<br />

Todo o trabalho de recuperação de inativos começa<br />

com a definição do que é um cliente inativo.<br />

Geralmente, é um período “x” de tempo com inatividade<br />

de compra – esse é o padrão mais comum e<br />

o mais fácil de acompanhar. E aí você pode perguntar:<br />

“Mas qual deve ser esse tempo de inatividade,<br />

para usar como referência?”<br />

A resposta é: depende. Depende do ciclo de compras<br />

da sua empresa, pois cada ramo/setor tem um<br />

ciclo diferente, mas é fácil de calcular: é só fazer uma<br />

média. Inclusive, você pode fazer médias segmentadas<br />

por perfil de compra (curva ABC, por exemplo).<br />

Mas a decisão precisa ser corporativa, ou seja,<br />

da empresa. Não é algo que pode ser terceirizado<br />

para a equipe de vendas ou o que vai acontecer é a<br />

falta de padrão típica dessa forma de pensar. Cada<br />

vendedor trata sua carteira de uma forma diferente<br />

(alguns de maneira mais eficiente; outros, nem<br />

tanto) e a empresa como um todo não tem uma<br />

mesma forma de pensar/atender clientes.<br />

2. Segmente seus clientes inativos por volume de<br />

compras.<br />

A mesma ação sugerida anteriormente – sobre definição<br />

do que é um cliente inativo – também deve<br />

ser feita com a curva ABC de clientes. Com base no<br />

volume de compras (valor financeiro ou unidades,<br />

dependendo do mercado/setor), estabeleça o que é<br />

um cliente A, um cliente B e um cliente C. É preciso<br />

ter uma definição clara sobre isso. Se não, o que<br />

acontece é que cada vendedor vai definir o que lhe<br />

convém ou lhe parece mais lógico, sendo que só a<br />

empresa como um todo tem a visão do conjunto de<br />

RAUL CANDELORO<br />

clientes e, por isso, tem muito mais condições de<br />

definir o que é grande, médio e pequeno e padrões<br />

e procedimentos específicos para cada um – caso<br />

necessário e/ou conveniente.<br />

3. Segmente seus clientes por informações disponíveis<br />

de contato (caso necessário).<br />

A terceira segmentação importante na reativação de<br />

clientes é a de quais clientes têm as informações necessárias<br />

para contato no cadastro/banco de dados.<br />

Ou seja: é possível falar com esse cliente inativo?<br />

Se sim, como, exatamente, é possível fazer isso<br />

– por e-mail, telefone, por meio de uma visita? Isso<br />

vai influenciar fortemente as opções disponíveis,<br />

como veremos daqui a pouco no item 7 desta lista.<br />

Resumindo essa parte inicial do processo de<br />

reativação, estas três informações são cruciais<br />

quando formos planejar a etapa de atividades de<br />

contato para reativação:<br />

Tempo de inatividade.<br />

Volume de compras.<br />

Dados de contato.<br />

4. Crie um gatilho automático pré-inatividade.<br />

Marcelo Caetano defende fortemente esse conceito.<br />

Para ele, o vendedor deve receber um alerta de pré-<br />

-inatividade.<br />

Por exemplo, vamos dizer que a sua empresa<br />

definiu que um período de noventa dias sem com-<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 41


pra é considerado inatividade. Com 75 dias, o vendedor<br />

que atende essa pessoa ou empresa deveria<br />

ser alertado de que o cliente está no período de<br />

pré-inatividade. Assim, ele teria a oportunidade de<br />

já se programar e tomar uma atitude – passando,<br />

inclusive, a ser monitorado por isso. Exemplos:<br />

Quantos clientes desse vendedor estão entrando<br />

em fase de pré-inatividade?<br />

Esses números estão acima da média do resto<br />

do grupo? Se sim, por quê?<br />

Qual é o percentual de clientes ativos na carteira<br />

do vendedor?<br />

O gatilho automático pré-inatividade funciona<br />

muito bem, mas, apesar de parecer meio óbvio, poucas<br />

empresas o utilizam, por isso é necessário reforçar<br />

o conceito. Não adianta muito falar de conceitos<br />

mais profundos se nem o óbvio está sendo feito.<br />

Note que não é bem uma recuperação de inativos<br />

– pelo contrário, estamos justamente tentando<br />

evitar que o cliente se torne inativo. Mas de nada<br />

adianta criar um belíssimo plano de recuperação<br />

de clientes se você não for inteligente, estratégico<br />

e organizado para agir antecipadamente e evitar<br />

ao máximo que isso ocorra.<br />

Caso o vendedor não consiga fechar uma venda<br />

com esse cliente pré-inativo, o cliente entra na lista<br />

de inativos e, aí, deve ser trabalhado pela própria<br />

empresa.<br />

Para quem tem vendedores terceirizados, vale<br />

exatamente a mesma lógica – o que significa, muitas<br />

vezes, uma necessidade urgente e muito importante<br />

não só de repensar o relacionamento com a<br />

equipe comercial terceirizada, mas também de<br />

assumir uma responsabilidade maior e uma função<br />

diferente na relação com clientes.<br />

Opinião do Raul:<br />

“Em nossas consultorias, vemos muitos casos em<br />

que a empresa que vende fica refém do relacionamento<br />

comercial com os clientes compradores,<br />

separada pela etapa intermediária da equipe terceirizada.<br />

Por estar distante, não consegue atuar<br />

de maneira proativa quando necessário, e isso é um<br />

erro estratégico, que felizmente pode ser facilmente<br />

resolvido com a decisão de criar uma célula ou<br />

um núcleo interno de acompanhamento e suporte<br />

aos vendedores terceirizados, mas também – e<br />

principalmente – com os clientes”, sinaliza.<br />

5. Segmente a carteira de inativos em prIORIDADES.<br />

Muita gente, uma vez definida a inatividade, passa<br />

imediatamente a pensar em um plano de ação sobre<br />

o que fazer para recuperar os clientes que estão<br />

naquela lista, geralmente envolvendo ferramentas/<br />

meios de comunicação, sobre os quais falaremos<br />

daqui a pouco.<br />

Mas, de forma geral, sair correndo sem saber<br />

exatamente para onde está indo raramente leva ao<br />

sucesso.<br />

Clientes ficam inativos por uma série de fatores.<br />

E nem todos eles positivos. Alguns clientes inativos,<br />

por exemplo, você nem quer reativar. É o caso dos<br />

inadimplentes ou desonestos, dos que demandam<br />

muito mais atenção do que o justificado pelo seu<br />

volume de compras, dos “complicadinhos” ou negativos,<br />

dos que morreram, <strong>quebra</strong>ram ou fecharam...<br />

Enfim, a lista é grande. Então, o que se recomenda<br />

é que, antes de agir, você faça uma segmentação da<br />

carteira de inativos. Uma das segmentações mais<br />

indicadas (inclusive pelos especialistas da Venda-<br />

Mais) é a que faz um cruzamento de dois fatores:<br />

a) Volume de vendas (uma curva ABC de inativos,<br />

basicamente).<br />

b) Motivos de inadimplência.<br />

Assim, você consegue fazer, via cruzamento,<br />

um levantamento que vai ajudar muito nas próximas<br />

etapas do planejamento da recuperação de<br />

inativos.<br />

Por exemplo, você pode descobrir clientes com<br />

alto volume de compra e que estão ficando inativos<br />

por algum motivo específico, pode descobrir que a<br />

maior parte dos inativos tem uma característica<br />

em comum, que a maior parte dos inativos está<br />

sendo atendida/trabalhada de uma forma comum<br />

e assim por diante. O fato é que são muitas as informações<br />

interessantes que surgem quando você<br />

segmenta sua carteira de inativos e começa a analisar<br />

seu perfil e os motivos da inatividade.<br />

6. Estabeleça metas de reativação.<br />

Um dos grandes benefícios do passo anterior é<br />

justamente que essa segmentação abre a possibilidade<br />

de você trabalhar com metas de reativação<br />

e faturamento, pois começa a ficar claro o potencial<br />

a ser trabalhado, quem “atacar”, como chegar<br />

nesses clientes, etc. Pensando nisso, é preciso<br />

definir:<br />

42<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Dentro da carteira segmentada de inativos, quais<br />

são as prioridades de reativação?<br />

Quantos clientes temos nessa situação de prioridade?<br />

Quantos deles conseguimos reativar? (Muitas<br />

vezes, esse é um exercício de estimativa)<br />

Quanto esses clientes reativados podem nos<br />

trazer de faturamento?<br />

Dessa forma, você terminará com uma meta<br />

ESMART de reativação de clientes. Ela é específica,<br />

mensurável, alcançável, relevante/realista e tem<br />

um tempo para ser atingida. Exemplo: vamos recuperar<br />

18 clientes inativos até o fim do mês, com<br />

um faturamento previsto de R$ 250 mil.<br />

7. Defina canais ou ferramentas de comunicação.<br />

Depois de definir quem deve se contatado e o que<br />

se espera desses contatos em termos de faturamento<br />

e reativação, é possível finalmente criar um<br />

plano de ação, que começa levando em consideração<br />

a lista de potenciais ferramentas de contato. Exemplos:<br />

E-mail<br />

Telefone<br />

Visita pessoal<br />

Correios (carta, mala direta, catálogo)<br />

Mídias sociais (LinkedIn, Facebook, WhatsApp,<br />

etc.)<br />

Essas ferramentas dependem, como já vimos<br />

antes, das informações que temos disponíveis sobre<br />

o cliente. Quanto mais informações, mais opções<br />

você tem e vice-versa. (Inclusive, uma recomendação<br />

importante aqui seria de aproveitar o trabalho<br />

de reativação para já conseguir mais informações<br />

de contato com todos os clientes sendo reativados.<br />

Por exemplo, se você não tem o e-mail ou telefone<br />

de todo mundo, então aproveite para tentar complementar<br />

essas informações.)<br />

Perceba que esses dados são fundamentais para<br />

que o processo de reativação aconteça. Se a sua<br />

empresa não os tem, basicamente está com as mãos<br />

amarradas em termos de reativação, por dois grandes<br />

motivos:<br />

a) Ela não consegue saber se o cliente ficou realmente<br />

inativo ou não (surpreendentemente,<br />

isso acontece com uma frequência imensa – a<br />

empresa nem sabe que o cliente inativou).<br />

b) Ela não consegue agir de maneira eficaz, mesmo<br />

sabendo que o cliente inativou.<br />

8. Plano de ação.<br />

Agora, sim, chegamos ao ponto central da questão<br />

da reativação, que é o cronograma de atividades.<br />

Mas note que para, chegar até aqui, foi preciso<br />

deixar tudo preparado e organizado. Não é um<br />

trabalho “burrinho”, de só fazer força. Isso qualquer<br />

um consegue fazer – e é por isso que é o que a maior<br />

parte faz.<br />

Se você quer realmente potencializar seus resultados,<br />

então vale a pena passar um bom tempo<br />

planejando o que vai fazer. De novo: só sair correndo,<br />

sem saber para onde ir, raramente leva ao<br />

sucesso.<br />

O segredo, aqui, é criar uma sequência de ações<br />

de reativação. Pense em “campanha de reativação”,<br />

ou seja, uma sequência de contatos.<br />

Notamos que, às vezes, as empresas criam apenas<br />

uma campanha de “recontato”. O vendedor<br />

recebe uma listagem para trabalhar, seja por e-mail,<br />

telefone ou pessoalmente, e fica responsável por<br />

recontatar os nomes da lista. Esses recontatos se<br />

transformam em “sim” (compra e volta a ficar ativo)<br />

ou “não” (permanece inativo e corre o risco de se<br />

tornar ex-cliente).<br />

Embora seja melhor do que não fazer nada, esse<br />

tipo de ação tem resultados muito baixos se<br />

comparado com ações programadas e planejadas<br />

que incluam uma série de contatos.<br />

Por exemplo:<br />

1.º contato, 15 dias (pré-inatividade): Telefonema<br />

2.º contato, 1.º dia de inatividade: E-mail promocional<br />

3.º contato, 8.º dia de inatividade: Telefonema<br />

de pesquisa pós-venda<br />

4.º contato, 30.º dia de inatividade: Mala direta<br />

promocional<br />

5.º contato, 45.º dia de inatividade: E-mail promocional<br />

2<br />

E assim por diante.<br />

Dessa forma, você cria um fluxograma de<br />

ações programadas que é muito fácil de implantar<br />

e colocar em prática. Isso ajuda no planejamento,<br />

no monitoramento de atividades, no acompanhamento<br />

de resultados, nas previsões de faturamento,<br />

etc.<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 43


9. Crie campanhas de reativação, incluindo scripts/<br />

roteiros de reativação e materiais de apoio.<br />

Por acreditar que esta seja a parte mais fácil do<br />

processo (e também a que mais precisa de personalização<br />

– afinal, scripts que servem para todo mundo<br />

não servem para ninguém), não daremos muita<br />

ênfase ao processo criativo de criar e-mails, malas<br />

diretas e scripts de telefone para o processo de reativação.<br />

O que recomendamos é que a equipe se<br />

reúna e que todos, juntos, criem essas sequências<br />

de contatos.<br />

Uma recomendação, porém: além de reativar o<br />

cliente (ou seja, efetivar uma compra), você também<br />

quer reaquecer o relacionamento. Perguntas funcionam<br />

muito bem nesse sentido, então pense sempre<br />

em “conversa” e não em “venda”. Faça com que<br />

o cliente responda e queira conversar com você,<br />

mesmo que ainda não esteja preparado para comprar.<br />

Isso está sempre implícito em tudo que defendemos<br />

aqui na <strong>VendaMais</strong> – posicione-se como consultor,<br />

como especialista, alguém que agrega valor<br />

e o cliente SEMPRE vai querer conversar com você.<br />

Resumindo essa parte criativa do processo de reativação:<br />

Lembre que é uma sequência de contatos, não<br />

apenas um contato.<br />

Utilize da melhor forma todos os meios de contato<br />

disponíveis.<br />

Você tem dois grandes objetivos: reativar (compra)<br />

e reaquecer (relacionamento).<br />

10. Acompanhamento, revisão e melhoria.<br />

Uma planilha de acompanhamento de reativação<br />

seria mais ou menos assim:<br />

Pré-inatividade: 100 nomes<br />

“Contato 1” reativação: 90 nomes<br />

Resultados:<br />

Clientes reativados: 5<br />

Faturamento: R$ 5 mil<br />

“Contato 2” reativação: 85 nomes<br />

Clientes reativados: 5<br />

Faturamento: R$ 5 mil<br />

E assim por diante.<br />

Uma vez a cada três ou seis meses é recomendado<br />

sentar e revisar todo o processo para entender<br />

quais ações trazem mais resultados, quais são os<br />

feedbacks dos clientes e da própria equipe, quais<br />

novas ações podem ser implantadas, o que deixar<br />

de fazer, etc.<br />

Quem gosta e usa o ciclo PDCA (plan, do, check,<br />

act – planejar, executar, checar e agir) sabe que<br />

esta é uma das fases mais importantes do ciclo.<br />

Assim, você cria um modelo kaizen de reativação<br />

de clientes e passa a ter padrões, processos e procedimentos<br />

claros para lidar de maneira eficiente<br />

e estratégica com essa verdadeira mina de diamantes.<br />

44<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


“Ganhar participação no cliente<br />

é uma ciência que exige muito<br />

planejamento. Para isso,<br />

em primeiro lugar, é preciso<br />

saber qual sua fatia atual no<br />

cliente. Uma conversa mais<br />

estratégica com ele é a chave<br />

para obter essa informação e, de<br />

<strong>quebra</strong>, descobrir quais são as<br />

perspectivas de crescimento que<br />

ele tem para o ano.”<br />

DIFERENCIAÇÃO<br />

16 perguntas inteligentes para estimular a inovação e a<br />

diferenciação na sua empresa<br />

Nos anos 1980, Michael Porter fez um dos trabalhos<br />

que mais impactaram o estudo da gestão de<br />

empresas no mundo inteiro. Em dois livros pesados,<br />

complicados de ler, mas cheios de informações extremamente<br />

úteis (Estratégia competitiva e Vantagem<br />

competitiva), ele apresentou uma série de decisões<br />

que as empresas precisavam tomar para estabelecer<br />

uma estratégia competitiva que criasse uma vantagem<br />

competitiva (daí o nome dos livros).<br />

Como temos defendido aqui na <strong>VendaMais</strong>,<br />

crises obrigam pessoas físicas e jurídicas a (re)<br />

priorizar suas prioridades. E uma das prioridades<br />

de qualquer empresa hoje deveria ser buscar uma<br />

estratégia para criar uma vantagem competitiva.<br />

De maneira simplificada, isso passa por dois<br />

grandes caminhos – o caminho que você escolher<br />

vai definir uma boa parte de tudo que você terá<br />

para fazer em 2016:<br />

Caminho 1: Preço baixo (agressividade na<br />

precificação) ou fornecedor de custo mais baixo<br />

(custo total durante um período de tempo).<br />

Caminho 2: Diferenciação (agregar valor de<br />

alguma forma).<br />

No meio desses dois caminhos encontramos um<br />

lugar triste, complicado e deficitário chamado<br />

“mata-burro” – definição criada por Raul Candeloro<br />

para explicar aos empresários o perigo de<br />

tentar ser diferente, agregar valor e aí brigar por<br />

preço com margem baixa.<br />

Em seus workshops, Candeloro usa uma planilha<br />

simples, mas que demonstra isso muito bem. É uma<br />

planilha em que fica claro que a maior parte das<br />

pessoas não consegue calcular quanto precisa vender<br />

para compensar a perda de faturamento e,<br />

principalmente, de lucratividade quando começa a<br />

trabalhar com descontos. Detalhe importante: no<br />

momento em que Candeloro apresenta a planilha,<br />

sempre aparecem os céticos que já começam a berrar<br />

(mentalmente ou de verdade): “Sem desconto<br />

não se vende!”<br />

Além disso, um dos módulos do GEC, o curso<br />

on-line de Gestão de Equipes Comerciais, de Raul<br />

Candeloro, é justamente sobre LUCRATIVIDADE.<br />

Nesse módulo, todos os alunos são desafiados a criar<br />

uma campanha em que os vendedores da equipe<br />

sejam premiados se conseguirem fazer dez vendas<br />

sem desconto.<br />

Os depoimentos que Candeloro recebe são sempre<br />

muito parecidos: no começo, é caos e revolta<br />

total. “Impossível”, “Vamos <strong>quebra</strong>r”, “Ninguém vai<br />

comprar nada”, etc.<br />

Passado o choque inicial (cujo “prazo” vai muito<br />

da inteligência emocional do líder e de quanta<br />

influência positiva ele tem sobre sua equipe), os<br />

vendedores passam lentamente a tentar se livrar<br />

da bengala mental do desconto e lutar para vencer<br />

o desafio.<br />

Mais ou menos como um viciado tentando se<br />

abster, os resultados no início são mistos: uns conseguem;<br />

outros, não; uns ficam motivados com os<br />

novos desafios; outros, não.<br />

No final da campanha, ao entrevistar os vendedores<br />

que conseguiram atingir (ou superar) a<br />

meta, Candeloro sempre se surpreende com os<br />

depoimentos. “O que eles contam é fantástico e só<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 45


eforça tudo que estamos defendendo aqui. Recebo<br />

comentários como: ‘Tive que melhorar MUITO a<br />

minha criatividade e argumentação. Na verdade,<br />

descobri que eu não vendia de verdade – agora, sim.<br />

posso dizer que estou vendendo.’ Olha só que interessante<br />

um depoimento como esse... Pare para<br />

pensar nas implicações profundas dessa frase (incluindo<br />

o papel da liderança nesse processo). O mais<br />

interessante de tudo é notar que, mesmo com os<br />

colegas do lado tendo sucesso e conseguindo fazer<br />

as vendas sem desconto, ainda tem gente negativa<br />

na equipe jurando, com os dois pés juntos, que é<br />

IMPOSSÍVEL vender sem desconto, que não dá, que<br />

no seu caso é diferente”, relata.<br />

A saída, então, é buscar formas de entender<br />

melhor para atender melhor. E de entender mais<br />

para cobrar mais. Imprima e coloque num quadro,<br />

para nunca se esquecer:<br />

Quem entende melhor o cliente (e as necessidades<br />

dele) atende melhor.<br />

Quem entende melhor cobra mais.<br />

A melhor forma de entender melhor seu cliente<br />

e as necessidades dele é fazendo perguntas, tanto<br />

para clientes (pós-venda, por exemplo, que é uma<br />

ferramenta fantástica, mas pouco usada da maneira<br />

correta) quanto internamente, com diretores,<br />

lideranças e a própria equipe.<br />

São perguntas que podem ser trabalhadas em<br />

grupo de maneira muito prática, abrindo discussões<br />

e debates intensos, mas extremamente necessários<br />

e produtivos. Mesmo que você decida que não é<br />

através da diferenciação que sua empresa vai ter<br />

sucesso e, sim, com preços baixos/agressivos, o<br />

processo também é superválido. As perguntas são<br />

estas:<br />

1) Quais são as características de uma empresa<br />

concorrente que nos tornariam obsoletos e nos tirariam<br />

do mercado? Como podemos nos tornar<br />

essa empresa imbatível?<br />

2) O que nós oferecemos de diferenciais hoje que<br />

agregam valor de verdade aos nossos clientes – ou<br />

seja, são importantes de verdade para ele? Isso está<br />

sendo comunicado corretamente? Está sendo<br />

percebido pelo cliente? Se não, quais opções temos?<br />

3) Esta é de Peter Drucker: com tudo que você<br />

sabe hoje sobre seu mercado, se você fosse abrir<br />

uma empresa nova no seu ramo/setor/segmento:<br />

a) Você abriria a empresa de novo?<br />

b) O que faria diferente?<br />

4) Outra ótima de Peter Drucker, muito utilizada<br />

pelo Jim Collins: o que precisamos PARAR de fazer?<br />

5) De onde realmente vem o nosso lucro? Isso é<br />

sadio e sustentável?<br />

6) Qual seria uma pequena mudança que poderíamos<br />

fazer que traria o máximo de resultados?<br />

Essa pergunta fica ainda mais poderosa se direcionada<br />

na definição de “resultados”: lucro, participação<br />

de mercado, bloquear a concorrência, atender<br />

melhor os clientes, diminuir inadimplência, etc.<br />

7) Quais têm sido os maiores bloqueios internos<br />

para que sejamos uma empresa realmente competitiva?<br />

8) Uma do Gary Hamel: estamos nos adaptando<br />

ao mundo externo com a mesma velocidade com<br />

que ele está mudando?<br />

9) Quem usa nossos produtos ou serviços de forma<br />

ideal ou diferente? O que esses clientes têm em<br />

comum e como podemos ajudá-los e também encontrar<br />

outros clientes como eles?<br />

10) Qual a probabilidade de nossos clientes nos<br />

indicarem a um amigo ou colega? (Quem é estudioso<br />

de gestão vai reconhecer aqui a “questão definitiva”<br />

do Fred Reichheld.)<br />

11) Quando os clientes pensarem na nossa empresa,<br />

qual palavra ou frase queremos que pensem?<br />

Isso está acontecendo hoje?<br />

12) No que realmente acreditamos? E no que NÃO<br />

acreditamos? Somos contra o quê, exatamente?<br />

13) Analisamos essa decisão por diversos ângulos?<br />

Permitimos que visões diferentes e opiniões contrárias<br />

fossem avaliadas?<br />

14) De Jim Collins: temos as pessoas certas no ônibus?<br />

15) De Nassim Taleb, do livro Cisne negro: o que<br />

pode dar errado? Caso esses erros ocorram, quais<br />

acontecimentos inesperados, internos ou externos,<br />

podem colocar em perigo tudo que estamos fazendo?<br />

46<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


16) Com os indicadores quantitativos que temos,<br />

conseguimos fazer melhorias qualitativas?<br />

Com essas 16 perguntas você tem um processo<br />

de brainstorming muito mais claro e direcionado,<br />

criando não apenas iniciativas isoladas de inovação,<br />

mas, sim, um movimento permanente de melhoria<br />

contínua (kaizen!).<br />

Pergunta rápida: se você fosse incluir uma outra<br />

pergunta nessa lista, algo que você e/ou sua empresa<br />

acham que é fundamental no processo de inovação<br />

e melhoria, qual seria sua pergunta? Compartilhe<br />

com a gente pelo leitor@vendamais.com.br.<br />

COMO VENDER MAIS<br />

PARA OS ATUAIS CLIENTES<br />

E VENDA DE MIX<br />

3 formas de vender mais para os atuais clientes<br />

Basicamente, há três formas vender mais para<br />

os atuais clientes:<br />

1. Vendendo um volume maior dos itens já consumidos<br />

por eles.<br />

2. Vendendo produtos de maior valor agregado.<br />

3. Vendendo mais itens do mix, inserindo novos<br />

produtos nos pedidos.<br />

Porém, antes de definir qual será sua estratégia<br />

para ampliar a sua fatia em cada cliente da carteira,<br />

é preciso analisar o que está sendo feito no<br />

momento. Para isso, para início de conversa, é preciso<br />

responder a duas perguntas:<br />

Quem são os vendedores que mais vendem para<br />

cada cliente?<br />

Quem são os vendedores que atingem o ticket<br />

médio mais alto?<br />

“A melhor forma de<br />

entender melhor seu<br />

cliente e as necessidades<br />

dele é fazendo perguntas,<br />

tanto para clientes (pósvenda,<br />

por exemplo,<br />

que é uma ferramenta<br />

fantástica, mas pouco<br />

usada de maneira correta)<br />

quanto internamente, com<br />

diretores, lideranças e a<br />

própria equipe.”<br />

Depois de nomear os campeões de vendas, o<br />

segundo passo é entender por que determinados<br />

profissionais se destacam. Nesse momento, é preciso<br />

ir para a rua com eles. Observar, acompanhar<br />

de perto o trabalho desses vendedores de alta performance<br />

e entender o que os faz diferentes – porque,<br />

muitas vezes, quem se destaca naturalmente<br />

não sabe explicar como faz para se sobressair.<br />

A partir desse acompanhamento, será possível<br />

transformar o desempenho dos bons profissionais<br />

em um processo que deverá ser seguido por todos<br />

na empresa e, assim, aumentar o ticket médio de<br />

cada venda ficará muito mais fácil.<br />

Além das lições aprendidas com os vendedores<br />

que se destacam, o modelo que orientará o trabalho<br />

da sua equipe comercial no que diz respeito a vender<br />

mais para os atuais clientes precisa levar em<br />

consideração os seguintes fatos:<br />

a) Vende mais para cada cliente quem faz contatos<br />

com maior frequência.<br />

b) Vende mais para cada cliente quem tem uma<br />

carteira de clientes menor.<br />

Não que esses dois pontos façam com que o resultado<br />

de vendas por cliente aumente naturalmente<br />

(nada acontecerá se a equipe não estiver capacitada<br />

e focada para isso – nem mesmo se as visitas<br />

aos clientes forem diárias), mas eles são um bom<br />

ponto de partida. Depois disso, chega o momento<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 47


Cliente<br />

Santo Amaro Materiais<br />

de Construção<br />

Bom Tempo Materiais de<br />

Construção<br />

de definir qual será seu foco levando em consideração<br />

três possíveis estratégias:<br />

1. Vender maior volume dos itens já consumidos pelo<br />

cliente.<br />

Ganhar participação no cliente é uma ciência que<br />

exige muito planejamento. Para isso é preciso, em<br />

primeiro lugar, saber qual sua fatia atual no cliente.<br />

Uma conversa mais estratégica com ele é a chave<br />

para obter essa informação e, de <strong>quebra</strong>, descobrir<br />

quais são as perspectivas de crescimento que<br />

ele tem para o ano.<br />

Essas duas respostas, quando somadas, permitem<br />

um belo planejamento de vendas e de aumento<br />

de participação. A tabela abaixo – totalmente<br />

fictícia – ilustra essa ideia:<br />

Compra da sua<br />

empresa<br />

Compra total do<br />

segmento<br />

Participação<br />

Valor bruto<br />

R$ 500.000 R$ 3.000.000 17% R$ 2.500.000<br />

R$ 600.000 R$ 5.000.000 12% R$ 4.400.000<br />

Para entender melhor esse conceito, com base<br />

no exemplo acima, faça a seguinte análise: se a Bom<br />

Tempo planeja crescer 15% em 2016 no segmento,<br />

isso significa que o produto dela naturalmente<br />

crescerá para R$ 690 mil – isso sem ganhar nenhuma<br />

participação. Se a empresa quiser crescer em<br />

participação no cliente, esse número ficará ainda<br />

maior. Isso mostra como dois números (a participação<br />

no cliente e a meta de crescimento do cliente<br />

no ano) abrem uma porta muito interessante<br />

para planejar o crescimento.<br />

Em seguida, a Bom Tempo precisa identificar<br />

de quem terá que tirar participação para crescer.<br />

Para isso, deve estudar a concorrência e identificar<br />

as suas próprias fraquezas no cliente. A primeira<br />

tarefa pode ser delegada para os próprios vendedores,<br />

mas quem dará a resposta à segunda pergunta<br />

(“quais são as nossas fraquezas na sua empresa?”)<br />

será a equipe do cliente – sendo que, geralmente,<br />

dono e comprador costumam blindar bem essa<br />

informação, então o trabalho pode não ser dos mais<br />

fáceis.<br />

Via de regra, isso é algo que precisa ser feito<br />

cliente a cliente. Se a carteira da equipe for muito<br />

grande, o foco deve estar nos clientes A e B, por<br />

potencial de compra, mas não pode deixar de ser<br />

feito. É o primeiro passo para conseguir aumentar<br />

o volume de vendas do que os clientes já consomem.<br />

O resto é consequência do trabalho bem feito!<br />

2. Vender produtos de maior valor agregado.<br />

A segunda forma de vender mais para os atuais<br />

clientes é bastante técnica. Por isso, exige atenção<br />

e cuidado.<br />

Antes de mais nada, é preciso ter em mente que<br />

o produto de maior valor agregado normalmente<br />

deixa mais margem para a empresa que o vende,<br />

mas, em vários casos, o cliente não coloca margem<br />

maior sobre esses produtos. Seu papel, então, é<br />

demonstrar a possibilidade de ganho maior do<br />

cliente na venda de produtos de maior valor agregado,<br />

pois isso facilitará a inserção desses itens na<br />

venda. Ou seja, é necessário que o cliente entenda<br />

os benefícios que os produtos de maior valor agregado<br />

trazem para ele – seja porque geram maior<br />

produtividade ou porque ele pode ganhar mais<br />

dinheiro com eles. Mas, para isso, é preciso muito<br />

mais do que conversa – é preciso apresentar contas<br />

e planilhas.<br />

Nesse sentido, cabe a você, líder de vendas, garantir<br />

que seus vendedores saiam da empresa sempre<br />

preparados para mostrar, por “A + B”, que vale<br />

a pena, para os seus clientes, investir nesse tipo de<br />

produto.<br />

3. Vender mais itens do mix de produtos.<br />

A terceira maneira de vender mais para os atuais<br />

clientes é, também, a última preocupação apresentada<br />

pelos participantes da pesquisa que fizemos<br />

para entender o que mais aflige as equipes comerciais<br />

no momento: a venda de mix. Para Marcelo<br />

Caetano, para vender mais mix é preciso seguir<br />

seis passos (além do mapeamento de vendas, que<br />

deve ser feito anteriormente – quem são os vendedores<br />

que mais vendem, quanto vendem, etc.). São<br />

eles:<br />

a) Treinamento<br />

Sua equipe está preparada para vender mais mix?<br />

Essa é a primeira pergunta que você precisa se fazer<br />

antes de sair cobrando resultados em termos de<br />

vendas de mix de seus vendedores. E capacitá-los<br />

para isso é seu dever. Um modelo de treinamento<br />

de venda de mix que funciona, na visão de Caetano,<br />

é o aplicado por uma grande empresa farmacêutica...<br />

48<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Nessa empresa, toda sexta-feira, às 16h, todos os<br />

vendedores e propagandistas se reúnem para participar<br />

de um treinamento sobre os produtos que devem<br />

ser tratados com prioridade nas próximas semanas.<br />

Após o treinamento, todos fazem uma espécie de prova<br />

sobre esses produtos, para ver se estão preparados<br />

para vendê-los, e recebem metas de vendas de curto<br />

prazo.<br />

“Isso é treinar para vender mix”, analisa Caetano.<br />

Com base nisso, pare e pense: sua equipe<br />

está preparada para vender mais itens do seu mix<br />

de produtos/serviços?<br />

b) Campanha de incentivo específica para venda de mix<br />

Com a equipe capacitada, o passo seguinte é desenvolver<br />

campanhas de incentivo voltadas especificamente<br />

para isso. Por mais que campanhas<br />

genéricas tragam algum resultado, o que funciona<br />

mesmo é a campanha focada no objetivo principal<br />

– que, nesse caso, é ampliar o número de itens na<br />

conta final. Essa campanha fará seus vendedores<br />

começarem efetivamente a vender mais os itens<br />

que andavam parados. Assim, o vendedor que antes,<br />

por exemplo, vendia dez itens em média por cliente,<br />

passará a vender 12 – ou seja, um crescimento<br />

de 20% que vem com o mesmo custo.<br />

Nesse sentido, é importante também que a campanha<br />

seja direcionada. Ou seja, antes de mandar<br />

o vendedor para a rua já com as metas de vendas<br />

de mix, analise quais são os clientes da carteira que<br />

poderiam comprar mais itens e direcione o olhar<br />

do seu vendedor para aqueles que oferecem um<br />

verdadeiro potencial de crescimento. Além disso,<br />

já defina quais serão os itens que deverão ser ofertados<br />

a cada cliente. Esse direcionamento fará diferença<br />

nos resultados.<br />

c) Lançamento de produtos<br />

Outro ponto fundamental para a melhora dos resultados<br />

de vendas de mix é o lançamento de produtos.<br />

Muitas empresas não lançam novos itens,<br />

elas simplesmente começam a vendê-los. Chega um<br />

produto novo e, pronto, os vendedores precisam<br />

começar a oferecê-lo aos clientes. O gerente não<br />

apresenta o item para a equipe, não há demonstração<br />

do produto, ele simplesmente surge como se<br />

caísse do céu na estrutura de vendas. O que acontece?<br />

A equipe, mal preparada, não consegue vender<br />

o novo produto.<br />

MARCELO CAETANO<br />

Outra situação é aquela em que a empresa investe<br />

milhares de reais no lançamento, entrega o<br />

produto na mão da equipe, apresenta duas ou três<br />

características dele e manda todo mundo para a<br />

rua. Isso, obviamente, sempre acaba muito mal. O<br />

que é preciso fazer, então? Cuidar dos detalhes do<br />

lançamento de cada novo item!<br />

História do Caetano<br />

Um cliente da Soluções <strong>VendaMais</strong> lança cerca<br />

de vinte produtos por trimestre e, até pouco tempo<br />

atrás, não tinha um processo de lançamento bem<br />

definido, o que fazia com que os vendedores não<br />

conseguissem bons resultados após o lançamento<br />

e, ainda, que os clientes não vissem com bons olhos<br />

as novidades da empresa.<br />

Nossa sugestão foi a seguinte: a cada noventa<br />

dias, vocês farão uma reunião com os clientes A e<br />

B (pois é impossível fazer com todos) e o foco será<br />

a apresentação dos lançamentos. Os produtos serão<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 49


colocados em uma mesa e apresentados em detalhes<br />

pelos vendedores.<br />

A ideia foi colocada em prática e, em pouco tempo,<br />

a percepção dos clientes sobre a empresa melhorou<br />

(ela passou a ser considerada inovadora) e, consequentemente,<br />

os resultados, também, pois, agora,<br />

os vendedores se preparam para cada apresentação<br />

e conseguem ser mais efetivos perante o cliente.<br />

Para pensar:<br />

Perceba que toda uma lógica foi desenvolvida para<br />

que a empresa consiga vender mais mix e para que<br />

o cliente tenha uma percepção clara da ampliação<br />

do mix e das oportunidades de compra e venda.<br />

Com base nisso, pense: será que o seu lançamento<br />

de produtos está sendo efetivo?<br />

d) Inteligência de vendas<br />

Além de tudo isso, não se pode deixar a inteligência<br />

de vendas de lado. O vendedor precisa chegar<br />

no cliente preparado para oferecer rapidamente os<br />

itens do mix. Para isso, ter um excelente software<br />

é importante. Com a ajuda de uma ferramenta que<br />

automatize o processo, vender mais itens ficará<br />

muito mais simples.<br />

e) Comunicação<br />

Um erro que costuma prejudicar a venda de mix é<br />

a falta de preocupação que as empresas têm em<br />

trabalhar a comunicação dos itens que andam encalhados<br />

e dos lançamentos. É comum que os produtos<br />

que já se destacam estejam sob a luz dos<br />

holofotes e ganhem toda a atenção em termos de<br />

comunicação, mas isso apenas joga contra a estratégia<br />

de ampliar o número de itens vendidos para<br />

os clientes atuais. Se essa é a realidade da sua empresa<br />

até o momento, está na hora de mudar esse<br />

cenário. Uma boa comunicação ajuda sua equipe a<br />

vender mais mix. Cuide disso!<br />

f) Organização da equipe comercial<br />

A última etapa desse processo é a definição de<br />

quem serão os responsáveis pela ampliação do mix<br />

oferecido. Antes de colocar todo mundo para vender<br />

mais itens aos atuais clientes, é preciso se<br />

perguntar: será que a equipe inteira deve fazer<br />

parte dessa estratégia? Como devo reorganizar<br />

meus vendedores para tornar isso possível? A história<br />

que Marcelo Caetano conta a seguir serve como<br />

um bom ponto de partida...<br />

História do Caetano<br />

Um cliente a quem presto consultoria tinha, em sua<br />

equipe, uma parcela de vendedores que era responsável<br />

por uma grande fatia das vendas dos produtos<br />

A e B, mas que tinha uma dificuldade muito grande<br />

em assimilar novos itens, uma vez que o que eles<br />

vendiam já lhes garantia uma boa renumeração.<br />

Então, toda vez que a empresa tentava ampliar o mix<br />

que eles ofertavam, os vendedores não recebiam bem,<br />

porque pensavam que não havia vantagem em fazer<br />

um grande esforço para vender um item que valia<br />

muito pouco.<br />

O que nós fizemos dentro da empresa? Pegamos<br />

o produto C e colocamos uma equipe específica para<br />

vendê-lo para os mesmos clientes que eram atendidos<br />

pela primeira linha de vendedores! Apesar do<br />

aumento de custo com a equipe, esses produtos que<br />

não eram valorizados pelos vendedores “top” davam<br />

uma margem muito maior e permitiam uma oxigenação<br />

positiva tanto na equipe quanto no portfólio<br />

de produtos vendidos aos clientes.<br />

Para pensar<br />

O que esse caso revela é que a estratégia por trás da<br />

definição de como ampliar a venda de mix é fundamental<br />

para que os resultados apareçam. Não basta<br />

simplesmente forçar os vendedores a oferecerem<br />

mais itens, é preciso definir, de maneira estratégica,<br />

quem serão os responsáveis por essa ação.<br />

Seguindo esses passos você estará criando uma<br />

cultura de venda de mix na sua empresa, o que fará<br />

com que não apenas os clientes fiéis comprem mais<br />

itens, mas também os novos clientes. Aposte nisso!<br />

Agora é com você! Junte todas essas peças, monte<br />

seu <strong>quebra</strong>-cabeça e, em 2016, venda mais!<br />

Colaboraram nesta matéria: João Guilherme Brotto, Natasha<br />

Schiebel e Tom Schiebel<br />

50<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


vendamais.com.br - Janeiro 2016 51


Sucesso em vendas<br />

Marcelo Ortega<br />

O que fazer para<br />

transformar seu<br />

cliente em seu<br />

principal<br />

vendedor?<br />

"N<br />

osso maior vendedor é o nosso<br />

cliente satisfeito!”<br />

Esse é um dos lemas para o sucesso<br />

em vendas. Muita gente,<br />

no entanto, sequer se preocupa<br />

com a satisfação total do cliente,<br />

apenas foca em fazer a venda, a<br />

qualquer custo.<br />

Em plena era da experiência<br />

do cliente, não podemos negligenciar nossos negócios, criando estratégias<br />

vendedoras e pouco vencedoras, que não convencem o principal<br />

meio de lucratividade da empresa: a carteira de clientes.<br />

Existem vários métodos importantes de medição da satisfação do<br />

cliente – dentre eles, um bem simples e efetivo chamado NPS – net<br />

promoter score (medição de quantos clientes são promotores de sua<br />

marca, seus produtos e/ou serviços em sua base de relacionamento).<br />

Basicamente, o NPS é definido assim: o cliente avalia de zero a dez<br />

a satisfação em relação à compra que realizou e ao atendimento que<br />

recebeu. Clientes que dão nota até quatro são chamados de “detratores”.<br />

Clientes cuja avaliação fica entre cinco e sete são denominados “neutros”.<br />

E clientes que dão nota oito ou mais são considerados “promotores”.<br />

Esquecendo os clientes neutros, faz-se o cálculo do total de clientes<br />

promotores (que ficaram satisfeitos e indicariam sua empresa)<br />

menos os detratores (que podem vir a falar mal de sua empresa ou<br />

de você por terem ficado insatisfeitos com algo) para chegar ao resultado<br />

oficial. O NPS deve ficar sempre positivo, mas quando é<br />

negativo, tomar uma atitude é crucial. Mesmo assim, poucos costumam<br />

agir depois disso.<br />

Um cliente detrator precisa ser ouvido, ter um canal de reclamação,<br />

precisa de suporte do vendedor. Só pelo simples fato de<br />

apoiar o cliente, mesmo que nem resolva o problema, o vendedor<br />

“Em plena era da experiência do<br />

cliente, não podemos negligenciar<br />

nossos negócios, criando estratégias<br />

vendedoras e pouco vencedoras, que<br />

não convencem o principal meio de<br />

lucratividade da empresa: a carteira<br />

de clientes.”<br />

52<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


normalmente reverte a insatisfação<br />

e torna o cliente seu parceiro<br />

novamente.<br />

Empresas antenadas na rede,<br />

em canais como Reclame Aqui,<br />

reagem imediatamente a críticas,<br />

pois sabem que os detratores são<br />

muito mais letais hoje em dia do<br />

que eram no passado. Ter um bom<br />

atendimento pós-venda é papel<br />

do vendedor, que vive de clientes<br />

satisfeitos. Assim, para tornar o<br />

cliente seu fã, um parceiro e uma<br />

fonte de indicação, é importante<br />

seguir estes conselhos:<br />

1. Tenha tempo para ouvir<br />

os problemas do cliente. Procure<br />

ajudá-lo incondicionalmente,<br />

nem que o assunto<br />

envolva outra área<br />

da empresa. Afinal, todo<br />

vendedor deve cuidar do<br />

que é seu: o cliente, seu<br />

bem mais valioso, que levou<br />

tempo para ser conquistado.<br />

Não o perca assim!<br />

2. Crie mecanismos de relacionamento.<br />

Coloque seu cliente<br />

num canal de comunicação<br />

mais efetivo com você e também<br />

com outras áreas da empresa.<br />

Muitas organizações criam listas<br />

no Twitter para interligar clientes<br />

com áreas de suporte técnico,<br />

financeiro, logístico e até jurídico,<br />

mas, para isso, a empresa precisa<br />

conectar todos – ou seja, tem<br />

que ser uma ação corporativa.<br />

3. Alimente seu cliente com<br />

informações úteis para que ele<br />

utilize da melhor forma aquilo<br />

que comprou. Se preciso, dedique<br />

tempo para ensiná-lo a tirar<br />

maior proveito do investimento<br />

que ele fez.<br />

4. Nunca venda algo que não<br />

pode entregar. Essa é clássica,<br />

mas, ainda assim, tem gente que<br />

não considera essa dica como um<br />

mandamento ético no mundo comercial.<br />

Fazer a venda e não atingir<br />

a expectativa do cliente é terrível.<br />

É vender uma vez só!<br />

5. Compartilhe casos de sucesso.<br />

Pode ser nas redes sociais<br />

ou nos canais de comunicação<br />

web (como e-mail ou site de sua<br />

empresa). Ter uma área de principais<br />

dúvidas no site de sua empresa<br />

ajuda o cliente.<br />

6. Reconheça rápida e enfaticamente<br />

quando houver uma<br />

falha. Assuma o erro e apresente<br />

soluções alternativas para surpreender<br />

o cliente, ainda que seja<br />

pelo seu pronto-atendimento.<br />

7. Quando errar, dê algo mais<br />

ao cliente. Se atrasou a entrega,<br />

mande um presente ou um serviço<br />

adicional. Esse “mimo” evita<br />

desgastes.<br />

8. Proporcione ao cliente promotor<br />

as vantagens e os ganhos<br />

antes de oferecê-los aos demais.<br />

Se há um lançamento de<br />

produto ou uma oferta especial,<br />

os clientes que são fiéis, fãs de<br />

sua marca, aqueles mais estratégicos,<br />

precisam ser informados<br />

antes de todo mundo.<br />

9. Crie mecanismos para premiar<br />

clientes que indicam<br />

outros clientes. Crie programas<br />

de fidelização que garantem<br />

benefícios para quem compra<br />

sempre.<br />

10. E lembre-se: o vendedor<br />

também vive de indicações. É<br />

muito mais fácil vender quando<br />

se tem o testemunho e a indicação<br />

de alguém muito satisfeito. O boca<br />

a boca é – e sempre será – essencial<br />

a qualquer modelo de<br />

empreendimento. Portanto, a última<br />

dica é: sempre que fechar<br />

negócios, peça que o cliente indique<br />

alguém (um amigo ou contato<br />

especial). É justamente quando<br />

o cliente fecha com você que<br />

ele está mais disponível e pronto<br />

para indicar outros possíveis<br />

clientes.<br />

Espero que essas dez dicas ajudem<br />

você a ser um vendedor que se<br />

dedica ao pós-venda faz do cliente<br />

o verdadeiro protagonista da venda.<br />

Sucesso em vendas e até a<br />

próxima!<br />

Marcelo Ortega é palestrante<br />

internacional e especialista<br />

em treinamento e motivação<br />

de equipes de vendas.<br />

Autor de diversos livros,<br />

DVDs e cursos on-line, incluindo<br />

o método e best-seller<br />

Sucesso em vendas<br />

Contatos:<br />

www.marceloortega.com.br<br />

(11) 2574-5806<br />

facebook.com/palestrante<br />

devendas<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 53


Top 10 / por Francine Pereira /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

tendências da área comercial<br />

que devem marcar os<br />

próximos anos<br />

Baseando-se em SUAS experiêNCIAS e no QUE<br />

OBSERvam NO MERCADO ATUALMENTE, OS COLUNISTAS<br />

da VenDAMais APONTAM QUAIS RUMOS AS EMPRESAS<br />

e AS vENDAS DEvem TOMAR NUM FUTURO PRóxIMO<br />

54<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


ma tendêNCIA NADA MAIS é DO QUE o REFLExo DE UM<br />

comportamento emergente na sociedade. Mesmo que as tendências<br />

apontem o futuro, para entendê-las é preciso um olhar atento no<br />

presente, percebendo como determinadas condutas e atitudes começam<br />

a se desenvolver e a se destacar em alguns meios. Existem, inclusive,<br />

profissionais especialistas nesse trabalho – são os cool hunters,<br />

que pesquisam e analisam o comportamento das pessoas em busca<br />

de tendências de consumo.<br />

Nesse sentido, para identificar as principais tendências em vendas,<br />

nada melhor do que consultar grandes especialistas, que vivenciam<br />

o dia a dia do mercado e sabem quais são as práticas que estão em<br />

alta e dão indícios de como será o futuro, certo? Foi com esse objetivo<br />

que convocamos nosso time de colunistas – os cool hunters das<br />

vendas – para apontar as principais tendências na área comercial<br />

para os próximos anos. O “top 10” que eles fecharam não poderia<br />

estar mais interessante. Tem de tudo um pouco, para todos os perfis<br />

de empresas, profissionais e segmentos de vendas. Acompanhe!<br />

01 Venda da<br />

experiência<br />

José Ricardo Noronha, palestrante<br />

e consultor de vendas, aponta<br />

que com empresas e profissionais<br />

oferecendo produtos e<br />

serviços cada vez mais similares,<br />

uma das grandes tendências<br />

na área comercial será a<br />

de transformar a venda em uma experiência marcante<br />

para o cliente. “O nível de exigência aumenta<br />

dia após dia. Com os consumidores bem informados<br />

e repletos de opções à sua frente, é crucial<br />

transformar cada uma das nossas interações com<br />

eles em momentos de puro encantamento. E, para<br />

encantar, é preciso superar as expectativas, o que<br />

só é possível com profissionais extremamente capacitados”,<br />

opina.<br />

Noronha acredita que o melhor caminho para<br />

seguir essa tendência consiste na customização e<br />

na personalização de produtos e serviços. “Analise<br />

se o atendimento e o relacionamento com seus<br />

clientes são, de fato, customizados e personalizados.<br />

Se a resposta for ‘não’ ou ‘talvez’, pode ter certeza<br />

de que será muito difícil fidelizar e garantir a sustentabilidade<br />

do seu negócio no longo prazo”, frisa.<br />

02<br />

Tecnologia ao<br />

serviço do<br />

consumidor<br />

“A tecnologia vai determinar<br />

o seguinte contexto: onde,<br />

quando e como o cliente quiser.”<br />

É o que indica o especialista<br />

e palestrante de vendas<br />

Marcelo Ortega. Ele acredita que<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 55


as ferramentas tecnológicas na área comercial terão,<br />

cada vez mais, foco no aprimoramento do processo<br />

de compra. “A tecnologia vai dar poder global de<br />

compra ao consumidor. Haverá, por exemplo, uma<br />

intensificação da logística de distribuição de produtos<br />

em qualquer lugar do mundo, para que o<br />

cliente veja algo em Milão e consiga ter aquilo em<br />

São Paulo, em pouco tempo. Tudo isso é inteligência<br />

voltada ao cliente”, ressalta Ortega. Ele salienta,<br />

ainda, que quem não pensar em integrar todos os<br />

seus canais de vendas para facilitar a vida do cliente<br />

não vai prosperar. “Nasce, de fato, o conceito que<br />

intitulamos de ‘clientividade’, um neologismo para<br />

destacar o cliente como a unidade de lucro mais<br />

importante de qualquer negócio”, revela.<br />

03 Growth<br />

hacking<br />

“É fácil notar, principalmente em grandes cidades, como<br />

as pessoas estão cada vez mais trancadas em suas casas.<br />

É como se os clientes tivessem construído muros em<br />

torno de si. Os profissionais que se espelharem no tom de<br />

voz, na postura e até mesmo nos gestos de seus clientes<br />

terão mais facilidade em <strong>quebra</strong>r essas barreiras.”<br />

(Leandro Branquinho)<br />

esteja com baixa conversão de vendas. O growth<br />

hacker vai criar outras páginas com o mesmo produto,<br />

mas com pequenas alterações (no texto, no<br />

visual, no botão de comprar, etc.). A página que<br />

gerar mais conversões é a que será a página definitiva.<br />

Isto é, definitiva até encontrarem um modelo<br />

de página que converta (ainda) mais”, esclarece<br />

o especialista.<br />

> Essa tendência é um dos destaques da matéria de<br />

cobertura do RD Summit, um dos maiores eventos de<br />

marketing digital do Brasil. A reportagem começa na<br />

página 80. Não deixe de ler!<br />

Leandro Branquinho, especialista<br />

em criatividade e atendimento<br />

em vendas, reforça que o growth<br />

hacking (que aposta em técnicas<br />

de marketing voltadas ao crescimento)<br />

será um grande influenciador<br />

da área comercial<br />

nos próximos anos. “Diferentemente do que muitos<br />

pensam, um hacker não é um subversivo, bandido<br />

ou picareta. Hacker é aquele que encontra atalhos.<br />

E o hacker de crescimento (growth hacker) é o profissional<br />

que está constantemente buscando a otimização<br />

das conversões”, explica.<br />

Branquinho comenta que, agora, mais do que<br />

se preocupar com a divulgação e a exposição dos<br />

produtos, o profissional de marketing precisará ter<br />

a mentalidade do growth hacking – ou seja, focada<br />

no crescimento. “Uma das ferramentas utilizadas<br />

para hackear o crescimento é o Teste A/B. Vamos<br />

supor que, no site da sua empresa, uma página<br />

04 Encontrabilidade<br />

“Ser encontrado em lista telefônica já é coisa do<br />

passado. As pessoas procuram pelo telefone ou<br />

pelo endereço de sua empresa na internet. E, cada<br />

vez mais, as procuras estão sendo feitas no próprio<br />

celular do cliente”, aponta Branquinho. O especialista<br />

em criatividade explica que, para garantir que<br />

sua marca apareça nos resultados de busca, é preciso<br />

assegurar que o seu nome ou o nome de sua<br />

empresa esteja nas principais redes sociais. “Para<br />

descobrir onde é possível registrar sua marca, utilize<br />

o site username.com.br. Nele, é possível descobrir<br />

se o nome já foi registrado com domínios<br />

.com.br, .com, .net e em redes sociais”, revela. Ele<br />

ainda recomenda que, ao fazer o cadastro da empresa<br />

em qualquer plataforma, é preciso sempre se<br />

lembrar de deixar públicos o endereço e o telefone.<br />

56<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


05 Otimização<br />

da empatia<br />

Rapport é uma técnica usada para criar empatia com<br />

outra pessoa, muito utilizada em vendas para estabelecer<br />

uma forte conexão entre o vendedor e o<br />

cliente. Branquinho acentua que, há muitos anos,<br />

fala-se da importância de estabelecer uma sintonia<br />

com seu público. “É fácil notar, principalmente em<br />

grandes cidades, como as pessoas estão cada vez<br />

mais trancadas em suas casas. É como se os clientes<br />

tivessem construído muros em torno de si. Os profissionais<br />

que se espelharem no tom de voz, na postura<br />

e até mesmo nos gestos de seus clientes terão<br />

mais facilidade em <strong>quebra</strong>r essas barreiras”, destaca.<br />

Mas o especialista ressalta que, para conquistar<br />

o consumidor, será preciso ir além. E o caminho<br />

para isso é a otimização da empatia – ou seja, além<br />

do espelhamento, é necessário ter um conhecimento<br />

profundo sobre os seus clientes. “E isso é bem<br />

fácil de fazer. Vá até o Google, pesquise pelo nome<br />

do seu cliente ou pelo nome da empresa e veja quais<br />

notícias foram divulgadas recentemente. Faça uma<br />

pesquisa mais a fundo. Assim, antes de apresentar<br />

o seu produto ou serviço, você terá assunto para<br />

<strong>quebra</strong>r o gelo e conseguirá estabelecer um rapport<br />

ainda mais poderoso”, recomenda.<br />

João Kepler, especialista em marketing<br />

digital e vendas, a inovação<br />

deve passar a ser algo<br />

mais democrático, presente em<br />

todas as áreas e processos. “Inovação<br />

será a principal ferramenta<br />

para qualquer vendedor.<br />

Porém, muitos ainda acham que a inovação diz<br />

respeito somente à tecnologia ou ao mundo digital<br />

e, definitivamente, não é só isso. Inovar é pensar<br />

no incomum, é fazer a mesma coisa de forma diferente,<br />

é buscar novas formas de olhar o que já<br />

existe”, explica Kepler.<br />

Ele indica que a tendência é que a inovação<br />

seja incluída não só nos produtos ou nos processos<br />

internos, mas também na forma de vender e<br />

de se relacionar com os clientes. Nesse sentido,<br />

Kepler explica que é possível inovar nas opções<br />

de meios de pagamento, por exemplo, ou até<br />

mesmo no pós-venda, com um simples bilhete<br />

manuscrito agradecendo a compra. “É preciso<br />

transformar todas as ideias de sua empresa em<br />

valor real agregado na percepção dos seus clientes,<br />

colaboradores e consumidores. O resultado<br />

principal para qualquer ação que você for fazer<br />

é conseguir uma sensação de ‘uau!’ – ou seja, de<br />

percepção inovadora – nas pessoas”, aponta o<br />

especialista.<br />

06 Inovação em todos<br />

os sentidos<br />

A inovação já vem sendo apontada como tendência<br />

há tempos. Mas o que muda agora? Segundo<br />

“Inovação será a principal ferramenta para qualquer<br />

vendedor. Porém, muitos ainda acham que a<br />

inovação diz respeito somente à tecnologia ou ao<br />

mundo digital – e, definitivamente, não é só isso.<br />

Inovar é pensar no incomum, é fazer a mesma coisa<br />

de forma diferente, é buscar novas formas de olhar o<br />

que já existe.” (João Kepler)<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 57


07 Redução da equipe<br />

de vendas externas<br />

o aparecimento de inúmeras startups com essa<br />

configuração de vendas. A americana Casper, por<br />

exemplo, vende seus colchões só na web. E a chinesa<br />

Xiaomi, liderada pelo brasileiro Hugo Barra,<br />

faz o mesmo com seus celulares”, comenta.<br />

Se você possui vendedores externos<br />

e está se preguntando<br />

como as tendências para os próximos<br />

anos podem afetar seu<br />

negócio, João Alberto Costenaro,<br />

consultor e palestrante da área<br />

comercial, tem a resposta: “Vejo<br />

uma redução drástica das equipes de vendas<br />

externas, especialmente para a venda ativa no<br />

B2B”, comenta. Ele acredita que isso está acontecendo<br />

tanto pelo alto custo desse tipo de operação<br />

quanto pela indisponibilidade de tempo dos clientes<br />

para receber vendedores. Nesse sentido, ele<br />

atenta que poderá haver uma mudança de estratégia<br />

de atuação. “No meio desse caminho, haverá<br />

uma fase em que o vendedor externo fará predominantemente<br />

o trabalho de prospecção. Eles<br />

serão substituídos pela venda e pela divulgação<br />

na web e por vendedores receptivos ao telefone”,<br />

prevê Costenaro.<br />

08 Do fabricante para<br />

o consumidor<br />

09 Empreendedorismo e<br />

venda porta a porta<br />

Claudio Diogo, consultor na área<br />

de vendas e especialista em<br />

consumo, fala sobre uma tendência<br />

relacionada às mudanças<br />

e dificuldades enfrentadas pela<br />

economia brasileira atualmente.<br />

Ele avalia que, com o<br />

índice de desemprego crescente, as pessoas vão<br />

começar a empreender e a venda porta a porta vai<br />

aumentar significativamente. “Uma grande fabricante<br />

de artigos de perfumaria com venda neste<br />

molde teve um crescimento de aproximadamente<br />

15% no número de novos vendedores no terceiro<br />

trimestre de 2015 e espera um aumento desse índice<br />

para o primeiro semestre de 2016”, comenta. Ele<br />

frisa, ainda, que, como o consumo qualificado vai<br />

diminuir drasticamente, as linhas de base serão as<br />

que mais irão crescer e a venda porta a porta será<br />

o carro chefe. “Isso é oportunidade!”, garante.<br />

Outra tendência apontada por Costenaro é a de que,<br />

pelo custo crescente de intermediação comercial<br />

ou, ainda, por práticas abusivas de margem, haverá<br />

um aumento expressivo de fabricantes que venderão<br />

diretamente para o consumidor e exclusivamente<br />

na web, reduzindo o número de intermediários.<br />

“Já vemos, nas economias mais desenvolvidas,<br />

“O mercado está dando o recado de que somente<br />

os treinamentos práticos, relevantes e com muita<br />

customização darão resultado.”<br />

(Claudio Diogo)<br />

58<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


10<br />

Desenvolvimento<br />

diferenciado e<br />

autodesenvolvimento<br />

Outra tendência apontada por Diogo é que as empresas<br />

já sinalizam fortemente que irão investir<br />

em treinamentos diferenciados para equipes de<br />

vendas, pois os índices de conversão terão que<br />

sustentar a tendência de baixas na compra passiva<br />

dos clientes. “Mas um detalhe muito importante<br />

é: o mercado está dando o recado de que somente<br />

os treinamentos práticos, relevantes e com<br />

muita customização darão resultado. Temos observado,<br />

nos últimos meses, que as simulações de<br />

vendas voltaram com força total e pouquíssimos<br />

instrutores têm experiência prática na área comercial”,<br />

destaca.<br />

> Um exemplo de treinamento que se encaixa dentro<br />

dessa tendência é o programa “Corretor Nova Geração”,<br />

da SulAmérica Seguros, que vai além da capacitação<br />

tradicional e utiliza simulações reais e jogos<br />

de vendas (especificamente, o Vendópolis, do Instituto<br />

<strong>VendaMais</strong>) para treinar os filhos dos corretores.<br />

Você conhece os detalhes desse programa nas páginas<br />

94 e 95 desta edição.<br />

lhoria do desempenho dos profissionais vai deixar<br />

de existir. A nova lógica vai ser a empresa ser<br />

uma incentivadora do autodesenvolvimento dos<br />

vendedores”, indica.<br />

De qualquer forma, capacitação é – e sempre<br />

será – uma tendência. A forma como ela será trabalhada<br />

depende apenas do seus objetivos e do<br />

perfil do seu negócio.<br />

"Cada vez mais, as empresas irão cobrar que o<br />

próprio vendedor invista na sua profissionalização.<br />

A lógica da organização como grande patrocinadora<br />

da melhoria do desempenho dos profissionais vai<br />

deixar de existir. A nova lógica vai ser a empresa<br />

ser uma incentivadora do autodesenvolvimento dos<br />

vendedores.”<br />

(João Baptista Vilhena)<br />

Em contraponto com o que<br />

aponta Claudio Diogo, João<br />

Baptista Vilhena, especialista em<br />

marketing e vendas, acredita<br />

que uma das tendências da<br />

área de vendas para os próximos<br />

anos é que haverá uma<br />

redução do investimento das empresas em treinamento<br />

comercial. “Isso porque, cada vez mais,<br />

as empresas irão cobrar que o próprio vendedor<br />

invista na sua profissionalização. A lógica da<br />

organização como grande patrocinadora da me-<br />

Você concorda com a visão dos nossos colunistas?<br />

Gostaria de dar sua opinião sobre alguma tendência<br />

ou mesmo apontar algum conceito ou técnica que<br />

acredita que estará em alta na área comercial nos<br />

próximos anos? Então, envie um e-mail para o<br />

leitor@vendamais.com.br ou deixe um comentário<br />

em nossa página no Facebook (facebook.com/<br />

<strong>VendaMais</strong>). Sua opinião é muito importante para nós!<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 59


Mapa da Mina<br />

João Alberto Costenaro<br />

Como multiplicar seu<br />

melhor talento em vendas<br />

Q<br />

uando o assunto é produtividade das equipes de vendas,<br />

o que se verifica é que o Princípio de Pareto costuma fazer sentido.<br />

Explico. Esse princípio diz que 80% das consequências vêm<br />

de 20% das causas. Em vendas, seria algo como se 80% das vendas<br />

viessem do trabalho de 20% dos vendedores – aqueles que são os<br />

melhores da equipe. E é isso que costuma acontecer! Mas que<br />

sonho seria ter na equipe apenas vendedores como esses 20%<br />

melhores, não é mesmo?<br />

Muitos gestores se perguntam como fazer para ensinar a todos<br />

os profissionais de uma equipe aquilo que os melhores fazem. As<br />

dificuldades são muitas, mas todas passíveis de serem contornadas.<br />

Talvez a dificuldade mais presente seja o fato de os melhores não saberem o que,<br />

exatamente, os diferencia dos medianos. Geralmente, eles imaginam que se trata de<br />

volume de contatos, de “talento natural”, ou, ainda, de alguma superioridade em termos<br />

de inteligência. Embora esses<br />

componentes devam ser considerados,<br />

quase sempre não são a<br />

chave do sucesso.<br />

Observe que quando perguntados<br />

sobre fórmula do sucesso,<br />

os empresários bem-sucedidos<br />

costumam dizer que a receita é<br />

“muito trabalho”. É claro que eles<br />

trabalham muito, mas, com certeza,<br />

esse não é o único diferencial<br />

– e quase sempre não é o que, de<br />

fato, determina o sucesso.<br />

Portanto, não basta perguntar<br />

aos melhores o que eles fazem<br />

de diferente para multiplicar a<br />

fórmula dentro da equipe. É preciso<br />

que um terceiro, que chamaremos<br />

de "modelador", acompanhe<br />

o trabalho do superven-<br />

60<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


dedor por vários dias, até que<br />

entenda de fato a rotina do profissional<br />

e possa perceber as<br />

ações que o diferenciam.<br />

Esse modelador anotará as<br />

atividades e o formato dos diálogos<br />

de vendas, separando ações<br />

em cada fase do processo da venda.<br />

Além disso, observará os detalhes<br />

o mais amplamente possível<br />

e terá que ser muito cuidadoso<br />

ao selecionar o que é relevante<br />

e o que não é. Boa parte das<br />

vezes, encontrará o uso de processos<br />

que envolvem as matérias<br />

já disponíveis em bons treinamentos<br />

de vendas, o que simplificará<br />

a modelagem. Recomendo,<br />

ainda, que as ações que se referem<br />

às atividades de vendas sejam<br />

separadas das técnicas de vendas.<br />

Técnicas x Atividades de vendas<br />

As atividades de vendas dizem<br />

respeito ao processo de trabalho<br />

– isto é, às diversas tarefas que<br />

envolvem a venda, que podem ser<br />

coisas como: preparo anterior ao<br />

contato, programação, levantamento<br />

de dados dos clientes, tipos<br />

de contato (prospecção, apresentação,<br />

proposta, continuidade,<br />

fechamento, pós-venda, etc.), administração<br />

do pedido, retorno,<br />

relatórios estatísticas, etc.<br />

As técnicas de vendas se referem,<br />

principalmente, à condução<br />

dos diálogos de venda: como<br />

fazer a abordagem inicial ao cliente,<br />

quais informações são relevantes<br />

de se obter, que tipos de<br />

perguntas fazer, como reverter<br />

uma objeção, como explicitar necessidades,<br />

como apresentar o<br />

produto ou serviço e, ainda, como<br />

chegar ao fechamento.<br />

Depois de feita a modelagem e<br />

sua depuração, basta preparar o<br />

treinamento que será oferecido aos<br />

vendedores medianos. O ideal é<br />

que o gestor dos vendedores aplique<br />

o treinamento e acompanhe<br />

a utilização em campo do que foi<br />

ensinado. Sem esse acompanhamento,<br />

será um trabalho em vão.<br />

O que acabei de sugerir, quase<br />

todas as empresas podem fazer.<br />

Basta a boa vontade do gestor.<br />

Entretanto, o trabalho de<br />

modelagem dos melhores vendedores<br />

pode ser feito de forma<br />

mais profissional – o que seria<br />

recomendável para as empresas<br />

que têm grupos maiores de vendedores<br />

e que justificaria um<br />

investimento mais significativo.<br />

Aqui, falo da modelagem no formato<br />

ensinado pela programação<br />

neurolinguística (PNL) e que um<br />

bom profissional da área poderá<br />

executar.<br />

A PNL e a multiplicação dos seus<br />

melhores vendedores<br />

Precursor da linguística, Aristóteles<br />

separava “o que é da voz”<br />

de “o que é da alma”. A PNL,<br />

usando recursos da linguística<br />

– especialmente a gramática<br />

transformacional de Noam<br />

Chomsky –, faz a observação do<br />

comportamento verbal das pessoas.<br />

Observa que os comportamentos,<br />

as expressões e as reações,<br />

que são facilmente observados,<br />

são as “estruturas de superfície”,<br />

que são representações<br />

de “estruturas mais profundas”.<br />

Portanto, se ficarmos só nas representações<br />

de superfície, não<br />

estaremos sendo completos o suficiente<br />

para subtrair dos talentosos<br />

o que se pode ensinar aos<br />

menos privilegiados.<br />

Em outro nível, podemos obter<br />

bons resultados de multiplicação<br />

ao divulgar, em tempo real,<br />

ações e comportamentos recomendados<br />

em vendas. Podemos<br />

despertar reações muito positivas<br />

e criar um sentido de equipe que<br />

estamos lentamente perdendo.<br />

Nesse sentido, são muitos os<br />

detalhes passíveis de serem divulgados<br />

por algumas ferramentas<br />

atuais disponíveis, principalmente<br />

por recursos tais quais:<br />

COMUNICAÇÃO:<br />

E-mail -<br />

Skype - SMS -<br />

WhatsApp<br />

BLOGS:<br />

WordPress -<br />

Blogger<br />

MICROBLOG:<br />

Twitter<br />

Recursos de<br />

multiplicação<br />

Se um grupo de telemarketing<br />

pode tocar um sino a cada negócio<br />

fechado, por exemplo, o vendedor<br />

externo pode fazer um comunicado<br />

no grupo de colegas<br />

do WhatsApp, criado só para<br />

isso, energizando todos da equipe.<br />

Ou os próprios vendedores de<br />

melhor desempenho podem fazer<br />

vídeos explicando aos colegas<br />

como fazer alguma atividade. E<br />

assim por diante. São infinitas as<br />

possiblidades oferecidas por esses<br />

recursos. Recomendo sempre que<br />

seja uma comunicação ética e<br />

supervisionada.<br />

De fato, as informações valiosas<br />

sobre como vender mais,<br />

que estão retidas em parte do<br />

grupo de trabalho, podem ser<br />

aproveitadas por todos aqueles<br />

que querem melhorar seu desempenho<br />

e ainda criar uma corrente<br />

de valorização individual, que<br />

enriquece o prazer de trabalhar<br />

na empresa. Vamos multiplicar!<br />

COMPARTILHAMENTO:<br />

YouTube - Vimeo -<br />

Slideshare -<br />

Podcasting<br />

REDES SOCIAIS:<br />

Facebook -<br />

LinkedIn<br />

João Alberto Costenaro é<br />

consultor, palestrante e<br />

instrutor nas áreas de vendas,<br />

liderança e coaching.<br />

É trainer licenciado pela<br />

Corporate Coach U International.<br />

Visite o site:<br />

www.seleta.com.br<br />

E-mail:<br />

seleta@seleta.com.br<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 61


Livro do mês / Por Natasha Schiebel /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Em<br />

2016,<br />

reinvente<br />

sua<br />

empresa!<br />

Muita gente COSTUMA<br />

aproveitar o início de um novo<br />

ano para repensar. Repensar<br />

os hábitos da vida pessoal,<br />

as estratégias da vida<br />

profissional, as metas, os<br />

relacionamentos e assim por<br />

diante. Se você é uma dessas<br />

pessoas, a sugestão de leitura<br />

da primeira edição de 2016<br />

da <strong>VendaMais</strong> vai agradá-lo.<br />

Em Reinvente sua empresa (ed. Sextante), Jason<br />

Fried e David Heinemeier Hansson, empreendedores<br />

norte-americanos que conquistam excelentes<br />

resultados com sua empresa (a Basecamp, antiga<br />

37signals) “remando contra a maré”, propõem reflexões<br />

interessantes sobre questões comuns ao dia<br />

62<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


a dia de qualquer organização – como progresso,<br />

produtividade, concorrência, evolução, promoção,<br />

contratação e cultura –, questionam conceitos enraizados<br />

e nos fazem pensar e repensar a forma como<br />

conduzimos nossa vida profissional.<br />

A visão dos autores sobre cada um dos aspectos<br />

abordados no livro não é, obviamente, verdade absoluta,<br />

e você não precisa pensar como eles para alcançar<br />

o SEU sucesso. Porém, refletir sobre o que dizem<br />

Fried e Hansson pode ajudar no SEU desenvolvimento<br />

– pessoal e profissional. Sabendo disso, destacamos<br />

dez lições/reflexões interessantes apresentadas na<br />

obra. O objetivo é fazer você pensar sobre elas e, claro,<br />

querer ler o livro. Acompanhe!<br />

APRENDER COM OS ERROS é SUPERVALORIzADO<br />

Jason Fried e David Heinemeier Hansson usam um<br />

estudo da Harvard Business School para ir contra o<br />

argumento de que os erros que cometemos hoje podem<br />

nos ser úteis no futuro. Eles destacam que, segundo<br />

a pesquisa, os empreendedores bem-sucedidos apresentam<br />

chances bem maiores de acertar novamente.<br />

Segundo o relatório da universidade norte-americana,<br />

o índice de sucesso das futuras empresas é de 34%<br />

entre quem já prosperou e de 23% entre as que já tiveram<br />

resultados ruins. Com base nesses dados, eles<br />

afirmam: “A experiência que realmente importa é a<br />

do sucesso.” E acrescentam: “Quando algo gera um<br />

bom resultado, sabemos o que deu certo e podemos<br />

repeti-lo. E, da próxima vez, provavelmente faremos<br />

ainda melhor.”<br />

FALTA DE TEMPO não é DESCULPA<br />

Que atire a primeira pedra quem nunca deixou um<br />

projeto que parecia bacana para trás porque, quando<br />

ele surgiu como oportunidade, “faltava tempo”.<br />

Pois para Fried e Hansson sempre há tempo, desde<br />

que ele seja bem empregado. “Em vez de assistir à<br />

TV ou jogar videogame, desenvolva sua ideia. Em<br />

vez de se deitar às 22h, vá dormir às 23h. Não estamos<br />

falando de passar a noite em claro ou de trabalhar<br />

16 horas por dia, mas de separar algumas horinhas<br />

por semana. É tempo suficiente para produzir algo”,<br />

afirmam.<br />

O problema, segundo os empreendedores, é que a<br />

maioria das pessoas não deseja algo tanto assim, então<br />

protege o ego dando a desculpa da falta de tempo.<br />

“Não fique se enganando com desculpas. A responsabilidade<br />

de transformar seus sonhos em realidade<br />

é inteiramente sua”, lembram.<br />

Jason FRIEd<br />

“Não fique se<br />

enganando com<br />

desculpas. A<br />

responsabilidade<br />

de transformar<br />

seus sonhos<br />

em realidade<br />

é inteiramente<br />

sua.”<br />

Além disso, os dois ainda destacam que o momento<br />

perfeito nunca chega. “Você sempre vai se considerar<br />

jovem demais, velho demais, ocupado demais,<br />

pobre demais ou alguma outra coisa para ir à luta. Se<br />

viver ansioso para encontrar o timing perfeito para<br />

concretizar uma iniciativa, ela nunca sairá do papel”,<br />

concluem.<br />

VENDA SEUS SUBPRODUTOS<br />

A 37signals obteve um lucro de mais de US$ 1<br />

milhão com um livro que nasceu a partir da experiência<br />

adquirida construindo uma empresa e<br />

desenvolvendo softwares.<br />

A banda Wilco filmou a criação de um disco e,<br />

com base na gravação, lançou um documentário<br />

que lhe rendeu não apenas dinheiro, mas a oportunidade<br />

de alcançar um público mais amplo.<br />

A Kingsford, maior fábrica de carvão dos Estados<br />

Unidos, nasceu quando Henry Ford descobriu um<br />

processo para transformar em carvão as lascas de<br />

madeira que restavam da produção do modelo T.<br />

O que essas três histórias têm em comum? O fato<br />

de que pessoas observadoras e criativas identificaram<br />

novas oportunidades em negócios que já existiam – e<br />

faturaram com isso! E Fried e Hansson sugerem que<br />

essa fórmula pode ser replicada em muitas outras<br />

empresas. Para isso, basta um olhar atento... “As empresas<br />

de software não costumam pensar em escrever<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 63


Fried e Hansson concluem o raciocínio falando<br />

sobre o poder que uma meta alcançada exerce sobre<br />

o desempenho no todo. “Os objetivos alcançáveis são<br />

os melhores, pois se tornam realidade e viram um<br />

trampolim para outros. Podemos dizer: ‘Conseguimos!<br />

Resolvido!’, e passar para o próximo. Isso nos proporciona<br />

muito mais satisfação do que uma meta superdimensionada<br />

e ilusória que nunca chegamos perto<br />

de alcançar”, afirmam.<br />

Faça MENOS DO QUE SEUS CONCORRENTES<br />

livros. As bandas de rock não costumam pensar em<br />

filmar o processo de gravação. Os fabricantes de<br />

carro não costumam pensar em vender carvão. Provavelmente,<br />

há algo em que você ainda não pensou<br />

e que também pode ser vendido”, provocam.<br />

TOME DECISões MINÚSCULAS<br />

Se você concorda que riscar um item de uma lista de<br />

atividades é sempre bom, vai gostar desta sugestão<br />

dos autores de Reinvente sua empresa. Jason Fried e<br />

David Heinemeier Hansson afirmam que decisões<br />

minúsculas podem fazer mais diferença do que grandes<br />

decisões – que, como eles ressaltam, são difíceis<br />

de tomar e, depois de tomadas, tornam-se difíceis de<br />

mudar. Afinal, geralmente, depois de tomarmos uma<br />

grande decisão, a tendência é continuarmos acreditando<br />

que aquela era a melhor opção – mesmo que<br />

não seja o caso.<br />

Assim, eles recomendam a tomada de decisões<br />

de dimensões tão reduzidas que, na prática, sejam<br />

temporárias. “Dessa forma, não haverá grandes prejuízos<br />

se algo der errado ou se você resolver mudar<br />

de ideia”, avaliam.<br />

Na sequência, os dois explicam que isso não significa<br />

que você deva deixar de realizar grandes planos<br />

ou de ter grandes ideias; significa apenas acreditar<br />

que a melhor maneira de alcançar grandes resultados<br />

é tomar uma decisão pequena por vez.<br />

David HeinEMEIER HanSSOn<br />

Os fundadores da Basecamp acreditam que a sabedoria<br />

popular que diz que para vencer os concorrentes<br />

é preciso fazer mais do que eles representa uma<br />

armadilha. “Entramos em uma corrida armamentista<br />

e acabamos enredados em uma batalha sem fim,<br />

que consome quantidades absurdas de dinheiro,<br />

tempo e energia. Além disso, nos obriga a viver sempre<br />

na defensiva, olhando para trás em vez de olhar<br />

para frente. Pois saiba que empresas na defensiva não<br />

lideram; somente seguem”, afirmam.<br />

Assim, a recomendação dos dois é simples: se<br />

você quer ganhar dos seus concorrentes, faça menos<br />

do que eles! “Resolva os problemas simples e deixe<br />

os difíceis, feios e cabeludos para os outros. Em vez<br />

de expandir, experimente minimizar. Em vez de se<br />

sobrepor, experimente se subpor”, orientam.<br />

O exemplo utilizado pelos autores para exemplificar<br />

essa sugestão vem do universo das bicicletas.<br />

Os dois lembram que durante anos, os principais<br />

fabricantes se concentraram em oferecer equipamentos<br />

com tecnologia de ponta: mountain bikes com<br />

suspensão e freios a disco superfortes ou bicicletas<br />

urbanas ultraleves de titânio com fibra de carbono.<br />

E partia-se do pressuposto de que as bicicletas deviam<br />

ter múltiplas marchas. Porém, recentemente, a popularidade<br />

das bikes minimalistas – que andam na<br />

contramão dessas novidades tecnológicas – estourou.<br />

“Elas têm só uma marcha e alguns modelos sequer<br />

têm freios. As vantagens: são mais simples, leves,<br />

baratas e não exigem tanta manutenção”, sinalizam.<br />

Que tal?<br />

Não CONFUNDA ENTUSIASMO COM PRIORIDADE<br />

Muitas vezes, animados com uma ideia nova e “revolucionária”,<br />

deixamos de lado o que é importante.<br />

Segundo Fried e Hansson, essa é uma péssima decisão.<br />

“O entusiasmo que temos por uma nova ideia não é<br />

um indicador preciso do seu valor. Aquilo que agora<br />

parece um sucesso infalível, na manhã seguinte,<br />

64<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


muitas vezes, se transforma em algo ‘legal’. E algo<br />

apenas ‘legal’ não justifica deixar todo o resto de<br />

lado”, argumentam.<br />

O conselho de ambos nesses casos é simples:<br />

“Deixe suas novas ideias geniais esfriarem um pouco.<br />

É claro que é importante ser criativo e ter tantas<br />

ideias quanto puder, entusiasmando-se com cada<br />

uma delas. Mas não saia agindo no calor do momento.<br />

Passe todas para o papel e deixe-as descansar por<br />

alguns dias. Depois, com a cabeça tranquila, avalie<br />

sua verdadeira utilidade e o que é prioritário nas<br />

atuais circunstância.”<br />

APOSTE NAS AMOSTRAS GRátis<br />

Você acredita no produto/serviço que vende? Então,<br />

faça como os traficantes de drogas* e ofereça amostras<br />

aos seus possíveis clientes. Eles voltarão com dinheiro<br />

na mão na próxima vez. É o que afirmam os autores<br />

de Reinvente sua empresa, que acrescentam que<br />

apesar de padarias, restaurantes e sorveterias fazerem<br />

isso com êxito há anos, muitos outros segmentos<br />

poderiam tirar proveito do modelo dos traficantes<br />

de drogas se tivessem a preocupação de desenvolver<br />

um “petisco” a partir de seus produtos finais. Você<br />

já pensou nisso?<br />

*A <strong>VendaMais</strong> é contra o tráfico de drogas, assim<br />

como os autores de Reinvente sua empresa. A intenção<br />

dos autores ao utilizar esse exemplo é apenas reforçar<br />

que a utilização de amostras grátis é uma alternativa<br />

que pode render ótimos resultados.<br />

CONTRATE GERENTES DE SI MESMOS<br />

Segundo Fried e Hansson, “os gerentes de si mesmos<br />

criam as próprias metas e as cumprem. Não precisam<br />

de alguém que os monitore diariamente. Fazem o que<br />

um gerente faria – estabelecer o ritmo, programar<br />

tarefas, definir prioridades, etc. –, mas tomam essas<br />

iniciativas por conta própria e para si mesmos”. Ou<br />

seja, eles sugerem que, com profissionais autogerenciáveis<br />

na equipe, os processos ficariam mais eficientes<br />

e os líderes passariam a ter mais tempo para<br />

desempenhar papéis estratégicos.<br />

É isso que você quer? Então, ao buscar novos<br />

membros para a sua equipe, preocupe-se em observar<br />

o histórico dos candidatos para descobrir se eles já<br />

ditaram o ritmo do próprio trabalho em outros empregos,<br />

se administraram um negócio próprio ou<br />

lançaram algum tipo de projeto, se têm capacidade<br />

não apenas de executar as funções, mas de construir<br />

“Não é possível<br />

fabricar uma<br />

coisa só. Tudo<br />

tem algum<br />

subproduto.<br />

Empresários<br />

observadores<br />

e criativos<br />

identificam<br />

esses<br />

subprodutos<br />

e enxergam<br />

oportunidades<br />

neles.”<br />

algo desde o início e fazê-lo acontecer. Os autores do<br />

livro do mês afirmam que a presença desses profissionais<br />

em uma equipe contribui para que o resto do<br />

time também trabalhe melhor e permite que você<br />

gerencie menos.<br />

MANDE TODOS PARA a LINHA DE FRENTE<br />

Qual é a melhor forma de conhecer os pontos fortes<br />

e fracos do que você vende? Ouvir os clientes, claro.<br />

Mas não basta que apenas um ou outro profissional<br />

da equipe esteja na “linha de frente”, escutando<br />

as reclamações, registrando os elogios e repassando<br />

o que considera mais importante adiante.<br />

“Todos os funcionários devem ter contato com<br />

os clientes – talvez não todo dia, mas pelo menos<br />

algumas vezes ao longo do ano. Só assim sentirão<br />

na pele como é a experiência dos consumidores.<br />

Sentir na pele é o que realmente impulsiona as<br />

pessoas a consertarem um problema”, analisam os<br />

fundadores da Basecamp.<br />

Além disso, de acordo com Fried e Hansson, o<br />

outro lado da moeda também é interessante: a alegria<br />

dos clientes satisfeitos ou daqueles que tiveram<br />

um problema resolvido pode ser uma motivação<br />

incrível. Portanto, mande todos para a linha de<br />

frente. E use as informações coletadas no front para<br />

evoluir. Seus clientes agradecem – e seus resultados,<br />

também!<br />

A URGêNCIA é UM VENENO<br />

Fried e Hansson encerram Reinvente sua empresa<br />

recomendando que o uso da linguagem emergencial<br />

seja usado somente para emergências reais, que,<br />

segundo eles, são aquelas que podem gerar consequências<br />

diretas e mensuráveis (como perda de dinheiro<br />

imediata ou perda de emprego). “Para todo o<br />

resto, relaxe”, aconselham. “A urgência gera inflação.<br />

Desvaloriza todo pedido que não seja urgente. Quando<br />

você se der conta, a única forma de conseguir que<br />

uma tarefa seja feita, será rotulando-a de urgente”,<br />

afirmam. Não é o que você quer, é?<br />

E aí, vai reinventar sua empresa?<br />

Livro: Reinvente sua empresa<br />

Autores: Jason Fried & David Heinemeier Hansson<br />

Editora: Sextante<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 65


Criatividade em vendas<br />

Leandro BranQUInho<br />

No ANO PASSADO, EU COMPREI<br />

um jogo de videogame cuja missão<br />

principal é eliminar um ditador<br />

em uma terra chamada Kirat. O<br />

jogo é moderno e tem um visual<br />

muito bonito. O problema é que<br />

fiquei vários dias fora de casa logo<br />

depois de ter recebido o game. Foram<br />

quase duas semanas de palestras,<br />

cada dia em uma cidade diferente.<br />

Foi então que, após um “tempão”<br />

sem jogar, recebi um e-mail...<br />

“Branquinho, Kirat precisa de<br />

você! Os postos avançados não vão<br />

se desbloquear sozinhos. Precisa<br />

de ajuda? Veja estas dicas e truques<br />

de outros fãs ou visite este fórum<br />

para discutir táticas e trocar ideias.”<br />

5 ideias criativas<br />

para vender mais<br />

em 2016<br />

Uau, o videogame me enviou<br />

um e-mail! O videogame está fazendo<br />

pós-venda.<br />

Isso me fez pensar: o que nós,<br />

seres humanos, podemos fazer para<br />

não sermos substituídos por<br />

máquinas? Temos que utilizar a<br />

nossa criatividade, claro, mas precisamos<br />

ser consistentes. Para desenvolver<br />

a criatividade, precisamos<br />

nos alimentar de experiências<br />

diferentes. Devemos experimentar<br />

aquilo com que não estamos acostumados.<br />

Pensando nisso, apresento<br />

a seguir cinco ideias criativas<br />

para você aplicar durante este ano.<br />

1<br />

Faça UM<br />

CRONOGRAMA DE<br />

CONTATO COM SEUS<br />

CLIENTES<br />

Com o objetivo de estreitar o relacionamento<br />

com seus clientes, crie<br />

um cronograma de contato com<br />

eles e defina uma programação que<br />

contenha diferentes ações. Por<br />

exemplo: em um dia, você envia<br />

uma notícia relacionada ao segmento<br />

do cliente; em outro, as novidades<br />

da sua empresa; no próximo,<br />

um elogio sobre algo em que<br />

66<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


você sabe que ele é realmente bom<br />

(seja sempre sincero!) e assim por<br />

diante. Além de variar o conteúdo<br />

trabalhado, varie também o meio.<br />

Dá para usar e-mail, WhatsApp,<br />

telefone, redes sociais, etc. Coloque<br />

em sua agenda, em seu CRM ou<br />

crie lembretes no celular e siga à<br />

risca esse cronograma.<br />

2<br />

SEJA ENCONTRADO<br />

PELOS SEUS CLIENTES<br />

Você já ouviu a frase: “Se<br />

você não é encontrado,<br />

você não existe”? Pois é, se as pessoas<br />

colocam o seu nome (ou o nome<br />

de sua empresa) no Google e<br />

você não aparece entre os primeiros<br />

resultados, você está perdendo<br />

clientes para a concorrência.<br />

Na internet, é possível utilizar<br />

ferramentas gratuitas e pagas para<br />

facilitar que sua empresa seja encontrada.<br />

Se o seu negócio tem atuação<br />

local, cadastre-se no Google<br />

Meu Negócio e no Bing Places. Ao<br />

fazer seu cadastro, essas ferramentas<br />

de busca colocarão sua empresa<br />

nos primeiros resultados de pesquisas<br />

feitas perto de seu endereço.<br />

Uma outra forma de ser encontrado<br />

é utilizando a ferramenta Power<br />

Editor, do Facebook. Ela permite<br />

que você faça uma segmentação<br />

muito específica de suas propagandas<br />

– e você pode utilizar a lista de<br />

e-mails de seus clientes potenciais<br />

e/ou de seus clientes atuais para<br />

isso, pois o Facebook fará o cruzamento<br />

dos dados. Assim, seus anúncios<br />

poderão ser vistos somente<br />

pelo grupo distinto que você definir.<br />

3<br />

CRIE UM CARTão DE<br />

“INFIDELIDADE”<br />

No final de 2015, quatro<br />

cafeterias de Brasília (DF)<br />

se uniram e criaram um “cartão<br />

de infidelidade”. A cada expresso<br />

comprado em qualquer uma delas,<br />

o cliente ganhava um selo. Ao completar<br />

a cartela com os selos das<br />

quatro cafeterias, ele poderia beber<br />

um quinto café sem pagar nada – e<br />

na cafeteria de sua preferência!<br />

Todos os concorrentes costumam<br />

ter resultados positivos com<br />

esse tipo de ação, pois ela ajuda a<br />

fazer com que os clientes queiram<br />

conhecer todos os participantes.<br />

Funciona como um jogo de ganha-<br />

-ganha. Mas a ideia não precisa ser<br />

utilizada apenas por concorrentes<br />

diretos. É possível fazer parcerias<br />

semelhantes com empresas complementares,<br />

como:<br />

Loja de ferramentas com loja<br />

de tintas e/ou com loja de material<br />

de construção.<br />

Loja de perfumes com loja de<br />

joias e/ou com loja de chocolates<br />

finos.<br />

Loja de roupas com loja de lingeries<br />

e/ou com loja de roupas para<br />

crianças.<br />

4<br />

MOSTRE PRODUTOS<br />

COMPLEMENTARES<br />

de FORMAS<br />

INESPERADAS<br />

Se você já comprou um livro pela<br />

internet, aposto que recebeu um<br />

e-mail com sugestões de outros<br />

livros que, sim, você adoraria comprar.<br />

Isso é algo que o sistema do<br />

e-commerce faz praticamente de<br />

forma automática, mas um representante<br />

comercial ou um vendedor<br />

de loja precisa ter perspicácia<br />

para fazer algo parecido. Por<br />

exemplo:<br />

a) Um representante comercial<br />

visitou um cliente que comprou<br />

um determinado produto. Quando<br />

estiver próximo de voltar a atender<br />

aquele cliente, você pode mandar<br />

uma amostra ou uma foto de um<br />

produto que seja complementar ao<br />

que o cliente já comprou.<br />

b) Uma cliente comprou um sapato<br />

em uma loja. Na semana<br />

seguinte à compra, a vendedora<br />

pode enviar uma foto de uma<br />

bolsa que combine com aquele<br />

sapato.<br />

C) Um cliente levou seu cachorrinho<br />

para tomar banho no pet<br />

shop. Na semana seguinte, o estabelecimento<br />

pode mandar um<br />

e-mail para o cliente com fotos de<br />

brinquedos para o animalzinho.<br />

5<br />

DIVULGUE SUAS<br />

CONQUISTAS COM<br />

FREQUêNCIA<br />

Uma frase que as pessoas<br />

adoram compartilhar nas redes<br />

sociais é esta: "Trabalhe duro e em<br />

silêncio. Deixe que o sucesso fale<br />

por você." Pura bobagem!<br />

Quanto mais pessoas souberem<br />

de suas conquistas, mais oportunidades<br />

você conseguirá. É inerente<br />

ao ser humano procurar segurança.<br />

Se você mostra com frequência<br />

depoimentos de clientes<br />

satisfeitos, fotos de prêmios que<br />

você recebeu e resultados positivos<br />

que alcançou, você atrairá mais<br />

clientes interessados em ter as mesmas<br />

experiências. Claro que irá<br />

atrair inveja também, mas e daí?<br />

Cabeça erguida, coração tranquilo<br />

e dinheiro no bolso – é isso que<br />

importa. Só tome cuidado para que<br />

suas postagens nas redes sociais<br />

e os e-mails que você manda para<br />

os seus clientes não sejam só de<br />

autopromoção.<br />

Uma vez um amigo me disse:<br />

"Não tenha medo da concorrência.<br />

Tenha medo de não fazer a diferença."<br />

O videogame lá de casa já<br />

aprendeu essa lição. O e-mail mais<br />

recente que eu recebi foi de uma<br />

expansão do jogo que comprei.<br />

Nesse pacote, eles me ofereceram<br />

novas fases e novos desafios em<br />

Kirat. Difícil resistir, né?<br />

“Para<br />

desenvolver a<br />

criatividade,<br />

precisamos nos<br />

alimentar de<br />

experiências<br />

diferentes.<br />

Devemos<br />

experimentar<br />

aquilo com que<br />

não estamos<br />

acostumados.”<br />

Leandro Branquinho é palestrante<br />

de vendas e liderança<br />

de vendas, tem a<br />

tatuagem “Eu Amo Vender”<br />

no braço e é podcaster no<br />

www.radiovendas.com.br<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 67


Venda mais com <strong>VendaMais</strong> / Da Redação /<br />

Anna lAUra Neumann<br />

InteligêNCIA<br />

COLETIVA<br />

na bUSCA PELA<br />

EXCELêNCIA<br />

Duas cabeças pensam melhor que uma, certo? Então que tal reunir todas as mentes de seu time para<br />

encontrar soluções inovadoras e eficientes em busca da evolução constante? Foi isso que a Sulati fez!<br />

Entenda essa história e saiba como desenvolver conhecimento coletivo em sua empresa ajudará você a<br />

ter colaboradores mais comprometidos e clientes mais fiéis<br />

ocê já PAROU PARA PENSAR EM como nasce uma<br />

ideia? Se avaliar suas visões e concepções, vai ver<br />

que, apesar de muita coisa acontecer dentro da<br />

sua cabeça, os seus pensamentos dependem também<br />

de tudo que você faz, vê, lê e assim por diante.<br />

Por exemplo: uma ideia pode surgir a partir de<br />

uma observação da vida cotidiana, de um filme a<br />

que você assistiu, de um livro que leu, etc. Além<br />

disso, a troca de informações entre você e outras<br />

pessoas também contribui muito para sua inspiração<br />

aparecer. É a chamada “inteligência coletiva”,<br />

um conhecimento construído de forma colaborativa<br />

entre os indivíduos.<br />

Você pode até achar que esse é um conceito<br />

muito distante da sua realidade. Mas a Sulati, empresa<br />

de representação institucional de Arroio do<br />

Meio (RS), prova que é possível, sim, promover a<br />

inteligência coletiva no dia a dia de um ambiente<br />

corporativo. E de forma simples!<br />

Há dois anos, eles criaram o Grupo de Estudos<br />

Sulati, com o objetivo de evoluir<br />

no que diz respeito à gestão da<br />

empresa e, ao mesmo tempo, desenvolver<br />

os colaboradores por<br />

meio da troca de conhecimento.<br />

Conheça melhor essa história e<br />

inspire-se para trabalhar a inteligência<br />

colaborativa em sua empresa<br />

também!<br />

A exCELêNCIA COMO META<br />

A Sulati atua há 36 anos como<br />

representante institucional, oferecendo<br />

serviços de gestão administrativa,<br />

representação comercial e<br />

operação logística (armazenagem<br />

e entregas) de produtos refrigerados,<br />

congelados e linha seca. Liselena<br />

Maria Bersch Neumann, só-<br />

68<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


cia-proprietária da empresa, explica que o objetivo<br />

da companhia é ser referência na prestação de serviços,<br />

aproximando-se dos clientes e criando alternativas<br />

que agreguem valor para se destacar no<br />

mercado do Rio Grande do Sul.<br />

Para alcançar e manter essa meta, a Sulati optou<br />

pelo caminho do conhecimento e, desde 2010, assina<br />

a <strong>VendaMais</strong> para facilitar essa trajetória.<br />

“Nosso trabalho compreende a parte técnica, como<br />

o repasse de tabelas, descontos, flexibilizações,<br />

visitas, campanhas, entre outros, assim como o<br />

treinamento realizado junto aos representantes<br />

comerciais para negociação, pós-venda, marketing,<br />

merchandising, atendimento e comunicação. Por<br />

esse motivo, a Sulati sentiu a necessidade de assinar<br />

a <strong>VendaMais</strong>, por ser uma revista focada em vendas.<br />

As publicações são atuais, bem estruturadas,<br />

fundamentadas com bibliografias, trazem entrevistas<br />

internacionais, assuntos aplicáveis e conteúdos<br />

pesquisados com quem vive o dia a dia da<br />

venda, e tudo isso é muito rico<br />

para nós”, analisa Liselena.<br />

A gestora da Sulati afirma,<br />

ainda, que outro motivo que fez<br />

com que a empresa assinasse a<br />

revista foi o fato de a linguagem<br />

da publicação ser muito próxima<br />

da realidade comercial. “Percebe-<br />

-se claramente que a publicação<br />

é conduzida por um vendedor,<br />

que tem base de vendas e convive<br />

com a classe”, indica.<br />

Um ESPAço PARA REFLETIR,<br />

APRENDER e PROMOVER a<br />

MUDANça<br />

Também com o intuito de buscar<br />

melhorar cada vez mais, a empresa<br />

criou, em 2014, o Grupo de Estudos<br />

Sulati, que visa engajar os<br />

colaboradores e fazê-los se sentirem<br />

parte da empresa, atuantes e<br />

envolvidos, criando um ambiente<br />

real de participação, de análise<br />

sobre os processos e de busca pela<br />

inovação.<br />

Liselena explica que as atividades<br />

do grupo são desenvolvidas<br />

a partir de livros, revistas, artigos,<br />

filmes ou palestras, e os integrantes<br />

se preparam previamente para<br />

a discussão, que ocorre em datas<br />

pré-agendadas. “Os temas são escolhidos<br />

a partir de um diagnóstico<br />

acerca da situação vivida pela<br />

Sulati e por todos os seus colaboradores.<br />

Assim, surgem as necessidades<br />

de abordarmos determinados<br />

conteúdos, que, depois de serem<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 69


Liselena Maria Bersch Neumann<br />

estudados, passam a gerar soluções para as diferentes<br />

situações ou problemas que ocorrem ou possam acontecer<br />

no cotidiano da empresa”, explica a proprietária.<br />

Ela destaca, ainda, que esses estudos propõem<br />

uma reflexão sobre o momento atual e sobre tendências<br />

de mercado, buscando se antecipar quanto às<br />

demandas futuras. “As análises realizadas servem<br />

como base para ações de planejamento e projetos da<br />

empresa, além de nos fazerem repensar sobre as práticas<br />

adotadas com uma visão crítica e, ao mesmo<br />

tempo, inspiradora”, frisa.<br />

O Grupo de Estudos é formado por colaboradores<br />

das diferentes áreas – contabilidade, comercial, operacional<br />

e logística. Os participantes são convidados<br />

pela direção da empresa, que leva em consideração<br />

a competência, o comprometimento e a dedicação<br />

para realizar a escolha dos integrantes. “Dessa forma,<br />

o Grupo de Estudos também é uma das ferramentas<br />

usadas pela Sulati para desenvolver suas lideranças,<br />

que, a partir do empoderamento do conhecimento,<br />

tornam-se multiplicadoras das ideias e dos aprendizados,<br />

compartilhando suas experiências com os<br />

demais”, aponta Liselena.<br />

“A partir da leitura<br />

dos textos, os<br />

participantes<br />

do grupo são<br />

incentivados<br />

a aproximar<br />

os conteúdos<br />

da realidade<br />

da empresa. A<br />

discussão, a troca<br />

de experiências e<br />

o incentivo a novas<br />

ideias enriquecem<br />

o trabalho<br />

desenvolvido pela<br />

Sulati e tudo isso<br />

tem como base<br />

a leitura dos<br />

artigos da revista<br />

<strong>VendaMais</strong>.”<br />

Entre os temas já trabalhados<br />

no Grupo de Estudos da Sulati estão:<br />

Comunicação e feedback – A<br />

importância desses itens para<br />

corrigir processos e comportamentos.<br />

Criatividade e inovação – Um<br />

desafio a pensar a empresa e<br />

os processos de maneiras diferentes.<br />

Motivação – A importância<br />

de procurar, de tempos em tempos,<br />

um novo significado ou<br />

sentido para aquilo que se faz<br />

ou até mudar a maneira como<br />

as coisas são feitas.<br />

Equipe e endomarketing –<br />

Vender “para dentro” com o<br />

objetivo de fidelizar os colaboradores<br />

quanto à missão, à visão<br />

e aos valores da empresa,<br />

deixando claros esses conceitos<br />

na mente de todos, para que<br />

comuniquem aos públicos externos.<br />

Liderança – Capacidade de argumentação,<br />

firmeza e clareza.<br />

Cultura organizacional – Um<br />

pré-requisito para que uma<br />

gestão seja bem-sucedida, já<br />

que confronta os valores com<br />

a realidade para ir além das<br />

crenças e da boa vontade.<br />

VENDAMAIS AJUDANDO a<br />

SULATI a VENDER MELHOR<br />

Liselena conta que o Grupo de<br />

Estudos Sulati promove a busca<br />

por conhecimento e incentiva a<br />

troca de informações entre os colaboradores,<br />

proporcionando a<br />

liberdade de participação nas decisões<br />

e no futuro da empresa.<br />

Sendo assim, a gestora afirma que<br />

os conteúdos da <strong>VendaMais</strong> contribuem<br />

muito para o desenvolvimento<br />

das atividades, por proporem<br />

temas relevantes e atuais. “A<br />

partir da leitura dos textos, os<br />

participantes do grupo são incentivados<br />

a aproximar os conteúdos<br />

da realidade da empresa. A discussão,<br />

a troca de experiências e<br />

o incentivo a novas ideias enriquecem<br />

o trabalho desenvolvido pela<br />

Sulati e tudo isso tem como base<br />

a leitura dos artigos da revista <strong>VendaMais</strong>”,<br />

indica. Ela comenta, ainda,<br />

que todos podem expor suas<br />

ideias, sugestões e críticas com<br />

base nos conteúdos discutidos e<br />

que, dessa forma, a empresa torna<br />

seus processos mais transparentes<br />

e conquista colaboradores mais<br />

participativos, resultando em um<br />

índice de turnover muito baixo.<br />

Como exemplo de material que<br />

inspirou mudanças na prática, ela<br />

conta que, para abordar os temas<br />

“criatividade” e “inovação”, foram<br />

trabalhados os artigos “6 maneiras<br />

de se reinventar e crescer mesmo<br />

na crise”, da edição de maio de 2015,<br />

70<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


e “Inovação: técnica ou arte?”, da revista de julho do<br />

mesmo ano. Mas a grande inspiração, segundo Liselena,<br />

veio de uma frase dita por Seth Godin, autor do<br />

livro Quebre as regras e reinvente, tema da seção “Livro<br />

do mês”, da <strong>VendaMais</strong> de maio do ano passado: “O<br />

desafio não é aperfeiçoar sua capacidade de saber<br />

quando começar e quando esperar. O desafio é criar<br />

o hábito de começar.” Com isso em mente, os funcionários<br />

da Sulati realizaram algumas ações no sentido<br />

de criar novas iniciativas para melhorar as metodologias<br />

utilizadas na empresa, aproximando-se cada<br />

vez mais dos colaboradores e dos clientes:<br />

A equipe fez um levantamento de alguns processos<br />

– entre eles, os meios utilizados para a comunicação<br />

interna. Foram avaliados quais eram os<br />

mais eficazes e, com a inserção de novas ideias,<br />

o grupo concluiu que todos os colaboradores deveriam<br />

ter acesso ao trabalho da empresa. Assim,<br />

surgiu o Jornal Sulati, que é distribuído a todos<br />

os funcionários mensalmente.<br />

Outra ideia implementada na Sulati foi o envio de<br />

cartões, como o que dá as boas-vindas aos clientes<br />

novos e outros referentes a datas comemorativas,<br />

como Natal, Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Pais.<br />

Utilizando as notas fiscais como meio para chegar<br />

aos clientes, também foram colocadas faixas coloridas<br />

na parte inferior das folhas, alusivas ao<br />

Outubro Rosa e ao Novembro Azul.<br />

Na logística, o coordenador do setor começou a<br />

acompanhar o caminhão nas entregas, avaliando<br />

o trabalho e a postura do motorista e de seu auxiliar<br />

e, também, questões de estrutura, como o<br />

acondicionamento da carga, a refrigeração dos<br />

produtos, o roteiro e a descarga. Na ocasião, ele<br />

aproveitou para conversar com os clientes, buscando<br />

mais informações, críticas e sugestões<br />

sobre o trabalho realizado.<br />

MAIS ENGAJAMENTO – DOS COLABORADORES<br />

e DOS CLIENTES<br />

Liselena conta que o Grupo de Estudos reflete também<br />

na melhoria do clima da empresa. Isso porque os encontros<br />

propiciam um ambiente participativo, de troca,<br />

mais leve, em que todos se sentem parte da organização.<br />

“Os resultados aparecem quando, por exemplo, você<br />

percebe que o mural já está pequeno para a quantidade<br />

de mensagens espontâneas expostas; ou quando,<br />

em um evento beneficente, a participação é voluntária;<br />

ou, ainda, quando a preocupação com o cliente<br />

é notável na maioria dos colaboradores”, revela.<br />

Elton de Lima<br />

Ela garante que esse comprometimento<br />

dos profissionais contribui<br />

para que os clientes se sintam<br />

mais próximos da Sulati. “A fidelização<br />

e a conquista de novos<br />

clientes são gradativas. O aumento<br />

nas vendas é perceptível e a<br />

recompra é surpreendente, fato<br />

que nos mostra que estamos focados,<br />

centrados na nossa missão,<br />

que é representar produtos e serviços<br />

desde a venda até a entrega,<br />

buscando oferecer soluções diferenciadas<br />

que satisfaçam às necessidades<br />

de nossos diferentes públicos”,<br />

comemora.<br />

Elton de Lima, do setor Administrativo/Comercial<br />

da Sulati, comenta<br />

que os integrantes do Grupo<br />

de Estudos relatam que os conteúdos<br />

retirados da revista <strong>VendaMais</strong><br />

enriquecem o conhecimento profissional<br />

de todos, ajudando-os a se<br />

desenvolver e a enfrentar os momentos<br />

de dificuldades do dia a dia.<br />

“Assim, percebemos o fortalecimento<br />

do trabalho em grupo, já que a<br />

aplicação dos estudos proporciona<br />

mais embasamento técnico para os<br />

profissionais, fazendo com que todos<br />

trabalhem com mais segurança<br />

em suas tarefas, buscando novos<br />

desafios e crescendo dentro da empresa”,<br />

afirma.<br />

Dicas para criar um<br />

grupo de estudos em<br />

sua empresa<br />

Se você gostou da história da Sulati<br />

e ficou com vontade de implementar<br />

algo parecido em sua empresa,<br />

mas não sabe por onde começar, aí<br />

vão algumas dicas:<br />

Defina um objetivo para o<br />

grupo de estudos (aperfeiçoamento<br />

da equipe, desenvolvimento<br />

da liderança, correção<br />

de erros etc.).<br />

Determine qual será o perfil do<br />

público que irá participar dos<br />

encontros (pode ser que seja<br />

preciso criar um grupo para<br />

cada área, por exemplo).<br />

Escolha o melhor meio para<br />

aplicação dos conteúdos (on-<br />

-line, presencial ou um pouco<br />

dos dois?).<br />

Estabeleça um cronograma, levando<br />

em consideração a disponibilidade<br />

dos participantes.<br />

Trabalhe conteúdos relacionados<br />

às principais dificuldades<br />

da equipe e também alinhados<br />

aos objetivos estratégicos da<br />

empresa.<br />

Crie planos de ação a partir dos<br />

debates dos encontros (para<br />

que não fique só na teoria).<br />

Estabeleça tarefas e prazos para<br />

as ações propostas no grupo.<br />

Esteja sempre aberto a ouvir<br />

seus clientes e seus colaboradores<br />

– eles devem ser a fonte<br />

de inspiração para as atividades.<br />

Meça os resultados das atividades<br />

propostas pelo grupo<br />

e acompanhe o desempenho<br />

dos profissionais, para saber<br />

se efetivamente está fazendo<br />

diferença no dia a dia da empresa.<br />

Colaborarou nesta matéria:<br />

Francine Pereira<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 71


Vendas<br />

José rICArdo Noronha<br />

5 dicas para melhorar<br />

as taxas de conversão<br />

em tempos de crise<br />

Penso que você VAI CONCORDAR COMIGO QUE<br />

vivemos um “novo tempo” em vendas. Um novo<br />

tempo que se caracteriza, de um lado, por clientes<br />

cada vez mais bem informados e exigentes e, de outro,<br />

por inúmeros concorrentes que vendem produtos<br />

e serviços bastante similares – ou, muitas vezes, até<br />

mesmo iguais! – aos que você e sua empresa comercializam.<br />

Para brilhar nesse tempo de vendas mais desafiadoras,<br />

uma tarefa é absolutamente crucial: incrementar<br />

as taxas de conversão!<br />

ENTENDENDO o CONCEITO<br />

Antes de mais nada, não custa esclarecer o que é “taxa de conversão”.<br />

De forma bastante resumida, taxa de conversão é o percentual de clientes<br />

que efetivamente respondem a uma ação da sua empresa focada em<br />

aumentar as vendas. Essa ação pode ser uma propaganda na TV, uma<br />

visita, um telefonema, dentre outras inúmeras possibilidades que compõem<br />

a sua estratégia de vendas.<br />

Não por acaso, um dos maiores<br />

desafios de empresários, líderes e<br />

profissionais de vendas é incrementar<br />

suas taxas de conversão<br />

para conseguir uma melhor rentabilidade,<br />

uma melhor performance<br />

em vendas e em uma maior produtividade<br />

(que, de forma muito<br />

simplificada, significa fazer cada<br />

vez mais com cada vez menos).<br />

Afinal, se hoje, por exemplo, você<br />

consegue “converter” dez de cada<br />

cem pessoas que visitam sua loja/<br />

sua empresa/seu site (ou seja, se<br />

sua taxa de conversão é de 10%),<br />

caso consiga melhorar esse desempenho<br />

em 50%, elevando a taxa de<br />

conversão para 15%, suas vendas<br />

e sua rentabilidade terão um impacto<br />

enorme e positivo.<br />

72<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Como CONSEGUIR ISSO?<br />

Se, ao olhar esse cenário, você se<br />

pegar pensando: “Zé, eu também<br />

tenho esse desafio aqui no meu negócio<br />

e preciso de algumas dicas<br />

poderosas e criativas para melhorar<br />

minhas taxas de conversão!”, eu<br />

tenho uma boa notícia: compartilho,<br />

a seguir, os cinco principais<br />

conselhos que posso dar a esse<br />

respeito. Tenho certeza de que<br />

eles lhe serão extremamente úteis.<br />

Vamos lá?<br />

1<br />

PROVAS SOCIAIS<br />

No mundo “social” em que<br />

todos vivemos, compartilhar depoimentos<br />

de clientes e estudos<br />

de casos em seus materiais de divulgação,<br />

sites e redes sociais é<br />

fundamental.<br />

Mas não custa lembrar que,<br />

para conseguir depoimentos realmente<br />

incríveis, você precisará<br />

incrementar também o nível de<br />

serviços e de “experiências” que<br />

tem oferecido aos seus clientes.<br />

Assim, será muito mais fácil transformá-los<br />

em grandes “embaixadores”<br />

e “fãs” dos seus produtos e<br />

serviços. E ao fazer isso, você irá<br />

reduzir sensivelmente o CAC (Custo<br />

de Aquisição de Cliente), uma<br />

vez que você e sua empresa passarão<br />

a contar com inúmeros clientes<br />

que se tornarão seus mais importantes<br />

“vendedores”.<br />

Portanto, mãos à obra: colha<br />

o maior número de depoimentos<br />

e compartilhe histórias reais e de<br />

sucesso com todos os seus clientes<br />

e prospects. É um dos primeiros<br />

passos para aumentar as taxas de<br />

conversão!<br />

2<br />

OFEREça algo VALIOSO<br />

Invista vigorosamente em<br />

uma estratégia de marketing de<br />

conteúdo oferecendo, por meio do<br />

seu site ou blog, artigos, dicas, técnicas<br />

e informações preciosas que<br />

realmente agreguem valor ao seu<br />

cliente (e ao potencial cliente). E<br />

quando falamos em valor, falamos<br />

em benefícios palpáveis. Por isso<br />

mesmo, invista em bons artigos e<br />

em e-books e os disponibilize-os<br />

através de “landing pages” (páginas<br />

em que o interessado digita alguns<br />

dados, como nome e e-mail, para<br />

ter acesso ao seu material). Ao<br />

fazer isso, você aumenta de forma<br />

muito significativa a possibilidade<br />

de conversão de um cliente que já<br />

demonstrou interesse em seus produtos<br />

ou serviços e que compartilhou<br />

seus dados de contato com<br />

você, o que já aumenta incrivelmente<br />

o potencial de conversão.<br />

3<br />

INFORMAçõES CLARAS<br />

Muitas empresas têm cometido<br />

o erro quase imperdoável<br />

de limitar, de todas as formas possíveis,<br />

que o cliente entre em contato<br />

com elas por telefone. Isso é<br />

um erro grosseiro que só afasta<br />

os consumidores! O que você precisa<br />

fazer, na verdade, é aumentar<br />

os pontos de contato com quem<br />

quer comprar de sua empresa, não<br />

limitar! Isso acelera o desenvolvimento<br />

da relação entre vocês, o<br />

que é essencial para aumentar as<br />

taxas de conversão.<br />

Nesse sentido, visite ainda<br />

hoje o site da sua organização e,<br />

com a visão mais crítica que puder,<br />

veja se os dados de contato<br />

(telefone, e-mail, SAC – Serviço<br />

de Atendimento ao Cliente, perfis<br />

nas redes sociais, etc.) podem<br />

ser facilmente encontrados. Se<br />

não, busque imediatamente uma<br />

forma de mudar isso!<br />

4<br />

GARANTIAS<br />

Não podemos nos esquecer<br />

de que vivemos, hoje, uma<br />

enorme “crise de confiança”. Muitos<br />

clientes têm deixado de consumir<br />

muito mais em virtude da<br />

falta de confiança do que da falta<br />

de dinheiro propriamente dita.<br />

Diante disso, oferecer garantias<br />

reais como “satisfação garantida<br />

ou seu dinheiro de volta”<br />

tem impacto direto na melhoria<br />

das taxas de conversão. Ao oferecer<br />

garantias reais, você derruba<br />

várias das objeções mais<br />

comuns. Contra a crise, venda<br />

confiança!<br />

5<br />

MONITORE<br />

Como absolutamente tudo<br />

em vendas, precisamos de<br />

métricas para acompanhar o<br />

sucesso das nossas iniciativas.<br />

Portanto, é fundamental que você<br />

monitore quase que diariamente<br />

as mais diversas taxas de<br />

conversão do seu negócio e que,<br />

com base nelas, estipule metas<br />

claras de melhoria que estejam<br />

diretamente ligadas a um bom<br />

e bem desenhado plano de ação.<br />

Nesse planejamento, dentre outros<br />

pontos, valorize o incremento<br />

das taxas de conversão<br />

por meio de ações como o lançamento<br />

de “landing pages” periodicamente<br />

e a inclusão de<br />

pelo menos um novo testemunho<br />

em texto ou vídeo por semana<br />

em seu site.<br />

É exatamente durante a crise<br />

que temos a oportunidade singular<br />

de testar novas ideias e abordagens<br />

que tenham como principais<br />

objetivos incrementar as<br />

vendas, a rentabilidade e a produtividade<br />

do nosso negócio. Criatividade<br />

e coragem para testar o<br />

novo são componentes essenciais<br />

para quem quer brilhar mesmo<br />

em tempos de crise!<br />

Boas vendas!<br />

“Ao oferecer<br />

garantias<br />

reais, você<br />

derruba várias<br />

das objeções<br />

mais comuns<br />

de clientes<br />

cada vez mais<br />

desconfiados.”<br />

José Ricardo Noronha é<br />

vendedor vencedor, palestrante,<br />

professor, consultor<br />

e autor do livro Vendas!<br />

Como eu faço?<br />

Visite o site:<br />

www.paixaoporvendas.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 73


Circuito <strong>VendaMais</strong> / DA REDAÇÃO /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

As<br />

melhores<br />

dicas do<br />

Circuito<br />

VenDAMais<br />

2015<br />

Entre OS DIAS 17 e 19 DE NOVEMBRO<br />

do ano passado, um palco virtual recebeu<br />

14 grandes especialistas em vendas em<br />

mais uma edição do Circuito <strong>VendaMais</strong>,<br />

o principal evento on-line (e gratuito) de<br />

vendas do Brasil.<br />

Ao longo dos três dias de treinamento,<br />

os palestrantes falaram sobre estratégias<br />

para vender mais, liderança e gestão de<br />

equipes, técnicas de vendas e motivação.<br />

As lições apresentadas por nomes como<br />

Raul Candeloro, Marcelo Caetano, Fabricio<br />

Medeiros, José Ricardo Noronha, Claudio<br />

Diogo, Marcelo Ortega, JB Vilhena e Rodrigo<br />

Cardoso com certeza ajudaram muitas<br />

empresas a encerrarem o ano em alta<br />

– e na frente na corrida pelo sucesso em<br />

2016. Não conseguiu participar do evento<br />

no ano passado e gostaria de saber um<br />

pouco sobre o que os especialistas disseram?<br />

Acompanhe a cobertura que fizemos<br />

das quatro palestras mais bem avaliadas!<br />

74<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


nos aproximamos dos nossos clientes ideais, oferecendo<br />

a eles um serviço cada vez melhor”, revela.<br />

> Para quem não se preparou para a crise, é hora de analisar<br />

as fraquezas e potencializar as forças.<br />

Crise, vendas e indicadores<br />

de performance<br />

Com José Ricardo Noronha<br />

Para José Ricardo Noronha, palestrante e consultor<br />

de vendas, a crise é, na verdade, um grande filtro<br />

que tem a capacidade de mostrar quem é verdadeiramente<br />

bom, quem está preparado. "A empresa que<br />

está efetivamente focada em alta performance em<br />

vendas tem bons resultados em tempos de bonança<br />

e em tempos de crise. Ela mostra que a estratégia<br />

que elaborou leva em consideração todos os percalços<br />

do caminho, tendo planos A, B, C e D”, declara.<br />

Então, se a crise é um filtro que separa empresas<br />

que estão indo bem daquelas que não estão, é<br />

preciso saber como agir diante das dificuldades de<br />

acordo com o lado que você está. Assim, estas são<br />

as dicas do consultor para enfrentar a crise:<br />

Segundo Noronha, se sua empresa está sentindo<br />

os reflexos da crise e percebeu que não está<br />

preparada para enfrentá-la, há alguns passos a<br />

serem seguidos. “Antes de mais nada, é preciso<br />

observar o ciclo de vendas e verificar onde estão<br />

as maiores dificuldades. Depois de identificar os<br />

gaps da equipe comercial, é necessário atacar diretamente<br />

as competências, as habilidades de que os<br />

vendedores ainda sentem falta e, se for o caso, oferecer<br />

treinamento e capacitação”, analisa.<br />

O especialista indica, ainda, que é essencial analisar<br />

as habilidades dos vendedores para ter certeza de<br />

que todos estão na mesma página no que diz respeito<br />

ao bom entendimento da estratégia da empresa. Como<br />

lembra Noronha, muitas organizações são excelentes<br />

na elaboração da estratégia, mas têm dificuldades em<br />

colocá-la em prática porque os vendedores não conseguem<br />

entendê-la. “Não fique assustado com a crise e<br />

entre na guerra de preços, porque esse é o caminho<br />

que mais acelera a decadência da empresa. Existem<br />

outras alternativas, tais como bater de frente nas deficiências<br />

da equipe investindo na capacitação dos<br />

profissionais. No fim, o que faz a diferença mesmo é<br />

um vendedor extremamente qualificado”, conclui.<br />

> Para quem está indo bem, a crise deve servir para fortalecer<br />

o lado estratégico.<br />

“Peter Drucker dizia que eficácia é fazer as coisas<br />

certas e eficiência, fazer certo as coisas. Eficácia está<br />

mais ligada à estratégia e eficiência, à execução. E<br />

produtividade é fazer cada vez mais, com cada vez<br />

menos”, explica Noronha.<br />

Nesse sentido, o consultor frisa que as empresas<br />

que estão indo bem, independentemente da crise, precisam<br />

focar, nesse momento, em aumentar sua eficácia,<br />

incrementando a estratégia. Como fazer isso? Melhorando<br />

a forma como se relacionam com seu público.<br />

“Entenda verdadeiramente quem é o seu cliente ideal<br />

e conheça profundamente as necessidades dele”, aconselha.<br />

Além disso, Noronha diz que é preciso conhecer<br />

o perfil do não cliente. Por exemplo, aquele cliente que<br />

está com você única e exclusivamente em busca do<br />

menor preço precisa sair de seu ciclo de vendas o mais<br />

rápido possível. “Se eficácia é fazer as coisas certas,<br />

uma das coisas certas a se fazer é dizer ‘não’. Assim,<br />

Como AUMentar venDAs<br />

na crise?<br />

Com Fabricio Medeiros<br />

Como vender na crise também foi o tema da videoaula<br />

de Fabricio Medeiros, palestrante de vendas e<br />

negociação. Medeiros afirma que para conseguir<br />

bons resultados em tempos difíceis é preciso não<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 75


se deixar abalar pelo negativismo, cuidar muito<br />

bem de sua base e ter fome de conhecimento. Além<br />

disso, ele define três pilares para quem quer vender<br />

MAIS na crise. São eles:<br />

1) Ajuste seu modelo mental.<br />

“É importante que seu modelo mental esteja sempre<br />

ajustado para vencer momentos difíceis”,<br />

indica o palestrante. Ele afirma que, independentemente<br />

do que o mercado está dizendo, é fundamental<br />

chegar no cliente com uma postura positiva,<br />

sem passar nervosismo ou ansiedade. Em<br />

suas palavras, é preciso ter um modelo mental<br />

vencedor. “E não é apenas ser positivo da boca<br />

pra fora, é realmente não aceitar o que os pessimistas<br />

estão falando e não deixar que as pessoas<br />

à sua volta respirem essa atmosfera negativa”,<br />

aconselha.<br />

2) tente vender mais para os clientes atuais.<br />

Medeiros comenta que, ao invés de se preocupar<br />

em ganhar mais e mais clientes, em tempos difíceis<br />

é essencial não esquecer que 80% do seu<br />

faturamento vem de 20% da sua base. “Nesse<br />

momento de crise, os concorrentes vão tentar<br />

roubar os seus clientes, vão fazer propostas indecentes”,<br />

declara o especialista, apontando que<br />

você tem que melhorar o seu nível de serviço e<br />

a sua relação comercial com os parceiros já<br />

existentes. “É preciso blindar esses caras, tentar<br />

aumentar o tempo de contrato, tentar vender<br />

novos produtos, vender produtos mais caros,<br />

etc. Ou seja, cuide muito bem de sua base”, salienta.<br />

3) tenha uma fome absurda por aprender mais.<br />

Medeiros frisa que, nas dificuldades, muitas<br />

vezes as pessoas querem economizar, não gastar<br />

com cursos, livros, etc. Mas, segundo o palestrante,<br />

é nesse momento que você deve se aperfeiçoar cada<br />

vez mais e investir em conhecimento. “Tudo o<br />

que eu consegui na minha vida, além do esforço,<br />

foi por meio da estratégia, e a estratégia veio com<br />

o estudo. Até porque esforço sem estratégia é como<br />

enxugar gelo. Só dá para agir estrategicamente<br />

quando se consegue pensar de forma clara sobre<br />

os assuntos, e isso só é possível com conhecimento.<br />

Se a empresa não oferece capacitação, invista você<br />

mesmo nisso”, orienta.<br />

Repensando sua estratégia<br />

comercial<br />

Com Marcelo Caetano<br />

“Quando o mercado fica tenso, as pessoas param de<br />

pensar estrategicamente e ficam presas à operação/<br />

tática. Não que isso seja absolutamente errado, mas é<br />

preciso usar esse momento para repensar a estratégia<br />

comercial. Será que a sua é sustentável no médio/<br />

longo prazo?” Esse foi o ponto de partida da palestra<br />

de Marcelo Caetano, diretor da <strong>VendaMais</strong>. Durante<br />

sua apresentação, Caetano apresentou cinco reflexões<br />

para você avaliar e repensar:<br />

1) Por que demoramos tanto para repensar?<br />

“Muitas vezes, as empresas recebem sinais claros de<br />

que algo não está fluindo bem, mas permanecem<br />

inflexíveis a mudanças em sua estratégia comercial.<br />

Por exemplo, um cliente de consultoria notou que 40%<br />

dos clientes estavam inativos há seis meses. Quando<br />

esse número começou a crescer, há um ano, algo deveria<br />

ter começado a ser feito para evitar que o percentual<br />

crescesse, mas, na tentativa de fazer com que<br />

o mesmo modelo vigente se sustentasse, a empresa<br />

demorou para agir”, conta o especialista. Na sequência,<br />

Caetano questiona: “Se vários sinais são dados<br />

para nos alertar que o modelo atual se esgotou, por<br />

que demoramos tanto para tomar as atitudes necessárias?<br />

Será que sua estratégia também não está se<br />

esgotando? Será que não vem dando sinais de que<br />

você está tentando sustentar o que não se sustenta?”<br />

2) Seu time sustenta sua estratégia comercial?<br />

Caetano destaca que, nos últimos cinco anos, empresas<br />

passaram a exigir muito mais da força comercial.<br />

Antes, “vender mais” funcionava. Hoje, é preciso<br />

vender mais e melhor, com mais margem, etc. O<br />

problema, segundo o diretor da <strong>VendaMais</strong>, é que<br />

76<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


enquanto o perfil do vendedor de que você precisa<br />

mudou, seu descritivo de vaga é o mesmo de cinco<br />

anos atrás. “Não se trata de demitir todos os antigos,<br />

mas entender quem, dentro do time, atende as necessidades<br />

atuais. Se você tem vinte vendedores e cinco<br />

vão mal, 20% da sua força de vendas não está alinhada<br />

e não tem condições de sustentar a sua estratégia.<br />

Por que você continua empregando profissionais que<br />

não sustentam a sua estratégia? Pensar em pessoas é<br />

algo altamente estratégico”, afirma.<br />

3) Encontre sua missão.<br />

“Dia desses, em uma reunião em uma empresa que<br />

tem mais de 500 corretores espalhados pelo Brasil,<br />

perguntei a um diretor qual era a missão deles. A<br />

resposta foi: ‘Proteger clientes.’ Essa mentalidade, que<br />

é cultivada internamente por meio de campanhas,<br />

treinamentos e diversas ações, faz com que todo corretor,<br />

quando vende apenas um item, sinta que não<br />

cumpriu sua missão, pois não conseguiu proteger<br />

todos os aspectos da vida do cliente: vida, residência,<br />

automóvel, empresa”, conta Caetano. Essa história,<br />

explica o especialista, mostra que quando você encontra<br />

uma missão, tudo o que envolve a sua estratégia<br />

de vendas fica mais fácil. Qual é a sua missão?<br />

sobre o impacto do desconto nas margens de lucro e<br />

como líderes e vendedores podem mudar de mentalidade<br />

e remar na mesma direção. Um dos pontos<br />

altos foi quando Candeloro falou sobre os cinco principais<br />

motivadores de compra, que são as forças psicológicas<br />

que levam o cliente a comprar ou deixar de<br />

comprar. “Se você entender, comunicar e atrelar toda<br />

a sua estratégia comercial a eles, estará anos luz à<br />

frente de seus concorrentes”, aponta.<br />

Os cinco motivadores de compra<br />

1: Busca de ganho, benefício ou lucro – Oportunidade<br />

de melhorar a vida e/ou obter resultados.<br />

2: Evitar perdas, dores ou prejuízos – Seu produto/serviço<br />

como precaução.<br />

3: Evitar incômodo e desconforto – Pessoas pagam<br />

para ficar mais tranquilas.<br />

4: Status, destaque e reconhecimento – Quando<br />

a pessoa quer se diferenciar da maioria.<br />

5: Realização pessoal ou sonho – Vai desde ser<br />

uma empresa social/ecologicamente responsável<br />

até ser capaz de realizar sonhos.<br />

Depois de apresentar os motivadores de compra,<br />

Candeloro apresentou os indicadores que devem ser<br />

acompanhados e gerenciados de perto:<br />

1: Vendas/faturamento.<br />

2: Percentual de clientes ativos.<br />

3: Percentual de clientes inativos.<br />

4: Número de contatos/oportunidades.<br />

5: Venda de mix.<br />

6: Preço médio (influência do desconto).<br />

7: Percentual de negócios a partir de novos clientes.<br />

8: Qualidade da venda.<br />

Venda MAis e melhor<br />

Com Raul Candeloro<br />

Se o que você busca é aumentar a lucratividade,<br />

a palestra de Raul Candeloro revela o que você precisa<br />

saber. O caminho, segundo ele, parte de um<br />

processo que vai deixar claro qual é o perfil do cliente<br />

que você precisa prospectar, qual será a base de<br />

suas ações de pós-venda, como conduzirá suas campanhas<br />

de venda, etc.<br />

A palestra começou com uma exemplificação<br />

Ao fim de sua palestra, o diretor da <strong>VendaMais</strong><br />

resumiu a relevância do evento e a importância dos<br />

conceitos apresentados pelos palestrantes: “Se você<br />

absorver tudo o que viu no evento e colocar dentro<br />

do que apresentei nesta palestra, seu investimento<br />

terá valido a pena. Coloque isso em prática e você<br />

poderá ter uma equipe de alta performance.”<br />

Circuito <strong>VendaMais</strong> 2.0 Premium<br />

Não conseguiu assistir às palestras do Circuito <strong>VendaMais</strong> 2.0 em<br />

tempo real e gostaria de poder ter acesso a elas agora, para capacitar<br />

sua equipe e garantir um excelente ano em vendas? Conheça o pacote<br />

premium do evento acessando http://www.circuitovendamais.com.br.<br />

Colaboraram nesta matéria:<br />

Francine Pereira e João Guilherme Brotto<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 77


Alta Performance em Vendas / Por rAUl Candeloro<br />

9 perguntas (+1)<br />

PARA a DELEGAÇão de<br />

ALTA PERFORMANCE<br />

uem busca a alta performance sabe que,<br />

em algum momento, vai ter que delegar algumas<br />

tarefas ou realmente não vai conseguir fazer tudo que<br />

precisa ser feito nem atingir seus maiores objetivos.<br />

Embora possa parecer conveniente envolver-se<br />

com o máximo possível de tarefas, pois você sabe<br />

fazê-las com qualidade e rapidamente, a verdade é<br />

que ficar soterrado em questões operacionais e<br />

trabalho braçal raramente vai fazer você atingir<br />

patamares superiores de excelência e produtividade.<br />

O segredo, então, é aprender a terceirizar e<br />

delegar algumas atividades.<br />

No entanto, é comum muitas pessoas delegarem,<br />

mas, conscientemente ou não, boicotarem e subverterem<br />

o processo da delegação, minando não só<br />

78<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


a produtividade da pessoa a quem<br />

delegaram uma determinada tarefa,<br />

mas também seu entusiasmo,<br />

sua confiança e até sua autoestima.<br />

Como isso acontece? Simples:<br />

as pessoas que delegam não fornecem<br />

as ferramentas necessárias<br />

para que a tarefa seja executada<br />

da melhor maneira possível, não<br />

definem corretamente as metas,<br />

não avaliam a motivação da pessoa<br />

a quem delegaram a tarefa e<br />

assim por diante!<br />

O resultado desse processo de<br />

delegação mal conduzido, como<br />

você deve imaginar, é o pior possível:<br />

muitas vezes, a pessoa que<br />

delega precisa reassumir as rédeas<br />

da meta e investir mais tempo<br />

e energia na execução da tarefa<br />

do que teria se tivesse feito<br />

anteriormente – e não é isso que<br />

se deseja, certo?<br />

Para evitar que isso aconteça,<br />

ajuda muito ter uma checklist para<br />

organizar o processo de delegação<br />

e ver se a pessoa que está recebendo<br />

a responsabilidade de desempenhar<br />

as novas tarefas foi realmente<br />

preparada para fazer tudo corretamente.<br />

A checklist que proponho<br />

é esta (note que a mesma lógica se<br />

aplica a fornecedores e parceiros):<br />

1 Meta<br />

A meta está claramente definida?<br />

Nesses casos, eu recomendo sempre<br />

utilizar a ferramenta 5W2H<br />

para avaliar:<br />

What/O quê: O que precisa<br />

ser feito?<br />

Why/Por quê: Por que precisa<br />

ser feito?<br />

Where/Onde: Onde vai ser<br />

feito (ou onde vai acontecer)?<br />

When/Quando: Quando vai<br />

ser feito (ou terminado)?<br />

Who/Quem: Quem vai fazer<br />

(ou quem vai participar)?<br />

How/Como: Como vai ser feito<br />

(determinação do passo-a-<br />

-passo, plano de ação)?<br />

How much/Quanto ($): Qual<br />

o orçamento e quais os resultados<br />

esperados (definidos da<br />

maneira mais específica possível)?<br />

2 FERRAMENTAS<br />

A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />

as ferramentas e os equipamentos<br />

necessários para executá-la? Se<br />

sim, sabe usá-los corretamente,<br />

aproveitando todos os recursos?<br />

3 INFORMAção<br />

A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />

os conhecimentos teóricos e as<br />

informações necessárias para<br />

realizá-la? Conhece os procedimentos,<br />

sabe com quem falar,<br />

entende o processo?<br />

4 HABILIDADE<br />

A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />

as habilidades necessárias para<br />

realizá-la? Ou seja, ela não apenas<br />

entende o processo e os procedimentos,<br />

mas consegue colocá-los<br />

em prática?<br />

5 TEMPO<br />

A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />

um cronograma definido para<br />

atingir a meta? É um cronograma<br />

exequível ou é otimista/pessimista<br />

demais?<br />

6 INDICADORES<br />

Quais são os indicadores pelos<br />

quais a pessoa que recebeu a tarefa<br />

será avaliada? Qual a definição<br />

de “sucesso”?<br />

7 Feedback<br />

Com qual frequência a pessoa que<br />

recebeu a tarefa deve reportar-se<br />

a você para posicioná-lo sobre o<br />

andamento da atividade? Como<br />

você quer receber essas informações<br />

– resumidas ou detalhadas?<br />

8 MOTIVAção<br />

Qual a motivação para a pessoa<br />

realizar essa tarefa? Por que ela<br />

vai fazê-la com agilidade e qualidade?<br />

(Pergunta fundamental e<br />

que raramente é feita!)<br />

9 CONFIANça<br />

De zero a dez, qual o grau de confiança<br />

da pessoa em realizar bem<br />

a tarefa que lhe foi delegada e<br />

atingir a meta? Se diferente de<br />

dez, o que você pode fazer para<br />

ajudá-la a ter confiança máxima?<br />

Ao repassar essas perguntas<br />

com a pessoa que recebeu a incumbência<br />

da delegação, você<br />

aumentará muito a produtividade<br />

dela e, por consequência, a<br />

SUA. Melhor do que isso: estará<br />

desenvolvendo suas habilidades<br />

de liderança e preparando o caminho<br />

para projetos ainda maiores<br />

no futuro.<br />

Para encerrar, a pergunta +1<br />

do título: se você pudesse acrescentar<br />

algo a essa lista com o<br />

objetivo de aumentar a probabilidade<br />

de sucesso ao delegar uma<br />

tarefa ou projeto, qual seria essa<br />

pergunta?<br />

Pense nisso, elabore a sua<br />

checklist e delegue de maneira<br />

mais efetiva daqui em diante.<br />

“Ficar soterrado<br />

em questões<br />

operacionais e<br />

trabalho braçal<br />

raramente<br />

vai fazer<br />

você atingir<br />

patamares<br />

superiores de<br />

excelência e<br />

produtividade.<br />

O segredo,<br />

então, é<br />

aprender a<br />

terceirizar<br />

e delegar<br />

algumas<br />

coisas.”<br />

Raul Candeloro é palestrante<br />

e editor da revista Venda-<br />

Mais. Autor de vários livros,<br />

é também diretor executivo<br />

da Small Giants Community,<br />

diretor do Instituto Venda-<br />

Mais e sócio-diretor da<br />

Soluções <strong>VendaMais</strong>.<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 79


Marketing Digital / Por Francine Pereira /<br />

Cassiano Ferraz FOTOGrAFIA<br />

3 tendências de marketing<br />

digital que podem ajudar<br />

você a vender mais<br />

80<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


EGUNDO UMA PESQUISA REALIzADA PELA agêNCIA GLOBAL DE<br />

marketing We Are Social, o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista dos<br />

países com internautas que mais passam tempo na web. De acordo<br />

com o estudo, que revelou que 54% dos brasileiros (110 milhões de<br />

pessoas) são internautas ativos, a média de tempo que passamos na<br />

internet é de 3,8 horas por dia em dispositivos móveis e de 5,4 horas<br />

por dia em laptops e desktops.<br />

“Pense no seu público:<br />

o que ele busca no<br />

Google, qual é a maior<br />

dor que ele tem, quais<br />

dúvidas ele terá antes<br />

de comprar com você?”<br />

Com tanta gente na web, não<br />

é de se estranhar que, cada vez<br />

mais, as empresas estejam dedicando<br />

boa parte de seus investimentos<br />

em marketing para o ambiente<br />

digital. Não faz tanto tempo<br />

que isso começou a acontecer,<br />

mas as mudanças nessa área<br />

ocorrem de maneira tão rápida<br />

que o que funciona hoje, pode<br />

não fazer sentido daqui a um ano.<br />

Para ajudar você a entender<br />

as principais tendências do mundo<br />

digital e acompanhar as mudanças<br />

desse mercado (e dos seus<br />

consumidores), a <strong>VendaMais</strong><br />

esteve presente no RD Summit,<br />

um dos maiores eventos de marketing<br />

digital do Brasil, que aconteceu<br />

em Florianópolis, no fim<br />

do ano passado. Saiba quais são<br />

essas tendências, avalie quais<br />

podem ser úteis para o seu negócio<br />

e, ao colocá-las em prática,<br />

destaque-se da concorrência.<br />

Isso vai ajudar você a vender<br />

mais (e melhor)!<br />

TENDÊNCIA 1:<br />

Growth hacking – foco<br />

total no crescimento<br />

Entre os conceitos em evidência<br />

no RD Summit, podemos destacar<br />

o growth hacking – uma atividade<br />

relativamente nova, mas que<br />

envolve um objetivo comum a<br />

qualquer empresa: o crescimento.<br />

Mas para entender o que esse<br />

conceito significa é preciso saber<br />

de onde ele surgiu...<br />

Tudo começou entre 2008 e<br />

2009, com o empreendedor Sean<br />

Ellis. Na época, o trabalho de Ellis<br />

consistia em ajudar startups digitais<br />

a utilizar estratégias inovadoras<br />

para crescer. Em pouco<br />

tempo, o sucesso de suas ações<br />

fez com que ele se tornasse “o<br />

cara” que todo mundo no Vale do<br />

Silício (região dos EUA conhecida<br />

por seu perfil empreendedor –<br />

especialmente na área de tecnologia)<br />

queria ter como parceiro.<br />

Com o crescimento de seu próprio<br />

negócio, Ellis precisou contratar<br />

pessoas para ajudá-lo, e descobriu<br />

que o perfil de profissionais do<br />

marketing convencional não tinha<br />

muita utilidade em startups – que<br />

possuem uma estrutura muito<br />

mais enxuta do que as grandes<br />

corporações e precisam crescer<br />

em uma escala muito maior que<br />

empresas já estabelecidas. Foi aí<br />

que nasceu a necessidade de se<br />

encontrar growth hackers.<br />

Growth hacker é alguém que<br />

tem foco totalmente voltado ao<br />

crescimento. Não é um substituto<br />

e nem é melhor que o profissional<br />

de marketing, é apenas<br />

diferente. Tudo o que um growth<br />

hacker faz – qualquer decisão,<br />

estratégia, mudanças, absoluta-<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 81


mente tudo – tem apenas um objetivo:<br />

o crescimento – seja das<br />

vendas, das visitas, dos leads, etc.<br />

Ou seja, growth hacking é uma<br />

mentalidade voltada ao crescimento,<br />

mas, para trazer resultados, é<br />

preciso combinar diversos fatores.<br />

Os 6 pilares do growth hacking<br />

No RD Summit, quem falou sobre<br />

esse tema foi o empreendedor Sujan<br />

Patel (sujanpatel.com), que explicou<br />

que o conceito não é exclusivo da<br />

área de marketing. “Todas as áreas<br />

da empresa precisam estar envolvidas<br />

para o growth hacking ser<br />

possível, porque cada uma delas<br />

tem uma visão diferente – do produto,<br />

do cliente, da empresa, dos<br />

processos – e esses pontos de vista<br />

diferentes são fundamentais na<br />

criação de growth hacks”, aponta.<br />

Segundo Patel, estes são os seis<br />

pilares dessa tendência:<br />

Pessoas – Procure profissionais<br />

que sejam focados em<br />

crescer, que sejam criativos e<br />

não tenham medo de testar<br />

coisas novas.<br />

Ferramentas – Use ferramentas<br />

que confiram agilidade ao<br />

processo. As mudanças acontecem<br />

de maneira muito rápida,<br />

é preciso acompanhá-las.<br />

Ideias testáveis – Foque em<br />

ideias que possam ser efetivamente<br />

testadas de forma prática.<br />

Agilidade – Crie processos que<br />

ajudem as atividades de growth<br />

hacking a fluírem de forma sustentável<br />

e transparente.<br />

Dados – Tenha certeza de que<br />

você pode medir e acompanhar<br />

tudo. É a partir dos dados que<br />

você irá entender o que está<br />

dando certo e o que precisa ser<br />

adaptado.<br />

Falhas – Esteja preparado para<br />

falhas. Elas fazem parte do<br />

processo de aprendizagem.<br />

Sujan Patel<br />

Apesar de terem nascido em<br />

startups, as técnicas de growth hacking<br />

podem ajudar empresas de<br />

diferentes portes e segmentos a<br />

conhecer melhor seu público e,<br />

claro, a crescer. É bom ficar de olho<br />

nessa tendência, pois pode ser que<br />

você precise contratar um growth<br />

hacker em um futuro próximo.<br />

Para saber mais:<br />

Apresentação de Sujan Patel (em<br />

inglês): https://t.co/n8qCONFXh1.<br />

Site de Sean Ellis, criador do termo:<br />

http://www.startup-marketing.<br />

com.<br />

Grupo nacional do LinkedIn sobre<br />

growth hacking: http://bit.ly/growthbrasil.<br />

TENDÊNCIA 2:<br />

seo – muito além das<br />

palavras-chave<br />

SEO (Search Engine Optimization)<br />

não é exatamente algo novo no<br />

marketing digital. Porém, o que<br />

sempre se pregou como o mais importante<br />

nessa área – estar em primeiro<br />

lugar nas buscas – já não é<br />

o que irá trazer mais resultados<br />

para sua empresa na realidade atual.<br />

É o que garante Will Reynolds,<br />

CEO da SeerInteractive, agência<br />

norte-americana de marketing<br />

digital.<br />

Em sua apresentação no RD<br />

Summit, Reynolds destacou que<br />

não basta aparecer para o consumidor,<br />

sua marca precisa oferecer<br />

algo que efetivamente faça diferença<br />

na vida dele. Para ilustrar<br />

essa ideia, ele cita como exemplo<br />

os usuários americanos do serviço<br />

Amazon Prime. Segundo<br />

Reynolds, uma pesquisa feita recentemente<br />

indicou que a probabilidade<br />

de os clientes Amazon<br />

Prime comprarem em outras redes<br />

de e-commerce é de menos de 1%<br />

– para os usuários que não são<br />

prime, a chance de compra no<br />

concorrente é oito vezes maior.<br />

Por que isso acontece?<br />

“O clientes prime têm uma série<br />

de vantagens, entre elas, por exem-<br />

82<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


“Quando<br />

estiver<br />

montando<br />

uma<br />

estratégia de<br />

marketing<br />

para sua<br />

marca, não<br />

defina apenas<br />

as palavraschave,<br />

defina<br />

de que<br />

forma o que<br />

você produz<br />

ajudará seu<br />

público. Assim,<br />

seu cliente<br />

não precisará<br />

encontrá-lo,<br />

ele saberá<br />

exatamente<br />

onde sua<br />

empresa está.”<br />

plo, a entrega do produto em até<br />

dois dias. Então, quando eles fazem<br />

uma busca no Google por algo que<br />

desejam comprar, mesmo que o<br />

Walmart apareça em primeiro e a<br />

Amazon, em quinto, o fato de a<br />

entrega ser muito mais rápida na<br />

Amazon acaba anulando o destaque<br />

do concorrente. Além disso, a empresa<br />

oferece diversos outros serviços,<br />

como gadgets que fazem automaticamente<br />

pedidos de produtos<br />

que os clientes compram de<br />

forma recorrente. E isso faz a diferença<br />

para o cliente”, explica.<br />

Outro exemplo citado por<br />

Reynolds é a empresa de hospedagem<br />

Airbnb. “Quando o cliente<br />

busca por informações de determinadas<br />

cidades, ele encontra<br />

também informações específicas<br />

produzidas pela Airbnb”, frisa o<br />

especialista, afirmando que a<br />

produção de conteúdos específicos,<br />

diretamente relacionados às<br />

necessidades do seu público, é o<br />

que vai deixar sua marca em destaque<br />

nos buscadores – muito<br />

mais que só as palavras-chave.<br />

O que a Amazon e a Airbnb<br />

têm em comum? Ambas estão realizando<br />

um trabalho de branding<br />

– ou seja, de disseminação da marca<br />

por meio do oferecimento de<br />

conteúdos e serviços relevantes<br />

aos seus consumidores. Isso, de<br />

acordo com o especialista, irá trazer<br />

um número muito maior de<br />

conversões para sua empresa.<br />

Dicas de otimização de conteúdo<br />

Nesse sentido, estes são os conselhos<br />

de Reynolds para quem quer<br />

desenvolver conteúdo pensado para<br />

seus clientes e para suas vendas:<br />

A audiência total para o seu<br />

conteúdo é muito maior que a<br />

sua audiência de busca. Por<br />

isso, pense em todo o seu público<br />

quando produzir conteúdo<br />

– até mesmo em quem não<br />

está na web.<br />

Entenda os problemas que seus<br />

consumidores enfrentam e<br />

ajude a resolvê-los por meio<br />

de artigos, vídeos, podcasts,<br />

e-books, etc.<br />

Ofereça conteúdo gratuito sem<br />

pedir nada. Se você ajudar um<br />

cliente de alguma forma, ele<br />

vai amar sua marca e vai se<br />

lembrar de sua empresa para<br />

sempre – você não precisa do<br />

e-mail dele imediatamente.<br />

O que você faz para o seu cliente<br />

se tornar o número um na<br />

família, na empresa ou entre<br />

os amigos? Isso conta muito<br />

para que ele crie um relacionamento<br />

forte com sua marca.<br />

Se o seu conteúdo sumisse hoje,<br />

alguém sentiria falta? Se<br />

não, alguma coisa está errada.<br />

Produza conteúdos que você<br />

gostaria de ver!<br />

Boas reflexões, não é mesmo?<br />

Quando estiver montando uma<br />

estratégia de marketing para sua<br />

marca, não defina apenas as palavras-chave,<br />

defina de que forma o<br />

que você produz ajudará seu público.<br />

Assim, seu cliente não precisará<br />

encontrá-lo, ele saberá exatamente<br />

onde sua empresa está.<br />

Conteúdo cauda longa<br />

Will Reynolds<br />

E falando em palavras-chave, o<br />

palestrante Matthew Kligerman,<br />

CEO da Escale, agência de otimização<br />

de buscas, mostrou no RD<br />

Summit como trabalhar keywords<br />

em um nível mais avançado. Em<br />

sintonia com o que Will Reynolds<br />

abordou em sua palestra, Kligerman<br />

destaca que o mais importante<br />

é oferecer ao seu público<br />

conteúdos específicos, indo além<br />

do que ele pode encontrar em qualquer<br />

lugar.<br />

Ele explica que existem aquelas<br />

palavras-chave “big heads” (expressivas),<br />

com alto volume de<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 83


procura e também que aparecem<br />

com grande recorrência nas buscas,<br />

e há as palavras-chave “long<br />

tails” (cauda longa), que são mais<br />

específicas e são ótimas na perspectiva<br />

de longo prazo.<br />

Por exemplo: “Dicas de vendas”<br />

é uma palavra-chave big head.<br />

“Dicas de vendas para iniciantes<br />

no e-commerce” é long tail.<br />

Com isso em mente, Kligerman<br />

apresenta algumas dicas para sua<br />

empresa definir quais palavras-<br />

-chave utilizar:<br />

Pense no seu público: o que ele<br />

busca no Google, qual é a maior<br />

dor que ele tem, quais dúvidas<br />

ele terá antes de comprar com<br />

você?<br />

Monte uma lista com ideias de<br />

conteúdos e veja os temas recorrentes<br />

para escolher palavras-chave<br />

importantes.<br />

Utilize ferramentas como o<br />

Google Keyword Planner,<br />

Ubersuggest e Semrush.<br />

Procure gaps de conteúdos: o<br />

que seu concorrente não está<br />

falando e que sua empresa poderia<br />

falar?<br />

Kligerman aponta, ainda, que,<br />

na hora de avaliar o quanto uma<br />

palavra-chave é importante para<br />

sua empresa, é preciso levar em<br />

conta os seguintes critérios:<br />

1. Volume de busca – O quanto<br />

aquele termo é procurado.<br />

2. Taxa de conversão – O quanto<br />

ele converte em vendas.<br />

3. Nível de concorrência da<br />

palavra – Se outras empresas<br />

também a utilizam.<br />

4. Valor médio das vendas –<br />

Ticket médio, margem de<br />

venda e valor do ciclo de compra<br />

(quantas vezes cliente<br />

volta para comprar de novo<br />

Matthew Kligerman<br />

a partir desse termo).<br />

5. Click through rate (CTR) –<br />

Percentual de usuários que<br />

clicam no anúncio que tem<br />

aquela palavra-chave.<br />

Já não basta escolher uma<br />

palavra-chave baseando-se apenas<br />

em seu número de buscas. As<br />

keywords precisam gerar visitas<br />

para o seu site, gerar vendas, chamar<br />

a atenção e, acima de tudo,<br />

fazer sentido para o seu negócio<br />

e para o seu público.<br />

TENDÊNCIA 3:<br />

Pontuação de leads<br />

Você já ouviu falar em lead scoring?<br />

Em uma tradução livre, esse termo<br />

seria algo como “pontuação de<br />

leads”. Essa é uma metodologia<br />

utilizada para fazer um ranking<br />

com o valor que cada lead tem em<br />

cada área do funil em que se encontra.<br />

Na prática, realizar lead<br />

scoring é analisar todos os seus<br />

leads e atribuir pontos para eles<br />

de acordo com sua proximidade<br />

em relação ao seu perfil de cliente<br />

ideal, sabendo quais estão prontos<br />

para serem passados ao time<br />

de vendas.<br />

84<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Do painel “Lead scoring na<br />

prática”, realizado no RD Summit,<br />

participaram Diego Gomes, co-<br />

-fundador da agência Rock Content,<br />

Flávia Goulart, coordenadora<br />

de marketing digital da<br />

Audaces Automação e Informática<br />

Industrial, e Franco Zanette,<br />

da área de inbound marketing na<br />

Resultados Digitais. Três profissionais<br />

de diferentes segmentos<br />

falando sobre suas experiências<br />

com essa metodologia. Segundo<br />

eles, este é o passo-a-passo para<br />

implementar o painel de lead<br />

scoring na sua empresa:<br />

a) Definir o que é um lead<br />

qualificado: Antes de tudo, é<br />

fundamental determinar qual<br />

é o perfil ideal de cliente que<br />

sua empresa busca, quais são os<br />

leads mais favoráveis a fechar a<br />

venda e qual é o público que sua<br />

marca quer atrair.<br />

b) Definir o momento ideal<br />

da abordagem: Além de saber<br />

qual é o perfil de cliente ideal,<br />

é preciso determinar qual é o<br />

momento certo para uma abordagem<br />

mais efetiva de vendas.<br />

A partir do meio do funil? Já no<br />

topo? Ou só quando o lead estiver<br />

no final? O que funciona<br />

para sua empresa?<br />

c) Reunir dados sobre clientes/leads<br />

de interesse: Para saber<br />

quem são os leads mais prontos<br />

para a compra, você deve<br />

avaliar os dados dos seus clientes<br />

atuais para identificar padrões<br />

de comportamento que levam ao<br />

fechamento.<br />

Perfil x engajamento<br />

Os palestrantes apontaram que,<br />

na hora de avaliar um lead, é<br />

imprescindível fazer a análise<br />

levando em conta não somente<br />

o perfil do lead, mas também o<br />

engajamento dele em relação à<br />

sua marca. Muitas vezes, você<br />

tem um lead que tem o perfil do<br />

cliente ideal, mas não interage<br />

com sua empresa. E o contrário<br />

também pode acontecer: um lead<br />

fora do perfil, mas com alto nível<br />

de engajamento.<br />

Eles destacam que, mesmo<br />

com perfil fora da sua meta, os<br />

leads que têm grande interação<br />

com sua empresa também devem<br />

ser levados em conta, pois eles<br />

podem até não virar clientes, mas<br />

têm potencial para ser advogados<br />

de sua marca e recomendar sua<br />

empresa para pessoas de seu círculo<br />

de relacionamento.<br />

Conhecer seu público é cada<br />

vez mais fundamental (e possível)<br />

no mundo digital. Utilizando a<br />

técnica de lead scoring você consegue<br />

ter um conhecimento mais<br />

aprofundado sobre a forma como<br />

sua empresa pode ajudar os consumidores,<br />

atraindo leads mais<br />

qualificados e, consequentemente,<br />

vendendo mais.<br />

Guia do lead scoring, da Resultados Digitais:<br />

http://bit.ly/lead_scoring<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 85


<strong>VendaMais</strong> Small Business / Da Redação<br />

Foto: Maycon Cosme/Buriti Jornalistas<br />

Capacitação<br />

+ melhora na produtividade<br />

= mais vendas!<br />

Conheça a história da Dal Costa, que<br />

apostou na capacitação de seus<br />

vendedores para aumentar a<br />

produtividade da empresa e melhorar<br />

os resultados em vendas, e inspire-se<br />

para seguir o mesmo caminho<br />

ocê já OUVIU FALAR EM PRODUtividade<br />

Total dos Fatores (PTF)? Esse<br />

índice analisa o quão bem um<br />

país aproveita seu capital e sua força<br />

de trabalho. E no Brasil, o desempenho<br />

nesse indicador não é dos melhores.<br />

Um relatório apresentado<br />

recentemente pelo instituto de pesquisa<br />

Conference Board revelou que<br />

a PTF caiu 2,3% no país em 2014 –<br />

mesmo com a expansão de 0,3% da<br />

produtividade da mão de obra. O<br />

86<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


mesmo estudo indicou que o caminho<br />

deveria ser o mesmo em<br />

2015 – a perspectiva era de contração<br />

de 2% este ano.<br />

Em paralelo a isso, a pesquisa<br />

"O panorama do treinamento no<br />

Brasil", feita no ano passado pela<br />

Associação Brasileira de Treinamento<br />

e Desenvolvimento (ABTD),<br />

mostrou que os profissionais brasileiros<br />

recebem, em média, apenas<br />

16,6 horas de treinamento por ano.<br />

Isso representa 0,19% do tempo de<br />

um ano inteiro! Se fizermos a conta<br />

levando em consideração a média<br />

de quarenta horas semanais<br />

de trabalho, chega-se à conclusão<br />

de que, no Brasil, os trabalhadores<br />

passam cerca de 0,80% do seu tempo<br />

em atividades de capacitação.<br />

Ou seja, nem 1% do nosso tempo<br />

profissional é dedicado ao nosso<br />

desenvolvimento...<br />

Se você parar para pensar, a<br />

ligação entre esses dois indicadores<br />

é quase óbvia. Afinal, quanto<br />

mais capacitado é um profissional,<br />

mais produtivo e eficiente ele se<br />

torna. Com pouco treinamento, o<br />

nível baixo de produtividade é<br />

quase compreensível. Em tempos<br />

de crise, então, isso fica ainda mais<br />

evidente. Por isso, as empresas<br />

mais preparadas para enfrentar<br />

os desafios do mercado, que aproveitam<br />

ao máximo seu capital e<br />

sua força de trabalho, são justamente<br />

as que mais investem na<br />

capacitação de seus colaboradores.<br />

Esse é o caso da Dal Costa,<br />

empresa de Ilhota (SC) que atua<br />

no segmento têxtil – indústria e<br />

comércio especializado em moda<br />

praia. Miriam Nagy, gerente comercial<br />

da organização, conta<br />

que todos os anos seus profissionais<br />

passam por treinamentos em<br />

diversas áreas. Em 2015, depois<br />

de assistirem a uma palestra de<br />

Marcelo Caetano, diretor da <strong>VendaMais</strong>,<br />

e conhecerem melhor o<br />

trabalho do Instituto Venda-<br />

Mais, os diretores da Dal Costa<br />

viram que o foco dos conteúdos<br />

em vendas – e não apenas no<br />

motivacional – poderia ajudá-los<br />

a crescer de forma consistente,<br />

mesmo em uma economia conturbada.<br />

Foi então que resolveram<br />

contratar a consultoria Venda-<br />

Mais Small Business para ajudá-los<br />

a encarar as dificuldades<br />

do mercado. O que eles buscavam<br />

e como conseguiram alcançar os<br />

resultados? É o que você descobre<br />

a seguir.<br />

IDENTIFICANDO PROBLEMAS<br />

e NECESSIDADES<br />

Foto: Divulgação<br />

Evaldo Freygang Junior<br />

Segundo Miriam, o principal objetivo<br />

do treinamento era criar<br />

indicadores e identificar as ferramentas<br />

de que a equipe precisava<br />

para obter os melhores<br />

resultados. Mas a gestora reconhece,<br />

também, que era preciso<br />

alinhar a equipe quanto às estratégias<br />

da Dal Costa. “Nosso<br />

time tinha pouco conhecimento<br />

sobre a empresa, faltava domínio<br />

do produto e também entendimento<br />

de todas as etapas de um<br />

processo de venda efetivo. Sabíamos<br />

que precisávamos criar um<br />

roteiro comercial com início,<br />

meio e fim – que começasse antes<br />

mesmo de o cliente vir à loja<br />

e que não acabasse quando<br />

ele fosse embora”, destaca.<br />

No entanto, apesar de isso<br />

parecer simples, não era bem assim<br />

na Dal Costa. Afinal, como<br />

a empresa trabalha com um produto<br />

sazonal, a estrutura do time<br />

de vendas muda muito ao longo<br />

do ano, o que dificulta o alinhamento<br />

da equipe quanto ao conhecimento<br />

da companhia e dos<br />

produtos. “Como a equipe praticamente<br />

dobra na alta temporada,<br />

precisávamos de um material que<br />

pudesse ser replicado aos novos<br />

integrantes no período do verão”,<br />

explica.<br />

Foi com isso em mente que<br />

Evaldo Freygang Junior, economista,<br />

especialista em Gestão<br />

Comercial e o consultor Venda-<br />

Mais Small Business responsável<br />

pelo treinamento da Dal<br />

Costa, entrou em ação. “Logo no<br />

diagnóstico, percebemos que eles<br />

possuíam visões divergentes sobre<br />

posicionamento de marca,<br />

operação e qualidade. No entanto,<br />

para facilitar o entendimento<br />

e a assimilação dessas informações<br />

por parte dos funcionários,<br />

era essencial que ao menos<br />

a diretoria estivesse alinhada<br />

nas questões estratégicas e táticas.<br />

Para isso, vimos que era<br />

necessário criar um tipo de missão,<br />

visão e metas que fossem<br />

de fácil acesso aos funcionários<br />

e, principalmente, aos gerentes,<br />

que são os responsáveis por repassar<br />

o clima e o desempenho<br />

do chão da loja para os donos”,<br />

explica. O consultor frisa, ainda,<br />

que, no diagnóstico, constatou-<br />

-se também que a equipe precisava<br />

melhorar o seu trabalho<br />

com relatórios e informações e<br />

que era preciso definir melhor<br />

os processos e o papel de cada<br />

colaborador nos procedimentos<br />

internos. Tudo isso foi levado<br />

em consideração na hora de definir<br />

como o treinamento funcionaria.<br />

“Identificamos<br />

um aumento<br />

no número de<br />

cadastros de<br />

clientes de varejo,<br />

uma melhoria<br />

no processo de<br />

telemarketing, a<br />

implementação<br />

de ideias dos<br />

colaboradores e o<br />

melhor indicador<br />

de todos: aquela<br />

vontade constante<br />

da equipe de fazer<br />

cada vez mais<br />

e melhor para o<br />

cliente.”<br />

(Miriam Nagy, gerente<br />

comercial da Dal Costa)<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 87


Tema do TREINAMENTO<br />

Gestão em vendas<br />

Os ALICERCES DA MUDANça<br />

Freygang Junior conta que, ao<br />

treinar empresas de pequeno e<br />

médio porte, é fundamental envolver<br />

todas as áreas. E na Dal<br />

Costa, isso foi levado a sério!<br />

“Solicitamos a participação de<br />

proprietários, gerentes, líderes,<br />

time operacional e vendedores,<br />

considerando que a comunicação<br />

para vender o produto é de responsabilidade<br />

de todos da empresa.<br />

Assim, o comprometimento<br />

e o envolvimento com o resultado<br />

são de todos também”,<br />

realça.<br />

Com o time a ser capacitado<br />

definido, bastava decidir quais<br />

seriam os conceitos trabalhados<br />

no programa de treinamento. E<br />

a divisão funcionou assim:<br />

CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) das<br />

vendas<br />

Neutralização de objeções<br />

Roda das Vendas (preparação e planejamento,<br />

prospecção, abordagem, levantamento de<br />

necessidades, proposta de valor, negociação,<br />

fechamento e pós-venda)<br />

Como adquirir hábitos produtivos<br />

Gestão da equipe de vendas<br />

O produto, a empresa, a concorrência e o<br />

mercado<br />

META<br />

Um programa completo de<br />

capacitação que mudou o cenário<br />

da Dal Costa!<br />

Mais CONHECIMENTO = MAIS<br />

EVOLUção<br />

Entre os resultados alcançados,<br />

Miriam destaca que o principal<br />

foi que a equipe conseguiu, efetivamente,<br />

ter maior conhecimento<br />

em relação à empresa, aos produtos<br />

e ao processo de vendas.<br />

Esse conhecimento, por sua vez,<br />

facilitou o desenvolvimento de<br />

processos internos mais eficientes.<br />

“Identificamos, por exemplo,<br />

a necessidade de indicadores, o<br />

que nos motivou a entrar em novos<br />

projetos para melhorar empresa<br />

como um todo. Estar junto<br />

da equipe, trocando informações<br />

e experiências, é extremamente<br />

construtivo. Ao criar o dia perfeito<br />

de vendas, identificamos as<br />

características e os benefícios do<br />

Auxiliar gestores a definirem metas e<br />

controlarem melhor sua equipe<br />

Capacitar profissionais sem experiência em<br />

vendas<br />

Orientar sobre como lidar com objeções<br />

Ensinar a identificar o “dia perfeito de vendas<br />

da Dal Costa” e elaborar o Manual de Vendas da<br />

empresa<br />

Mostrar como o uso da disciplina pode ajudar<br />

na mudança e na criação de novos hábitos<br />

(trabalhando as diferentes etapas da Roda das<br />

Vendas)<br />

Explicar os conhecimentos necessários<br />

para o gestor e ensiná-lo a realizar o<br />

acompanhamento dos resultados da equipe<br />

Expor de que forma o conhecimento possibilita<br />

um maior entendimento de como a empresa<br />

e o produto/serviço que ela vende estão<br />

posicionados no mercado<br />

nosso produto e criamos a Roda<br />

das Vendas da Dal Costa”, aponta<br />

a gerente comercial.<br />

Ela conta que tudo que foi passado<br />

no treinamento foi aproveitado<br />

100% pelos profissionais da<br />

equipe. “Todo o material foi compilado<br />

e adaptado para o nosso dia<br />

a dia. Com isso, desenvolvemos o<br />

nosso próprio Manual de Vendas”,<br />

revela. Ela conta que o um dos destaques<br />

do treinamento é fato de<br />

todo o material ficar disponível em<br />

formato multimídia e on-line, o<br />

que facilita a divulgação, o acesso<br />

e a assimilação do conteúdo e contribui<br />

para resolver o problema da<br />

disseminação das informações essenciais<br />

da empresa para os novos<br />

funcionários da alta temporada.<br />

Miriam frisa, também, que, a<br />

partir da qualificação da equipe,<br />

observou-se um aumento na taxa<br />

de conversão de vendas e no índice<br />

de fidelização dos clientes. “Identificamos<br />

um aumento no número<br />

de cadastros de clientes de varejo,<br />

uma melhoria no processo de telemarketing,<br />

a implementação de<br />

ideias dos colaboradores e o melhor<br />

indicador de todos: aquela vontade<br />

constante da equipe de fazer<br />

cada vez mais e melhor para o<br />

cliente”, comemora.<br />

Freygang Junior acrescenta<br />

que, desde o início do treinamento,<br />

a empresa teve um crescimento<br />

de 13,4% em conversão de vendas.<br />

Ele destaca que, além dos<br />

resultados financeiros, a capacitação<br />

ajudou a Dal Costa no desenvolvimento<br />

de novo hábitos,<br />

comportamentos e processos mais<br />

elaborados, tais como: maior compreensão<br />

sobre ferramentas e técnicas<br />

de vendas, criação do hábito<br />

de leitura sobre temas da área<br />

comercial, evolução na relação<br />

interpessoal entre os profissionais<br />

e melhora na empatia com os clientes.<br />

O consultor da <strong>VendaMais</strong><br />

Small Business conta, ainda, que<br />

os profissionais da Dal Costa apresentaram<br />

uma melhora significativa<br />

na capacidade de superar<br />

88<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Foto: Maycon Cosme/Buriti Jornalistas<br />

Lições DA Dal Costa que ficam PARA VOCê<br />

obstáculos ao fim do treinamento.<br />

“Isso ficou evidente nas dinâmicas<br />

realizadas nas aulas, em que, diante<br />

de alguma dificuldade apresentada,<br />

todos conseguiam indicar<br />

novas possibilidades e alternativas<br />

para não perder o foco na venda”,<br />

afirma.<br />

A BUSCA PELO CONHECIMENTO<br />

NUNCA ACABA<br />

A Dal Costa está mostrando que a<br />

melhor maneira de combater a crise<br />

é investir no desenvolvimento<br />

dos profissionais, fortalecendo as<br />

ações de vendas e também a empresa<br />

como um todo. Freygand<br />

Junior também destaca a importância<br />

do comprometimento dos<br />

profissionais em busca da melhoria.<br />

Ele relata que, desde o início, a<br />

equipe foi muito disciplinada e, ao<br />

longo do tempo, foi se envolvendo<br />

cada vez mais no processo de capacitação.<br />

Hoje, todos contribuem<br />

de forma decisiva para muitas das<br />

soluções encontradas.<br />

Agora, a empresa acredita que<br />

deve continuar sua evolução e que<br />

a busca pelo conhecimento nunca<br />

deve parar. Miriam revela que, a<br />

partir do conteúdo trabalhado pela<br />

consultoria, a cada 15 dias a<br />

diretoria e a equipe comercial se<br />

reúnem para discutir sobre gestão<br />

e sobre o CHA das vendas. “Criamos<br />

novos hábitos e desenvolvemos<br />

um material específico para as<br />

demandas, além de replicar o material<br />

disponibilizado na apostila<br />

e no vídeo. Vamos sempre atualizar<br />

o conteúdo desenvolvido e ficar<br />

atentos às novas demandas do<br />

mercado. O treinamento deve ser<br />

algo constante na cultura de uma<br />

empresa, precisamos estar a todo<br />

momento nos reciclando”, ressalta.<br />

Mesmo em momentos difíceis, nunca deixe de capacitar<br />

seus profissionais. Aliás, é justamente nesses<br />

períodos que o treinamento se faz ainda mais<br />

necessário.<br />

Antes de querer implementar novos processos<br />

dentro da empresa, tenha certeza de que todos<br />

estão alinhados quanto aos valores e objetivos e,<br />

também, quanto aos processos internos.<br />

Ao dar mais conhecimento para sua equipe de<br />

vendas, você contribui não apenas para melhorar<br />

o desenvolvimento individual de cada membro da<br />

equipe, mas também para o aperfeiçoamento dos<br />

processos organizacionais e para a evolução na<br />

forma de trabalhar – o que traz mais produtividade,<br />

lucro e economia.<br />

Profissionais mais preparados se envolvem mais<br />

nas decisões da empresa e são mais comprometidos<br />

com os resultados.<br />

Gostou da história da Dal Costa e se interessou pelos serviços oferecidos<br />

pela <strong>VendaMais</strong> Small Business? Visite o site nbtreinamentos.<br />

com.br ou envie um e-mail para contato@vmsb.com.br e descubra<br />

como sua empresa pode se beneficiar dos serviços do braço da <strong>VendaMais</strong><br />

criado para ajudar pequenas e médias empresas.<br />

Colaborou nesta matéria: Francine Pereira<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 89


<strong>VendaMais</strong> Digital / Da Redação<br />

Como motivar a<br />

equipe comercial<br />

em tempos de crise<br />

“Contra FATOS não há ARGUMENTOS.”<br />

Por mais clichê que essa frase possa soar, quando<br />

o assunto é a crise econômica que tomou conta do<br />

Brasil no último ano, ela se encaixa perfeitamente.<br />

Afinal, o mau momento é muito mais do que uma<br />

simples percepção de quem o vive. Pesquisas comprovam<br />

o que a gente já sabia...<br />

O ano de 2015 começou com o pior Índice de<br />

Confiança do Comércio desde 2010, quando esse<br />

indicador começou a ser medido. Em agosto, o Índice<br />

de Confiança da Indústria (ICI), pesquisa mensal<br />

que avalia a percepção do setor sobre os rumos<br />

da economia, chegou ao seu menor patamar em dez<br />

anos. Dois meses depois, o Índice de Confiança do<br />

90<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getúlio<br />

Vargas, atingiu o menor nível de toda sua história<br />

(desde 2005). Em paralelo a isso, uma pesquisa realizada<br />

pela Confederação Nacional da Indústria<br />

(CNI) mostrou que o medo do brasileiro de perder<br />

o emprego aumentou 5,4% entre maio e junho de<br />

2015 – o maior índice desde setembro de 1999. Outro<br />

estudo realizado pela CNI apontou que, entre<br />

junho de 2014 e junho de 2015, o Índice de Satisfação<br />

com a Vida (ISV) da população caiu 7,3%.<br />

O que todos esses números mostram é que, com<br />

a crise no mercado, as empresas e os profissionais<br />

estão mais desanimados e menos otimistas. A bola<br />

de neve aumenta, claro, com os resultados ruins<br />

que são registrados mês a mês dentro das empresas.<br />

Assim, é natural que, neste momento, você se<br />

pergunte: “Como é possível enfrentar, além das<br />

dificuldades do mercado, a desmotivação que esses<br />

desafios provocam na equipe?”<br />

Foi com essa pergunta em mente que Raul Candeloro<br />

e Marcelo Caetano, diretores da <strong>VendaMais</strong>,<br />

construíram o debate do programa <strong>VendaMais</strong><br />

Responde de dezembro. No vídeo, que faz parte da<br />

série de materiais digitais enviada aos assinantes<br />

da revista nos meses pares, os dois debatem as principais<br />

dúvidas sobre o tema e apresentam excelentes<br />

dicas para quem deseja motivar sua equipe<br />

mesmo em momentos economicamente desfavoráveis.<br />

De lá, trouxemos para esta reportagem alguns<br />

dos principais ensinamentos. Saiba quais são, coloque-os<br />

em prática e não deixe que a desmotivação<br />

tome conta da sua equipe nesse momento difícil.<br />

Tirar esse obstáculo do seu caminho lhe ajudará a<br />

superar a crise com muito mais facilidade.<br />

DICA NÚMERO 1:<br />

Não atrapalhar já é uma grande ajuda<br />

Sabe aquele ditado que diz que “muito ajuda quem<br />

não atrapalha”? Se o clima está ruim por conta da<br />

crise, só o fato de não criar mais dificuldades para a<br />

vida do vendedor já é um grande passo para não<br />

desmotivá-lo. É o que garantem Marcelo Caetano e<br />

Raul Candeloro. “Já tem um mercado duro, já tem uma<br />

venda difícil de acontecer e, muitas vezes, as empresas<br />

ficam colocando novos empecilhos e novas dificuldades<br />

para a equipe conseguir atingir os resultados”,<br />

ressalta Caetano. Para que isso não seja um problema<br />

na sua empresa, os especialistas têm algumas dicas<br />

do que pode (e do que não pode) ser feito:<br />

“Nós estamos pedindo para você, líder, que seja efetivamente mais analítico nesse<br />

momento. Você tem que dar o caminho para o resultado da sua equipe, tem que<br />

analisar os números e, aí assim, agir como o líder que esse momento da economia<br />

exige que você efetivamente seja.” Marcelo Caetano<br />

2 Se for para mudar, mude de uma vez só.<br />

Caetano explica que não colocar fatores desmotivacionais<br />

no grupo significa simplificar ao máximo<br />

o processo comercial, facilitando o trabalho da<br />

equipe de vendas. Nesse sentido, segundo o especialista,<br />

pequenas mudanças espaçadas podem<br />

agravar a sensação de instabilidade dentro da companhia<br />

e acabar piorando o clima organizacional.<br />

“Eu tenho visto as empresas olhando para uma<br />

situação difícil e, para tentar resolvê-la, fazem um<br />

‘ajustezinho’ aqui. O resultado? As coisas ficam<br />

ainda mais complicadas! Aí, elas resolvem que<br />

precisam fazer outro ‘ajustezinho’ ali; depois, mais<br />

um ajuste acolá e assim por diante. E isso, obviamente,<br />

é um caminho muito ruim. Se você for<br />

ajustar alguma coisa, ajuste tudo de uma vez e, de<br />

preferência, ajuste tudo e já tenha outro fator positivo<br />

para apresentar para sua equipe simultaneamente,<br />

como uma campanha motivacional ou uma<br />

campanha de incentivo”, aconselha.<br />

2 Facilite e organize os processos internos.<br />

Candeloro aponta, ainda, que outro fator fundamental<br />

para que o clima pesado não fique ainda pior é<br />

garantir que os processos comerciais internos estejam<br />

totalmente alinhados. “É muito comum, por exemplo,<br />

os vendedores falarem que vendem e que é o resto<br />

da empresa que não consegue entregar, ou que alguns<br />

departamentos são lentos, que algumas áreas não<br />

apoiam as vendas”, destaca. E complementa: “Nessa<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 91


situação, a falta de integração entre os setores internos<br />

acaba criando atritos e também pressão<br />

extrema sobre determinados profissionais.” Cabe<br />

ao líder organizar os processos internos e facilitar<br />

o trabalho para que isso não aconteça.<br />

2 Aproveite as ações que já existem.<br />

Por último, Caetano destaca que, muitas vezes, não<br />

é preciso reinventar a roda para gerar novos fatores<br />

motivacionais. “Você pode criar um fator motivacional<br />

em algo que já ocorre na sua empresa. Lançar<br />

bem um produto é um fator motivacional, mas<br />

tirar alguns produtos que não vendem também<br />

pode ser um fator motivacional que simplifica um<br />

pouco a vida do vendedor. Não estamos falando em<br />

criar novos fatores, mas, sim, em investir nas ações<br />

que você já faz e nas quais, no momento, pode colocar<br />

algum brilho especial. Já tem essa ação programada,<br />

só é preciso dar uma ênfase especial<br />

para isso, porque a sua equipe, efetivamente, está<br />

precisando desse gás”, indica.<br />

DICA NÚMERO 2:<br />

Crie indicadores operacionais – e não só de resultado<br />

Os resultados da sua empresa dependem de elementos<br />

externos (de mercado) e internos (da organização).<br />

Se você parar para pensar e analisar essa<br />

informação, em pouco tempo entenderá que isso<br />

significa que você não tem total controle sobre o<br />

que conquista. Afinal, o único aspecto que você<br />

consegue efetivamente dominar nessa equação são<br />

os fatores internos. Ou seja, o que você e sua equipe<br />

irão fazer para atingir as metas traçadas.<br />

Marcelo Caetano e Raul Candeloro explicam<br />

que entender isso é fundamental para saber como<br />

motivar a equipe em épocas difíceis. Eles defendem<br />

que, além das metas de resultados, os líderes devem<br />

trabalhar metas operacionais, mostrando o que os<br />

profissionais precisam fazer para alcançar o objetivo<br />

de vender mais e melhor – especialmente em<br />

tempos de crise. “No momento em que eu preciso<br />

motivar a equipe, eu tenho que ter uma meta, claro,<br />

porque o norte é importante, mas é muito mais<br />

motivador para as pessoas saber o que elas têm que<br />

fazer para chegar lá. Um caminho para isso é estipular<br />

metas de atividades do processo”, explica<br />

Candeloro.<br />

Exemplo:<br />

Imagine que a empresa estabeleça uma meta de<br />

prospecção de clientes. Nesse caso, além de dizer<br />

o quanto se espera de novos clientes, também é<br />

preciso estipular metas operacionais, como: quantas<br />

ligações deverão ser feitas para atingir essa<br />

meta, quantos e-mails serão enviados, quantas<br />

visitas serão realizadas e assim por diante.<br />

DICA NÚMERO 3:<br />

Tenha em mente que planejar ajuda a criar atitudes<br />

positivas na equipe<br />

Candeloro observa que, na área de vendas, muitas<br />

vezes, as pessoas têm certa resistência em<br />

trabalhar de maneira mais objetiva, mais formal.<br />

Um pouco por conta de hábitos comuns no segmento,<br />

mas também por conta da cultura da área.<br />

Mas o especialista lembra que, em momentos de<br />

crise, mais do que nunca, é fundamental seguir<br />

um planejamento sério, e declara: mesmo que os<br />

profissionais demonstrem certa insatisfação a<br />

princípio, eles verão que, conforme trabalharem<br />

de forma mais estruturada, melhor será sua atuação<br />

e também seus resultados, e aí, é só comemorar!<br />

“Quando o mercado está muito bom e<br />

todo mundo está vendendo bem, é mais fácil ser<br />

arrojado, é mais fácil ser desorganizado, não<br />

planejar e, ainda assim, ter bons resultados. Agora,<br />

quando a coisa fica mais difícil, eu acho que<br />

a competência e a forma mais séria de trabalhar<br />

começam realmente a mostrar seu verdadeiro<br />

valor”, opina.<br />

DICA NÚMERO 4:<br />

Entenda a real raiz dos problemas apontados pelos<br />

vendedores<br />

Em tempos de clima pesado na empresa, por conta<br />

do mercado difícil, o que é mais comum ouvir dos<br />

vendedores? Reclamações, claro! Candeloro e Caetano<br />

enfatizam que a forma como você, líder, recebe<br />

e trata dessas reclamações, pode ter grande<br />

influência para melhorar o ambiente comercial.<br />

Nesse sentido, os diretores da <strong>VendaMais</strong> têm três<br />

conselhos que podem ajudá-lo a lidar melhor com<br />

situações assim:<br />

92<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


1. O líder precisa sair em defesa da sua equipe,<br />

mas precisa pensar no todo.<br />

Nos casos em que as reclamações sobre a falta de<br />

apoio das outras áreas realmente indicarem a origem<br />

dos problemas, Candeloro avalia que o líder<br />

precisa sair em defesa de sua equipe. Não no sentido<br />

de brigar com os outros departamentos, mas,<br />

sim, de chamá-los para realizar um trabalho em<br />

conjunto em busca de soluções.<br />

A ideia é que o líder pense de maneira mais<br />

estratégica, que pense no todo, não apenas no seu<br />

próprio umbigo e nas necessidades da sua equipe.<br />

“Mesmo que eu seja um gerente comercial e só tenha<br />

influência direta sobre a minha equipe de vendas,<br />

eu tenho (ou ao menos deveria ter) liberdade e autonomia<br />

para chegar em outras áreas e chamar<br />

para trabalharmos juntos”, defende.<br />

2. Quebre o mito de que o problema está sempre<br />

nos outros setores.<br />

Em algumas situações, contudo, o problema não<br />

está realmente em outros departamentos e os vendedores<br />

acabam se apoiando nessa desculpa sem<br />

parar para pensar efetivamente na origem das dificuldades<br />

que vêm enfrentando. “Claro que você<br />

tem que trabalhar para aprimorar os principais<br />

problemas que a empresa tem. É preciso estar sempre<br />

de olho nisso e orientar os outros departamentos<br />

sobre como eles podem facilitar o processo<br />

comercial. Mas o grande trabalho do líder tem sido<br />

desmistificar, para sua equipe, que os problemas<br />

estão sempre nas outras áreas”, avalia Marcelo<br />

Caetano, que acredita que, ao tirar as “muletas”, ao<br />

<strong>quebra</strong>r as desculpas que os vendedores estão acostumados<br />

a usar, o líder vai facilitar a vida deles.<br />

Isso porque, a partir daí, ele mostrará onde efetivamente<br />

é preciso agir para superar as dificuldades.<br />

O que nos leva à terceira e mais importante dica.<br />

3. Conheça a fundo o trabalho de sua equipe para<br />

entender os reais problemas.<br />

Para explicar como fazer isso, Caetano cita um<br />

exemplo de uma consultoria dada por ele...<br />

Os representantes comerciais da empresa estavam<br />

reclamando que não conseguiam aumentar as vendas.<br />

Verificou-se, então, que eles tinham 200 clientes na carteira<br />

e estavam vendendo apenas para 40 – ou seja, tinha<br />

muita margem para se trabalhar dentro da carteira.<br />

“Quando o mercado está muito bom e todo mundo está vendendo bem, é mais<br />

fácil ser arrojado, é mais fácil ser desorganizado, não planejar e, ainda assim,<br />

ter bons resultados. Agora, quando a coisa fica mais difícil, eu acho que a<br />

competência e a forma mais séria de trabalhar começam realmente a mostrar<br />

seu verdadeiro valor.” Raul Candeloro<br />

Ao avaliar o número de visitas feitas recentemente,<br />

os líderes perceberam que, da carteira de 200, nem<br />

100 clientes estavam sendo visitados.<br />

Constatou-se, então, que a equipe estava visitando<br />

cada vez menos clientes, tentando vender apenas para<br />

aqueles que sempre compravam. Foi quando a origem<br />

do grande problema (o fato de os vendedores não conseguirem<br />

vender mais) foi identificada.<br />

O fato é que eles não precisavam de mais clientes,<br />

mas, sim, fazer mais visitas.<br />

Com base nessa história, Caetano aconselha:<br />

“Nós estamos pedindo para você, líder, que seja<br />

efetivamente mais analítico nesse momento. Você<br />

tem que dar o caminho para o resultado da sua<br />

equipe, tem que analisar os números e, aí assim,<br />

agir como o líder que esse momento da economia<br />

exige que você efetivamente seja.”<br />

Gostou do que viu aqui? A <strong>VendaMais</strong> digital de dezembro tem<br />

muito mais a lhe ensinar sobre como motivar sua equipe em<br />

tempos de crise! Se você não for assinante da revista, mas<br />

quiser ter acesso a esse material, envie um e-mail para leitor@<br />

vendamais.com.br com o assunto “VM Responde – eu quero”.<br />

E se você é assinante, mas perdeu esse conteúdo, fique atento,<br />

pois no dia 15/01 vamos enviar o material novamente por e-mail.<br />

Colaborou nesta matéria: Francine Pereira<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 93


Informe publicitário<br />

O resultado<br />

do futuro se<br />

consTRÓi hoje<br />

Conheça o projeto "Corretor Nova Geração", da<br />

SulAmérica Seguros, e entenda como o Vendópolis, o<br />

jogo desenvolvido pelo Instituto <strong>VendaMais</strong>, ajuda a<br />

formar e desenvolver equipes de vendas<br />

esde 2013, a SulAmérica Seguros<br />

promove, periodicamente, o programa<br />

"Corretor Nova Geração".<br />

Voltado para a capacitação dos<br />

filhos dos corretores, o objetivo<br />

do programa é despertar nos jovens<br />

o interesse pela profissão e<br />

apresentar uma visão ampliada<br />

do mercado em que seus pais atuam,<br />

incentivando a troca de conhecimento<br />

entre os participantes<br />

e profissionais da seguradora.<br />

De acordo com Matias Ávila,<br />

vice-presidente Comercial da Sul-<br />

América, essa ação contribui para<br />

reforçar a parceria de negócios<br />

e cultivar o relacionamento de<br />

longo prazo, traço característico<br />

da relação entre a empresa e os<br />

corretores. Além disso, o programa<br />

ajuda a criar um ambiente de<br />

imersão em que os filhos dos profissionais<br />

podem conhecer as<br />

oportunidades do mercado de<br />

seguros, a rotina de uma seguradora,<br />

bem como os produtos e os<br />

principais executivos da empresa.<br />

Para isso, durante cinco dias,<br />

os participantes do programa as-<br />

sistem a palestras e participam<br />

de debates, treinamentos e dinâmicas<br />

na sede da SulAmérica, em<br />

São Paulo (SP). Uma programação<br />

interessante, mas que os organizadores<br />

do programa sabiam que<br />

não era suficiente para agradar<br />

os jovens. Para isso, era preciso<br />

apresentar algo que falasse a língua<br />

deles e que demonstrasse<br />

como as coisas funcionam na prática.<br />

Foi então que o Vendópolis<br />

surgiu como solução.<br />

O jogo das vendas<br />

Vendópolis é um jogo desenvolvido<br />

por Raul Candeloro e pelos<br />

especialistas do Instituto <strong>VendaMais</strong><br />

e tem o objetivo de mostrar<br />

na prática como gerenciar a<br />

carteira de clientes para vender<br />

mais e melhor. O jogo simula uma<br />

cidade dedicada ao mundo das<br />

vendas. Nela, os “habitantes”<br />

aprendem as melhores maneiras<br />

de obter resultados com mais rapidez<br />

e consistência.<br />

“A cada jogada, a<br />

equipe <strong>VendaMais</strong><br />

procura vincular a<br />

situação do jogo com<br />

a nossa realidade,<br />

mostrando que,<br />

apesar de ser uma<br />

simulação naquele<br />

momento, as<br />

situações que estão<br />

sendo colocadas<br />

acontecem de<br />

verdade na rotina de<br />

uma corretora e é<br />

preciso estar sempre<br />

preparado para tomar<br />

a melhor decisão, não<br />

pensando apenas no<br />

ganho instantâneo,<br />

mas também no<br />

longo prazo.”<br />

(Matias Ávila)<br />

94<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016


Porém, mais do que um jogo,<br />

Vendópolis é um treinamento<br />

de vendas inovador, empolgante<br />

e muito produtivo. Por meio dele,<br />

as empresas podem transmitir<br />

diversos conceitos práticos para<br />

que os vendedores desenvolvam<br />

suas habilidades de prospecção<br />

e fidelização de clientes. Durante<br />

a dinâmica, os participantes<br />

se divertem, o aprendizado é muito<br />

mais intenso e o conhecimento<br />

adquirido realmente passa a<br />

fazer parte do dia a dia da equipe.<br />

No caso da SulAmérica Seguros,<br />

era a solução perfeita para<br />

engajar os participantes do programa<br />

"Corretor Nova Geração".<br />

“Participamos de um jogo-piloto<br />

para avaliar a atividade e concluímos<br />

que o jogo tinha muito a ver<br />

com o público jovem, abordando<br />

de uma forma prática a rotina dos<br />

corretores, os desafios que os novos<br />

profissionais enfrentarão e<br />

muitas das decisões que terão de<br />

tomar como estratégia para ir<br />

adiante com o seu negócio”, destaca<br />

Ávila.<br />

O executivo da seguradora<br />

explica, ainda, que, por meio do<br />

Vendópolis, eles puderam exemplificar<br />

aos jovens experiências,<br />

oportunidades e conceitos debatidos<br />

em outras palestras do programa<br />

e que também farão parte<br />

do cotidiano no futuro deles quando<br />

assumirem a corretora da família.<br />

A experiência<br />

Ávila conta que o Vendópolis,<br />

que faz parte do programa desde<br />

a primeira edição, é uma das atividades<br />

mais esperadas pelos<br />

participantes. “É um momento de<br />

grande expectativa, principalmente<br />

no dia do jogo, quando eles<br />

entram na sala e conseguem ver<br />

toda a estrutura. Eles ficam ainda<br />

mais ansiosos”, frisa.<br />

Sobre a dinâmica do jogo, o<br />

vice-presidente comercial da Sul-<br />

América avalia: “A cada jogada,<br />

a equipe <strong>VendaMais</strong> procura<br />

vincular a situação do jogo com<br />

a nossa realidade, mostrando que,<br />

apesar de ser uma simulação naquele<br />

momento, as situações que<br />

estão sendo colocadas acontecem<br />

de verdade na rotina de uma corretora<br />

e é preciso estar sempre<br />

preparado para tomar a melhor<br />

decisão, não pensando apenas no<br />

ganho instantâneo, mas também<br />

no longo prazo.”<br />

Ávila revela, ainda, que, aliado<br />

às palestras e aos bate-papos<br />

do programa, o Vendópolis proporciona<br />

um conhecimento teórico<br />

e prático, esclarecendo muitas<br />

dúvidas que os futuros corretores<br />

têm em relação ao segmento.<br />

“O programa é um momento<br />

de reflexão para muitos dos participantes<br />

quanto à opção de carreira.<br />

Não são raros os depoimentos<br />

de que as atividades ajudaram<br />

a reforçar a convicção da escolha<br />

feita ou a ‘abrir horizontes’ para<br />

outros que entendiam sua realidade<br />

como um limitante às suas<br />

aspirações. O relato recorrente<br />

dos pais desses jovens corretores<br />

é que os filhos voltam para casa<br />

‘cheios de ideias’, o que nos deixa<br />

realizados e certos de que é uma<br />

semana que pode fazer toda a<br />

diferença”, conclui.<br />

O que dizem os<br />

participantes<br />

Segundo Matias Ávila, o feedback<br />

dos participantes quanto ao Vendópolis<br />

é muito positivo. “Por<br />

isso mesmo sempre incluímos o<br />

jogo na programação do 'Corretor<br />

Nova Geração'”, revela.<br />

E os depoimentos de quem<br />

participou do último programa<br />

atestam isso. Para o jovem Felipe,<br />

da Corretora Ace & Salesman, o<br />

jogo mostrou bem a realidade de<br />

quem atua em vendas atualmente.<br />

“A rotina do corretor mudou<br />

bastante. Então, o programa mostra<br />

que a gente precisa estar bem<br />

atualizado. E o jogo Vendópolis<br />

ajudou bastante nesse sentido”,<br />

destaca.<br />

Juliana, da JS Corretora de<br />

Seguros, concorda com o colega:<br />

“Tivemos várias palestras interessantes<br />

e a <strong>VendaMais</strong> proporcionou<br />

dinâmicas excelentes; o<br />

Vendópolis foi muito legal.<br />

Aprendi muita coisa.”<br />

O Vendópolis pode<br />

fazer a diferença em<br />

sua empresa também<br />

Sua empresa também pode utilizar<br />

o Vendópolis em convenções<br />

e treinamentos para vendedores<br />

e clientes. Estes são alguns dos<br />

benefícios que o jogo traz:<br />

Motiva seus vendedores.<br />

Promove aprendizado.<br />

Muda hábitos.<br />

Leva à prática.<br />

Integra sua equipe.<br />

Você busca tudo isso? Acesse<br />

http://bit.ly/vendopolis-VM, saiba<br />

mais sobre o Vendópolis e descubra<br />

o que você precisa fazer para<br />

levar o jogo das vendas para a sua<br />

empresa!<br />

vendamais.com.br - Janeiro 2016 95


Paixão por vendas<br />

Jeffrey GITOmer<br />

Biblioteca: a<br />

fonte do saber<br />

Édifícil LER LIVROS se<br />

você não os possui. Uma<br />

biblioteca cheia de obras<br />

sobre sucesso e vendas<br />

confere a oportunidade<br />

de adquirir a sabedoria<br />

dos outros se você empregar<br />

esta simples palavra: ler.<br />

O mesmo serve se você admira<br />

alguém e quer se inspirar no<br />

que essa pessoa lê para se orientar.<br />

Para isso, pergunte-lhe que livros<br />

ela recomenda (por considerar que<br />

influenciaram sua formação pessoal<br />

e profissional) e inclua-os na<br />

sua lista de próximas leituras.<br />

Sua biblioteca é algo em que<br />

você deve se basear para dar continuidade<br />

aos seus estudos. Se você<br />

decidir ler sobre vendas ou sucesso,<br />

terá chances maiores de se<br />

tornar um grande vendedor ou<br />

alguém bem-sucedido.<br />

Mas atenção: as pessoas frequentemente<br />

dizem “Eu li aquele<br />

livro”, mas raramente dizem “Eu<br />

aplico os princípios daquele livro<br />

todos os dias.” No entanto, deveria<br />

ser diferente. Afinal, os livros não<br />

são apenas para ler, são também<br />

para referência!<br />

Comece lendo livros sobre coisas<br />

de que você gosta ou pelas quais se<br />

interessa. Isso criará o hábito e o<br />

desejo de saber mais. O conhecimento<br />

vicia, assim como as drogas ou o<br />

álcool. Dedicar-se ao aprendizado<br />

permanente significa ler e ouvir algo<br />

para o desenvolvimento pessoal<br />

no mínimo uma hora por dia.<br />

Coleciono livros sobre negócios,<br />

vendas, desenvolvimento pessoal<br />

e sobre cada aspecto do sucesso.<br />

Livros antigos, alguns raros, alguns<br />

comuns, todos bons! Todos úteis!<br />

Todos joias do saber!<br />

Para se motivar a tornar a leitura<br />

um hábito, faça uma lista dos<br />

livros que você já leu e que melhoraram<br />

seu negócio, suas vendas,<br />

sua atitude e sua vida. Depois, faça<br />

uma lista dos livros que você deveria<br />

ler e reflita sobre o que o está<br />

impedindo de lê-los. Em seguida,<br />

organize-os e estabeleça metas de<br />

leitura. Aos poucos, sua pilha vai<br />

diminuir; seu conhecimento, aumentar,<br />

e você vai engatar a segunda<br />

marcha. No fim, ficará satisfeito<br />

com o novo destino descoberto<br />

por meio de tantos livros.<br />

Minha dica: Leia três livros sobre<br />

negócios ou atitude positiva imediatamente,<br />

um capítulo por vez.<br />

Faça anotações sobre ações e ideias<br />

nas margens do livro e marque as<br />

páginas ou transfira as informações<br />

para seu computador. Isso assegurará<br />

que seu conhecimento e suas<br />

ideias serão postos em prática.<br />

Treinar e praticar não levam<br />

você ao seu máximo. A educação<br />

é que leva. Treinar ensina “como”.<br />

A educação ensina “por quê”.<br />

Boas leituras!<br />

“Uma<br />

biblioteca<br />

cheia de obras<br />

sobre sucesso<br />

e vendas<br />

confere a<br />

oportunidade<br />

de adquirir<br />

a sabedoria<br />

dos outros se<br />

você empregar<br />

esta simples<br />

palavra: ler.”<br />

Jeffrey Gitomer é autor do<br />

livro A bíblia das vendas (Editora<br />

M. Books) e é um dos<br />

palestrantes de vendas mais<br />

respeitados e requisitados<br />

do mundo. Responsável por<br />

três sites nos Estados Unidos<br />

voltados a vendas e<br />

carreira, Gitomer também<br />

é colunista de importantes<br />

revistas de negócios.<br />

Visite o site: www.gitomer.<br />

com<br />

96<br />

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ATÉ mais / DA REDAÇÃO<br />

A rota do<br />

sucesso<br />

em vendas<br />

Quer ter um 2016 de bons resultados em vendas? Siga as dicas abaixo e venda mais!<br />

V<br />

E<br />

N<br />

D<br />

A<br />

alorize seus clientes e as oportunidades que eles lhe trazem.<br />

stude! Seu produto/serviço, a concorrência, suas estratégias, tudo!<br />

ão tenha medo das objeções. Muitas vezes, elas demonstram que falta pouco para<br />

você fechar (mais) uma venda.<br />

etermine metas esmART (Específicas, Mensuráveis, Atingíveis, Realistas e com<br />

Tempo definido para serem atingidas) e trabalhe para alcançá-las!<br />

ssuma seus erros e trabalhe para corrigi-los.<br />

M antenha a energia positiva mesmo nos momentos difíceis. O negativismo jogará<br />

sempre contra você!<br />

A<br />

I<br />

S<br />

valie seu desempenho levando em consideração dados, fatos e indicadores, não<br />

apenas o seu “achômetro”.<br />

nove! Boas e novas ideias sempre fazem a diferença!<br />

eja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo. A capacitação é a chave para o<br />

sucesso!<br />

98<br />

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Ter o suficiente<br />

Na corrida frenética por<br />

ter sempre mais, muitas<br />

vezes nos negamos a riqueza<br />

de ter o suficiente.<br />

Agora pense, por um momento,<br />

na satisfação que<br />

seria ter o necessário de<br />

tudo que você precisa –<br />

dinheiro para pagar suas<br />

contas, uma casa com<br />

espaço suficiente para<br />

acomodar bem todos os<br />

seus familiares, tempo<br />

para fazer tudo que você<br />

deseja e assim por diante.<br />

Quando você tem o que<br />

precisa, você pode realmente<br />

aproveitar o que<br />

tem. E isso não impede<br />

que você consiga mais. Na<br />

verdade, muitas vezes, ter<br />

o suficiente é o que nos<br />

leva a ter ainda mais...<br />

A abundância flui consistentemente<br />

da gratidão.<br />

Mas é difícil expressar sua<br />

gratidão quando a única<br />

coisa que ocupa sua mente<br />

é o desejo de ter cada<br />

vez mais. Como você pode<br />

apreciar inteiramente o<br />

que tem quando parece<br />

não ser o suficiente? Como<br />

você pode ter a sensação<br />

de abundância quando sua<br />

mente está recheada de<br />

pensamentos sobre pobreza<br />

e limitações em algumas<br />

áreas?<br />

Sua ambição será prejudicada<br />

por ter o suficiente?<br />

É claro que não, pois com<br />

a gratidão sincera por ter<br />

o suficiente vem junto um<br />

desejo profundo de aproveitar<br />

isso ao máximo, o<br />

que faz a roda girar. Portanto,<br />

foque continuamente<br />

em aproveitar ao máximo<br />

o que você tem e você<br />

terá sempre o suficiente.<br />

Ralph Marston<br />

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