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Entrevista<br />
Christian Barbosa<br />
Um dos maiores especialistas do Brasil em administração do tempo e<br />
produtividade revela os caminhos para garantir um 2016 mais produtivo<br />
ano 20 I Nº <strong>255</strong> I Janeiro/2016 I R$ 19,50<br />
vendamais.com.br<br />
C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />
O QUEBRA-CABEÇA<br />
DO SUCESSO EM VENDAS<br />
Saiba quais são as peças que você precisa<br />
encaixar este ano para vender mais e melhor<br />
e descubra como explorar ao máximo o<br />
potencial de cada uma<br />
Supervendedores<br />
do bem<br />
Campanha de vendas<br />
que mudou a vida de uma<br />
família síria refugiada no<br />
Brasil mostra como um<br />
propósito forte pode fazer<br />
a diferença em suas vendas<br />
10<br />
tendências da<br />
área comercial<br />
que devem<br />
marcar os<br />
próximos<br />
anos
2<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
vendamais.com.br - Janeiro 2016 3
vendamais<br />
01-16<br />
06 Editorial<br />
O que fazer para reverter 40% de queda<br />
nas vendas<br />
10 Reservado para você<br />
O que os leitores dizem sobre a Venda-<br />
Mais<br />
11 Entre nós<br />
Onde estivemos, novidades e lançamentos<br />
12 On-line<br />
Ideias e iniciativas criativas para você<br />
se inspirar e inovar<br />
14 Manual do líder<br />
Dicas rápidas para você liderar melhor<br />
sua equipe de vendas<br />
38<br />
16 Entrevista<br />
Christian Barbosa, um dos maiores especialistas<br />
do Brasil em administração<br />
do tempo e produtividade, revela os<br />
caminhos para garantir um 2016 mais<br />
produtivo<br />
22<br />
22 Supervendedores<br />
Campanha de vendas que mudou a vida<br />
de uma família síria refugiada no<br />
Brasil mostra como um propósito forte<br />
pode fazer a diferença em suas vendas<br />
28 JB Vilhena<br />
O papel do líder em tempos de crise<br />
30 Decálogo do Cliente<br />
Agradeça as reclamações de seus clientes<br />
4<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
30<br />
32 Marcelo Caetano<br />
As reais funções e as principais armadilhas<br />
dos cargos de liderança em vendas<br />
78 Alta Performance em Vendas<br />
9 perguntas (+1) para a delegação de<br />
alta performance<br />
36 Opinião<br />
12 comentários inspiradores para você<br />
vender mais em 2016<br />
80 Marketing digital<br />
3 tendências de marketing digital que<br />
podem ajudar você a vender mais<br />
38 Capa<br />
Saiba quais são as peças que você precisa<br />
encaixar este ano para vender mais<br />
e melhor e descubra como explorar ao<br />
máximo o potencial de cada uma<br />
52 Marcelo Ortega<br />
O que fazer para transformar seu cliente<br />
em seu principal vendedor?<br />
54 Top 10<br />
10 tendências da área comercial que<br />
devem marcar os próximos anos<br />
60 João Alberto Costenaro<br />
Como multiplicar seu melhor talento<br />
em vendas<br />
86 <strong>VendaMais</strong> Small Business<br />
Capacitação + melhora na produtividade<br />
= mais vendas!<br />
90 <strong>VendaMais</strong> digital<br />
Como motivar a equipe comercial em<br />
tempos de crise<br />
94 Informe publicitário<br />
O resultado do futuro se constrói hoje<br />
96 Paixão por vendas<br />
Biblioteca: a fonte do saber<br />
98 Até mais<br />
A rota do sucesso em vendas<br />
32<br />
60<br />
62 Livro do mês<br />
Em 2016, reinvente sua empresa!<br />
99 Ralph Marston<br />
Uma reflexão sobre querer sempre mais<br />
66 Leandro Branquinho<br />
5 ideias criativas para vender mais em<br />
2016<br />
16<br />
90<br />
68 Venda mais com <strong>VendaMais</strong><br />
Inteligência coletiva na busca pela excelência<br />
72 José Ricardo Noronha<br />
5 dicas para melhorar as taxas de conversão<br />
em tempos de crise<br />
74 Circuito <strong>VendaMais</strong><br />
As melhores dicas do Circuito Venda-<br />
Mais 2015<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 5
EDITORIAL<br />
Raul CANDELORO<br />
O que fazer para<br />
reverter 40% de<br />
queda nas vendas<br />
Uma DAS APRESENTAçõES MAIS COMENTADAS DO<br />
Circuito <strong>VendaMais</strong> 2015, nosso evento on-line de<br />
vendas, que aconteceu em novembro do ano passado,<br />
foi justamente minha palestra sobre como lidar de<br />
maneira proativa com relação à crise.<br />
A imagem que tenho usado é a do iceberg, em que<br />
uma pequena parte fica para fora, mas a grande massa<br />
está embaixo d’água, invisível. Se você olhar apenas<br />
para aquela ponta que fica do lado de fora, não terá<br />
noção de como o iceberg é imenso!<br />
A mesma coisa acontece com a economia brasileira.<br />
Se temos retração de 3% do PIB, significa que 97%<br />
continuam lá.<br />
Só para você ter uma ideia, esses 97% representam<br />
R$ 5,335 trilhões! Eu não sei você, mas para mim, “trilhão”<br />
é MUITO. E 5 trilhões é cinco vezes muito!<br />
E aí vem a pergunta: onde está seu foco? Na parte<br />
do PIB que sumiu (que é o que a mídia e as pessoas de<br />
baixa performance gostam de enfatizar)? Ou na imensa<br />
parte que continua girando?<br />
Sim, eu sei, você pode argumentar que as vendas<br />
de alguns setores caíram muito mais. E é verdade. Mas,<br />
de novo, é uma questão de foco.<br />
Na PRáTICA<br />
Veja o exemplo que tenho dado em palestras e treinamentos<br />
– lembrando que é só um exemplo fictício<br />
para ilustrar a forma de pensar e resolver o “problema”<br />
da queda nas vendas.<br />
Cenário anterior, quando tudo<br />
estava razoavelmente bem:<br />
10 contatos/dia.<br />
4 fechamentos.<br />
R$ 1.000/venda.<br />
Total: R$ 4.000/venda/dia.<br />
Cenário atual, com queda nas<br />
vendas:<br />
9 contatos/dia.<br />
3 fechamentos.<br />
R$ 800/venda.<br />
Total: R$ 2.400/venda/dia.<br />
Pois é, as vendas caíram 40%.<br />
E se você olhar apenas para essa<br />
parte do problema, com certeza<br />
ficará extremamente preocupado,<br />
ansioso, deprimido.<br />
Talvez ache até que não conseguirá<br />
reverter a situação. Mas<br />
uma coisa que eu sempre enfatizo<br />
é que o resultado final é<br />
CONSEQUÊNCIA. E consequência<br />
a gente não controla. Então,<br />
precisamos analisar as CAUSAS<br />
disso tudo. Pegando como base<br />
o exemplo acima, se olharmos<br />
6<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
os indicadores de performance,<br />
notaremos rapidamente que:<br />
a) Tivemos uma queda de 10%<br />
no número de contatos.<br />
b) O índice de conversão/fechamento<br />
passou de 40% para<br />
33%.<br />
c) Tivemos uma queda de 20%<br />
no ticket médio – ou venda<br />
média.<br />
A soma de tudo isso é o resultado<br />
desastroso de queda de<br />
40% nas vendas. Só que quando<br />
abrimos esse “resultado desastroso”<br />
e analisamos o porquê,<br />
as causas, começa a ficar claro<br />
O QUE podemos fazer para reverter<br />
o panorama. É o nosso<br />
terceiro C, de CAMINHO. E é<br />
justamente no caminho que temos<br />
CONTROLE (mais um C!).<br />
É assim que pessoas de alta performance<br />
pensam, decidem e<br />
agem.<br />
Ou seja, começamos analisando<br />
as consequências, descobrimos<br />
as causas e, aí, desenvolvemos<br />
e aprimoramos o caminho<br />
para alterar positivamente<br />
as consequências. São os<br />
3 Cs – que quem já fez meus<br />
cursos on-line (“Alta Performance<br />
em Vendas” e “Gestão<br />
de Equipes Comerciais”) sabe<br />
do que se trata.<br />
Observo como isso é útil, prático<br />
e poderoso quando faço o<br />
exercício com vendedores e pergunto:<br />
O que vocês fariam para aumentar<br />
o número de contatos<br />
e reverter essa queda de 10%?<br />
O que vocês fariam para melhorar<br />
esse índice de conversão<br />
e aproveitar melhor as<br />
oportunidades?<br />
O que vocês fariam para elevar<br />
o valor das vendas?<br />
TODOS os vendedores sabem<br />
responder essas questões!<br />
Fiz esse exercício inúmeras vezes<br />
nos últimos meses e os resultados<br />
são impressionantes.<br />
O mais interessante é a reação<br />
motivada das pessoas, que finalmente<br />
descobrem que podem,<br />
sim, alterar e influenciar<br />
seus resultados e passar a ter<br />
controle da sua vida.<br />
Nesse sentido, estas foram<br />
algumas ideias que surgiram nas<br />
reuniões de “toró de parpite”<br />
(brainstorming) que fizemos em<br />
eventos in-company e palestras<br />
abertas recentemente para reverter<br />
esse panorama ruim em<br />
vendas:<br />
01 Criar “combos” (opções: produto/serviço<br />
mais popular +<br />
outro; produto/serviço mais<br />
barato + outro; produto/serviço<br />
de maior margem + outro;<br />
lançamento + outro).<br />
02 Investir em novos canais de<br />
prospecção/comunicação e<br />
até de vendas (mídias sociais,<br />
por exemplo).<br />
03 Treinar a equipe de vendas<br />
(fornecedores/parceiros podem<br />
ajudar com patrocínio e<br />
verba).<br />
04 Pesquisa com clientes – quais<br />
os segmentos mais prósperos?<br />
05 Pesquisa de mercado com<br />
concorrentes – blindagem<br />
contra a concorrência.<br />
06 Pesquisa com “não vendas”<br />
– clientes que entraram em<br />
contato, mas não compraram<br />
(chamo isso de pós-não vendas).<br />
07 Pesquisa com clientes inativos<br />
– o que os motivaria a comprar<br />
(mais irritadores).<br />
08 Criar e/ou lançar novos produtos/serviços<br />
com preço<br />
menor, mas margem MAIOR.<br />
09 Aumentar número de contatos<br />
Diretor<br />
Raul Candeloro<br />
raul@vendamais.com.br<br />
editor<br />
Natasha Schiebel<br />
natasha@vendamais.com.br<br />
DIREtor DE ARTE<br />
Anderson L.A.<br />
anderson@vendamais.com.br<br />
conselho editorial<br />
Raul Candeloro<br />
Marcelo Caetano<br />
Júlio Clebsch<br />
coLABORAÇÃO<br />
Francine Pereira<br />
João Guilherme Brotto<br />
REVISÃO<br />
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ATENDIMENTO AO LEITOR<br />
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JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Natasha Schiebel<br />
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Nossa missão:<br />
Fazer o Brasil vender melhor.<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 7
“Se uma<br />
árvore<br />
tem frutos<br />
pequenos,<br />
não adianta<br />
reclamar<br />
dos frutos.<br />
É preciso<br />
olhar para a<br />
raiz, para o<br />
tronco, para<br />
os galhos.<br />
Tem que fazer<br />
o caminho<br />
inverso e ir<br />
na fonte do<br />
problema. Em<br />
vendas, é o<br />
mesmo.”<br />
com clientes (atendimento/<br />
relacionamento).<br />
10 Criar novas segmentações de<br />
público-alvo (subnichos de<br />
clientes – o nicho do nicho).<br />
11 Eventos para fidelização e<br />
prospecção de clientes.<br />
12 Palestras para clientes e prospects.<br />
13 Parcerias com outras empresas<br />
(você me promove e eu<br />
promovo você).<br />
14 Campanhas de vendas para<br />
a equipe comercial com pontos<br />
por venda de mix.<br />
15 Campanhas de compras para<br />
clientes (milhagem, pontos,<br />
estímulo à recompra/<br />
volume).<br />
16 Criar um funil automático<br />
de reativação de clientes inativos<br />
(e-mail, carta, telefone,<br />
visita).<br />
17 Mapeamento de oportunidades<br />
(analisar mix de compra<br />
dos clientes e propor produtos/serviços<br />
que eles ainda<br />
não compram).<br />
18 Cadastrar e acompanhar TO-<br />
DO e QUALQUER contato de<br />
venda (para poder fazer muitas<br />
das coisas que comentamos<br />
acima).<br />
19 Contratar novos vendedores,<br />
com perfil diferenciado, e<br />
desafiá-los a pensar de maneira<br />
diferente, argumentar<br />
de maneira diferente, vender<br />
de forma diferente.<br />
20 Criar um calendário de lançamento<br />
de novos produtos/<br />
serviços (mostrar aos clientes<br />
que não está parado).<br />
21 Estimular testemunhos e depoimentos<br />
de clientes satisfeitos.<br />
22 Estimular indicações (clientes<br />
indicando possíveis clientes).<br />
23 Estimular sugestões de melhoria<br />
de processos.<br />
24 Estimular sugestões de lançamentos.<br />
25 Venda estilo assinatura, com<br />
entregas programadas.<br />
26 Criar categorias de clientes<br />
(prata, ouro, diamante), com<br />
lista de benefícios para cada<br />
categoria, e estimular clientes<br />
a subirem de categoria<br />
(baseado em volume de compras,<br />
frequência de compras<br />
e mix de produtos/serviços).<br />
27 Buscar ter 100% de disciplina<br />
para execução com excelência,<br />
criar uma rotina diária<br />
e semanal produtiva.<br />
28 Criar um concurso ou competição<br />
de melhores práticas<br />
e certificar clientes de alguma<br />
forma.<br />
29 Criar campanhas de marketing<br />
do bem (campanhas em<br />
que uma parte do faturamento/vendas<br />
é doado para uma<br />
causa social nobre).<br />
30 Dar um desconto futuro (voucher<br />
ou vale para desconto<br />
na próxima compra).<br />
Você não precisa fazer todas<br />
elas, obviamente. Por algum motivo<br />
ou outro, pode ser que várias<br />
não se apliquem à sua realidade.<br />
Pode ser, também, que algumas<br />
você já esteja fazendo. Aí vem a<br />
pergunta: quantas dessas ações<br />
poderiam ser adaptadas ou diretamente<br />
aplicadas rapidamente<br />
na sua empresa? Aposto que<br />
pelo menos duas ou três. E muitas<br />
vezes não precisamos de mais<br />
do que isso para reverter resultados<br />
(e até melhorá-los!). É tudo<br />
uma questão de atitude e de<br />
foco na solução do problema,<br />
não no problema em si. Foco<br />
naquilo sobre o qual você tem<br />
CONTROLE. Se quisermos realmente<br />
melhorar os resultados,<br />
as consequências, temos que<br />
entender COMO o problema<br />
aconteceu, de ele onde surgiu<br />
(quais foram as causas).<br />
Se uma árvore tem frutos pequenos,<br />
não adianta reclamar<br />
dos frutos. É preciso olhar para<br />
a raiz, para o tronco, para os<br />
galhos. Tem que fazer o caminho<br />
inverso e ir na fonte do problema.<br />
Em vendas, é o mesmo.<br />
Consequência 1 Causa 1<br />
Caminho<br />
Dito isso, minhas perguntas-<br />
-desafio para você este mês são:<br />
a) Qual (ou quais) dessas 30<br />
ideias você irá colocar em<br />
prática? (Já faça um 5W2H<br />
– e faça direito! Você pode<br />
utilizar o encarte que vem<br />
no fim da revista para isso.)<br />
b) O que você colocaria de novo<br />
nessa lista? Tem alguma coisa<br />
a mais que poderia recomendar<br />
para aumentar contatos,<br />
conversões, ticket médio?<br />
Abraços produtivos e focados<br />
na solução do problema.<br />
P.S.: Isso é o que fazemos aqui<br />
na <strong>VendaMais</strong> com nossos treinamentos<br />
e workshops. Caso<br />
tenha interesse em que façamos<br />
esse trabalho com sua equipe,<br />
é só avisar. Adoramos ver as<br />
vendas de nossos clientes aumentando<br />
enquanto o mercado<br />
está caindo!<br />
Raul Candeloro – Diretor<br />
Site: www.vendamais.com.br<br />
E-mail: raul@vendamais.com.br<br />
8<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
vendamais.com.br - Janeiro 2016 9
Reservado para vOcê<br />
Raul responde<br />
Estou fazendo o curso Gestão de Equipes Comerciais (GEC) e<br />
achando sensACIONAL – assim mesmo, com letras maiúsculas.<br />
O que mais me chamou atenção ao fazer os exercícios propostos<br />
por Raul Candeloro foi o fato de descobrir que já temos tudo<br />
de que precisamos para definir nossa estratégia. Entretanto,<br />
precisamos arrumar a casa, pois está tudo bagunçado. E o curso<br />
tem ajudado muito nisso! Tenho total consciência de que<br />
seremos outros profissionais depois da conclusão do GEC.<br />
Dennys Freire<br />
Saiba mais sobre o GEC acessando<br />
www.institutovendamais.com<br />
A equipe da <strong>VendaMais</strong> está fazendo um trabalho nota dez!<br />
Para o meu desenvolvimento, foi muito importante conhecer<br />
a revista. Consequentemente, também foi importante para a<br />
minha equipe, pois tenho aplicado com ela tudo que aprendo<br />
com a revista e os resultados melhoraram muito. Obrigado!<br />
Jerônimo Lima de Souza<br />
Gostaria de agradecer à <strong>VendaMais</strong> pelo evento Circuito <strong>VendaMais</strong>.<br />
Todas as palestras foram surreais para minha carreira<br />
profissional. Na palestra do Marcelo Caetano, senti que<br />
estava com ele no meu escritório respondendo cada uma das<br />
questões que ele apresentou. Estar com o time <strong>VendaMais</strong><br />
neste momento e nos próximos anos me faz sentir parte do<br />
grupo mais forte do cenário atual!<br />
Gil Soares Araruna<br />
Quem quer se destacar não pode fechar os olhos para o que<br />
está acontecendo ao seu redor. Todos nós podemos ser criativos.<br />
Não é exclusividade apenas de alguns sortudos. Transforme<br />
o básico em espetacular: treine, comece transformando<br />
qualquer coisa. Eu transformei a placa da loja que fechei no ano<br />
passado em um quadro de ideias, e coloquei dentro do meu<br />
escritório. Além de me motivar, colo vários post it com tarefas<br />
e metas. Tudo que vejo meu olhar alcança com a pincelada de<br />
criatividade.<br />
Núbia Camargos<br />
1 Com esse depoimento, Núbia Camargos ganhou seis meses<br />
de assinatura da <strong>VendaMais</strong>. Quer ganhar também? Fique<br />
de olho em nossa página no Facebook que mais promoções<br />
virão este ano!<br />
Participe DA SEção<br />
Reservado para Você<br />
Envie críticas, sugestões, deixe sua palavra, conte sua história,<br />
divida seus resultados conosco, mostre sua equipe*. O espaço é<br />
todo seu. Estamos esperando por você!<br />
Escreva agora mesmo para: leitor@vendamais.com.br e participe!<br />
*As fotos serão avaliadas pela equipe de redação.<br />
Em primeiro lugar, queria dizer que a <strong>VendaMais</strong> tem me<br />
ajudado muito. Mas hoje estou buscando um auxílio especial.<br />
Depois de anos como vendedora externa, recentemente<br />
tive a oportunidade de passar a gerenciar uma<br />
equipe interna de cinco vendedores. Mas tenho encontrado<br />
muitas dificuldades nesse novo cargo. O que preciso<br />
fazer?<br />
Katia Rodrigues<br />
A primeira coisa que você precisa entender, Katia,<br />
é: ao assumir como supervisora, seu primeiro e mais<br />
importante desafio é conquistar a confiança e o apoio<br />
da sua equipe. Sem isso, projeto nenhum terá sucesso.<br />
Como é comum trocar o gerente justamente porque<br />
as vendas andam mal, é bem provável que a situação<br />
não esteja nada agradável e que todos estejam<br />
insatisfeitos. Reúna sua equipe e pergunte:<br />
1) O que eles esperam de você?<br />
2) Qual é a pior coisa que acham que você poderia<br />
fazer?<br />
3) Que metas eles têm para o ano?<br />
4) Como acham que a empresa pode ajudá-los?<br />
5) Como acham que você pode ajudá-los?<br />
6) O que têm feito que tem funcionado bem?<br />
7) O que poderia ser melhorado?<br />
8) O que eles precisam fazer para ajudar a si mesmos<br />
(porque eles precisam ter consciência de que não<br />
adianta só exigir dos outros; eles também precisam<br />
se engajar)?<br />
Ouça todo mundo e não tome partido, muito<br />
menos deixe a coisa descambar para a acusação de<br />
que a empresa é culpada de tudo. Posicione-se fortemente<br />
se precisar, mas sem ser rude ou arrogante<br />
(coisa comum em gerentes novatos). Reforce e repita<br />
insistentemente o que tem de bom, o que está<br />
melhorando, quem está vendendo bem e o que eles<br />
têm feito. Diga que resolverá os problemas um por<br />
um (faça uma lista) e, nas reuniões semanais, mostre<br />
os progressos realizados na resolução desses problemas.<br />
Feito isso, é a hora de partir para a segunda parte,<br />
que ninguém faz: entrevistar seu próprio chefe!<br />
Como fazer isso? Eu revelo no vídeo e no artigo que<br />
complementam esse material, e que estão em nosso<br />
portal: http://bit.ly/Raul-Responde.<br />
Boas vendas!<br />
10<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
ENTRE NÓS<br />
Vem aí o livro<br />
Gigantes das vendas 2.0<br />
Será lançado este mês o livro Gigante das<br />
Vendas 2.0. Organizado por Raul Candeloro<br />
e publicado pela Editora Leader, a obra reúne<br />
artigos inéditos de trinta grandes especialistas,<br />
que apresentam dezenas de<br />
boas ideias para você superar o momento<br />
negativo da economia, propõem reflexões<br />
sobre a necessidade de uma nova visão<br />
sobre vendas e trazem dicas práticas, lições<br />
de startups para profissionais da nossa área<br />
e conceitos que vão revolucionar a forma<br />
como você pensa e executa vendas.<br />
Entre os autores estão: César Frazão,<br />
Claudio Tomanini, Fábio Fiorini, João Baptista Vilhena, José Ricardo Noronha,<br />
Marcelo Caetano, Professor Menegatti e Rodrigo Cardoso.<br />
Em breve ele estará à disposição na nossa loja virtual. Fique de olho em http://<br />
bit.ly/loja-vendamais e garanta o seu!<br />
A <strong>VendaMais</strong> RODANDO o BRASIL<br />
A gente se enche de alegria ao ver cenas como a da foto abaixo, que mostra a<br />
<strong>VendaMais</strong> sendo usada em sua melhor forma: ajudando, na prática, o Brasil a<br />
vender melhor.<br />
A imagem enviada pelo palestrante Shipú Dorileo mostra a edição de setembro<br />
de 2015 sendo utilizada durante um treinamento para uma equipe de vendas<br />
de 135 pessoas.<br />
Você é consultor ou palestrante e, assim como Shipú, utiliza a <strong>VendaMais</strong> em<br />
seus eventos? Envie sua foto para leitor@vendamais.com.br. Ela poderá ser compartilhada<br />
em uma de nossas próximas edições.<br />
Um RECADO IMPORTANTE<br />
PARA o líDER DE VENDAS<br />
Estão abertas as inscrições da turma<br />
de 2016 do curso on-line Gestão de<br />
Equipes Comerciais (GEC), comandado<br />
por Raul Candeloro. São dez módulos<br />
com videoaulas que você pode assistir<br />
a qualquer hora, quantas vezes quiser,<br />
sozinho ou com a equipe.<br />
Os temas abordados no curso são:<br />
Posicionamento/planejamento<br />
Indicadores de performance<br />
Treinamento<br />
Recrutamento<br />
Administração do tempo<br />
Lucratividade<br />
Remuneração<br />
Comunicação<br />
Criatividade em vendas<br />
Campanhas de vendas<br />
Além das videoaulas, os líderes que<br />
fazem o GEC contam com uma apostila<br />
com exercícios mensais para aplicar nas<br />
suas próprias empresas o que viram nas<br />
aulas e Raul Candeloro corrige pessoalmente<br />
todos os trabalhos e manda seus<br />
comentários e sugestões para os alunos<br />
(um trabalho de mentoria, feito um a um).<br />
Além disso, os alunos do GEC têm acesso<br />
a uma comunidade on-line fechada em<br />
que podem trocar experiências com outros<br />
colegas líderes de equipes comerciais.<br />
As inscrições vão até dia 29/1 e as<br />
aulas começam dia 1 de fevereiro. Saiba<br />
mais acessando www.institutoven<br />
damais.com ou pelo telefone 0800-<br />
647-6247.<br />
Dicas diáRIAS DE VENDAS<br />
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que publica artigos inéditos e conteúdo<br />
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pílulas diárias de ensinamentos e motivação<br />
para líderes e vendedores. Venha<br />
interagir com a #<strong>VendaMais</strong>!<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 11
ON-LINE POR JÚLIO CLEBSCH / DIVULGAÇÃO<br />
PIJama<br />
TERMÔMETRO<br />
A Vick, empresa do mercado de medicamentos contra gripes e resfriados, lançou,<br />
no último inverno, um projeto especial para as mães cuidarem de seus filhos: o<br />
Vick Pijama. A roupinha trazia um termômetro preso ao tecido que enviava os<br />
dados da temperatura da criança para um aplicativo (disponível, na época, para<br />
Android) que as mães podiam baixar gratuitamente no celular. Se a temperatura<br />
da criança aumentasse, uma mensagem era enviada para a mãe, garantindo noites<br />
bem mais tranquilas, e toda a variação de temperatura do bebê durante a<br />
madrugada ficava registrada para consultas no dia seguinte.<br />
O produto não foi um novo lançamento, mas fez parte de uma estratégia<br />
para divulgar a marca junto a um grupo de mães e blogueiras influenciadoras e<br />
reforçar o DNA da empresa: “Cuidar das pessoas com um toque de carinho”.<br />
Sucesso total!<br />
CURTAS E BOAS<br />
BEBA À VONTADE – A empresa que<br />
comanda o aplicativo Easy Taxi investiu<br />
em uma ação de marketing de relacionamento<br />
com clientes de bares do Rio<br />
de Janeiro e de São Paulo para incentivar<br />
o uso desse meio de transporte após<br />
o consumo de bebidas alcoólicas. Em<br />
agosto do ano passado, frequentadores<br />
de dezenas de botequins receberam<br />
bolachas de chope com desconto no<br />
valor de R$ 10, válido para ser usado<br />
nas corridas pagas pelo aplicativo. Intitulada<br />
“Easy Tap”, a promoção trazia<br />
impresso nas bolachas, além do código<br />
para o desconto, um passo-a-passo da<br />
típica brincadeira de bar em que a pessoa<br />
tem que virar o maior número de<br />
bolachas com apenas<br />
um “tapinha” na beira<br />
da mesa e pegá-las<br />
no ar com<br />
a mesma mão.<br />
INVERNO AQUECIDO – Quem passava<br />
pela Avenida Paulista no mês de junho<br />
do ano passado não precisava se preocupar<br />
com as temperaturas da estação<br />
mais fria do ano. Para divulgar o portfólio<br />
de bebidas quentes e o café da manhã<br />
servidos diariamente no McDonald’s,<br />
a empresa colocou em um abrigo de<br />
ônibus especial dois grandes copos de<br />
café. Do primeiro deles, saía uma fumaça<br />
constante, lembrando o quanto<br />
as bebidas do McCafé podiam ajudar a<br />
aquecer os dias frios de inverno. Já o<br />
segundo emitia vales-café para serem<br />
trocados na loja ao lado do abrigo, mediante<br />
cadastro do CPF.<br />
12<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
vendamais.com.br<br />
A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo<br />
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“CRIATIVIDADE”, válida apenas para o mês de JANEIRO.<br />
Incentivando<br />
as VENDAS<br />
PREMIAÇÃO I – A agência de publicidade<br />
norte-americana Imre Communications<br />
premia seus colaboradores<br />
com uma semana a mais nas férias<br />
caso a empresa atinja suas metas financeiras.<br />
FELICIDADE COM SABOR<br />
DE SORVETE GRÁTIS E<br />
SHOW DE HUMOR<br />
Imagine a cena: você está andando<br />
tranquilamente pelo centro de São Paulo<br />
quando é parado por um micro-ônibus<br />
em que se lê “Expresso da Felicidade”.<br />
Sem compromissos pré-agendados,<br />
você resolve aceitar o convite<br />
de embarcar no tal expresso. O ingresso?<br />
Um simples sorriso!<br />
No momento do embarque, você<br />
descobre que fará um passeio gratuito<br />
entre o Largo da Batata e a Avenida Presidente<br />
Kubitschek (cerca de dois quilômetros)<br />
e terá direito a um sorvete e a<br />
assistir a um breve show de humor com<br />
artistas que participam do festival Risadaria.<br />
Nada mau, não é mesmo?<br />
Essa era a proposta da ação realizada<br />
pela Kibon em setembro do ano<br />
passado. O objetivo? Comemorar o Dia<br />
do Sorvete e fazer os 25 passageiros de<br />
cada “tour” viverem momentos felizes<br />
em um dia que parecia comum. Uma ideia<br />
simples e envolvente e que com certeza<br />
fez a marca ficar na cabeça de cada uma<br />
das pessoas que tiveram a oportunidade<br />
de embarcar nessa viagem. Que tal?<br />
GRANDES<br />
NÚMEROS<br />
Uma pesquisa realizada pela agência<br />
Hello Research (www.helloresearch.com.<br />
br) no ano passado com mil pessoas de<br />
todos os perfis demográficos em setenta<br />
cidades espalhadas pelo Brasil identificou<br />
que 82% dos consultados não se<br />
lembravam de terem optado por alguma<br />
promoção em sua última compra. Contudo,<br />
entre os que se lembraram, foi a<br />
classe A que mais se destacou, com 29%.<br />
Entre os 18% impactados, o mecanismo<br />
de promoção mais lembrado e preferido,<br />
com relação aos bens não duráveis,<br />
foi o de “redução de preço”, com 52% da<br />
preferência. Em segundo lugar veio o “Pague<br />
2 e leve 3”, que sensibilizou um quarto<br />
desses consumidores, e, em terceiro, o<br />
“Compre e Ganhe”, com 16% da preferência.<br />
Já em relação aos bens duráveis,<br />
situação de compra também analisada<br />
pelo estudo e registrada entre 13% das<br />
pessoas pesquisadas, 51% delas compraram<br />
algum eletrodoméstico ou eletrônico<br />
nos três meses anteriores à<br />
pesquisa e que estavam em promoção.<br />
No que se refere às classes, a B e<br />
a C se mostraram mais adeptas às ações<br />
promocionais (com 58%) do que as classes<br />
D e E (com apenas 39%).<br />
PREMIAÇÃO II – A empresa de logística<br />
Cincinnati Business Courier oferece<br />
vários incentivos aos vendedores que<br />
atingem suas metas individuais ou em<br />
grupo. Alguns exemplos incluem: uma<br />
tarde no cinema, serviços de faxina<br />
doméstica e dinheiro para ser gasto no<br />
shopping (seguido de um encontro em<br />
que os premiados mostram o que compraram).<br />
PREMIAÇÃO III – A Traveltrust Corporation<br />
oferece-se para reformar um<br />
quarto para um novo bebê na casa de<br />
uma gerente comercial caso essa funcionária<br />
atinja as metas de vendas.<br />
Durante a reforma, ela (e o marido, se<br />
for o caso) ficam em uma casa de propriedade<br />
da empresa.<br />
ATENDIMENTO – No parque Busch<br />
Gardens, em Tampa (Flórida, EUA), os<br />
funcionários que prestam atendimento<br />
excepcional aos convidados recebem<br />
um cartão de raspadinha. Eles são dados<br />
na hora por membros da gerência<br />
e podem ser trocados por uma série de<br />
prêmios.<br />
Fonte: 1501 maneiras<br />
de premiar seus colaboradores,<br />
de Bob Nelson<br />
(Ed. Sextante)<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 13
MANUAL DO LÍDER<br />
Organizado POR Rodrigo SaPORIti<br />
Liderar é...<br />
Saber ser fiel à sua missão sem<br />
desperdiçar energia.<br />
Demonstrar seus sentimentos<br />
sem se preocupar em parecer<br />
tolo.<br />
Ter âncoras internas sem depender<br />
da aprovação dos outros.<br />
Delegar tarefas e demonstrar<br />
gratidão.<br />
Inovar sempre e <strong>quebra</strong>r paradigmas.<br />
Dizer “sim” e dizer “não” com a<br />
mesma delicadeza.<br />
Estar aberto às pessoas e às<br />
suas ideias.<br />
Saber perdoar a si mesmo em<br />
primeiro lugar.<br />
Entender que ninguém vence<br />
sem que todos vençam.<br />
“Estar no poder ou na liderança é como ser uma dama: se tiver de lembrar às pessoas<br />
que você é, então você não é.” Margaret Thatcher<br />
Errei, SIM, e DAí?!<br />
Como uma das maiores responsabilidades<br />
da liderança, Peter Drucker, considerado<br />
o pai da administração moderna,<br />
destacava a criação de um clima<br />
organizacional que permitisse cometer<br />
erros. Mais ainda: acrescentava que<br />
quanto mais cedo esses erros fossem<br />
cometidos, menor seria o efeito psicológico<br />
para o indivíduo e o custo financeiro<br />
para as organizações.<br />
Nesse sentido, aqui vão algumas<br />
frases escolhidas pelo especialista Luiz<br />
Augusto Costacurta Junqueira que poderão<br />
ajudá-lo a criar um clima propício<br />
à “liberação para erros”:<br />
Na dúvida, erre por ação; não por<br />
omissão.<br />
Não espere retorno para poder decidir.<br />
Se a situação exigir resposta<br />
imediata, decida.<br />
O que importa mesmo é o resultado<br />
(o que fazer); cabe a cada um a<br />
escolha do melhor caminho para<br />
chegar lá.<br />
Você tem direito a errar em 5% de<br />
suas ações. A expectativa é que<br />
acerte os 95% restantes.<br />
Erros não respeitam hierarquia!<br />
Uma reunião mensal, na qual todos,<br />
indistintamente, são convidados a<br />
analisar seus erros e acertos, pode<br />
ser um excelente instrumento para<br />
que o grupo evite erros já cometidos.<br />
Se o subordinado cometeu um erro,<br />
use esse momento como oportunidade<br />
de aprendizado: seja para redefinição<br />
de políticas e margens de decisão<br />
ou para construção de um ambiente<br />
organizacional no qual haja<br />
disponibilidade permanente e transparência<br />
no fluxo de informações.<br />
14<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Salário BAIxo?<br />
O valor do salário, em termos gerenciais, deve ser compatível com o nível de competência<br />
da função exercida. Portanto, se um gerente está ganhando um salário<br />
baixo, isso pode indicar duas coisas: que ele está acomodado (não parou para<br />
pensar que poderia estar ganhando mais) ou que é inseguro (tem medo de pedir<br />
um aumento). No primeiro caso, não é um problema, é uma opção. No segundo,<br />
trata-se de um paradoxo: um gerente competente inseguro? Portanto, antes de<br />
reclamar do seu salário, pense nisso. Muitas vezes, cabe a você mudar o cenário!<br />
O líder DO FUTURO<br />
Três características necessárias aos líderes:<br />
1. Ser coach – Já dizia Jack Welch, considerado<br />
um dos principais executivos<br />
do mundo: “No futuro, a pessoa<br />
que não for coach não será<br />
promovida. Gestor coach será a<br />
regra.” Mas você sabe o que isso<br />
significa? Ser um líder coach é uma<br />
mudança brusca com relação ao<br />
comportamento da maioria dos líderes<br />
atuais. Essa nova modalidade<br />
de liderança se dá através de<br />
perguntas, e não de respostas; de<br />
se colocar em condição de igualdade<br />
com seus liderados; pressupor<br />
que todos têm dentro de si um potencial<br />
ilimitado; conhecer e respeitar<br />
a missão, os valores e os objetivos<br />
de cada um dos seus seguidores.<br />
Para que isso seja possível,<br />
esse líder precisa ter três qualidades<br />
marcantes: autoconfiança, paixão<br />
pelo que faz e amor pelas pessoas.<br />
Essas características permitem a<br />
ele se colocar em uma posição de<br />
igualdade com seus seguidores,<br />
sem medo de ser desrespeitado,<br />
superado ou desqualificado.<br />
2. Ter uma vida equilibrada – O novo<br />
líder sabe que liderança não é um<br />
conceito que se aplica somente ao<br />
trabalho. Ele é um líder em sua família,<br />
um líder em sua comunidade<br />
e um líder da sua saúde.<br />
3. Ter integridade – O mundo tem<br />
acompanhado a queda de grandes<br />
empresas e grandes “líderes” em<br />
função de condutas duvidosas.<br />
Um líder não se deixa levar por<br />
tentações. Integridade não tem<br />
meio-termo.<br />
Em QUE níVEL VOCê ESTá?<br />
Já se perguntou em qual nível você lidera hoje?<br />
Nível do ambiente – Líder que reage a tudo o que<br />
acontece no ambiente, funciona totalmente focado<br />
na reação. Dessa forma, tende a desmotivar<br />
sua equipe, pois é apenas o ambiente que lhe<br />
coloca objetivos.<br />
Nível do comportamento – Líder executor, baseia-<br />
-se na ação e na execução de TUDO, desmotivando<br />
a equipe pela centralização. Ele coloca a<br />
mão na massa em 100% das atividades e muitas<br />
vezes torna-se um liderado em sua própria equipe,<br />
só que um liderado numa equipe sem líder.<br />
Nível das capacidades – Líder que direciona,<br />
dizendo o que todos devem fazer e quando devem<br />
fazer. Não escuta, pois está sempre certo e busca<br />
ser o melhor especialista da equipe. Ao dar<br />
todas as direções, impede a criatividade e o crescimento<br />
da equipe.<br />
Nível de crenças e valores – Líder motivador. Ele<br />
tem habilidade enorme em motivar as pessoas<br />
a fazer algo, a convencê-las a agir. Nesse nível,<br />
é muito importante que o líder tenha claramente<br />
definidas as suas metas e onde quer chegar.<br />
Assim, terá foco e garantirá que seus liderados<br />
sabem exatamente para onde estão indo. Dessa<br />
forma, eles farão escolhas não apenas baseados<br />
na motivação do momento, mas nas metas, nos<br />
objetivos e na sua própria missão de vida!<br />
Nível de identidade – Esse líder sabe claramente<br />
sua missão e sua visão e realiza o que faz com<br />
significado. É o líder carismático, que inspira<br />
pessoas e forma novos líderes. Esse é o líder do<br />
futuro.<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 15
Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />
DIVULGAÇÃO<br />
Por um<br />
2016 mais<br />
produtivo!<br />
nualmente, a TRIAD PS, EMPRESA<br />
multinacional especializada em programas<br />
e consultoria na área de produtividade,<br />
colaboração e administração do tempo,<br />
realiza uma pesquisa com o objetivo de<br />
entender a percepção dos brasileiros sobre<br />
o ano que está chegando ao fim e descobrir<br />
quais são as expectativas para o ano seguinte.<br />
No levantamento feito em 2015, que<br />
teve a participação de mais de 3.500 pessoas<br />
espalhadas pelo Brasil inteiro, um<br />
dado chamou a atenção: 49% dos entrevistados revelaram que uma<br />
das prioridades para 2016 é “ter mais tempo para o que é importante”.<br />
Para Christian Barbosa, CEO da Triad PS e autor de diversos livros,<br />
como 60 estratégias práticas para ganhar mais tempo, isso mostra<br />
que boa parte da população brasileira tem um sério problema relacionado<br />
à gestão do tempo – afinal, se o tempo não está sendo dedicado<br />
ao que é realmente importante, ao que está?<br />
Em entrevista exclusiva à <strong>VendaMais</strong>, Barbosa revela quais são<br />
os erros que levam a esse problema, apresenta os grandes vilões da<br />
produtividade no dia a dia profissional, contando como podemos<br />
combatê-los, e dá dicas para quem quer garantir um ano produtivo,<br />
leve e de excelentes resultados. Seguir suas orientações é uma ótima<br />
forma de iniciar a caminhada que vai garantir um “feliz ano novo”.<br />
<strong>VendaMais</strong> – Como você define uma boa gestão do<br />
tempo?<br />
Christian Barbosa – Uma boa gestão do tempo é<br />
conseguir tempo para o que é importante. É evoluir,<br />
ao invés de simplesmente agir. Ou seja, é um conceito<br />
muito particular, que varia de pessoa para pessoa.<br />
O que pode ser uma boa gestão do tempo para mim,<br />
pode não ser uma boa gestão do tempo para você.<br />
A gente sabe que a maioria das pessoas não tem<br />
esse poder de fazer uma boa gestão do tempo. O<br />
que é possível fazer para que, em 2016, isso mude<br />
e mais pessoas se beneficiem de uma gestão eficaz<br />
das 24 horas que um dia oferece?<br />
Na verdade, saber fazer gestão do tempo não é um<br />
poder. Para gerir bem seu tempo, é preciso conhecer<br />
uma metodologia que funcione e usar uma ferramenta<br />
de verdade. Os resultados vêm quando combinamos<br />
metodologia e ferramentas. Se uma pessoa<br />
não tem metas e não tem ferramentas, obviamente,<br />
ela não terá resultados. É uma constatação bem<br />
simples. Entendendo isso, a gente consegue melhorar<br />
o nosso dia a dia.<br />
16<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
“Uma boa<br />
gestão do<br />
tempo é<br />
conseguir<br />
tempo para<br />
o que é<br />
importante.<br />
É evoluir,<br />
ao invés de<br />
simplesmente<br />
agir.”<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 17
“As pessoas<br />
trabalham<br />
oito horas por<br />
dia e querem<br />
programar<br />
oito horas de<br />
tarefa. Isso<br />
não existe!”<br />
Gestão de tempo é uma ciência. Se a pessoa tiver<br />
a consciência de que não tem tempo e quiser aplicar<br />
alguma coisa, a proatividade pode ajudar. Um primeiro<br />
passo para mudar o cenário já basta! Se ela disser<br />
que não tem tempo e está tudo bem, então não vai<br />
adiantar, porque não vai fazer nenhuma diferença na<br />
vida dela.<br />
Quais são as principais consequências que a má<br />
gestão do tempo traz e que evidenciam que uma<br />
pessoa precisa melhorar nesse sentido?<br />
O impacto geral é o aumento de estresse. A pessoa<br />
começa a deixar coisas importantes de lado, ela perde<br />
pessoas, relacionamentos, começa a ter problemas de<br />
saúde e, também, a perder dinheiro. Então, se formos<br />
analisar o cenário de vendas, o vendedor que não faz<br />
uma boa gestão do tempo será também aquele que<br />
não bate metas, que não entrega as propostas, que não<br />
traz os resultados esperados. A baixa performance é<br />
uma das consequências da má gestão do tempo.<br />
O que, em termos práticos de organização, leva à<br />
má gestão do tempo e, consequentemente, ao estresse,<br />
à queda das vendas e a resultados piores<br />
do que alguém poderia conquistar?<br />
O primeiro grande erro é não ter uma ferramenta<br />
para gerenciar as prioridades. O segundo grande<br />
problema é querer fazer tudo e acabar não fazendo<br />
nada. Um terceiro fator que gera problemas é o erro<br />
de planejamento. As pessoas planejam o dia, e isso<br />
não traz resultado algum para elas.<br />
Se o planejamento diário não traz resultados, então<br />
o que traz? O que você acha que funciona melhor<br />
em termos de período de planejamento?<br />
O que funciona melhor é o planejamento de três dias.<br />
Para explicar os motivos, precisamos dar um passo<br />
atrás e falar sobre planejamento e priorização, dois<br />
termos que ainda causam uma certa confusão e algumas<br />
dúvidas sobre suas diferenças. O fato é que dia não<br />
se planeja, se prioriza. O que se planeja é o futuro, a<br />
antecedência para prevenir que as coisas se tornem<br />
urgentes. Planejar o dia é uma ilusão, pois é impossível<br />
evitar que as circunstâncias e urgências ocorram tentando<br />
planejá-las em cima da hora. O planejamento<br />
deve ser feito para, no mínimo, três dias para frente do<br />
dia atual. O dia é resultado desse planejamento prévio,<br />
que deve ser priorizado com uma ordem numérica de<br />
execução de tudo que deverá ser feito.<br />
Assim, se hoje for segunda, eu<br />
planejo a terça, a quarta e a quinta,<br />
pulo um dia (deixando a agenda<br />
livre para imprevistos e coisas que<br />
se acumularem), planejo os próximos<br />
três dias, e assim por diante.<br />
Esse planejamento de três dias para<br />
frente é extremamente eficiente<br />
e pode gerar quarenta minutos de<br />
ganho diário se você fizer direitinho.<br />
Funciona muito bem mesmo. Faz a<br />
diferença dentro da rotina da pessoa.<br />
Vamos supor que eu tenha feito<br />
esse planejamento de três dias e<br />
aconteceu um impreviso, no primeiro<br />
dia, que prejudicou os outros<br />
dois, e eu acabei desistindo<br />
no meio do caminho. Qual a sua<br />
dica para que as pessoas não<br />
abandonem ou mudem o planejamento?<br />
A primeira coisa é ter em mente<br />
que a agenda de um dia NUNCA<br />
pode ser inteiramente preenchida<br />
por atividades a serem executadas.<br />
As pessoas trabalham oito horas<br />
por dia e querem programar oito<br />
horas de tarefa. Isso não existe! É<br />
preciso, sempre, deixar um pouco<br />
de espaço na agenda para imprevistos.<br />
Por isso eu digo que os três<br />
dias funcionam – porque, com esse<br />
prazo, você consegue pular um<br />
dia sem planejar e esse dia sem<br />
tarefas planejadas absorve as coisas urgentes que<br />
você não pôde tocar nos dias anteriores. Isso funciona<br />
muito bem e traz resultados excelentes.<br />
O que você recomenda para quem ainda não faz<br />
corretamente a gestão do tempo, mas quer começar<br />
a mudar esse cenário em 2016?<br />
A primeira coisa é se conscientizar: "Preciso ter mais<br />
tempo, então vou fazer alguma coisa para conseguir<br />
isso."<br />
Segundo: é preciso aprender a registrar suas demandas<br />
em uma ferramenta. As pessoas têm mania<br />
de querer planejar coisas na cabeça. Isso não existe!<br />
Uma pessoa que faz uma boa gestão de tempo faz uma<br />
boa organização das suas próprias prioridades na<br />
18<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
ferramenta que for – que seja em um caderno, no<br />
Outlook, ou em um software específico para isso.<br />
Como é possível descobrir qual a melhor ferramenta<br />
para cada pessoa fazer a sua própria gestão do<br />
tempo? Existe uma ferramenta melhor para cada<br />
tipo de pessoa?<br />
Não existe uma resposta certa para isso, porque as<br />
pessoas têm estilos diferentes. Por isso, minha sugestão<br />
é a seguinte: escolha duas ferramentas, comece<br />
com uma, dê um tempo para os resultados aparecerem<br />
e se pergunte: “Gostei?” Se sim, beleza, mantenha. Se<br />
a resposta for “não”, vá para a segunda e veja se você<br />
se adapta. E aí siga esse pensamento até encontrar a<br />
ferramenta ideal.<br />
Aliás, eu diria que encontrar a ferramenta adequada<br />
ao seu perfil é a parte mais difícil do processo,<br />
porque existem vários tipos de software que podem<br />
servir como ferramenta específica de produtividade,<br />
mas existem outros mais simples, como o Word e o<br />
Excel, que já podem entregar boas planilhas de planejamento.<br />
Então, o importante é que a ferramenta<br />
escolhida seja levada a sério. Ela precisa ser utilizada<br />
diariamente e deve funcionar como um guia para o<br />
dia a dia da pessoa. Não dá para usar uma vez, achar<br />
que todos os problemas serão resolvidos e desistir de<br />
utilizá-la no dia seguinte porque ainda não viu resultado.<br />
É preciso consistência.<br />
Quais são os grandes vilões do tempo no dia a dia<br />
profissional?<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 19
O maior vilão de todos são as reuniões. As pessoas<br />
fazem reuniões demais e conquistam resultados de<br />
menos.<br />
O segundo grande vilão é o e-mail. Atualmente,<br />
os profissionais gastam cerca de duas horas por dia<br />
checando e respondendo e-mails. É muito tempo. E é<br />
um tempo mal planejado – as pessoas deixam a caixa<br />
de e-mail o tempo todo aberta, e isso consome minutos<br />
que deveriam ser dedicados a outras atividades<br />
mais importantes. Isso é muito sério, porque as pessoas<br />
não têm a menor noção do que estão fazendo<br />
com seu tempo. Elas estão se perdendo muito seriamente<br />
em relação a isso.<br />
Outro grande vilão é a falta de prioridades. Se a<br />
pessoa não tem prioridades, ela acaba, obviamente,<br />
fazendo coisas que não trazem muitos resultados.<br />
O que é preciso fazer para acabar com esses problemas?<br />
Com relação ao e-mail, o ideal é que sejam estabelecidos<br />
alguns horários do dia para verificar o que<br />
chegou de novo e responder às mensagens. O que eu<br />
vejo em muitas equipes de vendas e que considero o<br />
maior erro dos vendedores é eles acharem que, ao<br />
ficarem on-line o tempo todo, serão mais produtivos,<br />
já que estarão “tirando pedidos” por e-mail a todo<br />
momento. E o resultado é completamente o oposto!<br />
Se a pessoa fizer isso, ela será extremamente improdutiva!<br />
Já vi alguns especialistas dizerem besteiras do<br />
tipo: "O vendedor deve estar alerta, para responder<br />
imediatamente quando o cliente manda uma solicitação<br />
para ele." Se ele fizer isso, ele está morto! Primeiro,<br />
ele vicia o cliente do jeito errado. Segundo, ele<br />
fica improdutivo! Repito: o ideal é ter um horário<br />
específico para responder e-mails. Pode ser no intervalo<br />
de tarefas, ou algumas vezes por dia, mas sempre<br />
em horários pré-determinados, não “ah, deixe-me ver<br />
se chegou alguma coisa nova”. A não ser que ele seja<br />
uma pessoa de call center, não tem por que ficar com<br />
o e-mail aberto o dia todo!<br />
Com reuniões, eu sou “dietético”. Eu sugiro que<br />
as pessoas troquem as reuniões pessoais por reuniões<br />
on-line. Aí você pode argumentar que o vendedor<br />
precisa do “olho no olho”, por isso as reuniões<br />
presenciais são melhores, mas eu digo que até<br />
precisa, mas isso também está mudando muito. Até<br />
mesmo por conta da necessidade de todos de economizar<br />
tempo – afinal, tempo é dinheiro, não é<br />
mesmo? E a tendência é que as reuniões presenciais<br />
sejam cada vez menos utilizadas, inclusive por<br />
20<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
mercados mais tradicionais. A indústria farmacêutica<br />
americana, por exemplo, tem diminuído cada<br />
vez mais o número de representantes comerciais e<br />
focado na venda on-line. A meta de algumas empresas<br />
do setor é chegar a 2020 sem representantes visitando<br />
os médicos. Essa é uma tendência clara.<br />
Pode demorar para acontecer, mas acontecerá!<br />
O problema da reunião presencial não é apenas o<br />
tempo que ela toma enquanto acontece, não é<br />
mesmo? Ela acaba tomando muito tempo antes e<br />
depois também...<br />
Exatamente. O problema da reunião é o trânsito, é a<br />
infraestrutura brasileira. Infelizmente, é uma perda<br />
de tempo para todo mundo, mas é uma coisa que a<br />
gente está começando a mudar. Eu acho que o vendedor<br />
pode começar a propor para os clientes para<br />
conversarem on-line, para ambas as partes ganharem<br />
tempo. Sempre é viável sugerir formas diferentes de<br />
fazer as coisas.<br />
E como devemos lidar com o terceiro vilão do tempo<br />
no dia a dia profissional: a falta de prioridades?<br />
Essa é uma questão mais complicada, pois não é tão<br />
prática. Primeiro, o profissional precisa saber quais<br />
são as atividades que ele tem em sua agenda que<br />
trarão mais resultados para ele. Por exemplo, digamos<br />
que ele está no momento de fechamento do mês. O<br />
que ele precisa priorizar? As atividades que vão<br />
ajudar no fechamento, claro. Ele tem que ter clareza<br />
do que vai trazer resultado hoje e, aí, priorizar essas<br />
atividades.<br />
Esse papel é 100% do próprio profissional ou o<br />
líder pode ajudar nesse sentido? Qual a sua opinião<br />
sobre o papel do líder na gestão do tempo de uma<br />
equipe de vendas?<br />
O líder tem papel fundamental nisso. Se o líder não<br />
souber quais devem ser as prioridades da sua equipe,<br />
quem vai saber?<br />
Nesse sentido, o líder precisa conversar com seus<br />
vendedores e entender quais são as atividades que<br />
eles estão planejando executar nos próximos dias.<br />
Tendo clareza de quais são as prioridades, ele pode<br />
auxiliar na gestão do tempo do time de vendas.<br />
Mas, na prática, quem define a agenda é o próprio<br />
profissional, pois o líder não vai definir o fechamento<br />
da agenda de seus profissionais, certo? Ou<br />
você acha que deve haver uma integração melhor<br />
também nesse sentido?<br />
Não, o líder não deve microgerenciar, se não ele fica<br />
maluco com todo mundo! Seu papel é mais de coordenar<br />
as prioridades para fazer a coisa acontecer. O<br />
fato é que um líder urgente precisa de uma equipe<br />
urgente; um líder com tempo precisa de uma equipe<br />
com tempo. Isso faz uma diferença incrível!<br />
Vamos falar um pouco sobre a tríade do tempo<br />
que você defende: família, trabalho e vida. Por que<br />
você acha que é importante que esses três pilares<br />
estejam equilibrados para que os profissionais<br />
sejam produtivos?<br />
Esses três pilares são as bases necessárias para que<br />
uma pessoa consiga fazer com que sua rotina flua<br />
melhor, cumprir sua agenda. Essas são as coisas que<br />
ajudam a pessoa a sair do lugar, que dão a base para<br />
ela ser mais produtiva, viver seu tempo com sabedoria.<br />
Se ela deixar algum desses três pilares cair,<br />
não conseguirá fazer sua vida funcionar do jeito que<br />
gostaria. Portanto, é essencial que não apenas o<br />
campo do trabalho seja planejado e organizado, família<br />
e vida precisam da mesma atenção. É disso que<br />
depende a nossa felicidade.<br />
O que você acha importante que os profissionais<br />
de vendas que querem melhorar a produtividade<br />
repensem e mudem nesse começo de ano?<br />
Recomendo que eles tenham um objetivo macro – ou<br />
seja, que não tenham muitos objetivos, mas, sim,<br />
escolham um principal e tenham, se for o caso, um<br />
ou outro objetivo secundário que ajude o principal<br />
a acontecer. Se eles tiverem um objetivo que funcione<br />
de verdade, o resultado será muito diferente.<br />
Livro: 60 estratégias práticas para ganhar<br />
mais tempo<br />
Autor: Christian Barbosa<br />
Editora: Sextante<br />
Site: http://www.christianbarbosa.com.br<br />
Colaborou nesta matéria: Tom Schiebel<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 21
Supervendedores / Por Francine Pereira /<br />
DIVULGAÇÃO<br />
Conheça a<br />
campanha de vendas<br />
que mudou a vida de<br />
uma família síria<br />
refugiada no Brasil e<br />
aprenda como um<br />
propósito forte pode<br />
fazer você alcançar<br />
o sucesso pessoal e<br />
profissional<br />
Supervendedores<br />
m março DE 2011, UMA ONDA REVOLUCIONáRIA QUE FICOU<br />
conhecida como Primavera Árabe tomou conta de países como<br />
Tunísia, Egito e Síria, onde parte da população se revoltou contra<br />
os governos locais.<br />
A luta inicial era pacífica. Porém, não demorou muito para<br />
que a violência tomasse conta e desse início a uma verdadeira<br />
guerra civil.<br />
De lá para cá, milhares de pessoas foram mortas e outras<br />
milhões se refugiaram. E é nesse cenário caótico que tem início<br />
a história de busca pela paz, pela esperança de tempos melhores<br />
e, inclusive, pelo sucesso em vendas que marca a primeira edição<br />
de 2016 da <strong>VendaMais</strong>.<br />
22<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
do bem<br />
Alunos do IEV que<br />
participaram da campanha<br />
"Venda do Bem" com Victor<br />
Vieira, diretor do instituto<br />
(ao centro, de paletó preto)<br />
Roteiro DA VIDA REAL<br />
A história de Kalid Mohhmad Badr parece roteiro de filme...<br />
Ele não tinha nem dez anos quando a guerra estourou na Síria,<br />
sua terra natal. Percebendo que a situação ficava cada vez pior, sua<br />
família decidiu começar a juntar dinheiro para se mudar. Para ajudar<br />
a pagar as contas, o menino passou a vender quibes feitos por sua<br />
mãe. Foram longos anos até que a conta necessária para que todos<br />
chegassem ao Brasil fechasse. Nesse meio tempo, pai, mãe e os quatro<br />
filhos passaram um tempo na Jordânia e investiram suor e lágrimas<br />
no sonho da liberdade nessa terra distante, de cultura diferente e com<br />
um idioma até então desconhecido.<br />
Kalid Mohhmad Badr<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 23
O desembarque em Araçatuba (SP) aconteceu<br />
há pouco mais de um ano. Desde então, os dias são<br />
de muito trabalho para o pequeno Kalid, hoje com<br />
13 anos, um dos mais de 2 mil sírios que já se refugiaram<br />
no Brasil desde o início da guerra e que é<br />
o grande responsável por levar dinheiro para casa<br />
desde que o pai retornou à Síria na tentativa de<br />
buscar a irmã que perdeu o marido.<br />
Todo dia, às 11h, Kalid sai com a mochila carregada<br />
de quibe (salgado tradicional de seu país) e<br />
também leva nas costas o sonho de poder ajudar sua<br />
família a ter uma vida melhor. Nem sempre o dinheiro<br />
conquistado ao longo do dia de vendas faz<br />
diferença no orçamento familiar, portanto, cada<br />
venda é sempre motivo de comemoração.<br />
CAMPANHA “VENDA DO Bem”<br />
Comovido com a história de Kalid, Victor Vieira,<br />
diretor estratégico e fundador do Instituto de Especialização<br />
em Vendas (IEV), decidiu fazer algo para<br />
ajudar. “Estava em uma reunião com Raul Candeloro,<br />
diretor da <strong>VendaMais</strong>, e conversámos sobre<br />
nosso desejo de devolver ao mundo parte do que<br />
estávamos recebendo de bom. Falei que tínhamos<br />
no IEV um projeto chamado ‘Venda do Bem’ e que<br />
estávamos procurando uma família para ajudar. Foi<br />
aí que ele me falou sobre o Kalid”, conta.<br />
Tão logo descobriu o endereço da família,<br />
Vieira foi até lá para conhecer melhor a realidade<br />
vivida por aqueles sírios tão batalhadores.<br />
Uma única visita bastou para que ele tivesse<br />
ainda mais certeza de que precisava contribuir<br />
de alguma forma. “Conheci a família inteira, os<br />
irmãos mais novos de Kalid, sua história e tudo<br />
o que estavam passando. Não tive dúvidas: eles<br />
precisavam muito de ajuda. E nós podíamos ajudar!”,<br />
relembra.<br />
Segundo Vieira, o objetivo da campanha é utilizar<br />
a força e o empenho dos vendedores e alunos<br />
do IEV para mudar a história de famílias carentes<br />
que vendem algo para sobreviver. E não tinha maneira<br />
melhor de começar a realizar esse grande<br />
sonho do que ajudando a família de Kalid. “Esse<br />
projeto começou pequeno, porém, com um sonho<br />
muito grande. Nós ainda vamos criar uma megacampanha<br />
nacional, com centenas de empresas e<br />
Victor Vieira<br />
milhares de vendedores do bem, que, juntos, vão<br />
mudar muitas histórias de vida e ajudar a melhorar<br />
o Brasil”, aposta o diretor do IEV.<br />
A ação para ajudar Kalid funcionou da seguinte<br />
forma: durante duas semanas, em novembro de<br />
2015, noventa dos setecentos alunos ativos do IEV<br />
venderam vales-quibes. A meta inicial era vender 5<br />
mil quitutes sírios, mas, em pouco tempo, a equipe<br />
ultrapassou esse número e atingiu a marca de 6.200<br />
salgados vendidos. “Na verdade, tivemos que parar<br />
de vender, pois a mãe nos informou que não conseguiria<br />
produzir mais do que isso em tempo hábil.<br />
Essa família conseguiu faturar R$ 15.500 com a<br />
campanha. Temos a certeza de que a história deles<br />
será diferente daqui pra frente”, comemora Vieira.<br />
Para se ter uma ideia do tamanho da ajuda, em<br />
um dia excelente de vendas (o que nem sempre<br />
acontece), Kalid consegue vender uma média de<br />
24<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
cem quibes. Se ele só tivesse dias muito bons, ainda<br />
assim demoraria meses para conseguir arrecadar<br />
toda essa verba adquirida por meio da campanha<br />
“Venda do Bem”.<br />
Todos os quibes vendidos foram entregues em<br />
uma ação realizada no dia 12 de dezembro. E para<br />
auxiliar ainda mais a família, o IEV doou toda a<br />
matéria-prima necessária para a produção dos salgados<br />
vendidos. Ou seja, o lucro da família foi igual<br />
ao faturamento da venda!<br />
quais diferentes tipos de abordagens seriam utilizadas<br />
de acordo com os tipos de perfis de consumidores.<br />
“Sentimos na pele como todo o processo<br />
ajudou, vimos muitos vendedores que entraram<br />
tímidos na nossa formação e, durante as vendas<br />
dos quibes, fizeram paradas em sinal e ofereceram<br />
sem vergonha nenhuma para todos os carros que<br />
estavam parados. Foi o máximo!”, revela Vieira.<br />
Fazer o BEM TAMBém é APRENDER<br />
Victor Vieira conta que, para essa campanha, os<br />
vendedores e alunos do IEV foram divididos em<br />
grupos de cinco pessoas. Cada equipe possuía um<br />
líder – replicando a realidade de uma equipe de<br />
vendas – e quatro subordinados. Dentro de cada<br />
grupo havia um vendedor do IEV para auxiliar os<br />
estudantes a se organizarem. Nessa ação, eles puderam<br />
aplicar o que aprendem em sala de aula, reforçando<br />
o conhecimento e ganhando mais vivência<br />
comercial. “Na nossa formação, ensinamos na prática<br />
como implantar as melhores técnicas do mercado<br />
para aumentar as vendas imediatamente. E<br />
essa campanha fez com que eles vivessem mais uma<br />
vez, na realidade do dia a dia, a experiência de vender<br />
um produto que eles nunca venderam, passando<br />
por todas as etapas da venda para isso”, explica.<br />
O diretor do IEV ressalta, ainda, que a campanha<br />
foi desenvolvida para que os profissionais fizessem<br />
tudo o que deveria ser feito, desde o planejamento<br />
das vendas (levando em conta que eles só podiam<br />
vender em horários em que não estavam no trabalho)<br />
até a discussão do perfil do cliente ideal. Os<br />
alunos debateram, também, como e onde começar<br />
as vendas, como e onde encontrar novos clientes e<br />
Kalid Mohhmad Badr<br />
“Esse projeto começou pequeno, porém,<br />
com um sonho muito grande. Nós<br />
ainda vamos criar uma megacampanha<br />
nacional, com centenas de empresas e<br />
milhares de vendedores do bem, que,<br />
juntos, vão mudar muitas histórias de<br />
vida e ajudar a melhorar o Brasil.”<br />
Victor Vieira<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 25
Lições DA "VENDA DO BEM"<br />
Jonatas Mattos<br />
Jonatas Mattos vendeu, sozinho, 400 quibes e é o grande<br />
supervendedor da campanha promovida pelo IEV para ajudar a<br />
família de Kalid.<br />
Além da grande lição que se tira dessa história – que<br />
ajudar é sempre bom, não só para quem recebe a<br />
ajuda, mas também para quem oferece –, essa campanha<br />
também traz grandes aprendizados de vendas.<br />
O diretor do IEV acredita que o motivo para o<br />
sucesso dessa ação – tanto com relação às vendas,<br />
para Kalid, quanto ao aprendizado, para os vendedores<br />
– se deve, principalmente, à motivação<br />
muito forte por trás da campanha. “Imagine se<br />
você descobrisse que uma pequena ação sua, num<br />
grande grupo, poderia mudar a história de vida<br />
de uma família que saiu de uma guerra e, hoje,<br />
passa necessidades no Brasil! Nosso desafio agora<br />
é evoluir nossa campanha, pois todos gostaram<br />
tanto que querem aumentar essa corrente do bem”,<br />
celebra Vieira.<br />
Então, fica a primeira lição: encontre uma motivação<br />
que faça você querer vender sempre mais e<br />
atender seus clientes cada vez melhor. Hoje, você sabe<br />
qual é sua principal causa de vida? O que faz você<br />
levantar todos os dias e ir para o trabalho? Se estiver<br />
faltando um forte estímulo por trás de suas ações,<br />
isso irá se refletir diretamente no seu desempenho e<br />
no seu relacionamento com colegas e clientes.<br />
Jonatas de Mattos, aluno do IEV e vendedor há<br />
oito anos, foi indicado por Vieira como um dos<br />
profissionais que mais se destacou durante a “Venda<br />
do Bem”. No Instituto, ele estuda Vendas Consultivas<br />
e Gestão Comercial. “Busco deixar o amadorismo<br />
e me tornar um especialista em vendas”,<br />
explica Mattos. Sua meta na campanha era vender<br />
cem quibes, mas ele vendeu quatrocentos!<br />
Ele conta que se encantou com a iniciativa do<br />
IEV, pois acha difícil encontrar pessoas que ajudem<br />
sem querer nada em troca, e isso o motivou demais.<br />
Além de tudo, ele afirma ter se identificado com a<br />
história do jovem sírio. “A resiliência dele foi o<br />
fato com o qual mais me identifiquei. Mesmo com<br />
todas as adversidades pelas quais ele passou, passa<br />
e, provavelmente, ainda irá passar, ele não desiste,<br />
ele ama a vida e ama o que faz”, frisa.<br />
Daí, podemos tirar a segunda lição: identifique-<br />
-se com os valores de sua empresa e de seus clientes.<br />
Você concorda com a missão e os objetivos da empresa<br />
na qual está neste momento? Você admira o trabalho<br />
de seus clientes e quer verdadeiramente ajudá-los<br />
a conquistar cada vez mais? Saiba que isso contribui<br />
– e muito – para o sucesso de suas vendas. Quando<br />
você faz o que gosta, acredita e tem orgulho daquilo<br />
que vende, fica muito mais fácil conquistar clientes e<br />
parceiros.<br />
E se você está se perguntando o que fez Mattos<br />
se destacar, ele afirma que o segredo para o<br />
sucesso é fazer tudo com muita dedicação, força<br />
de vontade, iniciativa e foco. Em sua abordagem,<br />
o vendedor contava aos clientes a história de vida<br />
de Kalid e mostrava que, além de ter a oportunidade<br />
de comer um quibe legítimo da Síria, o comprador<br />
estaria ajudando a mudar a vida de alguém.<br />
O que nos leva à terceira lição de vendas: além de<br />
conhecer a fundo as características e os benefícios do<br />
que você vende, entenda de que forma aquele produto<br />
ou serviço vai impactar na vida do seu cliente – e comunique<br />
isso a ele. O maior diferencial de uma venda<br />
de sucesso é mostrar ao consumidor que ele não está<br />
apenas fazendo uma compra, mas, sim, promovendo<br />
uma mudança em sua vida a partir daquela aquisição.<br />
Quando perguntado sobre qual o principal aprendizado<br />
dessa campanha, o supervendedor de quibes<br />
26<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
“A resiliência dele foi o fato com o qual<br />
mais me identifiquei. Mesmo com todas<br />
as adversidades pelas quais ele passou,<br />
passa e, provavelmente, ainda irá<br />
passar, ele não desiste, ele ama a vida e<br />
ama o que faz.”<br />
Jonatas Mattos<br />
afirma que foi compreender que a mudança de uma<br />
vida depende da oportunidade que se cria e também<br />
de pessoas que apoiem a ideia e se unam para alcançar<br />
o objetivo. “Afinal, sozinho eu posso ir mais rápido,<br />
mas, juntos, podemos ir muito mais longe”, destaca. O<br />
vendedor frisa, ainda, que o próprio Kalid deu a todos<br />
uma aula de vendas, mostrando que ter um propósito<br />
é muito importante. “Quando isso está muito forte<br />
dentro de nós, com certeza corremos atrás em busca<br />
dos nossos objetivos, independentemente da adversidade<br />
que se encontra pelo caminho”, acentua.<br />
E a quarta lição de vendas dessa campanha é:<br />
antes de reclamar das dificuldades, devemos buscar<br />
criar novas oportunidades e, sempre que possível,<br />
contar com a ajuda das pessoas à nossa volta. Se você<br />
quiser ser o melhor de sua equipe, sem se importar<br />
com o trabalho em grupo, logo vai perceber que seus<br />
resultados, sozinhos, não vão ajudar a empresa a crescer.<br />
O verdadeiro supervendedor é aquele que sabe o<br />
valor do trabalho em equipe e busca não só a sua<br />
própria evolução, mas a da empresa como um todo.<br />
Antes de começar a trabalhar, lá por volta dos<br />
oito anos, Kalid gostava de jogar bola com seus<br />
amigos na Síria. E é justamente isso que ele faz<br />
hoje nas horas vagas com os amigos que fez aqui<br />
no Brasil. Como planos para o futuro, ele quer voltar<br />
a estudar, mas o seu maior sonho é ajudar sua<br />
família cada vez mais.<br />
Esperamos que essa história possa ajudar você<br />
a entender que um dos maiores segredos do sucesso<br />
é saber o propósito de suas ações. Para Kalid, a<br />
motivação era dar uma vida melhor para sua mãe<br />
e seus irmãos. Para os alunos e vendedores do IEV,<br />
a causa principal era aprender mais e, ao mesmo<br />
tempo, ajudar a mudar a história de alguém. E você,<br />
qual é sua meta de vida e que faz você acordar<br />
todos os dias disposto a dar sempre o seu melhor?<br />
Entender isso é dar o primeiro grande passo rumo<br />
à felicidade profissional e pessoal!<br />
Todo dia, às 11h, Kalid sai com a mochila carregada de quibe e também leva nas<br />
costas o sonho de poder ajudar sua família a ter uma vida melhor. Na volta pra<br />
casa, traz o dinheiro das vendas e o sorriso dos clientes, o que ajuda a manter a<br />
motivação para seguir firme adiante.<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 27
Liderança<br />
J.B. Vilhena<br />
O papel do líder<br />
em tempos<br />
de crise<br />
"Quem QUER FAzer ALGO<br />
ENCONTRA UM MEIO; QUEM não<br />
QUER FAzer NADA ARRANJA<br />
DESCULPAS." – Provérbio árabe<br />
E<br />
ste artigo foi inspirado em várias<br />
ideias de líderes e pessoas famosas<br />
para fornecer sugestões sobre como o<br />
gestor de vendas deve agir em tempos<br />
de crise. Vamos a elas!<br />
"Para começar, pare de falar e comece a fazer."<br />
– WALT DISNEy<br />
Fico impressionado com o número de pessoas que<br />
parecem ter prazer em falar sobre crise. Elas reclamam<br />
de tudo e de todos, têm uma enorme facilidade para<br />
encontrar “culpados” e trocam dezenas de mensagens<br />
pessimistas pelas redes sociais. Tudo isso é inútil.<br />
Você não vai mudar nada simplesmente reclamando.<br />
O importante é passar uma mensagem otimista<br />
para a equipe. Algo do tipo “não podemos ignorar a<br />
crise, mas vamos trabalhar mais e mais, que tudo<br />
ficará mais fácil”. Mas também não adianta usar um<br />
linguajar otimista e não fazer nada além disso. Arregace<br />
as mangas, meta a mão na massa, visite mais<br />
clientes, prospecte mais intensamente, desenvolva<br />
novas habilidades negociais. Você vai ver que tudo<br />
será mais fácil se agir assim.<br />
"Espíritos grandiosos sempre encontraram a oposição<br />
violenta de mentes medíocres." – ALBERT EINSTEIN<br />
Tem gente que adora semear ventos para colher tempestades.<br />
Como diz o palestrante professor Marins,<br />
“o mundo está claramente dividido em duas categorias<br />
de pessoas: as que chegaram aqui<br />
trazidas no bico da cegonha e as<br />
que vieram no bico do urubu”.<br />
Se as pessoas ao seu redor só<br />
falam de coisas ruins, vou lhe dar<br />
um conselho: afaste-se delas. Pensamentos<br />
negativos atraem coisas<br />
negativas. Fale de sucesso, festeje<br />
pequenas vitórias, preserve o otimismo.<br />
Isso fará com que sua equipe<br />
mantenha a confiança na sua<br />
própria capacidade de superar as<br />
adversidades. Lembre que o primeiro<br />
passo para a vitória é acreditar<br />
nela.<br />
"Comece por fazer o que é<br />
necessário; depois, faça o que é<br />
possível; e, em breve, estará<br />
fazendo o impossível." – São<br />
FRANCISCO DE ASSIS<br />
Por quantas crises você já passou?<br />
O que aprendeu com elas? Será<br />
que você é realmente capaz de<br />
fazer o óbvio (no caso da área de<br />
vendas, planejar, implementar e<br />
controlar resultados)? A quantas<br />
anda a sua produtividade? Quanto<br />
tempo você perde nos “cafezinhos”,<br />
reclamando do mundo e<br />
lamentando as vendas que você<br />
ou sua equipe não fizeram? Que<br />
novidades você está levando para<br />
o mercado? Acredite, fazer essas<br />
coisas é mais do que possível.<br />
Agora vamos falar do que parece<br />
impossível. Alguns acreditam<br />
que não dá mais para confiar em<br />
ninguém. Recentemente, entrei<br />
em uma churrascaria em Caxias<br />
do Sul (RS), almocei e, de repente,<br />
me dei conta de que tinha esquecido<br />
a carteira no hotel. Preocupado<br />
e sem jeito, chamei o maître<br />
e lhe expliquei o que tinha acontecido,<br />
oferecendo deixar celular<br />
e relógio em garantia enquanto ia<br />
ao hotel pegar a carteira. Ele me<br />
olhou sorridente e disse (prova-<br />
28<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Neste momento, não há espaço<br />
para números “chutados”. É<br />
preciso dizer à equipe o que se<br />
espera dela e, principalmente,<br />
delinear os caminhos necessários<br />
para chegar onde se deseja. Lembre-se<br />
de que é nas crises que os<br />
grandes líderes são postos à prova.<br />
Isso significa que é preciso<br />
estar o tempo todo no campo de<br />
batalha, orientando os exércitos<br />
para garantir a vitória.<br />
"Mostre-me um homem<br />
acomodado e eu mostro-lhe um<br />
fracassado"– THOMAS EDISON<br />
Trabalhar, trabalhar e trabalhar<br />
mais ainda. É isso que vai nos<br />
tirar da crise. Simples assim.<br />
"Deem-me seis horas para<br />
cortar uma árvore e eu gastarei<br />
a primeira hora afiando o<br />
machado." – ABRAHAM LINCOLN<br />
"Para<br />
começar,<br />
pare de<br />
falar e<br />
comece<br />
a fazer."<br />
(Walt Disney)<br />
velmente em função do meu sotaque):<br />
“Amigo, aqui não é o Rio<br />
de Janeiro. Vá tranquilo e se puder<br />
passar ainda hoje para pagar a<br />
conta, ótimo. Caso contrário, pague<br />
no dia em que estiver por estas<br />
bandas.” Aquilo reafirmou a<br />
inabalável fé que tenho no ser<br />
humano. Por maior que seja a crise,<br />
continuo acreditando nele.<br />
"O pessimista pede emprestado<br />
problemas; o otimista empresta<br />
encorajamento." – WILLIAM<br />
ARTHUR WARD (ADMINISTRADOR e<br />
PROFESSOR NORTE-AMERICANO)<br />
Coragem talvez seja uma das coisas<br />
que mais faltam às pessoas<br />
nos dias de hoje. Basta entrar<br />
numa “rodinha” e rapidamente<br />
você vai constatar que todos estão<br />
muito amedrontados. É medo de<br />
perder o emprego, de não ter dinheiro<br />
para pagar as contas, de<br />
não poder manter o filho no colégio<br />
particular e por aí vai. Isso<br />
também deve estar acontecendo<br />
com a sua equipe de vendas.<br />
Como gestor, você tem a obrigação<br />
de manter o otimismo e<br />
contagiar a todos com sua confiança.<br />
Use mensagens animadoras<br />
e procure encontrar sempre<br />
o lado positivo das questões. Você<br />
verá que isso vai fazer toda a<br />
diferença.<br />
"Pessoas com metas triunfam<br />
porque sabem para onde vão. É<br />
simples assim." – EARL NIGHTINGALE<br />
(ESCRITOR NORTE-AMERICANO)<br />
Objetivos são essenciais para o<br />
sucesso de um profissional da área<br />
comercial. Mas lembre-se de que<br />
é preciso que as metas sejam específicas,<br />
mensuráveis, atingíveis,<br />
realistas e corretamente definidas<br />
no tempo.<br />
Adoro essa frase do presidente<br />
norte-americano que libertou os<br />
escravos. É isso mesmo. Não<br />
adianta começar a fazer as coisas<br />
sem se preparar para que elas<br />
deem certo. Acredito piamente<br />
que o segredo do sucesso é um<br />
só: planejamento. Quanto mais<br />
você planeja, mais rápida e melhor<br />
é a execução.<br />
"Obstáculos são as coisas<br />
assustadoras que você<br />
encontra quando desvia os<br />
olhos do seu sonho." – HENRy FORD<br />
Você quer ser bem-sucedido?<br />
Quer progredir na vida? Quer<br />
ganhar dinheiro e ser respeitado<br />
por quem trabalha com você?<br />
Então acredite em si mesmo, invista<br />
no seu crescimento profissional,<br />
encontre razões para fazer<br />
as coisas e, acima de tudo,<br />
continue a trabalhar cada vez<br />
mais.<br />
JB Vilhena é coordenador<br />
acadêmico do MBA em Gestão<br />
Comercial da FGV, doutorando<br />
em Gestão de Negócios<br />
pela FGV/Rennes<br />
(França), consultor e palestrante.<br />
E-mail: jbvilhena@uol.<br />
com.br<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 29
Decálogo do cLiente / Por Júlio Clebsch e rAUl Candeloro<br />
Agradeça as<br />
reclamações<br />
de seus<br />
clientes<br />
Uma RECLAMAção é UMA DECLAração<br />
de expectativas não satisfeitas.<br />
Infelizmente, a palavra tem conotação<br />
negativa, provocando as mais<br />
diversas reações nos funcionários<br />
de uma empresa. Por exemplo, se<br />
logo de manhã você chega ao escritório<br />
e a primeira ligação que atende<br />
é de um cliente reclamando, provavelmente<br />
irá pensar algo como:<br />
“Xi, meu dia já começou mal.”<br />
Mas a verdade é que cada reclamação é uma chance<br />
que você tem de consertar as coisas, de aprofundar<br />
relacionamentos e também de vender mais. As reclamações<br />
são um dos meios mais diretos e eficazes de<br />
os clientes informarem as empresas de que algo não<br />
está certo e que, portanto, há espaço para melhorias.<br />
E se as empresas não atendem essas expectativas<br />
promovendo as mudanças necessárias, acabam perdendo<br />
seus clientes para a concorrência.<br />
30<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Para mudarmos essa conotação negativa que as<br />
reclamações têm na equipe de vendas, talvez devêssemos<br />
começar chamando-as de outra coisa. Ao invés<br />
de dizer que um cliente ligou reclamando, você pode<br />
considerar que foi para dar um feedback ou, ainda,<br />
para passar informações valiosas.<br />
Sim! Reclamações não são nada mais do que informações<br />
valiosas sobre o que seu cliente espera da empresa<br />
e como você pode satisfazê-lo. Portanto, ao invés<br />
de gastar milhares de reais em pesquisas demoradas,<br />
comece a prestar atenção no que seus clientes dizem.<br />
Ao reclamar, muitas vezes os clientes ficam nervosos,<br />
irritados e são até mesmo grosseiros. O primeiro<br />
passo para enxergar esse posicionamento de forma<br />
positiva é entender que isso é muito natural, uma vez<br />
que as expectativas que esses consumidores tinham<br />
em relação à empresa não foram atendidas.<br />
O segundo passo é tentar se concentrar no conteúdo<br />
da mensagem, e não na maneira como ela está<br />
sendo passada pelo cliente. Dependendo da situação,<br />
isso, às vezes, é muito difícil, mas se conseguirmos<br />
ver reclamações como presentes, os embrulhos pouco<br />
importam.<br />
NÚMEROS não MENTEM<br />
Da sua carteira de clientes, quantos reclamam? E<br />
quantos não voltam a comprar da sua empresa?<br />
Segundo Philip Kotler, guru do marketing, uma<br />
empresa pode perder até 80% dos seus clientes muito<br />
insatisfeitos; 40% dos insatisfeitos; 20% dos indiferentes<br />
e talvez 10% dos satisfeitos, mas pode perder apenas<br />
2% dos clientes muito satisfeitos. Além disso,<br />
Kotler revela que 95% dos clientes muito insatisfeitos<br />
não reclamam; simplesmente param de comprar da<br />
empresa. Ou seja, se o cliente reclama, é porque ele<br />
se importa – e isso deve ser valorizado!<br />
Um caso citado por Kotler em seu livro Administração<br />
de marketing é o da empresa 3M, que alega que<br />
mais de dois terços de suas ideias para melhorar produtos<br />
e serviços surgem a partir das reclamações de<br />
seus clientes. Isso porque a companhia não se preocupa<br />
apenas em ouvi-los (até porque isso não é o<br />
bastante); ela sabe que precisa fazer algo construtivo<br />
com a mensagem passada pelos consumidores. E é<br />
isso que você precisa fazer também!<br />
E o motivo é simples. Kotler afirma que “dos clientes<br />
que registram uma reclamação, entre 54% e 70%<br />
voltarão a fazer negócios com a empresa se suas queixas<br />
forem resolvidas. O percentual chega a espantosos<br />
95% se os clientes sentirem que a reclamação foi atendida<br />
rapidamente”.<br />
Mas, infelizmente, a realidade<br />
é que apenas metade dos clientes<br />
que reclamam afirmam receber<br />
uma solução satisfatória e rápida.<br />
Resolver o problema dos seus<br />
clientes é um dever que a sua empresa<br />
tem. Afinal de contas, você<br />
ofereceu um produto ou serviço, a<br />
pessoa comprou e nada mais justo<br />
que ela fique satisfeita, assim como<br />
lhe foi prometido. Mas há, também,<br />
outras motivações para que seus<br />
clientes sejam bem atendidos em<br />
suas reclamações...<br />
Em média, um cliente satisfeito<br />
conta para três pessoas sobre a<br />
experiência positiva que teve com<br />
uma empresa. Porém, um cliente<br />
insatisfeito costuma compartilhar<br />
a experiência negativa com 11 pessoas.<br />
Realmente, a propaganda<br />
negativa é um mau negócio. E com<br />
a internet, que proporciona uma<br />
rápida comunicação com muitas<br />
pessoas ao mesmo tempo, o efeito<br />
pode ser ainda mais devastador.<br />
Por isso, é muito melhor ouvir as<br />
reclamações e resolvê-las. Prevenir<br />
é sempre mais sábio do que<br />
remediar.<br />
No entanto, para que essa fórmula<br />
funcione, é preciso que os funcionários<br />
da linha de frente tenham<br />
autonomia para resolver rapidamente<br />
os problemas mais comuns. E o<br />
papel da gerência é fundamental<br />
nesse processo, pois será necessário<br />
treinamento, delegação de tarefas,<br />
controle e acompanhamento.<br />
Sabendo da importância dos<br />
feedbacks que seus clientes dão (tanto<br />
os positivos quanto os negativos),<br />
é imprescindível que você os incentive<br />
a falar. Veja abaixo algumas<br />
ações que podem ser colocadas em<br />
prática nesse sentido:<br />
Disponibilize uma linha 0800<br />
para contato com o público. E<br />
nada de deixar cinco minutos<br />
de gravações e fazer com que<br />
o cliente tenha de apertar dez<br />
números para conseguir falar<br />
com um ser humano. Seu serviço<br />
precisa ser simples e objetivo.<br />
Isso faz a diferença na<br />
percepção do cliente.<br />
Treine seus clientes para que<br />
também vejam o feedback como<br />
um presente. Você pode até utilizar<br />
incentivos para isso. Por<br />
exemplo: em troca de uma ligação<br />
de feedback, ofereça um<br />
brinde, um cupom de desconto<br />
para a próxima compra ou para<br />
a compra de um outro produto<br />
da empresa, etc.<br />
Mantenha sempre disponíveis<br />
formulários (na sua empresa/<br />
loja, no site) para os clientes<br />
comentarem. E dê retorno a eles<br />
o mais rapidamente possível.<br />
Crie um espaço em seu site para<br />
os funcionários registrarem<br />
as reclamações dos clientes.<br />
Vá atrás dos que não respondem<br />
suas pesquisas e não entram<br />
em contato. Existe uma possibilidade<br />
alta de você encontrar<br />
aí um cliente insatisfeito.<br />
Lembre-se: as reclamações dos<br />
seus clientes podem salvar sua empresa<br />
de uma grande crise. Podem,<br />
ainda, ajudá-lo a se diferenciar da<br />
concorrência, criar valor e conquistar<br />
clientes fiéis. Não deixe que a<br />
conotação negativa interfira nesse<br />
processo de aprendizagem.<br />
10<br />
Se quiser saber mais sobre o Decálogo, organizar<br />
um workshop sobre o assunto na sua<br />
empresa, ou desenvolver esse tema com sua<br />
equipe, incluindo questionários, avaliações,<br />
resultados, discussões e apresentações em<br />
grupo, entre em contato pelo e-mail: eventos@<br />
editoraquantum.com.br<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 31
Gestão de equipe<br />
Marcelo Caetano<br />
As reais funções<br />
e as principais<br />
armadilhas dos<br />
cargos de liderança<br />
em venDAs<br />
om FREQUêNCIA, em NOSSOS<br />
trabalhos de consultoria, enfrentamos<br />
o grande desafio de delinear<br />
as funções do diretor comercial,<br />
do gerente de vendas<br />
e do supervisor. As perguntas<br />
que permeiam esse desafio são:<br />
quem deve fazer o quê? Quais são<br />
as responsabilidades de cada um?<br />
Antes de começar a análise<br />
das três funções, quero fazer um<br />
comentário sobre o novo posicio-<br />
32<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
namento do líder em todos os<br />
níveis. Nos últimos meses, temos<br />
visto uma grande troca de cadeiras<br />
na liderança comercial das<br />
empresas. Líderes que eram muito<br />
bons em mercados em crescimento,<br />
rapidamente perderam<br />
seu status quando o mercado começou<br />
a sacudir.<br />
Isso aconteceu principalmente<br />
por um motivo: enquanto o<br />
mercado estava aquecido, os líderes,<br />
em todos os níveis, estavam<br />
mais focados em cuidar da rentabilidade<br />
do que em efetivamente<br />
gerar negócios. O que é normal,<br />
afinal, em tempos de demanda<br />
alta, essa acaba sendo uma função<br />
importante. Mas, convenhamos,<br />
com a venda acontecendo<br />
naturalmente, poucos se focam<br />
de verdade em desenvolver a<br />
equipe. Não estou dizendo que a<br />
missão do líder em um mercado<br />
em expansão seja fácil, mas o<br />
fato é que se você apenas mantiver<br />
o equilíbrio do time, as vendas<br />
acontecem.<br />
Um desafio importante na fase<br />
de bonança é cobrar a empresa<br />
para que ela produza rápido e/<br />
ou e tenha um melhor desempenho.<br />
O problema vem quando o<br />
mercado muda...<br />
O QUE MUDA NOS<br />
MOMENTOS DIFíCEIS<br />
O líder, que antes cobrava que a<br />
produção produzisse mais e a logística<br />
tivesse um melhor desempenho,<br />
passa a ser cobrado para<br />
gerar negócios. Rapidamente, a<br />
empresa toda se volta, de alguma<br />
maneira, contra ele. É uma grande<br />
cobrança interna, seja aberta<br />
ou velada.<br />
A pressão por demissões em<br />
diferentes setores da organização<br />
é forte quando as vendas não<br />
acontecem. Além do estresse natural<br />
pelos tempos difíceis, esse<br />
é um extra bem pesado de se lidar.<br />
O líder é cobrado como nunca por<br />
resultados. Além disso, nessas<br />
horas, sempre tem aquele que<br />
antes era cobrado e, agora, também<br />
começa a cobrar, só para<br />
tirar uma casquinha da situação.<br />
Essa mudança de necessidade<br />
muitas vezes é brusca. Basta o<br />
estoque encher ou a equipe ficar<br />
sem ter o que fazer.<br />
Nessa situação, que muitas<br />
empresas estão vivendo agora, o<br />
líder comercial precisa se reposicionar.<br />
Ele deixa de ser o que<br />
apenas organiza e passa a ser o<br />
que faz acontecer. Em termos mais<br />
conhecidos, deixa de ser o farmer<br />
(o que cultiva) para ser o hunter<br />
(o que caça). Alguns descobrem<br />
isso rapidamente e, pelo seu perfil<br />
(ou por instinto de sobrevivência),<br />
conseguem se reposicionar.<br />
Outros, porém, não conseguem<br />
se adequar a esse momento e acabam<br />
sucumbindo.<br />
Fiz essa introdução porque o<br />
momento atual da economia é<br />
ainda mais desafiador para o assunto<br />
sobre o qual costumo escrever,<br />
que é a divisão de funções<br />
na empresa. É um erro pensar<br />
que “se precisamos desesperadoramente<br />
vender, todos devem virar<br />
vendedores”. Ao fazer isso,<br />
imediatamente há um grande<br />
achatamento de cargos e funções.<br />
“Todo mundo defende e todo mundo<br />
ataca”, como diriam os técnicos<br />
medíocres de futebol.<br />
Digo isso porque nunca vi<br />
um time ganhar campeonatos<br />
assim, apenas um jogo ou outro.<br />
Lembro-me de o Joachim Löw,<br />
técnico da seleção da Alemanha,<br />
falar, durante a Copa do Mundo<br />
de Futebol de 2014, que seus jogadores<br />
podiam correr o campo<br />
todo com a bola no pé, mas quando<br />
a perdessem, tinham que voltar<br />
para a sua posição original.<br />
Caso contrário, não seriam titulares.<br />
Simples assim. É comum<br />
ver no futebol o jogador perder<br />
a bola e ficar onde está, abrindo<br />
espaço para o contra-ataque do<br />
time adversário, que vai pegar<br />
seu time todo desorganizado.<br />
Voltando ao nosso jogo das vendas,<br />
é por isso que é tão importante<br />
cada um manter sua posição<br />
na hierarquia.<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 33
O papel DO SUPERVISOR<br />
COMERCIAL<br />
O supervisor comercial é o cara<br />
da execução, da meta diária, do<br />
acompanhamento de perto da<br />
equipe. Não importa o cenário,<br />
sua função é sempre muito parecida:<br />
meta, controle e treinamento<br />
da equipe, acompanhamento<br />
em visitas aos clientes, motivação<br />
do grupo e, quando necessário,<br />
cobrança. Chova ou faça sol, com<br />
o mercado frio ou aquecido, a<br />
função do supervisor é essa. Ele<br />
está perto da equipe, sabe das<br />
forças e fraquezas de cada um e<br />
conhece os principais clientes. É<br />
execução pura. Fica à beira do<br />
campo o tempo todo incentivando<br />
e cobrando a equipe.<br />
As GRANDES ARMADILHAS<br />
QUE ELE PRECISA EVITAR<br />
A grande armadilha em que muitos<br />
supervisores caem é fazer<br />
muito pelo vendedor. Para exemplificar,<br />
sabe aquele vendedor que<br />
faz grandes vendas quando é<br />
acompanhado pelo supervisor,<br />
mas que, quando está sozinho,<br />
vende pouco? Isso acontece quando<br />
o supervisor não treina, mas<br />
vende por ele.<br />
Outro ponto muito perigoso<br />
para o supervisor é se envolver<br />
emocionalmente com a equipe.<br />
Ele passa a defender as pessoas,<br />
dedica um esforço maior com<br />
aqueles que têm dificuldades e<br />
acaba sendo lento para tomar decisões,<br />
como substituir um vendedor<br />
de baixa performance.<br />
Temos visto um grande achatamento<br />
do supervisor nas empresas.<br />
Isso é muito perigoso, pois se<br />
você tirar a autoridade do supervisor,<br />
será muito difícil trazê-la de<br />
volta – e ainda por cima, sobrecarrega<br />
o gerente e desarma toda<br />
a estrutura comercial. Lembre-se<br />
da analogia com o futebol.<br />
O PAPEL DO GERENTE<br />
Acima do supervisor está o gerente,<br />
que deve acompanhar o<br />
processo com um pouco mais de<br />
distância. Sua função é gerir o<br />
supervisor, acompanhar a gestão<br />
da carteira da empresa como um<br />
todo e, ao identificar problemas,<br />
sugerir que o supervisor aja. Mas,<br />
veja, ele tem que ajudá-lo a encontrar<br />
os problemas que podem<br />
estar acontecendo com sua equipe<br />
de forma analítica. Muito me<br />
incomoda quando o gerente cobra<br />
que o supervisor encontre os problemas<br />
fazendo uma análise fria,<br />
sendo que a função dele é estar<br />
na rua junto com a equipe e com<br />
os clientes. Quem deve identificar<br />
os problemas de forma mais analítica<br />
é o gerente comercial.<br />
Vou citar aqui um exemplo.<br />
Uma regional não está batendo<br />
metas. Isso acontece porque:<br />
a) Ninguém está batendo meta?<br />
b) Um pequeno grupo de vendedores<br />
não está batendo meta?<br />
c) Determinado segmento do<br />
mercado parou de comprar?<br />
Quem deve identificar isso é<br />
o gerente, que deve informar o<br />
supervisor ou o gerente regional<br />
para que eles pesquisem junto ao<br />
mercado e à equipe e tragam as<br />
respostas. Como alternativa, ele<br />
pode acionar a inteligência de<br />
mercado para que essa informação<br />
seja levantada.<br />
Veja que estou falando que o<br />
gerente é quem localiza os desvios,<br />
mas que encontrar oportunidades<br />
também é sua função,<br />
pois na análise das informações<br />
ou nas idas ao mercado, ele tem<br />
uma capacidade maior de localizar<br />
oportunidades e repassá-las<br />
aos supervisores. Alinhar boas<br />
práticas também é seu papel, afinal,<br />
quando olha tudo “um pouco<br />
mais de cima”, ele consegue identificar<br />
vendedores que atingem<br />
bons resultados e, se olhar mais<br />
de perto, com a ajuda do supervisor,<br />
entenderá os motivos para<br />
isso acontecer.<br />
Assim, sua análise deve ser<br />
rapidamente distribuída por toda<br />
a equipe, seja em um treinamento<br />
feito por quem as “lançou” ou<br />
através dos próprios líderes.<br />
Além disso, pensar os treinamentos<br />
de vendas de forma<br />
sistemática também é obrigação<br />
do gerente. Uma empresa é feita<br />
de pessoas e processos. O gerente<br />
deve manter essas duas<br />
áreas muito bem lubrificadas,<br />
identificar pontos de retenção<br />
ou desvios e agir rapidamente,<br />
mas não diretamente, como falarei<br />
a seguir.<br />
Outra missão fundamental<br />
do gerente é desenvolver o supervisor.<br />
Sempre digo que se o<br />
gerente não tem nenhum supervisor<br />
abaixo que possa substituí-<br />
-lo, não está cumprindo 50% da<br />
sua função – e, quem sabe, a principal<br />
parte dela.<br />
As GRANDES ARMADILHAS<br />
QUE ELE PRECISA EVITAR<br />
Visitar clientes também é parte<br />
do trabalho do gerente, mas nunca<br />
para fazer vendas, tirar pedidos<br />
e muito menos para dar descontos.<br />
Essa é a armadilha mais traiçoeira.<br />
O gerente também não<br />
deve, em uma estrutura que conta<br />
com um supervisor, desenvolver<br />
vendedores. Eu sei que é muito<br />
tentador ir para cima do vendedor,<br />
pressionar para que a venda<br />
aconteça, etc., principalmente<br />
quando os supervisores não estão<br />
34<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
espondendo a contento. Isso até<br />
pode e deve acontecer, mas apenas<br />
enquanto você, gerente, desenvolve<br />
o supervisor – ou enquanto<br />
procura alguém para a<br />
sua vaga.<br />
O PAPEL DO DIRETOR<br />
COMERCIAL<br />
Figura muito comum em empresas<br />
de maior porte, o diretor comercial<br />
é a pessoa responsável<br />
pela estratégia – por gerenciar<br />
canais de venda, analisar rentabilidade,<br />
pensar em reajuste de<br />
preços, em segmentação de produtos,<br />
em implantar pesquisas de<br />
mercado para avaliar concorrentes<br />
e medir a satisfação dos clientes,<br />
fazer relacionamento com<br />
parceiros, fornecedores e gerir a<br />
inovação. Não é pouca coisa, não.<br />
Um diretor comercial ativo é um<br />
grande motor para as corporações.<br />
Os melhores diretores comerciais<br />
mantêm seus olhos no futuro e<br />
os pés no chão.<br />
As GRANDES ARMADILHAS<br />
QUE ELE PRECISA EVITAR<br />
Manter os olhos no futuro e os<br />
pés no chão é um exercício bastante<br />
difícil. É muito fácil só olhar<br />
para baixo e para o agora, assim<br />
como também é fácil perder os<br />
pés do chão. O bom diretor comercial<br />
sustenta o discurso de<br />
maneira consistente e não fica<br />
tentado a mudanças o tempo todo,<br />
pois precisa ser consistente<br />
em suas decisões. Afinal, cada<br />
mudança de discurso sua implica<br />
em diversas alterações em pequenos<br />
processos em toda organização.<br />
Se ele muda sempre, a estrutura<br />
fica frágil e, normalmente,<br />
se rompe. Não é que ele tenha que<br />
ser conservador. Ele pode fazer<br />
testes, mas em pequenas partes<br />
do grupo, sem muito alarde e com<br />
muito cuidado, pois a supervisão<br />
deve ser dos gerentes.<br />
Cargo X FUNção<br />
Quando falamos de “cargo”, é<br />
muito fácil confundirmos com<br />
“função”. Cargo é uma posição<br />
na hierarquia; função é o que a<br />
pessoa naquela posição hierárquica<br />
deve saber e fazer. E também<br />
é muito fácil confundir cargo e<br />
função com a pessoa que ocupa<br />
determinado cargo. Ao fazer isso,<br />
analisamos mais a pessoa do que<br />
o seu papel na estrutura de vendas.<br />
Vou tentar auxiliá-lo a compreender<br />
isso...<br />
O gerente de uma empresa<br />
precisa ser formado e ter uma<br />
especialização (pós-graduação<br />
ou MBA). Precisa ser bom de<br />
relacionamento e organizado<br />
(gerente desorganizado é um<br />
problema, pois é o meio da engrenagem).<br />
Precisa ter pelo menos<br />
cinco anos de experiência<br />
em gestão.<br />
Muitas vezes, em projetos de<br />
consultoria, quando vamos ajustar<br />
os cargos à pessoa, vemos que<br />
o atual gerente está no cargo há<br />
muitos anos e não tem a formação<br />
devida para estar ali. Somos bastante<br />
pressionados a dizer que<br />
não é necessário ter aquele nível<br />
de estudo em razão de o profissional<br />
atual não ter. Essa é uma<br />
visão limitante, mas temos algumas<br />
opções para contornar o problema:<br />
ele pode buscar aquela<br />
capacitação ou pode-se deixar<br />
claro para todos que o próximo<br />
gestor a assumir aquela função<br />
terá que ter determinada qualificação.<br />
Assim, o jogo fica esclarecido<br />
e quem quer crescer pode<br />
se preparar. Se não se preparar,<br />
significa que não está tão interessado<br />
assim.<br />
Sua EMPRESA é PEQUENA e<br />
não TEM TODOS ESSES<br />
CARGOS?<br />
Talvez você esteja lendo esse artigo<br />
sem que esses três cargos existam<br />
em sua empresa, mas as funções<br />
existem da mesma maneira.<br />
Quem sabe todas estejam concentradas<br />
em você. Se for assim, é<br />
você quem precisa cumpri-las.<br />
Sempre digo que equipes comerciais<br />
menores muitas vezes<br />
são mais complexas de gerenciar<br />
do que grandes equipes, pois o<br />
acúmulo de funções é muito grande.<br />
Com isso, a necessidade de<br />
ser muito disciplinado é ainda<br />
maior, mas sem perder a agressividade.<br />
Isso significa acionar todos<br />
os lados do cérebro ao mesmo<br />
tempo. O organizado, o analítico,<br />
o empreendedor e o comunicativo.<br />
Vou repetir: mesmo que sua<br />
empresa não tenha esses cargos,<br />
a função está lá esperando alguém<br />
para executá-la.<br />
COMO TRABALHAR COM ISSO<br />
Sempre sugiro que, quando alguém<br />
acumula duas funções, essa pessoa<br />
defina dias específicos para cada<br />
uma delas e tente, de todas as maneiras,<br />
não interrompê-los com o<br />
outro “cargo”. Por exemplo, na segunda<br />
e na sexta, o profissional<br />
fica no escritório “sendo” diretor<br />
e gerente. De terça a quinta, ele<br />
vai para a rua ser supervisor. E,<br />
ao final do mês, passa dois dias<br />
analisando a estratégia – como<br />
um diretor. Parece simplista e exige<br />
muita disciplina, mas é a melhor<br />
maneira de conseguir equilibrar<br />
as várias funções.<br />
Você é líder e está sofrendo<br />
com algumas das armadilhas que<br />
apontei no artigo? Escreva para<br />
mim e conte sua história!<br />
“Nessa situação,<br />
que muitas<br />
empresas estão<br />
vivendo agora, o<br />
líder comercial<br />
precisa se<br />
reposicionar. Ele<br />
deixa de ser o que<br />
apenas organiza e<br />
passa a ser o que<br />
faz acontecer”.<br />
Marcelo Caetano é sócio-<br />
-diretor da consultoria<br />
Soluções <strong>VendaMais</strong> e autor<br />
dos livros Vendedor fiel,<br />
cliente fiel e Chega de desconto!<br />
E-mail: caetano@venda<br />
mais.com.br<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 35
Opinião / Da Redação<br />
12 comentários<br />
inspiradores para<br />
você vender mais<br />
em 2016<br />
Quase 200 pessoas participaram da pesquisa<br />
que fizemos para nos ajudar a planejar a matéria de<br />
capa desta edição. Uma das perguntas que elas responderam<br />
foi referente ao que elas têm feito, em<br />
vendas, para serem mais criativas e quais resultados<br />
essas ações têm trazido.<br />
Os comentários que recebemos nos deixaram muito felizes,<br />
pois mostram que há muita gente Brasil afora que prefere arregaçar<br />
as mangas, pensar fora da caixa e fazer acontecer, ao invés de reclamar<br />
da crise.<br />
Compilamos algumas das respostas mais interessantes a seguir.<br />
Infelizmente não couberam todas aqui, mas a lista completa está em<br />
nosso portal (http://bit.ly/opiniao-vm-jan). Inspire-se e venda mais!<br />
Como LIDAR COM CLIENTES<br />
INATIVOS<br />
A cada seis meses, nós revisamos<br />
todos os clientes da carteira, vemos<br />
quem gastou mais e, depois, os<br />
visitamos, levando sempre um<br />
brinde – nem que seja apenas um<br />
bloco de rascunho. Em 70% dos<br />
casos, os clientes voltam<br />
a comprar.<br />
Luciano Muller<br />
PROSPECção DE CLIENTES<br />
Uma regra em nossa empresa é<br />
prospectar diariamente.<br />
Não tem o que fazer? Vá prospectar!<br />
Chegou na empresa? Vá prospectar!<br />
Acabou o plantão? Vá prospectar!<br />
Tem feriado? Vá prospectar!<br />
Prospectou? Vá prospectar!<br />
Sim, prospecção, prospecção, prospecção,<br />
mas ainda assim dá tempo<br />
36<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
de atender bem os clientes!<br />
Só tem tempo quem não tem tempo!<br />
Estamos melhorando gradativamente os<br />
números de nossas vendas dessa forma.<br />
Pós-VENDA<br />
Leonir Welter Caetano<br />
Todos da equipe concordaram que nosso pós-venda<br />
deveria ser algo perene e surpreendente, aquilo que<br />
o cliente não espera. Ou seja, um passo a mais. Então,<br />
criamos o kit pós-venda, que consiste em brindes não<br />
apenas ligados ao produto que ele comprou, mas também<br />
em mimos para a família (bolas de futebol, ingressos<br />
para o cinema, vouchers para almoço, etc.). O<br />
resultado é muito legal. Vem em forma de indicação.<br />
É impressionante esse compromisso moral que o<br />
cliente sente em retribuir nossa gentileza<br />
indicando outros possíveis compradores.<br />
Isaías Carvalho<br />
PROSPECção/pós-VENDA<br />
Trabalho bem com todas as redes sociais, acompanhando<br />
os projetos dos meus clientes e concorrentes.<br />
Envio e-mails marketing com lançamentos, promoções,<br />
tendências e trocas de showroom – o que sempre acaba<br />
gerando novas ligações à procura de algum dos<br />
itens enviados. Sou muito proativa, leio várias revistas,<br />
inclusive a <strong>VendaMais</strong>. Utilizo várias<br />
matérias com a equipe comercial.<br />
Suzi Boleta<br />
GESTão DA CARTEIRA DE CLIENTES<br />
Percebo que a maioria dos clientes não possui controle<br />
da gestão da carteira. Ter esse controle, visualizando<br />
o que há de fato, entre ativos, inativos e<br />
ex-clientes, já é um grande salto para bons resultados.<br />
Então, em primeiro lugar, faço uma gestão efetiva<br />
da carteira de clientes. Depois, penso em campanhas<br />
efetivas de ativação de clientes. O fato é que alguns<br />
clientes reclamam que não estão sendo atendidos,<br />
estão esquecidos, então a simples ação de aumentar<br />
a quantidade de contatos com eles resulta<br />
em vendas. Simples assim.<br />
Marcio Torres<br />
Ao invés de buscar dez clientes<br />
de R$ 1 milhão, busco um de<br />
R$10 milhões. Dessa forma, consigo<br />
dar mais atenção a ele, que<br />
paga mais para ter um atendimento<br />
de qualidade e soluções<br />
para problemas reais<br />
de sua empresa.<br />
Juliane Fenner<br />
Tenho usado um trabalho<br />
mais agressivo, ideal para o<br />
momento de crise que estamos<br />
vivendo: o porta a porta. Em<br />
minhas visitas, sempre carrego<br />
uma ficha de visita simples,<br />
porém eficiente, para registrar<br />
todas as visitas realizadas, criar<br />
uma carteira de retornos e levantar<br />
indicações.<br />
FIDELIzação<br />
Jesy Kennedy de Paula<br />
Santos<br />
Nós resumimos todas as nossas<br />
ações em busca da fidelização de<br />
clientes em uma palavra:<br />
QUALIDADE!<br />
QUALIDADE de pessoas.<br />
QUALIDADE do produto.<br />
QUALIDADE dos<br />
processos.<br />
Dionas Cavalheiro<br />
PROSPECção DE CLIENTES<br />
Prospectamos clientes enviando<br />
nossa força de campo (assessores<br />
comerciais) para regiões<br />
novas e novos mercados.<br />
Resultado: incremento de 10%<br />
na carteira de clientes e de<br />
25% no volume de<br />
vendas!<br />
Maurício Romão Sanches<br />
VENDA DE MIx<br />
Faço o acompanhamento sistêmico<br />
de cada cliente da minha carteira,<br />
avaliando o mix, o giro de<br />
cada item, o crescimento financeiro,<br />
a participação no negócio e<br />
fazendo um comparativo com a<br />
concorrência. Depois, uso esses<br />
dados para vender<br />
mais.<br />
André Luiz Cardozo<br />
Em algumas visitas, tenho identificado<br />
que os clientes não vêm o<br />
produto que estou oferecendo como<br />
prioridade, principalmente em<br />
tempos de recessão, mas é comum<br />
que relacionem outros produtos e<br />
serviços de que estejam precisando<br />
e que se tornaram mais prioritários.<br />
As ações têm sido realizadas<br />
com o objetivo de definir de que<br />
forma eu poderia atendê-los, buscando<br />
parcerias com fabricantes<br />
e fornecedores de outros tipos de<br />
produtos, o que o cliente enxerga<br />
como investimento, principalmente<br />
porque consegue visualizar seu<br />
retorno em curto e médio<br />
prazos.<br />
Sérgio Possidônio<br />
PROSPECção DE CLIENTES/<br />
DIFERENCIAção<br />
Estamos fazendo ações com abordagem<br />
via WhatsApp com os devidos<br />
cuidados e um script bem<br />
minucioso. As primeiras reuniões<br />
vêm dando sinais de que, se trabalhado<br />
em grande escala, com a<br />
devida dedicação, esse app se mostra<br />
mais uma ferramenta interessante<br />
de captação de clientes e de<br />
diferenciação.<br />
Humberto Thompson<br />
de Oliveira<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 37
38<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
CAPA<br />
Organizado por<br />
Raul Candeloro<br />
MaRCelo Caetano<br />
O <strong>quebra</strong>-cabeça<br />
do sucesso em<br />
vendas em 2016<br />
Saiba quais são as peças que você precisa<br />
encaixar este ano para vender mais e<br />
melhor e descubra como explorar ao<br />
máximo o potencial de cada uma<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 39
O ano passado não FOI fáCIL PARA QUEM<br />
trabalha em vendas. A crise econômica prejudicou<br />
os resultados financeiros e, também, a motivação<br />
das equipes comerciais Brasil afora. Além disso,<br />
como se 12 meses ruins não fossem suficientes,<br />
enquanto ainda vivíamos as turbulências de 2015,<br />
as perspectivas de mais um ano negativo começaram<br />
a ser apresentadas...<br />
Em meio a esse cenário vermelho, nos últimos<br />
meses conversamos com mais de 150 profissionais<br />
de vendas (entre vendedores, gerentes, diretores<br />
comerciais e sócios/proprietários de empresas) de<br />
diferentes segmentos para entender quais eram<br />
suas principais angústias em relação ao ano que<br />
está começando. O que descobrimos foi que há seis<br />
grandes temas que tiram o sono das equipes comerciais<br />
atualmente. São eles:<br />
Prospecção de clientes<br />
Pós-venda<br />
Recuperação de clientes inativos<br />
Diferenciação<br />
Como vender mais para os atuais clientes<br />
Venda de mix<br />
Como no ano passado dedicamos duas edições<br />
da <strong>VendaMais</strong> a dois desses temas (prospecção,<br />
em maio; e pós-venda, em novembro*), decidimos<br />
focar esta reportagem nos outros quatro: recuperação<br />
de clientes inativos, diferenciação, como<br />
vender mais para os atuais clientes e venda de mix.<br />
Raul Candeloro e Marcelo Caetano, especialistas<br />
em vendas, diretores da <strong>VendaMais</strong> e sócios da Soluções<br />
<strong>VendaMais</strong> (empresa de consultoria e treinamento),<br />
utilizaram todo seu conhecimento e sua<br />
experiência para reunir, nas páginas a seguir, as<br />
melhores dicas para você explorar ao máximo o potencial<br />
de cada uma dessas peças do <strong>quebra</strong>-cabeça<br />
das vendas para conquistar excelentes resultados<br />
este ano. Acompanhe, aprenda e coloque em prática<br />
essas lições. Você vai ver como fará a diferença!<br />
*Quer ler as reportagens especiais que escrevemos<br />
sobre prospecção e pós-venda em 2015? Acesse http://<br />
wp.me/p6tpA0-8Pm e confira!<br />
RECUPERAÇÃO<br />
DE INATIVOS<br />
10 passos para um modelo kaizen de recuperação de<br />
clientes inativos<br />
Existe um texto antigo do Russel Conwell, pastor<br />
batista norte-americano, chamado Acres de diamantes<br />
que ilustra muito bem a questão de reativar<br />
clientes inativos.<br />
O texto conta a história de uma pessoa que<br />
abandona a casa e o terreno onde mora e sai pelo<br />
mundo buscando riqueza. Muitos anos depois,<br />
quando volta, descobre que o terreno onde morava<br />
antes tinha uma mina de diamantes (e que as pessoas<br />
que compraram a casa agora são milionárias).<br />
A moral da história é uma analogia perfeita<br />
para a recuperação de clientes inativos: você tem,<br />
dentro de casa, uma mina potencial que provavelmente<br />
não está sendo reconhecida e aproveitada<br />
em todo seu potencial.<br />
Se fôssemos trabalhar com uma empresa ajudando-a<br />
a organizar o trabalho de recuperação de<br />
inativos, este seria o passo-a-passo que recomendaríamos:<br />
1. Defina, antes de mais nada, o que é um cliente<br />
INATIvo.<br />
História do Raul:<br />
Certa vez, estava trabalhando com uma empresa<br />
do agronegócio em um workshop. Foram criadas<br />
seis mesas de trabalho, cada uma com cinco pessoas.<br />
Quando perguntados sobre como definiam<br />
clientes inativos, os grupos de quatro mesas responderam:<br />
“Consideramos inativos clientes que não<br />
compraram nada nos últimos três meses”. Um grupo<br />
respondeu: “Clientes que não compraram nada<br />
40<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
nos últimos seis meses.” E o último respondeu:<br />
“Clientes inativos são aqueles que não entraram<br />
em contato conosco por um ano.”<br />
Note a diferença. Primeiro, nos períodos de<br />
tempo usados. Segundo, na definição de como<br />
aconteceria a inatividade (afinal, é a falta de compra<br />
que define a inatividade ou é a falta de contato?).<br />
A última equipe, inclusive, levou uma bronca<br />
do diretor porque 12 meses sem contato é cliente<br />
abandonado, não inativo. Mais tarde, o próprio<br />
diretor concordou que se isso estava acontecendo<br />
era porque a supervisão não estava sendo feita<br />
corretamente, não existia processo, não era considerado<br />
prioridade, não existiam indicadores, etc.<br />
Para pensar:<br />
Todo o trabalho de recuperação de inativos começa<br />
com a definição do que é um cliente inativo.<br />
Geralmente, é um período “x” de tempo com inatividade<br />
de compra – esse é o padrão mais comum e<br />
o mais fácil de acompanhar. E aí você pode perguntar:<br />
“Mas qual deve ser esse tempo de inatividade,<br />
para usar como referência?”<br />
A resposta é: depende. Depende do ciclo de compras<br />
da sua empresa, pois cada ramo/setor tem um<br />
ciclo diferente, mas é fácil de calcular: é só fazer uma<br />
média. Inclusive, você pode fazer médias segmentadas<br />
por perfil de compra (curva ABC, por exemplo).<br />
Mas a decisão precisa ser corporativa, ou seja,<br />
da empresa. Não é algo que pode ser terceirizado<br />
para a equipe de vendas ou o que vai acontecer é a<br />
falta de padrão típica dessa forma de pensar. Cada<br />
vendedor trata sua carteira de uma forma diferente<br />
(alguns de maneira mais eficiente; outros, nem<br />
tanto) e a empresa como um todo não tem uma<br />
mesma forma de pensar/atender clientes.<br />
2. Segmente seus clientes inativos por volume de<br />
compras.<br />
A mesma ação sugerida anteriormente – sobre definição<br />
do que é um cliente inativo – também deve<br />
ser feita com a curva ABC de clientes. Com base no<br />
volume de compras (valor financeiro ou unidades,<br />
dependendo do mercado/setor), estabeleça o que é<br />
um cliente A, um cliente B e um cliente C. É preciso<br />
ter uma definição clara sobre isso. Se não, o que<br />
acontece é que cada vendedor vai definir o que lhe<br />
convém ou lhe parece mais lógico, sendo que só a<br />
empresa como um todo tem a visão do conjunto de<br />
RAUL CANDELORO<br />
clientes e, por isso, tem muito mais condições de<br />
definir o que é grande, médio e pequeno e padrões<br />
e procedimentos específicos para cada um – caso<br />
necessário e/ou conveniente.<br />
3. Segmente seus clientes por informações disponíveis<br />
de contato (caso necessário).<br />
A terceira segmentação importante na reativação de<br />
clientes é a de quais clientes têm as informações necessárias<br />
para contato no cadastro/banco de dados.<br />
Ou seja: é possível falar com esse cliente inativo?<br />
Se sim, como, exatamente, é possível fazer isso<br />
– por e-mail, telefone, por meio de uma visita? Isso<br />
vai influenciar fortemente as opções disponíveis,<br />
como veremos daqui a pouco no item 7 desta lista.<br />
Resumindo essa parte inicial do processo de<br />
reativação, estas três informações são cruciais<br />
quando formos planejar a etapa de atividades de<br />
contato para reativação:<br />
Tempo de inatividade.<br />
Volume de compras.<br />
Dados de contato.<br />
4. Crie um gatilho automático pré-inatividade.<br />
Marcelo Caetano defende fortemente esse conceito.<br />
Para ele, o vendedor deve receber um alerta de pré-<br />
-inatividade.<br />
Por exemplo, vamos dizer que a sua empresa<br />
definiu que um período de noventa dias sem com-<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 41
pra é considerado inatividade. Com 75 dias, o vendedor<br />
que atende essa pessoa ou empresa deveria<br />
ser alertado de que o cliente está no período de<br />
pré-inatividade. Assim, ele teria a oportunidade de<br />
já se programar e tomar uma atitude – passando,<br />
inclusive, a ser monitorado por isso. Exemplos:<br />
Quantos clientes desse vendedor estão entrando<br />
em fase de pré-inatividade?<br />
Esses números estão acima da média do resto<br />
do grupo? Se sim, por quê?<br />
Qual é o percentual de clientes ativos na carteira<br />
do vendedor?<br />
O gatilho automático pré-inatividade funciona<br />
muito bem, mas, apesar de parecer meio óbvio, poucas<br />
empresas o utilizam, por isso é necessário reforçar<br />
o conceito. Não adianta muito falar de conceitos<br />
mais profundos se nem o óbvio está sendo feito.<br />
Note que não é bem uma recuperação de inativos<br />
– pelo contrário, estamos justamente tentando<br />
evitar que o cliente se torne inativo. Mas de nada<br />
adianta criar um belíssimo plano de recuperação<br />
de clientes se você não for inteligente, estratégico<br />
e organizado para agir antecipadamente e evitar<br />
ao máximo que isso ocorra.<br />
Caso o vendedor não consiga fechar uma venda<br />
com esse cliente pré-inativo, o cliente entra na lista<br />
de inativos e, aí, deve ser trabalhado pela própria<br />
empresa.<br />
Para quem tem vendedores terceirizados, vale<br />
exatamente a mesma lógica – o que significa, muitas<br />
vezes, uma necessidade urgente e muito importante<br />
não só de repensar o relacionamento com a<br />
equipe comercial terceirizada, mas também de<br />
assumir uma responsabilidade maior e uma função<br />
diferente na relação com clientes.<br />
Opinião do Raul:<br />
“Em nossas consultorias, vemos muitos casos em<br />
que a empresa que vende fica refém do relacionamento<br />
comercial com os clientes compradores,<br />
separada pela etapa intermediária da equipe terceirizada.<br />
Por estar distante, não consegue atuar<br />
de maneira proativa quando necessário, e isso é um<br />
erro estratégico, que felizmente pode ser facilmente<br />
resolvido com a decisão de criar uma célula ou<br />
um núcleo interno de acompanhamento e suporte<br />
aos vendedores terceirizados, mas também – e<br />
principalmente – com os clientes”, sinaliza.<br />
5. Segmente a carteira de inativos em prIORIDADES.<br />
Muita gente, uma vez definida a inatividade, passa<br />
imediatamente a pensar em um plano de ação sobre<br />
o que fazer para recuperar os clientes que estão<br />
naquela lista, geralmente envolvendo ferramentas/<br />
meios de comunicação, sobre os quais falaremos<br />
daqui a pouco.<br />
Mas, de forma geral, sair correndo sem saber<br />
exatamente para onde está indo raramente leva ao<br />
sucesso.<br />
Clientes ficam inativos por uma série de fatores.<br />
E nem todos eles positivos. Alguns clientes inativos,<br />
por exemplo, você nem quer reativar. É o caso dos<br />
inadimplentes ou desonestos, dos que demandam<br />
muito mais atenção do que o justificado pelo seu<br />
volume de compras, dos “complicadinhos” ou negativos,<br />
dos que morreram, <strong>quebra</strong>ram ou fecharam...<br />
Enfim, a lista é grande. Então, o que se recomenda<br />
é que, antes de agir, você faça uma segmentação da<br />
carteira de inativos. Uma das segmentações mais<br />
indicadas (inclusive pelos especialistas da Venda-<br />
Mais) é a que faz um cruzamento de dois fatores:<br />
a) Volume de vendas (uma curva ABC de inativos,<br />
basicamente).<br />
b) Motivos de inadimplência.<br />
Assim, você consegue fazer, via cruzamento,<br />
um levantamento que vai ajudar muito nas próximas<br />
etapas do planejamento da recuperação de<br />
inativos.<br />
Por exemplo, você pode descobrir clientes com<br />
alto volume de compra e que estão ficando inativos<br />
por algum motivo específico, pode descobrir que a<br />
maior parte dos inativos tem uma característica<br />
em comum, que a maior parte dos inativos está<br />
sendo atendida/trabalhada de uma forma comum<br />
e assim por diante. O fato é que são muitas as informações<br />
interessantes que surgem quando você<br />
segmenta sua carteira de inativos e começa a analisar<br />
seu perfil e os motivos da inatividade.<br />
6. Estabeleça metas de reativação.<br />
Um dos grandes benefícios do passo anterior é<br />
justamente que essa segmentação abre a possibilidade<br />
de você trabalhar com metas de reativação<br />
e faturamento, pois começa a ficar claro o potencial<br />
a ser trabalhado, quem “atacar”, como chegar<br />
nesses clientes, etc. Pensando nisso, é preciso<br />
definir:<br />
42<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Dentro da carteira segmentada de inativos, quais<br />
são as prioridades de reativação?<br />
Quantos clientes temos nessa situação de prioridade?<br />
Quantos deles conseguimos reativar? (Muitas<br />
vezes, esse é um exercício de estimativa)<br />
Quanto esses clientes reativados podem nos<br />
trazer de faturamento?<br />
Dessa forma, você terminará com uma meta<br />
ESMART de reativação de clientes. Ela é específica,<br />
mensurável, alcançável, relevante/realista e tem<br />
um tempo para ser atingida. Exemplo: vamos recuperar<br />
18 clientes inativos até o fim do mês, com<br />
um faturamento previsto de R$ 250 mil.<br />
7. Defina canais ou ferramentas de comunicação.<br />
Depois de definir quem deve se contatado e o que<br />
se espera desses contatos em termos de faturamento<br />
e reativação, é possível finalmente criar um<br />
plano de ação, que começa levando em consideração<br />
a lista de potenciais ferramentas de contato. Exemplos:<br />
E-mail<br />
Telefone<br />
Visita pessoal<br />
Correios (carta, mala direta, catálogo)<br />
Mídias sociais (LinkedIn, Facebook, WhatsApp,<br />
etc.)<br />
Essas ferramentas dependem, como já vimos<br />
antes, das informações que temos disponíveis sobre<br />
o cliente. Quanto mais informações, mais opções<br />
você tem e vice-versa. (Inclusive, uma recomendação<br />
importante aqui seria de aproveitar o trabalho<br />
de reativação para já conseguir mais informações<br />
de contato com todos os clientes sendo reativados.<br />
Por exemplo, se você não tem o e-mail ou telefone<br />
de todo mundo, então aproveite para tentar complementar<br />
essas informações.)<br />
Perceba que esses dados são fundamentais para<br />
que o processo de reativação aconteça. Se a sua<br />
empresa não os tem, basicamente está com as mãos<br />
amarradas em termos de reativação, por dois grandes<br />
motivos:<br />
a) Ela não consegue saber se o cliente ficou realmente<br />
inativo ou não (surpreendentemente,<br />
isso acontece com uma frequência imensa – a<br />
empresa nem sabe que o cliente inativou).<br />
b) Ela não consegue agir de maneira eficaz, mesmo<br />
sabendo que o cliente inativou.<br />
8. Plano de ação.<br />
Agora, sim, chegamos ao ponto central da questão<br />
da reativação, que é o cronograma de atividades.<br />
Mas note que para, chegar até aqui, foi preciso<br />
deixar tudo preparado e organizado. Não é um<br />
trabalho “burrinho”, de só fazer força. Isso qualquer<br />
um consegue fazer – e é por isso que é o que a maior<br />
parte faz.<br />
Se você quer realmente potencializar seus resultados,<br />
então vale a pena passar um bom tempo<br />
planejando o que vai fazer. De novo: só sair correndo,<br />
sem saber para onde ir, raramente leva ao<br />
sucesso.<br />
O segredo, aqui, é criar uma sequência de ações<br />
de reativação. Pense em “campanha de reativação”,<br />
ou seja, uma sequência de contatos.<br />
Notamos que, às vezes, as empresas criam apenas<br />
uma campanha de “recontato”. O vendedor<br />
recebe uma listagem para trabalhar, seja por e-mail,<br />
telefone ou pessoalmente, e fica responsável por<br />
recontatar os nomes da lista. Esses recontatos se<br />
transformam em “sim” (compra e volta a ficar ativo)<br />
ou “não” (permanece inativo e corre o risco de se<br />
tornar ex-cliente).<br />
Embora seja melhor do que não fazer nada, esse<br />
tipo de ação tem resultados muito baixos se<br />
comparado com ações programadas e planejadas<br />
que incluam uma série de contatos.<br />
Por exemplo:<br />
1.º contato, 15 dias (pré-inatividade): Telefonema<br />
2.º contato, 1.º dia de inatividade: E-mail promocional<br />
3.º contato, 8.º dia de inatividade: Telefonema<br />
de pesquisa pós-venda<br />
4.º contato, 30.º dia de inatividade: Mala direta<br />
promocional<br />
5.º contato, 45.º dia de inatividade: E-mail promocional<br />
2<br />
E assim por diante.<br />
Dessa forma, você cria um fluxograma de<br />
ações programadas que é muito fácil de implantar<br />
e colocar em prática. Isso ajuda no planejamento,<br />
no monitoramento de atividades, no acompanhamento<br />
de resultados, nas previsões de faturamento,<br />
etc.<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 43
9. Crie campanhas de reativação, incluindo scripts/<br />
roteiros de reativação e materiais de apoio.<br />
Por acreditar que esta seja a parte mais fácil do<br />
processo (e também a que mais precisa de personalização<br />
– afinal, scripts que servem para todo mundo<br />
não servem para ninguém), não daremos muita<br />
ênfase ao processo criativo de criar e-mails, malas<br />
diretas e scripts de telefone para o processo de reativação.<br />
O que recomendamos é que a equipe se<br />
reúna e que todos, juntos, criem essas sequências<br />
de contatos.<br />
Uma recomendação, porém: além de reativar o<br />
cliente (ou seja, efetivar uma compra), você também<br />
quer reaquecer o relacionamento. Perguntas funcionam<br />
muito bem nesse sentido, então pense sempre<br />
em “conversa” e não em “venda”. Faça com que<br />
o cliente responda e queira conversar com você,<br />
mesmo que ainda não esteja preparado para comprar.<br />
Isso está sempre implícito em tudo que defendemos<br />
aqui na <strong>VendaMais</strong> – posicione-se como consultor,<br />
como especialista, alguém que agrega valor<br />
e o cliente SEMPRE vai querer conversar com você.<br />
Resumindo essa parte criativa do processo de reativação:<br />
Lembre que é uma sequência de contatos, não<br />
apenas um contato.<br />
Utilize da melhor forma todos os meios de contato<br />
disponíveis.<br />
Você tem dois grandes objetivos: reativar (compra)<br />
e reaquecer (relacionamento).<br />
10. Acompanhamento, revisão e melhoria.<br />
Uma planilha de acompanhamento de reativação<br />
seria mais ou menos assim:<br />
Pré-inatividade: 100 nomes<br />
“Contato 1” reativação: 90 nomes<br />
Resultados:<br />
Clientes reativados: 5<br />
Faturamento: R$ 5 mil<br />
“Contato 2” reativação: 85 nomes<br />
Clientes reativados: 5<br />
Faturamento: R$ 5 mil<br />
E assim por diante.<br />
Uma vez a cada três ou seis meses é recomendado<br />
sentar e revisar todo o processo para entender<br />
quais ações trazem mais resultados, quais são os<br />
feedbacks dos clientes e da própria equipe, quais<br />
novas ações podem ser implantadas, o que deixar<br />
de fazer, etc.<br />
Quem gosta e usa o ciclo PDCA (plan, do, check,<br />
act – planejar, executar, checar e agir) sabe que<br />
esta é uma das fases mais importantes do ciclo.<br />
Assim, você cria um modelo kaizen de reativação<br />
de clientes e passa a ter padrões, processos e procedimentos<br />
claros para lidar de maneira eficiente<br />
e estratégica com essa verdadeira mina de diamantes.<br />
44<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
“Ganhar participação no cliente<br />
é uma ciência que exige muito<br />
planejamento. Para isso,<br />
em primeiro lugar, é preciso<br />
saber qual sua fatia atual no<br />
cliente. Uma conversa mais<br />
estratégica com ele é a chave<br />
para obter essa informação e, de<br />
<strong>quebra</strong>, descobrir quais são as<br />
perspectivas de crescimento que<br />
ele tem para o ano.”<br />
DIFERENCIAÇÃO<br />
16 perguntas inteligentes para estimular a inovação e a<br />
diferenciação na sua empresa<br />
Nos anos 1980, Michael Porter fez um dos trabalhos<br />
que mais impactaram o estudo da gestão de<br />
empresas no mundo inteiro. Em dois livros pesados,<br />
complicados de ler, mas cheios de informações extremamente<br />
úteis (Estratégia competitiva e Vantagem<br />
competitiva), ele apresentou uma série de decisões<br />
que as empresas precisavam tomar para estabelecer<br />
uma estratégia competitiva que criasse uma vantagem<br />
competitiva (daí o nome dos livros).<br />
Como temos defendido aqui na <strong>VendaMais</strong>,<br />
crises obrigam pessoas físicas e jurídicas a (re)<br />
priorizar suas prioridades. E uma das prioridades<br />
de qualquer empresa hoje deveria ser buscar uma<br />
estratégia para criar uma vantagem competitiva.<br />
De maneira simplificada, isso passa por dois<br />
grandes caminhos – o caminho que você escolher<br />
vai definir uma boa parte de tudo que você terá<br />
para fazer em 2016:<br />
Caminho 1: Preço baixo (agressividade na<br />
precificação) ou fornecedor de custo mais baixo<br />
(custo total durante um período de tempo).<br />
Caminho 2: Diferenciação (agregar valor de<br />
alguma forma).<br />
No meio desses dois caminhos encontramos um<br />
lugar triste, complicado e deficitário chamado<br />
“mata-burro” – definição criada por Raul Candeloro<br />
para explicar aos empresários o perigo de<br />
tentar ser diferente, agregar valor e aí brigar por<br />
preço com margem baixa.<br />
Em seus workshops, Candeloro usa uma planilha<br />
simples, mas que demonstra isso muito bem. É uma<br />
planilha em que fica claro que a maior parte das<br />
pessoas não consegue calcular quanto precisa vender<br />
para compensar a perda de faturamento e,<br />
principalmente, de lucratividade quando começa a<br />
trabalhar com descontos. Detalhe importante: no<br />
momento em que Candeloro apresenta a planilha,<br />
sempre aparecem os céticos que já começam a berrar<br />
(mentalmente ou de verdade): “Sem desconto<br />
não se vende!”<br />
Além disso, um dos módulos do GEC, o curso<br />
on-line de Gestão de Equipes Comerciais, de Raul<br />
Candeloro, é justamente sobre LUCRATIVIDADE.<br />
Nesse módulo, todos os alunos são desafiados a criar<br />
uma campanha em que os vendedores da equipe<br />
sejam premiados se conseguirem fazer dez vendas<br />
sem desconto.<br />
Os depoimentos que Candeloro recebe são sempre<br />
muito parecidos: no começo, é caos e revolta<br />
total. “Impossível”, “Vamos <strong>quebra</strong>r”, “Ninguém vai<br />
comprar nada”, etc.<br />
Passado o choque inicial (cujo “prazo” vai muito<br />
da inteligência emocional do líder e de quanta<br />
influência positiva ele tem sobre sua equipe), os<br />
vendedores passam lentamente a tentar se livrar<br />
da bengala mental do desconto e lutar para vencer<br />
o desafio.<br />
Mais ou menos como um viciado tentando se<br />
abster, os resultados no início são mistos: uns conseguem;<br />
outros, não; uns ficam motivados com os<br />
novos desafios; outros, não.<br />
No final da campanha, ao entrevistar os vendedores<br />
que conseguiram atingir (ou superar) a<br />
meta, Candeloro sempre se surpreende com os<br />
depoimentos. “O que eles contam é fantástico e só<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 45
eforça tudo que estamos defendendo aqui. Recebo<br />
comentários como: ‘Tive que melhorar MUITO a<br />
minha criatividade e argumentação. Na verdade,<br />
descobri que eu não vendia de verdade – agora, sim.<br />
posso dizer que estou vendendo.’ Olha só que interessante<br />
um depoimento como esse... Pare para<br />
pensar nas implicações profundas dessa frase (incluindo<br />
o papel da liderança nesse processo). O mais<br />
interessante de tudo é notar que, mesmo com os<br />
colegas do lado tendo sucesso e conseguindo fazer<br />
as vendas sem desconto, ainda tem gente negativa<br />
na equipe jurando, com os dois pés juntos, que é<br />
IMPOSSÍVEL vender sem desconto, que não dá, que<br />
no seu caso é diferente”, relata.<br />
A saída, então, é buscar formas de entender<br />
melhor para atender melhor. E de entender mais<br />
para cobrar mais. Imprima e coloque num quadro,<br />
para nunca se esquecer:<br />
Quem entende melhor o cliente (e as necessidades<br />
dele) atende melhor.<br />
Quem entende melhor cobra mais.<br />
A melhor forma de entender melhor seu cliente<br />
e as necessidades dele é fazendo perguntas, tanto<br />
para clientes (pós-venda, por exemplo, que é uma<br />
ferramenta fantástica, mas pouco usada da maneira<br />
correta) quanto internamente, com diretores,<br />
lideranças e a própria equipe.<br />
São perguntas que podem ser trabalhadas em<br />
grupo de maneira muito prática, abrindo discussões<br />
e debates intensos, mas extremamente necessários<br />
e produtivos. Mesmo que você decida que não é<br />
através da diferenciação que sua empresa vai ter<br />
sucesso e, sim, com preços baixos/agressivos, o<br />
processo também é superválido. As perguntas são<br />
estas:<br />
1) Quais são as características de uma empresa<br />
concorrente que nos tornariam obsoletos e nos tirariam<br />
do mercado? Como podemos nos tornar<br />
essa empresa imbatível?<br />
2) O que nós oferecemos de diferenciais hoje que<br />
agregam valor de verdade aos nossos clientes – ou<br />
seja, são importantes de verdade para ele? Isso está<br />
sendo comunicado corretamente? Está sendo<br />
percebido pelo cliente? Se não, quais opções temos?<br />
3) Esta é de Peter Drucker: com tudo que você<br />
sabe hoje sobre seu mercado, se você fosse abrir<br />
uma empresa nova no seu ramo/setor/segmento:<br />
a) Você abriria a empresa de novo?<br />
b) O que faria diferente?<br />
4) Outra ótima de Peter Drucker, muito utilizada<br />
pelo Jim Collins: o que precisamos PARAR de fazer?<br />
5) De onde realmente vem o nosso lucro? Isso é<br />
sadio e sustentável?<br />
6) Qual seria uma pequena mudança que poderíamos<br />
fazer que traria o máximo de resultados?<br />
Essa pergunta fica ainda mais poderosa se direcionada<br />
na definição de “resultados”: lucro, participação<br />
de mercado, bloquear a concorrência, atender<br />
melhor os clientes, diminuir inadimplência, etc.<br />
7) Quais têm sido os maiores bloqueios internos<br />
para que sejamos uma empresa realmente competitiva?<br />
8) Uma do Gary Hamel: estamos nos adaptando<br />
ao mundo externo com a mesma velocidade com<br />
que ele está mudando?<br />
9) Quem usa nossos produtos ou serviços de forma<br />
ideal ou diferente? O que esses clientes têm em<br />
comum e como podemos ajudá-los e também encontrar<br />
outros clientes como eles?<br />
10) Qual a probabilidade de nossos clientes nos<br />
indicarem a um amigo ou colega? (Quem é estudioso<br />
de gestão vai reconhecer aqui a “questão definitiva”<br />
do Fred Reichheld.)<br />
11) Quando os clientes pensarem na nossa empresa,<br />
qual palavra ou frase queremos que pensem?<br />
Isso está acontecendo hoje?<br />
12) No que realmente acreditamos? E no que NÃO<br />
acreditamos? Somos contra o quê, exatamente?<br />
13) Analisamos essa decisão por diversos ângulos?<br />
Permitimos que visões diferentes e opiniões contrárias<br />
fossem avaliadas?<br />
14) De Jim Collins: temos as pessoas certas no ônibus?<br />
15) De Nassim Taleb, do livro Cisne negro: o que<br />
pode dar errado? Caso esses erros ocorram, quais<br />
acontecimentos inesperados, internos ou externos,<br />
podem colocar em perigo tudo que estamos fazendo?<br />
46<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
16) Com os indicadores quantitativos que temos,<br />
conseguimos fazer melhorias qualitativas?<br />
Com essas 16 perguntas você tem um processo<br />
de brainstorming muito mais claro e direcionado,<br />
criando não apenas iniciativas isoladas de inovação,<br />
mas, sim, um movimento permanente de melhoria<br />
contínua (kaizen!).<br />
Pergunta rápida: se você fosse incluir uma outra<br />
pergunta nessa lista, algo que você e/ou sua empresa<br />
acham que é fundamental no processo de inovação<br />
e melhoria, qual seria sua pergunta? Compartilhe<br />
com a gente pelo leitor@vendamais.com.br.<br />
COMO VENDER MAIS<br />
PARA OS ATUAIS CLIENTES<br />
E VENDA DE MIX<br />
3 formas de vender mais para os atuais clientes<br />
Basicamente, há três formas vender mais para<br />
os atuais clientes:<br />
1. Vendendo um volume maior dos itens já consumidos<br />
por eles.<br />
2. Vendendo produtos de maior valor agregado.<br />
3. Vendendo mais itens do mix, inserindo novos<br />
produtos nos pedidos.<br />
Porém, antes de definir qual será sua estratégia<br />
para ampliar a sua fatia em cada cliente da carteira,<br />
é preciso analisar o que está sendo feito no<br />
momento. Para isso, para início de conversa, é preciso<br />
responder a duas perguntas:<br />
Quem são os vendedores que mais vendem para<br />
cada cliente?<br />
Quem são os vendedores que atingem o ticket<br />
médio mais alto?<br />
“A melhor forma de<br />
entender melhor seu<br />
cliente e as necessidades<br />
dele é fazendo perguntas,<br />
tanto para clientes (pósvenda,<br />
por exemplo,<br />
que é uma ferramenta<br />
fantástica, mas pouco<br />
usada de maneira correta)<br />
quanto internamente, com<br />
diretores, lideranças e a<br />
própria equipe.”<br />
Depois de nomear os campeões de vendas, o<br />
segundo passo é entender por que determinados<br />
profissionais se destacam. Nesse momento, é preciso<br />
ir para a rua com eles. Observar, acompanhar<br />
de perto o trabalho desses vendedores de alta performance<br />
e entender o que os faz diferentes – porque,<br />
muitas vezes, quem se destaca naturalmente<br />
não sabe explicar como faz para se sobressair.<br />
A partir desse acompanhamento, será possível<br />
transformar o desempenho dos bons profissionais<br />
em um processo que deverá ser seguido por todos<br />
na empresa e, assim, aumentar o ticket médio de<br />
cada venda ficará muito mais fácil.<br />
Além das lições aprendidas com os vendedores<br />
que se destacam, o modelo que orientará o trabalho<br />
da sua equipe comercial no que diz respeito a vender<br />
mais para os atuais clientes precisa levar em<br />
consideração os seguintes fatos:<br />
a) Vende mais para cada cliente quem faz contatos<br />
com maior frequência.<br />
b) Vende mais para cada cliente quem tem uma<br />
carteira de clientes menor.<br />
Não que esses dois pontos façam com que o resultado<br />
de vendas por cliente aumente naturalmente<br />
(nada acontecerá se a equipe não estiver capacitada<br />
e focada para isso – nem mesmo se as visitas<br />
aos clientes forem diárias), mas eles são um bom<br />
ponto de partida. Depois disso, chega o momento<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 47
Cliente<br />
Santo Amaro Materiais<br />
de Construção<br />
Bom Tempo Materiais de<br />
Construção<br />
de definir qual será seu foco levando em consideração<br />
três possíveis estratégias:<br />
1. Vender maior volume dos itens já consumidos pelo<br />
cliente.<br />
Ganhar participação no cliente é uma ciência que<br />
exige muito planejamento. Para isso é preciso, em<br />
primeiro lugar, saber qual sua fatia atual no cliente.<br />
Uma conversa mais estratégica com ele é a chave<br />
para obter essa informação e, de <strong>quebra</strong>, descobrir<br />
quais são as perspectivas de crescimento que<br />
ele tem para o ano.<br />
Essas duas respostas, quando somadas, permitem<br />
um belo planejamento de vendas e de aumento<br />
de participação. A tabela abaixo – totalmente<br />
fictícia – ilustra essa ideia:<br />
Compra da sua<br />
empresa<br />
Compra total do<br />
segmento<br />
Participação<br />
Valor bruto<br />
R$ 500.000 R$ 3.000.000 17% R$ 2.500.000<br />
R$ 600.000 R$ 5.000.000 12% R$ 4.400.000<br />
Para entender melhor esse conceito, com base<br />
no exemplo acima, faça a seguinte análise: se a Bom<br />
Tempo planeja crescer 15% em 2016 no segmento,<br />
isso significa que o produto dela naturalmente<br />
crescerá para R$ 690 mil – isso sem ganhar nenhuma<br />
participação. Se a empresa quiser crescer em<br />
participação no cliente, esse número ficará ainda<br />
maior. Isso mostra como dois números (a participação<br />
no cliente e a meta de crescimento do cliente<br />
no ano) abrem uma porta muito interessante<br />
para planejar o crescimento.<br />
Em seguida, a Bom Tempo precisa identificar<br />
de quem terá que tirar participação para crescer.<br />
Para isso, deve estudar a concorrência e identificar<br />
as suas próprias fraquezas no cliente. A primeira<br />
tarefa pode ser delegada para os próprios vendedores,<br />
mas quem dará a resposta à segunda pergunta<br />
(“quais são as nossas fraquezas na sua empresa?”)<br />
será a equipe do cliente – sendo que, geralmente,<br />
dono e comprador costumam blindar bem essa<br />
informação, então o trabalho pode não ser dos mais<br />
fáceis.<br />
Via de regra, isso é algo que precisa ser feito<br />
cliente a cliente. Se a carteira da equipe for muito<br />
grande, o foco deve estar nos clientes A e B, por<br />
potencial de compra, mas não pode deixar de ser<br />
feito. É o primeiro passo para conseguir aumentar<br />
o volume de vendas do que os clientes já consomem.<br />
O resto é consequência do trabalho bem feito!<br />
2. Vender produtos de maior valor agregado.<br />
A segunda forma de vender mais para os atuais<br />
clientes é bastante técnica. Por isso, exige atenção<br />
e cuidado.<br />
Antes de mais nada, é preciso ter em mente que<br />
o produto de maior valor agregado normalmente<br />
deixa mais margem para a empresa que o vende,<br />
mas, em vários casos, o cliente não coloca margem<br />
maior sobre esses produtos. Seu papel, então, é<br />
demonstrar a possibilidade de ganho maior do<br />
cliente na venda de produtos de maior valor agregado,<br />
pois isso facilitará a inserção desses itens na<br />
venda. Ou seja, é necessário que o cliente entenda<br />
os benefícios que os produtos de maior valor agregado<br />
trazem para ele – seja porque geram maior<br />
produtividade ou porque ele pode ganhar mais<br />
dinheiro com eles. Mas, para isso, é preciso muito<br />
mais do que conversa – é preciso apresentar contas<br />
e planilhas.<br />
Nesse sentido, cabe a você, líder de vendas, garantir<br />
que seus vendedores saiam da empresa sempre<br />
preparados para mostrar, por “A + B”, que vale<br />
a pena, para os seus clientes, investir nesse tipo de<br />
produto.<br />
3. Vender mais itens do mix de produtos.<br />
A terceira maneira de vender mais para os atuais<br />
clientes é, também, a última preocupação apresentada<br />
pelos participantes da pesquisa que fizemos<br />
para entender o que mais aflige as equipes comerciais<br />
no momento: a venda de mix. Para Marcelo<br />
Caetano, para vender mais mix é preciso seguir<br />
seis passos (além do mapeamento de vendas, que<br />
deve ser feito anteriormente – quem são os vendedores<br />
que mais vendem, quanto vendem, etc.). São<br />
eles:<br />
a) Treinamento<br />
Sua equipe está preparada para vender mais mix?<br />
Essa é a primeira pergunta que você precisa se fazer<br />
antes de sair cobrando resultados em termos de<br />
vendas de mix de seus vendedores. E capacitá-los<br />
para isso é seu dever. Um modelo de treinamento<br />
de venda de mix que funciona, na visão de Caetano,<br />
é o aplicado por uma grande empresa farmacêutica...<br />
48<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Nessa empresa, toda sexta-feira, às 16h, todos os<br />
vendedores e propagandistas se reúnem para participar<br />
de um treinamento sobre os produtos que devem<br />
ser tratados com prioridade nas próximas semanas.<br />
Após o treinamento, todos fazem uma espécie de prova<br />
sobre esses produtos, para ver se estão preparados<br />
para vendê-los, e recebem metas de vendas de curto<br />
prazo.<br />
“Isso é treinar para vender mix”, analisa Caetano.<br />
Com base nisso, pare e pense: sua equipe<br />
está preparada para vender mais itens do seu mix<br />
de produtos/serviços?<br />
b) Campanha de incentivo específica para venda de mix<br />
Com a equipe capacitada, o passo seguinte é desenvolver<br />
campanhas de incentivo voltadas especificamente<br />
para isso. Por mais que campanhas<br />
genéricas tragam algum resultado, o que funciona<br />
mesmo é a campanha focada no objetivo principal<br />
– que, nesse caso, é ampliar o número de itens na<br />
conta final. Essa campanha fará seus vendedores<br />
começarem efetivamente a vender mais os itens<br />
que andavam parados. Assim, o vendedor que antes,<br />
por exemplo, vendia dez itens em média por cliente,<br />
passará a vender 12 – ou seja, um crescimento<br />
de 20% que vem com o mesmo custo.<br />
Nesse sentido, é importante também que a campanha<br />
seja direcionada. Ou seja, antes de mandar<br />
o vendedor para a rua já com as metas de vendas<br />
de mix, analise quais são os clientes da carteira que<br />
poderiam comprar mais itens e direcione o olhar<br />
do seu vendedor para aqueles que oferecem um<br />
verdadeiro potencial de crescimento. Além disso,<br />
já defina quais serão os itens que deverão ser ofertados<br />
a cada cliente. Esse direcionamento fará diferença<br />
nos resultados.<br />
c) Lançamento de produtos<br />
Outro ponto fundamental para a melhora dos resultados<br />
de vendas de mix é o lançamento de produtos.<br />
Muitas empresas não lançam novos itens,<br />
elas simplesmente começam a vendê-los. Chega um<br />
produto novo e, pronto, os vendedores precisam<br />
começar a oferecê-lo aos clientes. O gerente não<br />
apresenta o item para a equipe, não há demonstração<br />
do produto, ele simplesmente surge como se<br />
caísse do céu na estrutura de vendas. O que acontece?<br />
A equipe, mal preparada, não consegue vender<br />
o novo produto.<br />
MARCELO CAETANO<br />
Outra situação é aquela em que a empresa investe<br />
milhares de reais no lançamento, entrega o<br />
produto na mão da equipe, apresenta duas ou três<br />
características dele e manda todo mundo para a<br />
rua. Isso, obviamente, sempre acaba muito mal. O<br />
que é preciso fazer, então? Cuidar dos detalhes do<br />
lançamento de cada novo item!<br />
História do Caetano<br />
Um cliente da Soluções <strong>VendaMais</strong> lança cerca<br />
de vinte produtos por trimestre e, até pouco tempo<br />
atrás, não tinha um processo de lançamento bem<br />
definido, o que fazia com que os vendedores não<br />
conseguissem bons resultados após o lançamento<br />
e, ainda, que os clientes não vissem com bons olhos<br />
as novidades da empresa.<br />
Nossa sugestão foi a seguinte: a cada noventa<br />
dias, vocês farão uma reunião com os clientes A e<br />
B (pois é impossível fazer com todos) e o foco será<br />
a apresentação dos lançamentos. Os produtos serão<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 49
colocados em uma mesa e apresentados em detalhes<br />
pelos vendedores.<br />
A ideia foi colocada em prática e, em pouco tempo,<br />
a percepção dos clientes sobre a empresa melhorou<br />
(ela passou a ser considerada inovadora) e, consequentemente,<br />
os resultados, também, pois, agora,<br />
os vendedores se preparam para cada apresentação<br />
e conseguem ser mais efetivos perante o cliente.<br />
Para pensar:<br />
Perceba que toda uma lógica foi desenvolvida para<br />
que a empresa consiga vender mais mix e para que<br />
o cliente tenha uma percepção clara da ampliação<br />
do mix e das oportunidades de compra e venda.<br />
Com base nisso, pense: será que o seu lançamento<br />
de produtos está sendo efetivo?<br />
d) Inteligência de vendas<br />
Além de tudo isso, não se pode deixar a inteligência<br />
de vendas de lado. O vendedor precisa chegar<br />
no cliente preparado para oferecer rapidamente os<br />
itens do mix. Para isso, ter um excelente software<br />
é importante. Com a ajuda de uma ferramenta que<br />
automatize o processo, vender mais itens ficará<br />
muito mais simples.<br />
e) Comunicação<br />
Um erro que costuma prejudicar a venda de mix é<br />
a falta de preocupação que as empresas têm em<br />
trabalhar a comunicação dos itens que andam encalhados<br />
e dos lançamentos. É comum que os produtos<br />
que já se destacam estejam sob a luz dos<br />
holofotes e ganhem toda a atenção em termos de<br />
comunicação, mas isso apenas joga contra a estratégia<br />
de ampliar o número de itens vendidos para<br />
os clientes atuais. Se essa é a realidade da sua empresa<br />
até o momento, está na hora de mudar esse<br />
cenário. Uma boa comunicação ajuda sua equipe a<br />
vender mais mix. Cuide disso!<br />
f) Organização da equipe comercial<br />
A última etapa desse processo é a definição de<br />
quem serão os responsáveis pela ampliação do mix<br />
oferecido. Antes de colocar todo mundo para vender<br />
mais itens aos atuais clientes, é preciso se<br />
perguntar: será que a equipe inteira deve fazer<br />
parte dessa estratégia? Como devo reorganizar<br />
meus vendedores para tornar isso possível? A história<br />
que Marcelo Caetano conta a seguir serve como<br />
um bom ponto de partida...<br />
História do Caetano<br />
Um cliente a quem presto consultoria tinha, em sua<br />
equipe, uma parcela de vendedores que era responsável<br />
por uma grande fatia das vendas dos produtos<br />
A e B, mas que tinha uma dificuldade muito grande<br />
em assimilar novos itens, uma vez que o que eles<br />
vendiam já lhes garantia uma boa renumeração.<br />
Então, toda vez que a empresa tentava ampliar o mix<br />
que eles ofertavam, os vendedores não recebiam bem,<br />
porque pensavam que não havia vantagem em fazer<br />
um grande esforço para vender um item que valia<br />
muito pouco.<br />
O que nós fizemos dentro da empresa? Pegamos<br />
o produto C e colocamos uma equipe específica para<br />
vendê-lo para os mesmos clientes que eram atendidos<br />
pela primeira linha de vendedores! Apesar do<br />
aumento de custo com a equipe, esses produtos que<br />
não eram valorizados pelos vendedores “top” davam<br />
uma margem muito maior e permitiam uma oxigenação<br />
positiva tanto na equipe quanto no portfólio<br />
de produtos vendidos aos clientes.<br />
Para pensar<br />
O que esse caso revela é que a estratégia por trás da<br />
definição de como ampliar a venda de mix é fundamental<br />
para que os resultados apareçam. Não basta<br />
simplesmente forçar os vendedores a oferecerem<br />
mais itens, é preciso definir, de maneira estratégica,<br />
quem serão os responsáveis por essa ação.<br />
Seguindo esses passos você estará criando uma<br />
cultura de venda de mix na sua empresa, o que fará<br />
com que não apenas os clientes fiéis comprem mais<br />
itens, mas também os novos clientes. Aposte nisso!<br />
Agora é com você! Junte todas essas peças, monte<br />
seu <strong>quebra</strong>-cabeça e, em 2016, venda mais!<br />
Colaboraram nesta matéria: João Guilherme Brotto, Natasha<br />
Schiebel e Tom Schiebel<br />
50<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
vendamais.com.br - Janeiro 2016 51
Sucesso em vendas<br />
Marcelo Ortega<br />
O que fazer para<br />
transformar seu<br />
cliente em seu<br />
principal<br />
vendedor?<br />
"N<br />
osso maior vendedor é o nosso<br />
cliente satisfeito!”<br />
Esse é um dos lemas para o sucesso<br />
em vendas. Muita gente,<br />
no entanto, sequer se preocupa<br />
com a satisfação total do cliente,<br />
apenas foca em fazer a venda, a<br />
qualquer custo.<br />
Em plena era da experiência<br />
do cliente, não podemos negligenciar nossos negócios, criando estratégias<br />
vendedoras e pouco vencedoras, que não convencem o principal<br />
meio de lucratividade da empresa: a carteira de clientes.<br />
Existem vários métodos importantes de medição da satisfação do<br />
cliente – dentre eles, um bem simples e efetivo chamado NPS – net<br />
promoter score (medição de quantos clientes são promotores de sua<br />
marca, seus produtos e/ou serviços em sua base de relacionamento).<br />
Basicamente, o NPS é definido assim: o cliente avalia de zero a dez<br />
a satisfação em relação à compra que realizou e ao atendimento que<br />
recebeu. Clientes que dão nota até quatro são chamados de “detratores”.<br />
Clientes cuja avaliação fica entre cinco e sete são denominados “neutros”.<br />
E clientes que dão nota oito ou mais são considerados “promotores”.<br />
Esquecendo os clientes neutros, faz-se o cálculo do total de clientes<br />
promotores (que ficaram satisfeitos e indicariam sua empresa)<br />
menos os detratores (que podem vir a falar mal de sua empresa ou<br />
de você por terem ficado insatisfeitos com algo) para chegar ao resultado<br />
oficial. O NPS deve ficar sempre positivo, mas quando é<br />
negativo, tomar uma atitude é crucial. Mesmo assim, poucos costumam<br />
agir depois disso.<br />
Um cliente detrator precisa ser ouvido, ter um canal de reclamação,<br />
precisa de suporte do vendedor. Só pelo simples fato de<br />
apoiar o cliente, mesmo que nem resolva o problema, o vendedor<br />
“Em plena era da experiência do<br />
cliente, não podemos negligenciar<br />
nossos negócios, criando estratégias<br />
vendedoras e pouco vencedoras, que<br />
não convencem o principal meio de<br />
lucratividade da empresa: a carteira<br />
de clientes.”<br />
52<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
normalmente reverte a insatisfação<br />
e torna o cliente seu parceiro<br />
novamente.<br />
Empresas antenadas na rede,<br />
em canais como Reclame Aqui,<br />
reagem imediatamente a críticas,<br />
pois sabem que os detratores são<br />
muito mais letais hoje em dia do<br />
que eram no passado. Ter um bom<br />
atendimento pós-venda é papel<br />
do vendedor, que vive de clientes<br />
satisfeitos. Assim, para tornar o<br />
cliente seu fã, um parceiro e uma<br />
fonte de indicação, é importante<br />
seguir estes conselhos:<br />
1. Tenha tempo para ouvir<br />
os problemas do cliente. Procure<br />
ajudá-lo incondicionalmente,<br />
nem que o assunto<br />
envolva outra área<br />
da empresa. Afinal, todo<br />
vendedor deve cuidar do<br />
que é seu: o cliente, seu<br />
bem mais valioso, que levou<br />
tempo para ser conquistado.<br />
Não o perca assim!<br />
2. Crie mecanismos de relacionamento.<br />
Coloque seu cliente<br />
num canal de comunicação<br />
mais efetivo com você e também<br />
com outras áreas da empresa.<br />
Muitas organizações criam listas<br />
no Twitter para interligar clientes<br />
com áreas de suporte técnico,<br />
financeiro, logístico e até jurídico,<br />
mas, para isso, a empresa precisa<br />
conectar todos – ou seja, tem<br />
que ser uma ação corporativa.<br />
3. Alimente seu cliente com<br />
informações úteis para que ele<br />
utilize da melhor forma aquilo<br />
que comprou. Se preciso, dedique<br />
tempo para ensiná-lo a tirar<br />
maior proveito do investimento<br />
que ele fez.<br />
4. Nunca venda algo que não<br />
pode entregar. Essa é clássica,<br />
mas, ainda assim, tem gente que<br />
não considera essa dica como um<br />
mandamento ético no mundo comercial.<br />
Fazer a venda e não atingir<br />
a expectativa do cliente é terrível.<br />
É vender uma vez só!<br />
5. Compartilhe casos de sucesso.<br />
Pode ser nas redes sociais<br />
ou nos canais de comunicação<br />
web (como e-mail ou site de sua<br />
empresa). Ter uma área de principais<br />
dúvidas no site de sua empresa<br />
ajuda o cliente.<br />
6. Reconheça rápida e enfaticamente<br />
quando houver uma<br />
falha. Assuma o erro e apresente<br />
soluções alternativas para surpreender<br />
o cliente, ainda que seja<br />
pelo seu pronto-atendimento.<br />
7. Quando errar, dê algo mais<br />
ao cliente. Se atrasou a entrega,<br />
mande um presente ou um serviço<br />
adicional. Esse “mimo” evita<br />
desgastes.<br />
8. Proporcione ao cliente promotor<br />
as vantagens e os ganhos<br />
antes de oferecê-los aos demais.<br />
Se há um lançamento de<br />
produto ou uma oferta especial,<br />
os clientes que são fiéis, fãs de<br />
sua marca, aqueles mais estratégicos,<br />
precisam ser informados<br />
antes de todo mundo.<br />
9. Crie mecanismos para premiar<br />
clientes que indicam<br />
outros clientes. Crie programas<br />
de fidelização que garantem<br />
benefícios para quem compra<br />
sempre.<br />
10. E lembre-se: o vendedor<br />
também vive de indicações. É<br />
muito mais fácil vender quando<br />
se tem o testemunho e a indicação<br />
de alguém muito satisfeito. O boca<br />
a boca é – e sempre será – essencial<br />
a qualquer modelo de<br />
empreendimento. Portanto, a última<br />
dica é: sempre que fechar<br />
negócios, peça que o cliente indique<br />
alguém (um amigo ou contato<br />
especial). É justamente quando<br />
o cliente fecha com você que<br />
ele está mais disponível e pronto<br />
para indicar outros possíveis<br />
clientes.<br />
Espero que essas dez dicas ajudem<br />
você a ser um vendedor que se<br />
dedica ao pós-venda faz do cliente<br />
o verdadeiro protagonista da venda.<br />
Sucesso em vendas e até a<br />
próxima!<br />
Marcelo Ortega é palestrante<br />
internacional e especialista<br />
em treinamento e motivação<br />
de equipes de vendas.<br />
Autor de diversos livros,<br />
DVDs e cursos on-line, incluindo<br />
o método e best-seller<br />
Sucesso em vendas<br />
Contatos:<br />
www.marceloortega.com.br<br />
(11) 2574-5806<br />
facebook.com/palestrante<br />
devendas<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 53
Top 10 / por Francine Pereira /<br />
DIVULGAÇÃO<br />
tendências da área comercial<br />
que devem marcar os<br />
próximos anos<br />
Baseando-se em SUAS experiêNCIAS e no QUE<br />
OBSERvam NO MERCADO ATUALMENTE, OS COLUNISTAS<br />
da VenDAMais APONTAM QUAIS RUMOS AS EMPRESAS<br />
e AS vENDAS DEvem TOMAR NUM FUTURO PRóxIMO<br />
54<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
ma tendêNCIA NADA MAIS é DO QUE o REFLExo DE UM<br />
comportamento emergente na sociedade. Mesmo que as tendências<br />
apontem o futuro, para entendê-las é preciso um olhar atento no<br />
presente, percebendo como determinadas condutas e atitudes começam<br />
a se desenvolver e a se destacar em alguns meios. Existem, inclusive,<br />
profissionais especialistas nesse trabalho – são os cool hunters,<br />
que pesquisam e analisam o comportamento das pessoas em busca<br />
de tendências de consumo.<br />
Nesse sentido, para identificar as principais tendências em vendas,<br />
nada melhor do que consultar grandes especialistas, que vivenciam<br />
o dia a dia do mercado e sabem quais são as práticas que estão em<br />
alta e dão indícios de como será o futuro, certo? Foi com esse objetivo<br />
que convocamos nosso time de colunistas – os cool hunters das<br />
vendas – para apontar as principais tendências na área comercial<br />
para os próximos anos. O “top 10” que eles fecharam não poderia<br />
estar mais interessante. Tem de tudo um pouco, para todos os perfis<br />
de empresas, profissionais e segmentos de vendas. Acompanhe!<br />
01 Venda da<br />
experiência<br />
José Ricardo Noronha, palestrante<br />
e consultor de vendas, aponta<br />
que com empresas e profissionais<br />
oferecendo produtos e<br />
serviços cada vez mais similares,<br />
uma das grandes tendências<br />
na área comercial será a<br />
de transformar a venda em uma experiência marcante<br />
para o cliente. “O nível de exigência aumenta<br />
dia após dia. Com os consumidores bem informados<br />
e repletos de opções à sua frente, é crucial<br />
transformar cada uma das nossas interações com<br />
eles em momentos de puro encantamento. E, para<br />
encantar, é preciso superar as expectativas, o que<br />
só é possível com profissionais extremamente capacitados”,<br />
opina.<br />
Noronha acredita que o melhor caminho para<br />
seguir essa tendência consiste na customização e<br />
na personalização de produtos e serviços. “Analise<br />
se o atendimento e o relacionamento com seus<br />
clientes são, de fato, customizados e personalizados.<br />
Se a resposta for ‘não’ ou ‘talvez’, pode ter certeza<br />
de que será muito difícil fidelizar e garantir a sustentabilidade<br />
do seu negócio no longo prazo”, frisa.<br />
02<br />
Tecnologia ao<br />
serviço do<br />
consumidor<br />
“A tecnologia vai determinar<br />
o seguinte contexto: onde,<br />
quando e como o cliente quiser.”<br />
É o que indica o especialista<br />
e palestrante de vendas<br />
Marcelo Ortega. Ele acredita que<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 55
as ferramentas tecnológicas na área comercial terão,<br />
cada vez mais, foco no aprimoramento do processo<br />
de compra. “A tecnologia vai dar poder global de<br />
compra ao consumidor. Haverá, por exemplo, uma<br />
intensificação da logística de distribuição de produtos<br />
em qualquer lugar do mundo, para que o<br />
cliente veja algo em Milão e consiga ter aquilo em<br />
São Paulo, em pouco tempo. Tudo isso é inteligência<br />
voltada ao cliente”, ressalta Ortega. Ele salienta,<br />
ainda, que quem não pensar em integrar todos os<br />
seus canais de vendas para facilitar a vida do cliente<br />
não vai prosperar. “Nasce, de fato, o conceito que<br />
intitulamos de ‘clientividade’, um neologismo para<br />
destacar o cliente como a unidade de lucro mais<br />
importante de qualquer negócio”, revela.<br />
03 Growth<br />
hacking<br />
“É fácil notar, principalmente em grandes cidades, como<br />
as pessoas estão cada vez mais trancadas em suas casas.<br />
É como se os clientes tivessem construído muros em<br />
torno de si. Os profissionais que se espelharem no tom de<br />
voz, na postura e até mesmo nos gestos de seus clientes<br />
terão mais facilidade em <strong>quebra</strong>r essas barreiras.”<br />
(Leandro Branquinho)<br />
esteja com baixa conversão de vendas. O growth<br />
hacker vai criar outras páginas com o mesmo produto,<br />
mas com pequenas alterações (no texto, no<br />
visual, no botão de comprar, etc.). A página que<br />
gerar mais conversões é a que será a página definitiva.<br />
Isto é, definitiva até encontrarem um modelo<br />
de página que converta (ainda) mais”, esclarece<br />
o especialista.<br />
> Essa tendência é um dos destaques da matéria de<br />
cobertura do RD Summit, um dos maiores eventos de<br />
marketing digital do Brasil. A reportagem começa na<br />
página 80. Não deixe de ler!<br />
Leandro Branquinho, especialista<br />
em criatividade e atendimento<br />
em vendas, reforça que o growth<br />
hacking (que aposta em técnicas<br />
de marketing voltadas ao crescimento)<br />
será um grande influenciador<br />
da área comercial<br />
nos próximos anos. “Diferentemente do que muitos<br />
pensam, um hacker não é um subversivo, bandido<br />
ou picareta. Hacker é aquele que encontra atalhos.<br />
E o hacker de crescimento (growth hacker) é o profissional<br />
que está constantemente buscando a otimização<br />
das conversões”, explica.<br />
Branquinho comenta que, agora, mais do que<br />
se preocupar com a divulgação e a exposição dos<br />
produtos, o profissional de marketing precisará ter<br />
a mentalidade do growth hacking – ou seja, focada<br />
no crescimento. “Uma das ferramentas utilizadas<br />
para hackear o crescimento é o Teste A/B. Vamos<br />
supor que, no site da sua empresa, uma página<br />
04 Encontrabilidade<br />
“Ser encontrado em lista telefônica já é coisa do<br />
passado. As pessoas procuram pelo telefone ou<br />
pelo endereço de sua empresa na internet. E, cada<br />
vez mais, as procuras estão sendo feitas no próprio<br />
celular do cliente”, aponta Branquinho. O especialista<br />
em criatividade explica que, para garantir que<br />
sua marca apareça nos resultados de busca, é preciso<br />
assegurar que o seu nome ou o nome de sua<br />
empresa esteja nas principais redes sociais. “Para<br />
descobrir onde é possível registrar sua marca, utilize<br />
o site username.com.br. Nele, é possível descobrir<br />
se o nome já foi registrado com domínios<br />
.com.br, .com, .net e em redes sociais”, revela. Ele<br />
ainda recomenda que, ao fazer o cadastro da empresa<br />
em qualquer plataforma, é preciso sempre se<br />
lembrar de deixar públicos o endereço e o telefone.<br />
56<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
05 Otimização<br />
da empatia<br />
Rapport é uma técnica usada para criar empatia com<br />
outra pessoa, muito utilizada em vendas para estabelecer<br />
uma forte conexão entre o vendedor e o<br />
cliente. Branquinho acentua que, há muitos anos,<br />
fala-se da importância de estabelecer uma sintonia<br />
com seu público. “É fácil notar, principalmente em<br />
grandes cidades, como as pessoas estão cada vez<br />
mais trancadas em suas casas. É como se os clientes<br />
tivessem construído muros em torno de si. Os profissionais<br />
que se espelharem no tom de voz, na postura<br />
e até mesmo nos gestos de seus clientes terão<br />
mais facilidade em <strong>quebra</strong>r essas barreiras”, destaca.<br />
Mas o especialista ressalta que, para conquistar<br />
o consumidor, será preciso ir além. E o caminho<br />
para isso é a otimização da empatia – ou seja, além<br />
do espelhamento, é necessário ter um conhecimento<br />
profundo sobre os seus clientes. “E isso é bem<br />
fácil de fazer. Vá até o Google, pesquise pelo nome<br />
do seu cliente ou pelo nome da empresa e veja quais<br />
notícias foram divulgadas recentemente. Faça uma<br />
pesquisa mais a fundo. Assim, antes de apresentar<br />
o seu produto ou serviço, você terá assunto para<br />
<strong>quebra</strong>r o gelo e conseguirá estabelecer um rapport<br />
ainda mais poderoso”, recomenda.<br />
João Kepler, especialista em marketing<br />
digital e vendas, a inovação<br />
deve passar a ser algo<br />
mais democrático, presente em<br />
todas as áreas e processos. “Inovação<br />
será a principal ferramenta<br />
para qualquer vendedor.<br />
Porém, muitos ainda acham que a inovação diz<br />
respeito somente à tecnologia ou ao mundo digital<br />
e, definitivamente, não é só isso. Inovar é pensar<br />
no incomum, é fazer a mesma coisa de forma diferente,<br />
é buscar novas formas de olhar o que já<br />
existe”, explica Kepler.<br />
Ele indica que a tendência é que a inovação<br />
seja incluída não só nos produtos ou nos processos<br />
internos, mas também na forma de vender e<br />
de se relacionar com os clientes. Nesse sentido,<br />
Kepler explica que é possível inovar nas opções<br />
de meios de pagamento, por exemplo, ou até<br />
mesmo no pós-venda, com um simples bilhete<br />
manuscrito agradecendo a compra. “É preciso<br />
transformar todas as ideias de sua empresa em<br />
valor real agregado na percepção dos seus clientes,<br />
colaboradores e consumidores. O resultado<br />
principal para qualquer ação que você for fazer<br />
é conseguir uma sensação de ‘uau!’ – ou seja, de<br />
percepção inovadora – nas pessoas”, aponta o<br />
especialista.<br />
06 Inovação em todos<br />
os sentidos<br />
A inovação já vem sendo apontada como tendência<br />
há tempos. Mas o que muda agora? Segundo<br />
“Inovação será a principal ferramenta para qualquer<br />
vendedor. Porém, muitos ainda acham que a<br />
inovação diz respeito somente à tecnologia ou ao<br />
mundo digital – e, definitivamente, não é só isso.<br />
Inovar é pensar no incomum, é fazer a mesma coisa<br />
de forma diferente, é buscar novas formas de olhar o<br />
que já existe.” (João Kepler)<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 57
07 Redução da equipe<br />
de vendas externas<br />
o aparecimento de inúmeras startups com essa<br />
configuração de vendas. A americana Casper, por<br />
exemplo, vende seus colchões só na web. E a chinesa<br />
Xiaomi, liderada pelo brasileiro Hugo Barra,<br />
faz o mesmo com seus celulares”, comenta.<br />
Se você possui vendedores externos<br />
e está se preguntando<br />
como as tendências para os próximos<br />
anos podem afetar seu<br />
negócio, João Alberto Costenaro,<br />
consultor e palestrante da área<br />
comercial, tem a resposta: “Vejo<br />
uma redução drástica das equipes de vendas<br />
externas, especialmente para a venda ativa no<br />
B2B”, comenta. Ele acredita que isso está acontecendo<br />
tanto pelo alto custo desse tipo de operação<br />
quanto pela indisponibilidade de tempo dos clientes<br />
para receber vendedores. Nesse sentido, ele<br />
atenta que poderá haver uma mudança de estratégia<br />
de atuação. “No meio desse caminho, haverá<br />
uma fase em que o vendedor externo fará predominantemente<br />
o trabalho de prospecção. Eles<br />
serão substituídos pela venda e pela divulgação<br />
na web e por vendedores receptivos ao telefone”,<br />
prevê Costenaro.<br />
08 Do fabricante para<br />
o consumidor<br />
09 Empreendedorismo e<br />
venda porta a porta<br />
Claudio Diogo, consultor na área<br />
de vendas e especialista em<br />
consumo, fala sobre uma tendência<br />
relacionada às mudanças<br />
e dificuldades enfrentadas pela<br />
economia brasileira atualmente.<br />
Ele avalia que, com o<br />
índice de desemprego crescente, as pessoas vão<br />
começar a empreender e a venda porta a porta vai<br />
aumentar significativamente. “Uma grande fabricante<br />
de artigos de perfumaria com venda neste<br />
molde teve um crescimento de aproximadamente<br />
15% no número de novos vendedores no terceiro<br />
trimestre de 2015 e espera um aumento desse índice<br />
para o primeiro semestre de 2016”, comenta. Ele<br />
frisa, ainda, que, como o consumo qualificado vai<br />
diminuir drasticamente, as linhas de base serão as<br />
que mais irão crescer e a venda porta a porta será<br />
o carro chefe. “Isso é oportunidade!”, garante.<br />
Outra tendência apontada por Costenaro é a de que,<br />
pelo custo crescente de intermediação comercial<br />
ou, ainda, por práticas abusivas de margem, haverá<br />
um aumento expressivo de fabricantes que venderão<br />
diretamente para o consumidor e exclusivamente<br />
na web, reduzindo o número de intermediários.<br />
“Já vemos, nas economias mais desenvolvidas,<br />
“O mercado está dando o recado de que somente<br />
os treinamentos práticos, relevantes e com muita<br />
customização darão resultado.”<br />
(Claudio Diogo)<br />
58<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
10<br />
Desenvolvimento<br />
diferenciado e<br />
autodesenvolvimento<br />
Outra tendência apontada por Diogo é que as empresas<br />
já sinalizam fortemente que irão investir<br />
em treinamentos diferenciados para equipes de<br />
vendas, pois os índices de conversão terão que<br />
sustentar a tendência de baixas na compra passiva<br />
dos clientes. “Mas um detalhe muito importante<br />
é: o mercado está dando o recado de que somente<br />
os treinamentos práticos, relevantes e com<br />
muita customização darão resultado. Temos observado,<br />
nos últimos meses, que as simulações de<br />
vendas voltaram com força total e pouquíssimos<br />
instrutores têm experiência prática na área comercial”,<br />
destaca.<br />
> Um exemplo de treinamento que se encaixa dentro<br />
dessa tendência é o programa “Corretor Nova Geração”,<br />
da SulAmérica Seguros, que vai além da capacitação<br />
tradicional e utiliza simulações reais e jogos<br />
de vendas (especificamente, o Vendópolis, do Instituto<br />
<strong>VendaMais</strong>) para treinar os filhos dos corretores.<br />
Você conhece os detalhes desse programa nas páginas<br />
94 e 95 desta edição.<br />
lhoria do desempenho dos profissionais vai deixar<br />
de existir. A nova lógica vai ser a empresa ser<br />
uma incentivadora do autodesenvolvimento dos<br />
vendedores”, indica.<br />
De qualquer forma, capacitação é – e sempre<br />
será – uma tendência. A forma como ela será trabalhada<br />
depende apenas do seus objetivos e do<br />
perfil do seu negócio.<br />
"Cada vez mais, as empresas irão cobrar que o<br />
próprio vendedor invista na sua profissionalização.<br />
A lógica da organização como grande patrocinadora<br />
da melhoria do desempenho dos profissionais vai<br />
deixar de existir. A nova lógica vai ser a empresa<br />
ser uma incentivadora do autodesenvolvimento dos<br />
vendedores.”<br />
(João Baptista Vilhena)<br />
Em contraponto com o que<br />
aponta Claudio Diogo, João<br />
Baptista Vilhena, especialista em<br />
marketing e vendas, acredita<br />
que uma das tendências da<br />
área de vendas para os próximos<br />
anos é que haverá uma<br />
redução do investimento das empresas em treinamento<br />
comercial. “Isso porque, cada vez mais,<br />
as empresas irão cobrar que o próprio vendedor<br />
invista na sua profissionalização. A lógica da<br />
organização como grande patrocinadora da me-<br />
Você concorda com a visão dos nossos colunistas?<br />
Gostaria de dar sua opinião sobre alguma tendência<br />
ou mesmo apontar algum conceito ou técnica que<br />
acredita que estará em alta na área comercial nos<br />
próximos anos? Então, envie um e-mail para o<br />
leitor@vendamais.com.br ou deixe um comentário<br />
em nossa página no Facebook (facebook.com/<br />
<strong>VendaMais</strong>). Sua opinião é muito importante para nós!<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 59
Mapa da Mina<br />
João Alberto Costenaro<br />
Como multiplicar seu<br />
melhor talento em vendas<br />
Q<br />
uando o assunto é produtividade das equipes de vendas,<br />
o que se verifica é que o Princípio de Pareto costuma fazer sentido.<br />
Explico. Esse princípio diz que 80% das consequências vêm<br />
de 20% das causas. Em vendas, seria algo como se 80% das vendas<br />
viessem do trabalho de 20% dos vendedores – aqueles que são os<br />
melhores da equipe. E é isso que costuma acontecer! Mas que<br />
sonho seria ter na equipe apenas vendedores como esses 20%<br />
melhores, não é mesmo?<br />
Muitos gestores se perguntam como fazer para ensinar a todos<br />
os profissionais de uma equipe aquilo que os melhores fazem. As<br />
dificuldades são muitas, mas todas passíveis de serem contornadas.<br />
Talvez a dificuldade mais presente seja o fato de os melhores não saberem o que,<br />
exatamente, os diferencia dos medianos. Geralmente, eles imaginam que se trata de<br />
volume de contatos, de “talento natural”, ou, ainda, de alguma superioridade em termos<br />
de inteligência. Embora esses<br />
componentes devam ser considerados,<br />
quase sempre não são a<br />
chave do sucesso.<br />
Observe que quando perguntados<br />
sobre fórmula do sucesso,<br />
os empresários bem-sucedidos<br />
costumam dizer que a receita é<br />
“muito trabalho”. É claro que eles<br />
trabalham muito, mas, com certeza,<br />
esse não é o único diferencial<br />
– e quase sempre não é o que, de<br />
fato, determina o sucesso.<br />
Portanto, não basta perguntar<br />
aos melhores o que eles fazem<br />
de diferente para multiplicar a<br />
fórmula dentro da equipe. É preciso<br />
que um terceiro, que chamaremos<br />
de "modelador", acompanhe<br />
o trabalho do superven-<br />
60<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
dedor por vários dias, até que<br />
entenda de fato a rotina do profissional<br />
e possa perceber as<br />
ações que o diferenciam.<br />
Esse modelador anotará as<br />
atividades e o formato dos diálogos<br />
de vendas, separando ações<br />
em cada fase do processo da venda.<br />
Além disso, observará os detalhes<br />
o mais amplamente possível<br />
e terá que ser muito cuidadoso<br />
ao selecionar o que é relevante<br />
e o que não é. Boa parte das<br />
vezes, encontrará o uso de processos<br />
que envolvem as matérias<br />
já disponíveis em bons treinamentos<br />
de vendas, o que simplificará<br />
a modelagem. Recomendo,<br />
ainda, que as ações que se referem<br />
às atividades de vendas sejam<br />
separadas das técnicas de vendas.<br />
Técnicas x Atividades de vendas<br />
As atividades de vendas dizem<br />
respeito ao processo de trabalho<br />
– isto é, às diversas tarefas que<br />
envolvem a venda, que podem ser<br />
coisas como: preparo anterior ao<br />
contato, programação, levantamento<br />
de dados dos clientes, tipos<br />
de contato (prospecção, apresentação,<br />
proposta, continuidade,<br />
fechamento, pós-venda, etc.), administração<br />
do pedido, retorno,<br />
relatórios estatísticas, etc.<br />
As técnicas de vendas se referem,<br />
principalmente, à condução<br />
dos diálogos de venda: como<br />
fazer a abordagem inicial ao cliente,<br />
quais informações são relevantes<br />
de se obter, que tipos de<br />
perguntas fazer, como reverter<br />
uma objeção, como explicitar necessidades,<br />
como apresentar o<br />
produto ou serviço e, ainda, como<br />
chegar ao fechamento.<br />
Depois de feita a modelagem e<br />
sua depuração, basta preparar o<br />
treinamento que será oferecido aos<br />
vendedores medianos. O ideal é<br />
que o gestor dos vendedores aplique<br />
o treinamento e acompanhe<br />
a utilização em campo do que foi<br />
ensinado. Sem esse acompanhamento,<br />
será um trabalho em vão.<br />
O que acabei de sugerir, quase<br />
todas as empresas podem fazer.<br />
Basta a boa vontade do gestor.<br />
Entretanto, o trabalho de<br />
modelagem dos melhores vendedores<br />
pode ser feito de forma<br />
mais profissional – o que seria<br />
recomendável para as empresas<br />
que têm grupos maiores de vendedores<br />
e que justificaria um<br />
investimento mais significativo.<br />
Aqui, falo da modelagem no formato<br />
ensinado pela programação<br />
neurolinguística (PNL) e que um<br />
bom profissional da área poderá<br />
executar.<br />
A PNL e a multiplicação dos seus<br />
melhores vendedores<br />
Precursor da linguística, Aristóteles<br />
separava “o que é da voz”<br />
de “o que é da alma”. A PNL,<br />
usando recursos da linguística<br />
– especialmente a gramática<br />
transformacional de Noam<br />
Chomsky –, faz a observação do<br />
comportamento verbal das pessoas.<br />
Observa que os comportamentos,<br />
as expressões e as reações,<br />
que são facilmente observados,<br />
são as “estruturas de superfície”,<br />
que são representações<br />
de “estruturas mais profundas”.<br />
Portanto, se ficarmos só nas representações<br />
de superfície, não<br />
estaremos sendo completos o suficiente<br />
para subtrair dos talentosos<br />
o que se pode ensinar aos<br />
menos privilegiados.<br />
Em outro nível, podemos obter<br />
bons resultados de multiplicação<br />
ao divulgar, em tempo real,<br />
ações e comportamentos recomendados<br />
em vendas. Podemos<br />
despertar reações muito positivas<br />
e criar um sentido de equipe que<br />
estamos lentamente perdendo.<br />
Nesse sentido, são muitos os<br />
detalhes passíveis de serem divulgados<br />
por algumas ferramentas<br />
atuais disponíveis, principalmente<br />
por recursos tais quais:<br />
COMUNICAÇÃO:<br />
E-mail -<br />
Skype - SMS -<br />
WhatsApp<br />
BLOGS:<br />
WordPress -<br />
Blogger<br />
MICROBLOG:<br />
Twitter<br />
Recursos de<br />
multiplicação<br />
Se um grupo de telemarketing<br />
pode tocar um sino a cada negócio<br />
fechado, por exemplo, o vendedor<br />
externo pode fazer um comunicado<br />
no grupo de colegas<br />
do WhatsApp, criado só para<br />
isso, energizando todos da equipe.<br />
Ou os próprios vendedores de<br />
melhor desempenho podem fazer<br />
vídeos explicando aos colegas<br />
como fazer alguma atividade. E<br />
assim por diante. São infinitas as<br />
possiblidades oferecidas por esses<br />
recursos. Recomendo sempre que<br />
seja uma comunicação ética e<br />
supervisionada.<br />
De fato, as informações valiosas<br />
sobre como vender mais,<br />
que estão retidas em parte do<br />
grupo de trabalho, podem ser<br />
aproveitadas por todos aqueles<br />
que querem melhorar seu desempenho<br />
e ainda criar uma corrente<br />
de valorização individual, que<br />
enriquece o prazer de trabalhar<br />
na empresa. Vamos multiplicar!<br />
COMPARTILHAMENTO:<br />
YouTube - Vimeo -<br />
Slideshare -<br />
Podcasting<br />
REDES SOCIAIS:<br />
Facebook -<br />
LinkedIn<br />
João Alberto Costenaro é<br />
consultor, palestrante e<br />
instrutor nas áreas de vendas,<br />
liderança e coaching.<br />
É trainer licenciado pela<br />
Corporate Coach U International.<br />
Visite o site:<br />
www.seleta.com.br<br />
E-mail:<br />
seleta@seleta.com.br<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 61
Livro do mês / Por Natasha Schiebel /<br />
DIVULGAÇÃO<br />
Em<br />
2016,<br />
reinvente<br />
sua<br />
empresa!<br />
Muita gente COSTUMA<br />
aproveitar o início de um novo<br />
ano para repensar. Repensar<br />
os hábitos da vida pessoal,<br />
as estratégias da vida<br />
profissional, as metas, os<br />
relacionamentos e assim por<br />
diante. Se você é uma dessas<br />
pessoas, a sugestão de leitura<br />
da primeira edição de 2016<br />
da <strong>VendaMais</strong> vai agradá-lo.<br />
Em Reinvente sua empresa (ed. Sextante), Jason<br />
Fried e David Heinemeier Hansson, empreendedores<br />
norte-americanos que conquistam excelentes<br />
resultados com sua empresa (a Basecamp, antiga<br />
37signals) “remando contra a maré”, propõem reflexões<br />
interessantes sobre questões comuns ao dia<br />
62<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
a dia de qualquer organização – como progresso,<br />
produtividade, concorrência, evolução, promoção,<br />
contratação e cultura –, questionam conceitos enraizados<br />
e nos fazem pensar e repensar a forma como<br />
conduzimos nossa vida profissional.<br />
A visão dos autores sobre cada um dos aspectos<br />
abordados no livro não é, obviamente, verdade absoluta,<br />
e você não precisa pensar como eles para alcançar<br />
o SEU sucesso. Porém, refletir sobre o que dizem<br />
Fried e Hansson pode ajudar no SEU desenvolvimento<br />
– pessoal e profissional. Sabendo disso, destacamos<br />
dez lições/reflexões interessantes apresentadas na<br />
obra. O objetivo é fazer você pensar sobre elas e, claro,<br />
querer ler o livro. Acompanhe!<br />
APRENDER COM OS ERROS é SUPERVALORIzADO<br />
Jason Fried e David Heinemeier Hansson usam um<br />
estudo da Harvard Business School para ir contra o<br />
argumento de que os erros que cometemos hoje podem<br />
nos ser úteis no futuro. Eles destacam que, segundo<br />
a pesquisa, os empreendedores bem-sucedidos apresentam<br />
chances bem maiores de acertar novamente.<br />
Segundo o relatório da universidade norte-americana,<br />
o índice de sucesso das futuras empresas é de 34%<br />
entre quem já prosperou e de 23% entre as que já tiveram<br />
resultados ruins. Com base nesses dados, eles<br />
afirmam: “A experiência que realmente importa é a<br />
do sucesso.” E acrescentam: “Quando algo gera um<br />
bom resultado, sabemos o que deu certo e podemos<br />
repeti-lo. E, da próxima vez, provavelmente faremos<br />
ainda melhor.”<br />
FALTA DE TEMPO não é DESCULPA<br />
Que atire a primeira pedra quem nunca deixou um<br />
projeto que parecia bacana para trás porque, quando<br />
ele surgiu como oportunidade, “faltava tempo”.<br />
Pois para Fried e Hansson sempre há tempo, desde<br />
que ele seja bem empregado. “Em vez de assistir à<br />
TV ou jogar videogame, desenvolva sua ideia. Em<br />
vez de se deitar às 22h, vá dormir às 23h. Não estamos<br />
falando de passar a noite em claro ou de trabalhar<br />
16 horas por dia, mas de separar algumas horinhas<br />
por semana. É tempo suficiente para produzir algo”,<br />
afirmam.<br />
O problema, segundo os empreendedores, é que a<br />
maioria das pessoas não deseja algo tanto assim, então<br />
protege o ego dando a desculpa da falta de tempo.<br />
“Não fique se enganando com desculpas. A responsabilidade<br />
de transformar seus sonhos em realidade<br />
é inteiramente sua”, lembram.<br />
Jason FRIEd<br />
“Não fique se<br />
enganando com<br />
desculpas. A<br />
responsabilidade<br />
de transformar<br />
seus sonhos<br />
em realidade<br />
é inteiramente<br />
sua.”<br />
Além disso, os dois ainda destacam que o momento<br />
perfeito nunca chega. “Você sempre vai se considerar<br />
jovem demais, velho demais, ocupado demais,<br />
pobre demais ou alguma outra coisa para ir à luta. Se<br />
viver ansioso para encontrar o timing perfeito para<br />
concretizar uma iniciativa, ela nunca sairá do papel”,<br />
concluem.<br />
VENDA SEUS SUBPRODUTOS<br />
A 37signals obteve um lucro de mais de US$ 1<br />
milhão com um livro que nasceu a partir da experiência<br />
adquirida construindo uma empresa e<br />
desenvolvendo softwares.<br />
A banda Wilco filmou a criação de um disco e,<br />
com base na gravação, lançou um documentário<br />
que lhe rendeu não apenas dinheiro, mas a oportunidade<br />
de alcançar um público mais amplo.<br />
A Kingsford, maior fábrica de carvão dos Estados<br />
Unidos, nasceu quando Henry Ford descobriu um<br />
processo para transformar em carvão as lascas de<br />
madeira que restavam da produção do modelo T.<br />
O que essas três histórias têm em comum? O fato<br />
de que pessoas observadoras e criativas identificaram<br />
novas oportunidades em negócios que já existiam – e<br />
faturaram com isso! E Fried e Hansson sugerem que<br />
essa fórmula pode ser replicada em muitas outras<br />
empresas. Para isso, basta um olhar atento... “As empresas<br />
de software não costumam pensar em escrever<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 63
Fried e Hansson concluem o raciocínio falando<br />
sobre o poder que uma meta alcançada exerce sobre<br />
o desempenho no todo. “Os objetivos alcançáveis são<br />
os melhores, pois se tornam realidade e viram um<br />
trampolim para outros. Podemos dizer: ‘Conseguimos!<br />
Resolvido!’, e passar para o próximo. Isso nos proporciona<br />
muito mais satisfação do que uma meta superdimensionada<br />
e ilusória que nunca chegamos perto<br />
de alcançar”, afirmam.<br />
Faça MENOS DO QUE SEUS CONCORRENTES<br />
livros. As bandas de rock não costumam pensar em<br />
filmar o processo de gravação. Os fabricantes de<br />
carro não costumam pensar em vender carvão. Provavelmente,<br />
há algo em que você ainda não pensou<br />
e que também pode ser vendido”, provocam.<br />
TOME DECISões MINÚSCULAS<br />
Se você concorda que riscar um item de uma lista de<br />
atividades é sempre bom, vai gostar desta sugestão<br />
dos autores de Reinvente sua empresa. Jason Fried e<br />
David Heinemeier Hansson afirmam que decisões<br />
minúsculas podem fazer mais diferença do que grandes<br />
decisões – que, como eles ressaltam, são difíceis<br />
de tomar e, depois de tomadas, tornam-se difíceis de<br />
mudar. Afinal, geralmente, depois de tomarmos uma<br />
grande decisão, a tendência é continuarmos acreditando<br />
que aquela era a melhor opção – mesmo que<br />
não seja o caso.<br />
Assim, eles recomendam a tomada de decisões<br />
de dimensões tão reduzidas que, na prática, sejam<br />
temporárias. “Dessa forma, não haverá grandes prejuízos<br />
se algo der errado ou se você resolver mudar<br />
de ideia”, avaliam.<br />
Na sequência, os dois explicam que isso não significa<br />
que você deva deixar de realizar grandes planos<br />
ou de ter grandes ideias; significa apenas acreditar<br />
que a melhor maneira de alcançar grandes resultados<br />
é tomar uma decisão pequena por vez.<br />
David HeinEMEIER HanSSOn<br />
Os fundadores da Basecamp acreditam que a sabedoria<br />
popular que diz que para vencer os concorrentes<br />
é preciso fazer mais do que eles representa uma<br />
armadilha. “Entramos em uma corrida armamentista<br />
e acabamos enredados em uma batalha sem fim,<br />
que consome quantidades absurdas de dinheiro,<br />
tempo e energia. Além disso, nos obriga a viver sempre<br />
na defensiva, olhando para trás em vez de olhar<br />
para frente. Pois saiba que empresas na defensiva não<br />
lideram; somente seguem”, afirmam.<br />
Assim, a recomendação dos dois é simples: se<br />
você quer ganhar dos seus concorrentes, faça menos<br />
do que eles! “Resolva os problemas simples e deixe<br />
os difíceis, feios e cabeludos para os outros. Em vez<br />
de expandir, experimente minimizar. Em vez de se<br />
sobrepor, experimente se subpor”, orientam.<br />
O exemplo utilizado pelos autores para exemplificar<br />
essa sugestão vem do universo das bicicletas.<br />
Os dois lembram que durante anos, os principais<br />
fabricantes se concentraram em oferecer equipamentos<br />
com tecnologia de ponta: mountain bikes com<br />
suspensão e freios a disco superfortes ou bicicletas<br />
urbanas ultraleves de titânio com fibra de carbono.<br />
E partia-se do pressuposto de que as bicicletas deviam<br />
ter múltiplas marchas. Porém, recentemente, a popularidade<br />
das bikes minimalistas – que andam na<br />
contramão dessas novidades tecnológicas – estourou.<br />
“Elas têm só uma marcha e alguns modelos sequer<br />
têm freios. As vantagens: são mais simples, leves,<br />
baratas e não exigem tanta manutenção”, sinalizam.<br />
Que tal?<br />
Não CONFUNDA ENTUSIASMO COM PRIORIDADE<br />
Muitas vezes, animados com uma ideia nova e “revolucionária”,<br />
deixamos de lado o que é importante.<br />
Segundo Fried e Hansson, essa é uma péssima decisão.<br />
“O entusiasmo que temos por uma nova ideia não é<br />
um indicador preciso do seu valor. Aquilo que agora<br />
parece um sucesso infalível, na manhã seguinte,<br />
64<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
muitas vezes, se transforma em algo ‘legal’. E algo<br />
apenas ‘legal’ não justifica deixar todo o resto de<br />
lado”, argumentam.<br />
O conselho de ambos nesses casos é simples:<br />
“Deixe suas novas ideias geniais esfriarem um pouco.<br />
É claro que é importante ser criativo e ter tantas<br />
ideias quanto puder, entusiasmando-se com cada<br />
uma delas. Mas não saia agindo no calor do momento.<br />
Passe todas para o papel e deixe-as descansar por<br />
alguns dias. Depois, com a cabeça tranquila, avalie<br />
sua verdadeira utilidade e o que é prioritário nas<br />
atuais circunstância.”<br />
APOSTE NAS AMOSTRAS GRátis<br />
Você acredita no produto/serviço que vende? Então,<br />
faça como os traficantes de drogas* e ofereça amostras<br />
aos seus possíveis clientes. Eles voltarão com dinheiro<br />
na mão na próxima vez. É o que afirmam os autores<br />
de Reinvente sua empresa, que acrescentam que<br />
apesar de padarias, restaurantes e sorveterias fazerem<br />
isso com êxito há anos, muitos outros segmentos<br />
poderiam tirar proveito do modelo dos traficantes<br />
de drogas se tivessem a preocupação de desenvolver<br />
um “petisco” a partir de seus produtos finais. Você<br />
já pensou nisso?<br />
*A <strong>VendaMais</strong> é contra o tráfico de drogas, assim<br />
como os autores de Reinvente sua empresa. A intenção<br />
dos autores ao utilizar esse exemplo é apenas reforçar<br />
que a utilização de amostras grátis é uma alternativa<br />
que pode render ótimos resultados.<br />
CONTRATE GERENTES DE SI MESMOS<br />
Segundo Fried e Hansson, “os gerentes de si mesmos<br />
criam as próprias metas e as cumprem. Não precisam<br />
de alguém que os monitore diariamente. Fazem o que<br />
um gerente faria – estabelecer o ritmo, programar<br />
tarefas, definir prioridades, etc. –, mas tomam essas<br />
iniciativas por conta própria e para si mesmos”. Ou<br />
seja, eles sugerem que, com profissionais autogerenciáveis<br />
na equipe, os processos ficariam mais eficientes<br />
e os líderes passariam a ter mais tempo para<br />
desempenhar papéis estratégicos.<br />
É isso que você quer? Então, ao buscar novos<br />
membros para a sua equipe, preocupe-se em observar<br />
o histórico dos candidatos para descobrir se eles já<br />
ditaram o ritmo do próprio trabalho em outros empregos,<br />
se administraram um negócio próprio ou<br />
lançaram algum tipo de projeto, se têm capacidade<br />
não apenas de executar as funções, mas de construir<br />
“Não é possível<br />
fabricar uma<br />
coisa só. Tudo<br />
tem algum<br />
subproduto.<br />
Empresários<br />
observadores<br />
e criativos<br />
identificam<br />
esses<br />
subprodutos<br />
e enxergam<br />
oportunidades<br />
neles.”<br />
algo desde o início e fazê-lo acontecer. Os autores do<br />
livro do mês afirmam que a presença desses profissionais<br />
em uma equipe contribui para que o resto do<br />
time também trabalhe melhor e permite que você<br />
gerencie menos.<br />
MANDE TODOS PARA a LINHA DE FRENTE<br />
Qual é a melhor forma de conhecer os pontos fortes<br />
e fracos do que você vende? Ouvir os clientes, claro.<br />
Mas não basta que apenas um ou outro profissional<br />
da equipe esteja na “linha de frente”, escutando<br />
as reclamações, registrando os elogios e repassando<br />
o que considera mais importante adiante.<br />
“Todos os funcionários devem ter contato com<br />
os clientes – talvez não todo dia, mas pelo menos<br />
algumas vezes ao longo do ano. Só assim sentirão<br />
na pele como é a experiência dos consumidores.<br />
Sentir na pele é o que realmente impulsiona as<br />
pessoas a consertarem um problema”, analisam os<br />
fundadores da Basecamp.<br />
Além disso, de acordo com Fried e Hansson, o<br />
outro lado da moeda também é interessante: a alegria<br />
dos clientes satisfeitos ou daqueles que tiveram<br />
um problema resolvido pode ser uma motivação<br />
incrível. Portanto, mande todos para a linha de<br />
frente. E use as informações coletadas no front para<br />
evoluir. Seus clientes agradecem – e seus resultados,<br />
também!<br />
A URGêNCIA é UM VENENO<br />
Fried e Hansson encerram Reinvente sua empresa<br />
recomendando que o uso da linguagem emergencial<br />
seja usado somente para emergências reais, que,<br />
segundo eles, são aquelas que podem gerar consequências<br />
diretas e mensuráveis (como perda de dinheiro<br />
imediata ou perda de emprego). “Para todo o<br />
resto, relaxe”, aconselham. “A urgência gera inflação.<br />
Desvaloriza todo pedido que não seja urgente. Quando<br />
você se der conta, a única forma de conseguir que<br />
uma tarefa seja feita, será rotulando-a de urgente”,<br />
afirmam. Não é o que você quer, é?<br />
E aí, vai reinventar sua empresa?<br />
Livro: Reinvente sua empresa<br />
Autores: Jason Fried & David Heinemeier Hansson<br />
Editora: Sextante<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 65
Criatividade em vendas<br />
Leandro BranQUInho<br />
No ANO PASSADO, EU COMPREI<br />
um jogo de videogame cuja missão<br />
principal é eliminar um ditador<br />
em uma terra chamada Kirat. O<br />
jogo é moderno e tem um visual<br />
muito bonito. O problema é que<br />
fiquei vários dias fora de casa logo<br />
depois de ter recebido o game. Foram<br />
quase duas semanas de palestras,<br />
cada dia em uma cidade diferente.<br />
Foi então que, após um “tempão”<br />
sem jogar, recebi um e-mail...<br />
“Branquinho, Kirat precisa de<br />
você! Os postos avançados não vão<br />
se desbloquear sozinhos. Precisa<br />
de ajuda? Veja estas dicas e truques<br />
de outros fãs ou visite este fórum<br />
para discutir táticas e trocar ideias.”<br />
5 ideias criativas<br />
para vender mais<br />
em 2016<br />
Uau, o videogame me enviou<br />
um e-mail! O videogame está fazendo<br />
pós-venda.<br />
Isso me fez pensar: o que nós,<br />
seres humanos, podemos fazer para<br />
não sermos substituídos por<br />
máquinas? Temos que utilizar a<br />
nossa criatividade, claro, mas precisamos<br />
ser consistentes. Para desenvolver<br />
a criatividade, precisamos<br />
nos alimentar de experiências<br />
diferentes. Devemos experimentar<br />
aquilo com que não estamos acostumados.<br />
Pensando nisso, apresento<br />
a seguir cinco ideias criativas<br />
para você aplicar durante este ano.<br />
1<br />
Faça UM<br />
CRONOGRAMA DE<br />
CONTATO COM SEUS<br />
CLIENTES<br />
Com o objetivo de estreitar o relacionamento<br />
com seus clientes, crie<br />
um cronograma de contato com<br />
eles e defina uma programação que<br />
contenha diferentes ações. Por<br />
exemplo: em um dia, você envia<br />
uma notícia relacionada ao segmento<br />
do cliente; em outro, as novidades<br />
da sua empresa; no próximo,<br />
um elogio sobre algo em que<br />
66<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
você sabe que ele é realmente bom<br />
(seja sempre sincero!) e assim por<br />
diante. Além de variar o conteúdo<br />
trabalhado, varie também o meio.<br />
Dá para usar e-mail, WhatsApp,<br />
telefone, redes sociais, etc. Coloque<br />
em sua agenda, em seu CRM ou<br />
crie lembretes no celular e siga à<br />
risca esse cronograma.<br />
2<br />
SEJA ENCONTRADO<br />
PELOS SEUS CLIENTES<br />
Você já ouviu a frase: “Se<br />
você não é encontrado,<br />
você não existe”? Pois é, se as pessoas<br />
colocam o seu nome (ou o nome<br />
de sua empresa) no Google e<br />
você não aparece entre os primeiros<br />
resultados, você está perdendo<br />
clientes para a concorrência.<br />
Na internet, é possível utilizar<br />
ferramentas gratuitas e pagas para<br />
facilitar que sua empresa seja encontrada.<br />
Se o seu negócio tem atuação<br />
local, cadastre-se no Google<br />
Meu Negócio e no Bing Places. Ao<br />
fazer seu cadastro, essas ferramentas<br />
de busca colocarão sua empresa<br />
nos primeiros resultados de pesquisas<br />
feitas perto de seu endereço.<br />
Uma outra forma de ser encontrado<br />
é utilizando a ferramenta Power<br />
Editor, do Facebook. Ela permite<br />
que você faça uma segmentação<br />
muito específica de suas propagandas<br />
– e você pode utilizar a lista de<br />
e-mails de seus clientes potenciais<br />
e/ou de seus clientes atuais para<br />
isso, pois o Facebook fará o cruzamento<br />
dos dados. Assim, seus anúncios<br />
poderão ser vistos somente<br />
pelo grupo distinto que você definir.<br />
3<br />
CRIE UM CARTão DE<br />
“INFIDELIDADE”<br />
No final de 2015, quatro<br />
cafeterias de Brasília (DF)<br />
se uniram e criaram um “cartão<br />
de infidelidade”. A cada expresso<br />
comprado em qualquer uma delas,<br />
o cliente ganhava um selo. Ao completar<br />
a cartela com os selos das<br />
quatro cafeterias, ele poderia beber<br />
um quinto café sem pagar nada – e<br />
na cafeteria de sua preferência!<br />
Todos os concorrentes costumam<br />
ter resultados positivos com<br />
esse tipo de ação, pois ela ajuda a<br />
fazer com que os clientes queiram<br />
conhecer todos os participantes.<br />
Funciona como um jogo de ganha-<br />
-ganha. Mas a ideia não precisa ser<br />
utilizada apenas por concorrentes<br />
diretos. É possível fazer parcerias<br />
semelhantes com empresas complementares,<br />
como:<br />
Loja de ferramentas com loja<br />
de tintas e/ou com loja de material<br />
de construção.<br />
Loja de perfumes com loja de<br />
joias e/ou com loja de chocolates<br />
finos.<br />
Loja de roupas com loja de lingeries<br />
e/ou com loja de roupas para<br />
crianças.<br />
4<br />
MOSTRE PRODUTOS<br />
COMPLEMENTARES<br />
de FORMAS<br />
INESPERADAS<br />
Se você já comprou um livro pela<br />
internet, aposto que recebeu um<br />
e-mail com sugestões de outros<br />
livros que, sim, você adoraria comprar.<br />
Isso é algo que o sistema do<br />
e-commerce faz praticamente de<br />
forma automática, mas um representante<br />
comercial ou um vendedor<br />
de loja precisa ter perspicácia<br />
para fazer algo parecido. Por<br />
exemplo:<br />
a) Um representante comercial<br />
visitou um cliente que comprou<br />
um determinado produto. Quando<br />
estiver próximo de voltar a atender<br />
aquele cliente, você pode mandar<br />
uma amostra ou uma foto de um<br />
produto que seja complementar ao<br />
que o cliente já comprou.<br />
b) Uma cliente comprou um sapato<br />
em uma loja. Na semana<br />
seguinte à compra, a vendedora<br />
pode enviar uma foto de uma<br />
bolsa que combine com aquele<br />
sapato.<br />
C) Um cliente levou seu cachorrinho<br />
para tomar banho no pet<br />
shop. Na semana seguinte, o estabelecimento<br />
pode mandar um<br />
e-mail para o cliente com fotos de<br />
brinquedos para o animalzinho.<br />
5<br />
DIVULGUE SUAS<br />
CONQUISTAS COM<br />
FREQUêNCIA<br />
Uma frase que as pessoas<br />
adoram compartilhar nas redes<br />
sociais é esta: "Trabalhe duro e em<br />
silêncio. Deixe que o sucesso fale<br />
por você." Pura bobagem!<br />
Quanto mais pessoas souberem<br />
de suas conquistas, mais oportunidades<br />
você conseguirá. É inerente<br />
ao ser humano procurar segurança.<br />
Se você mostra com frequência<br />
depoimentos de clientes<br />
satisfeitos, fotos de prêmios que<br />
você recebeu e resultados positivos<br />
que alcançou, você atrairá mais<br />
clientes interessados em ter as mesmas<br />
experiências. Claro que irá<br />
atrair inveja também, mas e daí?<br />
Cabeça erguida, coração tranquilo<br />
e dinheiro no bolso – é isso que<br />
importa. Só tome cuidado para que<br />
suas postagens nas redes sociais<br />
e os e-mails que você manda para<br />
os seus clientes não sejam só de<br />
autopromoção.<br />
Uma vez um amigo me disse:<br />
"Não tenha medo da concorrência.<br />
Tenha medo de não fazer a diferença."<br />
O videogame lá de casa já<br />
aprendeu essa lição. O e-mail mais<br />
recente que eu recebi foi de uma<br />
expansão do jogo que comprei.<br />
Nesse pacote, eles me ofereceram<br />
novas fases e novos desafios em<br />
Kirat. Difícil resistir, né?<br />
“Para<br />
desenvolver a<br />
criatividade,<br />
precisamos nos<br />
alimentar de<br />
experiências<br />
diferentes.<br />
Devemos<br />
experimentar<br />
aquilo com que<br />
não estamos<br />
acostumados.”<br />
Leandro Branquinho é palestrante<br />
de vendas e liderança<br />
de vendas, tem a<br />
tatuagem “Eu Amo Vender”<br />
no braço e é podcaster no<br />
www.radiovendas.com.br<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 67
Venda mais com <strong>VendaMais</strong> / Da Redação /<br />
Anna lAUra Neumann<br />
InteligêNCIA<br />
COLETIVA<br />
na bUSCA PELA<br />
EXCELêNCIA<br />
Duas cabeças pensam melhor que uma, certo? Então que tal reunir todas as mentes de seu time para<br />
encontrar soluções inovadoras e eficientes em busca da evolução constante? Foi isso que a Sulati fez!<br />
Entenda essa história e saiba como desenvolver conhecimento coletivo em sua empresa ajudará você a<br />
ter colaboradores mais comprometidos e clientes mais fiéis<br />
ocê já PAROU PARA PENSAR EM como nasce uma<br />
ideia? Se avaliar suas visões e concepções, vai ver<br />
que, apesar de muita coisa acontecer dentro da<br />
sua cabeça, os seus pensamentos dependem também<br />
de tudo que você faz, vê, lê e assim por diante.<br />
Por exemplo: uma ideia pode surgir a partir de<br />
uma observação da vida cotidiana, de um filme a<br />
que você assistiu, de um livro que leu, etc. Além<br />
disso, a troca de informações entre você e outras<br />
pessoas também contribui muito para sua inspiração<br />
aparecer. É a chamada “inteligência coletiva”,<br />
um conhecimento construído de forma colaborativa<br />
entre os indivíduos.<br />
Você pode até achar que esse é um conceito<br />
muito distante da sua realidade. Mas a Sulati, empresa<br />
de representação institucional de Arroio do<br />
Meio (RS), prova que é possível, sim, promover a<br />
inteligência coletiva no dia a dia de um ambiente<br />
corporativo. E de forma simples!<br />
Há dois anos, eles criaram o Grupo de Estudos<br />
Sulati, com o objetivo de evoluir<br />
no que diz respeito à gestão da<br />
empresa e, ao mesmo tempo, desenvolver<br />
os colaboradores por<br />
meio da troca de conhecimento.<br />
Conheça melhor essa história e<br />
inspire-se para trabalhar a inteligência<br />
colaborativa em sua empresa<br />
também!<br />
A exCELêNCIA COMO META<br />
A Sulati atua há 36 anos como<br />
representante institucional, oferecendo<br />
serviços de gestão administrativa,<br />
representação comercial e<br />
operação logística (armazenagem<br />
e entregas) de produtos refrigerados,<br />
congelados e linha seca. Liselena<br />
Maria Bersch Neumann, só-<br />
68<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
cia-proprietária da empresa, explica que o objetivo<br />
da companhia é ser referência na prestação de serviços,<br />
aproximando-se dos clientes e criando alternativas<br />
que agreguem valor para se destacar no<br />
mercado do Rio Grande do Sul.<br />
Para alcançar e manter essa meta, a Sulati optou<br />
pelo caminho do conhecimento e, desde 2010, assina<br />
a <strong>VendaMais</strong> para facilitar essa trajetória.<br />
“Nosso trabalho compreende a parte técnica, como<br />
o repasse de tabelas, descontos, flexibilizações,<br />
visitas, campanhas, entre outros, assim como o<br />
treinamento realizado junto aos representantes<br />
comerciais para negociação, pós-venda, marketing,<br />
merchandising, atendimento e comunicação. Por<br />
esse motivo, a Sulati sentiu a necessidade de assinar<br />
a <strong>VendaMais</strong>, por ser uma revista focada em vendas.<br />
As publicações são atuais, bem estruturadas,<br />
fundamentadas com bibliografias, trazem entrevistas<br />
internacionais, assuntos aplicáveis e conteúdos<br />
pesquisados com quem vive o dia a dia da<br />
venda, e tudo isso é muito rico<br />
para nós”, analisa Liselena.<br />
A gestora da Sulati afirma,<br />
ainda, que outro motivo que fez<br />
com que a empresa assinasse a<br />
revista foi o fato de a linguagem<br />
da publicação ser muito próxima<br />
da realidade comercial. “Percebe-<br />
-se claramente que a publicação<br />
é conduzida por um vendedor,<br />
que tem base de vendas e convive<br />
com a classe”, indica.<br />
Um ESPAço PARA REFLETIR,<br />
APRENDER e PROMOVER a<br />
MUDANça<br />
Também com o intuito de buscar<br />
melhorar cada vez mais, a empresa<br />
criou, em 2014, o Grupo de Estudos<br />
Sulati, que visa engajar os<br />
colaboradores e fazê-los se sentirem<br />
parte da empresa, atuantes e<br />
envolvidos, criando um ambiente<br />
real de participação, de análise<br />
sobre os processos e de busca pela<br />
inovação.<br />
Liselena explica que as atividades<br />
do grupo são desenvolvidas<br />
a partir de livros, revistas, artigos,<br />
filmes ou palestras, e os integrantes<br />
se preparam previamente para<br />
a discussão, que ocorre em datas<br />
pré-agendadas. “Os temas são escolhidos<br />
a partir de um diagnóstico<br />
acerca da situação vivida pela<br />
Sulati e por todos os seus colaboradores.<br />
Assim, surgem as necessidades<br />
de abordarmos determinados<br />
conteúdos, que, depois de serem<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 69
Liselena Maria Bersch Neumann<br />
estudados, passam a gerar soluções para as diferentes<br />
situações ou problemas que ocorrem ou possam acontecer<br />
no cotidiano da empresa”, explica a proprietária.<br />
Ela destaca, ainda, que esses estudos propõem<br />
uma reflexão sobre o momento atual e sobre tendências<br />
de mercado, buscando se antecipar quanto às<br />
demandas futuras. “As análises realizadas servem<br />
como base para ações de planejamento e projetos da<br />
empresa, além de nos fazerem repensar sobre as práticas<br />
adotadas com uma visão crítica e, ao mesmo<br />
tempo, inspiradora”, frisa.<br />
O Grupo de Estudos é formado por colaboradores<br />
das diferentes áreas – contabilidade, comercial, operacional<br />
e logística. Os participantes são convidados<br />
pela direção da empresa, que leva em consideração<br />
a competência, o comprometimento e a dedicação<br />
para realizar a escolha dos integrantes. “Dessa forma,<br />
o Grupo de Estudos também é uma das ferramentas<br />
usadas pela Sulati para desenvolver suas lideranças,<br />
que, a partir do empoderamento do conhecimento,<br />
tornam-se multiplicadoras das ideias e dos aprendizados,<br />
compartilhando suas experiências com os<br />
demais”, aponta Liselena.<br />
“A partir da leitura<br />
dos textos, os<br />
participantes<br />
do grupo são<br />
incentivados<br />
a aproximar<br />
os conteúdos<br />
da realidade<br />
da empresa. A<br />
discussão, a troca<br />
de experiências e<br />
o incentivo a novas<br />
ideias enriquecem<br />
o trabalho<br />
desenvolvido pela<br />
Sulati e tudo isso<br />
tem como base<br />
a leitura dos<br />
artigos da revista<br />
<strong>VendaMais</strong>.”<br />
Entre os temas já trabalhados<br />
no Grupo de Estudos da Sulati estão:<br />
Comunicação e feedback – A<br />
importância desses itens para<br />
corrigir processos e comportamentos.<br />
Criatividade e inovação – Um<br />
desafio a pensar a empresa e<br />
os processos de maneiras diferentes.<br />
Motivação – A importância<br />
de procurar, de tempos em tempos,<br />
um novo significado ou<br />
sentido para aquilo que se faz<br />
ou até mudar a maneira como<br />
as coisas são feitas.<br />
Equipe e endomarketing –<br />
Vender “para dentro” com o<br />
objetivo de fidelizar os colaboradores<br />
quanto à missão, à visão<br />
e aos valores da empresa,<br />
deixando claros esses conceitos<br />
na mente de todos, para que<br />
comuniquem aos públicos externos.<br />
Liderança – Capacidade de argumentação,<br />
firmeza e clareza.<br />
Cultura organizacional – Um<br />
pré-requisito para que uma<br />
gestão seja bem-sucedida, já<br />
que confronta os valores com<br />
a realidade para ir além das<br />
crenças e da boa vontade.<br />
VENDAMAIS AJUDANDO a<br />
SULATI a VENDER MELHOR<br />
Liselena conta que o Grupo de<br />
Estudos Sulati promove a busca<br />
por conhecimento e incentiva a<br />
troca de informações entre os colaboradores,<br />
proporcionando a<br />
liberdade de participação nas decisões<br />
e no futuro da empresa.<br />
Sendo assim, a gestora afirma que<br />
os conteúdos da <strong>VendaMais</strong> contribuem<br />
muito para o desenvolvimento<br />
das atividades, por proporem<br />
temas relevantes e atuais. “A<br />
partir da leitura dos textos, os<br />
participantes do grupo são incentivados<br />
a aproximar os conteúdos<br />
da realidade da empresa. A discussão,<br />
a troca de experiências e<br />
o incentivo a novas ideias enriquecem<br />
o trabalho desenvolvido pela<br />
Sulati e tudo isso tem como base<br />
a leitura dos artigos da revista <strong>VendaMais</strong>”,<br />
indica. Ela comenta, ainda,<br />
que todos podem expor suas<br />
ideias, sugestões e críticas com<br />
base nos conteúdos discutidos e<br />
que, dessa forma, a empresa torna<br />
seus processos mais transparentes<br />
e conquista colaboradores mais<br />
participativos, resultando em um<br />
índice de turnover muito baixo.<br />
Como exemplo de material que<br />
inspirou mudanças na prática, ela<br />
conta que, para abordar os temas<br />
“criatividade” e “inovação”, foram<br />
trabalhados os artigos “6 maneiras<br />
de se reinventar e crescer mesmo<br />
na crise”, da edição de maio de 2015,<br />
70<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
e “Inovação: técnica ou arte?”, da revista de julho do<br />
mesmo ano. Mas a grande inspiração, segundo Liselena,<br />
veio de uma frase dita por Seth Godin, autor do<br />
livro Quebre as regras e reinvente, tema da seção “Livro<br />
do mês”, da <strong>VendaMais</strong> de maio do ano passado: “O<br />
desafio não é aperfeiçoar sua capacidade de saber<br />
quando começar e quando esperar. O desafio é criar<br />
o hábito de começar.” Com isso em mente, os funcionários<br />
da Sulati realizaram algumas ações no sentido<br />
de criar novas iniciativas para melhorar as metodologias<br />
utilizadas na empresa, aproximando-se cada<br />
vez mais dos colaboradores e dos clientes:<br />
A equipe fez um levantamento de alguns processos<br />
– entre eles, os meios utilizados para a comunicação<br />
interna. Foram avaliados quais eram os<br />
mais eficazes e, com a inserção de novas ideias,<br />
o grupo concluiu que todos os colaboradores deveriam<br />
ter acesso ao trabalho da empresa. Assim,<br />
surgiu o Jornal Sulati, que é distribuído a todos<br />
os funcionários mensalmente.<br />
Outra ideia implementada na Sulati foi o envio de<br />
cartões, como o que dá as boas-vindas aos clientes<br />
novos e outros referentes a datas comemorativas,<br />
como Natal, Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Pais.<br />
Utilizando as notas fiscais como meio para chegar<br />
aos clientes, também foram colocadas faixas coloridas<br />
na parte inferior das folhas, alusivas ao<br />
Outubro Rosa e ao Novembro Azul.<br />
Na logística, o coordenador do setor começou a<br />
acompanhar o caminhão nas entregas, avaliando<br />
o trabalho e a postura do motorista e de seu auxiliar<br />
e, também, questões de estrutura, como o<br />
acondicionamento da carga, a refrigeração dos<br />
produtos, o roteiro e a descarga. Na ocasião, ele<br />
aproveitou para conversar com os clientes, buscando<br />
mais informações, críticas e sugestões<br />
sobre o trabalho realizado.<br />
MAIS ENGAJAMENTO – DOS COLABORADORES<br />
e DOS CLIENTES<br />
Liselena conta que o Grupo de Estudos reflete também<br />
na melhoria do clima da empresa. Isso porque os encontros<br />
propiciam um ambiente participativo, de troca,<br />
mais leve, em que todos se sentem parte da organização.<br />
“Os resultados aparecem quando, por exemplo, você<br />
percebe que o mural já está pequeno para a quantidade<br />
de mensagens espontâneas expostas; ou quando,<br />
em um evento beneficente, a participação é voluntária;<br />
ou, ainda, quando a preocupação com o cliente<br />
é notável na maioria dos colaboradores”, revela.<br />
Elton de Lima<br />
Ela garante que esse comprometimento<br />
dos profissionais contribui<br />
para que os clientes se sintam<br />
mais próximos da Sulati. “A fidelização<br />
e a conquista de novos<br />
clientes são gradativas. O aumento<br />
nas vendas é perceptível e a<br />
recompra é surpreendente, fato<br />
que nos mostra que estamos focados,<br />
centrados na nossa missão,<br />
que é representar produtos e serviços<br />
desde a venda até a entrega,<br />
buscando oferecer soluções diferenciadas<br />
que satisfaçam às necessidades<br />
de nossos diferentes públicos”,<br />
comemora.<br />
Elton de Lima, do setor Administrativo/Comercial<br />
da Sulati, comenta<br />
que os integrantes do Grupo<br />
de Estudos relatam que os conteúdos<br />
retirados da revista <strong>VendaMais</strong><br />
enriquecem o conhecimento profissional<br />
de todos, ajudando-os a se<br />
desenvolver e a enfrentar os momentos<br />
de dificuldades do dia a dia.<br />
“Assim, percebemos o fortalecimento<br />
do trabalho em grupo, já que a<br />
aplicação dos estudos proporciona<br />
mais embasamento técnico para os<br />
profissionais, fazendo com que todos<br />
trabalhem com mais segurança<br />
em suas tarefas, buscando novos<br />
desafios e crescendo dentro da empresa”,<br />
afirma.<br />
Dicas para criar um<br />
grupo de estudos em<br />
sua empresa<br />
Se você gostou da história da Sulati<br />
e ficou com vontade de implementar<br />
algo parecido em sua empresa,<br />
mas não sabe por onde começar, aí<br />
vão algumas dicas:<br />
Defina um objetivo para o<br />
grupo de estudos (aperfeiçoamento<br />
da equipe, desenvolvimento<br />
da liderança, correção<br />
de erros etc.).<br />
Determine qual será o perfil do<br />
público que irá participar dos<br />
encontros (pode ser que seja<br />
preciso criar um grupo para<br />
cada área, por exemplo).<br />
Escolha o melhor meio para<br />
aplicação dos conteúdos (on-<br />
-line, presencial ou um pouco<br />
dos dois?).<br />
Estabeleça um cronograma, levando<br />
em consideração a disponibilidade<br />
dos participantes.<br />
Trabalhe conteúdos relacionados<br />
às principais dificuldades<br />
da equipe e também alinhados<br />
aos objetivos estratégicos da<br />
empresa.<br />
Crie planos de ação a partir dos<br />
debates dos encontros (para<br />
que não fique só na teoria).<br />
Estabeleça tarefas e prazos para<br />
as ações propostas no grupo.<br />
Esteja sempre aberto a ouvir<br />
seus clientes e seus colaboradores<br />
– eles devem ser a fonte<br />
de inspiração para as atividades.<br />
Meça os resultados das atividades<br />
propostas pelo grupo<br />
e acompanhe o desempenho<br />
dos profissionais, para saber<br />
se efetivamente está fazendo<br />
diferença no dia a dia da empresa.<br />
Colaborarou nesta matéria:<br />
Francine Pereira<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 71
Vendas<br />
José rICArdo Noronha<br />
5 dicas para melhorar<br />
as taxas de conversão<br />
em tempos de crise<br />
Penso que você VAI CONCORDAR COMIGO QUE<br />
vivemos um “novo tempo” em vendas. Um novo<br />
tempo que se caracteriza, de um lado, por clientes<br />
cada vez mais bem informados e exigentes e, de outro,<br />
por inúmeros concorrentes que vendem produtos<br />
e serviços bastante similares – ou, muitas vezes, até<br />
mesmo iguais! – aos que você e sua empresa comercializam.<br />
Para brilhar nesse tempo de vendas mais desafiadoras,<br />
uma tarefa é absolutamente crucial: incrementar<br />
as taxas de conversão!<br />
ENTENDENDO o CONCEITO<br />
Antes de mais nada, não custa esclarecer o que é “taxa de conversão”.<br />
De forma bastante resumida, taxa de conversão é o percentual de clientes<br />
que efetivamente respondem a uma ação da sua empresa focada em<br />
aumentar as vendas. Essa ação pode ser uma propaganda na TV, uma<br />
visita, um telefonema, dentre outras inúmeras possibilidades que compõem<br />
a sua estratégia de vendas.<br />
Não por acaso, um dos maiores<br />
desafios de empresários, líderes e<br />
profissionais de vendas é incrementar<br />
suas taxas de conversão<br />
para conseguir uma melhor rentabilidade,<br />
uma melhor performance<br />
em vendas e em uma maior produtividade<br />
(que, de forma muito<br />
simplificada, significa fazer cada<br />
vez mais com cada vez menos).<br />
Afinal, se hoje, por exemplo, você<br />
consegue “converter” dez de cada<br />
cem pessoas que visitam sua loja/<br />
sua empresa/seu site (ou seja, se<br />
sua taxa de conversão é de 10%),<br />
caso consiga melhorar esse desempenho<br />
em 50%, elevando a taxa de<br />
conversão para 15%, suas vendas<br />
e sua rentabilidade terão um impacto<br />
enorme e positivo.<br />
72<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Como CONSEGUIR ISSO?<br />
Se, ao olhar esse cenário, você se<br />
pegar pensando: “Zé, eu também<br />
tenho esse desafio aqui no meu negócio<br />
e preciso de algumas dicas<br />
poderosas e criativas para melhorar<br />
minhas taxas de conversão!”, eu<br />
tenho uma boa notícia: compartilho,<br />
a seguir, os cinco principais<br />
conselhos que posso dar a esse<br />
respeito. Tenho certeza de que<br />
eles lhe serão extremamente úteis.<br />
Vamos lá?<br />
1<br />
PROVAS SOCIAIS<br />
No mundo “social” em que<br />
todos vivemos, compartilhar depoimentos<br />
de clientes e estudos<br />
de casos em seus materiais de divulgação,<br />
sites e redes sociais é<br />
fundamental.<br />
Mas não custa lembrar que,<br />
para conseguir depoimentos realmente<br />
incríveis, você precisará<br />
incrementar também o nível de<br />
serviços e de “experiências” que<br />
tem oferecido aos seus clientes.<br />
Assim, será muito mais fácil transformá-los<br />
em grandes “embaixadores”<br />
e “fãs” dos seus produtos e<br />
serviços. E ao fazer isso, você irá<br />
reduzir sensivelmente o CAC (Custo<br />
de Aquisição de Cliente), uma<br />
vez que você e sua empresa passarão<br />
a contar com inúmeros clientes<br />
que se tornarão seus mais importantes<br />
“vendedores”.<br />
Portanto, mãos à obra: colha<br />
o maior número de depoimentos<br />
e compartilhe histórias reais e de<br />
sucesso com todos os seus clientes<br />
e prospects. É um dos primeiros<br />
passos para aumentar as taxas de<br />
conversão!<br />
2<br />
OFEREça algo VALIOSO<br />
Invista vigorosamente em<br />
uma estratégia de marketing de<br />
conteúdo oferecendo, por meio do<br />
seu site ou blog, artigos, dicas, técnicas<br />
e informações preciosas que<br />
realmente agreguem valor ao seu<br />
cliente (e ao potencial cliente). E<br />
quando falamos em valor, falamos<br />
em benefícios palpáveis. Por isso<br />
mesmo, invista em bons artigos e<br />
em e-books e os disponibilize-os<br />
através de “landing pages” (páginas<br />
em que o interessado digita alguns<br />
dados, como nome e e-mail, para<br />
ter acesso ao seu material). Ao<br />
fazer isso, você aumenta de forma<br />
muito significativa a possibilidade<br />
de conversão de um cliente que já<br />
demonstrou interesse em seus produtos<br />
ou serviços e que compartilhou<br />
seus dados de contato com<br />
você, o que já aumenta incrivelmente<br />
o potencial de conversão.<br />
3<br />
INFORMAçõES CLARAS<br />
Muitas empresas têm cometido<br />
o erro quase imperdoável<br />
de limitar, de todas as formas possíveis,<br />
que o cliente entre em contato<br />
com elas por telefone. Isso é<br />
um erro grosseiro que só afasta<br />
os consumidores! O que você precisa<br />
fazer, na verdade, é aumentar<br />
os pontos de contato com quem<br />
quer comprar de sua empresa, não<br />
limitar! Isso acelera o desenvolvimento<br />
da relação entre vocês, o<br />
que é essencial para aumentar as<br />
taxas de conversão.<br />
Nesse sentido, visite ainda<br />
hoje o site da sua organização e,<br />
com a visão mais crítica que puder,<br />
veja se os dados de contato<br />
(telefone, e-mail, SAC – Serviço<br />
de Atendimento ao Cliente, perfis<br />
nas redes sociais, etc.) podem<br />
ser facilmente encontrados. Se<br />
não, busque imediatamente uma<br />
forma de mudar isso!<br />
4<br />
GARANTIAS<br />
Não podemos nos esquecer<br />
de que vivemos, hoje, uma<br />
enorme “crise de confiança”. Muitos<br />
clientes têm deixado de consumir<br />
muito mais em virtude da<br />
falta de confiança do que da falta<br />
de dinheiro propriamente dita.<br />
Diante disso, oferecer garantias<br />
reais como “satisfação garantida<br />
ou seu dinheiro de volta”<br />
tem impacto direto na melhoria<br />
das taxas de conversão. Ao oferecer<br />
garantias reais, você derruba<br />
várias das objeções mais<br />
comuns. Contra a crise, venda<br />
confiança!<br />
5<br />
MONITORE<br />
Como absolutamente tudo<br />
em vendas, precisamos de<br />
métricas para acompanhar o<br />
sucesso das nossas iniciativas.<br />
Portanto, é fundamental que você<br />
monitore quase que diariamente<br />
as mais diversas taxas de<br />
conversão do seu negócio e que,<br />
com base nelas, estipule metas<br />
claras de melhoria que estejam<br />
diretamente ligadas a um bom<br />
e bem desenhado plano de ação.<br />
Nesse planejamento, dentre outros<br />
pontos, valorize o incremento<br />
das taxas de conversão<br />
por meio de ações como o lançamento<br />
de “landing pages” periodicamente<br />
e a inclusão de<br />
pelo menos um novo testemunho<br />
em texto ou vídeo por semana<br />
em seu site.<br />
É exatamente durante a crise<br />
que temos a oportunidade singular<br />
de testar novas ideias e abordagens<br />
que tenham como principais<br />
objetivos incrementar as<br />
vendas, a rentabilidade e a produtividade<br />
do nosso negócio. Criatividade<br />
e coragem para testar o<br />
novo são componentes essenciais<br />
para quem quer brilhar mesmo<br />
em tempos de crise!<br />
Boas vendas!<br />
“Ao oferecer<br />
garantias<br />
reais, você<br />
derruba várias<br />
das objeções<br />
mais comuns<br />
de clientes<br />
cada vez mais<br />
desconfiados.”<br />
José Ricardo Noronha é<br />
vendedor vencedor, palestrante,<br />
professor, consultor<br />
e autor do livro Vendas!<br />
Como eu faço?<br />
Visite o site:<br />
www.paixaoporvendas.<br />
com.br<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 73
Circuito <strong>VendaMais</strong> / DA REDAÇÃO /<br />
DIVULGAÇÃO<br />
As<br />
melhores<br />
dicas do<br />
Circuito<br />
VenDAMais<br />
2015<br />
Entre OS DIAS 17 e 19 DE NOVEMBRO<br />
do ano passado, um palco virtual recebeu<br />
14 grandes especialistas em vendas em<br />
mais uma edição do Circuito <strong>VendaMais</strong>,<br />
o principal evento on-line (e gratuito) de<br />
vendas do Brasil.<br />
Ao longo dos três dias de treinamento,<br />
os palestrantes falaram sobre estratégias<br />
para vender mais, liderança e gestão de<br />
equipes, técnicas de vendas e motivação.<br />
As lições apresentadas por nomes como<br />
Raul Candeloro, Marcelo Caetano, Fabricio<br />
Medeiros, José Ricardo Noronha, Claudio<br />
Diogo, Marcelo Ortega, JB Vilhena e Rodrigo<br />
Cardoso com certeza ajudaram muitas<br />
empresas a encerrarem o ano em alta<br />
– e na frente na corrida pelo sucesso em<br />
2016. Não conseguiu participar do evento<br />
no ano passado e gostaria de saber um<br />
pouco sobre o que os especialistas disseram?<br />
Acompanhe a cobertura que fizemos<br />
das quatro palestras mais bem avaliadas!<br />
74<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
nos aproximamos dos nossos clientes ideais, oferecendo<br />
a eles um serviço cada vez melhor”, revela.<br />
> Para quem não se preparou para a crise, é hora de analisar<br />
as fraquezas e potencializar as forças.<br />
Crise, vendas e indicadores<br />
de performance<br />
Com José Ricardo Noronha<br />
Para José Ricardo Noronha, palestrante e consultor<br />
de vendas, a crise é, na verdade, um grande filtro<br />
que tem a capacidade de mostrar quem é verdadeiramente<br />
bom, quem está preparado. "A empresa que<br />
está efetivamente focada em alta performance em<br />
vendas tem bons resultados em tempos de bonança<br />
e em tempos de crise. Ela mostra que a estratégia<br />
que elaborou leva em consideração todos os percalços<br />
do caminho, tendo planos A, B, C e D”, declara.<br />
Então, se a crise é um filtro que separa empresas<br />
que estão indo bem daquelas que não estão, é<br />
preciso saber como agir diante das dificuldades de<br />
acordo com o lado que você está. Assim, estas são<br />
as dicas do consultor para enfrentar a crise:<br />
Segundo Noronha, se sua empresa está sentindo<br />
os reflexos da crise e percebeu que não está<br />
preparada para enfrentá-la, há alguns passos a<br />
serem seguidos. “Antes de mais nada, é preciso<br />
observar o ciclo de vendas e verificar onde estão<br />
as maiores dificuldades. Depois de identificar os<br />
gaps da equipe comercial, é necessário atacar diretamente<br />
as competências, as habilidades de que os<br />
vendedores ainda sentem falta e, se for o caso, oferecer<br />
treinamento e capacitação”, analisa.<br />
O especialista indica, ainda, que é essencial analisar<br />
as habilidades dos vendedores para ter certeza de<br />
que todos estão na mesma página no que diz respeito<br />
ao bom entendimento da estratégia da empresa. Como<br />
lembra Noronha, muitas organizações são excelentes<br />
na elaboração da estratégia, mas têm dificuldades em<br />
colocá-la em prática porque os vendedores não conseguem<br />
entendê-la. “Não fique assustado com a crise e<br />
entre na guerra de preços, porque esse é o caminho<br />
que mais acelera a decadência da empresa. Existem<br />
outras alternativas, tais como bater de frente nas deficiências<br />
da equipe investindo na capacitação dos<br />
profissionais. No fim, o que faz a diferença mesmo é<br />
um vendedor extremamente qualificado”, conclui.<br />
> Para quem está indo bem, a crise deve servir para fortalecer<br />
o lado estratégico.<br />
“Peter Drucker dizia que eficácia é fazer as coisas<br />
certas e eficiência, fazer certo as coisas. Eficácia está<br />
mais ligada à estratégia e eficiência, à execução. E<br />
produtividade é fazer cada vez mais, com cada vez<br />
menos”, explica Noronha.<br />
Nesse sentido, o consultor frisa que as empresas<br />
que estão indo bem, independentemente da crise, precisam<br />
focar, nesse momento, em aumentar sua eficácia,<br />
incrementando a estratégia. Como fazer isso? Melhorando<br />
a forma como se relacionam com seu público.<br />
“Entenda verdadeiramente quem é o seu cliente ideal<br />
e conheça profundamente as necessidades dele”, aconselha.<br />
Além disso, Noronha diz que é preciso conhecer<br />
o perfil do não cliente. Por exemplo, aquele cliente que<br />
está com você única e exclusivamente em busca do<br />
menor preço precisa sair de seu ciclo de vendas o mais<br />
rápido possível. “Se eficácia é fazer as coisas certas,<br />
uma das coisas certas a se fazer é dizer ‘não’. Assim,<br />
Como AUMentar venDAs<br />
na crise?<br />
Com Fabricio Medeiros<br />
Como vender na crise também foi o tema da videoaula<br />
de Fabricio Medeiros, palestrante de vendas e<br />
negociação. Medeiros afirma que para conseguir<br />
bons resultados em tempos difíceis é preciso não<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 75
se deixar abalar pelo negativismo, cuidar muito<br />
bem de sua base e ter fome de conhecimento. Além<br />
disso, ele define três pilares para quem quer vender<br />
MAIS na crise. São eles:<br />
1) Ajuste seu modelo mental.<br />
“É importante que seu modelo mental esteja sempre<br />
ajustado para vencer momentos difíceis”,<br />
indica o palestrante. Ele afirma que, independentemente<br />
do que o mercado está dizendo, é fundamental<br />
chegar no cliente com uma postura positiva,<br />
sem passar nervosismo ou ansiedade. Em<br />
suas palavras, é preciso ter um modelo mental<br />
vencedor. “E não é apenas ser positivo da boca<br />
pra fora, é realmente não aceitar o que os pessimistas<br />
estão falando e não deixar que as pessoas<br />
à sua volta respirem essa atmosfera negativa”,<br />
aconselha.<br />
2) tente vender mais para os clientes atuais.<br />
Medeiros comenta que, ao invés de se preocupar<br />
em ganhar mais e mais clientes, em tempos difíceis<br />
é essencial não esquecer que 80% do seu<br />
faturamento vem de 20% da sua base. “Nesse<br />
momento de crise, os concorrentes vão tentar<br />
roubar os seus clientes, vão fazer propostas indecentes”,<br />
declara o especialista, apontando que<br />
você tem que melhorar o seu nível de serviço e<br />
a sua relação comercial com os parceiros já<br />
existentes. “É preciso blindar esses caras, tentar<br />
aumentar o tempo de contrato, tentar vender<br />
novos produtos, vender produtos mais caros,<br />
etc. Ou seja, cuide muito bem de sua base”, salienta.<br />
3) tenha uma fome absurda por aprender mais.<br />
Medeiros frisa que, nas dificuldades, muitas<br />
vezes as pessoas querem economizar, não gastar<br />
com cursos, livros, etc. Mas, segundo o palestrante,<br />
é nesse momento que você deve se aperfeiçoar cada<br />
vez mais e investir em conhecimento. “Tudo o<br />
que eu consegui na minha vida, além do esforço,<br />
foi por meio da estratégia, e a estratégia veio com<br />
o estudo. Até porque esforço sem estratégia é como<br />
enxugar gelo. Só dá para agir estrategicamente<br />
quando se consegue pensar de forma clara sobre<br />
os assuntos, e isso só é possível com conhecimento.<br />
Se a empresa não oferece capacitação, invista você<br />
mesmo nisso”, orienta.<br />
Repensando sua estratégia<br />
comercial<br />
Com Marcelo Caetano<br />
“Quando o mercado fica tenso, as pessoas param de<br />
pensar estrategicamente e ficam presas à operação/<br />
tática. Não que isso seja absolutamente errado, mas é<br />
preciso usar esse momento para repensar a estratégia<br />
comercial. Será que a sua é sustentável no médio/<br />
longo prazo?” Esse foi o ponto de partida da palestra<br />
de Marcelo Caetano, diretor da <strong>VendaMais</strong>. Durante<br />
sua apresentação, Caetano apresentou cinco reflexões<br />
para você avaliar e repensar:<br />
1) Por que demoramos tanto para repensar?<br />
“Muitas vezes, as empresas recebem sinais claros de<br />
que algo não está fluindo bem, mas permanecem<br />
inflexíveis a mudanças em sua estratégia comercial.<br />
Por exemplo, um cliente de consultoria notou que 40%<br />
dos clientes estavam inativos há seis meses. Quando<br />
esse número começou a crescer, há um ano, algo deveria<br />
ter começado a ser feito para evitar que o percentual<br />
crescesse, mas, na tentativa de fazer com que<br />
o mesmo modelo vigente se sustentasse, a empresa<br />
demorou para agir”, conta o especialista. Na sequência,<br />
Caetano questiona: “Se vários sinais são dados<br />
para nos alertar que o modelo atual se esgotou, por<br />
que demoramos tanto para tomar as atitudes necessárias?<br />
Será que sua estratégia também não está se<br />
esgotando? Será que não vem dando sinais de que<br />
você está tentando sustentar o que não se sustenta?”<br />
2) Seu time sustenta sua estratégia comercial?<br />
Caetano destaca que, nos últimos cinco anos, empresas<br />
passaram a exigir muito mais da força comercial.<br />
Antes, “vender mais” funcionava. Hoje, é preciso<br />
vender mais e melhor, com mais margem, etc. O<br />
problema, segundo o diretor da <strong>VendaMais</strong>, é que<br />
76<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
enquanto o perfil do vendedor de que você precisa<br />
mudou, seu descritivo de vaga é o mesmo de cinco<br />
anos atrás. “Não se trata de demitir todos os antigos,<br />
mas entender quem, dentro do time, atende as necessidades<br />
atuais. Se você tem vinte vendedores e cinco<br />
vão mal, 20% da sua força de vendas não está alinhada<br />
e não tem condições de sustentar a sua estratégia.<br />
Por que você continua empregando profissionais que<br />
não sustentam a sua estratégia? Pensar em pessoas é<br />
algo altamente estratégico”, afirma.<br />
3) Encontre sua missão.<br />
“Dia desses, em uma reunião em uma empresa que<br />
tem mais de 500 corretores espalhados pelo Brasil,<br />
perguntei a um diretor qual era a missão deles. A<br />
resposta foi: ‘Proteger clientes.’ Essa mentalidade, que<br />
é cultivada internamente por meio de campanhas,<br />
treinamentos e diversas ações, faz com que todo corretor,<br />
quando vende apenas um item, sinta que não<br />
cumpriu sua missão, pois não conseguiu proteger<br />
todos os aspectos da vida do cliente: vida, residência,<br />
automóvel, empresa”, conta Caetano. Essa história,<br />
explica o especialista, mostra que quando você encontra<br />
uma missão, tudo o que envolve a sua estratégia<br />
de vendas fica mais fácil. Qual é a sua missão?<br />
sobre o impacto do desconto nas margens de lucro e<br />
como líderes e vendedores podem mudar de mentalidade<br />
e remar na mesma direção. Um dos pontos<br />
altos foi quando Candeloro falou sobre os cinco principais<br />
motivadores de compra, que são as forças psicológicas<br />
que levam o cliente a comprar ou deixar de<br />
comprar. “Se você entender, comunicar e atrelar toda<br />
a sua estratégia comercial a eles, estará anos luz à<br />
frente de seus concorrentes”, aponta.<br />
Os cinco motivadores de compra<br />
1: Busca de ganho, benefício ou lucro – Oportunidade<br />
de melhorar a vida e/ou obter resultados.<br />
2: Evitar perdas, dores ou prejuízos – Seu produto/serviço<br />
como precaução.<br />
3: Evitar incômodo e desconforto – Pessoas pagam<br />
para ficar mais tranquilas.<br />
4: Status, destaque e reconhecimento – Quando<br />
a pessoa quer se diferenciar da maioria.<br />
5: Realização pessoal ou sonho – Vai desde ser<br />
uma empresa social/ecologicamente responsável<br />
até ser capaz de realizar sonhos.<br />
Depois de apresentar os motivadores de compra,<br />
Candeloro apresentou os indicadores que devem ser<br />
acompanhados e gerenciados de perto:<br />
1: Vendas/faturamento.<br />
2: Percentual de clientes ativos.<br />
3: Percentual de clientes inativos.<br />
4: Número de contatos/oportunidades.<br />
5: Venda de mix.<br />
6: Preço médio (influência do desconto).<br />
7: Percentual de negócios a partir de novos clientes.<br />
8: Qualidade da venda.<br />
Venda MAis e melhor<br />
Com Raul Candeloro<br />
Se o que você busca é aumentar a lucratividade,<br />
a palestra de Raul Candeloro revela o que você precisa<br />
saber. O caminho, segundo ele, parte de um<br />
processo que vai deixar claro qual é o perfil do cliente<br />
que você precisa prospectar, qual será a base de<br />
suas ações de pós-venda, como conduzirá suas campanhas<br />
de venda, etc.<br />
A palestra começou com uma exemplificação<br />
Ao fim de sua palestra, o diretor da <strong>VendaMais</strong><br />
resumiu a relevância do evento e a importância dos<br />
conceitos apresentados pelos palestrantes: “Se você<br />
absorver tudo o que viu no evento e colocar dentro<br />
do que apresentei nesta palestra, seu investimento<br />
terá valido a pena. Coloque isso em prática e você<br />
poderá ter uma equipe de alta performance.”<br />
Circuito <strong>VendaMais</strong> 2.0 Premium<br />
Não conseguiu assistir às palestras do Circuito <strong>VendaMais</strong> 2.0 em<br />
tempo real e gostaria de poder ter acesso a elas agora, para capacitar<br />
sua equipe e garantir um excelente ano em vendas? Conheça o pacote<br />
premium do evento acessando http://www.circuitovendamais.com.br.<br />
Colaboraram nesta matéria:<br />
Francine Pereira e João Guilherme Brotto<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 77
Alta Performance em Vendas / Por rAUl Candeloro<br />
9 perguntas (+1)<br />
PARA a DELEGAÇão de<br />
ALTA PERFORMANCE<br />
uem busca a alta performance sabe que,<br />
em algum momento, vai ter que delegar algumas<br />
tarefas ou realmente não vai conseguir fazer tudo que<br />
precisa ser feito nem atingir seus maiores objetivos.<br />
Embora possa parecer conveniente envolver-se<br />
com o máximo possível de tarefas, pois você sabe<br />
fazê-las com qualidade e rapidamente, a verdade é<br />
que ficar soterrado em questões operacionais e<br />
trabalho braçal raramente vai fazer você atingir<br />
patamares superiores de excelência e produtividade.<br />
O segredo, então, é aprender a terceirizar e<br />
delegar algumas atividades.<br />
No entanto, é comum muitas pessoas delegarem,<br />
mas, conscientemente ou não, boicotarem e subverterem<br />
o processo da delegação, minando não só<br />
78<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
a produtividade da pessoa a quem<br />
delegaram uma determinada tarefa,<br />
mas também seu entusiasmo,<br />
sua confiança e até sua autoestima.<br />
Como isso acontece? Simples:<br />
as pessoas que delegam não fornecem<br />
as ferramentas necessárias<br />
para que a tarefa seja executada<br />
da melhor maneira possível, não<br />
definem corretamente as metas,<br />
não avaliam a motivação da pessoa<br />
a quem delegaram a tarefa e<br />
assim por diante!<br />
O resultado desse processo de<br />
delegação mal conduzido, como<br />
você deve imaginar, é o pior possível:<br />
muitas vezes, a pessoa que<br />
delega precisa reassumir as rédeas<br />
da meta e investir mais tempo<br />
e energia na execução da tarefa<br />
do que teria se tivesse feito<br />
anteriormente – e não é isso que<br />
se deseja, certo?<br />
Para evitar que isso aconteça,<br />
ajuda muito ter uma checklist para<br />
organizar o processo de delegação<br />
e ver se a pessoa que está recebendo<br />
a responsabilidade de desempenhar<br />
as novas tarefas foi realmente<br />
preparada para fazer tudo corretamente.<br />
A checklist que proponho<br />
é esta (note que a mesma lógica se<br />
aplica a fornecedores e parceiros):<br />
1 Meta<br />
A meta está claramente definida?<br />
Nesses casos, eu recomendo sempre<br />
utilizar a ferramenta 5W2H<br />
para avaliar:<br />
What/O quê: O que precisa<br />
ser feito?<br />
Why/Por quê: Por que precisa<br />
ser feito?<br />
Where/Onde: Onde vai ser<br />
feito (ou onde vai acontecer)?<br />
When/Quando: Quando vai<br />
ser feito (ou terminado)?<br />
Who/Quem: Quem vai fazer<br />
(ou quem vai participar)?<br />
How/Como: Como vai ser feito<br />
(determinação do passo-a-<br />
-passo, plano de ação)?<br />
How much/Quanto ($): Qual<br />
o orçamento e quais os resultados<br />
esperados (definidos da<br />
maneira mais específica possível)?<br />
2 FERRAMENTAS<br />
A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />
as ferramentas e os equipamentos<br />
necessários para executá-la? Se<br />
sim, sabe usá-los corretamente,<br />
aproveitando todos os recursos?<br />
3 INFORMAção<br />
A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />
os conhecimentos teóricos e as<br />
informações necessárias para<br />
realizá-la? Conhece os procedimentos,<br />
sabe com quem falar,<br />
entende o processo?<br />
4 HABILIDADE<br />
A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />
as habilidades necessárias para<br />
realizá-la? Ou seja, ela não apenas<br />
entende o processo e os procedimentos,<br />
mas consegue colocá-los<br />
em prática?<br />
5 TEMPO<br />
A pessoa que recebeu a tarefa tem<br />
um cronograma definido para<br />
atingir a meta? É um cronograma<br />
exequível ou é otimista/pessimista<br />
demais?<br />
6 INDICADORES<br />
Quais são os indicadores pelos<br />
quais a pessoa que recebeu a tarefa<br />
será avaliada? Qual a definição<br />
de “sucesso”?<br />
7 Feedback<br />
Com qual frequência a pessoa que<br />
recebeu a tarefa deve reportar-se<br />
a você para posicioná-lo sobre o<br />
andamento da atividade? Como<br />
você quer receber essas informações<br />
– resumidas ou detalhadas?<br />
8 MOTIVAção<br />
Qual a motivação para a pessoa<br />
realizar essa tarefa? Por que ela<br />
vai fazê-la com agilidade e qualidade?<br />
(Pergunta fundamental e<br />
que raramente é feita!)<br />
9 CONFIANça<br />
De zero a dez, qual o grau de confiança<br />
da pessoa em realizar bem<br />
a tarefa que lhe foi delegada e<br />
atingir a meta? Se diferente de<br />
dez, o que você pode fazer para<br />
ajudá-la a ter confiança máxima?<br />
Ao repassar essas perguntas<br />
com a pessoa que recebeu a incumbência<br />
da delegação, você<br />
aumentará muito a produtividade<br />
dela e, por consequência, a<br />
SUA. Melhor do que isso: estará<br />
desenvolvendo suas habilidades<br />
de liderança e preparando o caminho<br />
para projetos ainda maiores<br />
no futuro.<br />
Para encerrar, a pergunta +1<br />
do título: se você pudesse acrescentar<br />
algo a essa lista com o<br />
objetivo de aumentar a probabilidade<br />
de sucesso ao delegar uma<br />
tarefa ou projeto, qual seria essa<br />
pergunta?<br />
Pense nisso, elabore a sua<br />
checklist e delegue de maneira<br />
mais efetiva daqui em diante.<br />
“Ficar soterrado<br />
em questões<br />
operacionais e<br />
trabalho braçal<br />
raramente<br />
vai fazer<br />
você atingir<br />
patamares<br />
superiores de<br />
excelência e<br />
produtividade.<br />
O segredo,<br />
então, é<br />
aprender a<br />
terceirizar<br />
e delegar<br />
algumas<br />
coisas.”<br />
Raul Candeloro é palestrante<br />
e editor da revista Venda-<br />
Mais. Autor de vários livros,<br />
é também diretor executivo<br />
da Small Giants Community,<br />
diretor do Instituto Venda-<br />
Mais e sócio-diretor da<br />
Soluções <strong>VendaMais</strong>.<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 79
Marketing Digital / Por Francine Pereira /<br />
Cassiano Ferraz FOTOGrAFIA<br />
3 tendências de marketing<br />
digital que podem ajudar<br />
você a vender mais<br />
80<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
EGUNDO UMA PESQUISA REALIzADA PELA agêNCIA GLOBAL DE<br />
marketing We Are Social, o Brasil ocupa o terceiro lugar na lista dos<br />
países com internautas que mais passam tempo na web. De acordo<br />
com o estudo, que revelou que 54% dos brasileiros (110 milhões de<br />
pessoas) são internautas ativos, a média de tempo que passamos na<br />
internet é de 3,8 horas por dia em dispositivos móveis e de 5,4 horas<br />
por dia em laptops e desktops.<br />
“Pense no seu público:<br />
o que ele busca no<br />
Google, qual é a maior<br />
dor que ele tem, quais<br />
dúvidas ele terá antes<br />
de comprar com você?”<br />
Com tanta gente na web, não<br />
é de se estranhar que, cada vez<br />
mais, as empresas estejam dedicando<br />
boa parte de seus investimentos<br />
em marketing para o ambiente<br />
digital. Não faz tanto tempo<br />
que isso começou a acontecer,<br />
mas as mudanças nessa área<br />
ocorrem de maneira tão rápida<br />
que o que funciona hoje, pode<br />
não fazer sentido daqui a um ano.<br />
Para ajudar você a entender<br />
as principais tendências do mundo<br />
digital e acompanhar as mudanças<br />
desse mercado (e dos seus<br />
consumidores), a <strong>VendaMais</strong><br />
esteve presente no RD Summit,<br />
um dos maiores eventos de marketing<br />
digital do Brasil, que aconteceu<br />
em Florianópolis, no fim<br />
do ano passado. Saiba quais são<br />
essas tendências, avalie quais<br />
podem ser úteis para o seu negócio<br />
e, ao colocá-las em prática,<br />
destaque-se da concorrência.<br />
Isso vai ajudar você a vender<br />
mais (e melhor)!<br />
TENDÊNCIA 1:<br />
Growth hacking – foco<br />
total no crescimento<br />
Entre os conceitos em evidência<br />
no RD Summit, podemos destacar<br />
o growth hacking – uma atividade<br />
relativamente nova, mas que<br />
envolve um objetivo comum a<br />
qualquer empresa: o crescimento.<br />
Mas para entender o que esse<br />
conceito significa é preciso saber<br />
de onde ele surgiu...<br />
Tudo começou entre 2008 e<br />
2009, com o empreendedor Sean<br />
Ellis. Na época, o trabalho de Ellis<br />
consistia em ajudar startups digitais<br />
a utilizar estratégias inovadoras<br />
para crescer. Em pouco<br />
tempo, o sucesso de suas ações<br />
fez com que ele se tornasse “o<br />
cara” que todo mundo no Vale do<br />
Silício (região dos EUA conhecida<br />
por seu perfil empreendedor –<br />
especialmente na área de tecnologia)<br />
queria ter como parceiro.<br />
Com o crescimento de seu próprio<br />
negócio, Ellis precisou contratar<br />
pessoas para ajudá-lo, e descobriu<br />
que o perfil de profissionais do<br />
marketing convencional não tinha<br />
muita utilidade em startups – que<br />
possuem uma estrutura muito<br />
mais enxuta do que as grandes<br />
corporações e precisam crescer<br />
em uma escala muito maior que<br />
empresas já estabelecidas. Foi aí<br />
que nasceu a necessidade de se<br />
encontrar growth hackers.<br />
Growth hacker é alguém que<br />
tem foco totalmente voltado ao<br />
crescimento. Não é um substituto<br />
e nem é melhor que o profissional<br />
de marketing, é apenas<br />
diferente. Tudo o que um growth<br />
hacker faz – qualquer decisão,<br />
estratégia, mudanças, absoluta-<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 81
mente tudo – tem apenas um objetivo:<br />
o crescimento – seja das<br />
vendas, das visitas, dos leads, etc.<br />
Ou seja, growth hacking é uma<br />
mentalidade voltada ao crescimento,<br />
mas, para trazer resultados, é<br />
preciso combinar diversos fatores.<br />
Os 6 pilares do growth hacking<br />
No RD Summit, quem falou sobre<br />
esse tema foi o empreendedor Sujan<br />
Patel (sujanpatel.com), que explicou<br />
que o conceito não é exclusivo da<br />
área de marketing. “Todas as áreas<br />
da empresa precisam estar envolvidas<br />
para o growth hacking ser<br />
possível, porque cada uma delas<br />
tem uma visão diferente – do produto,<br />
do cliente, da empresa, dos<br />
processos – e esses pontos de vista<br />
diferentes são fundamentais na<br />
criação de growth hacks”, aponta.<br />
Segundo Patel, estes são os seis<br />
pilares dessa tendência:<br />
Pessoas – Procure profissionais<br />
que sejam focados em<br />
crescer, que sejam criativos e<br />
não tenham medo de testar<br />
coisas novas.<br />
Ferramentas – Use ferramentas<br />
que confiram agilidade ao<br />
processo. As mudanças acontecem<br />
de maneira muito rápida,<br />
é preciso acompanhá-las.<br />
Ideias testáveis – Foque em<br />
ideias que possam ser efetivamente<br />
testadas de forma prática.<br />
Agilidade – Crie processos que<br />
ajudem as atividades de growth<br />
hacking a fluírem de forma sustentável<br />
e transparente.<br />
Dados – Tenha certeza de que<br />
você pode medir e acompanhar<br />
tudo. É a partir dos dados que<br />
você irá entender o que está<br />
dando certo e o que precisa ser<br />
adaptado.<br />
Falhas – Esteja preparado para<br />
falhas. Elas fazem parte do<br />
processo de aprendizagem.<br />
Sujan Patel<br />
Apesar de terem nascido em<br />
startups, as técnicas de growth hacking<br />
podem ajudar empresas de<br />
diferentes portes e segmentos a<br />
conhecer melhor seu público e,<br />
claro, a crescer. É bom ficar de olho<br />
nessa tendência, pois pode ser que<br />
você precise contratar um growth<br />
hacker em um futuro próximo.<br />
Para saber mais:<br />
Apresentação de Sujan Patel (em<br />
inglês): https://t.co/n8qCONFXh1.<br />
Site de Sean Ellis, criador do termo:<br />
http://www.startup-marketing.<br />
com.<br />
Grupo nacional do LinkedIn sobre<br />
growth hacking: http://bit.ly/growthbrasil.<br />
TENDÊNCIA 2:<br />
seo – muito além das<br />
palavras-chave<br />
SEO (Search Engine Optimization)<br />
não é exatamente algo novo no<br />
marketing digital. Porém, o que<br />
sempre se pregou como o mais importante<br />
nessa área – estar em primeiro<br />
lugar nas buscas – já não é<br />
o que irá trazer mais resultados<br />
para sua empresa na realidade atual.<br />
É o que garante Will Reynolds,<br />
CEO da SeerInteractive, agência<br />
norte-americana de marketing<br />
digital.<br />
Em sua apresentação no RD<br />
Summit, Reynolds destacou que<br />
não basta aparecer para o consumidor,<br />
sua marca precisa oferecer<br />
algo que efetivamente faça diferença<br />
na vida dele. Para ilustrar<br />
essa ideia, ele cita como exemplo<br />
os usuários americanos do serviço<br />
Amazon Prime. Segundo<br />
Reynolds, uma pesquisa feita recentemente<br />
indicou que a probabilidade<br />
de os clientes Amazon<br />
Prime comprarem em outras redes<br />
de e-commerce é de menos de 1%<br />
– para os usuários que não são<br />
prime, a chance de compra no<br />
concorrente é oito vezes maior.<br />
Por que isso acontece?<br />
“O clientes prime têm uma série<br />
de vantagens, entre elas, por exem-<br />
82<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
“Quando<br />
estiver<br />
montando<br />
uma<br />
estratégia de<br />
marketing<br />
para sua<br />
marca, não<br />
defina apenas<br />
as palavraschave,<br />
defina<br />
de que<br />
forma o que<br />
você produz<br />
ajudará seu<br />
público. Assim,<br />
seu cliente<br />
não precisará<br />
encontrá-lo,<br />
ele saberá<br />
exatamente<br />
onde sua<br />
empresa está.”<br />
plo, a entrega do produto em até<br />
dois dias. Então, quando eles fazem<br />
uma busca no Google por algo que<br />
desejam comprar, mesmo que o<br />
Walmart apareça em primeiro e a<br />
Amazon, em quinto, o fato de a<br />
entrega ser muito mais rápida na<br />
Amazon acaba anulando o destaque<br />
do concorrente. Além disso, a empresa<br />
oferece diversos outros serviços,<br />
como gadgets que fazem automaticamente<br />
pedidos de produtos<br />
que os clientes compram de<br />
forma recorrente. E isso faz a diferença<br />
para o cliente”, explica.<br />
Outro exemplo citado por<br />
Reynolds é a empresa de hospedagem<br />
Airbnb. “Quando o cliente<br />
busca por informações de determinadas<br />
cidades, ele encontra<br />
também informações específicas<br />
produzidas pela Airbnb”, frisa o<br />
especialista, afirmando que a<br />
produção de conteúdos específicos,<br />
diretamente relacionados às<br />
necessidades do seu público, é o<br />
que vai deixar sua marca em destaque<br />
nos buscadores – muito<br />
mais que só as palavras-chave.<br />
O que a Amazon e a Airbnb<br />
têm em comum? Ambas estão realizando<br />
um trabalho de branding<br />
– ou seja, de disseminação da marca<br />
por meio do oferecimento de<br />
conteúdos e serviços relevantes<br />
aos seus consumidores. Isso, de<br />
acordo com o especialista, irá trazer<br />
um número muito maior de<br />
conversões para sua empresa.<br />
Dicas de otimização de conteúdo<br />
Nesse sentido, estes são os conselhos<br />
de Reynolds para quem quer<br />
desenvolver conteúdo pensado para<br />
seus clientes e para suas vendas:<br />
A audiência total para o seu<br />
conteúdo é muito maior que a<br />
sua audiência de busca. Por<br />
isso, pense em todo o seu público<br />
quando produzir conteúdo<br />
– até mesmo em quem não<br />
está na web.<br />
Entenda os problemas que seus<br />
consumidores enfrentam e<br />
ajude a resolvê-los por meio<br />
de artigos, vídeos, podcasts,<br />
e-books, etc.<br />
Ofereça conteúdo gratuito sem<br />
pedir nada. Se você ajudar um<br />
cliente de alguma forma, ele<br />
vai amar sua marca e vai se<br />
lembrar de sua empresa para<br />
sempre – você não precisa do<br />
e-mail dele imediatamente.<br />
O que você faz para o seu cliente<br />
se tornar o número um na<br />
família, na empresa ou entre<br />
os amigos? Isso conta muito<br />
para que ele crie um relacionamento<br />
forte com sua marca.<br />
Se o seu conteúdo sumisse hoje,<br />
alguém sentiria falta? Se<br />
não, alguma coisa está errada.<br />
Produza conteúdos que você<br />
gostaria de ver!<br />
Boas reflexões, não é mesmo?<br />
Quando estiver montando uma<br />
estratégia de marketing para sua<br />
marca, não defina apenas as palavras-chave,<br />
defina de que forma o<br />
que você produz ajudará seu público.<br />
Assim, seu cliente não precisará<br />
encontrá-lo, ele saberá exatamente<br />
onde sua empresa está.<br />
Conteúdo cauda longa<br />
Will Reynolds<br />
E falando em palavras-chave, o<br />
palestrante Matthew Kligerman,<br />
CEO da Escale, agência de otimização<br />
de buscas, mostrou no RD<br />
Summit como trabalhar keywords<br />
em um nível mais avançado. Em<br />
sintonia com o que Will Reynolds<br />
abordou em sua palestra, Kligerman<br />
destaca que o mais importante<br />
é oferecer ao seu público<br />
conteúdos específicos, indo além<br />
do que ele pode encontrar em qualquer<br />
lugar.<br />
Ele explica que existem aquelas<br />
palavras-chave “big heads” (expressivas),<br />
com alto volume de<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 83
procura e também que aparecem<br />
com grande recorrência nas buscas,<br />
e há as palavras-chave “long<br />
tails” (cauda longa), que são mais<br />
específicas e são ótimas na perspectiva<br />
de longo prazo.<br />
Por exemplo: “Dicas de vendas”<br />
é uma palavra-chave big head.<br />
“Dicas de vendas para iniciantes<br />
no e-commerce” é long tail.<br />
Com isso em mente, Kligerman<br />
apresenta algumas dicas para sua<br />
empresa definir quais palavras-<br />
-chave utilizar:<br />
Pense no seu público: o que ele<br />
busca no Google, qual é a maior<br />
dor que ele tem, quais dúvidas<br />
ele terá antes de comprar com<br />
você?<br />
Monte uma lista com ideias de<br />
conteúdos e veja os temas recorrentes<br />
para escolher palavras-chave<br />
importantes.<br />
Utilize ferramentas como o<br />
Google Keyword Planner,<br />
Ubersuggest e Semrush.<br />
Procure gaps de conteúdos: o<br />
que seu concorrente não está<br />
falando e que sua empresa poderia<br />
falar?<br />
Kligerman aponta, ainda, que,<br />
na hora de avaliar o quanto uma<br />
palavra-chave é importante para<br />
sua empresa, é preciso levar em<br />
conta os seguintes critérios:<br />
1. Volume de busca – O quanto<br />
aquele termo é procurado.<br />
2. Taxa de conversão – O quanto<br />
ele converte em vendas.<br />
3. Nível de concorrência da<br />
palavra – Se outras empresas<br />
também a utilizam.<br />
4. Valor médio das vendas –<br />
Ticket médio, margem de<br />
venda e valor do ciclo de compra<br />
(quantas vezes cliente<br />
volta para comprar de novo<br />
Matthew Kligerman<br />
a partir desse termo).<br />
5. Click through rate (CTR) –<br />
Percentual de usuários que<br />
clicam no anúncio que tem<br />
aquela palavra-chave.<br />
Já não basta escolher uma<br />
palavra-chave baseando-se apenas<br />
em seu número de buscas. As<br />
keywords precisam gerar visitas<br />
para o seu site, gerar vendas, chamar<br />
a atenção e, acima de tudo,<br />
fazer sentido para o seu negócio<br />
e para o seu público.<br />
TENDÊNCIA 3:<br />
Pontuação de leads<br />
Você já ouviu falar em lead scoring?<br />
Em uma tradução livre, esse termo<br />
seria algo como “pontuação de<br />
leads”. Essa é uma metodologia<br />
utilizada para fazer um ranking<br />
com o valor que cada lead tem em<br />
cada área do funil em que se encontra.<br />
Na prática, realizar lead<br />
scoring é analisar todos os seus<br />
leads e atribuir pontos para eles<br />
de acordo com sua proximidade<br />
em relação ao seu perfil de cliente<br />
ideal, sabendo quais estão prontos<br />
para serem passados ao time<br />
de vendas.<br />
84<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Do painel “Lead scoring na<br />
prática”, realizado no RD Summit,<br />
participaram Diego Gomes, co-<br />
-fundador da agência Rock Content,<br />
Flávia Goulart, coordenadora<br />
de marketing digital da<br />
Audaces Automação e Informática<br />
Industrial, e Franco Zanette,<br />
da área de inbound marketing na<br />
Resultados Digitais. Três profissionais<br />
de diferentes segmentos<br />
falando sobre suas experiências<br />
com essa metodologia. Segundo<br />
eles, este é o passo-a-passo para<br />
implementar o painel de lead<br />
scoring na sua empresa:<br />
a) Definir o que é um lead<br />
qualificado: Antes de tudo, é<br />
fundamental determinar qual<br />
é o perfil ideal de cliente que<br />
sua empresa busca, quais são os<br />
leads mais favoráveis a fechar a<br />
venda e qual é o público que sua<br />
marca quer atrair.<br />
b) Definir o momento ideal<br />
da abordagem: Além de saber<br />
qual é o perfil de cliente ideal,<br />
é preciso determinar qual é o<br />
momento certo para uma abordagem<br />
mais efetiva de vendas.<br />
A partir do meio do funil? Já no<br />
topo? Ou só quando o lead estiver<br />
no final? O que funciona<br />
para sua empresa?<br />
c) Reunir dados sobre clientes/leads<br />
de interesse: Para saber<br />
quem são os leads mais prontos<br />
para a compra, você deve<br />
avaliar os dados dos seus clientes<br />
atuais para identificar padrões<br />
de comportamento que levam ao<br />
fechamento.<br />
Perfil x engajamento<br />
Os palestrantes apontaram que,<br />
na hora de avaliar um lead, é<br />
imprescindível fazer a análise<br />
levando em conta não somente<br />
o perfil do lead, mas também o<br />
engajamento dele em relação à<br />
sua marca. Muitas vezes, você<br />
tem um lead que tem o perfil do<br />
cliente ideal, mas não interage<br />
com sua empresa. E o contrário<br />
também pode acontecer: um lead<br />
fora do perfil, mas com alto nível<br />
de engajamento.<br />
Eles destacam que, mesmo<br />
com perfil fora da sua meta, os<br />
leads que têm grande interação<br />
com sua empresa também devem<br />
ser levados em conta, pois eles<br />
podem até não virar clientes, mas<br />
têm potencial para ser advogados<br />
de sua marca e recomendar sua<br />
empresa para pessoas de seu círculo<br />
de relacionamento.<br />
Conhecer seu público é cada<br />
vez mais fundamental (e possível)<br />
no mundo digital. Utilizando a<br />
técnica de lead scoring você consegue<br />
ter um conhecimento mais<br />
aprofundado sobre a forma como<br />
sua empresa pode ajudar os consumidores,<br />
atraindo leads mais<br />
qualificados e, consequentemente,<br />
vendendo mais.<br />
Guia do lead scoring, da Resultados Digitais:<br />
http://bit.ly/lead_scoring<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 85
<strong>VendaMais</strong> Small Business / Da Redação<br />
Foto: Maycon Cosme/Buriti Jornalistas<br />
Capacitação<br />
+ melhora na produtividade<br />
= mais vendas!<br />
Conheça a história da Dal Costa, que<br />
apostou na capacitação de seus<br />
vendedores para aumentar a<br />
produtividade da empresa e melhorar<br />
os resultados em vendas, e inspire-se<br />
para seguir o mesmo caminho<br />
ocê já OUVIU FALAR EM PRODUtividade<br />
Total dos Fatores (PTF)? Esse<br />
índice analisa o quão bem um<br />
país aproveita seu capital e sua força<br />
de trabalho. E no Brasil, o desempenho<br />
nesse indicador não é dos melhores.<br />
Um relatório apresentado<br />
recentemente pelo instituto de pesquisa<br />
Conference Board revelou que<br />
a PTF caiu 2,3% no país em 2014 –<br />
mesmo com a expansão de 0,3% da<br />
produtividade da mão de obra. O<br />
86<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
mesmo estudo indicou que o caminho<br />
deveria ser o mesmo em<br />
2015 – a perspectiva era de contração<br />
de 2% este ano.<br />
Em paralelo a isso, a pesquisa<br />
"O panorama do treinamento no<br />
Brasil", feita no ano passado pela<br />
Associação Brasileira de Treinamento<br />
e Desenvolvimento (ABTD),<br />
mostrou que os profissionais brasileiros<br />
recebem, em média, apenas<br />
16,6 horas de treinamento por ano.<br />
Isso representa 0,19% do tempo de<br />
um ano inteiro! Se fizermos a conta<br />
levando em consideração a média<br />
de quarenta horas semanais<br />
de trabalho, chega-se à conclusão<br />
de que, no Brasil, os trabalhadores<br />
passam cerca de 0,80% do seu tempo<br />
em atividades de capacitação.<br />
Ou seja, nem 1% do nosso tempo<br />
profissional é dedicado ao nosso<br />
desenvolvimento...<br />
Se você parar para pensar, a<br />
ligação entre esses dois indicadores<br />
é quase óbvia. Afinal, quanto<br />
mais capacitado é um profissional,<br />
mais produtivo e eficiente ele se<br />
torna. Com pouco treinamento, o<br />
nível baixo de produtividade é<br />
quase compreensível. Em tempos<br />
de crise, então, isso fica ainda mais<br />
evidente. Por isso, as empresas<br />
mais preparadas para enfrentar<br />
os desafios do mercado, que aproveitam<br />
ao máximo seu capital e<br />
sua força de trabalho, são justamente<br />
as que mais investem na<br />
capacitação de seus colaboradores.<br />
Esse é o caso da Dal Costa,<br />
empresa de Ilhota (SC) que atua<br />
no segmento têxtil – indústria e<br />
comércio especializado em moda<br />
praia. Miriam Nagy, gerente comercial<br />
da organização, conta<br />
que todos os anos seus profissionais<br />
passam por treinamentos em<br />
diversas áreas. Em 2015, depois<br />
de assistirem a uma palestra de<br />
Marcelo Caetano, diretor da <strong>VendaMais</strong>,<br />
e conhecerem melhor o<br />
trabalho do Instituto Venda-<br />
Mais, os diretores da Dal Costa<br />
viram que o foco dos conteúdos<br />
em vendas – e não apenas no<br />
motivacional – poderia ajudá-los<br />
a crescer de forma consistente,<br />
mesmo em uma economia conturbada.<br />
Foi então que resolveram<br />
contratar a consultoria Venda-<br />
Mais Small Business para ajudá-los<br />
a encarar as dificuldades<br />
do mercado. O que eles buscavam<br />
e como conseguiram alcançar os<br />
resultados? É o que você descobre<br />
a seguir.<br />
IDENTIFICANDO PROBLEMAS<br />
e NECESSIDADES<br />
Foto: Divulgação<br />
Evaldo Freygang Junior<br />
Segundo Miriam, o principal objetivo<br />
do treinamento era criar<br />
indicadores e identificar as ferramentas<br />
de que a equipe precisava<br />
para obter os melhores<br />
resultados. Mas a gestora reconhece,<br />
também, que era preciso<br />
alinhar a equipe quanto às estratégias<br />
da Dal Costa. “Nosso<br />
time tinha pouco conhecimento<br />
sobre a empresa, faltava domínio<br />
do produto e também entendimento<br />
de todas as etapas de um<br />
processo de venda efetivo. Sabíamos<br />
que precisávamos criar um<br />
roteiro comercial com início,<br />
meio e fim – que começasse antes<br />
mesmo de o cliente vir à loja<br />
e que não acabasse quando<br />
ele fosse embora”, destaca.<br />
No entanto, apesar de isso<br />
parecer simples, não era bem assim<br />
na Dal Costa. Afinal, como<br />
a empresa trabalha com um produto<br />
sazonal, a estrutura do time<br />
de vendas muda muito ao longo<br />
do ano, o que dificulta o alinhamento<br />
da equipe quanto ao conhecimento<br />
da companhia e dos<br />
produtos. “Como a equipe praticamente<br />
dobra na alta temporada,<br />
precisávamos de um material que<br />
pudesse ser replicado aos novos<br />
integrantes no período do verão”,<br />
explica.<br />
Foi com isso em mente que<br />
Evaldo Freygang Junior, economista,<br />
especialista em Gestão<br />
Comercial e o consultor Venda-<br />
Mais Small Business responsável<br />
pelo treinamento da Dal<br />
Costa, entrou em ação. “Logo no<br />
diagnóstico, percebemos que eles<br />
possuíam visões divergentes sobre<br />
posicionamento de marca,<br />
operação e qualidade. No entanto,<br />
para facilitar o entendimento<br />
e a assimilação dessas informações<br />
por parte dos funcionários,<br />
era essencial que ao menos<br />
a diretoria estivesse alinhada<br />
nas questões estratégicas e táticas.<br />
Para isso, vimos que era<br />
necessário criar um tipo de missão,<br />
visão e metas que fossem<br />
de fácil acesso aos funcionários<br />
e, principalmente, aos gerentes,<br />
que são os responsáveis por repassar<br />
o clima e o desempenho<br />
do chão da loja para os donos”,<br />
explica. O consultor frisa, ainda,<br />
que, no diagnóstico, constatou-<br />
-se também que a equipe precisava<br />
melhorar o seu trabalho<br />
com relatórios e informações e<br />
que era preciso definir melhor<br />
os processos e o papel de cada<br />
colaborador nos procedimentos<br />
internos. Tudo isso foi levado<br />
em consideração na hora de definir<br />
como o treinamento funcionaria.<br />
“Identificamos<br />
um aumento<br />
no número de<br />
cadastros de<br />
clientes de varejo,<br />
uma melhoria<br />
no processo de<br />
telemarketing, a<br />
implementação<br />
de ideias dos<br />
colaboradores e o<br />
melhor indicador<br />
de todos: aquela<br />
vontade constante<br />
da equipe de fazer<br />
cada vez mais<br />
e melhor para o<br />
cliente.”<br />
(Miriam Nagy, gerente<br />
comercial da Dal Costa)<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 87
Tema do TREINAMENTO<br />
Gestão em vendas<br />
Os ALICERCES DA MUDANça<br />
Freygang Junior conta que, ao<br />
treinar empresas de pequeno e<br />
médio porte, é fundamental envolver<br />
todas as áreas. E na Dal<br />
Costa, isso foi levado a sério!<br />
“Solicitamos a participação de<br />
proprietários, gerentes, líderes,<br />
time operacional e vendedores,<br />
considerando que a comunicação<br />
para vender o produto é de responsabilidade<br />
de todos da empresa.<br />
Assim, o comprometimento<br />
e o envolvimento com o resultado<br />
são de todos também”,<br />
realça.<br />
Com o time a ser capacitado<br />
definido, bastava decidir quais<br />
seriam os conceitos trabalhados<br />
no programa de treinamento. E<br />
a divisão funcionou assim:<br />
CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) das<br />
vendas<br />
Neutralização de objeções<br />
Roda das Vendas (preparação e planejamento,<br />
prospecção, abordagem, levantamento de<br />
necessidades, proposta de valor, negociação,<br />
fechamento e pós-venda)<br />
Como adquirir hábitos produtivos<br />
Gestão da equipe de vendas<br />
O produto, a empresa, a concorrência e o<br />
mercado<br />
META<br />
Um programa completo de<br />
capacitação que mudou o cenário<br />
da Dal Costa!<br />
Mais CONHECIMENTO = MAIS<br />
EVOLUção<br />
Entre os resultados alcançados,<br />
Miriam destaca que o principal<br />
foi que a equipe conseguiu, efetivamente,<br />
ter maior conhecimento<br />
em relação à empresa, aos produtos<br />
e ao processo de vendas.<br />
Esse conhecimento, por sua vez,<br />
facilitou o desenvolvimento de<br />
processos internos mais eficientes.<br />
“Identificamos, por exemplo,<br />
a necessidade de indicadores, o<br />
que nos motivou a entrar em novos<br />
projetos para melhorar empresa<br />
como um todo. Estar junto<br />
da equipe, trocando informações<br />
e experiências, é extremamente<br />
construtivo. Ao criar o dia perfeito<br />
de vendas, identificamos as<br />
características e os benefícios do<br />
Auxiliar gestores a definirem metas e<br />
controlarem melhor sua equipe<br />
Capacitar profissionais sem experiência em<br />
vendas<br />
Orientar sobre como lidar com objeções<br />
Ensinar a identificar o “dia perfeito de vendas<br />
da Dal Costa” e elaborar o Manual de Vendas da<br />
empresa<br />
Mostrar como o uso da disciplina pode ajudar<br />
na mudança e na criação de novos hábitos<br />
(trabalhando as diferentes etapas da Roda das<br />
Vendas)<br />
Explicar os conhecimentos necessários<br />
para o gestor e ensiná-lo a realizar o<br />
acompanhamento dos resultados da equipe<br />
Expor de que forma o conhecimento possibilita<br />
um maior entendimento de como a empresa<br />
e o produto/serviço que ela vende estão<br />
posicionados no mercado<br />
nosso produto e criamos a Roda<br />
das Vendas da Dal Costa”, aponta<br />
a gerente comercial.<br />
Ela conta que tudo que foi passado<br />
no treinamento foi aproveitado<br />
100% pelos profissionais da<br />
equipe. “Todo o material foi compilado<br />
e adaptado para o nosso dia<br />
a dia. Com isso, desenvolvemos o<br />
nosso próprio Manual de Vendas”,<br />
revela. Ela conta que o um dos destaques<br />
do treinamento é fato de<br />
todo o material ficar disponível em<br />
formato multimídia e on-line, o<br />
que facilita a divulgação, o acesso<br />
e a assimilação do conteúdo e contribui<br />
para resolver o problema da<br />
disseminação das informações essenciais<br />
da empresa para os novos<br />
funcionários da alta temporada.<br />
Miriam frisa, também, que, a<br />
partir da qualificação da equipe,<br />
observou-se um aumento na taxa<br />
de conversão de vendas e no índice<br />
de fidelização dos clientes. “Identificamos<br />
um aumento no número<br />
de cadastros de clientes de varejo,<br />
uma melhoria no processo de telemarketing,<br />
a implementação de<br />
ideias dos colaboradores e o melhor<br />
indicador de todos: aquela vontade<br />
constante da equipe de fazer<br />
cada vez mais e melhor para o<br />
cliente”, comemora.<br />
Freygang Junior acrescenta<br />
que, desde o início do treinamento,<br />
a empresa teve um crescimento<br />
de 13,4% em conversão de vendas.<br />
Ele destaca que, além dos<br />
resultados financeiros, a capacitação<br />
ajudou a Dal Costa no desenvolvimento<br />
de novo hábitos,<br />
comportamentos e processos mais<br />
elaborados, tais como: maior compreensão<br />
sobre ferramentas e técnicas<br />
de vendas, criação do hábito<br />
de leitura sobre temas da área<br />
comercial, evolução na relação<br />
interpessoal entre os profissionais<br />
e melhora na empatia com os clientes.<br />
O consultor da <strong>VendaMais</strong><br />
Small Business conta, ainda, que<br />
os profissionais da Dal Costa apresentaram<br />
uma melhora significativa<br />
na capacidade de superar<br />
88<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Foto: Maycon Cosme/Buriti Jornalistas<br />
Lições DA Dal Costa que ficam PARA VOCê<br />
obstáculos ao fim do treinamento.<br />
“Isso ficou evidente nas dinâmicas<br />
realizadas nas aulas, em que, diante<br />
de alguma dificuldade apresentada,<br />
todos conseguiam indicar<br />
novas possibilidades e alternativas<br />
para não perder o foco na venda”,<br />
afirma.<br />
A BUSCA PELO CONHECIMENTO<br />
NUNCA ACABA<br />
A Dal Costa está mostrando que a<br />
melhor maneira de combater a crise<br />
é investir no desenvolvimento<br />
dos profissionais, fortalecendo as<br />
ações de vendas e também a empresa<br />
como um todo. Freygand<br />
Junior também destaca a importância<br />
do comprometimento dos<br />
profissionais em busca da melhoria.<br />
Ele relata que, desde o início, a<br />
equipe foi muito disciplinada e, ao<br />
longo do tempo, foi se envolvendo<br />
cada vez mais no processo de capacitação.<br />
Hoje, todos contribuem<br />
de forma decisiva para muitas das<br />
soluções encontradas.<br />
Agora, a empresa acredita que<br />
deve continuar sua evolução e que<br />
a busca pelo conhecimento nunca<br />
deve parar. Miriam revela que, a<br />
partir do conteúdo trabalhado pela<br />
consultoria, a cada 15 dias a<br />
diretoria e a equipe comercial se<br />
reúnem para discutir sobre gestão<br />
e sobre o CHA das vendas. “Criamos<br />
novos hábitos e desenvolvemos<br />
um material específico para as<br />
demandas, além de replicar o material<br />
disponibilizado na apostila<br />
e no vídeo. Vamos sempre atualizar<br />
o conteúdo desenvolvido e ficar<br />
atentos às novas demandas do<br />
mercado. O treinamento deve ser<br />
algo constante na cultura de uma<br />
empresa, precisamos estar a todo<br />
momento nos reciclando”, ressalta.<br />
Mesmo em momentos difíceis, nunca deixe de capacitar<br />
seus profissionais. Aliás, é justamente nesses<br />
períodos que o treinamento se faz ainda mais<br />
necessário.<br />
Antes de querer implementar novos processos<br />
dentro da empresa, tenha certeza de que todos<br />
estão alinhados quanto aos valores e objetivos e,<br />
também, quanto aos processos internos.<br />
Ao dar mais conhecimento para sua equipe de<br />
vendas, você contribui não apenas para melhorar<br />
o desenvolvimento individual de cada membro da<br />
equipe, mas também para o aperfeiçoamento dos<br />
processos organizacionais e para a evolução na<br />
forma de trabalhar – o que traz mais produtividade,<br />
lucro e economia.<br />
Profissionais mais preparados se envolvem mais<br />
nas decisões da empresa e são mais comprometidos<br />
com os resultados.<br />
Gostou da história da Dal Costa e se interessou pelos serviços oferecidos<br />
pela <strong>VendaMais</strong> Small Business? Visite o site nbtreinamentos.<br />
com.br ou envie um e-mail para contato@vmsb.com.br e descubra<br />
como sua empresa pode se beneficiar dos serviços do braço da <strong>VendaMais</strong><br />
criado para ajudar pequenas e médias empresas.<br />
Colaborou nesta matéria: Francine Pereira<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 89
<strong>VendaMais</strong> Digital / Da Redação<br />
Como motivar a<br />
equipe comercial<br />
em tempos de crise<br />
“Contra FATOS não há ARGUMENTOS.”<br />
Por mais clichê que essa frase possa soar, quando<br />
o assunto é a crise econômica que tomou conta do<br />
Brasil no último ano, ela se encaixa perfeitamente.<br />
Afinal, o mau momento é muito mais do que uma<br />
simples percepção de quem o vive. Pesquisas comprovam<br />
o que a gente já sabia...<br />
O ano de 2015 começou com o pior Índice de<br />
Confiança do Comércio desde 2010, quando esse<br />
indicador começou a ser medido. Em agosto, o Índice<br />
de Confiança da Indústria (ICI), pesquisa mensal<br />
que avalia a percepção do setor sobre os rumos<br />
da economia, chegou ao seu menor patamar em dez<br />
anos. Dois meses depois, o Índice de Confiança do<br />
90<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getúlio<br />
Vargas, atingiu o menor nível de toda sua história<br />
(desde 2005). Em paralelo a isso, uma pesquisa realizada<br />
pela Confederação Nacional da Indústria<br />
(CNI) mostrou que o medo do brasileiro de perder<br />
o emprego aumentou 5,4% entre maio e junho de<br />
2015 – o maior índice desde setembro de 1999. Outro<br />
estudo realizado pela CNI apontou que, entre<br />
junho de 2014 e junho de 2015, o Índice de Satisfação<br />
com a Vida (ISV) da população caiu 7,3%.<br />
O que todos esses números mostram é que, com<br />
a crise no mercado, as empresas e os profissionais<br />
estão mais desanimados e menos otimistas. A bola<br />
de neve aumenta, claro, com os resultados ruins<br />
que são registrados mês a mês dentro das empresas.<br />
Assim, é natural que, neste momento, você se<br />
pergunte: “Como é possível enfrentar, além das<br />
dificuldades do mercado, a desmotivação que esses<br />
desafios provocam na equipe?”<br />
Foi com essa pergunta em mente que Raul Candeloro<br />
e Marcelo Caetano, diretores da <strong>VendaMais</strong>,<br />
construíram o debate do programa <strong>VendaMais</strong><br />
Responde de dezembro. No vídeo, que faz parte da<br />
série de materiais digitais enviada aos assinantes<br />
da revista nos meses pares, os dois debatem as principais<br />
dúvidas sobre o tema e apresentam excelentes<br />
dicas para quem deseja motivar sua equipe<br />
mesmo em momentos economicamente desfavoráveis.<br />
De lá, trouxemos para esta reportagem alguns<br />
dos principais ensinamentos. Saiba quais são, coloque-os<br />
em prática e não deixe que a desmotivação<br />
tome conta da sua equipe nesse momento difícil.<br />
Tirar esse obstáculo do seu caminho lhe ajudará a<br />
superar a crise com muito mais facilidade.<br />
DICA NÚMERO 1:<br />
Não atrapalhar já é uma grande ajuda<br />
Sabe aquele ditado que diz que “muito ajuda quem<br />
não atrapalha”? Se o clima está ruim por conta da<br />
crise, só o fato de não criar mais dificuldades para a<br />
vida do vendedor já é um grande passo para não<br />
desmotivá-lo. É o que garantem Marcelo Caetano e<br />
Raul Candeloro. “Já tem um mercado duro, já tem uma<br />
venda difícil de acontecer e, muitas vezes, as empresas<br />
ficam colocando novos empecilhos e novas dificuldades<br />
para a equipe conseguir atingir os resultados”,<br />
ressalta Caetano. Para que isso não seja um problema<br />
na sua empresa, os especialistas têm algumas dicas<br />
do que pode (e do que não pode) ser feito:<br />
“Nós estamos pedindo para você, líder, que seja efetivamente mais analítico nesse<br />
momento. Você tem que dar o caminho para o resultado da sua equipe, tem que<br />
analisar os números e, aí assim, agir como o líder que esse momento da economia<br />
exige que você efetivamente seja.” Marcelo Caetano<br />
2 Se for para mudar, mude de uma vez só.<br />
Caetano explica que não colocar fatores desmotivacionais<br />
no grupo significa simplificar ao máximo<br />
o processo comercial, facilitando o trabalho da<br />
equipe de vendas. Nesse sentido, segundo o especialista,<br />
pequenas mudanças espaçadas podem<br />
agravar a sensação de instabilidade dentro da companhia<br />
e acabar piorando o clima organizacional.<br />
“Eu tenho visto as empresas olhando para uma<br />
situação difícil e, para tentar resolvê-la, fazem um<br />
‘ajustezinho’ aqui. O resultado? As coisas ficam<br />
ainda mais complicadas! Aí, elas resolvem que<br />
precisam fazer outro ‘ajustezinho’ ali; depois, mais<br />
um ajuste acolá e assim por diante. E isso, obviamente,<br />
é um caminho muito ruim. Se você for<br />
ajustar alguma coisa, ajuste tudo de uma vez e, de<br />
preferência, ajuste tudo e já tenha outro fator positivo<br />
para apresentar para sua equipe simultaneamente,<br />
como uma campanha motivacional ou uma<br />
campanha de incentivo”, aconselha.<br />
2 Facilite e organize os processos internos.<br />
Candeloro aponta, ainda, que outro fator fundamental<br />
para que o clima pesado não fique ainda pior é<br />
garantir que os processos comerciais internos estejam<br />
totalmente alinhados. “É muito comum, por exemplo,<br />
os vendedores falarem que vendem e que é o resto<br />
da empresa que não consegue entregar, ou que alguns<br />
departamentos são lentos, que algumas áreas não<br />
apoiam as vendas”, destaca. E complementa: “Nessa<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 91
situação, a falta de integração entre os setores internos<br />
acaba criando atritos e também pressão<br />
extrema sobre determinados profissionais.” Cabe<br />
ao líder organizar os processos internos e facilitar<br />
o trabalho para que isso não aconteça.<br />
2 Aproveite as ações que já existem.<br />
Por último, Caetano destaca que, muitas vezes, não<br />
é preciso reinventar a roda para gerar novos fatores<br />
motivacionais. “Você pode criar um fator motivacional<br />
em algo que já ocorre na sua empresa. Lançar<br />
bem um produto é um fator motivacional, mas<br />
tirar alguns produtos que não vendem também<br />
pode ser um fator motivacional que simplifica um<br />
pouco a vida do vendedor. Não estamos falando em<br />
criar novos fatores, mas, sim, em investir nas ações<br />
que você já faz e nas quais, no momento, pode colocar<br />
algum brilho especial. Já tem essa ação programada,<br />
só é preciso dar uma ênfase especial<br />
para isso, porque a sua equipe, efetivamente, está<br />
precisando desse gás”, indica.<br />
DICA NÚMERO 2:<br />
Crie indicadores operacionais – e não só de resultado<br />
Os resultados da sua empresa dependem de elementos<br />
externos (de mercado) e internos (da organização).<br />
Se você parar para pensar e analisar essa<br />
informação, em pouco tempo entenderá que isso<br />
significa que você não tem total controle sobre o<br />
que conquista. Afinal, o único aspecto que você<br />
consegue efetivamente dominar nessa equação são<br />
os fatores internos. Ou seja, o que você e sua equipe<br />
irão fazer para atingir as metas traçadas.<br />
Marcelo Caetano e Raul Candeloro explicam<br />
que entender isso é fundamental para saber como<br />
motivar a equipe em épocas difíceis. Eles defendem<br />
que, além das metas de resultados, os líderes devem<br />
trabalhar metas operacionais, mostrando o que os<br />
profissionais precisam fazer para alcançar o objetivo<br />
de vender mais e melhor – especialmente em<br />
tempos de crise. “No momento em que eu preciso<br />
motivar a equipe, eu tenho que ter uma meta, claro,<br />
porque o norte é importante, mas é muito mais<br />
motivador para as pessoas saber o que elas têm que<br />
fazer para chegar lá. Um caminho para isso é estipular<br />
metas de atividades do processo”, explica<br />
Candeloro.<br />
Exemplo:<br />
Imagine que a empresa estabeleça uma meta de<br />
prospecção de clientes. Nesse caso, além de dizer<br />
o quanto se espera de novos clientes, também é<br />
preciso estipular metas operacionais, como: quantas<br />
ligações deverão ser feitas para atingir essa<br />
meta, quantos e-mails serão enviados, quantas<br />
visitas serão realizadas e assim por diante.<br />
DICA NÚMERO 3:<br />
Tenha em mente que planejar ajuda a criar atitudes<br />
positivas na equipe<br />
Candeloro observa que, na área de vendas, muitas<br />
vezes, as pessoas têm certa resistência em<br />
trabalhar de maneira mais objetiva, mais formal.<br />
Um pouco por conta de hábitos comuns no segmento,<br />
mas também por conta da cultura da área.<br />
Mas o especialista lembra que, em momentos de<br />
crise, mais do que nunca, é fundamental seguir<br />
um planejamento sério, e declara: mesmo que os<br />
profissionais demonstrem certa insatisfação a<br />
princípio, eles verão que, conforme trabalharem<br />
de forma mais estruturada, melhor será sua atuação<br />
e também seus resultados, e aí, é só comemorar!<br />
“Quando o mercado está muito bom e<br />
todo mundo está vendendo bem, é mais fácil ser<br />
arrojado, é mais fácil ser desorganizado, não<br />
planejar e, ainda assim, ter bons resultados. Agora,<br />
quando a coisa fica mais difícil, eu acho que<br />
a competência e a forma mais séria de trabalhar<br />
começam realmente a mostrar seu verdadeiro<br />
valor”, opina.<br />
DICA NÚMERO 4:<br />
Entenda a real raiz dos problemas apontados pelos<br />
vendedores<br />
Em tempos de clima pesado na empresa, por conta<br />
do mercado difícil, o que é mais comum ouvir dos<br />
vendedores? Reclamações, claro! Candeloro e Caetano<br />
enfatizam que a forma como você, líder, recebe<br />
e trata dessas reclamações, pode ter grande<br />
influência para melhorar o ambiente comercial.<br />
Nesse sentido, os diretores da <strong>VendaMais</strong> têm três<br />
conselhos que podem ajudá-lo a lidar melhor com<br />
situações assim:<br />
92<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
1. O líder precisa sair em defesa da sua equipe,<br />
mas precisa pensar no todo.<br />
Nos casos em que as reclamações sobre a falta de<br />
apoio das outras áreas realmente indicarem a origem<br />
dos problemas, Candeloro avalia que o líder<br />
precisa sair em defesa de sua equipe. Não no sentido<br />
de brigar com os outros departamentos, mas,<br />
sim, de chamá-los para realizar um trabalho em<br />
conjunto em busca de soluções.<br />
A ideia é que o líder pense de maneira mais<br />
estratégica, que pense no todo, não apenas no seu<br />
próprio umbigo e nas necessidades da sua equipe.<br />
“Mesmo que eu seja um gerente comercial e só tenha<br />
influência direta sobre a minha equipe de vendas,<br />
eu tenho (ou ao menos deveria ter) liberdade e autonomia<br />
para chegar em outras áreas e chamar<br />
para trabalharmos juntos”, defende.<br />
2. Quebre o mito de que o problema está sempre<br />
nos outros setores.<br />
Em algumas situações, contudo, o problema não<br />
está realmente em outros departamentos e os vendedores<br />
acabam se apoiando nessa desculpa sem<br />
parar para pensar efetivamente na origem das dificuldades<br />
que vêm enfrentando. “Claro que você<br />
tem que trabalhar para aprimorar os principais<br />
problemas que a empresa tem. É preciso estar sempre<br />
de olho nisso e orientar os outros departamentos<br />
sobre como eles podem facilitar o processo<br />
comercial. Mas o grande trabalho do líder tem sido<br />
desmistificar, para sua equipe, que os problemas<br />
estão sempre nas outras áreas”, avalia Marcelo<br />
Caetano, que acredita que, ao tirar as “muletas”, ao<br />
<strong>quebra</strong>r as desculpas que os vendedores estão acostumados<br />
a usar, o líder vai facilitar a vida deles.<br />
Isso porque, a partir daí, ele mostrará onde efetivamente<br />
é preciso agir para superar as dificuldades.<br />
O que nos leva à terceira e mais importante dica.<br />
3. Conheça a fundo o trabalho de sua equipe para<br />
entender os reais problemas.<br />
Para explicar como fazer isso, Caetano cita um<br />
exemplo de uma consultoria dada por ele...<br />
Os representantes comerciais da empresa estavam<br />
reclamando que não conseguiam aumentar as vendas.<br />
Verificou-se, então, que eles tinham 200 clientes na carteira<br />
e estavam vendendo apenas para 40 – ou seja, tinha<br />
muita margem para se trabalhar dentro da carteira.<br />
“Quando o mercado está muito bom e todo mundo está vendendo bem, é mais<br />
fácil ser arrojado, é mais fácil ser desorganizado, não planejar e, ainda assim,<br />
ter bons resultados. Agora, quando a coisa fica mais difícil, eu acho que a<br />
competência e a forma mais séria de trabalhar começam realmente a mostrar<br />
seu verdadeiro valor.” Raul Candeloro<br />
Ao avaliar o número de visitas feitas recentemente,<br />
os líderes perceberam que, da carteira de 200, nem<br />
100 clientes estavam sendo visitados.<br />
Constatou-se, então, que a equipe estava visitando<br />
cada vez menos clientes, tentando vender apenas para<br />
aqueles que sempre compravam. Foi quando a origem<br />
do grande problema (o fato de os vendedores não conseguirem<br />
vender mais) foi identificada.<br />
O fato é que eles não precisavam de mais clientes,<br />
mas, sim, fazer mais visitas.<br />
Com base nessa história, Caetano aconselha:<br />
“Nós estamos pedindo para você, líder, que seja<br />
efetivamente mais analítico nesse momento. Você<br />
tem que dar o caminho para o resultado da sua<br />
equipe, tem que analisar os números e, aí assim,<br />
agir como o líder que esse momento da economia<br />
exige que você efetivamente seja.”<br />
Gostou do que viu aqui? A <strong>VendaMais</strong> digital de dezembro tem<br />
muito mais a lhe ensinar sobre como motivar sua equipe em<br />
tempos de crise! Se você não for assinante da revista, mas<br />
quiser ter acesso a esse material, envie um e-mail para leitor@<br />
vendamais.com.br com o assunto “VM Responde – eu quero”.<br />
E se você é assinante, mas perdeu esse conteúdo, fique atento,<br />
pois no dia 15/01 vamos enviar o material novamente por e-mail.<br />
Colaborou nesta matéria: Francine Pereira<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 93
Informe publicitário<br />
O resultado<br />
do futuro se<br />
consTRÓi hoje<br />
Conheça o projeto "Corretor Nova Geração", da<br />
SulAmérica Seguros, e entenda como o Vendópolis, o<br />
jogo desenvolvido pelo Instituto <strong>VendaMais</strong>, ajuda a<br />
formar e desenvolver equipes de vendas<br />
esde 2013, a SulAmérica Seguros<br />
promove, periodicamente, o programa<br />
"Corretor Nova Geração".<br />
Voltado para a capacitação dos<br />
filhos dos corretores, o objetivo<br />
do programa é despertar nos jovens<br />
o interesse pela profissão e<br />
apresentar uma visão ampliada<br />
do mercado em que seus pais atuam,<br />
incentivando a troca de conhecimento<br />
entre os participantes<br />
e profissionais da seguradora.<br />
De acordo com Matias Ávila,<br />
vice-presidente Comercial da Sul-<br />
América, essa ação contribui para<br />
reforçar a parceria de negócios<br />
e cultivar o relacionamento de<br />
longo prazo, traço característico<br />
da relação entre a empresa e os<br />
corretores. Além disso, o programa<br />
ajuda a criar um ambiente de<br />
imersão em que os filhos dos profissionais<br />
podem conhecer as<br />
oportunidades do mercado de<br />
seguros, a rotina de uma seguradora,<br />
bem como os produtos e os<br />
principais executivos da empresa.<br />
Para isso, durante cinco dias,<br />
os participantes do programa as-<br />
sistem a palestras e participam<br />
de debates, treinamentos e dinâmicas<br />
na sede da SulAmérica, em<br />
São Paulo (SP). Uma programação<br />
interessante, mas que os organizadores<br />
do programa sabiam que<br />
não era suficiente para agradar<br />
os jovens. Para isso, era preciso<br />
apresentar algo que falasse a língua<br />
deles e que demonstrasse<br />
como as coisas funcionam na prática.<br />
Foi então que o Vendópolis<br />
surgiu como solução.<br />
O jogo das vendas<br />
Vendópolis é um jogo desenvolvido<br />
por Raul Candeloro e pelos<br />
especialistas do Instituto <strong>VendaMais</strong><br />
e tem o objetivo de mostrar<br />
na prática como gerenciar a<br />
carteira de clientes para vender<br />
mais e melhor. O jogo simula uma<br />
cidade dedicada ao mundo das<br />
vendas. Nela, os “habitantes”<br />
aprendem as melhores maneiras<br />
de obter resultados com mais rapidez<br />
e consistência.<br />
“A cada jogada, a<br />
equipe <strong>VendaMais</strong><br />
procura vincular a<br />
situação do jogo com<br />
a nossa realidade,<br />
mostrando que,<br />
apesar de ser uma<br />
simulação naquele<br />
momento, as<br />
situações que estão<br />
sendo colocadas<br />
acontecem de<br />
verdade na rotina de<br />
uma corretora e é<br />
preciso estar sempre<br />
preparado para tomar<br />
a melhor decisão, não<br />
pensando apenas no<br />
ganho instantâneo,<br />
mas também no<br />
longo prazo.”<br />
(Matias Ávila)<br />
94<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Porém, mais do que um jogo,<br />
Vendópolis é um treinamento<br />
de vendas inovador, empolgante<br />
e muito produtivo. Por meio dele,<br />
as empresas podem transmitir<br />
diversos conceitos práticos para<br />
que os vendedores desenvolvam<br />
suas habilidades de prospecção<br />
e fidelização de clientes. Durante<br />
a dinâmica, os participantes<br />
se divertem, o aprendizado é muito<br />
mais intenso e o conhecimento<br />
adquirido realmente passa a<br />
fazer parte do dia a dia da equipe.<br />
No caso da SulAmérica Seguros,<br />
era a solução perfeita para<br />
engajar os participantes do programa<br />
"Corretor Nova Geração".<br />
“Participamos de um jogo-piloto<br />
para avaliar a atividade e concluímos<br />
que o jogo tinha muito a ver<br />
com o público jovem, abordando<br />
de uma forma prática a rotina dos<br />
corretores, os desafios que os novos<br />
profissionais enfrentarão e<br />
muitas das decisões que terão de<br />
tomar como estratégia para ir<br />
adiante com o seu negócio”, destaca<br />
Ávila.<br />
O executivo da seguradora<br />
explica, ainda, que, por meio do<br />
Vendópolis, eles puderam exemplificar<br />
aos jovens experiências,<br />
oportunidades e conceitos debatidos<br />
em outras palestras do programa<br />
e que também farão parte<br />
do cotidiano no futuro deles quando<br />
assumirem a corretora da família.<br />
A experiência<br />
Ávila conta que o Vendópolis,<br />
que faz parte do programa desde<br />
a primeira edição, é uma das atividades<br />
mais esperadas pelos<br />
participantes. “É um momento de<br />
grande expectativa, principalmente<br />
no dia do jogo, quando eles<br />
entram na sala e conseguem ver<br />
toda a estrutura. Eles ficam ainda<br />
mais ansiosos”, frisa.<br />
Sobre a dinâmica do jogo, o<br />
vice-presidente comercial da Sul-<br />
América avalia: “A cada jogada,<br />
a equipe <strong>VendaMais</strong> procura<br />
vincular a situação do jogo com<br />
a nossa realidade, mostrando que,<br />
apesar de ser uma simulação naquele<br />
momento, as situações que<br />
estão sendo colocadas acontecem<br />
de verdade na rotina de uma corretora<br />
e é preciso estar sempre<br />
preparado para tomar a melhor<br />
decisão, não pensando apenas no<br />
ganho instantâneo, mas também<br />
no longo prazo.”<br />
Ávila revela, ainda, que, aliado<br />
às palestras e aos bate-papos<br />
do programa, o Vendópolis proporciona<br />
um conhecimento teórico<br />
e prático, esclarecendo muitas<br />
dúvidas que os futuros corretores<br />
têm em relação ao segmento.<br />
“O programa é um momento<br />
de reflexão para muitos dos participantes<br />
quanto à opção de carreira.<br />
Não são raros os depoimentos<br />
de que as atividades ajudaram<br />
a reforçar a convicção da escolha<br />
feita ou a ‘abrir horizontes’ para<br />
outros que entendiam sua realidade<br />
como um limitante às suas<br />
aspirações. O relato recorrente<br />
dos pais desses jovens corretores<br />
é que os filhos voltam para casa<br />
‘cheios de ideias’, o que nos deixa<br />
realizados e certos de que é uma<br />
semana que pode fazer toda a<br />
diferença”, conclui.<br />
O que dizem os<br />
participantes<br />
Segundo Matias Ávila, o feedback<br />
dos participantes quanto ao Vendópolis<br />
é muito positivo. “Por<br />
isso mesmo sempre incluímos o<br />
jogo na programação do 'Corretor<br />
Nova Geração'”, revela.<br />
E os depoimentos de quem<br />
participou do último programa<br />
atestam isso. Para o jovem Felipe,<br />
da Corretora Ace & Salesman, o<br />
jogo mostrou bem a realidade de<br />
quem atua em vendas atualmente.<br />
“A rotina do corretor mudou<br />
bastante. Então, o programa mostra<br />
que a gente precisa estar bem<br />
atualizado. E o jogo Vendópolis<br />
ajudou bastante nesse sentido”,<br />
destaca.<br />
Juliana, da JS Corretora de<br />
Seguros, concorda com o colega:<br />
“Tivemos várias palestras interessantes<br />
e a <strong>VendaMais</strong> proporcionou<br />
dinâmicas excelentes; o<br />
Vendópolis foi muito legal.<br />
Aprendi muita coisa.”<br />
O Vendópolis pode<br />
fazer a diferença em<br />
sua empresa também<br />
Sua empresa também pode utilizar<br />
o Vendópolis em convenções<br />
e treinamentos para vendedores<br />
e clientes. Estes são alguns dos<br />
benefícios que o jogo traz:<br />
Motiva seus vendedores.<br />
Promove aprendizado.<br />
Muda hábitos.<br />
Leva à prática.<br />
Integra sua equipe.<br />
Você busca tudo isso? Acesse<br />
http://bit.ly/vendopolis-VM, saiba<br />
mais sobre o Vendópolis e descubra<br />
o que você precisa fazer para<br />
levar o jogo das vendas para a sua<br />
empresa!<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 95
Paixão por vendas<br />
Jeffrey GITOmer<br />
Biblioteca: a<br />
fonte do saber<br />
Édifícil LER LIVROS se<br />
você não os possui. Uma<br />
biblioteca cheia de obras<br />
sobre sucesso e vendas<br />
confere a oportunidade<br />
de adquirir a sabedoria<br />
dos outros se você empregar<br />
esta simples palavra: ler.<br />
O mesmo serve se você admira<br />
alguém e quer se inspirar no<br />
que essa pessoa lê para se orientar.<br />
Para isso, pergunte-lhe que livros<br />
ela recomenda (por considerar que<br />
influenciaram sua formação pessoal<br />
e profissional) e inclua-os na<br />
sua lista de próximas leituras.<br />
Sua biblioteca é algo em que<br />
você deve se basear para dar continuidade<br />
aos seus estudos. Se você<br />
decidir ler sobre vendas ou sucesso,<br />
terá chances maiores de se<br />
tornar um grande vendedor ou<br />
alguém bem-sucedido.<br />
Mas atenção: as pessoas frequentemente<br />
dizem “Eu li aquele<br />
livro”, mas raramente dizem “Eu<br />
aplico os princípios daquele livro<br />
todos os dias.” No entanto, deveria<br />
ser diferente. Afinal, os livros não<br />
são apenas para ler, são também<br />
para referência!<br />
Comece lendo livros sobre coisas<br />
de que você gosta ou pelas quais se<br />
interessa. Isso criará o hábito e o<br />
desejo de saber mais. O conhecimento<br />
vicia, assim como as drogas ou o<br />
álcool. Dedicar-se ao aprendizado<br />
permanente significa ler e ouvir algo<br />
para o desenvolvimento pessoal<br />
no mínimo uma hora por dia.<br />
Coleciono livros sobre negócios,<br />
vendas, desenvolvimento pessoal<br />
e sobre cada aspecto do sucesso.<br />
Livros antigos, alguns raros, alguns<br />
comuns, todos bons! Todos úteis!<br />
Todos joias do saber!<br />
Para se motivar a tornar a leitura<br />
um hábito, faça uma lista dos<br />
livros que você já leu e que melhoraram<br />
seu negócio, suas vendas,<br />
sua atitude e sua vida. Depois, faça<br />
uma lista dos livros que você deveria<br />
ler e reflita sobre o que o está<br />
impedindo de lê-los. Em seguida,<br />
organize-os e estabeleça metas de<br />
leitura. Aos poucos, sua pilha vai<br />
diminuir; seu conhecimento, aumentar,<br />
e você vai engatar a segunda<br />
marcha. No fim, ficará satisfeito<br />
com o novo destino descoberto<br />
por meio de tantos livros.<br />
Minha dica: Leia três livros sobre<br />
negócios ou atitude positiva imediatamente,<br />
um capítulo por vez.<br />
Faça anotações sobre ações e ideias<br />
nas margens do livro e marque as<br />
páginas ou transfira as informações<br />
para seu computador. Isso assegurará<br />
que seu conhecimento e suas<br />
ideias serão postos em prática.<br />
Treinar e praticar não levam<br />
você ao seu máximo. A educação<br />
é que leva. Treinar ensina “como”.<br />
A educação ensina “por quê”.<br />
Boas leituras!<br />
“Uma<br />
biblioteca<br />
cheia de obras<br />
sobre sucesso<br />
e vendas<br />
confere a<br />
oportunidade<br />
de adquirir<br />
a sabedoria<br />
dos outros se<br />
você empregar<br />
esta simples<br />
palavra: ler.”<br />
Jeffrey Gitomer é autor do<br />
livro A bíblia das vendas (Editora<br />
M. Books) e é um dos<br />
palestrantes de vendas mais<br />
respeitados e requisitados<br />
do mundo. Responsável por<br />
três sites nos Estados Unidos<br />
voltados a vendas e<br />
carreira, Gitomer também<br />
é colunista de importantes<br />
revistas de negócios.<br />
Visite o site: www.gitomer.<br />
com<br />
96<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
vendamais.com.br - Janeiro 2016 97
ATÉ mais / DA REDAÇÃO<br />
A rota do<br />
sucesso<br />
em vendas<br />
Quer ter um 2016 de bons resultados em vendas? Siga as dicas abaixo e venda mais!<br />
V<br />
E<br />
N<br />
D<br />
A<br />
alorize seus clientes e as oportunidades que eles lhe trazem.<br />
stude! Seu produto/serviço, a concorrência, suas estratégias, tudo!<br />
ão tenha medo das objeções. Muitas vezes, elas demonstram que falta pouco para<br />
você fechar (mais) uma venda.<br />
etermine metas esmART (Específicas, Mensuráveis, Atingíveis, Realistas e com<br />
Tempo definido para serem atingidas) e trabalhe para alcançá-las!<br />
ssuma seus erros e trabalhe para corrigi-los.<br />
M antenha a energia positiva mesmo nos momentos difíceis. O negativismo jogará<br />
sempre contra você!<br />
A<br />
I<br />
S<br />
valie seu desempenho levando em consideração dados, fatos e indicadores, não<br />
apenas o seu “achômetro”.<br />
nove! Boas e novas ideias sempre fazem a diferença!<br />
eja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo. A capacitação é a chave para o<br />
sucesso!<br />
98<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016
Ter o suficiente<br />
Na corrida frenética por<br />
ter sempre mais, muitas<br />
vezes nos negamos a riqueza<br />
de ter o suficiente.<br />
Agora pense, por um momento,<br />
na satisfação que<br />
seria ter o necessário de<br />
tudo que você precisa –<br />
dinheiro para pagar suas<br />
contas, uma casa com<br />
espaço suficiente para<br />
acomodar bem todos os<br />
seus familiares, tempo<br />
para fazer tudo que você<br />
deseja e assim por diante.<br />
Quando você tem o que<br />
precisa, você pode realmente<br />
aproveitar o que<br />
tem. E isso não impede<br />
que você consiga mais. Na<br />
verdade, muitas vezes, ter<br />
o suficiente é o que nos<br />
leva a ter ainda mais...<br />
A abundância flui consistentemente<br />
da gratidão.<br />
Mas é difícil expressar sua<br />
gratidão quando a única<br />
coisa que ocupa sua mente<br />
é o desejo de ter cada<br />
vez mais. Como você pode<br />
apreciar inteiramente o<br />
que tem quando parece<br />
não ser o suficiente? Como<br />
você pode ter a sensação<br />
de abundância quando sua<br />
mente está recheada de<br />
pensamentos sobre pobreza<br />
e limitações em algumas<br />
áreas?<br />
Sua ambição será prejudicada<br />
por ter o suficiente?<br />
É claro que não, pois com<br />
a gratidão sincera por ter<br />
o suficiente vem junto um<br />
desejo profundo de aproveitar<br />
isso ao máximo, o<br />
que faz a roda girar. Portanto,<br />
foque continuamente<br />
em aproveitar ao máximo<br />
o que você tem e você<br />
terá sempre o suficiente.<br />
Ralph Marston<br />
vendamais.com.br - Janeiro 2016 99
100 vendamais.com.br - Janeiro 2016