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VendaMais-260-Voce-esta-preparado-para-vender-em-2020

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Entrevista<br />

Diego Cordovez, especialista <strong>em</strong> inside sales, revela as principais<br />

descobertas da primeira pesquisa do Brasil sobre essa tendência <strong>em</strong> vendas e<br />

indica qual é o caminho <strong>para</strong> uma operação mais enxuta e de custo reduzido<br />

ANO 22 I Nº <strong>260</strong> I JANEIRO-FEVEREIRO/2017 I R$ 19,50<br />

vendamais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />

Você está<br />

<strong>pre<strong>para</strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> <strong>vender</strong><br />

<strong>em</strong> <strong>2020</strong>?<br />

Saiba o que será exigido do<br />

profissional de vendas daqui a<br />

três anos e comece a trabalhar<br />

hoje mesmo <strong>para</strong> manter sua<br />

relevância no futuro!<br />

Direto dos<br />

Estados Unidos<br />

Lições de inovação e vendas do Vale do Silício<br />

Ensinamentos do principal evento de marketing de conteúdo do mundo


2<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 3


vendamais<br />

JAN-FEV/17<br />

06 Editorial<br />

7 coisas que os clientes exig<strong>em</strong> antes<br />

de comprar de você<br />

10 Reservado <strong>para</strong> você<br />

O que os leitores diz<strong>em</strong> sobre a Venda-<br />

Mais<br />

11 Entre nós<br />

Onde estiv<strong>em</strong>os, novidades e lançamentos<br />

12 On-line<br />

Ideias e iniciativas criativas <strong>para</strong> você<br />

se inspirar e inovar<br />

14 Manual do líder<br />

13 sinais que mostram que um profissional<br />

está prestes a se d<strong>em</strong>itir<br />

40<br />

16 Entrevista<br />

Inside sales: O caminho <strong>para</strong> uma operação<br />

de vendas mais enxuta e de custo<br />

reduzido<br />

22<br />

22 Superlíder<br />

De supervendedor a superlíder<br />

26 Habilidades <strong>em</strong> vendas<br />

O “Pacote Estamina” e o sucesso <strong>em</strong><br />

vendas<br />

30 Thiago Concer<br />

Como ganhar uma comissão dez vezes<br />

maior do que qualquer vendedor da sua<br />

<strong>em</strong>presa<br />

4<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


32<br />

32 Inovação<br />

Lições de inovação do Vale do Silício<br />

38 Silvia Candeloro<br />

10 lições de negociação de uma história<br />

real<br />

40 Capa<br />

Você está <strong>pre<strong>para</strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>vender</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>2020</strong>?<br />

48 Claudio Diogo<br />

O que vend<strong>em</strong> os grandes vendedores<br />

50 Marketing digital<br />

O marketing de conteúdo pode revolucionar<br />

suas vendas. Você está <strong>pre<strong>para</strong>do</strong>?<br />

56 Leandro Branquinho<br />

10 maneiras de desmotivar uma equipe<br />

de vendas<br />

16<br />

26<br />

58 José Ricardo Noronha<br />

5 razões <strong>para</strong> acreditar que 2017 será<br />

o ano da retomada<br />

60 Enciclopédia <strong>VendaMais</strong><br />

Prospecção de clientes na prática<br />

62 Marcelo Caetano<br />

Não seja o gerador da sua própria crise!<br />

30<br />

66 Até mais<br />

Dúvidas de vendas? A <strong>VendaMais</strong> responde!<br />

67 Ralph Marston<br />

Grande oportunidade<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

7 coisas que os<br />

clientes exig<strong>em</strong><br />

antes de comprar<br />

de vocêDepois de passar várias horas<br />

lendo, revisando e fazendo anotações<br />

sobre as respostas de mais de<br />

trezentos assinantes da Venda­<br />

Mais a uma pesquisa sobre desafios<br />

na venda consultiva que fiz<strong>em</strong>os<br />

recent<strong>em</strong>ente, cheguei à conclusão<br />

de que exist<strong>em</strong> três grandes<br />

probl<strong>em</strong>as, todos eles ligados à<br />

proposta de valor:<br />

a) Muitas <strong>em</strong>presas simplesmente<br />

parec<strong>em</strong> não ter grandes<br />

diferenciais <strong>em</strong> relação à<br />

concorrência. Alguns participantes<br />

da pesquisa até disseram:<br />

“A concorrência também oferece<br />

esses diferenciais...” Então, por<br />

definição, não são diferenciais,<br />

certo?<br />

b) Algumas <strong>em</strong>presas até têm<br />

alguns diferenciais, o probl<strong>em</strong>a<br />

é que eles parec<strong>em</strong> não ser<br />

muito valorizados pelos clientes.<br />

Ou seja, a <strong>em</strong>presa e o vendedor<br />

que está atendendo o cliente<br />

acham que é um diferencial,<br />

mas o cliente não está disposto<br />

a pagar por isso. E diferencial que<br />

não é valorizado pelo cliente muitas<br />

vezes é sinônimo de custo.<br />

c) Outras <strong>em</strong>presas têm diferenciais<br />

e eles são valorizados<br />

pelos clientes, mas as equipes<br />

de vendas têm grandes dificuldades<br />

<strong>em</strong> transmitir isso<br />

<strong>para</strong> os prospects. Aí acontece<br />

de termos clientes tomando decisões<br />

erradas de compra, como<br />

ficou claro <strong>em</strong> vários depoimentos<br />

de vendedores que contaram<br />

que perderam vendas grandes por<br />

causa de centavos – geralmente<br />

<strong>para</strong> departamentos de compras<br />

agressivos, mas des<strong>pre<strong>para</strong>do</strong>s<br />

– e que, depois, os clientes tiveram<br />

prejuízos, probl<strong>em</strong>as etc.<br />

Nesse último caso, especificamente,<br />

recomendo o SEPAPIAG*<br />

como metodologia de levantamento<br />

de necessidades. É a melhor<br />

forma de conduzir o cliente<br />

por um processo inteligente de<br />

perguntas que o levará a tomar<br />

a melhor decisão – e não a mais<br />

6<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


arata. Também recomendo a<br />

ferramenta que criei chamada<br />

“Matriz de blindag<strong>em</strong> contra a<br />

concorrência”, <strong>em</strong> que ensino a<br />

mapear o seu mercado/segmento,<br />

definir seus pontos fortes e<br />

fracos e, a partir disso, montar<br />

um plano de ação, com projetos<br />

internos de melhoria e também<br />

comunicação e reforço mais eficiente<br />

dos diferenciais – primeiro<br />

<strong>para</strong> a equipe interna; depois,<br />

<strong>para</strong> os clientes.<br />

Se você <strong>para</strong>r <strong>para</strong> pensar nos<br />

três grandes probl<strong>em</strong>as que citei<br />

acima (não ter diferencial, diferencial<br />

pouco valorizado e diferencial<br />

mal-comunicado), notará<br />

que é uma situação que parece<br />

complicada, mas, felizmente, t<strong>em</strong><br />

solução: tudo passa pela criação<br />

ou revisão de uma proposta de<br />

valor. É sobre isso que quero conversar<br />

com você aqui.<br />

Marketing, vendas e<br />

proposta de valor<br />

A primeira coisa que eu gostaria<br />

de reforçar é que proposta de valor<br />

é um probl<strong>em</strong>a de marketing,<br />

não de vendas. É por isso que t<strong>em</strong>os<br />

tantas equipes comerciais se<br />

batendo e com dificuldades. Vamos<br />

deixar uma coisa clara: proposta<br />

de valor é criada e desenvolvida<br />

pelo pessoal do marketing,<br />

com o apoio da equipe de vendas<br />

(e não vice-versa).<br />

Já dá trabalho <strong>vender</strong> valor<br />

quando a <strong>em</strong>presa t<strong>em</strong> diferenciais<br />

e cria valor. Imagine, então,<br />

quando, no fundo, ela não t<strong>em</strong><br />

diferencial algum! Essa é uma<br />

conversa dura, mas importante<br />

e necessária de se ter. Portanto,<br />

antes de exigir que a equipe de<br />

vendas transmita e trabalhe diferenciais<br />

e valor, a <strong>em</strong>presa<br />

precisa ter certeza absoluta de<br />

que t<strong>em</strong> diferenciais e cria valor.<br />

Parece óbvio, mas t<strong>em</strong> muita<br />

gente se esquecendo dessa parte<br />

importante.<br />

Outra constatação rápida é que<br />

a maior parte das <strong>em</strong>presas não<br />

t<strong>em</strong> um departamento de marketing<br />

de verdade. É tudo muito<br />

amador, muito capenga, muito<br />

informal, muito subjetivo. E muito,<br />

muito ineficiente. Isso quando<br />

existe um departamento de marketing.<br />

(Nota rápida: se você é do<br />

departamento de marketing e está<br />

lendo isso, <strong>para</strong>béns! Você faz<br />

parte do 1% que entende que marketing<br />

e vendas trabalham juntos<br />

e <strong>em</strong> sinergia. Aproveite e repasse<br />

este artigo <strong>para</strong> seus colegas<br />

que ainda não entenderam<br />

isso – os departamentos comerciais<br />

nunca precisaram tanto da<br />

sua ajuda!)<br />

A ineficiência de uma proposta<br />

de valor fraca fica clara quando<br />

a maré do mercado muda e de<br />

“pleno” o comprador se torna<br />

“agressivamente competitivo”<br />

(leia-se: focado <strong>em</strong> preço). Some<br />

a isso a questão da assimetria da<br />

informação e t<strong>em</strong>os um caldeirão<br />

prestes a explodir.<br />

Por muito t<strong>em</strong>po, os clientes<br />

tiveram menos informações do<br />

que as <strong>em</strong>presas vendiam. Hoje,<br />

eles entram na internet e sab<strong>em</strong><br />

o preço de tudo, quanto os concorrentes<br />

cobram, os diferenciais<br />

de cada um, as reclamações e os<br />

comentários feitos por outros<br />

usuários… Ou seja, a assimetria<br />

de informação mudou de lado!<br />

Atualmente, o cliente sabe, <strong>em</strong><br />

muitos casos, mais que o vendedor.<br />

Para piorar, outro complicador<br />

é a criação de d<strong>em</strong>anda:<br />

qu<strong>em</strong>, na sua <strong>em</strong>presa é responsável<br />

por criar d<strong>em</strong>anda? Em<br />

muitas companhias isso está confuso<br />

– é a área comercial? O marketing?<br />

Qu<strong>em</strong>?<br />

Alguém na <strong>em</strong>presa t<strong>em</strong> que<br />

ter a função de facilitar o processo<br />

da venda, fazendo com que os<br />

Diretor<br />

Raul Candeloro<br />

raul@vendamais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

Anderson L.A.<br />

anderson@vendamais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Candeloro<br />

Marcelo Caetano<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

Tom S. Neto<br />

REVISÃO<br />

Lumos Soluções Editoriais<br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@vendamais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

natasha@vendamais.com.br<br />

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<strong>VendaMais</strong> ® é publicada 6 vezes ao ano pela<br />

Editora Quantum e comercializada pela<br />

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(41) 3022-1000<br />

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Horário de atendimento: das 8h às 18h<br />

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Editora Quantum. Tirag<strong>em</strong> d<strong>esta</strong> edição: 21.000<br />

ex<strong>em</strong>plares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

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e desde que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é de<br />

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Autores ou consultores que quiser<strong>em</strong> publicar seus trabalhos<br />

nas áreas de vendas ou marketing entr<strong>em</strong> <strong>em</strong> contato com a<br />

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como pela sua produção e compromissos inerentes, é da<br />

agência e do anunciante.<br />

SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />

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OPERAÇÃO EM BANCAS:<br />

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DINAP S/A – DISTRIBUIDORA NACIONAL<br />

DE PUBLICAÇÕES<br />

bit.ly/TV-Quantum<br />

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Nossa missão:<br />

Fazer o Brasil <strong>vender</strong> melhor.<br />

7


clientes queiram ativamente comprar<br />

o que está sendo vendido<br />

(seja por inovação, seja pela comunicação,<br />

seja pela facilidade<br />

de acesso etc.). A pergunta é simples:<br />

qu<strong>em</strong> é responsável por fazer<br />

o telefone tocar? Ou por fazer<br />

com que o cliente visite a loja?<br />

Ou por fazer com que o cliente<br />

abra a porta? Ou entrar no site e<br />

preencher um formulário? Qu<strong>em</strong>?<br />

Qu<strong>em</strong>? Qu<strong>em</strong>?<br />

Toda essa leitura só reforça<br />

meu diagnóstico de que o probl<strong>em</strong>a<br />

não se resolve apenas turbinando<br />

a equipe de vendas com<br />

campanhas motivacionais, n<strong>em</strong><br />

mesmo só com treinamento técnico.<br />

Campanhas e treinamento<br />

obviamente ajudam, mas precisamos<br />

mesmo é passar pela criação<br />

ou revisão de uma proposta<br />

de valor poderosa.<br />

Adoramos quando as <strong>em</strong>presas<br />

ligam aqui na <strong>VendaMais</strong><br />

<strong>para</strong> nos contratar <strong>para</strong> palestras<br />

e treinamentos (t<strong>em</strong>os um departamento<br />

enorme voltado exclusivamente<br />

<strong>para</strong> isso), mas já<br />

dou a dica: treinar equipes que<br />

têm uma proposta de valor clara,<br />

objetiva e diferenciada t<strong>em</strong><br />

1.000% mais chances de dar certo.<br />

Por ex<strong>em</strong>plo, é comum os assinantes<br />

nos escrever<strong>em</strong> ou entrar<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> contato relatando três<br />

grandes probl<strong>em</strong>as:<br />

Prospecção de clientes e como<br />

encontrar clientes novos.<br />

Como lidar de maneira efetiva<br />

com objeções a preço e pedidos<br />

de desconto por parte<br />

dos clientes.<br />

Como se diferenciar da concorrência.<br />

Vamos analisar esses itens<br />

com calma.<br />

A maior parte das <strong>em</strong>presas<br />

coloca como prioridade número<br />

um a prospecção, pois são<br />

verdadeiras máquinas de perder<br />

clientes. E perd<strong>em</strong> clientes por<br />

questões ligadas à sua proposta<br />

de valor.<br />

A prioridade número dois é<br />

treinar os vendedores <strong>para</strong> lidar<br />

com objeções a preço. E as objeções<br />

surg<strong>em</strong> por questões ligadas<br />

à proposta de valor.<br />

A prioridade número três é se<br />

diferenciar da concorrência e<br />

mostrar/<strong>vender</strong> valor. Adivinha<br />

o que cria diferenciação e valor?<br />

Pois é: a proposta de valor.<br />

Como desenvolver sua<br />

proposta de valor<br />

Pesquisando modelos de diferenciação<br />

e de proposta de valor, encontrei<br />

uma metodologia desenvolvida<br />

por Tom Poland, australiano<br />

que é diretor da Leadsology.<br />

Poland cria funis de vendas e acredita,<br />

assim como eu, que a função<br />

do departamento de marketing é<br />

criar um ambiente ideal <strong>para</strong> facilitar<br />

o processo de venda.<br />

Ao me aprofundar na metodologia,<br />

entendi que seria uma<br />

forma excelente de mostrar como<br />

criar uma proposta de valor que<br />

realmente diferencie você da concorrência<br />

e promova fidelização<br />

dos clientes atuais, além de atrair<br />

prospects mais qualificados, com<br />

perfil de cliente ideal.<br />

Vamos começar, então, pelo<br />

começo: uma proposta de valor<br />

é, antes de mais nada, uma promessa<br />

ao cliente. Por ex<strong>em</strong>plo, a<br />

nossa missão na <strong>VendaMais</strong> é<br />

ajudar vendedores e <strong>em</strong>presas do<br />

Brasil a <strong>vender</strong><strong>em</strong> mais e melhor.<br />

Essa é a missão. Mas a promessa<br />

é um pouco diferente, ela aprofunda<br />

a missão. Nossa promessa<br />

<strong>para</strong> qu<strong>em</strong> assina a <strong>VendaMais</strong><br />

– ou seja, nossa proposta de valor<br />

– é que nós vamos ajudá-lo <strong>em</strong><br />

três grandes áreas:<br />

Melhores resultados <strong>em</strong> vendas.<br />

"Antes de exigir que a equipe de vendas<br />

transmita e trabalhe diferenciais e valor, a<br />

<strong>em</strong>presa precisa ter certeza absoluta de que<br />

t<strong>em</strong> diferenciais e cria valor. Parece óbvio,<br />

mas t<strong>em</strong> muita gente se esquecendo dessa parte<br />

importante."<br />

Desenvolvimento pessoal e<br />

profissional.<br />

Direcionamento <strong>para</strong> a tomada<br />

de decisões inteligentes,<br />

estratégicas e b<strong>em</strong>-fundamentadas<br />

na área comercial.<br />

Nenhuma outra revista no<br />

Brasil pode dizer que oferece<br />

essas três coisas. Isso não quer<br />

dizer que sejamos melhores ou<br />

piores. Somos diferentes. Nossa<br />

missão é diferente e nossa promessa<br />

é diferente porque somos<br />

100% focados.<br />

Isso t<strong>em</strong> que ficar muito claro.<br />

Não é só uma questão de ser<br />

melhor ou pior. Trata-se de ser<br />

diferente. A verdade é que o mercado<br />

virou uma grande mesmice<br />

e os clientes já não consegu<strong>em</strong><br />

enxergar diferenças grandes<br />

entre todas as opções que têm<br />

disponíveis. É tudo muito igual.<br />

8<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


E quando tudo é igual, o preço<br />

vale como referência de valor.<br />

Isso é dolorido, principalmente<br />

<strong>para</strong> <strong>em</strong>presas que têm diferenciais<br />

claros, mas uma proposta<br />

de valor fraca, mal-elaborada ou<br />

inexistente.<br />

Uma boa proposta de valor<br />

vai ter s<strong>em</strong>pre três características:<br />

1. É baseada <strong>em</strong> benefícios.<br />

2. É diferente dos concorrentes.<br />

3. É específica <strong>para</strong> seu mercado/<br />

clientes.<br />

O que nos traz, finalmente, à<br />

metodologia do Tom Poland e ao<br />

que ele chama de value slider, que<br />

é basicamente uma planilha <strong>em</strong><br />

que você coloca sete coisas que<br />

os clientes estão exigindo de você<br />

hoje:<br />

1. Resultados mensuráveis, indicadores<br />

objetivos passo a<br />

passo, etapas claras.<br />

2. Melhoras palpáveis e consistentes<br />

(do <strong>esta</strong>do atual <strong>para</strong> a<br />

situação desejada).<br />

3. Velocidade, agilidade, rapidez.<br />

4. Um melhor retorno sobre investimento<br />

(l<strong>em</strong>bre que a relação<br />

é benefício/custo – se<br />

os clientes perceb<strong>em</strong> todo<br />

mundo igual na questão dos<br />

benefícios, então vão focar<br />

nos custos <strong>para</strong> melhorar esse<br />

indicador).<br />

5. Simplicidade, pouca complexidade,<br />

facilidade de compreensão<br />

e visualização.<br />

6. Facilidade, “não me complique<br />

a vida”.<br />

7. Relevância/customização/personalização.<br />

Poland recomenda que você<br />

faça uma com<strong>para</strong>ção direta com<br />

seus concorrentes <strong>em</strong> relação às<br />

suas promessas e dê uma nota<br />

<strong>para</strong> cada um dos itens.<br />

O value slider permite que você<br />

"A verdade é que o mercado virou uma grande<br />

mesmice e os clientes já não consegu<strong>em</strong><br />

enxergar diferenças grandes entre todas<br />

as opções que têm disponíveis. É tudo muito<br />

igual. E quando tudo é igual, o preço vale como<br />

referência de valor."<br />

seja muito mais focado nos esforços<br />

e nas iniciativas de transformação<br />

da sua proposta de valor (não é só<br />

a equipe de vendas que precisa se<br />

transformar – é a <strong>em</strong>presa e sua<br />

proposta de valor!).<br />

Se você puder melhorar cada<br />

um desses itens – ou pelo menos<br />

os mais relevantes <strong>para</strong> segmentos<br />

específicos e nichos de clientes<br />

–, mais diferenciais você terá<br />

<strong>para</strong> que sua equipe de vendas<br />

possa realmente falar de valor.<br />

Agora v<strong>em</strong>, então, a tarefa que<br />

quero lhe dar (outra diferença da<br />

<strong>VendaMais</strong> – aqui não é só revista<br />

de ler, é revista de ler e de<br />

fazer).<br />

Quero que crie (ou revise) sua<br />

proposta de valor: qual é a promessa<br />

que você v<strong>em</strong> fazendo <strong>para</strong><br />

seus clientes?<br />

Perguntas <strong>para</strong> ajudá-lo no<br />

exercício:<br />

a) Sua <strong>em</strong>presa t<strong>em</strong> realmente<br />

uma proposta de valor?<br />

b) Essa proposta de valor está<br />

sendo comunicada constant<strong>em</strong>ente?<br />

c) Ela é clara e objetiva?<br />

d) Ela t<strong>em</strong> as três características<br />

fundamentais (benefícios, diferenciação,<br />

específica) de<br />

uma boa proposta de valor?<br />

e) Vocês GARANTEM essa promessa?<br />

f) Vocês faz<strong>em</strong> acompanhamento<br />

desse pós-venda?<br />

g) Vocês procuram medir e documentar<br />

os resultados da sua<br />

promessa com test<strong>em</strong>unhos e<br />

depoimentos de clientes satisfeitos?<br />

h) A <strong>em</strong>presa INTEIRA está voltada<br />

a entregar essa promessa<br />

de maneira consistente?<br />

Note, também, como você pode<br />

criar novos produtos/serviços/<br />

soluções, segmentar nichos de<br />

mercado, ou criar novas formas<br />

de comunicar sua promessa e seus<br />

diferenciais.<br />

Vale muito a pena fazer o exercício<br />

e rever sua promessa <strong>para</strong><br />

os clientes usando o value slider<br />

do Tom Poland.<br />

Abraço e boas vendas,<br />

P.S.: Se quiser desenvolver esse<br />

trabalho junto com minha equipe<br />

num treinamento ou workshop, por<br />

favor, entre <strong>em</strong> contato com a Luciane:<br />

luciane@editoraquantum.<br />

com.br<br />

Raul Candeloro – Diretor<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

E-mail: raul@vendamais.com.br<br />

*Quer entender o que é o SEPAPIAG? Acesse<br />

bit.ly/Raul-responde e assista ao vídeo <strong>em</strong><br />

que Raul Candeloro explica o conceito.<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 9


Reservado <strong>para</strong> Você<br />

Raul candeloro<br />

Responde<br />

Cesario Marques: Vale a pena e t<strong>em</strong> lógica aumentar os preços<br />

mesmo num mercado recessivo e com as vendas ainda abaixo do<br />

potencial?<br />

Raul Candeloro: Essa é uma dúvida estratégica, e não tática, e que é<br />

muito interessante de responder. Ao aumentar seus preços, você recompõe<br />

sua marg<strong>em</strong> e também dá um sinal <strong>para</strong> o mercado – clientes,<br />

concorrentes e sua própria equipe estão vendo esse sinal, o que também<br />

t<strong>em</strong> implicações importantes. Fatores a levar <strong>em</strong> consideração:<br />

1) Estamos prevendo uma retomada dos negócios?<br />

2) Existe uma parcela de clientes muito satisfeitos, com altos<br />

custos de troca e/ou simplesmente felizes (ou acomodados)<br />

com a situação atual?<br />

3) Pod<strong>em</strong>os trabalhar com descontos?<br />

4) Pod<strong>em</strong>os justificar os aumentos – seja via repasse de custos,<br />

seja por inovação/diferenciação? Existe uma boa história <strong>para</strong><br />

se contar?<br />

5) Pod<strong>em</strong>os criar novas opções de precificação ou novas propostas<br />

de vendas? (Por ex<strong>em</strong>plo, imagine que você vende<br />

pacotes com dez caixas <strong>para</strong> pipoca a R$ 100 e quer aumentar<br />

o valor do pacote <strong>para</strong> R$ 120 – ou seja, R$12 por caixa. Uma<br />

opção seria criar pacotes de cinco caixas por R$ 60. A mesma<br />

lógica se aplica a serviços e soluções, com adaptações específicas<br />

<strong>para</strong> cada caso.)<br />

6) Pod<strong>em</strong>os cobrar por coisas pelas quais não cobramos – como,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, taxas de entrega? Alguns benefícios que são<br />

oferecidos gratuitamente aos clientes poderiam passar a ser<br />

cobrados?<br />

7) Com nossa política de preços, <strong>esta</strong>mos atraindo clientes que<br />

realmente valorizam nossos diferenciais, são clientes de perfil<br />

ideal?<br />

8) Pod<strong>em</strong>os diminuir a média de descontos sendo dados?<br />

9) Perd<strong>em</strong>os muitos negócios cada vez que aumentamos 1%<br />

nosso preço?<br />

10) Dos clientes que pod<strong>em</strong>os perder no curto prazo por causa do<br />

aumento de preços, muitos têm alta probabilidade de voltar<br />

depois?<br />

Essas são as questões que permit<strong>em</strong> definir se aumentar<br />

preços é ou não uma boa ideia. Quanto mais respostas positivas<br />

você tiver, mais segurança poderá ter ao definir essa questão<br />

fundamental e estratégica da precificação correta.<br />

Espero ter ajudado. Abraço e boas vendas!<br />

Raul Candeloro<br />

A resposta completa de Raul Candeloro à dúvida de Cesario Marques<br />

está disponível <strong>em</strong> bit.ly/raul-responde-precificacao. Não perca!<br />

Alegando que <strong>esta</strong>va contratando uma líder e não uma<br />

mera “chefe”, uma das primeiras sugestões do meu<br />

diretor comercial quando comecei a trabalhar na Leal<br />

foi que eu lesse a <strong>VendaMais</strong>, porque ele acreditava<br />

que os conteúdos da revista podiam me ajudar na tarefa<br />

de cumprir essa missão. Ele tinha razão. Afinal,<br />

não adianta ser nomeada líder e não fazer nada acontecer.<br />

Se a pessoa não lê e não busca informação, não<br />

sai do lugar. A revista está me ajudando muito nessa<br />

jornada. Muito obrigada!<br />

Natália falou mais sobre sua relação com a revista <strong>em</strong><br />

entrevista à nossa equipe. Para ler o depoimento<br />

completo, acesse bit.ly/vendedores-apaixonados<br />

Natália Braga, líder de televendas da Comercial Leal<br />

Participe da seção<br />

Reservado <strong>para</strong> Você<br />

Envie críticas, sugestões, deixe sua palavra, conte sua história,<br />

divida seus resultados conosco, mostre sua equipe*. O espaço é<br />

todo seu. Estamos esperando por você!<br />

Escreva agora mesmo <strong>para</strong>: leitor@vendamais.com.br e participe!<br />

*As fotos serão avaliadas pela equipe de redação.<br />

10<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


ENTRE NÓS<br />

Treinamentos<br />

<strong>VendaMais</strong> na estrada<br />

Em 2016, os profissionais do braço de treinamento das Soluções <strong>VendaMais</strong> rodaram o Brasil<br />

(e também parte do Paraguai!) capacitando equipes comerciais de <strong>em</strong>presas dos mais variados<br />

segmentos e portes. Em suas viagens, nossos facilitadores ajudaram profissionais de vendas a<br />

entender quais são os conhecimentos, as habilidades e as atitudes (CHA) que faz<strong>em</strong> a diferença no<br />

dia a dia de qu<strong>em</strong> vende e revelaram como desenvolver esses pilares fundamentais <strong>para</strong> a receita<br />

do sucesso na área. Além disso, ajudaram <strong>em</strong>presas a estruturar seus processos comerciais e<br />

atender melhor seus clientes e também provocaram gestores a repensar a maneira como conduz<strong>em</strong><br />

seus negócios, suas relações comerciais e suas estratégias de marketing e vendas.<br />

Nessa jornada, muitos resultados positivos foram alcançados e com<strong>em</strong>orados. As fotos abaixo<br />

eternizam algumas dessas conquistas.<br />

Café com<br />

<strong>VendaMais</strong><br />

1<br />

2<br />

1 O facilitador Heverson Barbosa conduziu um treinamento superdinâmico e divertido na convenção da <strong>em</strong>presa Betha Sist<strong>em</strong>as, <strong>em</strong><br />

Criciúma (SC). 2 A <strong>em</strong>presa <strong>para</strong>guaia Casa Nissei (uma das maiores lojas de eletrônicos de Cidade do Leste) solicitou à nossa equipe o<br />

desenvolvimento de um programa de capacitação continuado. Nos últimos meses, Karen Jardzwski, diretora do braço de treinamento das<br />

Soluções <strong>VendaMais</strong>, esteve diversas vezes no Paraguai <strong>para</strong> garantir o sucesso da iniciativa. 3 A equipe da Ótica Marília, de Bacabal<br />

(MA) precisava aprender mais sobre gestão da carteira de clientes, atendimento e estratégias comerciais. Para isso, contratou nossa<br />

equipe. O facilitador Heverson Barbosa conduziu o treinamento com muita diversão e entusiasmo. O time de vendas da <strong>em</strong>presa saiu<br />

motivado e <strong>pre<strong>para</strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>vender</strong> mais e melhor! 4 Pensando <strong>em</strong> aprimorar os treinamentos in-company da <strong>VendaMais</strong> neste ano,<br />

parte da equipe de facilitadores de treinamentos da Soluções <strong>VendaMais</strong> esteve reunida recent<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> Curitiba <strong>para</strong> debater novas<br />

metodologias, conteúdos e pesquisas. Na ocasião, Daniele Mocellin, Karen Jardzwski e Jorge Brucinski tiveram a companhia de Raul<br />

Candeloro e Marcelo Caetano, diretores da <strong>VendaMais</strong> e especialistas <strong>em</strong> vendas que contribuíram com toda sua experiência.<br />

Se você também quer ter sua equipe treinada pela gente <strong>em</strong> 2017, acesse bit.ly/treinamentos-vm<br />

e descubra como pod<strong>em</strong>os ir mais longe juntos!<br />

4<br />

3<br />

No fim do ano passado, <strong>em</strong> uma<br />

terça-feira de sol e calor <strong>em</strong> Curitiba,<br />

parte da equipe <strong>VendaMais</strong> se<br />

reuniu <strong>em</strong> um café <strong>para</strong> pensar <strong>em</strong><br />

tudo que pod<strong>em</strong>os fazer <strong>para</strong> que<br />

<strong>em</strong> 2017 nossa missão de ajudar o<br />

Brasil a <strong>vender</strong> mais e melhor continue<br />

sendo cumprida da melhor<br />

forma possível. Trocamos ideias,<br />

debat<strong>em</strong>os possíveis pautas, planejamos<br />

muitas novidades e saímos<br />

de lá com a certeza de que o ano<br />

que está começando pode ser melhor<br />

<strong>para</strong> você que atua <strong>em</strong> vendas<br />

– e que nós pod<strong>em</strong>os ajudá-lo a<br />

garantir isso!<br />

A revista impressa, contudo, é<br />

apenas uma de nossas ferramentas.<br />

Os cursos do Instituto Venda<br />

Mais (institutovendamais.com.br),<br />

o conteúdo que publicamos <strong>em</strong><br />

nosso portal s<strong>em</strong>analmente (venda<br />

mais.com.br), os eventos on-line e<br />

presenciais que realizamos (como<br />

o Circuito <strong>VendaMais</strong> e o Masterclass<br />

Rethink <strong>VendaMais</strong>), tudo que<br />

compartilhamos nas nossas redes<br />

sociais* e a série Venda Mais Responde<br />

(bit.ly/TV-<strong>VendaMais</strong>) completam<br />

nosso kit de ferramentas<br />

<strong>para</strong> ajudá-lo a ser um profissional<br />

cada dia melhor e, assim, conquistar<br />

os resultados que tanto espera<br />

<strong>em</strong> vendas.<br />

*Curta nossa página no Facebook:<br />

facebook.com/<strong>VendaMais</strong><br />

Acompanhe-nos no LinkedIn:<br />

bit.ly/linkedin-VM<br />

Inscreva-se no nosso canal:<br />

bit.ly/TV-<strong>VendaMais</strong><br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 11


ON-LINE<br />

POR Francine Pereira<br />

O panorama atual das<br />

redes sociais no mundo<br />

Mais do que espaços <strong>para</strong>lelos à<br />

realidade, onde as pessoas estão<br />

esporadicamente, as mídias sociais se<br />

tornaram parte integrante da vida de<br />

seus usuários – indivíduos e <strong>em</strong>presas.<br />

Essas redes mudaram radicalmente a<br />

sociedade <strong>em</strong> diversos aspectos: acesso<br />

à informação, relacionamentos,<br />

comunicação e consumo – tudo isso<br />

foi afetado pela expansão das plataformas<br />

sociais.<br />

São as conexões geradas por esses<br />

canais que permit<strong>em</strong> que as pessoas<br />

interajam e se inform<strong>em</strong> de maneira<br />

mais categorizada na internet. As redes<br />

sociais funcionam como um filtro de<br />

dados e contatos na web.<br />

Por meio do último relatório da Global<br />

Web Index, uma consultoria especializada<br />

<strong>em</strong> informações sobre a internet,<br />

é possível ter uma noção da<br />

proporção que as redes sociais tomaram<br />

na vida das pessoas. Confira alguns dos<br />

principais dados:<br />

94% 88%<br />

dos adultos on-line<br />

têm uma conta <strong>em</strong> pelo<br />

menos um site de<br />

mídia social.<br />

desse público é<br />

cadastrado <strong>em</strong> pelo<br />

menos um serviço do<br />

Facebook.<br />

4 <strong>em</strong> cada 10 usuários segu<strong>em</strong> suas<br />

marcas favoritas nas redes sociais.<br />

A cada três<br />

minutos que<br />

as pessoas<br />

passam<br />

on-line, um é<br />

dedicado a<br />

atividades <strong>em</strong><br />

mídias<br />

sociais.<br />

As pessoas<br />

passam<br />

quase<br />

duas<br />

horas<br />

por dia <strong>em</strong><br />

plataformas<br />

sociais.<br />

77%<br />

dos adultos<br />

on-line usam<br />

seus<br />

smartphones<br />

<strong>para</strong> atividades<br />

nas redes<br />

sociais.<br />

Como é possível perceber, as redes<br />

sociais não são apenas mais uma possibilidade<br />

de canal de comunicação com<br />

o público – elas são, atualmente, plataformas<br />

imprescindíveis <strong>para</strong> as marcas<br />

que quer<strong>em</strong> se relacionar de forma<br />

mais próxima com seus clientes. E<br />

engana-se qu<strong>em</strong> acha que isso só vale<br />

<strong>para</strong> operações B2C. Diversos estudos<br />

mostram que os tomadores de decisões<br />

nas <strong>em</strong>presas também utilizam as mídias<br />

sociais <strong>para</strong> guiar suas escolhas.<br />

Será que você está aproveitando<br />

ao máximo o potencial desses canais?<br />

Como sua <strong>em</strong>presa utiliza as redes sociais<br />

<strong>para</strong> se comunicar com o seu público<br />

e <strong>vender</strong> mais? Envie um e-mail<br />

<strong>para</strong> nós com seus insights e opiniões<br />

sobre o uso das redes sociais na área<br />

comercial: leitor@vendamais.com.br<br />

Confira o relatório completo <strong>em</strong><br />

bit.ly/web-redes-sociais<br />

12<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


vendamais.com.br<br />

A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />

do site <strong>VendaMais</strong> (www.vendamais.com.br). Se você é assinante, basta<br />

digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista nas bancas,<br />

digite o login “banca” e a palavra-chave “FUTURO”, válida apenas <strong>para</strong> os<br />

meses de JANEIRO e FEVEREIRO.<br />

Vendas on-line e off-line –<br />

dois lados de um mesmo time<br />

comércio eletrônico cresceu muito e rapidamente nos<br />

O últimos anos, o que fez com que profissionais de vendas<br />

de diversos segmentos questionass<strong>em</strong> a sustentabilidade<br />

do modelo de vendas off-line a longo prazo. A dúvida que<br />

aflige muitos é: será que, no futuro, os consumidores vão<br />

comprar tudo pela internet e os vendedores como conhec<strong>em</strong>os<br />

hoje vão deixar de existir?<br />

A resposta <strong>para</strong> essa pergunta é: não e sim. Não, as pessoas<br />

não vão deixar de comprar <strong>em</strong> lojas e <strong>em</strong>presas físicas<br />

– pelo menos não <strong>em</strong> futuro próximo. Mas, sim, o formato<br />

dos <strong>esta</strong>belecimentos comerciais deve mudar, <strong>para</strong> dar espaço<br />

a outra forma de interação com os consumidores.<br />

Isso é o que apontam alguns estudos da consultoria<br />

internacional McKinsey & Company. A <strong>em</strong>presa prevê que,<br />

até <strong>2020</strong>, cerca de 80% das transações comerciais continuarão<br />

sendo feitas <strong>em</strong> locais físicos – o que significa que<br />

cerca de 20% das compras serão efetuadas na web. Em<br />

<strong>para</strong>lelo a isso, pesquisas da consultoria indicam que 90%<br />

(ou mais) das pessoas já faz<strong>em</strong> pesquisas virtuais antes de<br />

efetuar uma compra – e esse índice deve ser ainda maior<br />

nos próximos anos.<br />

Portanto, não há mais como pensar <strong>em</strong> um mundo on-<br />

-line e um mundo off-line disputando espaço entre si. Cada<br />

vez mais esses dois ambientes se conectarão, criando uma<br />

experiência única de compra. Será uma d<strong>em</strong>anda forte do<br />

consumidor nos próximos anos que as <strong>em</strong>presas sejam<br />

omnichannel, integrando diferentes canais <strong>em</strong> seus processos<br />

de comunicação e venda.<br />

Sua <strong>em</strong>presa está pre<strong>para</strong>da <strong>para</strong> esse cenário?<br />

Mais pessoas compram<br />

por dispositivos móveis<br />

– e compram mais!<br />

Estudos da consultoria Nielsen mostram<br />

que os celulares são companheiros<br />

cada vez mais indispensáveis<br />

do consumidor atual:<br />

53% usam <strong>para</strong> com<strong>para</strong>r preços.<br />

52% usam <strong>para</strong> pesquisar informações<br />

sobre produtos e serviços.<br />

44% usam <strong>para</strong> buscar ofertas.<br />

42% usam <strong>para</strong> tomar melhores decisões<br />

de compras.<br />

42% usam <strong>para</strong> tornar o processo de<br />

compras mais rápido e eficiente.<br />

E 38% usam <strong>para</strong> efetuar compras.<br />

Nessa análise global, a Nielsen também<br />

identificou que o que os usuários<br />

de smartphones mais gostam no dispositivo<br />

é a possibilidade de <strong>esta</strong>r<strong>em</strong><br />

conectados <strong>em</strong> qualquer lugar – 74%<br />

dos entrevistados apontaram essa vantag<strong>em</strong><br />

como d<strong>esta</strong>que do aparelho e<br />

70% afirmaram que o celular torna suas<br />

vidas melhores e mais fáceis. E é<br />

justamente essa facilidade que faz com<br />

que as pessoas compr<strong>em</strong> cada vez mais<br />

por esses dispositivos móveis.<br />

Um relatório da Kellogg School of<br />

Manag<strong>em</strong>ent aponta que, por um lado,<br />

as telas menores são um impeditivo na<br />

hora do consumidor efetuar a compra.<br />

No entanto, a mobilidade dos smartphones<br />

faz com que as pessoas compr<strong>em</strong><br />

mais por esse canal – graças à possibilidade<br />

de fazer compras a qualquer hora,<br />

<strong>em</strong> qualquer lugar <strong>em</strong> que elas tenham<br />

acesso à internet.<br />

Os pesquisadores identificaram,<br />

ainda, que a média de transações feitas<br />

por consumidores aumenta depois que<br />

eles adotam o mobile como canal de<br />

compra. “Quanto mais oportunidades<br />

você dá ao consumidor de interagir com<br />

uma <strong>em</strong>presa, mais o valor daquela marca<br />

aumenta e, assim, também aumenta<br />

o retorno dado por aquele cliente”, d<strong>esta</strong>ca<br />

Lakshman Krishnamurthi, professor<br />

de marketing na Kellogg School.<br />

Mais uma tendência <strong>para</strong> ficar de<br />

olho daqui <strong>para</strong> frente. Sua loja virtual<br />

é responsiva (ou seja, se adapta b<strong>em</strong> a<br />

diferentes formatos de dispositivos)?<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 13


MANUAL DO LÍDER<br />

Por Francine Pereira<br />

13 sinais que mostram<br />

que um profissional<br />

está prestes a se d<strong>em</strong>itir<br />

saída de um profissional de uma <strong>em</strong>presa pode trazer vários<br />

A probl<strong>em</strong>as <strong>para</strong> a organização. Primeiro, custa caro encontrar<br />

alguém <strong>para</strong> ocupar seu lugar. Além disso, ele pode levar consigo informações<br />

importantes, e, por último, se sua saída for repentina, um<br />

"buraco" pode ser criado nos processos, o que pode causar vários<br />

danos e se refletir até na perda de clientes. Nesse sentido, detectar<br />

antecipadamente que um funcionário está prestes a se desligar da sua<br />

<strong>em</strong>presa pode ser muito útil, pois você pode agir no sentido de tentar<br />

mantê-lo na equipe ou se pre<strong>para</strong>r adequadamente <strong>para</strong> sua saída. A<br />

pergunta que fica, então, é: como identificar que alguém está prestes<br />

a pedir d<strong>em</strong>issão?<br />

Um time de pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) achou<br />

o caminho <strong>para</strong> isso. Timothy M. Gardner e Peter W. Hom lideraram<br />

uma pesquisa que conseguiu apontar os principais comportamentos<br />

dos funcionários prestes a pedir d<strong>em</strong>issão. Incialmente, o estudo<br />

identificou mais de novecentos indicadores. Depois da realização de<br />

diversas entrevistas com gestores e funcionários de diferentes organizações,<br />

eles conseguiram filtrar e achar os 13 principais sinais de<br />

que um profissional está pensando <strong>em</strong> sair da <strong>em</strong>presa. São eles:<br />

A produtividade dele cai.<br />

Não se mostra tão engajado como parte do time.<br />

Frequent<strong>em</strong>ente, faz o mínimo de trabalho possível.<br />

Não se mostra interessado <strong>em</strong> agradar seus superiores.<br />

Não quer se comprometer com prazos mais extensos.<br />

Mostra mudanças negativas de atitude.<br />

Esforça-se menos e t<strong>em</strong> pouca motivação.<br />

Mostra-se menos focado nas questões do trabalho.<br />

Expressa insatisfação com o trabalho com mais frequência.<br />

Expressa insatisfação com os líderes com mais frequência.<br />

Vai <strong>em</strong>bora mais cedo mais vezes do que o usual.<br />

T<strong>em</strong> pouco entusiasmo quanto à missão da <strong>em</strong>presa.<br />

T<strong>em</strong> pouco interesse <strong>em</strong> se relacionar com os clientes.<br />

Os pesquisadores d<strong>esta</strong>cam que, ao conseguir identificar esses<br />

comportamentos específicos, os gestores pod<strong>em</strong> trabalhar de forma<br />

mais pontual. Por ex<strong>em</strong>plo: ao invés de fazer ações coletivas <strong>para</strong><br />

aumentar a satisfação da equipe como um todo – o que d<strong>em</strong>anda<br />

t<strong>em</strong>po e investimento –, eles pod<strong>em</strong> concentrar seus esforços naquelas<br />

pessoas que realmente apresentam riscos de sair.<br />

Para conferir a pesquisa na íntegra e ter mais <strong>em</strong>basamento<br />

na hora de avaliar a postura de seus colaboradores, acesse:<br />

bit.ly/13-sinais-pre-d<strong>em</strong>issao<br />

14<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Sua estratégia precisa de<br />

uma estratégia<br />

Indicação de série:<br />

Silicon Valley<br />

A série Silicon Valley, da HBO, conta a história de um<br />

grupo de programadores que tenta transformar<br />

um algoritmo com grande potencial <strong>em</strong> uma <strong>em</strong>presa<br />

de sucesso. Nessa trajetória, pod<strong>em</strong>os conhecer<br />

a fundo a dinâmica do Vale do Silício, na<br />

Califórnia, um ambiente <strong>em</strong> constante transformação,<br />

<strong>em</strong> que todos estão <strong>em</strong> busca da próxima<br />

grande inovação, com uma competição acirrada<br />

entre <strong>em</strong>presas e profissionais.<br />

Recomendamos essa série <strong>para</strong> gestores porque<br />

nela é possível ver a trajetória da criação de um<br />

produto e do desenvolvimento da <strong>em</strong>presa. A narrativa<br />

mostra a evolução do líder do grupo – um<br />

“nerd” desajeitado e tímido que, aos poucos, vai<br />

adquirindo características importantes de liderança.<br />

Além de fazer rir com situações um tanto inusitadas,<br />

a série também traz grandes lições de<br />

<strong>em</strong>preendedorismo e gestão, tais como a importância<br />

de se ter uma missão definida <strong>para</strong> o produto<br />

ou serviço, como criar uma <strong>em</strong>presa baseada<br />

<strong>em</strong> valores e como lidar com a concorrência e o<br />

mercado.<br />

Você t<strong>em</strong> alguma sugestão de série, filme ou<br />

livro <strong>para</strong> gestores de vendas? Envie um e-mail<br />

com sua dica <strong>para</strong>: leitor@vendamais.com.br Ela<br />

pode entrar no próximo Manual do Líder.<br />

Aqui na <strong>VendaMais</strong>, s<strong>em</strong>pre reforçamos a importância do<br />

planejamento estratégico – seja um plano geral <strong>para</strong> a <strong>em</strong>presa<br />

ou ações específicas <strong>para</strong> a área de vendas, como o<br />

planejamento estratégico comercial. E uma etapa fundamental<br />

do desenvolvimento do planejamento é a definição<br />

das estratégias a ser<strong>em</strong> utilizadas <strong>para</strong> que os objetivos<br />

traçados sejam alcançados.<br />

Errar na escolha da estratégia pode não apenas fazer<br />

seu planejamento não funcionar como também trazer prejuízos<br />

à organização. É preciso adotar táticas que estejam<br />

alinhadas ao seu negócio e, mais important<strong>em</strong>ente, ao seu<br />

mercado. E é nessa hora que muitas <strong>em</strong>presas falham. É<br />

comum os gestores seguir<strong>em</strong> modelos de estratégias que<br />

funcionaram <strong>para</strong> outras companhias s<strong>em</strong> levar <strong>em</strong> consideração<br />

as características singulares do contexto da sua<br />

própria <strong>em</strong>presa – aplicando, por ex<strong>em</strong>plo, uma estratégia<br />

que deu certo <strong>em</strong> um setor mais estável e previsível <strong>em</strong> um<br />

mercado que está <strong>em</strong> constante transformação.<br />

“O que impede executivos de formular a estratégia de<br />

um jeito condizente com a situação? A nosso ver, falta a eles<br />

um método sist<strong>em</strong>ático – uma estratégia <strong>para</strong> traçar a estratégia”,<br />

afirma Martin Reeves, coautor do livro Sua estratégia<br />

precisa de uma estratégia.<br />

A obra mostra quais são os diferentes modelos de estratégias<br />

existentes no mercado e ensina como escolher qual<br />

é o perfil ideal de abordag<strong>em</strong> <strong>para</strong> usa <strong>em</strong>presa. “Se entender<strong>em</strong><br />

b<strong>em</strong> que exist<strong>em</strong> vários estilos estratégicos e <strong>em</strong> que<br />

condições cada um é adequado, mais <strong>em</strong>presas poderão<br />

fazer o que sab<strong>em</strong>os que as de maior sucesso já faz<strong>em</strong>:<br />

<strong>em</strong>pregar recursos e capacidades singulares <strong>para</strong> explorar<br />

melhor as oportunidades a seu dispor”, explica.<br />

Para saber mais sobre a pesquisa que deu orig<strong>em</strong> ao<br />

livro, acesse: bit.ly/estrategia-<strong>para</strong>-estrategia<br />

Livro: Sua estratégia precisa de uma estratégia –<br />

como eleger e colocar <strong>em</strong> prática a melhor abordag<strong>em</strong><br />

Autores: Martin Reeves, Knut Haanæs e Janmejaya<br />

Sinha<br />

Editora: DVS Editora – 296 páginas<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 15


ENTREVISTA / Por Natasha Schiebel /<br />

DIVULGAÇÃO/Meetime<br />

Inside<br />

sales:<br />

o caminho <strong>para</strong> uma operação de vendas<br />

mais enxuta e de custo reduzido<br />

Visitas a clientes custam caro. Além de<br />

custos óbvios, como combustível (ou a<br />

tarifa do meio de transporte escolhido<br />

<strong>para</strong> fazer esses deslocamentos), t<strong>em</strong>,<br />

também, o valor do t<strong>em</strong>po do profissional,<br />

que, s<strong>em</strong> dúvidas, é ainda mais alto.<br />

É como diz o velho ditado popular: t<strong>em</strong>po<br />

é dinheiro. E esse dinheiro você e sua <strong>em</strong>presa<br />

não só pod<strong>em</strong> como dev<strong>em</strong> economizar, se quiser<strong>em</strong><br />

ter resultados cada vez melhores <strong>em</strong> vendas.<br />

Nessa missão, uma grande aliada é a tecnologia.<br />

Atualmente, é possível tirar pedido por WhatsApp,<br />

responder às dúvidas de clientes por e-mail no meio<br />

da madrugada, utilizar o Facebook como ferramenta<br />

de prospecção e assim por diante. Mas dá <strong>para</strong> ir<br />

além. Oficializar essas e outras ferramentas (como<br />

telefone e videoconferência) como meios de comunicação<br />

com potenciais clientes – ao invés de encontrá-los<br />

pessoalmente –, criando uma operação de<br />

vendas enxuta e de custo reduzido, mostra-se uma<br />

atitude inteligente <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>em</strong> que o vendedor<br />

relacional já não é mais o que conquista os melhores<br />

resultados <strong>em</strong> vendas*. A essa operação dá-se o nome<br />

de inside sales (ou vendas internas), uma tendência<br />

que v<strong>em</strong> ganhando cada vez mais força no Brasil.<br />

"Clientes com<br />

bom perfil de<br />

compra usam<br />

seu produto<br />

ou serviço e<br />

retiram valor<br />

dele com<br />

muito mais<br />

facilidade.<br />

Desse modo, a<br />

venda se torna<br />

mais simples<br />

e benéfica<br />

<strong>para</strong> ambas as<br />

partes."<br />

*Entenda o conceito de “venda desafiadora” e descubra<br />

qual é o perfil do vendedor de sucesso hoje e no<br />

futuro lendo a reportag<strong>em</strong> de capa d<strong>esta</strong> edição (que<br />

começa na página 40).<br />

De olho nesse crescimento, há cerca de um ano,<br />

a Meetime, <strong>em</strong>presa que oferece soluções <strong>para</strong> equi-<br />

Diego Cordovez<br />

16<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Equipe Meetime apresentando suas soluções no RD Summit,<br />

evento realizado <strong>em</strong> Florianópolis (SC) no fim do ano passado.<br />

pes de vendas, v<strong>em</strong> estudando esse mercado. O<br />

resultado desse estudo é a pesquisa Inside Sales<br />

Benchmark Brasil 2016, a primeira sobre o t<strong>em</strong>a realizada<br />

no país. De acordo com Diego Cordovez,<br />

diretor de marketing da Meetime, a intenção da<br />

pesquisa é ajudar <strong>em</strong>presários, gerentes e vendedores,<br />

fornecendo dados <strong>para</strong> que qualquer <strong>em</strong>presa<br />

que esteja iniciando (ou que tenha a intenção de<br />

melhorar suas operações já existentes) consiga se<br />

com<strong>para</strong>r com o mercado e entender quão rápido<br />

seu negócio está crescendo.<br />

Em entrevista exclusiva à <strong>VendaMais</strong>, Cordovez<br />

analisa algumas das principais descobertas feitas<br />

pelo estudo e deixa dicas preciosas <strong>para</strong> você que<br />

quer usar essa tendência a seu favor. Acompanhe!<br />

Sobre a pesquisa Inside Sales Benchmark Brasil 2016<br />

Para concluir o estudo, a Meetime entrevistou profissionais<br />

de 68 <strong>em</strong>presas dos mais diversos perfis e com operações<br />

de referência <strong>em</strong> inside sales no Brasil. Todos os dados se<br />

refer<strong>em</strong> ao primeiro s<strong>em</strong>estre de 2016. Acesse bit.ly/<br />

insidesalesbrasil <strong>para</strong> conferir a pesquisa na íntegra.<br />

<strong>VendaMais</strong> – Analisando a pesquisa, observamos<br />

que 66% das <strong>em</strong>presas respondentes fecham<br />

apenas até 20% dos seus negócios do pipeline.<br />

Esse é um dado preocupante, não é mesmo? Como<br />

vocês avaliam esse índice? E o que é possível<br />

fazer <strong>para</strong> melhorá-lo?<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 17


Diego Cordovez – Esse dado é mais<br />

b<strong>em</strong> analisado <strong>em</strong> conjunto com o<br />

gráfico ao lado, que mostra que a<br />

taxa média de fechamento entre<br />

as <strong>em</strong>presas é de 17%, uma métrica<br />

que não está muito abaixo do próprio<br />

benchmarking dos Estados Unidos,<br />

onde o índice de fechamento<br />

costuma ficar entre 20 e 25%.<br />

Mas se analisarmos somente<br />

esses 66%, o que pod<strong>em</strong>os constatar<br />

é que há mais de um terço<br />

(35%, mais precisamente) com taxa de fechamento<br />

de negócios abaixo de 10%, e esse, sim, é um número<br />

expressivamente baixo.<br />

Com base nisso, exist<strong>em</strong> três passos principais<br />

<strong>para</strong> começar a aumentar a taxa de fechamento dos<br />

negócios:<br />

1) Conhecer o perfil ideal de cliente: A principal<br />

vantag<strong>em</strong> de se conhecer o perfil ideal de cliente é<br />

descobrir o caminho de menor atrito <strong>para</strong> as vendas.<br />

Além disso, clientes com bom perfil de compra<br />

usam seu produto ou serviço e retiram valor dele<br />

com muito mais facilidade. Portanto, a venda se<br />

torna mais simples e benéfica <strong>para</strong> ambas as partes.<br />

2) Ter um processo de vendas padronizado: O próximo<br />

passo é ter um processo de vendas mapeado <strong>em</strong><br />

etapas. Isso padroniza a ação dos vendedores e dá mais<br />

velocidade ao time comercial. Recomendamos um processo<br />

inicial simples, com no mínimo três e no máximo<br />

seis ou sete etapas, por ex<strong>em</strong>plo: prospecção, conexão,<br />

solução ideal, apresentação de proposta e fechamento.<br />

Se todos os vendedores cumprir<strong>em</strong> os requisitos de<br />

passag<strong>em</strong> de cada fase, o trabalho fica uniformizado<br />

e é mais fácil melhorar as taxas de fechamento dos<br />

negócios. Isso é feito analisando-se as métricas de<br />

cada etapa, o que nos leva ao próximo passo.<br />

3) Medir as taxas de passagens<br />

<strong>em</strong> cada etapa: Tão importante<br />

quanto manter as etapas documentadas<br />

é medir qual o percentual<br />

dos negócios que passa <strong>para</strong><br />

a fase seguinte num determinado<br />

período. Isso mostrará ao gerente<br />

as fases da venda <strong>em</strong> que os<br />

vendedores têm mais dificuldade<br />

(“represamento” dos negócios),<br />

possibilitando que se atue <strong>para</strong><br />

melhorar cada etapa <strong>em</strong> si.<br />

TAXA DE FECHAMENTO (POR EMPRESA)<br />

"O principal<br />

papel do líder<br />

é garantir<br />

que as três<br />

frentes citadas<br />

anteriormente<br />

ocorram: que<br />

os vendedores<br />

tenham<br />

a cultura<br />

processual de<br />

manter o fluxo<br />

dos negócios<br />

constante,<br />

que o time<br />

de vendas<br />

tenha acesso<br />

à tecnologia<br />

adequada e,<br />

principalmente,<br />

fazer coaching<br />

regularmente<br />

e verificar se<br />

os vendedores<br />

impl<strong>em</strong>entam<br />

as melhorias<br />

sugeridas."<br />

Ferramentas de CRM utilizadas<br />

No que diz respeito às metas de<br />

vendas, a pesquisa identificou<br />

que o percentual médio de vendedores<br />

que ating<strong>em</strong> a meta é de<br />

50%. Já nos Estados Unidos, um<br />

estudo s<strong>em</strong>elhante (o Inside Sales<br />

Metrics, da <strong>em</strong>presa The Bridge<br />

Group) revelou que esse mesmo<br />

indicador ficou na casa dos 66%.<br />

O que faz com que o profissional<br />

de vendas norte-americano seja<br />

mais produtivo do que o brasileiro?<br />

E o que o vendedor brasileiro precisa fazer <strong>para</strong><br />

melhorar seu des<strong>em</strong>penho nesse sentido?<br />

Consideramos natural essa produtividade maior<br />

dos vendedores norte-americanos por um fator básico:<br />

a maturidade do mercado e das práticas de lá<br />

é muito maior. O Brasil é considerado um mercado<br />

nascente <strong>em</strong> inside sales, porém, nos Estados Unidos,<br />

esse assunto é discutido há anos. Há muito mais<br />

profissionais de inside sales lá e exist<strong>em</strong> universidades,<br />

como a Harvard Business School, que inclu<strong>em</strong><br />

disciplinas focadas <strong>em</strong> vendas na grade curricular.<br />

Esse ecossist<strong>em</strong>a confere maturidade aos profissionais<br />

no geral. Acreditamos que a principal diferença<br />

<strong>para</strong> a melhoria do profissional brasileiro v<strong>em</strong> a<br />

partir de três frentes igualmente importantes:<br />

*Cultura processual: A compreensão de que inside<br />

sales é um jogo de números e de característica<br />

processual. Isso quer dizer que é preciso ter um<br />

fluxo constante de negócios entrando e saindo do<br />

pipeline de vendas <strong>para</strong> que o processo continue<br />

fluindo. Outro ponto importante é a conscientização<br />

de que é preciso manter um controle das atividades<br />

que levam à venda, por ex<strong>em</strong>plo: ligações diárias,<br />

reuniões (ou d<strong>em</strong>onstrações) agendadas etc.<br />

*Tecnologia: Notamos, na pesquisa, que 10% das<br />

<strong>em</strong>presas analisadas não usam<br />

CRM (softwares que organizam o<br />

relacionamento com os futuros<br />

clientes, <strong>em</strong>poderam os vendedores<br />

e permit<strong>em</strong> um melhor monitoramento<br />

de métricas importantes,<br />

como a taxa de fechamento<br />

de negócios ou mesmo o número<br />

de negócios no pipeline de cada vendedor).<br />

É vital, numa operação de<br />

vendas, que o vendedor consiga ter<br />

acesso a esse tipo de ferramenta.<br />

18<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


*Capacidade de melhoria contínua:<br />

Essa é uma das principais<br />

características desejadas pelos<br />

gestores e que um vendedor deve<br />

treinar continuamente. Trata-se<br />

da capacidade de receber feedback<br />

de melhoria e impl<strong>em</strong>entar as sugestões<br />

de mudança rapidamente.<br />

V<strong>em</strong>os, dentro da Meetime e de<br />

nossos clientes, que os vendedores<br />

mais atentos a essa característica<br />

se adaptam com mais facilidade<br />

ao tipo de venda feita pela <strong>em</strong>presa<br />

e melhoram a performance mais<br />

rapidamente.<br />

Qual é o papel do líder na melhora<br />

desse e de outros indicadores?<br />

O principal papel do líder é garantir que as três<br />

frentes citadas anteriormente ocorram: que os vendedores<br />

tenham a cultura processual de manter o<br />

fluxo dos negócios constante, que o time de vendas<br />

tenha acesso à tecnologia adequada e, principalmente,<br />

fazer coaching regularmente e verificar se<br />

os vendedores impl<strong>em</strong>entam as melhorias sugeridas.<br />

Há uma relação muito próxima do coaching com<br />

o atingimento de metas: perceb<strong>em</strong>os que entre as<br />

<strong>em</strong>presas que atingiram suas metas de vendas <strong>em</strong> até<br />

três meses do primeiro s<strong>em</strong>estre de 2016, 67% faz<strong>em</strong><br />

coaching com os vendedores. Quando analisamos as<br />

<strong>em</strong>presas que atingiram as metas de vendas <strong>em</strong> um<br />

período de quatro a seis meses (também no primeiro<br />

s<strong>em</strong>estre do ano passado), 80% faz<strong>em</strong> coaching. Isso<br />

representa um aumento de 13 pontos percentuais –<br />

muito significativo quando analisamos essa métrica.<br />

O mesmo probl<strong>em</strong>a se repete quando a avaliação<br />

é sobre o des<strong>em</strong>penho das <strong>em</strong>presas <strong>em</strong> si. Segundo<br />

a pesquisa da Meetime, apenas 29% das<br />

<strong>em</strong>presas participantes atingiram suas metas<br />

mensais <strong>em</strong> mais de três meses durante o primeiro<br />

s<strong>em</strong>estre de 2016; e 71% das <strong>em</strong>presas<br />

atingiram as metas mensais <strong>em</strong> 50% ou menos<br />

do período analisado. Como você interpreta esse<br />

resultado? O probl<strong>em</strong>a está na definição das<br />

metas ou na execução delas? O que é preciso<br />

fazer <strong>para</strong> melhorar esse indicador?<br />

Nossa leitura desse dado é que sim, há muito espaço<br />

<strong>para</strong> melhoria, já que 71% das <strong>em</strong>presas ating<strong>em</strong><br />

meses dentro da meta x coaching dos reps<br />

"A chave <strong>para</strong><br />

melhorar a<br />

performance<br />

e atingir a<br />

meta mais<br />

vezes, como<br />

mencionamos<br />

anteriormente,<br />

é conhecer o<br />

perfil do cliente<br />

ideal, ter um<br />

processo<br />

de vendas<br />

mapeado <strong>em</strong><br />

etapas e medir<br />

as métricas<br />

de passagens<br />

de cada fase<br />

da venda.<br />

Isso resultará<br />

numa melhor<br />

previsibilidade<br />

das metas<br />

e, por<br />

consequência,<br />

numa maior<br />

probabilidade<br />

de atingimento<br />

delas."<br />

suas metas menos de 50% dos<br />

meses de um s<strong>em</strong>estre (ou seja,<br />

dos seis meses analisados, <strong>em</strong><br />

apenas três elas atingiram suas<br />

metas). Não é possível afirmar<br />

com certeza absoluta se o probl<strong>em</strong>a<br />

está na definição das metas<br />

ou na execução das vendas. A<br />

hipótese mais aceitável é de que<br />

há espaço <strong>para</strong> melhoria <strong>em</strong> ambos<br />

os aspectos. Conversando<br />

com as <strong>em</strong>presas, notamos que<br />

muitas sent<strong>em</strong> que precisam melhorar<br />

a execução de vendas através<br />

de um processo mais previsível<br />

e uniforme entre os vendedores,<br />

além de querer<strong>em</strong> traçar<br />

metas mais factíveis.<br />

A chave <strong>para</strong> melhorar a performance<br />

e atingir a meta mais<br />

vezes, como mencionamos anteriormente, é conhecer<br />

o perfil do cliente ideal, ter um processo de<br />

vendas mapeado <strong>em</strong> etapas e medir as métricas de<br />

passagens de cada fase da venda. Isso resultará<br />

numa melhor previsibilidade das metas e, por consequência,<br />

numa maior probabilidade de atingimento<br />

delas.<br />

O que a meta ideal leva <strong>em</strong> consideração?<br />

A meta ideal deve considerar o histórico e a realidade<br />

da <strong>em</strong>presa. Nos primeiros anos, o crescimento<br />

é, naturalmente, mais agressivo do que quando<br />

a <strong>em</strong>presa está mais consolidada no mercado, e<br />

isso deve ser levado <strong>em</strong> conta. Outro fator é o investimento<br />

programado <strong>para</strong> aquele período. Quanto<br />

mais agressiva a <strong>em</strong>presa quer ser ao investir<br />

nas áreas que “puxam” o negócio, mais audaciosas<br />

dev<strong>em</strong> ser as metas.<br />

A pesquisa apontou também que quase um quinto<br />

das <strong>em</strong>presas (19%) não sabe quanto t<strong>em</strong>po o<br />

vendedor leva <strong>para</strong> <strong>esta</strong>r totalmente adaptado.<br />

Tomando como ponto de partida as <strong>em</strong>presas<br />

que não faz<strong>em</strong> parte desse grupo, quais são os<br />

critérios que ajudam a entender quando o período<br />

de adaptação foi concluído?<br />

À medida que um negócio amadurece, é comum a<br />

<strong>em</strong>presa encontrar um patamar médio de vendas<br />

por vendedor, e esse patamar se mantém relativamente<br />

constante. Isso depende do valor médio de<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 19


cada venda, da maturidade do processo de vendas<br />

e de uma série de outros fatores.<br />

Num determinado momento, é possível perceber<br />

que um vendedor consegue, digamos, fazer uma<br />

média de 12 vendas por mês. Para considerar que<br />

o período de adaptação terminou, não basta atingir<br />

esse patamar, é preciso fazê-lo com certa regularidade<br />

(por três meses seguidos, por ex<strong>em</strong>plo). Dessa<br />

forma, a <strong>em</strong>presa isola variações atípicas, consegue<br />

determinar que o vendedor atingiu o patamar de<br />

adaptação e está pronto <strong>para</strong> ser<br />

cobrado por resultados como todo<br />

o time.<br />

E qual deve ser o período limite<br />

<strong>para</strong> a adaptação acontecer por<br />

completo?<br />

O limite varia muito de acordo com<br />

o tipo e o tamanho da venda que a<br />

<strong>em</strong>presa faz. Repare no gráfico ao<br />

lado, que mostra que <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas<br />

com valor médio de venda abaixo<br />

de R$ 1 mil, o ciclo de vendas acontece<br />

<strong>em</strong> trinta dias. Portanto, o vendedor geralmente<br />

consegue se adaptar mais rapidamente, pois as vendas<br />

são mais curtas e, comumente, menos complexas. Em<br />

tickets médios acima de R$ 25 mil, o ciclo de vendas<br />

passa <strong>para</strong> 114 dias, <strong>em</strong> média. Portanto, o vendedor<br />

d<strong>em</strong>ora mais <strong>para</strong> <strong>vender</strong> e se adaptar.<br />

Quando analisamos o t<strong>em</strong>po de adaptação<br />

(ramp-up) por faixas de ticket médio, observamos<br />

uma tendência natural: há mais <strong>em</strong>presas com tickets<br />

médios acima de R$ 25 mil do que de R$ 1 mil<br />

na faixa de ramp-up de mais de seis meses. Já <strong>em</strong><br />

t<strong>em</strong>pos de adaptação de até dois meses, essa tendência<br />

se inverte: predominam<br />

tickets médios de até R$ 1 mil.<br />

Quando esse período chegar ao<br />

fim, como o gestor deve proceder?<br />

É possível trabalhar <strong>para</strong><br />

acelerar esse processo ou o melhor<br />

mesmo é d<strong>em</strong>itir o profissional?<br />

Esse período é crítico e decisivo<br />

<strong>para</strong> o des<strong>em</strong>penho do vendedor.<br />

É extr<strong>em</strong>amente recomendável<br />

que o gestor avalie a performance<br />

do profissional, faça coaching<br />

com ele e apresente sugestões de<br />

ciclo de vendas médio, <strong>em</strong> dias (por ticket)<br />

t<strong>em</strong>po de ramp-up dos vendedores x ticket médio<br />

melhoria durante todo o período, e não somente ao<br />

final dele. Isso aumentará muito as chances de o<br />

vendedor se adaptar b<strong>em</strong> ao processo e conseguir<br />

render de forma satisfatória.<br />

Se o profissional não conseguir aplicar as melhorias<br />

sugeridas e não atingir resultados satisfatórios<br />

no período de adaptação, o gestor t<strong>em</strong> um forte indício<br />

de que ele levaria mais t<strong>em</strong>po do que o aceitável<br />

<strong>para</strong> chegar lá e desligá-lo pode ser a melhor alternativa<br />

<strong>para</strong> ambas as partes. É importante que a <strong>em</strong>presa<br />

aprenda com essa situação e<br />

refine os critérios de contratação.<br />

Exist<strong>em</strong> <strong>em</strong>presas <strong>em</strong> que<br />

quando o profissional não consegue<br />

resultados significativos<br />

ao final do período de adaptação,<br />

ele é t<strong>esta</strong>do na área de sales development<br />

(pré-venda). O SDR<br />

(sales development representative)<br />

trabalha fazendo a qualificação<br />

dos leads e pre<strong>para</strong>ndo-os <strong>para</strong> a<br />

compra, agendando reuniões desses<br />

possíveis clientes com os executivos<br />

de contas (vendedores).<br />

Quais são suas dicas finais <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> quer melhorar<br />

sua operação de inside sales?<br />

1) Contrate profissionais consultivos: O perfil<br />

do vendedor exigido <strong>em</strong> inside sales é muito diferente<br />

do passado, pois boa parte da compra ocorre<br />

antes mesmo da conversa com uma pessoa da <strong>em</strong>presa,<br />

e a função do vendedor é ouvir muito mais<br />

do que falar. Se o cliente detém a informação, inclusive<br />

de sua <strong>em</strong>presa e seus concorrentes, o vendedor<br />

de inside sales precisa ser consultivo, ouvir o<br />

que o cliente relata e personalizar<br />

uma solução que agregue valor.<br />

2) Construa processos movidos<br />

por métricas (data-driven): Como<br />

diss<strong>em</strong>os anteriormente, é<br />

preciso mapear o processo de<br />

vendas da <strong>em</strong>presa, se<strong>para</strong>ndo<br />

etapa a etapa, e medi-lo com métricas<br />

<strong>em</strong> todas as fases. Somente<br />

assim será possível aumentar<br />

a taxa de fechamento dos negócios<br />

e ser mais produtivo.<br />

3) Use seu conteúdo como forma<br />

de autoridade: Um fator que<br />

20<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


"Há uma relação<br />

muito próxima do<br />

coaching com o<br />

atingimento de<br />

metas: perceb<strong>em</strong>os<br />

que, entre as<br />

<strong>em</strong>presas que<br />

atingiram suas metas<br />

de vendas <strong>em</strong> até três<br />

meses do primeiro<br />

s<strong>em</strong>estre de 2016,<br />

67% faz<strong>em</strong> coaching<br />

com os vendedores.<br />

Quando analisamos<br />

as <strong>em</strong>presas que<br />

atingiram as metas<br />

de vendas <strong>em</strong> um<br />

período de quatro a<br />

seis meses (também<br />

no primeiro s<strong>em</strong>estre<br />

do ano passado),<br />

80% faz<strong>em</strong> coaching.<br />

Isso representa<br />

um aumento de 13<br />

pontos percentuais<br />

– muito significativo<br />

quando analisamos<br />

essa métrica."<br />

Time da Meetime, <strong>em</strong>presa responsável pela<br />

primeira pesquisa sobre inside sales feita no Brasil.<br />

facilita a venda é se o cliente enxerga sua <strong>em</strong>presa<br />

como um conselheiro de confiança (trusted advisor).<br />

E isso é obtido construindo um conteúdo de qualidade,<br />

que agrega valor. É uma relação similar à<br />

do médico com o paciente, <strong>em</strong> que a <strong>em</strong>presa se<br />

posiciona como especialista no assunto.<br />

personalizada. Gostamos muito de uma definição<br />

que retrata b<strong>em</strong> essa tendência: é a humanização<br />

das vendas alimentada pela tecnologia.<br />

4) Use tecnologia <strong>para</strong> ganhar escala: É essencial<br />

que seus vendedores tenham tecnologias como um<br />

CRM, por ex<strong>em</strong>plo, como suporte no atendimento<br />

ao cliente, <strong>para</strong> que a conversa seja cada vez mais<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 21


Superlíder / Por Natasha Schiebel /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

De vendedor a superlíder<br />

informação que chegou até a equipe editorial<br />

da <strong>VendaMais</strong> era simples: <strong>em</strong><br />

Jundiaí (SP), um gestor de equipe comercial<br />

tinha criado uma campanha de vendas<br />

inspirada na febre do jogo Pokémon<br />

Go. “Boa pauta”, pensamos. Mal sabíamos<br />

que estávamos prestes a conhecer uma<br />

história de liderança que viria <strong>para</strong>r nas páginas da<br />

seção “Superlíder” deste mês...<br />

A verdade é que o PapMon Go é apenas uma das<br />

provas de que Ronnie de Oliveira, diretor do M<strong>em</strong>orial<br />

Parque da Paz, c<strong>em</strong>itério que, com pouco t<strong>em</strong>po<br />

de operação, já pode até entrar <strong>para</strong> o Guinness World<br />

Records, é um líder diferente. Em uma entrevista de<br />

pouco mais de meia hora, vimos que criatividade,<br />

preocupação com capacitação, liderança baseada <strong>em</strong><br />

pessoas e nos valores humanos e decisões pautadas<br />

<strong>em</strong> dados (e não apenas <strong>em</strong> achismos) eram alguns<br />

dos ingredientes que compunham a receita do sucesso<br />

dele. E resolv<strong>em</strong>os explorar tudo isso!<br />

Mas o primeiro tópico da conversa, é claro,<br />

precisava ser o ponto de partida da nossa pauta...<br />

Como assim Guinness World Records?<br />

“Essa foi uma iniciativa do nosso departamento de<br />

marketing. Na <strong>em</strong>polgação de um resultado excepcional<br />

que tiv<strong>em</strong>os – <strong>em</strong> 44 dias, foram vendidos R$ 10 milhões<br />

<strong>em</strong> jazigos, <strong>em</strong> média três vezes mais do que o registrado<br />

no mercado –, eles tomaram a iniciativa de entrar<br />

com a documentação. Já <strong>esta</strong>mos quase na fase final,<br />

e acho que t<strong>em</strong> tudo <strong>para</strong> que esse recorde seja realmente<br />

registrado. Até que apareça alguém que tenha<br />

vendido mais no ramo de c<strong>em</strong>itérios, acho que a gente<br />

ainda é o primeiro”, conclui. Nada mau, não?<br />

22<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


PapMon Go: uma campanha criativa,<br />

t<strong>em</strong>poral e motivadora<br />

Campanhas de vendas faz<strong>em</strong> parte da rotina da<br />

equipe comercial do c<strong>em</strong>itério M<strong>em</strong>orial Parque da<br />

Paz – que, na época do fechamento d<strong>esta</strong> reportag<strong>em</strong><br />

(nov<strong>em</strong>bro/2016), contava com pouco mais de quarenta<br />

vendedores. De acordo com Oliveira, quase<br />

todo mês os vendedores do c<strong>em</strong>itério são desafiados<br />

a encarar uma campanha especial. Em agosto de<br />

2016, quando o mundo todo falava do Pokémon Go,<br />

Oliveira achou que aquele era o gancho perfeito<br />

<strong>para</strong> uma nova ação. “Minha filha de 11 anos disse<br />

que queria jogar, mas <strong>para</strong> ter um controle maior<br />

do que ela <strong>esta</strong>va fazendo, eu baixei o app no meu<br />

smartphone e passei a jogar <strong>em</strong> parceria com ela. E<br />

aí, comecei a estudar o jogo e logo passei a ter algumas<br />

ideias sobre como a gente poderia usá-lo <strong>em</strong><br />

nosso dia a dia de vendas”, conta.<br />

Pouco t<strong>em</strong>po depois, nasceu o PapMon Go. “Como<br />

nossa atividade é porta a porta (PAP), chamamos<br />

o jogo de PapMon Go. Nele, o valor de cada venda<br />

é transformado <strong>em</strong> Combate Power (CP), e cada<br />

bonequinho representa uma modalidade de venda.<br />

À medida que o vendedor vai fazendo mais vendas<br />

e adquirindo mais CPs, ele aumenta sua pontuação<br />

e evolui <strong>para</strong> um boneco mais forte. Nessa caminhada,<br />

ele acaba passando por PapStops (equivalentes<br />

às Pokéstops do jogo original), que é onde<br />

adquire prêmios por seus resultados”, explica. E os<br />

prêmios, aliás, são b<strong>em</strong> motivadores: vão de dinheiro<br />

a bens duráveis e viagens.<br />

Como era de se esperar, logo a equipe se engajou<br />

no desafio e começou a conquistar bons resultados.<br />

Assim, o que podia ser uma campanha curta<br />

acabou se transformando <strong>em</strong> uma ação que vai<br />

durar cerca de um ano. “A gente vai fazer um monitoramento<br />

e uma distribuição de prêmios mensalmente,<br />

mas a grande pr<strong>em</strong>iação virá no fim<br />

deste ano, quando dar<strong>em</strong>os um carro, uma viag<strong>em</strong><br />

e mais um outro prêmio que ainda não definimos”,<br />

indica Oliveira.<br />

Apesar da animação da equipe com a campanha<br />

PapMon Go e dos bons resultados já conquistados,<br />

como <strong>em</strong> qualquer outro departamento de vendas,<br />

a área comercial do M<strong>em</strong>orial Parque da Paz também<br />

enfrenta dificuldades. “O maior desafio é manter o<br />

"Como líder, a<br />

gente t<strong>em</strong> que<br />

ter corag<strong>em</strong><br />

de ouvir os<br />

funcionários, de<br />

aceitar críticas<br />

e criar um canal<br />

de comunicação<br />

forte <strong>em</strong> que<br />

eles possam<br />

se expressar,<br />

mas também<br />

precisamos ter<br />

a sabedoria e a<br />

sensibilidade de<br />

filtrar o que eles<br />

falam – pois n<strong>em</strong><br />

tudo o que diz<strong>em</strong><br />

é real."<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 23


“Se você almeja<br />

se desenvolver<br />

<strong>para</strong> fazer uma<br />

revolução tanto<br />

nas <strong>em</strong>presas<br />

como nas áreas<br />

comerciais,<br />

eu diria <strong>para</strong><br />

estudar um<br />

assunto que eu<br />

acho que ainda<br />

é um apagão <strong>em</strong><br />

nossas vidas:<br />

a liderança na<br />

sua essência,<br />

baseada <strong>em</strong><br />

pessoas, baseada<br />

nos valores<br />

humanos.”<br />

grau de <strong>em</strong>penho, de motivação e de envolvimento<br />

da equipe, porque pelo fato de a venda porta a porta<br />

ser uma atividade difícil – t<strong>em</strong> que enfrentar sol e<br />

chuva, trabalhar muito <strong>para</strong> ter um bom salário, encarar<br />

o preconceito até mesmo da família, que não<br />

encara a função como um ‘<strong>em</strong>prego de verdade’ –,<br />

não é qualquer um que aceita fazer”, desabafa o gestor<br />

do c<strong>em</strong>itério, que explica que um trabalho sólido de<br />

liderança é fundamental <strong>para</strong> contornar esse desafio.<br />

Para entender como o trabalha o nosso superlíder<br />

precisamos fazer uma viag<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po...<br />

O surgimento de um líder<br />

A história de Ronnie de Oliveira <strong>em</strong> vendas começou<br />

a ser contada quando ele tinha apenas 18 anos.<br />

Na época, o superlíder, que nasceu <strong>em</strong> Santo André<br />

(SP), <strong>esta</strong>va andando pela sua cidade natal quando<br />

encontrou um antigo colega de escola e ficou impressionado<br />

com a aparência dele. A impressão que<br />

teve era de que o amigo tinha “vencido na vida”,<br />

pois vestia terno e gravata e dirigia um carro bacana.<br />

Curioso <strong>para</strong> saber que caminho ele tinha<br />

percorrido, Oliveira perguntou no que ele trabalhava.<br />

Quando soube que o amigo era vendedor <strong>em</strong><br />

uma grande <strong>em</strong>presa, pediu ajuda <strong>para</strong> conseguir<br />

um <strong>em</strong>prego lá. Pouco t<strong>em</strong>po depois, a <strong>em</strong>presa –<br />

que vendia consórcios de eletrodomésticos e eletrônicos<br />

– chamou Oliveira <strong>para</strong> trabalhar. O fato<br />

marcou o início de sua carreira no mercado de<br />

vendas porta a porta.<br />

Nessa primeira experiência profissional, foram<br />

anos trabalhando como vendedor e, depois, um<br />

t<strong>em</strong>po como supervisor, até que chegou a hora de<br />

mudar de rumo e crescer atuando <strong>em</strong> outras companhias<br />

– e também <strong>em</strong> um negócio próprio. “Quando<br />

eu tinha 23 anos, montei uma marcenaria, porque<br />

já tinha atuado nesse segmento, tinha muitos<br />

clientes e pensei que ia arrebentar. Mas consegui<br />

quebrar a <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> cinco meses! O fato é que eu<br />

achava que era bom d<strong>em</strong>ais, mas percebi que era<br />

‘burro pra caramba’, que só sabia fazer uma coisa:<br />

<strong>vender</strong>”, conta. Ciente de que seu talento era <strong>para</strong><br />

vendas, Oliveira voltou a buscar uma oportunidade<br />

no mercado de trabalho e, <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po,<br />

retomou a carreira de vendedor.<br />

Daí a ocupar um cargo de liderança foi “um<br />

pulo”. “Fui promovido a gerente de maneira precoce,<br />

o que também foi um desafio <strong>para</strong> mim, porque<br />

eu liderava gente mais velha que eu. Foi uma experiência<br />

e tanto, <strong>em</strong> que aprendi muito mais do<br />

que ensinei”, revela. Depois disso, Oliveira recebeu<br />

uma proposta <strong>para</strong> montar uma equipe de vendas<br />

de um plano funerário de Sorocaba (SP) que <strong>esta</strong>va<br />

chegando <strong>em</strong> Santo André (SP) e, meses depois, por<br />

se d<strong>esta</strong>car no cargo, foi convidado a trabalhar <strong>em</strong><br />

um c<strong>em</strong>itério. “No meio t<strong>em</strong>po, percebi que muitas<br />

<strong>em</strong>presas não funcionavam porque tinham probl<strong>em</strong>as<br />

de gestão. E aí comecei a estudar o t<strong>em</strong>a por<br />

conta própria. Fiz cursos, li livros e me apaixonei<br />

pelo assunto. Não deixei de <strong>vender</strong>, porque a ‘veia’<br />

comercial a gente não perde, mas cada vez mais fui<br />

mergulhando no mundo da gestão”, aponta.<br />

Quando migrou <strong>para</strong> a área de consultoria, o<br />

setor de c<strong>em</strong>itérios foi um dos que ele atendeu. Foi<br />

assim que o projeto do M<strong>em</strong>orial Parque da Paz acabou<br />

chegando até ele. “Recebi uma proposta <strong>para</strong><br />

assumir a gestão do projeto e entrei com tudo nele.<br />

Tenho usado toda essa experiência <strong>para</strong> fazer desse<br />

projeto um sucesso. Credito muito dos resultados que<br />

já conquistamos à minha preocupação com a liderança.<br />

Enxergar que a gente está lidando com uma<br />

geração diferente, que precisa ter inovação e comprometimento<br />

das pessoas, é parte importante dessa<br />

jornada. Por isso mesmo, <strong>esta</strong>mos migrando de um<br />

modelo de liderança antigo <strong>para</strong> um novo, que <strong>esta</strong>mos<br />

conhecendo no dia a dia", afirma o superlíder.<br />

Na prática<br />

Uma das maiores preocupações de Oliveira à frente<br />

do M<strong>em</strong>orial Parque da Paz é construir uma liderança<br />

transparente e que valoriza a comunicação<br />

com os colaboradores. "Como líder, a gente t<strong>em</strong> que<br />

ter corag<strong>em</strong> de ouvir os funcionários, de aceitar<br />

críticas e criar um canal de comunicação forte <strong>em</strong><br />

que eles possam se expressar, mas também precisamos<br />

ter a sabedoria e a sensibilidade de filtrar o<br />

que eles falam – pois n<strong>em</strong> tudo o que diz<strong>em</strong> é real",<br />

aponta. E acrescenta: "Essa base de comunicação,<br />

a aproximação diária com eles é o ponto-chave<br />

<strong>para</strong> o sucesso da equipe como um todo."<br />

Para isso, uma das principais práticas adotadas<br />

por ele é a reunião diária, que t<strong>em</strong> um cunho técnico<br />

e que é o momento <strong>em</strong> que os vendedores apresentam<br />

seus resultados, todos analisam o dia anterior<br />

e, ao final, cada líder t<strong>em</strong> a obrigação de dar uma<br />

palavra motivacional de acordo com o desafio do<br />

dia. "S<strong>em</strong>pre falo <strong>para</strong> os gerentes da nossa equipe<br />

que só vamos conseguir ter sucesso se enxergarmos<br />

os detalhes, porque o que é visível <strong>para</strong> todo mundo<br />

é fácil de resolver. Então o papel do líder é identificar<br />

probl<strong>em</strong>as <strong>para</strong> levar <strong>para</strong> a equipe e desafiá-la a<br />

encontrar uma solução", declara.<br />

24<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


"S<strong>em</strong>pre falo <strong>para</strong> os gerentes da nossa<br />

equipe que só vamos conseguir ter sucesso<br />

se enxergarmos os detalhes, porque o<br />

que é visível <strong>para</strong> todo mundo é fácil de<br />

resolver. Então o papel do líder é identificar<br />

probl<strong>em</strong>as <strong>para</strong> levar <strong>para</strong> a equipe e desafiála<br />

a encontrar uma solução."<br />

Oliveira também se preocupa com o desenvolvimento<br />

constante dos profissionais de sua equipe<br />

– oferecendo programas de capacitação continuada<br />

<strong>em</strong> diversas áreas fundamentais <strong>para</strong> o sucesso <strong>em</strong><br />

vendas –, baseia a definição das metas de vendas<br />

<strong>em</strong> indicadores de performance, preocupa-se <strong>em</strong><br />

recrutar profissionais com o perfil certo <strong>para</strong> a<br />

equipe e t<strong>em</strong> a consciência da importância de dar<br />

feedback s<strong>em</strong>pre <strong>para</strong> ajudar na evolução.<br />

De líder <strong>para</strong> líder<br />

Pragmático, Oliveira divide suas dicas <strong>em</strong> duas<br />

partes: primeiro, deixa um conselho <strong>para</strong> <strong>para</strong> os<br />

líderes que desejam melhorar sua performance dia<br />

após dia… “Se você almeja se desenvolver <strong>para</strong><br />

fazer uma revolução tanto nas <strong>em</strong>presas como nas<br />

áreas comerciais, eu diria <strong>para</strong> estudar um assunto<br />

que eu acho que ainda é um apagão <strong>em</strong> nossas<br />

vidas: a liderança na sua essência, baseada <strong>em</strong><br />

pessoas, baseada nos valores humanos. É preciso<br />

trabalhar <strong>para</strong> romper com esse <strong>para</strong>digma da<br />

chefia e entender que <strong>esta</strong>mos lidando com uma<br />

geração totalmente diferente, que é imediatista.<br />

Além disso, precisamos aprender a liderar e influenciar<br />

pessoas. É isso que fará a diferença no<br />

futuro”, pontua.<br />

De líder <strong>para</strong> vendedor<br />

Na sequência, ele revela o que acredita que os vendedores<br />

que almejam o sucesso precisam fazer. “Estude<br />

muito, trabalhe d<strong>em</strong>ais (volume de trabalho é<br />

essencial), seja criativo. Além disso, rompa com o<br />

<strong>para</strong>digma de que sua função é apresentar produtos<br />

e entenda o que o cliente precisa antes de <strong>vender</strong>.<br />

Saber como seu produto pode solucionar probl<strong>em</strong>as<br />

na vida de seus clientes vai levá-lo ao topo”, finaliza.<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 25


Habilidades <strong>em</strong> vendas / Por Francine Pereira<br />

O “Pacote Estamina”<br />

e o sucesso <strong>em</strong> vendas<br />

Não ter medo de errar, não desanimar com as<br />

falhas e os obstáculos, ter autoconfiança e<br />

proatividade e ser responsável por suas ações.<br />

Essas são algumas das principais habilidades do<br />

vendedor de alta performance da atualidade.<br />

Entenda melhor o “Pacote Estamina” e busque<br />

desenvolver as habilidades que o compõ<strong>em</strong><br />

É<br />

comum ouvirmos histórias de profissionais<br />

de sucesso <strong>em</strong> suas áreas de atuação que<br />

narram o quanto eles tiveram que batalhar<br />

<strong>para</strong> alcançar seus objetivos e como falharam<br />

diversas vezes antes de acertar pra valer.<br />

Apesar disso, as pessoas não perd<strong>em</strong> o hábito<br />

de associar sucesso à sorte ou ao destino. Mas o que<br />

a realidade mostra é que, mais do que o poder do<br />

acaso, o que faz os indivíduos ter<strong>em</strong> êxito <strong>em</strong> suas<br />

carreiras é o que muitos chamam de “<strong>esta</strong>mina”.<br />

Estamina pode ser definida como uma força<br />

física ou mental que faz com que uma pessoa tenha<br />

resistência, persista no que está fazendo e supere<br />

os obstáculos à sua frente.<br />

Quer um ex<strong>em</strong>plo de <strong>esta</strong>mina? Elizabeth Gilbert,<br />

autora do livro Comer, rezar e amar, conta que, desde<br />

26<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


criança, s<strong>em</strong>pre soube que queria ser escritora. Durante<br />

toda a sua infância e adolescência ela escreveu<br />

e, depois da faculdade, continuou a escrever, tentando<br />

ter suas histórias publicadas. Por seis anos,<br />

tudo o que recebeu foram cartas de rejeição. Como<br />

ela conseguiu manter acesa sua criatividade e continuar<br />

tentando alcançar seu objetivo? Estamina!<br />

Ela sabia profundamente que sua paixão era escrever<br />

e que precisava continuar fazendo aquilo. Ela<br />

não se deixou abalar pelas críticas, não desistiu e<br />

usou as adversidades a seu favor, <strong>para</strong> alimentar sua<br />

vontade de vencer e de melhorar cada vez mais.<br />

E isso vale <strong>para</strong> qualquer área – inclusive a comercial.<br />

Então, <strong>para</strong> ser um vendedor de alta performance,<br />

é preciso ter <strong>esta</strong>mina. É preciso saber que<br />

errar e ser rejeitado faz parte do caminho e entender<br />

que as adversidades são oportunidades de evoluir.<br />

As quatro características essenciais na<br />

busca pelo sucesso<br />

Uma pesquisa realizada pela revista Inc (www.inc.<br />

com) com as quinhentas <strong>em</strong>presas que mais cresceram<br />

nos Estados Unidos identificou os principais<br />

atributos dos <strong>em</strong>preendedores de sucesso. A lista é<br />

interessante <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> trabalha na área comercial<br />

porque, segundo Raul Candeloro e Marcelo Caetano,<br />

diretores da <strong>VendaMais</strong>, as habilidades citadas<br />

bat<strong>em</strong> com o que eles defend<strong>em</strong> como um modelo<br />

de venda avançada e que é ideal <strong>para</strong> o cenário de<br />

mudança pelo qual nossa economia v<strong>em</strong> passando.<br />

Entre as características identificadas, os especialistas<br />

apontam quatro como principais – e<br />

que, juntas formam o “Pacote Estamina” completo.<br />

São elas:<br />

[1] [2] [3] [4]<br />

Entusiasmo<br />

Os profissionais de alta performance<br />

tomam decisões<br />

racionais e conscientes <strong>para</strong><br />

a gestão do risco. Sab<strong>em</strong> que<br />

não existe risco zero, mas<br />

um gerenciamento de riscos.<br />

“Isso pode ser aplicado, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, à prospecção de<br />

clientes. A prospecção é um<br />

risco, a gente nunca sabe se<br />

vai dar certo, mas t<strong>em</strong>os que<br />

enxergá-la como uma oportunidade.<br />

Risco é oportunidade”,<br />

d<strong>esta</strong>ca Candeloro.<br />

Determinação<br />

Esses vencedores possu<strong>em</strong><br />

ética forte de trabalho <strong>para</strong><br />

confrontar e superar obstáculos,<br />

não desanimando e<br />

n<strong>em</strong> desistindo com fracassos<br />

ou contrat<strong>em</strong>pos. “Quando<br />

uma coisa que ele queria que<br />

desse certo não funciona, o<br />

profissional de sucesso vê<br />

isso como uma oportunidade<br />

de aprendizag<strong>em</strong>, de melhoria,<br />

o que o estimula a continuar”,<br />

explica Candeloro.<br />

Autoconfiança<br />

Ter confiança na sua capacidade<br />

de fazer as coisas<br />

acontecer<strong>em</strong> é outra qualidade<br />

dos profissionais<br />

fadados ao êxito. “Aqui t<strong>em</strong><br />

muito a questão da proatividade<br />

e a iniciativa de não<br />

esperar que alguém mande<br />

fazer algo que você sabe<br />

que deveria ser feito”, frisa<br />

Candeloro.<br />

Independência<br />

Além disso, os vendedores de<br />

sucesso têm capacidade de<br />

tomar decisões sozinhos – o<br />

que está muito ligado à questão<br />

da autoconfiança. Esses<br />

profissionais lidam b<strong>em</strong> com<br />

várias tarefas ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />

e têm alto senso de responsabilidade.<br />

“A pessoa não coloca<br />

a culpa no mercado, no<br />

cliente, nos processos etc. Ela<br />

chama <strong>para</strong> si a responsabilidade<br />

e pensa: o que eu posso<br />

fazer diferente?”, aponta<br />

Candeloro.<br />

Pacote<br />

Estamina<br />

“A prospecção é um risco,<br />

a gente nunca sabe se<br />

vai dar certo, mas t<strong>em</strong>os<br />

que enxergá-la como uma<br />

oportunidade. Risco é<br />

oportunidade.” (Raul Candeloro)<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 27


Risco = oportunidade<br />

“Só consegue trabalhar b<strong>em</strong> o risco qu<strong>em</strong> consegue<br />

lidar com a chance de algo não dar resultado,<br />

com a chance de se frustrar ao longo do<br />

processo”, comenta Caetano. Ele detalha que a<br />

ausência dessa característica pode se refletir nos<br />

resultados da <strong>em</strong>presa. “Na prospecção, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

se a cada falha o vendedor for reduzindo os<br />

riscos nas próximas atividades, ele vai <strong>para</strong>r de<br />

prospectar clientes que são realmente do perfil<br />

da <strong>em</strong>presa e começar a buscar clientes menores<br />

porque sua capacidade de lidar com o risco é<br />

cada vez menor”, reflete.<br />

“Não adianta só dar conhecimento <strong>para</strong> a pessoa e<br />

treiná-la quanto ao produto. Essas são características<br />

que ela traz consigo. Se você não buscar essas<br />

qualidades no processo de recrutamento, vai ter que<br />

continuar sendo a babá da equipe.” (Marcelo Caetano)<br />

<strong>VendaMais</strong> Responde<br />

Prospecção focada <strong>em</strong> <strong>esta</strong>mina<br />

Caetano frisa que os líderes pod<strong>em</strong> e dev<strong>em</strong><br />

identificar essas quatro habilidades – entusiasmo,<br />

determinação, autoconfiança e independência<br />

– já na hora da contratação do vendedor. “Se<br />

você recrutar errado, essas quatro qualidades<br />

raramente serão desenvolvidas, pois são características<br />

de personalidade”, ressalta. Mas o especialista<br />

alerta que a falta dessas qualidades na<br />

equipe é, muitas vezes, ocasionada pelo próprio<br />

líder. Ele explica que muitos gestores gostam de<br />

pajear os vendedores, gostam de pensar que os<br />

profissionais precisam deles. “Eles se aceitam<br />

nessa posição e não faz<strong>em</strong> nada <strong>para</strong> sair dela”,<br />

reforça.<br />

Caetano acrescenta, ainda, que os líderes pod<strong>em</strong><br />

gerenciar a equipe com meta e controle até certo<br />

ponto – depois disso, é preciso haver confiança<br />

entre o gestor e a equipe <strong>para</strong> que o líder deixe os<br />

profissionais agir<strong>em</strong> sozinhos. “Claramente, essas<br />

quatro habilidades fog<strong>em</strong> completamente da gestão<br />

por meta e controle. Não adianta só dar conhecimento<br />

<strong>para</strong> a pessoa e treiná-la quanto ao produto.<br />

Essas são características que ela traz consigo. Se<br />

você não buscar essas qualidades no processo de<br />

recrutamento, vai ter que continuar sendo a babá<br />

da equipe”, d<strong>esta</strong>ca.<br />

Por fim, o diretor da <strong>VendaMais</strong> aconselha: se<br />

você não quer que sua vida como gestor comercial<br />

seja assim, t<strong>em</strong> que ter pessoas na sua equipe que<br />

sejam diferentes, que tenham essas quatro características.<br />

“Quando a equipe t<strong>em</strong> essas habilidades,<br />

não t<strong>em</strong>os mais um líder pajeando, mas, sim, um<br />

gestor orientando os profissionais. Ocorre, aí, uma<br />

mudança no perfil dos vendedores e também da<br />

liderança”, compl<strong>em</strong>enta.<br />

As características fundamentais de um vendedor de<br />

alta performance, que está alinhado às necessidades<br />

do mercado atual, foi t<strong>em</strong>a de um dos últimos episódios<br />

do <strong>VendaMais</strong> Responde, programa gravado mensalmente<br />

por Raul Candeloro e Marcelo Caetano e<br />

enviado com exclusividade aos nossos assinantes*.<br />

Até o momento, este vídeo ainda está restrito<br />

<strong>para</strong> qu<strong>em</strong> assina a <strong>VendaMais</strong>, mas os quatro<br />

primeiros episódios da série já pod<strong>em</strong> ser assistidos<br />

por qu<strong>em</strong> visita o nosso canal no YouTube (bit.ly/<br />

TV-<strong>VendaMais</strong>). São eles:<br />

Gestão da carteira de clientes: bit.ly/g<strong>esta</strong>o-carteira<br />

Como <strong>vender</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos de crise:<br />

bit.ly/2-como- <strong>vender</strong>-crise<br />

Como fazer reuniões de vendas mais produtivas:<br />

bit.ly/3-reunioes-produtivas<br />

Como dar feedback (de verdade) <strong>para</strong> a sua equipe de<br />

vendas: bit.ly/4-feedback-vendas<br />

Assista e aprenda muito sobre vendas, gestão de<br />

equipes comerciais, motivação e muito mais!<br />

*Se você é assinante, s<strong>em</strong>pre que um novo<br />

vídeo for liberado, você receberá um e-mail com o<br />

link. Se ainda não é, assista aos vídeos listados<br />

acima e se anime <strong>para</strong> fazer parte do grupo que<br />

recebe <strong>em</strong> primeira mão e com exclusividade o melhor<br />

conteúdo sobre vendas do Brasil. Saiba mais<br />

<strong>em</strong> bit.ly/vendamais-assine<br />

28<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 29


vendas<br />

Thiago Concer<br />

Como ganhar<br />

uma comissão<br />

dez vezes<br />

maior do que<br />

qualquer<br />

vendedor da<br />

sua <strong>em</strong>presa<br />

Você achou o título deste artigo interessante?<br />

Pois é, quando eu escutei isso, também<br />

fiquei muito curioso e me fiz a mesma<br />

pergunta que você deve <strong>esta</strong>r se fazendo<br />

agora: "Como isso é possível?"<br />

Antes de revelar a resposta, porém,<br />

quero lhe contar como cheguei a esse vendedor...<br />

As lições de um supervendedor<br />

Há algumas s<strong>em</strong>anas, estive nos Estados<br />

Unidos e entrevistei vários vendedores e<br />

gestores de vendas. Um deles, um brasileiro<br />

chamado Bruno, gerente de uma loja da Sprint (uma das maiores<br />

<strong>em</strong>presas de telefonia móvel dos EUA), me contou que havia acabado<br />

de voltar de um encontro de vendas e que tinha aprendido muito lá.<br />

30<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Segundo ele, um dos participantes<br />

era um vendedor que, <strong>em</strong> um<br />

único mês, tinha conseguido incríveis<br />

US$ 25 mil <strong>em</strong> comissão.<br />

Isso mesmo, quase R$ 85 mil <strong>em</strong><br />

um único mês vendendo planos<br />

de celular! O mais impressionante<br />

é que, como d<strong>esta</strong>cou Bruno,<br />

uma boa comissão <strong>para</strong> os profissionais<br />

desse segmento gira<br />

<strong>em</strong> torno de US$ 4 mil.<br />

Curioso, perguntei a ele se o<br />

rapaz contou o que fazia <strong>para</strong><br />

<strong>vender</strong> tanto. Ele me respondeu<br />

assim: "Thiago, ele não quer <strong>vender</strong><br />

<strong>para</strong> todo mundo, ele quer<br />

<strong>vender</strong> <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> dá lucro." E me<br />

explicou que o campeão divide<br />

as atividades dele <strong>em</strong> quatro fases:<br />

1) Prospecção:<br />

Apesar de trabalhar <strong>em</strong> um segmento<br />

de vendas receptivo, o supervendedor<br />

se<strong>para</strong> duas horas<br />

por dia (todos os dias!) <strong>para</strong> agendar<br />

visitas e se encontrar com<br />

novos cliente. Naquele horário<br />

que ele selecionou, ele não faz<br />

nada mais! Não atende telefone,<br />

não auxilia na loja, não preenche<br />

relatórios... Enfim, só agenda e<br />

faz visitas! E ele não deixa isso<br />

<strong>para</strong> o fim do mês. Não espera<br />

ver se vai bater a meta <strong>para</strong> depois<br />

sair <strong>para</strong> prospectar. Ele faz isso<br />

todos os dias!<br />

O mais interessante é que ele<br />

não pega uma lista e liga <strong>para</strong><br />

todos os contatos. Ele só se<strong>para</strong><br />

as <strong>em</strong>presas que têm potencial<br />

<strong>para</strong> ter, no mínimo, 35 linhas<br />

telefônicas! Ou seja, ele quer <strong>vender</strong><br />

<strong>para</strong> qu<strong>em</strong> dá muito lucro.<br />

--> Quer colocar essa ideia <strong>em</strong> prática,<br />

mas, antes, precisa de uma<br />

boa aula de prospecção de clientes?<br />

Acesse bit.ly/guia-prospeccao-vm<br />

e leia uma série de artigos sobre o<br />

t<strong>em</strong>a.<br />

2) Vendas internas e<br />

parte administrativa:<br />

Esse vendedor não quer perder<br />

vendas e sabe que as visitas de<br />

clientes à loja têm um potencial<br />

grande, pois são clientes que já<br />

chegam querendo comprar. Ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, entende que o trabalho<br />

de preenchimento de CRM<br />

é indispensável <strong>para</strong> sua avaliação<br />

e, consequent<strong>em</strong>ente, <strong>para</strong> seus<br />

ganhos, pois <strong>esta</strong>r <strong>em</strong> dia com<br />

sua parte administrativa é um<br />

dos indicadores <strong>para</strong> uma bonificação<br />

maior. Por isso, ele se preocupa<br />

<strong>em</strong> definir seus horários<br />

de atendimento na loja e está<br />

s<strong>em</strong>pre pronto <strong>para</strong> <strong>vender</strong> quando<br />

está lá.<br />

3) Visitas externas:<br />

Esse supervendedor não termina<br />

a s<strong>em</strong>ana s<strong>em</strong> ter visitado cinco<br />

<strong>em</strong>presas. É uma meta* que ele<br />

cumpre s<strong>em</strong>pre. Para isso, ele t<strong>em</strong><br />

que fazer uma visita por dia, de<br />

segunda a sexta – no sábado, a<br />

loja t<strong>em</strong> um movimento intenso<br />

(e ele quer aproveitar), e muitas<br />

<strong>em</strong>presas n<strong>em</strong> abr<strong>em</strong>, por isso o<br />

foco é nos dias úteis. Se, por acaso,<br />

ele não consegue cumprir a<br />

meta da segunda-feira, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

ele sabe que vai precisar visitar<br />

duas <strong>em</strong>presas <strong>em</strong> outro dia.<br />

*Metas claras como essa ajudam<br />

muito a potencializar os resultados<br />

de vendas. Para saber como definir<br />

uma meta ESMART – específica,<br />

mensurável, atingível e com<br />

t<strong>em</strong>po determinado <strong>para</strong> ser realizada,<br />

leia o artigo disponível <strong>em</strong>:<br />

bit.ly/metaESMART<br />

4) Propósito:<br />

Quando esse vendedor revelou<br />

seus resultados, a maioria dos<br />

outros profissionais disse: “Caramba,<br />

agora você vai poder tirar<br />

umas férias nas Bahamas ou no<br />

Havaí!” Ele respondeu que adora<br />

praia, mas que seu objetivo maior<br />

era se tornar gerente de distrito<br />

– um dos maiores cargos comerciais<br />

na <strong>em</strong>presa.<br />

Eu fiquei muito feliz <strong>em</strong> conhecer<br />

essa história de sucesso<br />

porque ela vai ao encontro do que<br />

defendo há muito t<strong>em</strong>po: vendedor<br />

bom gosta de dinheiro,<br />

desafio e propósito.<br />

Esse grande vendedor mostrou<br />

também o poder do planejamento<br />

<strong>em</strong> vendas*. Trabalhar<br />

duro é importante, mas se você<br />

não sabe <strong>para</strong> onde vai, qualquer<br />

vento serve. Muitos vendedores<br />

acham que trabalhar com agenda<br />

e t<strong>em</strong>po <strong>para</strong> fazer as coisas “engessa”<br />

o trabalho deles. Mas gestão<br />

das atividades, pre<strong>para</strong>ção<br />

antes de sair <strong>para</strong> <strong>vender</strong>, foco<br />

<strong>em</strong> qu<strong>em</strong> dá lucro... Tudo isso é<br />

libertador!<br />

Trabalhar com afinco é importante,<br />

mas tão importante<br />

quanto trabalhar muito é saber<br />

o que se faz!<br />

Dwight David Eisenhower, antigo<br />

general cinco estrelas do exército<br />

norte-americano e ex-presidente<br />

dos Estados Unidos disse,<br />

certa vez, sobre planejamento:<br />

“Antes de sair <strong>para</strong> a batalha, planejamento<br />

é tudo. Depois que o<br />

tiroteio começa, planejar é inútil!”<br />

Sucesso e boas vendas!<br />

*Planejamento Estratégico Comercial<br />

(PEC) é algo que nós, da<br />

<strong>VendaMais</strong>, levamos muito a sério.<br />

Por isso mesmo, você encontra<br />

<strong>em</strong> nosso portal um guia que<br />

vai ajudá-lo a desenvolver o seu<br />

PEC da melhor forma possível.<br />

Acesse bit.ly/PEC_<strong>VendaMais</strong> e<br />

confira!<br />

"Trabalhar duro<br />

é importante,<br />

mas se você não<br />

sabe <strong>para</strong> onde<br />

vai, qualquer<br />

vento serve."<br />

Thiago Concer é sócio-fundador<br />

do I.E.V. (Instituto de<br />

Especialização <strong>em</strong> Vendas),<br />

a maior escola de vendas do<br />

Brasil, líder do movimento<br />

#OrgulhoDeSerVendedor e<br />

um dos palestrantes de vendas<br />

mais contratados do<br />

Brasil.<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 31


Inovação / texto e fotos Por João Guilherme Brotto<br />

Lições de inovação<br />

do Vale do Silício<br />

relógio marcava 9h. Era uma segunda-feira de fim de verão no h<strong>em</strong>isfério norte, mas<br />

o frio e a névoa característica tomavam conta de São Francisco, uma das cidades mais<br />

importantes da Califórnia (EUA) e ponto de partida <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> deseja explorar a meca<br />

da inovação no mundo: o Vale do Silício.<br />

Em um hotel no centro da cidade, nossa equipe se juntou a um grupo de <strong>em</strong>presários<br />

ansiosos <strong>para</strong> aprender com gigantes da tecnologia como Facebook e Salesforce, conhecer<br />

iniciativas <strong>em</strong>preendedoras de startups brasileiras e trocar ideias com <strong>em</strong>presários<br />

que tinham o mesmo objetivo: vivenciar e absorver a atmosfera do Vale. Tinha início<br />

mais uma Missão de Negócios ao Vale do Silício, uma maratona de quatro dias que<br />

transformaria todos os participantes e que é a base d<strong>esta</strong> reportag<strong>em</strong>.<br />

A realidade do Vale<br />

O Vale do Silício é um ambiente que inspira e transpira inovação, networking, cooperação,<br />

competitividade, cifras milionárias e muito suor. Longe do glamour das notícias de<br />

32<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


aportes milionários <strong>em</strong> startups,<br />

escritórios coloridos e jovens revolucionários,<br />

a realidade é mais<br />

dura do que parece. Afinal, <strong>em</strong><br />

um ambiente <strong>em</strong> que a inovação<br />

é praticamente uma commodity,<br />

não há t<strong>em</strong>po a perder.<br />

Lição 1 – Foco acima de tudo<br />

Foi fácil perceber que o foco é<br />

como um mantra <strong>para</strong> os <strong>em</strong>preendedores<br />

do Vale – e por “<strong>em</strong>preendedores”<br />

<strong>esta</strong>mos nos referindo<br />

a fundadores de <strong>em</strong>presas<br />

e funcionários. Profissionais s<strong>em</strong><br />

essa visão não se criam por lá.<br />

Leandro Scalise Gomes, <strong>em</strong>preendedor<br />

brasileiro sócio da<br />

Rank My App, startup focada<br />

<strong>em</strong> ajudar <strong>em</strong>presas a aumentar<br />

o número de downloads de seus<br />

aplicativos, é prova disso. Enquanto<br />

ele batalha <strong>em</strong> São Francisco<br />

<strong>para</strong> captar investidores,<br />

parte de sua equipe atua <strong>em</strong><br />

São Paulo. Em uma espécie de<br />

pitch de vendas <strong>para</strong> o grupo<br />

do qual o time <strong>VendaMais</strong> fazia<br />

parte, ao ser questionado<br />

sobre se eles não <strong>esta</strong>riam perdendo<br />

oportunidades por não<br />

estender<strong>em</strong> a atuação da <strong>em</strong>presa<br />

<strong>para</strong> outras plataformas<br />

além de aplicativos, visto que<br />

a solução deles é robusta e poderia<br />

atender inúmeros mercados,<br />

Gomes foi rápido e direto:<br />

“Nosso foco é esse. Precisamos<br />

ser os melhores nisso.”<br />

Essa declaração traz à tona<br />

a regra número um da execução:<br />

quanto maior o número de metas<br />

que você tentar conciliar de uma<br />

só vez, menores serão as probabilidades<br />

de alcançá-las. De acordo<br />

com os estudos de Chris Mc-<br />

Chesney, Sean Covey, Jim Huling<br />

e Bill Moraes, apresentados no<br />

livro As 4 disciplinas da execução<br />

– Garanta o foco nas metas crucialmente<br />

importantes (t<strong>em</strong>a da<br />

reportag<strong>em</strong> de capa da Venda­<br />

Mais de jul/set 2016), se você<br />

tiver entre duas e três metas,<br />

poderá executar todas com excelência.<br />

A situação muda, contudo,<br />

se você definir de quatro<br />

a dez metas – nesse caso, a taxa<br />

de metas alcançadas com excelência<br />

cai <strong>para</strong> uma ou duas. As<br />

coisas pioram ainda mais quando<br />

se t<strong>em</strong> entre 11 e vinte metas:<br />

provavelmente nenhuma será<br />

executada com excelência. Ou<br />

seja, foque no que é crucialmente<br />

importante.<br />

Lição 2 – Prospecção focada<br />

no cliente ideal<br />

Outra lição importante dessa<br />

<strong>em</strong>presa que t<strong>em</strong> clientes como<br />

Itaú, Multiplus, Nespresso, Polishop<br />

e Catho foi que por mais<br />

que um dos objetivos de qualquer<br />

startup seja escalar as vendas rapidamente,<br />

atirar <strong>para</strong> todos os<br />

lados <strong>para</strong> conquistar novos clientes<br />

não é a melhor saída. O foco<br />

da prospecção da Rank My App<br />

são <strong>em</strong>presas inovadoras que sab<strong>em</strong><br />

que é importante d<strong>esta</strong>car<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 33


seus aplicativos e que estão alinhadas<br />

à proposta de valor que<br />

oferec<strong>em</strong>. Em outras palavras, o<br />

Perfil de Cliente Ideal (PCI)* da<br />

<strong>em</strong>presa está muito b<strong>em</strong> definido.<br />

*A reportag<strong>em</strong> da seção "Enciclopédia<br />

<strong>VendaMais</strong>", que se inicia na<br />

página 60 d<strong>esta</strong> edição, revela o<br />

que você precisa fazer <strong>para</strong> definir<br />

o seu PCI.<br />

O grande mito da ideia de um<br />

bilhão de dólares<br />

De boas ideias o mundo está cheio,<br />

mas isso de nada vale se a sua<br />

capacidade de execução não estiver<br />

à altura. São poucos os que se<br />

diferenciam nesse quesito. Essa é<br />

mais uma verdade absoluta enraizada<br />

no modo de pensar (e agir)<br />

das <strong>em</strong>presas que estão no Vale<br />

do Silício.<br />

Ao contrário de proteger<br />

grandes ideias a sete chaves, impera<br />

a visão do compartilhamento.<br />

Por lá, não existe essa de “vou<br />

ficar quieto <strong>para</strong> ninguém roubar<br />

minha ideia”. O compartilhamento<br />

e as conexões necessárias<br />

<strong>para</strong> a execução predominam,<br />

muito <strong>em</strong> razão de haver uma<br />

espécie de consciência coletiva<br />

a respeito da necessária ligação<br />

entre ter uma grande ideia e conseguir<br />

executá-la com eficiência<br />

e agilidade.<br />

Lição 3 – Executar é mais importante<br />

do que ter uma grande ideia<br />

Talvez você esteja lendo <strong>esta</strong> reportag<strong>em</strong><br />

agora e pensando naquela<br />

sua ideia que, cedo ou tarde,<br />

vai conquistar o mundo. Há<br />

quanto t<strong>em</strong>po você a t<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

mente? O que já fez <strong>para</strong> tirá-la<br />

do papel? A cada dia que passa,<br />

sua grande ideia corre o risco de<br />

perder relevância por não <strong>esta</strong>r<br />

sendo executada.<br />

Evento do TechCrunch <strong>em</strong> que <strong>em</strong>preendedores brasileiros apresentaram suas<br />

startups a investidores estrangeiros.<br />

No lado oposto d<strong>esta</strong> placa está a marca do Facebook. Mark Zuckerberg fez<br />

questão de manter a identidade visual da <strong>em</strong>presa que ocupava o prédio que hoje<br />

é a sede do Facebook <strong>para</strong> l<strong>em</strong>brar a todos de que ser grande hoje não significa<br />

manter-se vivo amanhã.<br />

"O Vale do Silício é um ambiente que inspira e transpira inovação,<br />

networking, cooperação, competitividade, cifras milionárias e muito<br />

suor. Longe do glamour das notícias de aportes milionários <strong>em</strong> startups,<br />

escritórios coloridos e jovens revolucionários, a realidade é mais dura<br />

do que parece. Afinal, <strong>em</strong> um ambiente <strong>em</strong> que a inovação é praticamente<br />

uma commodity, não há t<strong>em</strong>po a perder."<br />

34<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Martin Spier falando sobre como é trabalhar na Netflix <strong>em</strong> um bate-papo informal<br />

na Silicon House<br />

a <strong>em</strong>presa possa permanecer relevante<br />

e competitiva <strong>em</strong> um dos<br />

mercados mais acirrados do planeta.<br />

A inovação faz parte do dia<br />

a dia. Não é um ato isolado. Prova<br />

disso é como a <strong>em</strong>presa surgiu, há<br />

18 anos, e o que ela é hoje.<br />

Mas não é por isso que as inovações<br />

são desordenadas ou mal-<br />

-planejadas. Pelo contrário, um dos<br />

l<strong>em</strong>as deles é inspirado <strong>em</strong> uma<br />

frase de W. Edward D<strong>em</strong>ing (1900-<br />

1993), um consultor <strong>em</strong> gestão <strong>em</strong>presarial<br />

que, dentre outros feitos,<br />

teve grande relevância no desenvolvimento<br />

da economia do Japão<br />

pós-Segunda Guerra Mundial: “Em<br />

Deus, eu acredito; todos os outros<br />

dev<strong>em</strong> apresentar dados e fatos”.<br />

Lição 4 – Nunca tome decisões<br />

baseadas <strong>em</strong> instinto<br />

O que qualquer <strong>em</strong>presa pode aprender<br />

com a Netflix (ou: desmistificando a<br />

ideia de um bilhão de dólares)<br />

No segundo dia da viag<strong>em</strong>, fomos<br />

até Mountain View, cidade onde<br />

fica a sede do Google, visitar a<br />

Silicon House, uma <strong>em</strong>presa brasileira<br />

que promove consultoria,<br />

programas de imersão, workshops<br />

e eventos variados <strong>para</strong> <strong>em</strong>preendedores,<br />

investidores e interessados<br />

<strong>em</strong> entender melhor a cultura<br />

<strong>em</strong>preendedora do Vale <strong>em</strong> um<br />

ambiente caseiro e aconchegante.<br />

Em nossa visita, fomos recebidos<br />

pela fundadora Andrea Litto,<br />

que reside na região desde 1994,<br />

e tiv<strong>em</strong>os a oportunidade de conversar<br />

com Martin Spier, engenheiro<br />

de performance da Netflix,<br />

que compartilhou ensinamentos<br />

valiosos a respeito da <strong>em</strong>presa que<br />

é referência global <strong>em</strong> inovação.<br />

Por que a Netflix é o que é<br />

A Netflix quebrou <strong>para</strong>digmas no<br />

mercado não porque um dia seus<br />

fundadores Reed Hastings e Marc<br />

Randolph tiveram uma grande<br />

ideia que revolucionou a forma<br />

como as pessoas consom<strong>em</strong> conteúdo<br />

na televisão, mas pela sua<br />

cultura de inovação. A <strong>em</strong>presa<br />

foi fundada <strong>em</strong> 1997 com a proposta<br />

de alugar DVDs via internet.<br />

A ideia surgiu após Hastings ter<br />

tido que pagar 40 dólares de multa<br />

à Blockbuster por conta de um<br />

atraso na devolução de um filme.<br />

Esse ex<strong>em</strong>plo, aliás, ilustra b<strong>em</strong><br />

a orig<strong>em</strong> por trás de muitos dos<br />

negócios bilionários do Vale do Silício:<br />

o foco está <strong>em</strong> resolver probl<strong>em</strong>as,<br />

não <strong>em</strong> criar produtos. A Netflix<br />

é um perfeito resumo do que<br />

é, na prática, a cultura <strong>em</strong>preendedora<br />

do Vale: organizada, objetiva,<br />

rápida, solucionadora de probl<strong>em</strong>as.<br />

A <strong>em</strong>presa não acredita na<br />

ideia de um bilhão de dólares que<br />

vai surgir da noite <strong>para</strong> o dia e<br />

revolucionar o planeta, mas <strong>em</strong><br />

pequenas melhorias diárias baseadas<br />

<strong>em</strong> decisões e ações rápidas,<br />

mesmo que sutis, mas que, com o<br />

passar do t<strong>em</strong>po, faz<strong>em</strong> com que<br />

Nada do que é executado na Netflix<br />

é baseado no achismo ou <strong>em</strong> uma<br />

ord<strong>em</strong> que v<strong>em</strong> de cima. Assim<br />

como o palestrante do Content<br />

Marketing World Marcus Sheridan<br />

disse na página 52 d<strong>esta</strong> edição,<br />

na Netflix nenhuma opinião t<strong>em</strong><br />

valor – não importa o nível de<br />

experiência do profissional – se o<br />

argumento não estiver am<strong>para</strong>do<br />

por referências concretas. As inovações<br />

acontec<strong>em</strong> a partir de análises<br />

e estudos profundos. As métricas<br />

são a base da <strong>em</strong>presa <strong>para</strong><br />

gerar valor. Spier até brincou que<br />

a “Netflix é uma plataforma de<br />

coleta de dados de comportamento<br />

de usuários que, eventualmente,<br />

transmite filmes e seriados on-line”.<br />

Profissionais de alta performance +<br />

liberdade = inovação e resultados<br />

O modo de pensar e agir da Netflix<br />

e das pessoas que lá trabalham é<br />

livre. Não exist<strong>em</strong> processos ou<br />

regras. Os funcionários têm liberdade<br />

<strong>para</strong> tomar decisões e criar<br />

projetos que acredit<strong>em</strong> que pod<strong>em</strong><br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 35


ser agentes de inovação. A visão<br />

da <strong>em</strong>presa é de que é melhor<br />

perder dinheiro por ver uma ideia<br />

não funcionar do que correr o<br />

risco de que o concorrente tenha<br />

essa ideia antes.<br />

Isso tudo só é possível porque<br />

a <strong>em</strong>presa t<strong>em</strong> uma preocupação<br />

enorme com o recrutamento. Não<br />

há espaço <strong>para</strong> aprendizes no time.<br />

Todos os profissionais que<br />

trabalham lá são de alto nível e<br />

muito b<strong>em</strong>-r<strong>em</strong>unerados. O time<br />

é formado por pessoas autogerenciáveis<br />

e que sab<strong>em</strong> o que precisa<br />

ser feito. A Netflix não pensa<br />

duas vezes antes de contratar<br />

excelentes profissionais. S<strong>em</strong>pre<br />

há espaço <strong>para</strong> as pessoas de alta<br />

performance, mesmo quando não<br />

há vagas <strong>em</strong> aberto. O capital<br />

humano é muito valorizado.<br />

No Vale do Silício, há uma condição<br />

que foge à regra da maioria<br />

dos mercados: se normalmente é<br />

a <strong>em</strong>presa que escolhe qu<strong>em</strong> fará<br />

parte do seu time, por lá, <strong>em</strong> razão<br />

da escassez de talentos e da ampla<br />

oferta de <strong>em</strong>pregos na área de tecnologia,<br />

são os candidatos que<br />

acabam escolhendo as <strong>em</strong>presas<br />

<strong>em</strong> que vão trabalhar.<br />

Lição 5 – As pessoas que formam seu<br />

time são seu principal ativo<br />

Como funciona seu modelo de<br />

recrutamento (e d<strong>em</strong>issão)? Você<br />

já parou <strong>para</strong> pensar se está realmente<br />

comprometido <strong>em</strong> trazer<br />

profissionais extraordinários <strong>para</strong><br />

sua equipe ou se está apenas<br />

tapando buracos quando contrata<br />

alguém? Não são os aportes<br />

milionários que fizeram as gigantes<br />

do Vale do Silício ser<strong>em</strong> o que<br />

são, mas as pessoas que constro<strong>em</strong><br />

essas <strong>em</strong>presas dia após dia.<br />

O que você pode aprender<br />

com o modelo de gestão da<br />

Netflix<br />

1) A Netflix é muito rápida <strong>em</strong><br />

seu processo de recrutamento<br />

e d<strong>em</strong>issão. Se a pessoa t<strong>em</strong> o<br />

perfil, está contratada. Se não se<br />

encaixa, eles não pensam duas<br />

vezes antes de d<strong>em</strong>itir. No Vale,<br />

onde surge boa parte das grandes<br />

ideias do mundo, não há t<strong>em</strong>po<br />

a perder. O ritmo é acelerado<br />

e a meritocracia impera.<br />

2) A autonomia prevalece. Todos<br />

os profissionais do time de<br />

1.200 engenheiros da <strong>em</strong>presa<br />

têm acesso a dados restritos e<br />

têm autonomia até <strong>para</strong> tirar a<br />

Netflix do ar. Isso porque a <strong>em</strong>presa<br />

sabe que todos são maduros<br />

o suficiente <strong>para</strong> absorver<br />

tamanha carga de responsabilidade.<br />

3) A equipe é independente,<br />

mas integrada. Enquanto algumas<br />

<strong>em</strong>presas globais de tecnologia<br />

têm seus times espalhados<br />

pelo mundo, a Netflix<br />

concentra todos os seus engenheiros<br />

no mesmo prédio, na<br />

cidade de Los Gatos (Califórnia,<br />

EUA), <strong>para</strong> facilitar os debates<br />

e acelerar a velocidade com que<br />

as informações circulam e as<br />

ideias acontec<strong>em</strong>.<br />

Visitamos a Stanford University, onde aprend<strong>em</strong>os sobre a história da universidade<br />

e as origens do Vale do Silício. Lá, conhec<strong>em</strong>os o prédio da The D. School, uma<br />

das mais prestigiadas escolas de design do planeta. É de lá que sa<strong>em</strong> muitas das<br />

inovações que v<strong>em</strong>os mundo afora.<br />

"Você já parou <strong>para</strong> pensar se está realmente comprometido <strong>em</strong> trazer<br />

profissionais extraordinários <strong>para</strong> sua equipe ou se está apenas<br />

tapando buracos quando contrata alguém? Não são os aportes<br />

milionários que fizeram as gigantes do Vale do Silício ser<strong>em</strong> o que são,<br />

mas as pessoas que constro<strong>em</strong> essas <strong>em</strong>presas dia após dia."<br />

4) O conceito de liderança é<br />

quase inexistente. Em razão do<br />

ambiente focado <strong>em</strong> dar autonomia<br />

a qu<strong>em</strong> faz acontecer,<br />

não exist<strong>em</strong> líderes dizendo o<br />

que cada um precisa fazer. As<br />

pessoas conhec<strong>em</strong> suas obrigações<br />

e, por isso, perde-se<br />

pouco t<strong>em</strong>po com reuniões e<br />

debates desnecessários. Isso<br />

também se reflete nos horários<br />

de trabalho. As pessoas<br />

têm liberdade <strong>para</strong> cumprir os<br />

36<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


horários de trabalho da forma<br />

que b<strong>em</strong> entender<strong>em</strong>.<br />

5) Há um olhar diferente sobre<br />

custos. Um ambiente tão livre<br />

e informal mas, ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />

focado <strong>em</strong> inovação, faz com<br />

que vez ou outra um mesmo<br />

projeto acabe sendo desenvolvido<br />

ao mesmo t<strong>em</strong>po por diferentes<br />

pessoas, o que naturalmente<br />

gera um custo desnecessário<br />

e t<strong>em</strong>po perdido. Mas<br />

o que poderia ser uma dor de<br />

cabeça <strong>para</strong> boa parte dos gestores<br />

do mundo, na Netflix é<br />

encarado como ossos do ofício.<br />

Em um mercado <strong>em</strong> que a velocidade<br />

da execução é fundamental,<br />

a visão da <strong>em</strong>presa é<br />

de que os custos desnecessários<br />

causados por ações de melhoria<br />

duplicadas faz<strong>em</strong> parte do jogo.<br />

É preferível absorver o custo e<br />

assumir o erro <strong>em</strong> razão da cultura<br />

da inovação contínua.<br />

6) A cultura do erro é celebrada.<br />

Enquanto no Brasil t<strong>em</strong>os a visão<br />

de que o erro é algo abominável,<br />

que deve ser evitado e escondido,<br />

por lá ele é parte crucial do<br />

processo de evolução. Spier falou<br />

que eles erram bastante, mas é<br />

isso que os faz ser<strong>em</strong> rápidos<br />

nas inovações. A visão é: construir,<br />

t<strong>esta</strong>r, aprender e melhorar.<br />

Muito rápido. “A inovação é muito<br />

mais importante do que o risco<br />

que corr<strong>em</strong>os por não mudar”,<br />

disse o engenheiro.<br />

7) Não há espaço <strong>para</strong> o ego.<br />

Todos os integrantes do time<br />

de engenharia, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

têm o mesmo cargo descrito<br />

<strong>em</strong> seu cartão de visitas. Não<br />

exist<strong>em</strong> nomes bonitos <strong>para</strong><br />

impressionar e n<strong>em</strong> compromisso<br />

com rótulos. O que importa<br />

é a cultura de inovação – e<br />

o resultado, claro.<br />

Uma das <strong>para</strong>das da viag<strong>em</strong> foi uma visita à sede da Salesforce, uma das maiores<br />

<strong>em</strong>presas de CRM do mundo.<br />

Para pensar<br />

Nos últimos anos, o Vale do Silício<br />

entrou <strong>em</strong> voga. Muitos o consideram<br />

a Disneylândia dos <strong>em</strong>preendedores.<br />

Por mais que tamanha<br />

popularidade tenha contribuído<br />

<strong>para</strong> que a visão sobre o que é, de<br />

fato, o Vale tenha sido deturpada,<br />

a verdade é que fazer uma imersão<br />

nessa realidade, ainda tão distante<br />

da maioria das <strong>em</strong>presas brasileiras,<br />

é extr<strong>em</strong>amente inspirador.<br />

Pelo pouco que compartilhamos<br />

n<strong>esta</strong>s páginas, você já pode<br />

ter uma ideia, mas os ensinamentos<br />

vão além. Durante a viag<strong>em</strong>,<br />

participamos de inúmeras atividades,<br />

conhec<strong>em</strong>os pessoas extraordinárias<br />

e tiv<strong>em</strong>os contato<br />

com <strong>em</strong>presas incríveis. Os ensinamentos<br />

são <strong>para</strong> a vida toda.<br />

Além do que registramos aqui,<br />

participamos ainda de um evento<br />

de networking segmentado <strong>para</strong> o<br />

mercado sul-americano organizado<br />

pela Zendesk, uma gigante do Vale;<br />

descobrimos que algumas <strong>em</strong>presas<br />

brasileiras estão enviando pequenos<br />

times de T.I. <strong>para</strong> tocar seus projetos<br />

<strong>em</strong> aceleradoras de startups com<br />

acesso a uma poderosa rede de contatos;<br />

visitamos a impressionante<br />

sede da Salesforce, onde fomos recebidos<br />

por um brasileiro que integra<br />

o time comercial da <strong>em</strong>presa;<br />

fiz<strong>em</strong>os um tour pelos corredores<br />

do Facebook, onde também fomos<br />

recebidos por uma brasileira que<br />

faz parte da equipe de big data da<br />

rede social e conversamos longamente<br />

sobre mídias sociais e tendências<br />

no comportamento humano;<br />

e tiv<strong>em</strong>os diversos bate-papos<br />

enriquecedores com <strong>em</strong>preendedores<br />

brasileiros e americanos. Foi<br />

uma experiência extraordinária!<br />

Toda viag<strong>em</strong> é capaz de mudar<br />

uma vida. E quando a viag<strong>em</strong> é focada<br />

<strong>em</strong> trabalho, não se volta dela<br />

s<strong>em</strong> a mente transformada. Passar<br />

alguns dias vivenciando a realidade<br />

de um dos mercados mais ricos, inovadores<br />

e diferenciados do planeta<br />

é algo que pode transformar sua<br />

vida – e o futuro de sua <strong>em</strong>presa.<br />

Saiba mais<br />

A equipe da <strong>VendaMais</strong> participou da Missão<br />

Internacional de Negócios ao Vale do<br />

Silício a convite de seus organizadores,<br />

André Bianchi e Joyce Bianchi. A missão<br />

acontece diversas vezes ao ano. Para obter<br />

mais informações, ligue <strong>para</strong> (11) 942-<br />

300-438, escreva <strong>para</strong> negocio@amagiadomundodosnegocios.com.br<br />

ou acesse<br />

bit.ly/missaovale.<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 37


Negociação<br />

Silvia Candeloro<br />

Aprendendo<br />

com a prática<br />

I<br />

nteressado <strong>em</strong> expandir seu b<strong>em</strong>-sucedido negócio<br />

<strong>para</strong> os Estados Unidos, um grupo de <strong>em</strong>presários<br />

brasileiros do ramo de alimentação me chamou<br />

<strong>para</strong> ajudar. Minha missão era estudar o mercado<br />

da região de Miami, escolher possíveis pontos,<br />

negociar com os proprietários, os fornecedores e<br />

organizar a montag<strong>em</strong> e a inauguração <strong>em</strong> nome<br />

do grupo.<br />

Depois de algumas s<strong>em</strong>anas visitando diversos<br />

lugares s<strong>em</strong> me apaixonar por nenhum e já começando<br />

a desanimar, passei por um café de lanches<br />

rápidos e naturais b<strong>em</strong>-montado e num ponto bastante<br />

privilegiado e não tive dúvidas de que seria<br />

o local adequado. O único probl<strong>em</strong>a é que <strong>esta</strong>va<br />

funcionando e o corretor que nos acompanhava<br />

achava maluquice tentar abordar um negócio <strong>em</strong><br />

funcionamento, ainda mais tendo diversas opções<br />

disponíveis que, ao seu ver, eram boas.<br />

Mas, como sou insistente e dificilmente<br />

aceito não como resposta,<br />

fui conversar com a gerente. S<strong>em</strong><br />

explicar exatamente o motivo, insisti<br />

que precisava do contato do<br />

dono. Ela foi um pouco resistente,<br />

mas acabou me dando o e-mail<br />

dele. Passei o desafio <strong>para</strong> o corretor,<br />

que não punha muita fé no contato,<br />

mas – talvez <strong>para</strong> me provar<br />

que eu <strong>esta</strong>va sonhando – aceitou<br />

o desafio. Com um pouco de trabalho,<br />

ele descobriu que o dono tinha,<br />

afinal, interesse <strong>em</strong> sair dali!<br />

1 a lição – Pense no melhor cenário<br />

<strong>para</strong> você, mesmo que pareça<br />

impossível.<br />

38<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


2 a lição – Cuide <strong>para</strong> não deixar<br />

que pessoas próximas, b<strong>em</strong>-intencionadas<br />

e muitas vezes do<br />

seu próprio time o convençam a<br />

não negociar alguma coisa porque<br />

parece inviável. Fora a morte, tudo<br />

na vida é negociável!<br />

3 a lição – Comunique-se! Falta<br />

de comunicação ou comunicação<br />

ineficiente é o grande mal do momento.<br />

Não tenha receio de perguntar,<br />

ir atrás, falar das suas<br />

intenções, tentar possibilidades.<br />

Estabelecido o contato, o proprietário<br />

pediu US$ 375 mil <strong>para</strong><br />

passar o ponto com as benfeitorias<br />

e alguns equipamentos, e deixou<br />

b<strong>em</strong> claro que não haveria negociação.<br />

Eu tinha duas opções: acreditar<br />

que ele realmente não aceitaria<br />

um valor menor e sair da negociação,<br />

já que não estávamos<br />

dispostos a chegar àquele valor,<br />

ou tentar.<br />

Esperei uns dias e pedi <strong>para</strong><br />

o corretor fazer uma contraproposta<br />

de US$ 225 mil. Ele, também<br />

brasileiro, ficou aborrecido comigo<br />

e tentou me explicar que, nos<br />

EUA, as coisas são diferentes, que<br />

essa forma de negociar só funcionava<br />

no Brasil. Negociar com<br />

o corretor e tentar fazer com que<br />

ele me representasse perante o<br />

cliente foi quase mais difícil que<br />

a negociação com o proprietário<br />

da loja! Para ajudar no processo,<br />

ofereci um percentual sobre o<br />

desconto <strong>para</strong> ele – assim ele se<br />

motivava a tentar.<br />

Todo o esforço valeu a pena,<br />

pois, depois de algumas idas e vindas,<br />

eles aceitaram US$ 230 mil!<br />

Ficamos todos muito contentes.<br />

4 a lição – Numa negociação,<br />

todos estão pensando: “O que eu<br />

ganho com isso?” Então, leve isso<br />

<strong>em</strong> consideração s<strong>em</strong>pre que várias<br />

partes estiver<strong>em</strong> envolvidas.<br />

5 a lição – Deixar uma negociação<br />

“esfriar” faz a outra parte se angustiar<br />

e amolecer. Use o t<strong>em</strong>po<br />

a seu favor – e tenha muita calma<br />

quando o usar<strong>em</strong> contra você.<br />

6 a lição – Não leve a outra parte<br />

tão a sério, é muito difícil saber<br />

quando estão blefando e realmente<br />

descobrir qual é seu limite.<br />

Sendo assim, trabalhe com foco<br />

no seu objetivo.<br />

Mas n<strong>em</strong> tudo <strong>esta</strong>va ganho.<br />

A complexidade <strong>esta</strong>va na quantidade<br />

de pessoas (e <strong>em</strong>presas)<br />

com interesses específicos: o café<br />

tinha um proprietário, mas o<br />

espaço <strong>esta</strong>va alocado <strong>em</strong> um<br />

edifício que é do Bank of America,<br />

mas que já foi negociado e,<br />

a partir de 2018, será de outro<br />

grupo investidor, que também<br />

tinha interesses e precisava aprovar<br />

a transação. Ou seja, os vendedores<br />

eram quatro “entidades<br />

diferentes”, cada uma negociando<br />

seus próprios interesses. Tinha,<br />

ainda, o corretor, tentando intermediar,<br />

e eu, representando os<br />

sócios brasileiros.<br />

Resumindo: eram tantos contratos<br />

longos e advogados intermediando<br />

e tentando preservar<br />

os interesses das partes que representavam<br />

que a negociação<br />

ficou lenta. O maior interessado<br />

– o dono do café, que desejava<br />

sair e que <strong>esta</strong>va pagando aluguel<br />

– resolveu pressionar o fechamento<br />

e definiu um prazo <strong>para</strong><br />

as negociações, alegando que tinha<br />

outros interessados no ponto.<br />

Finalizada a diligência prévia<br />

(due diligence), ele cumpriu o que<br />

prometeu e saiu da negociação.<br />

Ou seja,a negociação era complexa,<br />

durou meses e envolvia muito<br />

dinheiro, mas acabou no perde-<br />

-perde, ou seja, não foi fechada.<br />

7 a lição – Tenha cuidado <strong>para</strong><br />

não blefar e se colocar <strong>em</strong> um<br />

beco s<strong>em</strong> saída, como pode ter<br />

acontecido com o dono do café.<br />

8 a lição – Assim como o dono do<br />

café, que deixou a negociação<br />

findado o prazo <strong>esta</strong>belecido, s<strong>em</strong>pre<br />

cumpra o que prometer!<br />

9 a lição – Trabalhe junto ao departamento<br />

jurídico <strong>para</strong> que a<br />

redação do contrato seja rápida<br />

e com cláusulas equilibradas.<br />

10 a lição – Faça o possível <strong>para</strong><br />

conversar diretamente com a pessoa<br />

que decide. Negociar com muitos<br />

intermediadores dificulta e<br />

atrapalha o processo.<br />

11 a lição – Na prática, negociar<br />

é ter um sonho e enfrentar todos<br />

os desafios que vão aparecer com<br />

estratégia, paciência e muito foco.<br />

Observe que todas as lições<br />

serv<strong>em</strong> <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> compra, qu<strong>em</strong><br />

vende e que intermedia. Use-as a<br />

seu favor <strong>em</strong> sua próxima negociação.<br />

Bons negócios!<br />

"Faça o possível<br />

<strong>para</strong> conversar<br />

diretamente com<br />

a pessoa que<br />

decide. Negociar<br />

com muitos<br />

intermediadores<br />

dificulta e atrapalha<br />

o processo."<br />

Silvia Candeloro é especialista<br />

e estudiosa na área<br />

de negociação, treina equipes<br />

comerciais e assessora<br />

<strong>em</strong>presários e executivos,<br />

além de ser palestrante.<br />

Possui MBA <strong>em</strong><br />

Gestão Empresarial pela<br />

FGV, é professora de Negociação<br />

no Centro Europeu<br />

e autora do Kit de Negociação<br />

<strong>VendaMais</strong>. Foi, durante<br />

16 anos, sócia e diretora<br />

da Editora Quantum.<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 39


CAPA<br />

Você está<br />

<strong>pre<strong>para</strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> <strong>vender</strong><br />

<strong>em</strong> <strong>2020</strong>?<br />

Por Natasha Schiebel<br />

40<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


ossa, como o t<strong>em</strong>po está passando<br />

“N<br />

rápido.” “Parece que foi ont<strong>em</strong> que<br />

2016 começou.” “Daqui a pouco, os<br />

mercados já <strong>esta</strong>rão todos decorados<br />

<strong>para</strong> o Natal novamente.”<br />

Frases como essas são ditas anualmente por (quase)<br />

todo mundo, concorda? Foi justamente por causa dessa<br />

impressão generalizada de que “o t<strong>em</strong>po voa” que chegamos<br />

à conclusão de que aproveitar janeiro de 2017 <strong>para</strong><br />

ajudá-lo a se pre<strong>para</strong>r <strong>para</strong> <strong>2020</strong> era uma boa ideia. Afinal,<br />

três anos passam num piscar de olhos, não é mesmo?<br />

É verdade que não foram poucas as vezes <strong>em</strong> que falamos<br />

sobre a importância do planejamento <strong>para</strong> o sucesso<br />

<strong>em</strong> vendas aqui na <strong>VendaMais</strong>. Ao longo dos mais de<br />

vinte anos de história, publicamos diversos artigos, reportagens<br />

e entrevistas sobre o t<strong>em</strong>a. Além disso, <strong>em</strong> 2014,<br />

realizamos a pesquisa mais completa sobre Planejamento<br />

Estratégico Comercial (PEC) já feita no Brasil e, a partir<br />

dela, elaboramos uma edição especial sobre o t<strong>em</strong>a, que<br />

foi publicada <strong>em</strong> outubro daquele ano e está disponível<br />

<strong>para</strong> download <strong>em</strong> bit.ly/vm-pec.<br />

Nosso objetivo s<strong>em</strong>pre foi fazer<br />

você pensar no longo prazo e planejar<br />

as ações necessárias <strong>para</strong><br />

chegar “ao futuro” b<strong>em</strong> <strong>pre<strong>para</strong>do</strong>,<br />

mas, até o momento, nunca tínhamos<br />

<strong>esta</strong>belecido um prazo específico<br />

<strong>para</strong> seu planejamento – s<strong>em</strong>pre<br />

falamos sobre a importância<br />

de pensar lá na frente e o ajudamos<br />

a construir o caminho até lá.<br />

D<strong>esta</strong> vez, porém, quer<strong>em</strong>os ir<br />

além. Quer<strong>em</strong>os que você transforme<br />

<strong>2020</strong> <strong>em</strong> meta! E que se prepare,<br />

de verdade, <strong>para</strong> esse futuro<br />

próximo. Para isso, fiz<strong>em</strong>os uma<br />

viag<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po <strong>para</strong> analisar as<br />

principais transformações pelas<br />

quais o mercado de vendas passou<br />

recent<strong>em</strong>ente (e ainda v<strong>em</strong> passando),<br />

estudamos as tendências<br />

que dev<strong>em</strong> nos acompanhar daqui<br />

<strong>para</strong> frente e garantimos: o caminho<br />

do seu sucesso como vendedor<br />

passa por três pilares. Quer saber<br />

quais são eles? Leia <strong>esta</strong> matéria<br />

e, depois, responda: você está <strong>pre<strong>para</strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> <strong>vender</strong> <strong>em</strong> <strong>2020</strong>?<br />

Mudanças e impactos<br />

“O mercado de vendas mudou muito<br />

nos últimos t<strong>em</strong>pos. No começo<br />

dos anos 2000, chegou ao Brasil a<br />

tão famosa venda consultiva, que<br />

pregava que o vendedor era um<br />

consultor de clientes. Os que entenderam<br />

isso lá atrás aprenderam<br />

a praticar a maior habilidade de<br />

comunicação, atendimento e negociação<br />

da história: saber investigar<br />

o cliente antes de propor<br />

algo <strong>para</strong> ele”, analisa Marcelo<br />

Ortega, palestrante, consultor e<br />

treinador de equipes comerciais.<br />

Uma das consequências dessa<br />

transformação, segundo Ortega, é<br />

que os “<strong>em</strong>purradores” de produtos<br />

ou serviços – profissionais que não<br />

praticam a regra “entender antes<br />

de atender” – foram ficando <strong>para</strong><br />

trás. Para ele, há uma década, vendas<br />

era uma profissão de exclusão.<br />

Qu<strong>em</strong> não desse certo <strong>em</strong> nada<br />

servia <strong>para</strong> ser vendedor. Isso fez<br />

com que muita gente iniciasse a<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 41


Marcelo Ortega<br />

carreira na área enxergando o trabalho<br />

como t<strong>em</strong>porário, e apesar<br />

de alguns até ter<strong>em</strong> encontrado<br />

seu caminho nesse mercado, a<br />

maioria acabou procurando outras<br />

atividades com o passar dos anos,<br />

o que enfraqueceu até mesmo as<br />

<strong>em</strong>presas mais dedicadas a construir<br />

um trabalho consistente <strong>em</strong><br />

vendas, já que um dos pilares de<br />

qualquer organização de sucesso<br />

é uma equipe forte – o que é impossível<br />

de conseguir quando o<br />

turnover é muito alto.<br />

Mas Ortega garante que as coisas<br />

estão mudando. E explica o<br />

porquê. “Atualmente, com o cliente<br />

exercendo um papel ainda mais<br />

significativo <strong>para</strong> a lucratividade<br />

de uma <strong>em</strong>presa e com a consciência<br />

de que todos somos responsáveis<br />

pelos clientes, treinar vendedores<br />

e áreas afins se tornou<br />

uma vantag<strong>em</strong> competitiva principalmente<br />

na crise, quando há<br />

menos gente comprando e mais<br />

gente precisando <strong>vender</strong>. Portanto,<br />

qu<strong>em</strong> quer ser um vendedor de<br />

sucesso precisa – e precisará cada<br />

vez mais – aprender técnicas novas<br />

de vendas consultivas e <strong>em</strong>preendedoras,<br />

que visam colocar o cliente<br />

como protagonista do processo.<br />

Não basta mais simplesmente ‘<strong>esta</strong>r’<br />

vendedor, é preciso ser vendedor.<br />

Esse é o caminho e a grande<br />

mudança", completa o especialista.<br />

César Frazão, consultor especialista<br />

<strong>em</strong> técnicas de vendas e<br />

motivação, concorda com o colega<br />

e acrescenta: “A concorrência aumentou<br />

com crescimento da economia<br />

brasileira (até antes da crise<br />

que viv<strong>em</strong>os atualmente) e, com<br />

isso, os mercados de um modo<br />

geral ficaram mais competitivos e<br />

mais exigentes, o que obrigou as<br />

<strong>em</strong>presas e, principalmente, os<br />

vendedores a elevar<strong>em</strong> seu grau<br />

de especialização. Os que não voltaram<br />

a estudar, a se aperfeiçoar<br />

e se reinventar estão <strong>em</strong> sérias<br />

dificuldades hoje <strong>em</strong> dia.”<br />

César Frazão<br />

Ainda nessa linha de raciocínio,<br />

Thiago Concer, sócio-fundador do<br />

IEV (Instituto de Especialização <strong>em</strong><br />

Vendas), a maior escola de vendas<br />

do Brasil, afirma: “Em pouco t<strong>em</strong>po,<br />

o vendedor transacional, que apenas<br />

tira pedido e entrega produto, não<br />

vai mais existir. O vendedor terá<br />

que fazer o que uma máquina não<br />

faz: encantar, defender valor e entender<br />

como pode ajudar o cliente<br />

com o produto ou serviço que representa,<br />

pensando s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> trazer<br />

lucro <strong>para</strong> a <strong>em</strong>presa.” Isso porque,<br />

como l<strong>em</strong>bra Frazão, os clientes<br />

não quer<strong>em</strong> mais ser atendidos por<br />

vendedores amadores e desonestos.<br />

“Os consumidores estão muito mais<br />

exigentes, esperam ser atendidos<br />

por especialistas que tenham como<br />

objetivo atender seus desejos, necessidades<br />

e sonhos da melhor e<br />

mais hon<strong>esta</strong> forma possível. Nesse<br />

sentido, é preciso atender com o<br />

foco no cliente <strong>em</strong> si, e não com o<br />

foco no bolso dele."<br />

O papel da tecnologia<br />

Além das transformações no processo<br />

de vendas <strong>em</strong> si, os especialistas<br />

também concordam que a<br />

evolução tecnológica teve um impacto<br />

grande na área comercial<br />

recent<strong>em</strong>ente. Na base dessa mudança<br />

estão as redes sociais e os<br />

sist<strong>em</strong>as de CRM. Um dos ex<strong>em</strong>plos<br />

mais evidentes é o crescimento do<br />

WhatsApp nas relações entre vendedores,<br />

clientes, fornecedores e<br />

equipe e também no processo de<br />

vendas. “Nunca uma ferramenta<br />

ganhou tanto espaço tão rápido<br />

nas vendas como o app de mensagens<br />

instantâneas. O próprio e-<br />

-mail d<strong>em</strong>orou anos <strong>para</strong> ter a<br />

audiência que o ‘Whats’ conseguiu<br />

<strong>em</strong> poucos meses. Os vendedores<br />

e as <strong>em</strong>presas precisam aprender<br />

a lidar com esse novo canal de vendas<br />

e incorporá-lo de fato <strong>em</strong> seu<br />

dia a dia de maneira profissional<br />

42<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Thiago Concer<br />

e produtiva se quiser<strong>em</strong> <strong>esta</strong>r presentes<br />

no mercado daqui <strong>para</strong> frente”,<br />

alerta Frazão. O mesmo vale<br />

<strong>para</strong> tecnologias que ainda n<strong>em</strong><br />

foram inventadas. Talvez, o Whats-<br />

App n<strong>em</strong> seja mais o grande canal<br />

<strong>em</strong> <strong>2020</strong>, mas o que importa é saber<br />

qual é o grande canal do momento<br />

e usá-lo a seu favor <strong>para</strong> se relacionar<br />

com qu<strong>em</strong> importa.<br />

Concer se une ao debate e acrescenta<br />

que CRMs e mídias sociais<br />

deram agilidade ao trabalho dos<br />

profissionais de vendas e permitiram<br />

que os vendedores passass<strong>em</strong><br />

a fazer tudo ao mesmo t<strong>em</strong>po: gestão<br />

da carteira, prospecção de clientes<br />

e oferta de mais produtos do<br />

mix. Porém, n<strong>em</strong> todo mundo<br />

aprendeu a lidar com essa aceleração.<br />

“V<strong>em</strong>os a dificuldade de representantes,<br />

gestores e vendedores<br />

que não entenderam a utilização<br />

dos estudos de perfil de consumo<br />

e tecnologias como novos canais”,<br />

analisa. E muitas oportunidades<br />

são perdidas por conta disso.<br />

Mas essa é apenas a ponta do<br />

iceberg no que diz respeito às mudanças<br />

trazidas pela tecnologia<br />

<strong>para</strong> a área comercial. Na opinião<br />

de João Alberto Costenaro, consultor,<br />

palestrante e instrutor nas áreas<br />

de vendas, liderança e coaching,<br />

a mudança mais relevante nos últimos<br />

anos foi a redução acentuada<br />

dos contatos presenciais com o<br />

objetivo de <strong>vender</strong> e, consequent<strong>em</strong>ente,<br />

a ampliação nos recursos<br />

de contato não presencial com o<br />

cliente (o inside sales, conceito apresentado<br />

por Diego Cordovez na<br />

seção “Entrevista” d<strong>esta</strong> edição, é<br />

a prova disso). “Com tudo isso, ficou<br />

ainda mais necessário levantar<br />

dados do mercado e do cliente específico<br />

<strong>em</strong> profundidade <strong>para</strong><br />

conquistar bons resultados. Claro<br />

que isso também serve <strong>para</strong> o cliente,<br />

que, agora, acessa inúmeros<br />

concorrentes e opções <strong>em</strong> nível<br />

global mais facilmente”, declara.<br />

Na visão de Costenaro, esse<br />

novo cenário obriga os vendedores<br />

a ampliar suas competências e a<br />

trabalhar quatro áreas específicas:<br />

1- Eles precisam se tornar especialistas<br />

<strong>em</strong> criar vínculos a<br />

distância, com o objetivo de<br />

<strong>esta</strong>belecer um relacionamento<br />

de confiança.<br />

2- Dev<strong>em</strong> desenvolver habilidades<br />

de fazer com que o cliente os<br />

percebam como experts na aplicação<br />

de seus produtos ou serviços<br />

na realidade dele e criar<br />

e manter sua marca pessoal<br />

forte no mercado <strong>em</strong> que atuam.<br />

3- Ter domínio das técnicas de<br />

persuasão por meio da escrita,<br />

tanto <strong>para</strong> textos quanto <strong>para</strong><br />

João Alberto Costenaro<br />

a elaboração de roteiros <strong>para</strong><br />

eventuais vídeos destinados<br />

ao cliente.<br />

4- Aprender a levantar dados e<br />

usá-los <strong>em</strong> profundidade, utilizando-se,<br />

inclusive, das técnicas<br />

do chamado “big data”.<br />

As transformações<br />

do cliente<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que tudo isso<br />

acontece, o cliente também passa<br />

por transformações. Mais b<strong>em</strong>-<br />

-informado, com acesso a informações<br />

mais completas sobre produtos<br />

e serviços e conhecedor dos players<br />

dos mercados de seu interesse, esses<br />

clientes também mudam seu comportamento<br />

de compra. Nessa esfera,<br />

quatro tendências se d<strong>esta</strong>cam<br />

na opinião de Matthew Dixon e<br />

Brent Adamson, autores do livro A<br />

venda desafiadora. São elas:<br />

a) Ascensão das vendas baseadas<br />

<strong>em</strong> consenso – “Dado o grau<br />

de incerteza quanto ao retorno da<br />

compra de uma solução complexa,<br />

mesmo executivos de nível C com<br />

razoável autoridade hesitam <strong>em</strong><br />

assinar uma compra de grandes<br />

proporções s<strong>em</strong> o apoio de sua<br />

equipe. Nossas pesquisas no SEC<br />

indicam que a aprovação geral da<br />

equipe a um determinado fornecedor<br />

é a primeira coisa que os<br />

gerentes procuram ao tomar uma<br />

decisão de compra”, revelam.<br />

b) Maior aversão ao risco – “À<br />

medida que os contratos cresc<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> complexidade e custo, a maioria<br />

dos clientes passa a se preocupar<br />

b<strong>em</strong> mais com o retorno sobre seu<br />

investimento. Assim, muitos requisitam<br />

com insistência que seus fornecedores<br />

explicit<strong>em</strong> os riscos envolvidos<br />

nessas soluções, percebidos<br />

como mais altos”, explicam.<br />

c) Maior d<strong>em</strong>anda por customização<br />

– “Embora os fornecedores<br />

tendam a ver a customização<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 43


apenas do ponto de vista do custo,<br />

os clientes a consideram parte da<br />

promessa de venda de uma solução”,<br />

indicam os pesquisadores.<br />

d) A ascensão dos consultores<br />

externos – “Nos últimos anos,<br />

assistimos ao vertiginoso e perturbador<br />

aumento do número de<br />

consultores externos contratados<br />

pelos clientes <strong>para</strong> ajudá-los a extrair<br />

o maior valor possível da decisão<br />

de compra. (...) De modo geral,<br />

esses novos consultores vendiam<br />

seus serviços alardeando sua<br />

capacidade de ajudar as <strong>em</strong>presas<br />

a economizar. Nesse caso, extrair<br />

o maior valor possível da decisão<br />

de compra a rigor não queria dizer<br />

nada além de fazer tudo o que estivesse<br />

ao seu alcance <strong>para</strong> reduzir<br />

o preço dos fornecedores, a ponto<br />

de auditar contratos anteriores <strong>em</strong><br />

busca de possibilidades de renegociação.”<br />

Sim, <strong>vender</strong> ficou mais difícil.<br />

A pergunta que fica, então, é: qu<strong>em</strong><br />

dá conta de tudo isso?<br />

O vendedor <strong>2020</strong><br />

Adequar-se a esse novo t<strong>em</strong>po e<br />

se d<strong>esta</strong>car <strong>em</strong> meio a tantas transformações<br />

pode parecer uma missão<br />

impossível. Mas não é. Essas<br />

e várias outras tendências e mudanças<br />

pelas quais o mercado de<br />

vendas passa abriram caminho<br />

<strong>para</strong> Raul Candeloro e Marcelo<br />

Caetano, diretores da <strong>VendaMais</strong>,<br />

apresentar<strong>em</strong> os pilares que dev<strong>em</strong><br />

orientar o sucesso <strong>em</strong> vendas<br />

daqui <strong>para</strong> frente.<br />

No evento Masterclass Rethink<br />

<strong>VendaMais</strong>, que aconteceu<br />

no fim do ano passado, <strong>em</strong> Curitiba<br />

(PR), e no qual Candeloro e<br />

Caetano debateram com líderes<br />

de venda e diretores <strong>em</strong>presas dos<br />

mais diversos tamanhos e segmentos<br />

o futuro da área comercial,<br />

os especialistas trouxeram à tona<br />

uma constatação feita pelo Conselho<br />

Executivo de Vendas (SEC,<br />

na sigla <strong>em</strong> inglês) dos Estados<br />

Unidos <strong>em</strong> uma pesquisa feita<br />

recent<strong>em</strong>ente e que foi o ponto de<br />

partida <strong>para</strong> o livro A venda desafiadora<br />

– Assumindo o controle<br />

da conversa com o cliente: as vendas<br />

baseadas <strong>em</strong> relacionamento estão<br />

com os dias contados! O mundo,<br />

agora, é do vendedor que sabe ser<br />

desafiador, consultivo e <strong>em</strong>preendedor.<br />

Tudo isso ao mesmo t<strong>em</strong>po.<br />

Entenda o que isso significa<br />

e comece a trabalhar <strong>para</strong> desenvolver<br />

esse perfil!<br />

O vendedor desafiador<br />

Em um mercado recessivo, enquanto<br />

a maioria dos vendedores<br />

se bate <strong>para</strong> atingir as metas mais<br />

simples, por que outros conquistam<br />

resultados surpreendentes?<br />

E qu<strong>em</strong> são esses “outros”?<br />

Essas dúvidas, comuns <strong>em</strong><br />

qualquer roda <strong>em</strong> que a conversa<br />

seja sobre vendas, nortearam a<br />

pesquisa do SEC – que, <strong>para</strong> entender<br />

o mercado de verdade, entrevistou<br />

mais de 6 mil pessoas.<br />

44<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Os cinco perfis de vendedores<br />

Para entender melhor cada perfil de profissional de vendas, Dixon e<br />

Adamson dividiram os participantes de suas pesquisas <strong>em</strong> cinco padrões:<br />

Matthew Dixon e Brent Adamson<br />

Empenhado Desafiador Construtor de<br />

relacionamentos<br />

S<strong>em</strong>pre disposto<br />

a ir além<br />

Não desiste com<br />

facilidade<br />

S<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong><br />

uma visão<br />

de mundo<br />

diferente<br />

Compreende<br />

as atividades<br />

do cliente<br />

T<strong>em</strong> clientes<br />

defensores, que<br />

são apaixonados<br />

pela organização<br />

que representam<br />

Generoso <strong>em</strong><br />

dedicar seu t<strong>em</strong>po<br />

a ajudar os outros<br />

Motivado Adora discutir Se dá b<strong>em</strong> com<br />

todos<br />

Interessado<br />

<strong>em</strong> feedback e<br />

desenvolvimento<br />

Instiga o<br />

cliente<br />

*Fonte: Pesquisa do SEC, adaptada <strong>para</strong> o livro A venda desafiadora<br />

Lobo<br />

solitário<br />

Segue seus<br />

próprios<br />

instintos<br />

Autocontrolado<br />

Difícil de<br />

controlar<br />

Solucionador reativo<br />

de probl<strong>em</strong>as<br />

Responde de<br />

maneira confiável<br />

Trata de solucionar<br />

todos os probl<strong>em</strong>as<br />

Detalhista<br />

A principal descoberta foi que<br />

esses profissionais atend<strong>em</strong> pelo<br />

nome de “desafiadores”. E seu perfil<br />

começou a se desenhar <strong>para</strong> os<br />

executivos do SEC a partir das<br />

seguintes constatações: “O perfil<br />

com maiores chances de êxito não<br />

alcançava o sucesso devido à economia<br />

<strong>em</strong> baixa, mas independente<br />

dela. Esses profissionais<br />

deviam seus bons resultados ao<br />

conhecimento e ao domínio que<br />

tinham das vendas complexas, e<br />

não de uma economia complexa.<br />

Em outras palavras, uma vez desvendado<br />

o mistério de seu des<strong>em</strong>penho<br />

<strong>em</strong> uma economia <strong>em</strong> queda,<br />

descobrimos algo muito maior<br />

do que havíamos esperado. Os<br />

melhores representantes de vendas<br />

– aqueles que carregaram<br />

suas respectivas <strong>em</strong>presas nas<br />

costas durante a crise – não são<br />

apenas os heróis de hoje, mas também<br />

os de amanhã, na medida <strong>em</strong><br />

que são mais capazes de alavancar<br />

as vendas e agregar valor aos<br />

clientes <strong>em</strong> ambientes econômicos<br />

de todos os tipos. O que descobrimos,<br />

<strong>em</strong> última instância, foi uma<br />

receita muito aprimorada <strong>para</strong> o<br />

êxito dos vendedores de soluções”,<br />

declaram Matthew Dixon e Brent<br />

Adamson <strong>em</strong> sua obra*.<br />

Com base nessa tabulação e <strong>em</strong><br />

outros dados, Dixon e Adamson<br />

detalharam o perfil do vendedor<br />

desafiador. “Os desafiadores são os<br />

debatedores da equipe. Têm ideias<br />

acerca dos negócios do cliente, que<br />

usam <strong>para</strong> instigá-lo e mostrar-lhe<br />

novos modos de aumentar a eficácia<br />

da <strong>em</strong>presa. Não têm medo de<br />

expor seus pontos de vista, mesmo<br />

quando são diferentes e potencialmente<br />

controversos”, indicam.<br />

E a descrição não termina aí.<br />

Os autores revelaram, ainda, que<br />

os desafiadores são assertivos e<br />

tend<strong>em</strong> a pressionar um pouco os<br />

Profissionais de médio e de alto des<strong>em</strong>penho por perfil<br />

Porcentag<strong>em</strong> de profissionais de<br />

des<strong>em</strong>penho médio<br />

Maior porcentag<strong>em</strong> de profissionais de<br />

alto des<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> relação aos de<br />

des<strong>em</strong>penho médio<br />

39%<br />

DESAFIADOR<br />

LOBO SOLITÁRIO<br />

clientes e a provocar também os<br />

gerentes e líderes da sua própria<br />

organização. Sobre essa característica,<br />

aliás, eles d<strong>esta</strong>cam: “[Essa<br />

provocação acontece] não de<br />

maneira importuna ou agressiva,<br />

note-se b<strong>em</strong> (do contrário, os teríamos<br />

batizado de ‘Cretinos’),<br />

mas de um modo que obriga seus<br />

interlocutores a refletir acerca de<br />

questões complexas de um ponto<br />

de vista incomum."<br />

Tudo isso faz com que eles tenham<br />

um des<strong>em</strong>penho muito acima<br />

dos profissionais que se encaixam<br />

nos outros quatro perfis.<br />

Porcentag<strong>em</strong> de profissionais<br />

de alto des<strong>em</strong>penho<br />

Menor porcentag<strong>em</strong> de profissionais de alto des<strong>em</strong>penho<br />

<strong>em</strong> relação aos de des<strong>em</strong>penho médio<br />

23%<br />

25%<br />

22%<br />

17%<br />

15% 14%<br />

EMPENHADO<br />

12%<br />

SOLUCIONADOR<br />

REATIVO DE<br />

PROBLEMAS<br />

26%<br />

7%<br />

CONSULTOR DE<br />

RELACIONAMENTOS<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 45


Neil Rackham, um dos maiores<br />

especialistas <strong>em</strong> vendas e<br />

autor do best-seller Alcançando a<br />

excelência <strong>em</strong> vendas: Spin Selling,<br />

concorda com Dixon e Adamson<br />

e diz: “Ao que parece, a velha<br />

máxima que diz ‘primeiro invista<br />

no relacionamento, e a venda<br />

será uma consequência’ está<br />

perdendo a validade. Não que os<br />

relacionamentos não tenham<br />

importância; acredito que a melhor<br />

explicação seja que o relacionamento<br />

e a decisão de compra<br />

se dissociaram. Hoje, é comum<br />

ouvirmos dos clientes:<br />

‘Tenho um relacionamento ótimo<br />

com este representante comercial,<br />

mas compro do concorrente<br />

porque ele oferece um<br />

valor melhor.’ Pessoalmente,<br />

creio que o relacionamento é<br />

consequência – e não uma causa<br />

– da venda b<strong>em</strong>-sucedida;<br />

constitui uma recompensa <strong>para</strong><br />

o vendedor, por criar valor <strong>para</strong><br />

o cliente. Se você ajuda seus<br />

clientes a pensar de outra maneira<br />

e lhes apresenta novas<br />

ideias – exatamente o que faz o<br />

representante Desafiador –, vai<br />

construir um bom relacionamento<br />

com o cliente.”<br />

Saiba mais<br />

Gostou dessa ideia e quer se tornar um<br />

vendedor desafiador? Leia o livro A venda<br />

desafiadora – Assumindo o controle<br />

da conversa com o cliente (Ed. Portfolio/<br />

Penguin), de Matthew Dixon e Brent<br />

Adamson. Ele é o guia completo sobre<br />

esse pilar do sucesso <strong>em</strong> <strong>2020</strong>.<br />

O vendedor consultivo<br />

Além disso, o vendedor de<br />

sucesso <strong>em</strong> <strong>2020</strong> precisará ser<br />

consultivo. Para isso, <strong>para</strong> começar,<br />

deverá desenvolver <strong>esta</strong>s quatro<br />

características:<br />

a) Fazer mais perguntas e procurar<br />

muito mais informações<br />

e detalhes.<br />

b) Recomendar soluções específicas,<br />

e não genéricas.<br />

c) Fazer contatos muito mais<br />

interativos – mais “diálogo”<br />

e menos “monólogo”.<br />

d) Educar seus clientes e prospects,<br />

oferecendo insights baseados<br />

no seu conhecimento<br />

e na sua experiência.<br />

“O probl<strong>em</strong>a é que, hoje <strong>em</strong><br />

dia, clientes, mercado e concorrência<br />

exig<strong>em</strong> que os vendedores<br />

trabalh<strong>em</strong> de forma cada vez<br />

mais consultiva, mas os profissionais,<br />

no fundo, nunca foram<br />

realmente <strong>pre<strong>para</strong>do</strong>s <strong>para</strong> isso.<br />

E as consequências de não trabalhar<br />

corretamente são muito<br />

duras!”, avalia Raul Candeloro,<br />

que dedicou o editorial da Venda-<br />

Mais de nov<strong>em</strong>bro/dez<strong>em</strong>bro de<br />

2016 ao assunto. O resultado,<br />

segundo ele, é bastante complicado,<br />

e muitos vendedores têm<br />

sentido na pele:<br />

Baixos índices de conversão<br />

ou aproveitamento de oportunidades.<br />

Excesso de concessões <strong>para</strong><br />

fechar vendas.<br />

Dependência exagerada de<br />

descontos.<br />

Vendas com baixa rentabilidade.<br />

Despreparo <strong>para</strong> lidar com<br />

compradores cada vez mais<br />

agressivos <strong>em</strong> suas técnicas<br />

de negociação e também <strong>em</strong><br />

suas d<strong>em</strong>andas.<br />

Estresse pelo fato de haver<br />

cada vez mais exigências <strong>em</strong><br />

termos de resultados, foco,<br />

energia, t<strong>em</strong>po e d<strong>em</strong>anda e<br />

até pressão por parte dos<br />

clientes e da própria <strong>em</strong>presa.<br />

Mas exist<strong>em</strong> várias técnicas<br />

<strong>para</strong> lidar com isso e melhorar os<br />

resultados <strong>em</strong> vendas consultivas,<br />

com d<strong>esta</strong>que <strong>para</strong>:<br />

a) As atitudes dos profissionais<br />

campeões <strong>em</strong> vendas consultivas<br />

– modéstia, consciência,<br />

orientação <strong>para</strong> resultados,<br />

curiosidade, baixa necessidade<br />

de aceitação ou aprovação<br />

e resiliência.<br />

b) Perguntas consultivas poderosas,<br />

como:<br />

1) Há quanto t<strong>em</strong>po vocês faz<strong>em</strong><br />

as coisas desse mesmo jeito?<br />

Quais os resultados e quanto<br />

t<strong>em</strong> custado (<strong>em</strong> t<strong>em</strong>po e dinheiro)?<br />

2) Por favor, fale-me sobre isso<br />

(uma das grandes características<br />

da venda consultiva –<br />

pedir mais informações e<br />

OUVIR!).<br />

3) Que outras alternativas vocês<br />

já avaliaram e colocaram <strong>em</strong><br />

prática ou t<strong>esta</strong>ram? Como foi?<br />

4) Como isso (decisão de compra,<br />

probl<strong>em</strong>a, projeto, solução)<br />

está afetando você pessoalmente?<br />

Qual impacto direto<br />

t<strong>em</strong> na sua produtividade pessoal<br />

e profissional?<br />

5) O que vai acontecer se nada<br />

for feito e tudo continuar exatamente<br />

do jeito que está?<br />

Até <strong>2020</strong>, investir nisso não<br />

será mais opção. Será obrigação.<br />

*Para ler o artigo, acesse<br />

bit.ly/vcap_ivm<br />

O vendedor <strong>em</strong>preendedor<br />

A última característica do profissional<br />

de sucesso <strong>em</strong> vendas<br />

– o conceito de venda <strong>em</strong>preendedora<br />

– v<strong>em</strong> ganhando força há<br />

algum t<strong>em</strong>po. No entanto, ele<br />

ainda causa muitas dúvidas –<br />

especialmente porque <strong>em</strong>preender<br />

ainda é erroneamente muito<br />

46<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


associado a abrir um negócio.<br />

Mas, como explica João Kepler<br />

Braga, especialista <strong>em</strong> inovação<br />

e vendas e autor do livro Educando<br />

filhos <strong>para</strong> <strong>em</strong>preender, <strong>para</strong> ser<br />

<strong>em</strong>preendedor não é preciso, obrigatoriamente,<br />

ser dono de uma<br />

<strong>em</strong>presa. “O <strong>em</strong>preendedorismo<br />

t<strong>em</strong> a ver com um estilo de vida,<br />

com um olhar diferente diante<br />

das situações do dia a dia. T<strong>em</strong> a<br />

ver com a capacidade de enxergar<br />

além e de propor soluções, novidades,<br />

mudanças. Por isso, todo<br />

vendedor precisa ser um <strong>em</strong>preendedor<br />

que valoriza a si mesmo,<br />

seu potencial e sua capacidade<br />

de se adaptar e de gerar resultados.<br />

Não basta mais apenas conhecer<br />

o processo de vendas, seu<br />

mercado, sua <strong>em</strong>presa, seus concorrentes<br />

e seus produtos. É preciso<br />

ir além.”<br />

Em organizações mais tradicionais,<br />

esse ainda é um perfil<br />

pouco procurado pelos recrutadores,<br />

mas nas startups do Vale<br />

do Silício – t<strong>em</strong>a da reportag<strong>em</strong><br />

que se inicia na página 32 –, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, já é uma realidade. E a<br />

tendência é que seja cada vez mais<br />

assim.<br />

Um dos grandes benefícios<br />

desses profissionais <strong>para</strong> as <strong>em</strong>presas<br />

é que as preocupações dos<br />

gestores diminu<strong>em</strong> drasticamente<br />

quando há, na equipe, vendedores<br />

<strong>em</strong>preendedores. Afinal,<br />

como revela Marcelo Caetano no<br />

episódio “A era dos vendedores<br />

<strong>em</strong>preendedores” do programa<br />

<strong>VendaMais</strong> Responde, esse é o<br />

tipo de profissional que se orienta,<br />

não se manda. “Se você tentar<br />

mandar nele, vai encontrar uma<br />

barreira imediata e ele vai mostrar<br />

que o que você está tentando<br />

fazer não funciona. Ele não é um<br />

‘manda que eu vou fazer’. Ele precisa<br />

ser apenas orientado <strong>para</strong><br />

conseguir atingir mais resultados”,<br />

detalha.<br />

No mesmo programa, Raul<br />

Candeloro revelou que, por definição,<br />

o <strong>em</strong>preendedor é a pessoa<br />

que reconhece uma oportunidade<br />

e vai buscar recursos disponíveis<br />

<strong>para</strong> aproveitá-la com lucro. Se<br />

não t<strong>em</strong> esses recursos disponíveis,<br />

ele vai criá-los. “São profissionais<br />

que têm a característica<br />

de entender processos, entender<br />

rotina, entender a importância do<br />

relacionamento e do bom atendimento<br />

e, além de tudo isso, <strong>esta</strong>r<br />

s<strong>em</strong>pre procurando oportunidades”,<br />

salienta.<br />

--> Para assistir a este episódio<br />

do <strong>VendaMais</strong> Responde, acesse<br />

bit.ly/vendedor<strong>em</strong>preendedor<br />

Características do<br />

vendedor <strong>em</strong>preendedor<br />

Por João Kepler Braga<br />

Encara qualquer probl<strong>em</strong>a de<br />

frente e busca encontrar a melhor<br />

solução rapidamente.<br />

T<strong>em</strong> disposição <strong>para</strong> fazer coisas<br />

novas, sair da rotina ou experimentar<br />

novas possibilidades.<br />

T<strong>em</strong> a capacidade de enxergar<br />

além da sua realidade atual e<br />

do contexto <strong>em</strong> que vive.<br />

T<strong>em</strong> o hábito de tomar iniciativa,<br />

ao invés de simplesmente<br />

aguardar ordens.<br />

É flexível e entende que mudar,<br />

às vezes, é necessário.<br />

Sabe <strong>vender</strong> o próprio peixe e<br />

t<strong>em</strong> autonomia e segurança<br />

<strong>para</strong> tomar suas próprias decisões.<br />

T<strong>em</strong> espírito de liderança.<br />

É apaixonado por mudanças.<br />

Ou seja, este é o pilar mais<br />

filosófico e ideológico dos três.<br />

É o que está mais relacionado ao<br />

A, de “atitudes”, ingrediente do<br />

CHA das vendas. Entender a importância<br />

de trabalhar essas características<br />

e trabalhar <strong>para</strong><br />

mudar da mentalidade de executor<br />

de tarefas <strong>para</strong> a mentalidade<br />

de <strong>em</strong>preendedor é o primeiro<br />

passo <strong>para</strong> incorporar<br />

esse espírito.<br />

Prepare-se <strong>para</strong> <strong>vender</strong><br />

(muito) <strong>em</strong> <strong>2020</strong><br />

Este foi o pontapé inicial <strong>para</strong><br />

a sua jornada de pre<strong>para</strong>ção<br />

<strong>para</strong> o sucesso futuro. O caminho<br />

<strong>para</strong> incorporar esses três conceitos<br />

à sua realidade passa por<br />

buscar aprimorar seu CHA de<br />

vendas diariamente. Na parte dos<br />

conhecimentos, você <strong>esta</strong>rá trabalhando<br />

a venda consultiva; na<br />

das habilidades, a venda desafiadora;<br />

e na das atitudes, a venda<br />

<strong>em</strong>preendedora. E você pode fazer<br />

isso diariamente – seja por meio<br />

da leitura de livros e revistas, de<br />

treinamentos e cursos formais,<br />

da participação <strong>em</strong> eventos de<br />

vendas e assim por diante. É importante,<br />

também, <strong>esta</strong>r s<strong>em</strong>pre<br />

atento às novidades, saber ouvir<br />

feedback e agir <strong>para</strong> melhorar seus<br />

pontos fracos etc. Por último, é<br />

preciso ter <strong>em</strong> mente que seus<br />

clientes também <strong>esta</strong>rão <strong>em</strong> constante<br />

transformação e que a evolução<br />

tecnológica pode pre<strong>para</strong>r<br />

algumas surpresas ao longo do<br />

caminho.<br />

Independent<strong>em</strong>ente de qual<br />

seja o cenário, contudo, a Venda­<br />

Mais <strong>esta</strong>rá s<strong>em</strong>pre ao seu lado.<br />

Afinal, nosso objetivo é ajudar<br />

você a <strong>vender</strong> mais e melhor.<br />

Hoje, amanhã, <strong>em</strong> <strong>2020</strong> e s<strong>em</strong>pre!<br />

E aí, está <strong>pre<strong>para</strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>vender</strong><br />

<strong>em</strong> <strong>2020</strong>?<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 47


Talento <strong>em</strong> vendas<br />

Claudio Diogo<br />

O que<br />

vend<strong>em</strong> os<br />

grandes<br />

vendedoresR<br />

ecent<strong>em</strong>ente, <strong>em</strong> um projeto de consultoria <strong>para</strong><br />

o qual minha equipe e eu fomos contratados, fui<br />

escalado <strong>para</strong> acompanhar o dia a dia de uma<br />

vendedora campeã de vendas de uma grande<br />

multinacional do ramo de cosméticos especializada<br />

<strong>em</strong> artigos da linha profissional <strong>para</strong> salões<br />

de beleza. No nosso primeiro contato, perguntei<br />

a ela que produto ela vendia. Recebi, de pronto,<br />

<strong>esta</strong> resposta desconcertante: “Eu não vendo produto<br />

nenhum.”<br />

Aquiesci, e respondi: “É mesmo? Gostaria de<br />

saber mais sobre isso.”<br />

48<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Dirigindo freneticamente<br />

pelo trânsito confuso da capital<br />

paulista, aquela mulher de <strong>esta</strong>tura<br />

franzina e olhos verdes<br />

marcantes, continuou: “Olha,<br />

Claudio, sabe qual o principal<br />

motivo pelo qual uma pessoa<br />

abre um salão de cabeleireiros<br />

ou qualquer outro negócio? Lucro!<br />

Aliás, todos t<strong>em</strong>os sonhos<br />

e desejos, e eles só pod<strong>em</strong> ser<br />

realizados com recursos vindos<br />

de uma atividade comercial. Se<br />

eu entrar <strong>em</strong> um salão de beleza<br />

e oferecer um xampu qualquer,<br />

ninguém vai se interessar. O que<br />

essas pessoas quer<strong>em</strong> é algo que<br />

as faça ganhar dinheiro. Por isso,<br />

entenda uma coisa de que já<br />

estou convencida: eu não vendo<br />

produtos, vendo o que meus produtos<br />

proporcionam a qu<strong>em</strong> os<br />

compra. Tenho que ser vista como<br />

um agente de lucro <strong>para</strong> meus<br />

clientes e seus salões de beleza.”<br />

Na prática<br />

Eu sabia que ela tinha razão,<br />

mas só fui entender como essa<br />

grande sacada se transformava<br />

<strong>em</strong> diferencial quando ela começou<br />

a detalhar algumas das<br />

ações que coloca <strong>em</strong> prática no<br />

dia a dia...<br />

Para você ter uma ideia, essa<br />

campeã de vendas mantém um<br />

blog que apenas os clientes da<br />

sua carteira consegu<strong>em</strong> acessar.<br />

Nele, disponibiliza dicas de como<br />

<strong>em</strong>presários pod<strong>em</strong> potencializar<br />

os ganhos no salão. O<br />

conteúdo do blog aborda desde<br />

como fazer a instalação de boutiques<br />

<strong>para</strong> vendas de acessórios<br />

e bijuterias, passando por um<br />

layout eficiente das cadeiras dos<br />

cabeleireiros, incentivos fiscais<br />

e contábeis, como economizar<br />

energia e água, até pequenos<br />

vídeos <strong>para</strong> ensinar cabeleireiros<br />

a fazer vendas adicionais<br />

enquanto cortam os cabelos dos<br />

clientes.<br />

Mas o que mais chamou minha<br />

atenção foi seu comportamento<br />

<strong>em</strong> visitas a clientes. Em<br />

uma das visitas <strong>em</strong> que a acompanhei,<br />

ela dedicou quase meia<br />

hora antes de entrar na <strong>em</strong>presa<br />

do cliente consultando detalhadamente<br />

o seu banco de dados<br />

com as informações de média de<br />

compra, planos futuros de crescimento<br />

e características pessoais<br />

da equipe. Ao entrarmos na<br />

<strong>em</strong>presa, percebi que ela tratava<br />

de t<strong>em</strong>as b<strong>em</strong> pessoais <strong>em</strong> cada<br />

uma de suas abordagens – claramente,<br />

as informações de rapport<br />

vinham daquele banco de<br />

dados que ela mesma alimenta<br />

a cada visita. Em uma dessas<br />

conversas, ela perguntou a um<br />

dos profissionais: “Evandro, tudo<br />

b<strong>em</strong>? Conte-me, estou ansiosa<br />

<strong>para</strong> saber, sua filha passou<br />

no vestibular?” Ao que o orgulhoso<br />

pai respondeu: “Sim, vai<br />

cursar Medicina Veterinária <strong>em</strong><br />

Marília (SP). Na saída da visita,<br />

ela ligou <strong>para</strong> a própria filha,<br />

que faz o back-office <strong>para</strong> ela, e<br />

disse: “Mande flores <strong>para</strong> a filha<br />

do Evandro com um cartão bonito,<br />

a menina passou no vestibular<br />

e eles dev<strong>em</strong> saber que<br />

entend<strong>em</strong>os a importância deste<br />

momento.”<br />

O que ela sabe e você<br />

também precisa saber<br />

Em todas as visitas, percebi que<br />

a supervendedora se dedicava a<br />

entender alguns pontos b<strong>em</strong> importantes,<br />

como:<br />

O negócio do cliente e suas<br />

expectativas de futuro.<br />

Tendências do mercado e<br />

quais pod<strong>em</strong> influenciar as<br />

vendas do cliente.<br />

Como aquele cliente compra<br />

e o que leva <strong>em</strong> conta (preço,<br />

qualidade, prazo etc.).<br />

Experiências que o cliente<br />

teve com produtos da concorrência.<br />

Como os produtos que ela<br />

vende pod<strong>em</strong> agregar lucro<br />

ao cliente e de que forma isso<br />

acontece.<br />

Expectativas dos integrantes<br />

da equipe com relação a ela<br />

e aos produtos que ela vende.<br />

Como o cliente ganha dinheiro<br />

e como ela pode influenciar<br />

nisso tudo.<br />

Por fim, percebi que ela nunca<br />

focava suas visitas nos produtos,<br />

mas no que eles pod<strong>em</strong><br />

proporcionar à <strong>em</strong>presa do cliente<br />

e às suas equipes de profissionais.<br />

Ela entendia perfeitamente<br />

que eram dois grupos diferenciados<br />

de expectativas e que<br />

ambos deveriam ser trabalhados.<br />

Essa supervendedora deixou<br />

b<strong>em</strong> claro, <strong>para</strong> mim, que quando<br />

os clientes não têm nada mais<br />

a analisar, s<strong>em</strong>pre focam no preço.<br />

Ela me disse: “Clientes escolh<strong>em</strong><br />

a opção 'preço' quando não<br />

receb<strong>em</strong> nenhuma outra opção<br />

de 'valor'. Se eu oferecer produtos,<br />

eles consegu<strong>em</strong> precificar,<br />

pois sab<strong>em</strong> quanto custa um<br />

xampu ou algo assim, mas quando<br />

ofereço 'possibilidade de lucro',<br />

fica difícil precificar, e aí<br />

eu me diferencio. Afinal, meu<br />

papel é me tornar indispensável<br />

<strong>para</strong> meus clientes.”<br />

Naquele dia, eu reforcei meu<br />

conceito de que os grandes vendedores<br />

são aqueles que vend<strong>em</strong><br />

o que seus produtos proporcionam<br />

a seus clientes. E aprendi<br />

que os bons vendedores não vend<strong>em</strong>,<br />

afinal, produto nenhum.<br />

E você, vende o quê?<br />

Sucesso e boas vendas.<br />

“Eu não vendo<br />

produtos, vendo o<br />

que meus produtos<br />

proporcionam a<br />

qu<strong>em</strong> os compra.<br />

Tenho que ser vista<br />

como um agente<br />

de lucro <strong>para</strong> meus<br />

clientes e seus<br />

salões de beleza.”<br />

Claudio Diogo é especialista<br />

<strong>em</strong> vendas e consumo,<br />

diretor da consultoria<br />

Tekoare, autor do livro<br />

V.E.N.D.E.R. mais e melhor e<br />

um dos palestrantes de<br />

vendas mais requisitados<br />

do Brasil.<br />

Visite o site:<br />

www.tekoare.com<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 49


Marketing Digital / Por João Guilherme Brotto /<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Você sabia que 35% da audiência do portal <strong>VendaMais</strong> v<strong>em</strong> de smartphones? E que<br />

há cinco anos apenas 1,5% dos acessos era feito via dispositivos móveis? Na mesma<br />

esteira, as visitas ao portal também cresceram a passos largos nesse período, o<br />

que mostra, na prática, algo que basta <strong>para</strong>r e olhar ao redor <strong>para</strong> perceber: as<br />

pessoas estão cada vez mais conectadas! Os motivos <strong>para</strong> isso são os mais diversos,<br />

mas vamos nos ater ao que mais interessa do ponto de vista de mercado: a busca<br />

constante por solucionar probl<strong>em</strong>as, comprar produtos e contratar de serviços.<br />

Sabendo que a conectividade é uma realidade irrefutável e que só vai se fortalecer, é preciso<br />

encarar algumas verdades na área de vendas, pois fechar os olhos <strong>para</strong> a evolução tecnológica<br />

e ignorar as mudanças de comportamento da humanidade é correr o risco de ser<br />

engolido pela concorrência.<br />

50<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Não é um exagero. Observe a guerra provocada<br />

por motoristas de táxi contra o Uber; os bancários<br />

prot<strong>esta</strong>ndo contra as agências digitais; as companhias<br />

de TV a cabo, canais de televisão e cin<strong>em</strong>as tentando<br />

descobrir como superar o avanço da Netflix. Qu<strong>em</strong><br />

você acha que vai vencer essas batalhas? No final<br />

das contas, o que importa é o que o consumidor quer!<br />

Os clientes estão muito b<strong>em</strong>-informados – e ficarão<br />

cada vez mais. Isso, de fato, não é novidade, mas<br />

o que você está fazendo de prático com relação a<br />

essa realidade? Diante desse cenário, a reflexão que<br />

fica <strong>para</strong> você, profissional da área comercial, é: qual<br />

é o seu papel hoje e como será a sua profissão <strong>em</strong><br />

alguns anos? Sua <strong>em</strong>presa está no radar dos seus<br />

prospects na internet?<br />

Uma das principais tendências <strong>em</strong> vendas – já<br />

presenciada <strong>em</strong> muitos segmentos – é que os vendedores<br />

perderão espaço <strong>para</strong> ferramentas digitais<br />

capazes de otimizar e automatizar etapas do processo<br />

de vendas. Marcelo Caetano, diretor da <strong>VendaMais</strong><br />

e especialista <strong>em</strong> gestão <strong>em</strong> vendas, costuma falar,<br />

inclusive, que <strong>em</strong> um futuro não muito distante as<br />

funções do profissional de vendas não serão mais as<br />

mesmas. “A diferença <strong>esta</strong>rá nos serviços pr<strong>esta</strong>dos.<br />

Investir no serviço é fundamental <strong>para</strong> que você<br />

consiga se diferenciar.” Em resumo, o papel do vendedor<br />

será:<br />

Estados Unidos, cobrir o Content Marketing World<br />

– maior evento de marketing de conteúdo do mundo<br />

– pelo terceiro ano consecutivo. Confira o que<br />

troux<strong>em</strong>os de lá!<br />

O que é marketing de conteúdo e por que<br />

você não pode ignorá-lo<br />

Andy Crestodina, cofundador e diretor estratégico da<br />

Orbit Media Solutions (uma das agências de webdesign<br />

mais pr<strong>em</strong>iadas dos Estados Unidos) e autor do livro<br />

Content Ch<strong>em</strong>istry: An Illustrated Handbook for Content<br />

Marketing (Química de conteúdo: Um guia ilustrado de<br />

marketing de conteúdo, <strong>em</strong> uma tradução livre, ainda<br />

não lançado <strong>em</strong> português), explica, <strong>em</strong> sua obra, que<br />

o marketing de conteúdo é a arte e a ciência de trazer<br />

sua audiência <strong>para</strong> perto do seu negócio. E compl<strong>em</strong>enta:<br />

“[O marketing de conteúdo] baseia-se na ideia<br />

de que há prospects relevantes procurando por seu<br />

produto ou serviço agora mesmo. Se você conseguir<br />

se conectar com eles, ajudá-los e ensiná-los, alguns se<br />

tornarão seus clientes.”<br />

1. Desenvolver novos produtos e mix.<br />

2. Cuidar <strong>para</strong> que o produto tenha uma boa exposição<br />

ou utilização.<br />

3. Treinar os clientes <strong>para</strong> que eles vendam ou us<strong>em</strong><br />

melhor os produtos que compram do vendedor.<br />

4. Relacionar-se com tomadores de decisão e influenciadores.<br />

5. Defender o valor da marca que representa.<br />

Esses itens, somados a um modelo comercial b<strong>em</strong><br />

compreendido por toda a força de vendas, farão a sua<br />

<strong>em</strong>presa ser diferente no mercado. “A diferenciação<br />

não está no produto, mas no atendimento e no serviço”,<br />

l<strong>em</strong>bra Caetano. Ou seja, o vendedor continuará<br />

sendo um elo importante no processo de vendas,<br />

mas de forma cada vez mais estratégica, consultiva<br />

e contando com o apoio da tecnologia <strong>para</strong> des<strong>em</strong>penhar<br />

melhor sua função. “Lamento informar, mas<br />

os meros ‘tiradores de pedidos’, serão engolidos pelo<br />

mercado”, alerta.<br />

Atentos a essas mudanças no mercado de vendas<br />

e no comportamento dos clientes e visando antecipar<br />

tendências, fomos até Cleveland, Ohio, nos<br />

Andy Crestodina<br />

“[O marketing de conteúdo] baseia-se<br />

na ideia de que há prospects relevantes<br />

procurando por seu produto ou serviço<br />

agora mesmo. Se você conseguir se<br />

conectar com eles, ajudá-los e ensinálos,<br />

alguns se tornarão seus clientes.”<br />

(Andy Crestodina)<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 51


Além disso, Crestodina revela que os profissionais<br />

do marketing de conteúdo dev<strong>em</strong> criar e promover<br />

informações úteis e relevantes com o objetivo de<br />

atrair e engajar os visitantes de canais da internet<br />

<strong>para</strong> depois transformá-los <strong>em</strong> leads e clientes. Ou<br />

seja, são os melhores aliados que você, profissional<br />

de vendas, pode querer. Por isso mesmo, você precisa<br />

entender a importância dessa ferramenta.<br />

Na prática, o marketing de conteúdo pode ser<br />

resumido como uma estratégia baseada na criação<br />

e na distribuição de conteúdo relevante e consistente<br />

<strong>para</strong> atrair e reter uma audiência claramente<br />

definida <strong>para</strong>, depois, gerar vendas a partir de uma<br />

dinâmica baseada <strong>em</strong> valor. O sucesso futuro de<br />

suas vendas passa por compreender que, <strong>para</strong> ser<br />

l<strong>em</strong>brado, é preciso ser visto. Para ser visto, é preciso<br />

<strong>esta</strong>r presente na rotina de qu<strong>em</strong> compra. E <strong>para</strong><br />

<strong>esta</strong>r presente, mais do que <strong>vender</strong>, é preciso ajudar.<br />

Joe Pulizzi<br />

A confiança e o marketing de conteúdo<br />

Mas não basta criar um blog e compartilhar<br />

conteúdo nas redes sociais <strong>para</strong> se considerar uma<br />

<strong>em</strong>presa boa <strong>em</strong> marketing de conteúdo. Sua estratégia<br />

t<strong>em</strong> que ser pautada, antes de mais nada, por<br />

um objetivo claro – que pode ter a ver com desenvolver<br />

uma forma prática e efetiva de atrair clientes<br />

e fazer pós-venda.<br />

Joe Pulizzi, CEO do Content Marketing Institute,<br />

entidade organizadora do CMWorld, abriu a edição<br />

de 2016 do evento contando que, com o aumento da<br />

relevância do marketing de conteúdo nos últimos<br />

anos, as <strong>em</strong>presas estão colocando ações <strong>em</strong> prática,<br />

mas n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre da forma correta, e alerta: “Conteúdo<br />

medíocre prejudica mais do que não fazer nada.<br />

Se não for <strong>para</strong> <strong>esta</strong>r 100% comprometido, é melhor<br />

não fazer nada. Se você quer que o marketing de<br />

conteúdo seja seu aliado, precisa abraçar a causa de<br />

verdade. Não existe metade do caminho.”<br />

“Independent<strong>em</strong>ente das ações de marketing ou<br />

vendas que mais funcionaram ont<strong>em</strong>, funcionam<br />

hoje e funcionarão amanhã, todos nós <strong>esta</strong>mos no<br />

chamado 'negócio da confiança'. Transmitir confiança<br />

deve ser uma obsessão. O que faz<strong>em</strong>os hoje pode<br />

não ser relevante nos próximos anos. Diante disso,<br />

o que importa é a confiança. E a construção de uma<br />

marca que inspira credibilidade passa pelo marketing<br />

de conteúdo.”<br />

Essa declaração foi feita por Marcus Sheridan,<br />

<strong>em</strong>presário do setor de piscinas que viu sua <strong>em</strong>presa<br />

crescer exponencialmente <strong>em</strong> meio à crise de 2008<br />

usando, <strong>para</strong> isso, ações de marketing de conteúdo.<br />

Mas Sheridan sabe que n<strong>em</strong> todos os <strong>em</strong>presários<br />

pensam como ele. Por outro lado, entende que, nesse<br />

caso, o que vale é a opinião dos clientes. “Não se<br />

trata de comprar a ideia de que o marketing de conteúdo<br />

é importante, mas de entender que sua opinião<br />

de nada vale”, pol<strong>em</strong>iza. A lógica do argumento<br />

dele é simples: por mais que você ainda não tenha<br />

comprado essa ideia por completo, não dá <strong>para</strong> negar<br />

que um novo canal de vendas surge com essa evolução<br />

e, como você sabe, é preciso <strong>esta</strong>r onde seu<br />

cliente está – e ser, nesse caso, útil e relevante.<br />

52<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


“Conteúdo<br />

medíocre<br />

prejudica mais<br />

do que não fazer<br />

nada. Se não for<br />

<strong>para</strong> <strong>esta</strong>r 100%<br />

comprometido, é<br />

melhor não fazer<br />

nada. Se você quer<br />

que o marketing<br />

de conteúdo seja<br />

seu aliado, precisa<br />

abraçar a causa<br />

de verdade. Não<br />

existe metade do<br />

caminho.”<br />

(Joe Pulizzi)<br />

Durante sua palestra, Sheridan perguntou quantas<br />

das cerca de quatrocentas pessoas que <strong>esta</strong>vam<br />

no auditório eram da área de vendas. Ninguém<br />

levantou a mão, e ele disparou: “Era mais importante<br />

que seus colegas de vendas estivess<strong>em</strong> aqui<br />

do que vocês, profissionais de marketing e comunicação,<br />

que deveriam ir <strong>para</strong> eventos de vendas.<br />

Até porque vocês já sab<strong>em</strong> tudo o que estou falando”,<br />

provocou.<br />

O papel do novo profissional de vendas<br />

A verdade é que se você ainda não se deu conta de<br />

que o papel do vendedor mudou – e muito – nos<br />

últimos anos, precisa refletir. Estudos do Google<br />

apontam que 70% das decisões de compra acontec<strong>em</strong><br />

antes de o cliente ter qualquer contato com<br />

um vendedor.<br />

“Se você,<br />

enquanto<br />

profissional<br />

de vendas<br />

– seja <strong>em</strong><br />

um cargo de<br />

liderança ou<br />

não –, não<br />

entender<br />

que o jogo<br />

mudou, sua<br />

<strong>em</strong>presa<br />

<strong>esta</strong>rá <strong>em</strong><br />

apuros.”<br />

(Marcus Sheridan)<br />

Marcus Sheridan<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 53


O assunto é sério. Se há alguns anos o vendedor<br />

era, muitas vezes, a única referência que tínhamos<br />

<strong>para</strong> saber mais sobre produtos ou serviços, hoje<br />

não é raro que ele n<strong>em</strong> apareça na jornada de compra<br />

do cliente.<br />

O Google criou um termo<br />

<strong>para</strong> ex<strong>em</strong>plificar os momentos<br />

<strong>em</strong> que as pessoas tomam<br />

suas decisões de compra antes<br />

de fazer contato com vendedores<br />

ou <strong>em</strong>presas. O ZMOT<br />

–Zero Moment Of Truth (ou “momento<br />

zero da verdade”) acontece<br />

quando você pega seu<br />

notebook, tablet, smartphone<br />

ou qualquer outro dispositivo<br />

com conexão à internet <strong>para</strong><br />

pesquisar sobre algo que precisa<br />

comprar. “É assim que os<br />

consumidores viv<strong>em</strong>, aprend<strong>em</strong><br />

Jim Lecinski<br />

e tomam decisões hoje: a partir de sites de classificações<br />

e análises, de amigos <strong>em</strong> mídias sociais, <strong>em</strong><br />

casa ou <strong>em</strong> trânsito e (mais do que nunca) através<br />

de vídeos. Eles aprend<strong>em</strong> através de resultados de<br />

pesquisas, análises de outros usuários, classificações<br />

de quatro estrelas, textos e imagens de anúncios,<br />

manchetes, vídeos e até do bom e velho site<br />

oficial da marca. Resumindo, eles se informam e<br />

decid<strong>em</strong> no ‘momento zero da verdade’”, explica<br />

Jim Lecinski, autor do e-book ZMOT – Conquistando<br />

o momento zero da verdade, publicado pelo<br />

Google.<br />

O questionamento que fica é: de que forma sua<br />

marca está presente no ZMOT? “Se você, enquanto<br />

profissional de vendas – seja <strong>em</strong> um cargo de liderança<br />

ou não –, não entender que o jogo mudou,<br />

sua <strong>em</strong>presa <strong>esta</strong>rá <strong>em</strong> apuros”, profetiza Sheridan.<br />

Uma simples pergunta que você pode fazer a si<br />

mesmo e à sua equipe a respeito do seu site pode<br />

indicar se você está ou não no caminho certo:<br />

quando os prospects visitam nosso site, nós os ajudamos<br />

a resolver seus probl<strong>em</strong>as melhor que qualquer<br />

outra <strong>em</strong>presa no mundo?<br />

Como construir valor <strong>em</strong> um mundo<br />

disruptivo<br />

A Lego é daquelas <strong>em</strong>presas cujos “donos” são os próprios<br />

clientes. Pessoas de oito a oitenta anos que usam<br />

seus produtos são verdadeiras fãs da marca. Isso facilita<br />

o trabalho da <strong>em</strong>presa no que diz respeito a suas<br />

estratégias de marketing, mas isso não faz com que<br />

seu trabalho passe despercebido.<br />

A produtora dos famosos tijolinhos de plástico<br />

se orgulha por ter mais vídeos no YouTube produzidos<br />

por clientes do que por<br />

ela própria. São bilhões de visualizações.<br />

Cientes de que<br />

seus grandes consumidores<br />

são as crianças e que os vídeos<br />

são a mídia favorita da nova<br />

geração, a marca trabalha<br />

com afinco <strong>para</strong> ser relevante<br />

e enxerga as redes sociais como<br />

“um conjunto de tecnologias<br />

que reforça nossa natureza<br />

social”, como contou Lars<br />

Silberbauer, diretor global de<br />

redes sociais e vídeo da <strong>em</strong>presa<br />

<strong>em</strong> sua palestra no Content<br />

Marketing World.<br />

É provável que o seu negócio não seja tão divertido<br />

e colorido como os produtos da Lego, mas será<br />

que você não pode explorar as redes sociais <strong>para</strong><br />

ampliar a conexão e fortalecer os laços com seu<br />

público? E se você mantiver um canal aberto <strong>para</strong><br />

incentivar e pr<strong>em</strong>iar seus clientes que der<strong>em</strong> boas<br />

ideias e interagir<strong>em</strong> com você? Boas ideias pod<strong>em</strong><br />

ser desde sugestões de t<strong>em</strong>as <strong>para</strong> você produzir<br />

conteúdo até melhorias <strong>em</strong> produtos e serviços. A<br />

interação pode ser uma simples foto ou vídeo do<br />

cliente usando seu produto.<br />

Uma das lições que ficam aqui é que, <strong>em</strong> vendas<br />

e marketing, não pod<strong>em</strong>os nos prender aos modelos<br />

que s<strong>em</strong>pre funcionaram só porque eles s<strong>em</strong>pre<br />

funcionaram. A velocidade das mudanças é cada<br />

vez maior e o marketing de conteúdo se firma como<br />

um poderoso agente dessas mudanças.<br />

Conteúdo como ferramenta de<br />

prevenção e gestão de crise<br />

E quando, ao contrário da Lego, você atua <strong>em</strong> um<br />

mercado que é constant<strong>em</strong>ente atacado, seja porque<br />

seu produto faz mal à saúde, ao meio ambiente ou à<br />

sociedade de alguma forma? Novamente, o marketing<br />

de conteúdo pode ser extr<strong>em</strong>amente relevante.<br />

A Kellogg’s, marca responsável por produzir alguns<br />

dos cereais mais populares do mundo, criou um<br />

portal – cujo acesso é disponível apenas nos Estados<br />

54<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Lars Silberbauer<br />

“Usar o<br />

storytelling<br />

como uma<br />

ferramenta<br />

<strong>para</strong> ser<br />

transparente<br />

com os clientes<br />

é mais do<br />

que uma<br />

tendência de<br />

marketing. Os<br />

consumidores<br />

prefer<strong>em</strong> se<br />

relacionar<br />

com <strong>em</strong>presas<br />

assim.”<br />

(Rick Wion)<br />

Unidos – <strong>para</strong> diss<strong>em</strong>inar boas práticas alimentares<br />

e compartilhar informações relevantes sobre nutrição.<br />

“Você t<strong>em</strong> que ter a consciência de que não vai conseguir<br />

agradar a todos, mas é preciso se posicionar”,<br />

disse Rick Wion, diretor de engajamento do consumidor<br />

da companhia.<br />

Pesquisas da <strong>em</strong>presa divulgadas na palestra<br />

de Wion apontam que a transparência acaba sendo<br />

um fator determinante <strong>para</strong> as vendas. “Usar o<br />

storytelling como uma ferramenta <strong>para</strong> ser transparente<br />

com os clientes é mais do que uma tendência<br />

de marketing. Os consumidores prefer<strong>em</strong> se<br />

relacionar com <strong>em</strong>presas assim”, disse. Parte da<br />

estratégia de produção de conteúdo da Kellogg’s é<br />

baseada nas dúvidas e críticas dos clientes. Ao fazer<br />

isso, a <strong>em</strong>presa está criando um banco de dados<br />

<strong>para</strong> rebater objeções.<br />

Quando você recebe uma grande crítica ou é<br />

repetidamente crucificado, a transparência é a melhor<br />

forma de contornar crise e uma estratégia de<br />

conteúdo b<strong>em</strong> orquestrada é a melhor ferramenta<br />

<strong>para</strong> diss<strong>em</strong>inar seus argumentos. Já pensou nisso?<br />

Quais são os questionamentos mais comuns que<br />

você ouve de seus prospects e clientes? Transforme-<br />

-os <strong>em</strong> conteúdo <strong>para</strong> que seus vendedores utiliz<strong>em</strong><br />

durante as negociações. Além de responder previamente<br />

às dúvidas do cliente e marcar presença no<br />

ZMOT, você <strong>esta</strong>rá capacitando sua força de vendas<br />

e elevando o nível da argumentação comercial.<br />

Como começar um projeto de marketing<br />

de conteúdo<br />

Esta foi a terceira cobertura que fiz<strong>em</strong>os do evento.<br />

Nos anos anteriores, publicamos reportagens com<br />

dicas práticas, checklists e orientações bastante detalhadas<br />

sobre como você pode introduzir o marketing<br />

de conteúdo na sua estratégia de prospecção e<br />

de pós-venda. D<strong>esta</strong> vez, o objetivo foi diferente.<br />

Quis<strong>em</strong>os fazê-lo entender que marketing de conteúdo<br />

e vendas estão diretamente ligados, que o seu<br />

futuro <strong>em</strong> vendas depende do que você faz no presente<br />

e que, pelo b<strong>em</strong> do seu amanhã, está na hora<br />

de pensar <strong>em</strong> incluir essa peça na sua engrenag<strong>em</strong>.<br />

Conseguimos? Se sim, t<strong>em</strong>os uma boa notícia <strong>para</strong><br />

encerrar o papo: <strong>para</strong> facilitar sua vida nesse início<br />

de jornada, reunimos as duas reportagens anteriores<br />

sobre o Content Marketing World, que somam<br />

13 páginas, <strong>em</strong> um PDF que pode ser acessado <strong>em</strong>:<br />

bit.ly/guia-mkt-conteudo.<br />

Boa leitura e mãos à obra!<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 55


Liderança<br />

Leandro Branquinho<br />

É<br />

10 maneiras de<br />

desmotivar uma<br />

equipe de vendas<br />

impossível dar motivação <strong>para</strong> as pessoas. Motivação é algo que v<strong>em</strong> de dentro. São<br />

os motivos que cada pessoa t<strong>em</strong> <strong>para</strong> se colocar <strong>em</strong> ação.<br />

Porém, é normal que, <strong>em</strong> algum momento de suas trajetórias, líderes imagin<strong>em</strong> o<br />

que dev<strong>em</strong> fazer <strong>para</strong> conseguir mais engajamento, mais brilho nos olhos e mais<br />

comprometimento de suas equipes. É possível criar o clima, gerar uma cultura <strong>para</strong><br />

que as pessoas que já são motivadas permaneçam na equipe e produzam mais, mas<br />

nada disso de fato motiva alguém. Por outro lado, desmotivar os integrantes de<br />

qualquer equipe é muito fácil. Espero que você não coloque <strong>em</strong> prática a lista a seguir,<br />

pois basta aplicar um dos tópicos <strong>para</strong> arrasar com o moral de qualquer profissional!<br />

1- Seja grosseiro.<br />

Rispidez, brutalidade, falta de paciência e um tom de voz agressivo. Uma receita simples<br />

e altamente eficaz <strong>para</strong> conseguir desmotivar qualquer colaborador.<br />

56<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


2- Seja mal-educado.<br />

Confesso que tenho um pouquinho<br />

de receio de qu<strong>em</strong> não fala palavrão<br />

<strong>em</strong> momento algum. Fico com a<br />

impressão de que, b<strong>em</strong> no fundo,<br />

essas pessoas estão aprisionando<br />

um instinto animal. E quando enjaulados,<br />

alguns animais se tornam<br />

ainda mais ferozes (e perigosos).<br />

Mas falar palavrão é muito diferente<br />

de faltar com a educação.<br />

Uma pessoa que diz com alegria e<br />

entusiasmo: “Porra, muito obrigado!<br />

Você realmente salvou meu dia”, é<br />

muito mais educada do que uma<br />

pessoa que nunca agradece ninguém!<br />

“Por favor” e “com licença”<br />

também não faz<strong>em</strong> parte do vocabulário<br />

de pessoas mal-educadas.<br />

3- Não deixe claro o que<br />

você espera da sua equipe.<br />

Não adianta falar que quer mais<br />

comprometimento. Não adianta<br />

falar que as pessoas dev<strong>em</strong> vestir<br />

a camisa da <strong>em</strong>presa. Bons líderes<br />

deixam b<strong>em</strong> claro que tipo de comprometimento<br />

(ações e atitudes)<br />

esperam de cada pessoa. Desmotivar<br />

uma equipe usando essa “arma”<br />

é muito fácil: estipule uma<br />

meta e corra <strong>para</strong> trás de sua mesa<br />

s<strong>em</strong> apontar os melhores caminhos.<br />

4- Não dê o reconhecimento<br />

por um trabalho b<strong>em</strong>-feito.<br />

“Não fez mais do que a obrigação,<br />

já estou pagando o salário <strong>em</strong> dia.”<br />

Essa é uma frase típica de líderes<br />

desmotivadores. Nós, seres humanos,<br />

t<strong>em</strong>os uma necessidade<br />

básica de pertencer a um grupo.<br />

Quando receb<strong>em</strong>os a aprovação<br />

de um líder, de um colega de trabalho<br />

e até mesmo dos clientes,<br />

nos sentimos acolhidos. Agora,<br />

um segredinho: funcionários dedicados<br />

e que faz<strong>em</strong> seus trabalhos<br />

com muito capricho, se não tiver<strong>em</strong><br />

o reconhecimento do líder,<br />

uma hora ou outra receb<strong>em</strong> o<br />

reconhecimento de um cliente que<br />

irá indicá-los <strong>para</strong> concorrência.<br />

5- Atrase os salários com<br />

frequência.<br />

Uma das prioridades de qualquer<br />

instituição deveria ser pagar <strong>em</strong><br />

dia o salário de seus colaboradores.<br />

Atrasos recorrentes são altamente<br />

desmotivadores. De uma maneira<br />

geral, o brasileiro não t<strong>em</strong><br />

o hábito de poupar. Ou seja, salários<br />

atrasados significam que as<br />

contas pessoais dos funcionários<br />

ficarão atrasadas também. Quer<br />

ver os integrantes de sua equipe<br />

perder<strong>em</strong> o entusiasmo <strong>em</strong> trabalhar<br />

<strong>em</strong> sua <strong>em</strong>presa? Comece a<br />

atrasar os salários.<br />

6- Seja extr<strong>em</strong>amente<br />

rigoroso com detalhes<br />

insignificantes.<br />

Diz<strong>em</strong> que Steve Jobs era extr<strong>em</strong>amente<br />

rigoroso com detalhes<br />

que aparent<strong>em</strong>ente eram insignificantes.<br />

Acontece que o criador<br />

da Apple trabalhava com produtos<br />

revolucionários, principalmente<br />

pelo design. Para se d<strong>esta</strong>car da<br />

concorrência, ele escolheu ser rigoroso<br />

com detalhes. Uma escolha<br />

que certamente nunca deu a ele o<br />

prêmio de chefe do ano. Sim, pod<strong>em</strong>os<br />

dizer que Jobs alcançou a<br />

glória, mas também pod<strong>em</strong>os dizer<br />

que ele foi uma exceção. Liderar é<br />

ter consciência de que o caminho<br />

que já foi trilhado por outra pessoa<br />

será diferente quando alguém decidir<br />

percorrê-lo novamente.<br />

7- Deixe que as pessoas<br />

façam fofoca.<br />

As pessoas não ped<strong>em</strong> d<strong>em</strong>issão<br />

de uma <strong>em</strong>presa. Elas ped<strong>em</strong> d<strong>em</strong>issão<br />

de seus colegas de trabalho.<br />

Elas ped<strong>em</strong> d<strong>em</strong>issão do ambiente<br />

<strong>em</strong> que estão tendo que<br />

conviver. Em uma <strong>em</strong>presa <strong>em</strong><br />

que a fofoca é frequente e mordaz,<br />

a rotatividade de funcionários é<br />

alta. Bons líderes sab<strong>em</strong> que é<br />

importante cuidar <strong>para</strong> que a fofoca<br />

não se transforme <strong>em</strong> uma<br />

erva daninha.<br />

8- Chame a atenção de um<br />

funcionário na frente dos<br />

clientes.<br />

“Não chamar atenção de um colaborador<br />

na frente de outras pessoas”<br />

é um conselho antigo (e básico),<br />

mas ainda exist<strong>em</strong> “líderes”<br />

que não se importam <strong>em</strong> chamar<br />

atenção e até mesmo xingar na<br />

frente de outros colegas e clientes.<br />

Erros precisam ser corrigidos, mas<br />

na hora certa e do jeito certo. Os<br />

bons líderes procuram s<strong>em</strong>pre fazer<br />

o melhor que pod<strong>em</strong> <strong>para</strong> ajudar<br />

e inspirar suas equipes. Conselho<br />

de amigo: não espere que<br />

sua equipe faça o melhor pela sua<br />

<strong>em</strong>presa se você não faz o melhor<br />

pela sua equipe.<br />

9- Faça ameaças.<br />

O líder que faz ameaças <strong>para</strong> sua<br />

equipe, no fundo, no fundo está<br />

dizendo que não t<strong>em</strong> controle da<br />

situação. Ameaçar d<strong>em</strong>itir alguém<br />

ou ameaçar cortar um benefício é<br />

uma d<strong>em</strong>onstração clara de falta<br />

de planejamento.<br />

10- Não cumpra o que<br />

prometer.<br />

Liderar, antes de mais nada, é<br />

assumir o controle sobre si mesmo.<br />

Ao fazer promessas, tenha<br />

certeza de que conseguirá cumpri-<br />

-las (e, s<strong>em</strong>pre que possível, supere<br />

as expectativas). As pessoas<br />

esperam que seus líderes tenham,<br />

no mínimo, a honestidade de cumprir<br />

o que prometeram. Os que<br />

não cumpr<strong>em</strong> são grandes desmotivadores.<br />

Faltou algum it<strong>em</strong> n<strong>esta</strong> lista?<br />

O que desmotiva você? Conte<br />

<strong>para</strong> mim. Mande um e-mail <strong>para</strong><br />

contato@leandrobranquinho.<br />

com.br.<br />

P.S.: A ferramenta mais poderosa<br />

de liderança continua sendo<br />

a mais simples: o ex<strong>em</strong>plo.<br />

"Bons líderes<br />

deixam b<strong>em</strong><br />

claro que tipo de<br />

comprometimento<br />

(ações e atitudes)<br />

esperam de cada<br />

pessoa."<br />

Leandro Branquinho é palestrante<br />

de vendas e liderança<br />

de vendas, t<strong>em</strong> a<br />

tatuag<strong>em</strong> “Eu Amo Vender”<br />

no braço e é podcaster no<br />

www.radiovendas.com.br<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 57


Perspectivas e expectativas<br />

José Ricardo Noronha<br />

5 razões <strong>para</strong> acreditar que 2017<br />

será o ano da retomada<br />

Nos treinamentos, palestras, workshops e aulas de MBA<br />

que tenho ministrado <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas nacionais e multinacionais,<br />

muitos vendedores, líderes de vendas e<br />

presidentes têm me questionado se a tão esperada<br />

retomada da economia está mesmo por vir. Seria<br />

infame da minha parte se eu dissesse que tenho a<br />

resposta certeira a essa “pergunta de 1 milhão de<br />

dólares”, que n<strong>em</strong> os mais brilhantes e renomados<br />

economistas consegu<strong>em</strong> prever com exatidão.<br />

No entanto, posso dizer que vejo claramente os<br />

primeiros sinais da tão esperada e necessária retomada<br />

da economia, o que me faz vislumbrar um cenário promissor<br />

<strong>para</strong> 2017 <strong>para</strong> todos nós que somos apaixonados<br />

pelo mundo das vendas. As cinco<br />

razões que listo a seguir fortalec<strong>em</strong><br />

minha convicção:<br />

1) Cenário macroeconômico<br />

T<strong>em</strong>os, hoje, no mundo todo, uma<br />

situação de bastante liquidez, o que<br />

se traduz <strong>em</strong> um bom e intenso<br />

fluxo de investimentos estrangeiros<br />

no Brasil. Isso acontece devido<br />

à desvalorização e à depreciação<br />

substancial dos ativos ao longo dos<br />

58<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


últimos trimestres, especialmente<br />

por causa da recessão econômica.<br />

Além disso, o Brasil continua<br />

extr<strong>em</strong>amente atraente <strong>para</strong> <strong>em</strong>presas<br />

multinacionais dos mais<br />

variados setores (imobiliário, farmacêutico,<br />

educação, energia,<br />

bancos e finanças etc.), o que justifica<br />

o crescente movimento de<br />

consolidação e de fusões e aquisições<br />

nesses mercados.<br />

2) Cenário político nacional<br />

O presidente Michel T<strong>em</strong>er (a despeito<br />

de preferências político-<br />

-partidárias) teve um bom início<br />

de governo com a aprovação da<br />

PEC dos gastos públicos, o que<br />

dá a ele fôlego <strong>para</strong> seguir adiante<br />

com outras reformas. Além<br />

disso, seu conhecido traquejo político<br />

cria boas condições de lidar<br />

com um congresso hostil e pouco<br />

afeito às questões republicanas,<br />

o que dá a nós, vendedores e líderes,<br />

uma perspectiva de médio<br />

e longo prazo mais promissora.<br />

3) Queda dos juros<br />

Os pontos listados acima <strong>em</strong>basam<br />

a tendência de queda de juros (taxa<br />

Selic), que deve se consolidar<br />

ao longo dos próximos meses. Juros<br />

mais baixos tend<strong>em</strong> a dar maior<br />

fluidez à economia, <strong>em</strong> virtude do<br />

barateamento do crédito <strong>para</strong> <strong>em</strong>presas<br />

e indivíduos, e também deve<br />

servir como um estímulo importante<br />

à retomada da atividade<br />

econômica. Tudo isso impacta diretamente<br />

no ânimo e nas ações<br />

de <strong>em</strong>presas e consumidores.<br />

4) Retomada da confiança<br />

Diversas pesquisas têm trazido<br />

dados positivos referentes à retomada<br />

da confiança do <strong>em</strong>presariado<br />

e também dos consumidores.<br />

Em outubro do ano passado,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, a Fundação Getulio<br />

Vargas (FGV) revelou que o Índice<br />

de Confiança do Consumidor<br />

(ICC) tinha subido 1,3 ponto entre<br />

agosto e set<strong>em</strong>bro, atingindo 80,6<br />

pontos – o maior índice desde<br />

janeiro de 2015 (81,2 pontos). Foi<br />

a quinta alta consecutiva do ICC,<br />

que atingiu seu mínimo histórico<br />

(56,9 pontos) <strong>em</strong> abril de 2015.<br />

Se levarmos <strong>em</strong> consideração<br />

que a pior crise <strong>em</strong> que um país<br />

pode mergulhar é a da confiança,<br />

tão logo tenhamos índices melhores<br />

nessa questão, dever<strong>em</strong>os<br />

ver uma série de <strong>em</strong>presas retomando<br />

o ritmo normal de seus<br />

investimentos e os consumidores<br />

tend<strong>em</strong> a voltar a consumir e reaquecer<br />

a economia.<br />

5) O Brasil e todos nós<br />

precisamos!<br />

Com mais de 12 milhões de des<strong>em</strong>pregados<br />

(se considerarmos<br />

apenas os números oficiais, que<br />

não levam <strong>em</strong> conta os milhões<br />

de profissionais que migraram<br />

<strong>para</strong> a chamada “economia informal”),<br />

o Brasil e todos nós precisamos<br />

seguir <strong>em</strong> frente!<br />

E esse sentimento que ganha<br />

cada vez mais corpo de que o pior<br />

já ficou <strong>para</strong> trás é bastante positivo,<br />

pois fomenta a esperança<br />

de que todos somos responsáveis,<br />

direta e indiretamente, pela reconstrução<br />

do nosso país e da<br />

nossa economia.<br />

Enfim, t<strong>em</strong>os muitos motivos<br />

<strong>para</strong> acreditar que o “fundo do<br />

poço” ficou <strong>para</strong> trás e que a luz<br />

no fim do túnel começa a ganhar<br />

um brilho cada vez mais intenso.<br />

E diante disso tudo, tenho outra<br />

certeza: a de que somente as <strong>em</strong>presas<br />

e os profissionais b<strong>em</strong>-<strong>pre<strong>para</strong>do</strong>s<br />

terão condições e capacidade<br />

<strong>para</strong> brilhar nesse novo cenário.<br />

Um novo cenário de negócios,<br />

especialmente no mundo das vendas<br />

consultivas de alta performance,<br />

que será marcado de um lado<br />

por clientes extr<strong>em</strong>amente exigentes,<br />

b<strong>em</strong>-informados e repletos de<br />

boas opções à sua frente e, de outro,<br />

por concorrentes cada vez melhores,<br />

mais agressivos e com produtos,<br />

serviços e soluções muito similares<br />

– quando não absolutamente<br />

iguais – aos que comercializamos<br />

<strong>em</strong> nossas <strong>em</strong>presas.<br />

Diante disso tudo, surge o<br />

el<strong>em</strong>ento mais crucial <strong>para</strong> o crescimento<br />

do país, dos negócios e<br />

dos profissionais: educação de<br />

qualidade, que, muito <strong>em</strong>bora<br />

tenha sido negligenciada ao longo<br />

das últimas décadas, certamente<br />

será o fator mais preponderante<br />

de diferenciação competitiva<br />

nesse mercado <strong>em</strong> que irão<br />

brilhar os profissionais e <strong>em</strong>presas<br />

que têm paixão pelo que faz<strong>em</strong>,<br />

que têm expertise <strong>em</strong> seus<br />

respectivos mercados e que têm<br />

na crença de que somente a educação<br />

pode de fato transformar<br />

a nossa história alguns dos el<strong>em</strong>entos<br />

essenciais <strong>para</strong> a busca<br />

do sucesso e de resultados e margens<br />

de vendas cada vez melhores<br />

e mais sustentáveis.<br />

Aliás, não por acaso, a pre<strong>para</strong>ção<br />

é um dos t<strong>em</strong>as do curso<br />

on-line Vendas Consultivas de<br />

Alta Performance, do Instituto<br />

<strong>VendaMais</strong> (institutovendamais.<br />

com.br), que Raul Candeloro e eu<br />

criamos <strong>para</strong> ajudar você a brilhar<br />

neste novo e promissor cenário!<br />

Vamos acreditar e trabalhar<br />

de forma ainda mais inteligente,<br />

pois o Brasil, enfim, viverá o momento<br />

de retomada da economia<br />

e de crescimento das vendas nos<br />

mais diversos setores.<br />

Será que você e seus profissionais<br />

estão prontos <strong>para</strong> surfar<br />

nessa nova, incrível e igualmente<br />

traiçoeira onda?<br />

Boas vendas!<br />

"Se levarmos <strong>em</strong><br />

consideração que<br />

a pior crise <strong>em</strong><br />

que um país pode<br />

mergulhar é a da<br />

confiança, tão logo<br />

tenhamos índices<br />

melhores nessa<br />

questão, dever<strong>em</strong>os<br />

ver uma série de<br />

<strong>em</strong>presas retomando<br />

o ritmo normal de<br />

seus investimentos<br />

e os consumidores<br />

tend<strong>em</strong> a voltar<br />

a consumir e<br />

reaquecer a<br />

economia."<br />

José Ricardo Noronha é<br />

vendedor vencedor, palestrante,<br />

professor, consultor<br />

e autor do livro Vendas!<br />

Como eu faço?<br />

Visite o site:<br />

www.paixaoporvendas.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 59


s /Da Redação<br />

Prospecção de clientes na prática<br />

Volta e meia receb<strong>em</strong>os sugestões de pautas sobre t<strong>em</strong>as<br />

que já foram amplamente abordados <strong>em</strong> edições anteriores.<br />

Para esses leitores, indicamos artigos do Portal <strong>VendaMais</strong><br />

ou enviamos o arquivo digital de uma edição da<br />

VM <strong>em</strong> que uma matéria sobre o assunto de seu interesse<br />

foi publicada. Assim, não deixamos dúvidas s<strong>em</strong> respostas.<br />

Mas na última reunião de pauta, concluímos<br />

que abrir nosso acervo e tirar dele materiais<br />

sobre os t<strong>em</strong>as mais solicitados seria uma<br />

excelente forma de não deixar bons conteúdos<br />

se perder<strong>em</strong>. Assim nasceu a seção Enciclopédia<br />

VM! N<strong>esta</strong> edição, ela traz um trecho<br />

da reportag<strong>em</strong> de capa da <strong>VendaMais</strong> de maio<br />

de 2015 sobre prospecção de clientes (disponível<br />

<strong>para</strong> download <strong>em</strong> bit.ly/vm-mai15).<br />

Confira!<br />

6 passos <strong>para</strong> fazer a prospecção<br />

fluir <strong>em</strong> sua <strong>em</strong>presa<br />

Antes de tornar a prospecção um processo estruturado,<br />

avalie o momento que sua <strong>em</strong>presa vive. Será<br />

que se a prospecção começar a fluir, vocês conseguirão<br />

dar conta dos novos clientes que entram na<br />

carteira? Será que o momento é de prospectar ou de<br />

cuidar melhor dos clientes atuais?<br />

Se for o caso de prospectar mais clientes, pergunte-<br />

-se: minha equipe atual consegue assumir mais essa<br />

tarefa ou preciso contratar outros profissionais e redistribuir<br />

as funções? Cada vendedor ficará responsável<br />

pelo processo todo da venda ou ter<strong>em</strong>os um departamento/uma<br />

pessoa responsável apenas pela prospecção?<br />

Terceirizar essa etapa da venda é uma opção?<br />

60<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Com essas questões b<strong>em</strong> definidas, você pode<br />

seguir o passo-a-passo abaixo, que vai enraizar a<br />

cultura da prospecção na sua <strong>em</strong>presa e trazer resultados<br />

excepcionais.<br />

1) Defina o perfil do cliente ideal (PCI)<br />

Atirar <strong>para</strong> todos os lados não é uma estratégia de<br />

prospecção eficaz. Para trazer <strong>para</strong> a sua carteira de<br />

clientes prospects de potencial, você precisa entender<br />

qu<strong>em</strong> são essas pessoas. Para isso, defina seu perfil<br />

de cliente ideal (PCI) seguindo estes passos:<br />

a) Escolha entre três e cinco clientes de sua carteira<br />

que você considera clientes ideais, aqueles que<br />

se todos os clientes foss<strong>em</strong> como eles, você seria<br />

o vendedor mais feliz do mundo. Analise-os,<br />

identifique o que eles têm <strong>em</strong> comum (quais são<br />

as características d<strong>em</strong>ográficas, geográficas e<br />

psicográficas s<strong>em</strong>elhantes e qual seu perfil de<br />

consumo) e anote tudo.<br />

b) Escolha as três características mais importantes<br />

dentre as listadas.<br />

c) Defina quais são os probl<strong>em</strong>as que você ajuda<br />

esses clientes a resolver.<br />

d) D<strong>esta</strong>que três diferenciais que esses clientes valorizam<br />

<strong>em</strong> sua <strong>em</strong>presa (além do preço).<br />

e) Junte tudo e crie o descritivo de cliente ideal:<br />

“Meu cliente ideal é aquele que t<strong>em</strong> tais características,<br />

está procurando resolver os probl<strong>em</strong>as<br />

x, y e z e valoriza estes diferenciais.”<br />

“Com o PCI, você t<strong>em</strong> muito mais eficiência,<br />

porque aproveita melhor cada contato. Você também<br />

t<strong>em</strong> mais chances de receber indicações, pois, ao<br />

trabalhar focado <strong>em</strong> um determinado grupo de<br />

clientes potenciais, eles consegu<strong>em</strong> entender claramente<br />

o que você está oferecendo e pod<strong>em</strong> indicá-lo<br />

<strong>para</strong> outras pessoas, que pod<strong>em</strong> se beneficiar do uso<br />

de seus produtos e serviços”, explica Raul Candeloro,<br />

diretor da <strong>VendaMais</strong>.<br />

2) Descubra onde seus clientes ideais<br />

estão – e esteja lá<br />

Assim como dinheiro não cai do céu, o mesmo vale<br />

<strong>para</strong> novos clientes. Se você quer aumentar sua carteira,<br />

precisa se mexer. Obviamente, a internet é sua<br />

aliada nesse processo. Seus clientes estão nas redes<br />

sociais? Esteja também. Grupos do Facebook e, principalmente,<br />

do LinkedIn, pod<strong>em</strong> ser excelentes canais<br />

de prospecção. Mas você pode (e<br />

deve!) ir além. Participe de associações,<br />

faça cursos, vá a eventos,<br />

frequente clubes, igrejas...<br />

Olhe <strong>para</strong> o lado! Muitas vezes,<br />

o melhor cliente da sua vida está<br />

na panificadora que você frequenta<br />

todos os dias e você ainda<br />

não viu porque não parou<br />

<strong>para</strong> observar.<br />

3) Crie um banco de dados<br />

e comunique-se<br />

regularmente com os<br />

prospects cadastrados<br />

Fez um contato com um prospect<br />

e o retorno não foi positivo? Não<br />

desista! Crie uma estratégia de<br />

comunicação <strong>para</strong> ele (e <strong>para</strong> todos<br />

os outros na mesma situação) e<br />

preocupe-se <strong>em</strong> fortalecer o relacionamento<br />

entre vocês antes de<br />

fazer mais uma abordag<strong>em</strong> de<br />

venda. No fim das contas, o que<br />

todo mundo quer é se sentir valorizado,<br />

certo? Por isso, comunique-<br />

-se com qu<strong>em</strong> pode comprar de<br />

você mais <strong>para</strong> frente e facilite<br />

suas vendas futuras.<br />

4) Elabore um script<br />

<strong>para</strong> a prospecção<br />

Depois de definir qu<strong>em</strong> é seu cliente<br />

ideal, descobrir onde ele está e<br />

começar a se comunicar com ele,<br />

você precisa elaborar um script<br />

<strong>para</strong> a prospecção. “O script é uma<br />

série de palavras organizada de<br />

maneira inteligente e planejada<br />

<strong>para</strong> você provocar o melhor impacto<br />

possível no primeiro contato<br />

com o prospect. É feito de um<br />

ou dois parágrafos, que leve trinta<br />

segundos no máximo <strong>para</strong> o<br />

prospect ler ou ouvir e entender<br />

como você pode ajudá-lo”, revela<br />

Candeloro.<br />

No curso on-line “Alta Performance<br />

<strong>em</strong> Vendas”, Candeloro<br />

apresenta os tipos de script de<br />

prospecção:<br />

a) Script de venda: Quando o prospect<br />

diz: “Sim, tenho interesse.”<br />

b) Script de perguntas <strong>para</strong><br />

levantar necessidades e descobrir<br />

se existe um potencial<br />

futuro: Quando o prospect<br />

diz: “Agora não é um bom<br />

momento.”<br />

c) Script de perguntas <strong>para</strong><br />

descobrir quais são os irritadores<br />

de compra do prospect<br />

e quando ele decide trocar<br />

de fornecedor e o porquê:<br />

Quando ele diz: “Não é um bom<br />

momento, já compro de outra<br />

<strong>em</strong>presa.”<br />

d) Script <strong>para</strong> tentar descobrir<br />

qual é a falha que está ocorrendo:<br />

Quando o prospect simplesmente<br />

diz: “Não tenho<br />

interesse.” É probl<strong>em</strong>a de perfil?<br />

É uma questão de momento<br />

ruim? É a sua apresentação<br />

que não está ajudando? É mais<br />

persistência que precisa <strong>para</strong><br />

convencer o prospect de que<br />

você realmente pode ajudá-lo?<br />

A ideia não é engessar o contato,<br />

mas ajudar você a chegar ao<br />

prospect <strong>pre<strong>para</strong>do</strong> <strong>para</strong> fazer uma<br />

abordag<strong>em</strong> que gere vendas.<br />

5) Peça indicações<br />

Todo mundo t<strong>em</strong> uma <strong>em</strong>presa ou<br />

um conhecido que pode usar o que<br />

você vende. Por isso, peça indicações!<br />

É fácil, barato e extr<strong>em</strong>amente<br />

positivo.<br />

6) Faça a roda girar<br />

Torne isso um processo, mantendo<br />

s<strong>em</strong>pre a chama da prospecção<br />

acesa e buscando incessant<strong>em</strong>ente<br />

novos prospects <strong>para</strong> sua carteira.<br />

O resto é consequência!<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 61


Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

Marcelo Caetano<br />

Não seja o<br />

gerador da sua<br />

própria crise!<br />

Há algum t<strong>em</strong>po, reparei que exist<strong>em</strong> <strong>em</strong>presas e<br />

vendedores que acabam provocando crises. Aliás,<br />

reparei, na verdade, que a crise é uma grande desculpa/disfarce<br />

<strong>para</strong> uma série de incompetências<br />

tanto dos profissionais quanto das <strong>em</strong>presas que<br />

eles representam. Ilustro com um ex<strong>em</strong>plo comum<br />

no momento: muitas <strong>em</strong>presas estão lançando apenas<br />

produtos de base, de baixo custo, porque é o que<br />

o mercado está d<strong>em</strong>andando no momento. O probl<strong>em</strong>a<br />

é que, com isso, o cliente passa a ancorar o<br />

preço nessa linha de produtos e a exigir valores<br />

ainda mais baixos. Isso resulta <strong>em</strong> desconto <strong>em</strong> cima<br />

de desconto ou na tentativa de <strong>vender</strong> produtos<br />

mais baratos e que pod<strong>em</strong> comprometer por muitos<br />

anos o posicionamento da marca.<br />

Desse modo, as <strong>em</strong>presas perd<strong>em</strong> a noção de que<br />

o que está <strong>em</strong> jogo – além da sobrevivência a uma<br />

crise financeira – é o seu posicionamento. E esquec<strong>em</strong><br />

que um posicionamento perdido dificilmente<br />

será recuperado.<br />

62<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Ex<strong>em</strong>plo da vida real 1<br />

Um t<strong>em</strong>po atrás, fui a um supermercado<br />

e encontrei uma<br />

cerveja que costumava ser R$<br />

7,50 (quando era produzida por<br />

uma cervejaria artesanal) sendo<br />

vendida a R$ 3,50. Pensei<br />

que a redução no preço se devia<br />

ao fato de a cervejaria ter sido<br />

vendida <strong>para</strong> uma grande <strong>em</strong>presa.<br />

Não tive dúvidas e comprei<br />

várias, pois no fim de s<strong>em</strong>ana<br />

ia fazer um churrasco<br />

<strong>para</strong> alguns amigos e também<br />

queria ter estoque por um bom<br />

t<strong>em</strong>po. Só não contava com a<br />

sede dos amigos...<br />

Na s<strong>em</strong>ana seguinte, então,<br />

voltei ao mercado <strong>para</strong> comprar<br />

mais. Para minha surpresa, o<br />

preço tinha voltado <strong>para</strong> R$ 7,50.<br />

Não comprei mais! Na verdade,<br />

nunca mais encontrei essa cerveja<br />

por R$ 3,50. Eu já sabia que<br />

ela não era mais artesanal, mas<br />

o posicionamento da <strong>em</strong>presa<br />

se mantinha o mesmo. O que<br />

colocou tudo a perder, <strong>para</strong> mim,<br />

foi essa movimentação no preço,<br />

que não necessariamente foi<br />

feita pela cervejaria – pode ter<br />

sido um movimento do mercado<br />

–, mas me fez refletir sobre<br />

as implicações de ter sido vendida<br />

<strong>para</strong> uma grande <strong>em</strong>presa<br />

(minha expectativa natural era<br />

que o preço caísse depois da<br />

mudança). Na minha visão (e<br />

talvez na de outros consumidores<br />

também), comprometeu a<br />

marca, o posicionamento e o<br />

valor. Com certeza a <strong>em</strong>presa<br />

conseguiu derrubar seus estoques,<br />

mas a que preço?<br />

"O maior probl<strong>em</strong>a é quando investimos<br />

na diferenciação, mas vend<strong>em</strong>os preço.<br />

Isso quebra a <strong>em</strong>presa."<br />

Ex<strong>em</strong>plos da vida real 2 e 3<br />

Eu compro todas as minhas camisas<br />

<strong>em</strong> uma mesma loja. As<br />

camisas não são baratas – e, infelizmente,<br />

nunca entram <strong>em</strong><br />

promoção –, mas quase não amassam,<br />

o que faz com que sejam<br />

ideais <strong>para</strong> pessoas que viajam<br />

muito, como eu. Por isso, sou fiel<br />

à marca e a esse produto, mais<br />

especificamente.<br />

Dia desses, fui comprar uma<br />

camisa, provei e aproveitei <strong>para</strong><br />

levar duas de uma vez. Paguei<br />

s<strong>em</strong> olhar o preço – afinal, já<br />

sabia mais ou menos quanto custava.<br />

Quando fui usar pela primeira<br />

vez <strong>em</strong> uma viag<strong>em</strong>, porém,<br />

vi que a camisa saiu da mala b<strong>em</strong><br />

amassada. Eles haviam mudado<br />

o tecido. Podiam ter aumentado<br />

um pouco o preço e eu pagaria (e<br />

outros clientes também, é claro),<br />

mas não, acharam melhor comprar<br />

um tecido mais barato. Como<br />

ficou minha confiança na marca?<br />

E minha fidelidade? Se os clientes<br />

sumir<strong>em</strong>, eles dirão que foi a crise.<br />

Certamente isso aconteceu<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 63


"Análises<br />

superficiais<br />

levam a<br />

desastres<br />

fatais."<br />

porque lá dentro t<strong>em</strong> uma grande<br />

pressão por redução de custos,<br />

o que é perfeitamente compreensível,<br />

mas o probl<strong>em</strong>a é o custo<br />

da imag<strong>em</strong>, que nesse caso que<br />

não foi computado.<br />

Mas esse não é um mal que<br />

acomete apenas as <strong>em</strong>presas.<br />

Vendedores e gestores também<br />

estão sucumbindo ao medo gerado<br />

pela crise. Esses dias mesmo<br />

presenciei uma conversa<br />

durante uma convenção de vendas<br />

na qual o vendedor dizia ao<br />

gerente que o cliente só queria<br />

preço baixo. O gestor concordou<br />

e ainda argumentou <strong>para</strong> mim<br />

que o foco <strong>esta</strong>va mesmo todo<br />

no preço. Contei até dez <strong>para</strong> não<br />

contra-argumentar na mesa, mas,<br />

depois, chamei o gestor <strong>para</strong> uma<br />

conversa reflexiva e, juntos, elencamos<br />

tudo o que aquela <strong>em</strong>presa<br />

fazia de diferente <strong>para</strong> o cliente.<br />

Chegamos a uma lista de seis<br />

itens de diferenciação, que não<br />

<strong>esta</strong>vam sendo trabalhados pela<br />

equipe. Investir <strong>em</strong> diferenciação<br />

e <strong>vender</strong> preço é algo que quebra<br />

uma <strong>em</strong>presa.<br />

Custo x investimento<br />

O ano passado foi um ano muito<br />

bom <strong>para</strong> a área de treinamentos<br />

corporativos, diagnósticos e consultoria.<br />

Enquanto muitas <strong>em</strong>presas<br />

ficaram reclamando da<br />

crise, outras nos contrataram <strong>para</strong><br />

capacitar suas equipes. Porém,<br />

uma história vivida por nós com<br />

um prospect foi marcante...<br />

Essa <strong>em</strong>presa queria desenvolver<br />

um programa de treinamento<br />

on-line continuado, e uma<br />

das ações do treinamento era a<br />

produção de um vídeo sobre cada<br />

novo produto. A ideia era treinar<br />

os vendedores <strong>para</strong> que eles estivess<strong>em</strong><br />

prontos <strong>para</strong> mostrar o<br />

produto ao cliente ou, ainda, ter<br />

um material de apoio <strong>para</strong> o vendedor<br />

apresentar na visita. Veja<br />

que interessante: antes, quando<br />

eles lançavam um produto, imprimiam<br />

os detalhes técnicos e<br />

os diferenciais <strong>em</strong> uma folha.<br />

64<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Depois, passaram a gravar um<br />

vídeo que servia tanto <strong>para</strong> o vendedor<br />

quanto <strong>para</strong> o cliente! Eles<br />

já faziam isso internamente, aliás,<br />

mas queriam que déss<strong>em</strong>os<br />

uma olhada <strong>para</strong> profissionalizar<br />

o trabalho, assim como fariam<br />

com toda parte de treinamento.<br />

Mas, <strong>para</strong> minha total surpresa,<br />

o programa foi simplesmente<br />

cortado! Segundo os responsáveis,<br />

os custos de produção<br />

não eram baixos, o projeto envolvia<br />

muita gente (gerente de desenvolvimento,<br />

de vendas etc.),<br />

tomava muito t<strong>em</strong>po de todos e<br />

assim por diante. Por isso, decidiram<br />

<strong>para</strong>r.<br />

Para entender melhor o cenário,<br />

perguntei se o ritmo de lançamentos<br />

também seria diminuído,<br />

e soube que não – pelo contrário,<br />

o ritmo <strong>esta</strong>va acelerado!<br />

Veja só a cadeia que se abriu:<br />

os produtos seriam lançados dentro<br />

de um modelo mais artesanal,<br />

s<strong>em</strong> os vídeos com os quais a<br />

equipe <strong>esta</strong>va acostumada. Naturalmente,<br />

corre-se o risco de<br />

os novos produtos não ser<strong>em</strong> vendidos,<br />

ficar<strong>em</strong> <strong>em</strong> estoque e, com<br />

isso, a <strong>em</strong>presa sentir-se desestimulada<br />

a lançar novos produtos,<br />

uma vez que os lançamentos se<br />

acumulariam e poderiam tomar<br />

lugar dos produtos mais vendidos,<br />

que provavelmente teriam seus<br />

estoques reduzidos. Essa <strong>em</strong>presa<br />

está gerando a própria crise!<br />

Veja, não estou propondo uma<br />

gastança s<strong>em</strong> limites, mas um<br />

questionamento do quanto esses<br />

cortes mal-feitos pod<strong>em</strong> gerar<br />

tragédias. E será mesmo que o<br />

que está sendo cortado é um custo,<br />

e não um investimento? T<strong>em</strong><br />

uma coisa que s<strong>em</strong>pre digo nas<br />

reuniões estratégicas de que participo<br />

nas <strong>em</strong>presas: análises superficiais<br />

levam a desastres fatais.<br />

O lado dos vendedores<br />

Outro ponto importante são os<br />

vendedores que geram a própria<br />

crise por <strong>vender</strong><strong>em</strong> s<strong>em</strong> estratégia<br />

alguma. Eles são dominados pelo<br />

medo e passam a oferecer produtos<br />

mais baratos e <strong>para</strong>m de ousar, não<br />

oferec<strong>em</strong> produtos de maior valor<br />

agregado, não tentam fazer vendas<br />

adicionais e não prospectam clientes<br />

<strong>para</strong> compensar os que estão<br />

perdendo. Em resumo, eles afundam<br />

junto com suas vendas!<br />

O fato é que as saídas <strong>para</strong> <strong>vender</strong><br />

mais são simples: ou vende-se<br />

<strong>para</strong> mais clientes, ou vende-se<br />

mais mix, ou produtos de maior<br />

valor agregado ou <strong>em</strong> maiores<br />

quantidades <strong>para</strong> os atuais clientes.<br />

Não existe outro caminho<br />

<strong>para</strong> <strong>vender</strong> mais! Mas quando<br />

questiono os vendedores quanto<br />

ao que eles farão <strong>para</strong> <strong>vender</strong><br />

mais <strong>em</strong> 2017, o que ouço é uma<br />

série de enrolações s<strong>em</strong> números<br />

ou estratégias. Para resolver esse<br />

probl<strong>em</strong>a, você precisa responder<br />

rapidamente:<br />

1. Para quantos clientes você pretende<br />

<strong>vender</strong> por mês <strong>em</strong> 2017?<br />

2. Quantos clientes ativos você<br />

precisa ter <strong>para</strong> atingir essa<br />

meta?<br />

3. Você t<strong>em</strong> uma meta de venda<br />

<strong>para</strong> cada cliente?<br />

4. Qual ticket médio precisa atingir?<br />

5. Quantos itens por cliente precisa<br />

<strong>vender</strong>?<br />

6. E o mais importante: como<br />

você pretende fazer isso?<br />

Veja que esse é um plano muito<br />

simples que todo líder deveria<br />

fazer sua equipe preencher este<br />

ano – ou melhor, que todo líder<br />

deveria preencher com sua equipe.<br />

Por outro lado, vejo <strong>em</strong>presas<br />

reagindo a esse modelo, lançando<br />

produtos de alto valor <strong>para</strong>,<br />

se não <strong>vender</strong> grandes quantidades,<br />

pelo menos auxiliar na<br />

ancorag<strong>em</strong> e também d<strong>em</strong>onstrar<br />

que o posicionamento de diferenciação<br />

continua valendo (porque<br />

a verdade é uma só: muitas<br />

<strong>em</strong>presas falam que são diferenciadas,<br />

mas na hora da crise ficam<br />

todas iguais. Ou grande<br />

parte delas).<br />

Para pensar<br />

Eu tive um grande professor de<br />

marketing que falava que o excesso<br />

de dinheiro é inimigo da<br />

criatividade, pois, com dinheiro,<br />

quase tudo se transforma <strong>em</strong> uma<br />

superprodução enfadonha, que<br />

raramente supera uma boa e simples<br />

ideia. O que vejo hoje é que<br />

a crise também assassina a criatividade<br />

das <strong>em</strong>presas, mas que<br />

é justamente nesse momento que<br />

t<strong>em</strong>os que ser mais criativos. Não<br />

estou dizendo que é preciso fazer<br />

loucuras, mas não pod<strong>em</strong>os nos<br />

submeter à ditadura da crise.<br />

E você, vai gerar sua própria<br />

crise <strong>em</strong> 2017?<br />

Marcelo Caetano é sócio-diretor da consultoria<br />

Soluções <strong>VendaMais</strong> e autor dos livros<br />

Vendedor fiel, cliente fiel e Chega de desconto!<br />

E-mail: caetano@vendamais.com.br<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017 65


ATÉ MAIS / DA REDAÇÃO<br />

Dúvidas de vendas?<br />

A <strong>VendaMais</strong> responde!<br />

Há pouco menos de dois anos, conscientes de que as páginas da <strong>VendaMais</strong> não eram suficientes<br />

<strong>para</strong> responder todas as dúvidas de nossos leitores, criamos uma série especial no<br />

YouTube chamada <strong>VendaMais</strong> Responde. Nela, Raul Candeloro e Marcelo Caetano, diretores<br />

da revista e especialistas <strong>em</strong> vendas, escolh<strong>em</strong> dúvidas de leitores enviadas por e-mail<br />

que se repet<strong>em</strong> e debat<strong>em</strong> o assunto, apresentando reflexões pertinentes, dicas preciosas e<br />

grandes ensinamentos!<br />

De fevereiro de 2015 (quando a série foi lançada) <strong>para</strong> cá, já produzimos mais de dez vídeos, que são<br />

s<strong>em</strong>pre lançados com exclusividade aos nossos assinantes e, meses depois, liberados <strong>para</strong> o público <strong>em</strong><br />

geral – caso dos episódios listados abaixo, que foram os cinco primeiros a entrar no ar e que agora já<br />

estão disponíveis. Assista, inscreva-se no nosso canal e não perca mais os vídeos dessa série. Eles com<br />

certeza serão muito úteis <strong>para</strong> o seu dia a dia <strong>em</strong> vendas!<br />

Como fazer a gestão da<br />

carteira de clientes?<br />

bit.ly/g<strong>esta</strong>o-carteira<br />

Como dar feedback<br />

(de verdade) <strong>para</strong> a equipe<br />

de vendas?<br />

bit.ly/4-feedback-vendas<br />

Como <strong>vender</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos<br />

de crise?<br />

bit.ly/2-como-<strong>vender</strong>-crise<br />

Como fazer reuniões de vendas<br />

mais produtivas?<br />

bit.ly/VM-Responde-reunioes-produtivas<br />

Como treinar a equipe<br />

de vendas?<br />

bit.ly/VM-Responde<br />

Quer ver sua dúvida sendo respondida por Raul Candeloro e Marcelo Caetano? Escreva <strong>para</strong> leitor@<br />

vendamais.com.br. Ela pode até não virar t<strong>em</strong>a de uma edição do <strong>VendaMais</strong> Responde, mas com<br />

certeza não ficará s<strong>em</strong> resposta!<br />

Não é assinante <strong>VendaMais</strong>, terminou de ler <strong>esta</strong> edição e se animou a fazer parte do grupo que recebe nossas novidades<br />

<strong>em</strong> primeira mão e t<strong>em</strong> acesso a conteúdos exclusivos? Acesse bit.ly/<strong>VendaMais</strong>-assinatura e faça sua assinatura!<br />

66<br />

vendamais.com.br - JANEIRO-FEVEREIRO 2017


Grande<br />

oportunidade<br />

Você está à procura de<br />

uma grande oportunidade?<br />

Bom, então pode <strong>para</strong>r<br />

de procurar. A maior<br />

oportunidade que qualquer<br />

pessoa gostaria de<br />

ter na vida já é sua. E você<br />

não t<strong>em</strong> que pagar por ela,<br />

n<strong>em</strong> preencher uma ficha.<br />

Essa chance incrível pode<br />

trabalhar a seu favor, independent<strong>em</strong>ente<br />

do seu<br />

passado, da sua educação,<br />

da sua escolaridade, das<br />

suas habilidades físicas<br />

ou de algum treinamento<br />

técnico.<br />

A oportunidade à sua<br />

frente chama-se hoje. E<br />

ela t<strong>em</strong> um poder enorme,<br />

com o potencial de entregar<br />

tudo que você realmente<br />

quiser. Sua grande<br />

chance está aqui e agora.<br />

São as horas e os momentos<br />

preciosos, irrecuperáveis,<br />

que compõ<strong>em</strong> o seu<br />

dia. Seja qual for a hora<br />

<strong>em</strong> que você estiver lendo<br />

isto, o hoje <strong>esta</strong>rá apenas<br />

começando. Você terá à<br />

sua frente 24 horas novinhas,<br />

disponíveis, fresquinhas,<br />

esperando <strong>para</strong> ser<strong>em</strong><br />

usadas até <strong>esta</strong> mesma<br />

hora amanhã.<br />

Hoje é uma oportunidade<br />

gigantesca. Ninguém,<br />

n<strong>em</strong> os mais ricos ou famosos,<br />

t<strong>em</strong> mais horas<br />

de oportunidades do que<br />

você. Para todos, o dia t<strong>em</strong><br />

o mesmo tamanho. Aproveite!<br />

Viva – e transforme<br />

esse dia <strong>em</strong> algo positivo.<br />

Ralph Marston<br />

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