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VendaMais-264-Indicadores-de-performance-na-pratica

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Entrevista<br />

Alessandra Assad, mestre em neuroli<strong>de</strong>rança e autora do livro<br />

Li<strong>de</strong>rança tóxica, aponta as diferenças entre lí<strong>de</strong>res contagiantes e lí<strong>de</strong>res<br />

contagiosos e revela como você po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir se está sendo tóxico para<br />

sua equipe – ou se seu lí<strong>de</strong>r é contagioso<br />

Guia prático<br />

para combater<br />

objeções<br />

ANO 23 I Nº <strong>264</strong> I SETEMBRO-OUTUBRO/2017 I R$ 19,50<br />

vendamais.com.br<br />

C O N H E C I M E N T O S I H A B I L I D A D E S I A T I T U D E S<br />

<strong>Indicadores</strong> <strong>de</strong> <strong>performance</strong> <strong>na</strong> prática<br />

Como criar o placar <strong>de</strong> sucesso da sua equipe <strong>de</strong> vendas<br />

Faturamento, ticket médio, carteira <strong>de</strong> clientes, contatos feitos… são tantos os indicadores <strong>de</strong><br />

<strong>performance</strong> que po<strong>de</strong>m ser medidos em vendas que é normal que você não saiba por on<strong>de</strong> começar a<br />

criação do seu placar <strong>de</strong> sucesso. Está <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> resolver esse problema e monitorar <strong>de</strong> perto os<br />

números que realmente importam para o sucesso da sua operação comercial. Saiba como fazer isso


2<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 3


vendamais<br />

SET-OUT/17<br />

06 Editorial<br />

Mudanças: <strong>na</strong> pele antiga, não se consegue<br />

crescer<br />

08 Reservado para você<br />

O que os leitores dizem sobre a Venda-<br />

Mais<br />

09 Entre nós<br />

On<strong>de</strong> estivemos, novida<strong>de</strong>s e lançamentos<br />

10 On-line<br />

Você sabe quais são os motivos que o<br />

fazem per<strong>de</strong>r oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vendas?<br />

12 Manual do lí<strong>de</strong>r<br />

Você confia <strong>na</strong> sua equipe? Está <strong>na</strong> hora<br />

<strong>de</strong> começar a <strong>de</strong>monstrar isso!<br />

32<br />

14 Thiago Concer<br />

A curva <strong>de</strong> Laffer e a cobrança dos ven<strong>de</strong>dores<br />

16<br />

16 Superven<strong>de</strong>dores<br />

Quando a “sorte” encontra superven<strong>de</strong>dores<br />

20 Passos da Venda<br />

Rebatendo objeções <strong>na</strong> prática<br />

22 Entrevista<br />

Alessandra Assad, mestre em neuroli<strong>de</strong>rança<br />

e autora do livro Li<strong>de</strong>rança<br />

Tóxica, aponta as diferenças entre<br />

lí<strong>de</strong>res contagiantes e lí<strong>de</strong>res contagiosos<br />

e revela como você po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir se está sendo tóxico para<br />

sua equipe – ou se seu lí<strong>de</strong>r é contagioso<br />

4 vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


28<br />

14<br />

28 Técnicas <strong>de</strong> Venda<br />

Quer melhorar seu fechamento? Foque<br />

no início do seu processo!<br />

42 Enciclopédia <strong>VendaMais</strong><br />

Uma nova análise sobre o processo <strong>de</strong><br />

vendas<br />

32 Capa<br />

<strong>Indicadores</strong> <strong>de</strong> <strong>performance</strong>: o placar<br />

<strong>de</strong> sucesso da sua equipe <strong>de</strong> vendas<br />

44 Quebre a banca<br />

Você não precisa gostar <strong>de</strong> pessoas<br />

para ven<strong>de</strong>r!<br />

44<br />

40 Tecnologia em Vendas<br />

Inteligência geográfica para melhorar<br />

a eficiência estratégica<br />

46 Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

As pessoas que ven<strong>de</strong>m<br />

50 Até mais<br />

11 perguntas para respon<strong>de</strong>r antes <strong>de</strong><br />

colocar uma i<strong>de</strong>ia em prática<br />

51 Ralph Marston<br />

Se ape<strong>na</strong>s...<br />

50<br />

22<br />

22<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 5


EDITORIAL<br />

Raul CANDELORO<br />

Mudanças:<br />

<strong>na</strong> pele antiga,<br />

não se consegue<br />

crescerLembro como se fosse hoje: estávamos – meus pais, meus irmãos e eu –<br />

visitando o Instituto Butantan, em São Paulo. Uma bióloga nos acompanhava<br />

no tour e no caminho ia nos mostrando as cobras que tinha lá.<br />

“Esta é uma cascavel, esta uma jararaca, esta uma cobra coral, esta é<br />

uma coral-falsa (igualzinha à coral, só que não é venenosa)”, dizia ela.<br />

A certo ponto nos <strong>de</strong>paramos com uma cobra bem gran<strong>de</strong> – que não<br />

lembro como se chamava – e que estava passando por um momento<br />

diferente e que chamou minha atenção: ela estava trocando <strong>de</strong> pele.<br />

Perguntei para a bióloga se ela estava doente. Ela riu e respon<strong>de</strong>u: “Não,<br />

ela não está doente. Pelo contrário. Está bem saudável – e crescendo.<br />

Algumas cobras precisam trocar <strong>de</strong> pele quando crescem. Aí acontece<br />

isso: elas vão se roçando <strong>na</strong>s pedras, tirando a pele antiga para permitir<br />

que a pele nova, maior, cresça.”<br />

Fiquei com aquilo <strong>na</strong> cabeça – que muitas vezes você precisa “trocar<br />

<strong>de</strong> pele” para crescer.<br />

Sinto que a mesma coisa acontece <strong>na</strong>s nossas vidas. Temos ciclos,<br />

períodos claros que começam e termi<strong>na</strong>m para que uma nova etapa<br />

possa acontecer.<br />

Nessas horas alguma coisa começa a incomodar. Você não sabe bem<br />

o que é; só sabe que não está 100% feliz ou realizado, que as coisas não<br />

estão exatamente como <strong>de</strong>veriam estar e que alguma coisa precisa mudar.<br />

Basicamente, é você mesmo que precisa mudar!<br />

Artistas chamam isso <strong>de</strong> “fases” ou “períodos”. Você pega as pinturas<br />

<strong>de</strong> Picasso, por exemplo, e consegue i<strong>de</strong>ntificar nitidamente os diferentes<br />

períodos da vida <strong>de</strong>le. A escolha dos temas, das cores, das formas foi<br />

mudando em cada uma das fases do trabalho <strong>de</strong>le.<br />

Na prática, o artista reflete no seu trabalho as mudanças pelas quais<br />

passa em sua vida. Para fazer isso, precisa respeitar e honrar o passado<br />

que o trouxe até ali, e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong> certa forma romper com<br />

esse passado para evoluir.<br />

Já aconteceu isso <strong>na</strong> sua vida, pessoal ou profissio<strong>na</strong>l? Imagino que<br />

sim. Olhando para trás, temos sempre um misto <strong>de</strong> sentimentos em<br />

relação a essas fases. Era você mesmo? Era outra pessoa?<br />

6<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


É como ver uma foto sua <strong>de</strong><br />

anos atrás. Você sabe que é você.<br />

Por outro lado, não é mais, pois<br />

você agora é outra pessoa. Uma<br />

pessoa que passou por muitas coisas,<br />

trocou <strong>de</strong> pele, sofreu, chorou,<br />

riu, cresceu, ganhou, per<strong>de</strong>u, ajudou,<br />

foi ajudado, teve esperança,<br />

teve frustrações, sonhou, realizou,<br />

conseguiu muita coisa e viu o quanto<br />

ainda tem para fazer.<br />

Alguns especialistas no assunto<br />

dizem que os ciclos são feitos <strong>de</strong><br />

10 anos. Outros <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que são<br />

<strong>de</strong> sete anos. Seja qual for a duração<br />

do ciclo, para mim é certo que existem.<br />

Como ondas no seu calendário<br />

(o calendário e a agenda são<br />

quadradinhos; nossa vida é <strong>de</strong> altos<br />

e baixos como as ondas).<br />

A questão toda é enten<strong>de</strong>r e<br />

aceitar as mudanças como algo<br />

positivo, <strong>na</strong>quele mindset que eu<br />

sempre cito, do Kaizen: “hoje melhor<br />

do que ontem, amanhã melhor<br />

do que hoje.”<br />

Como não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

ser, a mesma coisa acontece aqui<br />

<strong>na</strong> <strong>VendaMais</strong>. A cada três ou quatro<br />

anos, revisamos tudo que estamos<br />

fazendo e perguntamos: “Estamos<br />

ajudando <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>? Estamos<br />

cumprindo nossa missão <strong>de</strong><br />

ajudar empresas e ven<strong>de</strong>dores do<br />

Brasil a ven<strong>de</strong>rem mais e melhor?”<br />

E fazemos os ajustes necessários.<br />

Quando a <strong>VendaMais</strong> surgiu,<br />

não existia e-mail, smartphone,<br />

CRM, big data, YouTube, Facebook,<br />

S<strong>na</strong>pchat, Instagram, LinkedIn,<br />

WhatsApp. Hoje, precisamos adaptar<br />

nossa linguagem e técnicas às<br />

ferramentas existentes. O jeito das<br />

pessoas lerem, estudarem, procurarem<br />

informações mudou. Tudo<br />

é mais focado, mais dirigido, mais<br />

direto. Conteúdo + experiência fazem<br />

toda a diferença.<br />

Você notará uma <strong>VendaMais</strong><br />

mais focada, mais leve e mais prática<br />

<strong>na</strong>s novas edições. Ao mesmo<br />

tempo, verá que temos cada vez<br />

mais opções para você se aprofundar<br />

nos assuntos que quiser pesquisar<br />

(basta acessar nosso site –<br />

www.vendamais.com.br – e ver<br />

todos os artigos, entrevistas, e-books<br />

e ví<strong>de</strong>os que temos sobre qualquer<br />

assunto ligado a vendas).<br />

Dê uma olhada no novo formato<br />

da revista, veja o que acha e<br />

me man<strong>de</strong> suas opiniões. Estamos<br />

aqui para ajudar você (e sua equipe<br />

<strong>de</strong> vendas, caso seja o gestor) a<br />

ven<strong>de</strong>r cada vez mais e melhor.<br />

Fazemos isso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994 e queremos<br />

continuar melhorando junto<br />

com você. Seu feedback é fundamental<br />

nesse processo.<br />

Assim, eu teria quatro gran<strong>de</strong>s<br />

perguntas para lhe fazer ao fi<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong>ste editorial:<br />

1) Quais você acredita serem as<br />

principais qualida<strong>de</strong>s da Venda-<br />

Mais?<br />

2) De que forma nós agregamos<br />

algo <strong>de</strong> valor <strong>na</strong> sua vida pessoal<br />

ou profissio<strong>na</strong>l?<br />

3) Qual você acredita ser o nosso<br />

talento, ou dom único, que a<br />

<strong>VendaMais</strong> <strong>de</strong>veria ser mais<br />

ousada em revelar para o mundo?<br />

4) Que sugestão você teria para nos<br />

dar e que tor<strong>na</strong>ria a <strong>VendaMais</strong><br />

ainda melhor para você?<br />

Como sempre, <strong>de</strong>ixo meu e-mail<br />

pessoal para você mandar suas<br />

respostas e comentários: raul@<br />

vendamais.com.br.<br />

Abraços <strong>de</strong> um apaixo<strong>na</strong>do<br />

por vendas tentando sempre melhorar<br />

e ajudar você a ven<strong>de</strong>r mais<br />

e melhor.<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro<br />

Diretor<br />

<strong>VendaMais</strong><br />

Diretor<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro<br />

raul@vendamais.com.br<br />

editor<br />

Natasha Schiebel<br />

<strong>na</strong>tasha@vendamais.com.br<br />

DIREtor DE ARTE<br />

An<strong>de</strong>rson L.A.<br />

an<strong>de</strong>rson@vendamais.com.br<br />

conselho editorial<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro<br />

Marcelo Caetano<br />

coLABORAÇÃO<br />

Francine Pereira<br />

João Guilherme Brotto<br />

Tom S. Neto<br />

REVISÃO<br />

Davi Miranda<br />

ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

atendimento@vendamais.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Natasha Schiebel<br />

<strong>na</strong>tasha@vendamais.com.br<br />

MTB 0008336/PR<br />

<strong>VendaMais</strong> ® é publicada 6 vezes ao ano pela<br />

Editora Quantum e comercializada pela<br />

Editora Quantum.<br />

Curitiba-PR. CEP: 80251-970<br />

Site: www.vendamais.com.br<br />

Para Anunciar:<br />

publicida<strong>de</strong>@vendamais.com.br<br />

(41) 3022-1000<br />

Para acessar o midiakit <strong>VendaMais</strong>:<br />

www.vendamais.com.br/anuncie<br />

Horário <strong>de</strong> atendimento: das 8h às 17h30<br />

0800-647-6247<br />

Horário <strong>de</strong> atendimento: das 8h às 17h30<br />

Editora Quantum. Tiragem <strong>de</strong>sta edição: 21.000<br />

exemplares. Todos os direitos reservados. A reprodução<br />

total ou parcial <strong>de</strong>ste material é permitida mediante<br />

autorização prévia e expressa da Editora Quantum Ltda.,<br />

e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte. O conteúdo dos artigos é <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> dos autores.<br />

Autores ou consultores que quiserem publicar seus trabalhos<br />

<strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> vendas ou marketing <strong>de</strong>vem entrar em contato<br />

com a equipe editorial pelo telefone: (41) 3022-1000.<br />

A responsabilida<strong>de</strong> pelo conteúdo dos anúncios, bem<br />

como pela sua produção e compromissos inerentes, é da<br />

agência e do anunciante.<br />

SISTEMA DE GESTÃO INTERNA<br />

Tivel<br />

www.teck.com.br/tivel<br />

PRÉ-IMPRESSÃO e impressÃo:<br />

Prol Editora Gráfica – (11) 2169-6199<br />

dISTRIBUIÇÃO PARA ASSINANTES:<br />

Empresa Brasileira <strong>de</strong> Correios<br />

OPERAÇÃO EM BANCAS:<br />

Assessoria Edicase<br />

www.edicase.com.br<br />

Distribuição exclusiva em bancas<br />

DINAP S/A – DISTRIBUIDORA NACIONAL<br />

DE PUBLICAÇÕES<br />

bit.ly/TV-Quantum<br />

facebook.com/<strong>VendaMais</strong><br />

Nossa missão:<br />

Fazer o Brasil ven<strong>de</strong>r melhor.<br />

7


Reservado para Você<br />

representantes Luiz Barreto Costa Neto<br />

comerciais <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> transformação “Somos<br />

<strong>de</strong> metais e atuamos no Norte e no<br />

Nor<strong>de</strong>ste do Brasil (da Bahia ao<br />

Pará). Há algum tempo já tínhamos<br />

bons resultados práticos usando o<br />

conteúdo da revista <strong>VendaMais</strong> e<br />

fazendo a leitura <strong>de</strong> exemplares<br />

avulsos (que comprávamos em<br />

banca), mas recentemente nos tor<strong>na</strong>mos<br />

assi<strong>na</strong>ntes e estamos muito<br />

satisfeitos. As matérias são<br />

extremamente práticas, utilizam<br />

uma linguagem simples e apresentam<br />

lições que po<strong>de</strong>m ser colocadas<br />

em exercício instantaneamente.<br />

Temos uma gran<strong>de</strong> participação no<br />

mercado e <strong>na</strong>s re<strong>de</strong>s sociais, e a<br />

partir <strong>de</strong> agora estamos sugerindo sempre a leitura <strong>de</strong>ssa<br />

revista, que é <strong>pratica</strong>mente uma aula. Parabéns a todos os<br />

envolvidos e aos leitores!”<br />

Luiz Barreto Costa Neto<br />

Gerente Comercial da Barmont Consultoria e Representação<br />

Direto do Facebook<br />

Curta: facebook.com/vendamais<br />

“Amo a <strong>VendaMais</strong> porque ela reúne muitas dicas práticas<br />

que posso usar no meu dia a dia.”<br />

Debora Felix Torres<br />

“Não tenho como mensurar<br />

a importância<br />

<strong>de</strong>ssa fantástica ferramenta<br />

<strong>de</strong> trabalho diário.<br />

Obrigado, revista<br />

<strong>VendaMais</strong>!”<br />

Thiago Schro<strong>de</strong>r<br />

Thiago Schro<strong>de</strong>r<br />

Fez sucesso no LinkedIn<br />

A matéria <strong>de</strong> capa da <strong>VendaMais</strong> <strong>de</strong><br />

julho <strong>de</strong> 2011 tinha o seguinte título:<br />

“Caçadores x Fazen<strong>de</strong>iros: como lidar<br />

com perfis diferentes <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores?”<br />

Recentemente, sugerimos a leitura<br />

<strong>de</strong>ssa reportagem em uma publicação<br />

<strong>na</strong> nossa pági<strong>na</strong> no LinkedIn<br />

(bit.ly/linkedin-VM) e ela fez sucesso<br />

entre os seguidores, que fizeram alguns elogios:<br />

“Excelente matéria. A melhor que já li nesta plataforma.”<br />

Jaime Hallison Bezerra da Silva<br />

“A <strong>VendaMais</strong> é maravilhosa. É realmente a melhor<br />

publicação <strong>de</strong> vendas do Brasil. Tem ótimos artigos<br />

sobre vendas e sobre diversos outros temas pertinentes<br />

ao dia a dia da área comercial. É uma revista excelente!”<br />

Rodrigo Barbosa Silveira<br />

“Eu amo a revista <strong>VendaMais</strong>! Ao adquirir um exemplar<br />

da edição <strong>de</strong> julho/agosto, comprei inclusive uma caneta<br />

marca-texto para <strong>de</strong>stacar as novida<strong>de</strong>s. Trabalho<br />

<strong>na</strong> área comercial há mais <strong>de</strong> 15 anos e, para me manter<br />

atualizada, leio a <strong>VendaMais</strong>! Recomendo a todo<br />

profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vendas!”<br />

Erika <strong>de</strong> Conto<br />

“Acho essa edição da <strong>VendaMais</strong> maravilhosa. Sempre<br />

a releio.”<br />

Aldo Coelho Filho<br />

“Esse artigo ficou muito bom!”<br />

Eduardo Scariot<br />

E não podia ser diferente. Afi<strong>na</strong>l, a reportagem traz<br />

tudo o que você precisa saber para <strong>de</strong>cidir que tipo <strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>dor trazer para a sua equipe. Quer ler (ou reler)?<br />

Acesse: lnkd.in/dchENUm.<br />

Participe da seção<br />

"Reservado para Você"<br />

Envie críticas, sugestões, <strong>de</strong>ixe sua palavra, conte sua história,<br />

divida seus resultados conosco, mostre sua equipe*. O espaço é<br />

todo seu. Estamos esperando por você!<br />

Escreva agora mesmo para leitor@vendamais.com.br ou, se<br />

preferir, publique no mural da nossa pági<strong>na</strong> no Facebook (facebook.<br />

com/vendamais) e participe! Sua opinião é muito importante<br />

para nós.<br />

*As fotos serão avaliadas pela equipe <strong>de</strong> redação.<br />

8<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


ENTRE NÓS<br />

“Buteco <strong>de</strong> Vendas”<br />

Vem aí o Masterclass<br />

Rethink 2017!<br />

No fim do ano passado, um grupo seleto <strong>de</strong> gestores comerciais esteve reunido<br />

em Curitiba (PR) durante dois dias para <strong>de</strong>bater gestão <strong>de</strong> vendas e<br />

começar a pensar em seu planejamento estratégico comercial para 2017. Comandado<br />

por Raul Can<strong>de</strong>loro e Marcelo Caetano, diretores da <strong>VendaMais</strong> com<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> experiência <strong>na</strong> área comercial, o Masterclass Rethink 2016<br />

foi um sucesso (você po<strong>de</strong> ver os <strong>de</strong>poimentos dos participantes acessando bit.<br />

ly/MasterclassVM). Por isso mesmo, ganhará uma segunda edição este ano!<br />

Nos dias 1 e 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, vamos, juntos, repensar conceitos e estratégias<br />

para ajudar você e sua equipe a ven<strong>de</strong>rem mais e melhor em 2018. O evento será<br />

em formato <strong>de</strong> workshop dinâmico, interativo e prático. O grupo é fechado e as<br />

inscrições são limitadas, pois o objetivo é proporcio<strong>na</strong>r um ambiente realmente<br />

<strong>de</strong> troca, participativo, em que todos possam questio<strong>na</strong>r, tirar dúvidas, <strong>de</strong>scobrir<br />

novas ferramentas, conceitos, estratégias e conhecimentos.<br />

Para saber mais e garantir sua vaga, acesse vendamais.com.br/masterclass<br />

-rethink. Nos vemos lá!<br />

Em julho, aconteceu em São José do Rio Preto (SP) a<br />

primeira edição do “Buteco <strong>de</strong> Vendas”, um projeto do<br />

Cegente (empresa especializada em educação corporativa)<br />

em parceria com a <strong>VendaMais</strong>. “O objetivo é <strong>de</strong>bater<br />

assuntos relacio<strong>na</strong>dos a vendas, sempre com um<br />

convidado responsável por fazer a contextualização do<br />

tema para os participantes po<strong>de</strong>rem discutir o assunto”,<br />

conta A<strong>na</strong> Caroli<strong>na</strong> Verdi Braga Ragonha, sócia-diretora<br />

do Cegente.<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro foi o primeiro convidado do “Buteco<br />

<strong>de</strong> Vendas”, evento que proporcionou <strong>de</strong>bates riquíssimos<br />

em um ambiente <strong>de</strong>scontraído e regado a comida e bebida<br />

<strong>de</strong> boteco. Estes foram alguns dos temas trabalhados<br />

<strong>na</strong> ocasião: reuniões produtivas, recrutamento e<br />

seleção <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores, trei<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores,<br />

campanhas <strong>de</strong> vendas, motivação e engajamento, planejamento<br />

e pós-venda.<br />

O próximo “Buteco <strong>de</strong> Vendas” acontecerá no dia 25<br />

<strong>de</strong> outubro, também em São José do Rio Preto, mas a<br />

i<strong>de</strong>ia dos organizadores é levar o evento para outras<br />

cida<strong>de</strong>s do Brasil. Fique <strong>de</strong> olho em nossas re<strong>de</strong>s sociais<br />

para ficar por <strong>de</strong>ntro das novida<strong>de</strong>s!<br />

1 Curta nossa fanpage: facebook.com/vendamais<br />

1 Siga a gente no LinkedIn: bit.ly/linkedin-VM<br />

U<br />

ma das nossas principais<br />

preocupações aqui <strong>na</strong> <strong>VendaMais</strong><br />

é garantir que, “em casa<br />

<strong>de</strong> ferreiro, o espeto seja <strong>de</strong> adamantium”.<br />

Nesse sentido, nossa<br />

equipe está constantemente em<br />

busca <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento pessoal<br />

e profissio<strong>na</strong>l! Neste momento,<br />

por exemplo, Daniele<br />

Mocellin, especialista em trei<strong>na</strong>mento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento, e<br />

membro da equipe da Soluções<br />

<strong>VendaMais</strong>, está em San Diego<br />

(EUA) estudando <strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> da Califórnia. “Estou aqui para aperfeiçoar o<br />

inglês e buscar novida<strong>de</strong>s que possam ser implantadas em nossos projetos. Como<br />

sempre utilizamos conteúdos muito atuais nos trei<strong>na</strong>mentos, acredito que<br />

fortalecer a compreensão do idioma trará muitas novida<strong>de</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> nossos clientes também. Por isso, participo <strong>de</strong> tudo que acho po<strong>de</strong>r<br />

inspirar novas i<strong>de</strong>ias”, conta.<br />

Nos meses <strong>de</strong> julho e agosto, a equipe <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mentos<br />

da Soluções <strong>VendaMais</strong> (braço <strong>de</strong> serviços da Venda-<br />

Mais) esteve em Arapiraca (AL) capacitando os lí<strong>de</strong>res comerciais<br />

da Andra<strong>de</strong> Distribuidor, uma empresa que <strong>na</strong>sceu<br />

como peque<strong>na</strong> atacadista e hoje é um distribuidor <strong>de</strong> referência<br />

nos estados <strong>de</strong> Alagoas e Sergipe.<br />

Para a nossa equipe, é um orgulho po<strong>de</strong>r ajudar<br />

profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> vendas das mais diferentes regiões do<br />

Brasil!<br />

Quer ter a sua equipe trei<strong>na</strong>da pela nossa? Acesse<br />

vendamais.com.br/vendamais-in-company/ e saiba mais<br />

sobre os Trei<strong>na</strong>mentos In Company <strong>VendaMais</strong>. Seu<br />

caminho para ven<strong>de</strong>r mais e melhor passa por aqui!<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 9


ON-LINE<br />

POR Francine Pereira<br />

A importância da<br />

experiência do<br />

consumidor nos<br />

dispositivos móveis<br />

avanço da tecnologia em dispositivos móveis permite<br />

O que o consumidor esteja capacitado para avaliar, pesquisar<br />

e comprar produtos e serviços em qualquer lugar, a<br />

qualquer momento. Nesse cenário, irão se beneficiar as<br />

empresas que souberem aproveitar ao máximo as oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sse ca<strong>na</strong>l, investindo em ações, ferramentas e<br />

tecnologias específicas para mobile.<br />

De olho nessa tendência, a Google vem fazendo diversas<br />

pesquisas para enten<strong>de</strong>r essa nova realida<strong>de</strong>. Estas foram<br />

algumas das <strong>de</strong>scobertas feitas e que mostram a relevância<br />

dos ca<strong>na</strong>is móveis no relacio<strong>na</strong>mento entre empresas e<br />

consumidores:<br />

86%<br />

dos profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

marketing afirmam<br />

que tor<strong>na</strong>r o site<br />

móvel mais rápido<br />

aumenta as vendas<br />

e a satisfação dos<br />

consumidores.<br />

Acesse bit.ly/experiencia-mobile-pesquisa para saber mais.<br />

89%<br />

das pessoas estão<br />

mais dispostas a<br />

recomendar uma<br />

marca após terem<br />

uma boa<br />

experiência com a<br />

empresa no celular.<br />

Quando as pessoas<br />

têm uma experiência<br />

ruim com uma<br />

marca nos dispositivos<br />

móveis, há<br />

62% menos<br />

chances <strong>de</strong> elas<br />

comprarem da<br />

empresa no futuro.<br />

Ao acessarem sites<br />

via smartphone,<br />

53% das pessoas<br />

abando<strong>na</strong>m a<br />

pági<strong>na</strong> se ela<br />

<strong>de</strong>mora mais <strong>de</strong><br />

três segundos para<br />

carregar.<br />

62%<br />

dos consumidores<br />

esperam que as<br />

marcas entreguem<br />

uma experiência<br />

consistente em<br />

todos os ca<strong>na</strong>is.<br />

Sua empresa investe no ca<strong>na</strong>l mobile para alcançar essa<br />

importante parcela <strong>de</strong> clientes que utiliza o smartphone<br />

para se informar e se relacio<strong>na</strong>r com as marcas? Como os<br />

dados mostram, ter uma presença mobile forte é mais que<br />

um diferencial, é extremamente importante para aten<strong>de</strong>r à<br />

<strong>de</strong>manda dos consumidores atuais e se manter relevante no<br />

mercado.<br />

10<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


vendamais.com.br<br />

A aquisição da revista <strong>VendaMais</strong> dá direito ao acesso do conteúdo exclusivo<br />

do site <strong>VendaMais</strong> (www.vendamais.com.br). Se você é assi<strong>na</strong>nte, basta<br />

digitar seu e-mail e sua senha. Caso tenha adquirido a revista <strong>na</strong>s bancas,<br />

digite o login “banca” e a palavra-chave “INDICADORES”, válida ape<strong>na</strong>s para<br />

os meses <strong>de</strong> SETEMBRO e OUTUBRO.<br />

Saiba mais sobre as<br />

análises <strong>de</strong> Steve W.<br />

Martin em: bit.ly/stevemartin-pesquisa<br />

Você sabe quais são os motivos que o fazem<br />

per<strong>de</strong>r oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vendas?<br />

Cansado <strong>de</strong> ver profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> vendas<br />

B2B per<strong>de</strong>ndo gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s,<br />

o pesquisador da área comercial<br />

Steve W. Martin <strong>de</strong>cidiu estudar o que<br />

estava acontecendo. Com o objetivo <strong>de</strong><br />

enten<strong>de</strong>r a percepção dos clientes em<br />

relação aos ven<strong>de</strong>dores que os aten<strong>de</strong>m<br />

e <strong>de</strong>scobrir o que faz um ven<strong>de</strong>dor ser<br />

escolhido, ele entrevistou profissio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 230 empresas. Após a<strong>na</strong>lisar<br />

as respostas dadas pelos participantes<br />

da pesquisa, Martin concluiu que estes<br />

são os fatores-chave para uma venda<br />

encaminhada não acontecer:<br />

1 – Alguns clientes gostam <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>safiados.<br />

No estudo feito por Martin, 40% dos entrevistados<br />

afirmaram que preferem<br />

fazer negócios com ven<strong>de</strong>dores que os<br />

escutam e apresentam soluções alinhadas<br />

aos seus problemas específicos, e<br />

30% disseram que preferem ven<strong>de</strong>dores<br />

que os façam se sentir confortáveis. Porém,<br />

uma boa parcela (30%) também quer<br />

que os ven<strong>de</strong>dores os <strong>de</strong>safiem, que<br />

mostrem pontos <strong>de</strong> vista diferentes e<br />

apresentem soluções que eles não conhecem.<br />

Quando isso não acontece, eles<br />

simplesmente <strong>de</strong>sistem <strong>de</strong> comprar daquele<br />

profissio<strong>na</strong>l.<br />

2 – Existe uma “pessoa-chave” no processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

Mesmo quando a <strong>de</strong>cisão acontece coletivamente,<br />

existem fatores individuais<br />

que influenciam a <strong>de</strong>cisão fi<strong>na</strong>l – interesses<br />

pessoais, política, hierarquia etc. Na<br />

pesquisa <strong>de</strong> Martin, 90% dos participantes<br />

afirmaram que sempre existe um<br />

membro do grupo que tenta persuadir<br />

todos a seguirem sua <strong>de</strong>cisão – e que<br />

esse indivíduo tem sucesso em 89% dos<br />

casos. Ou seja, se o ven<strong>de</strong>dor não alcançar<br />

aquela “pessoa-chave”, ele não vai<br />

fechar a venda.<br />

3 – Alguns clientes são imunes ao preço.<br />

Martin i<strong>de</strong>ntificou que, no que se refere<br />

à percepção <strong>de</strong> preço, existem três categorias<br />

<strong>de</strong> clientes: os “conscientes”, que<br />

têm o preço como priorida<strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> compra; os “sensíveis”, que consi<strong>de</strong>ram<br />

o preço como fator secundário, <strong>de</strong>pois da<br />

funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>; e os “imunes”, que não<br />

<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> comprar algo por conta do<br />

preço – exceto quando o valor é muito<br />

mais alto do que a média do mercado.<br />

Nesse sentido, focar só no preço po<strong>de</strong>,<br />

em alguns casos, prejudicar a venda.<br />

4 – Falta <strong>de</strong> carisma do ven<strong>de</strong>dor.<br />

O conhecimento do ven<strong>de</strong>dor é um fator<br />

importante <strong>na</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

do cliente, mas não é o único, como<br />

mostra a pesquisa. Perceber o ven<strong>de</strong>dor<br />

como amigável e carismático também<br />

influencia a <strong>de</strong>cisão dos compradores.<br />

Martin <strong>de</strong>staca que um mix <strong>de</strong><br />

fatores “humanos” impacta a forma<br />

como os ven<strong>de</strong>dores são avaliados.<br />

Segundo o pesquisador, perceber essas<br />

nuances <strong>na</strong> conversa com os clientes é<br />

o que separa os ven<strong>de</strong>dores campeões<br />

dos per<strong>de</strong>dores.<br />

Engajamento é a<br />

métrica mais<br />

importante no<br />

marketing<br />

Já se foi o tempo em que uma propaganda<br />

<strong>na</strong> televisão ou um anúncio em<br />

uma revista era o suficiente para fazer<br />

o consumidor ter vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar<br />

um produto ou serviço. Na era digital,<br />

as pessoas precisam <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> marketing<br />

que vão além da publicida<strong>de</strong><br />

para se convencerem <strong>de</strong> que vale a<br />

pe<strong>na</strong> comprar <strong>de</strong> uma empresa. “O<br />

sistema <strong>de</strong> propaganda do século XX,<br />

que era baseado em persuadir o cliente<br />

por meio do valor do produto, já não<br />

funcio<strong>na</strong> mais”, afirma Bobby J. Cal<strong>de</strong>r,<br />

pesquisador <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> comportamento<br />

do consumidor e estratégias <strong>de</strong><br />

marketing.<br />

Em suas pesquisas, Cal<strong>de</strong>r <strong>de</strong>scobriu<br />

que quando os consumidores se<br />

sentem engajados em uma experiência<br />

proporcio<strong>na</strong>da por uma marca – seja<br />

em um evento ou em um ví<strong>de</strong>o on-line<br />

–, eles estão mais dispostos a repetir<br />

a dose. Além disso, o engajamento também<br />

contribui para que eles comprem<br />

produtos e serviços associados a essa<br />

experiência.<br />

Nesse sentido, a Red Bull, por exemplo,<br />

realiza eventos <strong>de</strong> esportes radicais<br />

para reforçar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca<br />

associada à aventura. E você, o que tem<br />

feito? Pense nisso!<br />

Para ter acesso ao estudo (em inglês) e enten<strong>de</strong>r<br />

mais sobre como medir o engajamento do seu<br />

público, visite: bit.ly/pesquisa-engajamento.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 11


MANUAL DO LÍDER<br />

Por Francine Pereira<br />

Você confia <strong>na</strong> sua<br />

equipe? Está <strong>na</strong><br />

hora <strong>de</strong> começar a<br />

<strong>de</strong>monstrar isso!<br />

Holly Hen<strong>de</strong>rson Brower, Scott Wayne Lester e M. Audrey<br />

Korsgaard são três pesquisadores <strong>na</strong> área <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

que trazem uma má notícia para os lí<strong>de</strong>res que não se preocupam<br />

em <strong>de</strong>monstrar a confiança que têm em seus colaboradores:<br />

ao a<strong>na</strong>lisar a interação entre gestores e suas<br />

equipes em empresas <strong>de</strong> diversos segmentos e tamanhos<br />

durante <strong>de</strong>z anos, os especialistas i<strong>de</strong>ntificaram que empregados<br />

que não sentem que seus lí<strong>de</strong>res confiam neles se<br />

esforçam menos, são menos produtivos e estão mais dispostos<br />

a <strong>de</strong>ixar a empresa. Já aqueles profissio<strong>na</strong>is que<br />

sabem que os lí<strong>de</strong>res confiam neles para executar tarefas-<br />

-chave vão além das expectativas. Além disso, essa percepção<br />

também influencia o nível <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> que os empregados<br />

têm no lí<strong>de</strong>r e <strong>na</strong> empresa.<br />

Em suma: confiança gera confiança e alta <strong>performance</strong>.<br />

Por isso, é fundamental <strong>de</strong>ixar muito claro para seus li<strong>de</strong>rados<br />

que você confia no trabalho <strong>de</strong>les. Os pesquisadores dão<br />

algumas dicas nesse sentido.<br />

2 Divida responsabilida<strong>de</strong>s: Uma das melhores maneiras <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstrar que você confia nos profissio<strong>na</strong>is da sua equipe<br />

é dando mais autonomia a eles. Isso <strong>de</strong>monstra que você<br />

acredita no potencial <strong>de</strong>les e sabe do que eles são capazes.<br />

2 Compartilhe informações: Ser transparente com seus<br />

li<strong>de</strong>rados é outro gran<strong>de</strong> si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> confiança. Divida com<br />

a equipe informações estratégicas da empresa e envolva-a<br />

nos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

2 Invista no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados: Oferecer<br />

meios para que os profissio<strong>na</strong>is possam se <strong>de</strong>senvolver<br />

é uma excelente maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar confiança no<br />

potencial <strong>de</strong>les. Ao contribuir para que os seus li<strong>de</strong>rados<br />

evoluam profissio<strong>na</strong>lmente, você estará si<strong>na</strong>lizando que<br />

acredita que eles po<strong>de</strong>m ir além.<br />

Para a<strong>na</strong>lisar o quanto você <strong>de</strong>monstra confiança em<br />

sua equipe, responda às perguntas a seguir. Quanto mais<br />

nãos, menos seus li<strong>de</strong>rados sentem que você confia neles<br />

– e, consequentemente, menos confiam em você:<br />

2 Eu <strong>de</strong>monstro que confio <strong>na</strong>s habilida<strong>de</strong>s e <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong><br />

dos meus li<strong>de</strong>rados?<br />

2 Eu mostro que me importo com o bem-estar <strong>de</strong>les?<br />

2 Eu dou autonomia à minha equipe e permito que meus<br />

colaboradores participem das <strong>de</strong>cisões?<br />

2 Eu encorajo os meus li<strong>de</strong>rados a assumirem riscos?<br />

v Para ter acesso à pesquisa (em inglês), acesse:<br />

bit.ly/confianca-equipe-li<strong>de</strong>r<br />

12<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


3 fatores-chave<br />

<strong>na</strong> gestão para<br />

a inovação<br />

Ao contrário do que muita gente pensa, para uma empresa inovar não basta<br />

ape<strong>na</strong>s contar com a criativida<strong>de</strong> individual <strong>de</strong> seus colaboradores. Pelo<br />

contrário: é o fluxo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que acontece <strong>na</strong> coletivida<strong>de</strong> que gera inovação. É o<br />

que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Linda Hill, professora <strong>na</strong> Harvard Business School e coautora do livro<br />

Collective Genius: The Art and Practice of Leading Innovation (ou Gênio coletivo: a arte<br />

e a prática da li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> inovação, ainda sem edição no Brasil).<br />

Em quase uma década <strong>de</strong> pesquisas <strong>na</strong>s empresas mais inovadoras do mundo,<br />

Linda i<strong>de</strong>ntificou três fatores essenciais para que essas organizações consigam<br />

gerar inovação <strong>de</strong> forma efetiva:<br />

1 Atrito criativo<br />

É a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar novas<br />

i<strong>de</strong>ias por meio do <strong>de</strong>bate.<br />

As organizações mais criativas<br />

ressaltam as diferenças<br />

e a diversida<strong>de</strong>. Nessas<br />

empresas, Linda percebeu<br />

que os profissio<strong>na</strong>is apren<strong>de</strong>m<br />

e são incentivados a<br />

questio<strong>na</strong>r, a escutar e a<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus pontos <strong>de</strong><br />

vista.<br />

2 Agilida<strong>de</strong> criativa<br />

É a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser rápido<br />

em testar as i<strong>de</strong>ias e fazer<br />

os ajustes necessários. Trata-se <strong>de</strong> partir logo para a prática e não gastar muito<br />

tempo ape<strong>na</strong>s planejando o futuro – trata-se, em suma, <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r <strong>na</strong><br />

prática. Quando as empresas têm um processo dinâmico para testar novas<br />

i<strong>de</strong>ias, a inovação tem mais chances <strong>de</strong> acontecer.<br />

3 Soluções criativas<br />

É a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combi<strong>na</strong>r diferentes soluções para chegar a um resultado<br />

inovador. Linda percebeu que, <strong>na</strong>s empresas inovadoras, as pessoas não seguem<br />

uma <strong>de</strong>cisão cegamente, não há ape<strong>na</strong>s um pensamento domi<strong>na</strong>nte.<br />

Elas <strong>de</strong>senvolvem um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão mais inclusivo, levando em conta<br />

diferentes possibilida<strong>de</strong>s – o que resulta em soluções novas e mais amplas.<br />

Agora, pare e pense se esses fatores estão presentes <strong>na</strong> sua empresa. Seus<br />

colaboradores têm liberda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r suas opiniões (mesmo quando elas<br />

são contrárias às do chefe)? Há processos que facilitam o teste e a implementação<br />

<strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias? As <strong>de</strong>cisões são tomadas coletivamente ou a “portas fechadas”?<br />

v Para saber mais sobre a pesquisa <strong>de</strong> Linda, assista à palestra <strong>de</strong>la no TED:<br />

bit.ly/linda-hill-criativida<strong>de</strong><br />

Você já pensou em não <strong>de</strong>ixar<br />

os novos funcionários<br />

trabalharem em sua primeira<br />

sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> contrato?<br />

justamente essa a política da MailChimp,<br />

É empresa <strong>de</strong> software <strong>de</strong> e-mail marketing<br />

que, com isso, conseguiu alcançar uma taxa <strong>de</strong><br />

turnover <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s 4%. A chefe <strong>de</strong> cultura organizacio<strong>na</strong>l<br />

da empresa, Marti Wolf, conta como<br />

funcio<strong>na</strong> essa primeira sema<strong>na</strong> “<strong>de</strong> folga” dos<br />

recém-contratados:<br />

1 Os novos colaboradores recebem bilhetes<br />

escritos à mão pelos gestores das áreas<br />

para as quais foram contratados. “Nós fazemos<br />

com que os gestores se envolvam já<br />

no início, para criar um relacio<strong>na</strong>mento e um<br />

senso <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>”, explica.<br />

1 Eles conhecem um profissio<strong>na</strong>l sênior, <strong>de</strong><br />

uma área distinta, que vai apresentar a empresa.<br />

A i<strong>de</strong>ia é facilitar a conexão dos novos<br />

colaboradores com profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> outras<br />

áreas.<br />

1 Durante essa primeira sema<strong>na</strong>, eles têm<br />

reuniões com representantes <strong>de</strong> vários setores<br />

para enten<strong>de</strong>r como os diferentes <strong>de</strong>partamentos<br />

da empresa funcio<strong>na</strong>m, além<br />

<strong>de</strong> conversarem com a área <strong>de</strong> atendimento<br />

ao cliente para conhecerem mais a fundo o<br />

perfil do público.<br />

1 Os novos colaboradores também fazem um<br />

teste <strong>de</strong> perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e têm a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tomar um café com os fundadores<br />

da empresa.<br />

v O que achou <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo? Envie um e-mail<br />

com sua opinião: leitor@vendamais.com.br.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 13


Li<strong>de</strong>rança<br />

Thiago Concer<br />

A curva <strong>de</strong><br />

Laffer e a<br />

cobrança aos<br />

ven<strong>de</strong>dores<br />

V<br />

Receita<br />

máxima<br />

Receita<br />

Ponto A<br />

ocê já ouviu falar <strong>na</strong> curva<br />

<strong>de</strong> Laffer? Ela ilustra a elasticida<strong>de</strong><br />

da arrecadação<br />

tributária em relação às<br />

alíquotas <strong>de</strong> impostos e<br />

revela até quanto vale a<br />

pe<strong>na</strong> o contribuinte pagar,<br />

quanto o governo consegue<br />

arrecadar com impostos, e<br />

em que nível <strong>de</strong> tributação<br />

a receita do governo começa<br />

a diminuir.<br />

Ponto <strong>de</strong><br />

equilíbrio<br />

Ponto B<br />

Mas meu assunto neste artigo<br />

não é economia, e, sim, gestão <strong>de</strong><br />

equipes comerciais. Quero, então,<br />

fazer um paralelo entre a curva <strong>de</strong><br />

Laffer e a pressão <strong>na</strong> equipe <strong>de</strong><br />

vendas. Minha pergunta é: quanto<br />

a equipe aguenta <strong>de</strong> pressão até<br />

começar a não valer a pe<strong>na</strong> insistir<br />

<strong>na</strong> cobrança?<br />

Assim como <strong>na</strong> curva <strong>de</strong> Laffer,<br />

é possível <strong>de</strong>monstrar essa relação<br />

em um gráfico. Os fatores são: participação<br />

do gestor x entrega da<br />

equipe.<br />

Sem participação alguma da<br />

gestão, provavelmente o resultado<br />

será próximo ou até mesmo igual<br />

a zero. Sem metas, acompanhamento,<br />

avaliação e indicadores, é<br />

impossível ter um objetivo a cumprir<br />

e correções a fazer.<br />

Por outro lado, cobrança excessiva<br />

– 100% <strong>de</strong> controle e pressão,<br />

<strong>de</strong>cisões tomadas somente pelo<br />

gestor como um dono absoluto da<br />

verda<strong>de</strong> (autocrata) – <strong>de</strong>ixa a equipe<br />

muito “burocratizada” e sem<br />

espaço para imprevistos, e impe<strong>de</strong><br />

Receita<br />

nula<br />

0% 100%<br />

Alíquotas tributárias<br />

PARTICIPAÇÃO<br />

DO GESTOR<br />

max<br />

A questão que mais gera controvérsia se refere<br />

ao ponto <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong>ssa teoria: em que momento<br />

o governo precisa parar para que a contribuição<br />

não fique inviável para o contribuinte e acabe <strong>de</strong>spencando?<br />

O ponto em que a arrecadação começa a<br />

cair mediante um aumento excessivo <strong>de</strong> tributação<br />

chama-se hump (corcunda).<br />

max<br />

0<br />

ENTREGA DA EQUIPE<br />

100<br />

14<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


o ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> participar das <strong>de</strong>cisões.<br />

Nesse extremo, a entrega<br />

po<strong>de</strong> chegar próximo <strong>de</strong> zero ou<br />

até mesmo a zero; afi<strong>na</strong>l, não tem<br />

equipe comercial que suporte tanta<br />

pressão e tanto controle sem<br />

po<strong>de</strong>r participar e sem ter um retorno<br />

compatível.<br />

Nesse gráfico, chegamos à<br />

mesma questão da curva <strong>de</strong> Laffer:<br />

em que ponto se forma a hump, a<br />

“corcunda” da equipe? Em que<br />

ponto a participação e a pressão<br />

do gestor começam a ter efeito<br />

negativo <strong>na</strong> equipe comercial?<br />

Sem dúvida teremos as mesmas<br />

variáreis <strong>de</strong> Laffer. Alguns po<strong>de</strong>m<br />

chegar a 70%; outros, a 30%. Para<br />

termos indicadores mais acurados,<br />

precisamos a<strong>na</strong>lisar dois fatores:<br />

1) Grau <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong><br />

da equipe comercial<br />

Paul Hersey e Kenneth Blanchard,<br />

autores da Teoria da Li<strong>de</strong>rança<br />

Situacio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

da maturida<strong>de</strong> da equipe,<br />

é necessário adotar certa postura<br />

e apostar em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

diferentes. Em resumo, uma<br />

li<strong>de</strong>rança que funcio<strong>na</strong> está submetida<br />

à situação:<br />

a) Se a equipe é imatura tecnicamente<br />

e <strong>de</strong> baixo comprometimento<br />

e motivação, é preciso<br />

ter uma presença maior, agir<br />

como um direcio<strong>na</strong>dor, alguém<br />

que “pega <strong>na</strong> mão”, ensi<strong>na</strong> e<br />

encaminha.<br />

b) Se os ven<strong>de</strong>dores já <strong>de</strong>senvolveram<br />

alguma experiência <strong>na</strong><br />

execução da tarefa, mas ainda<br />

têm dificulda<strong>de</strong>, geralmente<br />

estão motivados, mas necessitam<br />

<strong>de</strong> apoio, e o gestor precisa<br />

trabalhar como um “orientador”,<br />

fazendo um pouco menos <strong>de</strong><br />

pressão e dando mais liberda<strong>de</strong>.<br />

c) Se os ven<strong>de</strong>dores já têm conhecimento<br />

e experiência sobre a<br />

tarefa, mas sentem-se <strong>de</strong>smotivados<br />

para executar o que o<br />

lí<strong>de</strong>r solicita, a função do gestor<br />

é ser um “apoiador”, estimular<br />

o colaborador a adquirir segurança<br />

e buscar o aprendizado,<br />

aumentando suas habilida<strong>de</strong>s<br />

e seu conhecimento e dando<br />

mais respaldo para o profissio<strong>na</strong>l<br />

executar suas tarefas. Desse<br />

modo, o lí<strong>de</strong>r presta apoio,<br />

porém supervisio<strong>na</strong> pouco.<br />

d) Se a equipe tem vastos conhecimentos<br />

sobre as tarefas e<br />

está altamente motivada para<br />

fazer o que lhe é solicitado, a<br />

função do gestor é meramente<br />

<strong>de</strong>legar. Assim, o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ve<br />

manter um contato com pouca<br />

supervisão e pouco apoio.<br />

Inclusive, o colaborador po<strong>de</strong>,<br />

muitas vezes, ter autorida<strong>de</strong><br />

para tomar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> mudanças<br />

ambientais, conforme<br />

o nível hierárquico.<br />

Seguindo a linha <strong>de</strong> Hersey e<br />

Blanchard, a “presença” da ativida<strong>de</strong><br />

do gestor po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 10<br />

a 90, mas o fator que vai <strong>de</strong>finir a<br />

porcentagem i<strong>de</strong>al, aquele ponto<br />

em que o gestor <strong>de</strong>ve diminuir sua<br />

cobrança e sua participação <strong>na</strong><br />

equipe, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> quanto o ven<strong>de</strong>dor<br />

vai se beneficiar com isso.<br />

Quando falamos <strong>de</strong> avaliação<br />

<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores, frequentemente se<br />

questio<strong>na</strong> <strong>de</strong> quanto em quanto<br />

tempo uma equipe <strong>de</strong>ve ser avaliada.<br />

A resposta? Depen<strong>de</strong>! Equipe<br />

<strong>de</strong> baixa maturida<strong>de</strong> exige um trabalho<br />

mais próximo, maior pressão,<br />

avaliação em menor intervalo <strong>de</strong><br />

tempo. Equipe madura permite um<br />

espaço maior entre as avaliações e<br />

correções <strong>de</strong> trajeto mais pontuais.<br />

2) O que se entrega<br />

ao ven<strong>de</strong>dor<br />

Muita cobrança, li<strong>de</strong>rança injusta,<br />

regras mal <strong>de</strong>finidas e remuneração<br />

baixa são ingredientes da receita<br />

da alta rotativida<strong>de</strong> – que, basicamente,<br />

é a fotografia da saú<strong>de</strong><br />

corporativa. O maior exemplo são<br />

os call centers e as ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> fast<br />

food, que se <strong>de</strong>stacam entre os<br />

setores <strong>de</strong> maior índice <strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong>.<br />

São segmentos com muita<br />

pressão, pouca ou quase nenhuma<br />

participação <strong>na</strong>s melhorias da ativida<strong>de</strong>,<br />

baixo rendimento e um<br />

índice <strong>de</strong> padronização <strong>de</strong> gestão<br />

quase “engessado”, com um roteiro<br />

a ser seguido, quase sempre sem<br />

participação efetiva do corpo <strong>de</strong><br />

vendas.<br />

Agora, vamos pegar uma empresa<br />

com níveis <strong>de</strong> cobrança<br />

ainda maiores, mas que, mesmo<br />

assim, é o sonho <strong>de</strong> muita gente<br />

e <strong>na</strong> qual a equipe participa muito!<br />

Vamos falar <strong>de</strong> uma empresa<br />

do ramo <strong>de</strong> cervejas. O nível <strong>de</strong><br />

cobrança, os indicadores e a pressão<br />

no maior grupo cervejeiro<br />

do mundo são conhecidos por<br />

quase todo mundo, mas o mo<strong>de</strong>lo<br />

meritocrático baseado em<br />

gran<strong>de</strong>s premiações (há alguns<br />

anos, o bônus <strong>de</strong> um gestor podia<br />

chegar a 13 salários) sempre<br />

fez com que a equipe aceitasse<br />

e, no fi<strong>na</strong>l das contas, enten<strong>de</strong>sse<br />

que essa participação era indispensável.<br />

No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ssa análise, acredito<br />

que essa comparação entre<br />

a curva <strong>de</strong> Laffer e a presença da<br />

gestão <strong>de</strong>ixou claro que a pressão<br />

<strong>de</strong> um gestor é <strong>de</strong>finida pelo<br />

quanto se pe<strong>de</strong> da equipe (ou, no<br />

caso <strong>de</strong> Laffer, do contribuinte).<br />

Uma boa gestão, com indicadores<br />

e regras claras e remuneração<br />

justa, justifica uma cobrança<br />

maior.<br />

Uma coisa é indiscutível: a<br />

preparação do gestor é indispensável<br />

– tanto <strong>na</strong> vida pública<br />

quanto <strong>na</strong> corporativa –, pois<br />

quem não sabe <strong>de</strong> gestão acaba<br />

fazendo muita pressão.<br />

“Quem não<br />

sabe <strong>de</strong> gestão<br />

acaba fazendo<br />

muita pressão.”<br />

Thiago Concer é sócio-fundador<br />

do IEV (Instituto <strong>de</strong><br />

Especialização em Vendas),<br />

a maior escola <strong>de</strong> vendas do<br />

Brasil, lí<strong>de</strong>r do movimento<br />

#OrgulhoDeSerVen<strong>de</strong>dor e<br />

um dos palestrantes <strong>de</strong> vendas<br />

mais contratados do<br />

Brasil.<br />

Visite: www.thiagoconcer.<br />

com.br<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 15


Superven<strong>de</strong>dores / Por Leandro Branquinho /<br />

Leandro Branquinho<br />

Quando a<br />

“sorte” encontra<br />

superven<strong>de</strong>dores<br />

A “sorte” <strong>de</strong> receber uma gorjeta<br />

eja bem-vindo ao Sports Bar. Meu nome é Dalmir<br />

e eu sou o garçom das celebrida<strong>de</strong>s. Hoje à noite<br />

o senhor é a minha celebrida<strong>de</strong>! O que gostaria<br />

<strong>de</strong> beber?”<br />

É difícil não sorrir após ser cumprimentado<br />

pelo carismático Dalmir Britto, garçom <strong>de</strong> um dos<br />

bares do Grand Hotel Sehrs, <strong>de</strong> Natal (RN). No ano<br />

passado, a capital potiguar foi uma das paradas da<br />

expedição “O melhor ven<strong>de</strong>dor do Brasil”, e meu<br />

amigo Fred Alecrim, palestrante e morador da cida<strong>de</strong>,<br />

apresentou esse perso<strong>na</strong>gem para mim. Eu tinha que conhecê-lo. Foi o que eu fiz!<br />

Des<strong>de</strong> então, passei a contar essa história em minhas palestras...<br />

Um casal holandês se hospedou no hotel em que Dalmir trabalha. No segundo<br />

dia, o senhor pediu a um colega do superven<strong>de</strong>dor uma vitami<strong>na</strong> com leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado.<br />

Com toda a simpatia, o garçom disse que infelizmente não tinha leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado<br />

no restaurante.<br />

No dia seguinte, em vez <strong>de</strong> ir ao restaurante do hotel, o senhor foi até o Sports Bar<br />

(<strong>de</strong>ntro do mesmo hotel) e pediu para o Dalmir uma vitami<strong>na</strong> com leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado. O<br />

holandês recebeu a mesma resposta que tinha recebido no dia anterior. Porém, Dalmir<br />

insistiu:<br />

— O senhor só toma leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado, mesmo?<br />

— Sim, eu faço uma dieta bem rigorosa e só posso beber leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado – respon<strong>de</strong>u<br />

o cliente.<br />

— Aguar<strong>de</strong> 20 minutos que provi<strong>de</strong>ncio para o senhor – <strong>de</strong>clarou Dalmir.<br />

Dalmir pegou um táxi, foi até o supermercado mais próximo e comprou uma caixa<br />

com 12 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado. Ao voltar para o hotel, telefonou para o quarto e<br />

disparou:<br />

— A vitami<strong>na</strong> do senhor está pronta. Prefere vir até o bar ou quer que eu leve até<br />

seu apartamento?<br />

Na <strong>VendaMais</strong> <strong>de</strong> setembro/outubro<br />

<strong>de</strong><br />

2016, publicamos duas<br />

reportagens que contam<br />

um pouco mais<br />

sobre a expedição “O<br />

melhor ven<strong>de</strong>dor do<br />

Brasil”. Elas estão disponíveis<br />

em nosso site.<br />

Acesse bit.ly/melhorven<strong>de</strong>dor<br />

e bit.ly/bostaemlata para ler.<br />

Depois <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias no hotel,<br />

bebendo vitami<strong>na</strong>, café com leite,<br />

cappuccino, tudo com leite <strong>de</strong>s<strong>na</strong>tado,<br />

o holandês chamou Dalmir<br />

<strong>na</strong> recepção e disse que gostaria <strong>de</strong><br />

presenteá-lo. Então, entregou a ele<br />

um envelope com 600 euros. O garçom<br />

não se conteve <strong>de</strong> alegria e<br />

agra<strong>de</strong>ceu muito. O hóspe<strong>de</strong> pediu<br />

para ele se acalmar, pois aquela era<br />

ape<strong>na</strong>s uma gratificação. O presente<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> seria entregue no dia<br />

seguinte, às duas horas da tar<strong>de</strong>.<br />

Na hora combi<strong>na</strong>da, o garçom<br />

se apresentou <strong>na</strong> recepção certo<br />

<strong>de</strong> que iria ganhar algo como uma<br />

camiseta ou um tênis. Mas a surpresa<br />

viria logo em seguida. Eles<br />

entraram em um táxi e saíram<br />

juntos do hotel. O holandês disse:<br />

— Dalmir, hoje é seu dia <strong>de</strong><br />

sorte. Gostei muito <strong>de</strong> seu atendimento<br />

e quero lhe dar um presente<br />

à altura.<br />

16<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


Dalmir compartilhou sua história e as lições que ela <strong>de</strong>ixa em um evento realizado em Natal (RN) em julho <strong>de</strong>ste ano<br />

Foi então que eles chegaram<br />

em frente a uma concessionária<br />

da Honda e o holandês fez mais<br />

uma pergunta:<br />

— Vamos escolher a cor da sua<br />

moto?<br />

Sim, além <strong>de</strong> 600 euros, Dalmir<br />

ganhou uma moto zero quilômetro<br />

<strong>de</strong> gorjeta!<br />

Muitas vezes os clientes nos<br />

pe<strong>de</strong>m coisas que não fazem parte<br />

do nosso serviço. Muitas vezes<br />

os clientes pe<strong>de</strong>m serviços que<br />

não estão inclusos no pacote comprado.<br />

Mas muitas vezes basta<br />

um pouco <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong> para<br />

proporcio<strong>na</strong>r uma experiência<br />

incrível para o seu cliente. Nem<br />

sempre você vai receber reconhecimento<br />

por isso. Nem sempre<br />

você vai receber uma gorjeta por<br />

fazer um “algo a mais”. Mas sempre<br />

fazer o melhor que você po<strong>de</strong><br />

fazer é como acelerar rumo<br />

ao seu crescimento pessoal e profissio<strong>na</strong>l.<br />

Em julho <strong>de</strong>ste ano, estive em<br />

Natal com a Liga dos Ven<strong>de</strong>dores<br />

em um evento organizado pela<br />

Mundi Turismo. Chamei Dalmir<br />

para contar sua história no palco.<br />

Ele entrou com sua moto no auditório<br />

com 1200 pessoas.<br />

A “sorte” <strong>de</strong> receber<br />

muitos elogios<br />

Recentemente, tive a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r um<br />

cliente em Montevidéu, no<br />

Uruguai. Para aproveitar a viagem,<br />

levei minha esposa, e <strong>de</strong>cidimos<br />

visitar algumas outras cida<strong>de</strong>s<br />

uruguaias. Ao procurarmos hospedagens,<br />

estávamos bem interessados<br />

<strong>na</strong>s experiências positivas<br />

<strong>de</strong> quem já tinha visitado os lugares.<br />

Ou seja, fomos a sites <strong>de</strong> reservas<br />

para verificar as avaliações.<br />

Foi assim que encontramos um<br />

hostel com nota muito acima da<br />

média. Ao lermos os comentários,<br />

percebemos que havia diversos<br />

elogios a uma recepcionista chamada<br />

Kari<strong>na</strong> da Luz. Fizemos<br />

nossa primeira reserva!<br />

Ao chegarmos ao hostel, encontramos<br />

a aclamada recepcionista.<br />

Fiz algumas perguntas em<br />

espanhol e, ao perceber meu sotaque,<br />

ela começou a respon<strong>de</strong>r<br />

Kari<strong>na</strong> é recepcionista <strong>de</strong> um hostel, mas o que faz a diferença nos seus resultados é a postura <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dora que ela adota<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 17


em um português impecável (ela<br />

fala inglês, espanhol, português<br />

e está estudando francês). Dava<br />

para perceber que ela atendia bem<br />

todas as pessoas. Kari<strong>na</strong> nos sugeriu<br />

excelentes passeios pela cida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>u dicas <strong>de</strong> lugares que não<br />

po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> conhecer<br />

e, quando soube que o meu trabalho<br />

era buscar histórias <strong>de</strong> bons<br />

ven<strong>de</strong>dores, recomendou uma<br />

imobiliária em Punta <strong>de</strong>l Este que<br />

fazia algo que, até então, eu nunca<br />

tinha visto no Brasil: safári <strong>de</strong><br />

imóveis <strong>de</strong> luxo. Os corretores<br />

agendam passeios com pequenos<br />

grupos <strong>de</strong> interessados em comprar<br />

imóveis <strong>de</strong> alto padrão, e as<br />

visitas são feitas em um carro<br />

típico <strong>de</strong> safáris. Uma experiência<br />

inesquecível e tentadora.<br />

Agora, voltando à história<br />

<strong>de</strong>ssa ven<strong>de</strong>dora... Quando perguntei<br />

a ela qual era o segredo<br />

para receber tantos elogios dos<br />

clientes, ela respon<strong>de</strong>u:<br />

— Não tem segredo. Eu amo<br />

o que eu faço. Amo minha cida<strong>de</strong><br />

e amo indicar bons passeios. A<br />

gente tem que se colocar no lugar<br />

do cliente. Temos que tentar enten<strong>de</strong>r<br />

cada tipo <strong>de</strong> cliente e como<br />

ele gostaria <strong>de</strong> ser atendido.<br />

Tem uma frase que eu sempre<br />

digo: é ótimo receber elogios do<br />

chefe, mas receber elogios <strong>de</strong> um<br />

cliente satisfeito é muito melhor!<br />

“Bons ven<strong>de</strong>dores,<br />

profissio<strong>na</strong>is com histórias<br />

inspiradoras utilizam a<br />

criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma forma.<br />

São criativos <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> fazer<br />

uma abordagem, <strong>na</strong> hora<br />

<strong>de</strong> fazer uma apresentação,<br />

<strong>na</strong> hora do pós-venda ou<br />

até mesmo para se unir a<br />

concorrentes.”<br />

Safári <strong>de</strong> imóveis <strong>de</strong> luxo: experiência que<br />

Leandro Branquinho só po<strong>de</strong> viver porque uma<br />

superven<strong>de</strong>dora soube i<strong>de</strong>ntificar o perfil <strong>de</strong><br />

seu cliente e basear suas recomendações nos<br />

interesses <strong>de</strong>le<br />

A “sorte” (ou a coragem) <strong>de</strong><br />

se unir a concorrentes<br />

Quando o pai do Odivan Eggert<br />

ficou doente, eles tiveram<br />

que se mudar para Foz do<br />

Iguaçu (PR). Ao chegar à cida<strong>de</strong>, o<br />

então adolescente percebeu que<br />

precisaria trabalhar para ajudar<br />

<strong>na</strong>s <strong>de</strong>spesas da família. Como no<br />

quintal da casa nova havia um pequeno<br />

pedaço <strong>de</strong> terra, ele começou<br />

a plantar legumes e verduras.<br />

Em pouco tempo, conseguiu<br />

seu primeiro cliente: um restaurante<br />

localizado no bairro on<strong>de</strong><br />

morava que começou a comprar<br />

suas verduras. Mas não foi só isso.<br />

O dono do restaurante percebeu o<br />

brilho nos olhos e o entusiasmo do<br />

jovem Odivan e o contratou para<br />

que ele pu<strong>de</strong>sse aten<strong>de</strong>r os clientes<br />

do restaurante como garçom.<br />

A busca por aten<strong>de</strong>r bem e fazer<br />

o melhor em seu trabalho <strong>de</strong>spertou<br />

a atenção <strong>de</strong> um importante<br />

cliente do restaurante: o dono <strong>de</strong><br />

um gran<strong>de</strong> hotel. Ao perceber a<br />

simpatia e a <strong>de</strong>dicação do rapaz,<br />

ele o chamou para trabalhar em<br />

seu estabelecimento.<br />

Em pouco tempo, Odivan se<br />

interessou por outras funções no<br />

hotel. Apren<strong>de</strong>u sobre gover<strong>na</strong>nça,<br />

sobre recepção, sobre venda <strong>de</strong><br />

hospedagem... Como era <strong>de</strong> se esperar,<br />

logo ele se tornou gerente.<br />

Sua busca por melhoria contínua<br />

era incessante. Certa vez, <strong>de</strong>u<br />

overbooking. Um gran<strong>de</strong> grupo se<br />

hospedou no hotel e muitos clientes<br />

apareceram <strong>de</strong> última hora.<br />

Para não <strong>de</strong>ixar ninguém sem ter<br />

on<strong>de</strong> ficar, o jovem gerente saiu<br />

em busca <strong>de</strong> ajuda. Foi até um concorrente<br />

e pediu colchões emprestados.<br />

O concorrente emprestou<br />

os colchões e todos os clientes<br />

foram acomodados. Quando foi<br />

18<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


O perfil <strong>de</strong> um<br />

superven<strong>de</strong>dor<br />

Estou em busca dos melhores ven<strong>de</strong>dores do<br />

mundo. Não é um concurso. É uma busca<br />

contínua por histórias inspiradoras. Sabe o<br />

que eu <strong>de</strong>scobri até agora? Os melhores profissio<strong>na</strong>is<br />

que eu encontro têm três características em comum:<br />

1 Criativida<strong>de</strong>;<br />

1 Consistência;<br />

1 Coração.<br />

Odivan Eggert é a prova <strong>de</strong> que começar pequeno e sonhar gran<strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>!<br />

<strong>de</strong>volver os colchões, o dono do hotel concorrente<br />

disse para Odivan:<br />

— Rapaz, você parece que gosta mesmo <strong>de</strong> trabalhar.<br />

Eu já estou velho, já estou cansando <strong>de</strong>sta vida<br />

<strong>de</strong> hoteleiro. Você quer comprar meu hotel?<br />

— Gostaria muito, mas eu não tenho dinheiro<br />

para isso – revelou Odivan.<br />

— Não tem problema. Você po<strong>de</strong> assumir, trabalhar<br />

no hotel e ir me pagando aos poucos – afirmou<br />

seu antigo concorrente.<br />

Pronto. O rapaz que plantava verduras no quintal<br />

<strong>de</strong> casa se tornou dono <strong>de</strong> um super-hotel em um dos<br />

<strong>de</strong>z <strong>de</strong>stinos mais visitados do Brasil.<br />

Mas o amor pelo trabalho e a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

Odivan o estão levando ainda mais longe. Em 2016,<br />

ele se uniu a mais 80 empresários do ramo hoteleiro<br />

<strong>de</strong> Foz do Iguaçu e, juntos, eles fundaram o marketplace<br />

Cataratas Hotéis, um site <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> diárias<br />

<strong>de</strong> hotéis e serviços. Quando perguntei para ele sobre<br />

outros players no segmento <strong>de</strong> reservas, ele me disse<br />

o seguinte: “Nós criamos uma in<strong>de</strong>pendência comercial<br />

e colocamos a plataforma no mercado para ser<br />

tão competitiva quanto os outros marketplaces. A<br />

comissão da venda fica <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> ao invés <strong>de</strong> ir para<br />

uma empresa <strong>de</strong> fora”.<br />

Advinha quem é o CEO da plataforma? Claro, o<br />

Odivan. As dificulda<strong>de</strong>s que encontramos são responsáveis<br />

por moldar nosso caráter. A cada dificulda<strong>de</strong>,<br />

a cada novo <strong>de</strong>safio, Odivan construía mais<br />

um <strong>de</strong>grau rumo ao seu crescimento.<br />

Bons ven<strong>de</strong>dores, profissio<strong>na</strong>is com histórias<br />

inspiradoras utilizam a criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma<br />

forma. São criativos <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> fazer uma abordagem,<br />

<strong>na</strong> hora <strong>de</strong> fazer uma apresentação, <strong>na</strong> hora<br />

do pós-venda ou até mesmo para se unir a concorrentes.<br />

Só que <strong>de</strong> <strong>na</strong>da adianta ter criativida<strong>de</strong> se<br />

não houver consistência. É preciso entregar o que<br />

promete, ter congruência no discurso e <strong>na</strong> entrega.<br />

Mas o que realmente tem me chamado a atenção é<br />

que os melhores ven<strong>de</strong>dores, seja em nosso país,<br />

seja pelo mundo, amam o que fazem. Colocam o<br />

coração no trabalho.<br />

Quando a preparação encontra a oportunida<strong>de</strong>,<br />

dá-se o nome <strong>de</strong> sorte. Pra mim, preparação também<br />

se resume aos 3 Cs – criativida<strong>de</strong>, consistência e<br />

coração. Não importa se você é um garçom, uma<br />

recepcionista, um ven<strong>de</strong>dor ou o presi<strong>de</strong>nte da<br />

empresa; quando você utiliza criativida<strong>de</strong>, consistência<br />

e coração, a “sorte” vai bater à sua porta com<br />

muita frequência.<br />

E você, conhece algum ven<strong>de</strong>dor “sortudo”?<br />

Conhece alguém que tenha uma história altamente<br />

inspiradora? Quem é o superven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> sua<br />

cida<strong>de</strong>? Quem é o superven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> sua empresa?<br />

Conte para mim. Man<strong>de</strong> um e-mail para contato@<br />

leandrobranquinho.com.br. A história indicada por<br />

você po<strong>de</strong> trazer muitas lições para outros profissio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> vendas!<br />

Leandro Branquinho é palestrante <strong>de</strong> vendas<br />

e li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> vendas, tem a tatuagem<br />

“Eu Amo Ven<strong>de</strong>r” no braço e é podcaster no<br />

www.radiovendas.com.br<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 19


Passos da venda / DA REDAÇÃO<br />

Rebatendo<br />

objeções<br />

<strong>na</strong> prática<br />

Preparação e planejamento;<br />

prospecção; abordagem;<br />

levantamento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s;<br />

proposta <strong>de</strong> valor;<br />

negociação; fechamento; pós-venda.<br />

Esses são os passos da venda <strong>de</strong>fendidos<br />

e trabalhados pela Venda-<br />

Mais em todos os seus braços –<br />

revista, cursos on-line, trei<strong>na</strong>mentos,<br />

workshops e consultorias.<br />

Sabendo da importância <strong>de</strong> cada<br />

uma <strong>de</strong>ssas etapas para o sucesso<br />

da sua venda, a partir <strong>de</strong>sta edição<br />

sempre <strong>de</strong>dicaremos duas pági<strong>na</strong>s<br />

da <strong>VendaMais</strong> a apresentar dicas<br />

específicas sobre um <strong>de</strong>sses passos.<br />

Para começar, Jeffrey Gitomer e<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro falam sobre negociação<br />

e sobre como impedir objeções<br />

e lidar com elas. Acompanhe<br />

e aprenda!<br />

Como impedir que as objeções ocorram?<br />

Inclua-as em sua apresentação!<br />

Você provavelmente não ouviu nenhuma objeção nova <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sua<br />

carreira começou. Então já sabe as <strong>de</strong>z objeções que seu cliente vai<br />

lhe jogar <strong>na</strong> cara (“Estou satisfeito com o que tenho”, “Seu preço é<br />

alto <strong>de</strong>mais”, “Meu escritório resolve isso” e outras <strong>de</strong>sculpas esfarrapadas<br />

que o cliente dá até cansar). Resta-lhe, então, trabalhar para<br />

impedir que elas acabem com sua chance <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r para aquele<br />

prospect. E você tem duas opções para fazer isso:<br />

1. Em algum momento da sua apresentação, você diz: “Sabe, sr.<br />

Cliente Potencial, muita gente nos diz que nossos preços são altos<br />

<strong>de</strong>mais até se tor<strong>na</strong>rem nossos clientes. Eu gostaria <strong>de</strong> lhe mostrar<br />

alguns <strong>de</strong>poimentos antes <strong>de</strong> levarmos nossa conversa adiante.<br />

São pessoas que, no início, achavam nossos preços altos <strong>de</strong>mais,<br />

compraram assim mesmo e são nossos clientes há anos.”<br />

2. Tente evitar as objeções. “Sabe, sr. Cliente Potencial, algumas pessoas<br />

me dizem que meus preços são altos <strong>de</strong>mais, mas é porque elas<br />

não enten<strong>de</strong>m o valor completo <strong>de</strong> nosso produto, que, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>,<br />

com o tempo, tem um custo mais baixo. Demonstrarei isso um pouco<br />

mais tar<strong>de</strong>, mas, por favor, acredite que eu não seria bobo a ponto<br />

<strong>de</strong> gastar o seu tempo se não fosse lhe oferecer o melhor valor.”<br />

Uma <strong>de</strong>ssas duas prevenções funcio<strong>na</strong>rá. Pessoalmente, acredito<br />

que o testemunho é a ferramenta <strong>de</strong> vendas mais po<strong>de</strong>rosa que você<br />

po<strong>de</strong> ter. De qualquer modo, seu trabalho é i<strong>de</strong>ntificar as <strong>de</strong>z<br />

objeções mais comuns que você recebe, criar as melhores respostas<br />

para elas e imagi<strong>na</strong>r como po<strong>de</strong>rá incluí-las em sua<br />

apresentação <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> modo que, no fi<strong>na</strong>l, seja bem provável<br />

que você acabe com o contrato assi<strong>na</strong>do.<br />

Por Jeffrey Gitomer, autor do livro A bíblia das vendas (Editora M.<br />

Books) e um dos palestrantes <strong>de</strong> vendas mais respeitados e requisitados<br />

do mundo. Responsável por três sites nos Estados Unidos<br />

voltados a vendas e carreira, Gitomer também é colunista <strong>de</strong> importantes<br />

revistas <strong>de</strong> negócios. Visite o site: www.gitomer.com<br />

20<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


14 formas rápidas e eficazes <strong>de</strong><br />

rebater uma objeção ao preço<br />

Da próxima vez que um cliente ou potencial cliente<br />

respon<strong>de</strong>r à sua proposta <strong>de</strong> valor com uma objeção<br />

ao preço, antes <strong>de</strong> sair dando <strong>de</strong>sconto sem pensar,<br />

lembre-se <strong>de</strong> que existem outras maneiras <strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r a esse tipo <strong>de</strong> objeção. Abaixo, apresento<br />

14 possibilida<strong>de</strong>s. Escolha sua preferida e teste no<br />

seu dia a dia!<br />

1) Está muito caro em comparação a quê?<br />

2) Estou surpreso por você ter achado caro. Por<br />

que você acha isso?<br />

3) Talvez tenha alguma coisa que eu não tenha<br />

explicado direito. Ficou alguma dúvida? Além do<br />

preço, algo mais não ficou claro?<br />

4) É verda<strong>de</strong>. Os melhores produtos e serviços são<br />

sempre mais caros, é uma questão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

confiança <strong>na</strong> entrega e nos resultados. Posso<br />

apresentar uma opção mais simples, caso interesse.<br />

5) Vamos calcular quanto custa você NÃO comprar?<br />

6) Descontos não posso dar. Interessaria falar em<br />

opções <strong>de</strong> pagamento?<br />

7) Vamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado essa questão do preço por<br />

um instante. Este produto/serviço é exatamente o<br />

que você estava procurando?<br />

8) Se resolvermos a questão do preço, você fecha<br />

agora? Qual é, exatamente, a sua proposta?<br />

9) Posso fazer uma pergunta? Da última vez que<br />

um cliente nosso comprou uma opção mais barata<br />

do que esta tentando economizar dinheiro, acabou<br />

acontecendo X, Y e Z (uma tremenda dor <strong>de</strong> cabeça).<br />

Isso já aconteceu com você? Não seria algo a evitar?<br />

10) Sei que po<strong>de</strong> parecer caro agora e entendo esse<br />

sentimento, mas vamos dividir isso em quanto custa<br />

por (mês, sema<strong>na</strong>, dia)?<br />

11) Eu entendo que ache caro. Mas sabe que esses<br />

dias mesmo eu estava conversando com dois clientes<br />

que começaram um contato comigo achando caro<br />

e ontem me contaram que … (lista <strong>de</strong> benefícios,<br />

uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos).<br />

12) Você realmente precisa dar um “não” <strong>de</strong>finitivo<br />

agora? Que tal pensar nisso mais um pouco e<br />

voltamos a conversar <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> que vem?<br />

13) É caro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do que você está comparando.<br />

Se comparar com X (um chiclete, uma ba<strong>na</strong><strong>na</strong>, um<br />

chocolate), po<strong>de</strong> dar essa sensação. Mas se pensar<br />

que está comprando Y ou Z (características fortes<br />

do produto/serviço), que vai lhe proporcio<strong>na</strong>r A, B<br />

e C (benefícios que o cliente vai ter ao adquirir e<br />

usufruir/utilizar o produto/serviço), então vai ver<br />

que, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong>, está bem barato!<br />

14) Na nossa empresa, nós preferimos conversar<br />

sobre o preço e garantir um produto/serviço <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> alta a nos igualarmos a umas propostas<br />

que vemos por aí, em que se fecha a qualquer custo<br />

e <strong>de</strong>pois vai causar dor <strong>de</strong> cabeça. E a empresa <strong>de</strong><br />

quem você comprou, ainda por cima, só vai ficar<br />

dando <strong>de</strong>sculpas (ou pior, sumir). Só para confirmar:<br />

é realmente só o preço mais baixo que você está<br />

procurando ou X, Y e Z (benefícios) são mais importantes?<br />

Para termi<strong>na</strong>r, lembre-se sempre das duas regras<br />

<strong>de</strong> ouro da negociação em vendas:<br />

a) Antes <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a qualquer objeção, respire<br />

fundo e conte até três mentalmente. Acalme-se,<br />

controle a ansieda<strong>de</strong> e as emoções – não saia<br />

dando <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong>snecessários automaticamente,<br />

sem pensar.<br />

b) Faça perguntas.<br />

Se você juntar as três coisas que apresentei, terá<br />

uma formula perfeita:<br />

a) Respire fundo.<br />

b) Conte até três.<br />

c) Rebata a objeção do cliente com uma pergunta.<br />

E aí, pronto para lidar melhor com as objeções<br />

que aparecerem no seu dia a dia?<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro, diretor da <strong>VendaMais</strong>, especialista<br />

em alta <strong>performance</strong> em vendas e autor<br />

do livro 10 princípios da alta <strong>performance</strong>.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 21


Entrevista / Por Natasha Schiebel /<br />

Divulgação<br />

O<br />

que vem à mente quando você pensa em “li<strong>de</strong>rança tóxica”?<br />

Lí<strong>de</strong>res tiranos, que cometem algum tipo <strong>de</strong> assédio, são <strong>de</strong>testados<br />

por seus li<strong>de</strong>rados e que visivelmente estão preocupados<br />

ape<strong>na</strong>s com seus próprios interesses? Pois acredite: não é preciso<br />

tudo isso para ser tóxico!<br />

“O lí<strong>de</strong>r tirano se reconhece <strong>de</strong> longe e não há dúvidas <strong>de</strong><br />

que ele é tóxico. O ponto <strong>de</strong> partida da minha tese era <strong>de</strong>scobrir<br />

se um lí<strong>de</strong>r saudável po<strong>de</strong>ria ser contagioso. E o que mais me<br />

marcou ao longo da minha pesquisa foi justamente constatar que, sim, até<br />

mesmo um lí<strong>de</strong>r bonzinho po<strong>de</strong> ser tóxico; assim como uma mãe que ama<br />

<strong>de</strong>mais o filho e acaba sufocando-o. Excesso <strong>de</strong> amor, <strong>de</strong> zelo e <strong>de</strong> servidão<br />

po<strong>de</strong> ser tão tóxico quanto tirania”. É isso que Alessandra Assad revela em<br />

Li<strong>de</strong>rança tóxica: você é um lí<strong>de</strong>r contagiante ou contagioso? Descubra o que a<br />

neuroli<strong>de</strong>rança po<strong>de</strong> fazer por você, livro que chega este mês às livrarias <strong>de</strong><br />

todo o Brasil.<br />

Em entrevista exclusiva à <strong>VendaMais</strong>, Alessandra, que é mestre em neuroli<strong>de</strong>rança,<br />

professora nos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), autora<br />

<strong>de</strong> três outros livros (Atreva-se a mudar, Leve o coração para o trabalho e A<br />

arte da guerra para gestão <strong>de</strong> equipes) e que entre 2003 e 2009 foi editora <strong>de</strong>sta<br />

revista, explica o que é a li<strong>de</strong>rança tóxica; quais consequências ela traz; aponta<br />

como a neuroli<strong>de</strong>rança po<strong>de</strong> ajudar a formar lí<strong>de</strong>res melhor capacitados;<br />

fala sobre como <strong>de</strong>ve funcio<strong>na</strong>r, <strong>na</strong> prática, o processo <strong>de</strong> autoanálise e autoconhecimento<br />

para que um lí<strong>de</strong>r contagioso elimine as toxi<strong>na</strong>s que prejudicam<br />

sua li<strong>de</strong>rança e se torne (ou volte a ser) contagiante; e muito mais. Acompanhe<br />

o <strong>de</strong>bate e inspire-se a ser um lí<strong>de</strong>r cada dia melhor!<br />

“O que a<br />

neuroli<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> é que é<br />

preciso usar as<br />

três partes do<br />

cérebro ao<br />

mesmo tempo<br />

para ser um bom<br />

gestor. Não basta<br />

usar só o límbico,<br />

só o reptiliano ou<br />

só o córtex.<br />

Razão, emoção e<br />

lógica precisam<br />

caminhar juntas.”<br />

22<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 23


Lí<strong>de</strong>res contagiosos<br />

Não necessariamente têm perfil <strong>de</strong> tirano ou são<br />

maldosos. Há lí<strong>de</strong>res contagiosos com boas intenções,<br />

mas pouco autoconhecimento.<br />

Prometem e criam expectativas que muitas vezes não<br />

po<strong>de</strong>rão ser cumpridas.<br />

Manipulam as emoções <strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados.<br />

Pensam ape<strong>na</strong>s nos resultados, sem avaliar os impactos<br />

das emoções que o processo po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r.<br />

Não são claros nem transparentes em suas ações,<br />

<strong>de</strong>ixando dúvidas e insegurança frequentes em seus<br />

li<strong>de</strong>rados quanto à melhor conduta e ao melhor<br />

crescimento.<br />

Respon<strong>de</strong>m à dor emocio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> maneira nociva.<br />

Provocam traumas, doenças físicas e fraturas emocio<strong>na</strong>is.<br />

Desequilibram a equipe muitas vezes com boas intenções,<br />

sem perceber o que estão fazendo.<br />

Puxam o tapete do li<strong>de</strong>rado.<br />

Lí<strong>de</strong>res contagiantes<br />

Você os reconhece <strong>de</strong> longe. São aqueles que têm o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> ilumi<strong>na</strong>r o ambiente pelo simples fato <strong>de</strong> estarem ali.<br />

São coerentes e consistentes em suas ações.<br />

Cuidam das emoções <strong>de</strong> seus li<strong>de</strong>rados.<br />

Avaliam os impactos das emoções diante dos resultados<br />

esperados.<br />

São transparentes em suas ações e compartilham<br />

informações que possam levar os li<strong>de</strong>rados ao<br />

crescimento.<br />

Respon<strong>de</strong>m à dor emocio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> maneira curativa.<br />

Deixam um legado para toda a vida.<br />

Promovem o equilíbrio da equipe, sabendo o que estão<br />

fazendo.<br />

Esten<strong>de</strong>m o tapete para o li<strong>de</strong>rado passar.<br />

“Nove em cada<br />

<strong>de</strong>z pessoas têm<br />

problemas com<br />

seus lí<strong>de</strong>res,<br />

trabalham sob<br />

pressão e ficam<br />

doentes. E,<br />

apesar <strong>de</strong> muitas<br />

vezes passarem<br />

diversos meses<br />

do ano doentes<br />

– porque vivem<br />

em uma empresa<br />

doente e têm um<br />

lí<strong>de</strong>r doente –,<br />

elas não<br />

percebem que<br />

essa é a causa <strong>de</strong><br />

toda a dor.<br />

Portanto, ao<br />

notar que o<br />

problema está <strong>na</strong><br />

li<strong>de</strong>rança, que é<br />

tóxica, só há uma<br />

coisa a fazer:<br />

pedir <strong>de</strong>missão!”<br />

<strong>VendaMais</strong> – Sua tese <strong>de</strong> mestrado – e, consequentemente,<br />

seu livro – tem a neuroli<strong>de</strong>rança como ponto <strong>de</strong> partida.<br />

Vamos começar falando sobre esse conceito, então?<br />

Alessandra Assad – Antes <strong>de</strong> falar do conceito em si,<br />

precisamos falar sobre biologia huma<strong>na</strong>.<br />

O cérebro humano é dividido em três partes:<br />

1 Cérebro reptiliano – Mais antigo, mais instintivo,<br />

responsável pelo mecanismo <strong>de</strong> luta e fuga,<br />

pelo piloto automático, pelo instinto <strong>de</strong> sobrevivência,<br />

por coisas que fazemos sem pensar (por<br />

exemplo: quando levamos um susto, é o reptiliano<br />

que está comandando nossas reações).<br />

1 Cérebro límbico – É a parte do meio do cérebro e<br />

é a maior, em termos físicos. Ali está a inteligência<br />

emocio<strong>na</strong>l, as emoções e a percepção do consciente.<br />

1 Córtex – Fica em volta do cérebro límbico e é<br />

costumeiramente chamado <strong>de</strong> “massa cinzenta”.<br />

Essa é a parte do cérebro responsável pelo raciocínio,<br />

pela reflexão, pela lógica.<br />

Dito isso, para chegar à neuroli<strong>de</strong>rança, precisamos<br />

falar sobre a evolução da visão da li<strong>de</strong>rança<br />

tradicio<strong>na</strong>l ao longo do tempo.<br />

Antigamente, os lí<strong>de</strong>res se preocupavam com a<br />

questão estratégica e lógica <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />

suas funções. Há alguns anos, porém, esse lí<strong>de</strong>r que<br />

só utilizava o córtex passou a ser recrimi<strong>na</strong>do e consi<strong>de</strong>rado<br />

frio, calculista, insensível. Então, passou-se<br />

a valorizar aquele lí<strong>de</strong>r que tinha inteligência emocio<strong>na</strong>l;<br />

ou seja, que usava o cérebro límbico em suas<br />

tarefas como gestor. E a questão da razão foi <strong>de</strong>ixada<br />

<strong>de</strong> lado. Era só a emoção que importava. O que aconteceu?<br />

A balança ficou <strong>de</strong>sequilibrada novamente,<br />

mas <strong>de</strong>ssa vez para o outro lado.<br />

Isso tudo era o resultado da evolução da visão da<br />

li<strong>de</strong>rança tradicio<strong>na</strong>l. Porém, o que a neuroli<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> é que é preciso usar as três partes do cérebro<br />

ao mesmo tempo para ser um bom gestor. Não basta<br />

usar só o límbico, só o reptiliano ou só o córtex. Razão,<br />

emoção e lógica precisam caminhar juntas.<br />

Isso requer lí<strong>de</strong>res mais preparados e que entendam<br />

24<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


como funcio<strong>na</strong> a biologia huma<strong>na</strong>. Não basta simplesmente<br />

saber li<strong>de</strong>rar. Saber li<strong>de</strong>rar é uma coisa. Enten<strong>de</strong>r<br />

como funcio<strong>na</strong> a biologia huma<strong>na</strong> vai além <strong>de</strong><br />

tudo isso. A gente precisa fazer menos festa, trabalhar<br />

menos a emoção propriamente dita e trabalhar mais<br />

clareza nos processos, trazer um pouco mais a razão<br />

para dar equilíbrio a todo esse processo.<br />

Que tipos <strong>de</strong> erros são cometidos por lí<strong>de</strong>res que ainda<br />

não enten<strong>de</strong>ram a importância <strong>de</strong> seguir as orientações<br />

da neuroli<strong>de</strong>rança?<br />

Vou dar um exemplo que mostra isso muito claramente:<br />

por muito tempo se falou sobre a importância <strong>de</strong><br />

investir em relacio<strong>na</strong>mento com os colaboradores. E<br />

aí as empresas começaram a <strong>de</strong>senvolver algumas<br />

ações <strong>de</strong> endomarketing e isso em certo ponto se<br />

per<strong>de</strong>u, virou a única gran<strong>de</strong> linha <strong>de</strong> condução da<br />

li<strong>de</strong>rança. É verda<strong>de</strong> que muitas ações nesse campo<br />

são extremamente importantes e precisam ser feitas.<br />

Outras, porém, são <strong>de</strong>snecessárias e po<strong>de</strong>m ser até<br />

mesmo prejudiciais.<br />

Peguemos como exemplo os lançamentos <strong>de</strong> metas<br />

que acontecem em resorts. A empresa leva todo<br />

mundo para um hotel incrível, faz uma gran<strong>de</strong> festa<br />

<strong>de</strong> lançamento das metas, e o que acontece? Ninguém<br />

aproveita aquela estrutura toda, uma gran<strong>de</strong> quantia<br />

<strong>de</strong> dinheiro é investida e, <strong>de</strong>pois que a equipe volta<br />

para a roti<strong>na</strong>, os resultados não acontecem. Por quê?<br />

Porque falta clareza nos processos! Não é que as pessoas<br />

não tenham vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> atingir e superar as<br />

metas; elas simplesmente não sabem como fazer isso,<br />

porque ninguém falou sobre isso!<br />

Atualmente, mais <strong>de</strong> 80% dos problemas <strong>de</strong> gestão<br />

estão relacio<strong>na</strong>dos a problemas <strong>de</strong> comunicação da<br />

estratégia. Os problemas <strong>de</strong> processo têm início <strong>na</strong><br />

relação interpessoal. Não o contrário. E isso é ignorado<br />

por muitas empresas.<br />

O que temos, então, é o seguinte: os processos vêm<br />

do cérebro reptiliano (automático, repetitivo, imitativo).<br />

As relações interpessoais vêm do sistema límbico.<br />

E a gente precisa usar o córtex para transformar tudo<br />

isso em estratégia e fazer com que o equilíbrio aconteça.<br />

O nome disso é neuroli<strong>de</strong>rança!<br />

Dentro <strong>de</strong>sse cenário, como surgiu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> estudar e<br />

escrever sobre li<strong>de</strong>rança tóxica?<br />

Antes mesmo <strong>de</strong> começar meu mestrado, eu percebi<br />

que existia uma carência <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res no Brasil.<br />

A gente ainda vivia um momento economicamente<br />

bom e muitas empresas estavam crescendo.<br />

Consequentemente, os profissio<strong>na</strong>is cresceram<br />

<strong>de</strong>ntro das empresas e assumiram cargos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

mesmo não estando preparados para isso.<br />

Ou seja, esse crescimento, que era meio que geral,<br />

estava <strong>de</strong>ixando buracos por todos os lados.<br />

Pela falta <strong>de</strong> preparo, muita gente acabava li<strong>de</strong>rando<br />

<strong>de</strong> uma forma completamente torta. A maioria<br />

dos meus alunos está em uma fase em que eles são<br />

gerentes ou diretores, mas estão “ensanduichados”;<br />

ou seja, são lí<strong>de</strong>res, mas ao mesmo tempo são li<strong>de</strong>rados.<br />

E muitas vezes eles eram maus lí<strong>de</strong>res porque<br />

não estavam sendo bem li<strong>de</strong>rados. Foi quando eu<br />

percebi que o problema estava no fato <strong>de</strong> que os lí<strong>de</strong>res<br />

<strong>de</strong>les estavam sendo tóxicos!<br />

Eu entendi isso porque muitos <strong>de</strong>sses meus alunos<br />

estavam doentes. Alguns tomavam remédio para <strong>de</strong>pressão;<br />

outros diziam que estavam tratando a ansieda<strong>de</strong>;<br />

tinha os que enfrentavam problema <strong>de</strong> acne,<br />

afta, queda <strong>de</strong> cabelo; e assim por diante. Quando eu<br />

passei a conectar tudo isso, entendi que era uma coisa<br />

tóxica. Foi quando <strong>na</strong>sceu o conceito <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança tóxica,<br />

que é toda e qualquer li<strong>de</strong>rança capaz <strong>de</strong> gerar<br />

uma toxi<strong>na</strong> que cause dor. Essa dor po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> qualquer<br />

<strong>na</strong>tureza – física ou psicológica –, porque, quando<br />

eu causo uma dor psicológica, cedo ou tar<strong>de</strong> uma<br />

dor física vai se manifestar, e isso vai virar doença.<br />

Mas é importante que fique claro que nem toda<br />

toxi<strong>na</strong> é proveniente <strong>de</strong> assédio e nem tudo que é<br />

tóxico é feito com má intenção. A toxi<strong>na</strong> às vezes<br />

surge em ambientes saudáveis. Até porque só boa<br />

intenção não leva a lugar nenhum…<br />

Quando a intenção é boa,<br />

mas o resultado é tóxico<br />

unca vou esquecer um dia em que minha equipe me<br />

“N chamou para uma reunião. Eles tinham algo importante<br />

para me dizer. Confesso que fiquei assustada. Fomos todos<br />

para a sala <strong>de</strong> reuniões.<br />

Por um momento eu me senti em um paredão e imaginei<br />

que seria bombar<strong>de</strong>ada. O que eles tinham para me dizer era<br />

que precisavam que eu mudasse meu comportamento.<br />

‘Mas mudar exatamente o quê?’<br />

‘Você nos interrompe o tempo todo.’<br />

‘Eu faço isso?’<br />

‘O tempo todo.’<br />

Se eu falasse que fazia mesmo e nunca tinha percebido,<br />

talvez ninguém acreditasse. Naquele dia minha atitu<strong>de</strong> foi me<br />

<strong>de</strong>sculpar e pedir ajuda. Afi<strong>na</strong>l, se eu faço algo que não percebo,<br />

como vou parar <strong>de</strong> fazer?<br />

Criamos juntos um mecanismo <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> muito legal.<br />

Tipo uma plaquinha com cores ver<strong>de</strong> e vermelha que ficava<br />

colada em cima da tela do computador. Eu as conseguia ver <strong>de</strong><br />

longe. Se estivesse ver<strong>de</strong>, significava que eu po<strong>de</strong>ria ir até lá.<br />

Se estivesse vermelho, eu não po<strong>de</strong>ria interromper.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 25


A experiência ren<strong>de</strong>u muitos frutos, porque todos passaram<br />

a respeitar muito mais a privacida<strong>de</strong> do outro, inclusive a minha.<br />

E encaramos tudo isso com bom humor, foi até engraçado<br />

porque não foram poucas as vezes em que me aproximei e <strong>de</strong>i<br />

meia volta. A única regra era que o vermelho não po<strong>de</strong>ria ultrapassar<br />

mais <strong>de</strong> 50% do tempo total do dia <strong>de</strong> trabalho. Depois<br />

<strong>de</strong> algum tempo, recebi até elogios da equipe, e hoje é algo que<br />

não preciso mais policiar em meu comportamento. Eu não<br />

fazia por mal. Eu queria ser útil, queria resolver, estar presente,<br />

ajudar e servir. E estava sendo tóxica. Ainda bem que tive uma<br />

equipe que veio conversar comigo sobre isso. Mas eu sempre<br />

fui acessível. E isso também po<strong>de</strong> fazer muita diferença.”<br />

Trecho do livro Li<strong>de</strong>rança Tóxica: você é um lí<strong>de</strong>r contagiante ou<br />

contagioso? Descubra o que a neuroli<strong>de</strong>rança po<strong>de</strong> fazer por você<br />

Qual é o caminho que um lí<strong>de</strong>r precisa percorrer para <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> ser tóxico e se transformar em contagiante?<br />

Para mim, tudo começa em um processo <strong>de</strong> autoanálise<br />

que resulte <strong>na</strong> compreensão <strong>de</strong> quem é aquele<br />

lí<strong>de</strong>r e o que ele realmente está fazendo com a sua<br />

li<strong>de</strong>rança. Afi<strong>na</strong>l, por mais que a gente sempre queira<br />

fazer a coisa certa, nem sempre é isso que fazemos.<br />

O que acontece é que, <strong>na</strong> maioria das vezes, nós somos<br />

os lí<strong>de</strong>res que gostaríamos <strong>de</strong> ter. Porém, nem sempre<br />

esse é o lí<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>vemos ser. E qual é o lí<strong>de</strong>r que<br />

<strong>de</strong>vemos ser? Aquele <strong>de</strong> que a nossa equipe precisa!<br />

Nesse sentido, é preciso enten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s da<br />

equipe em si e se a<strong>de</strong>quar a elas. Além disso, também<br />

é preciso olhar para o ambiente e se adaptar a ele, pois<br />

só assim conseguiremos fazer com que a equipe se<br />

adapte também. E é isso que vai fazer com que a alta<br />

<strong>performance</strong> comece a <strong>na</strong>scer.<br />

Um lí<strong>de</strong>r aparentemente saudável po<strong>de</strong> se tor<strong>na</strong>r contagioso,<br />

intoxicar seus li<strong>de</strong>rados, trazendo-lhes doenças<br />

físicas e transformando a empresa em um ambiente tóxico?<br />

Como é possível i<strong>de</strong>ntificar que um lí<strong>de</strong>r está se<br />

tor<strong>na</strong>ndo tóxico? Quando é só uma falha – aconteceu,<br />

<strong>na</strong>tural, segue o baile – e quando começa a se tor<strong>na</strong>r preocupante?<br />

Como i<strong>de</strong>ntificar quando ele está se tor<strong>na</strong>ndo,<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, um lí<strong>de</strong>r tóxico, ou só cometeu um erro?<br />

Erros acontecem. Todo mundo erra. Até porque<br />

nenhum lí<strong>de</strong>r <strong>na</strong>sce pronto. Começa a se tor<strong>na</strong>r preocupante<br />

quando passa a ficar patológico; quando as<br />

pessoas começam a ficar doentes, quando você vê que<br />

a equipe começa a apresentar sintomas doentios –<br />

físicos e psicológicos. Aqui, é importante apresentar<br />

algumas estatísticas.<br />

No mundo, 80% das pessoas que se afastam do<br />

trabalho são infelizes.<br />

As doenças psicossociais já respon<strong>de</strong>m pela maior<br />

parte dos afastamentos no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

Os transtornos mentais respon<strong>de</strong>m por 48%. A<br />

<strong>de</strong>pressão já é a segunda causa <strong>de</strong> afastamento no<br />

ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

A <strong>de</strong>pressão já afeta 4,4% da população mundial<br />

e 5,8% dos brasileiros.<br />

O Brasil é o país com maior prevalência <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><br />

no mundo: 9,3%. A maior parte <strong>de</strong>sse índice<br />

<strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> no Brasil vem por causa do trabalho.<br />

1 milhão <strong>de</strong> brasileiros receberam auxílio-doença<br />

em 2011 por causa <strong>de</strong> estresse.<br />

Para 2030, a projeção é que os gastos relacio<strong>na</strong>dos<br />

a transtornos emocio<strong>na</strong>is e psicológicos no ambiente<br />

<strong>de</strong> trabalho cheguem a 6 trilhões <strong>de</strong> dólares.<br />

As doenças ocupacio<strong>na</strong>is já representam 3,5% do<br />

PIB do Brasil.<br />

É com esse panorama que precisamos nos preocupar!<br />

As emoções fazem parte da condição huma<strong>na</strong>.<br />

Não existe empresa sem emoção. Mas o que a gente<br />

não vê, como lí<strong>de</strong>r, é o impacto que essas emoções<br />

trazem para o ambiente corporativo. Porque a gente<br />

passa o dia inteiro pensando em meta e não para pra<br />

cuidar das emoções. Mas não é por mal que a gente<br />

faz isso. A gente está fazendo 200 outras coisas ao<br />

mesmo tempo e estamos sempre preocupados com o<br />

resultado. Então a gran<strong>de</strong> questão é: o que transforma<br />

essa dor emocio<strong>na</strong>l em toxicida<strong>de</strong> é a resposta que se<br />

dá para ela. Se essa resposta for nociva, isso se transforma<br />

em contagioso. Se essa reposta for curativa,<br />

isso se transforma em contagiante.<br />

O que um profissio<strong>na</strong>l que percebe que seu lí<strong>de</strong>r está<br />

sendo tóxico precisa fazer?<br />

Nove em cada <strong>de</strong>z pessoas têm problemas com seus<br />

lí<strong>de</strong>res, trabalham sob pressão e ficam doentes. E,<br />

apesar <strong>de</strong> muitas vezes passarem diversos meses do<br />

ano doentes – porque vivem em uma empresa doente<br />

e têm um lí<strong>de</strong>r doente –, elas não percebem que<br />

essa é a causa <strong>de</strong> toda a dor. Portanto, ao notar que o<br />

problema está <strong>na</strong> li<strong>de</strong>rança, que é tóxica, só há uma<br />

coisa a fazer: pedir <strong>de</strong>missão!<br />

Como diz o pesquisador Stephen Bevan, que é<br />

especialista em <strong>performance</strong> no ambiente <strong>de</strong> trabalho,<br />

não ter emprego é melhor do que ter um emprego<br />

ruim! Um estudo da Australian Natio<strong>na</strong>l University<br />

apoia essa teoria ao constatar que a saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong><br />

quem tem um emprego ruim é pior do que a dos <strong>de</strong>sempregados.<br />

Claro que isso não significa que <strong>de</strong>vemos<br />

26<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


parar <strong>de</strong> procurar emprego, mas sim que precisamos<br />

pensar em como a qualida<strong>de</strong> do nosso trabalho afeta<br />

nossa saú<strong>de</strong> mental e produtivida<strong>de</strong>.<br />

Portanto, quando os seus valores não estiverem<br />

alinhados aos da empresa, quando o seu chefe fizer<br />

mal para você – mesmo que você goste da empresa –,<br />

você precisa procurar outro lugar para trabalhar. É<br />

extremamente necessário ter equilíbrio <strong>na</strong> vida. Só<br />

se produz bem quando o corpo está equilibrado. As<br />

pessoas machucadas ficam obcecadas pela dor, não<br />

conseguem se concentrar (isso é neurociência!), não<br />

são criativas e são incapazes <strong>de</strong> gerar excelência. O<br />

melhor mesmo é pagar o preço e tomar a <strong>de</strong>cisão mais<br />

assertiva – ainda que seja dolorida no bolso – em prol<br />

da paz <strong>de</strong> espírito e do equilíbrio físico e mental para<br />

que se possa voltar a produzir. Quanto mais você<br />

<strong>de</strong>ixar o tempo passar, mais doente você vai ficar. E<br />

aí, até você curar a doença, vai <strong>de</strong>morar mais tempo.<br />

Você vai estar adiando um problema.<br />

Claro que cada pessoa sabe on<strong>de</strong> dói o seu calo.<br />

Precisamos avaliar o nosso próprio cenário. As pessoas<br />

têm suas necessida<strong>de</strong>s, suas contas… Eu sei<br />

como é duro passar por isso e precisar <strong>de</strong> tudo isso.<br />

É claro que é difícil. Mas não se acomo<strong>de</strong> com essa<br />

situação. Se você tá sofrendo, se percebe que essa<br />

história está se arrastando, vá em busca <strong>de</strong> algo que<br />

te faça feliz. Às vezes, está em volta da gente e a<br />

gente não consegue enxergar justamente por estar<br />

tão pressio<strong>na</strong>do pelo sistema.<br />

10 dicas para ser um lí<strong>de</strong>r contagiante<br />

01. Diversifique tarefas rotineiras.<br />

02. Tenha um propósito maior.<br />

03. Crie um ambiente motivacio<strong>na</strong>l saudável <strong>de</strong> longo<br />

prazo.<br />

04. Seja justo <strong>na</strong> remuneração.<br />

05. Estimule autonomia, excelência e propósito (bases<br />

da motivação 3.0).<br />

06. Evite as recompensas “se… então” → “Se você bater<br />

sua meta, então vai po<strong>de</strong>r tirar um dia <strong>de</strong> folga.”<br />

07. Utilize as recompensas inesperadas: “agora que…”<br />

→ “Agora que você bateu sua meta, po<strong>de</strong>rá tirar um<br />

dia <strong>de</strong> folga.”<br />

08. Converse abertamente sobre as dores existentes<br />

em sua equipe.<br />

09. Comunique expectativas com integrida<strong>de</strong>, pois,<br />

quando as pessoas não sabem o que esperar <strong>de</strong><br />

você, você po<strong>de</strong> frustrar as expectativas <strong>de</strong>las – e<br />

às vezes um lí<strong>de</strong>r é tóxico porque as pessoas estão<br />

esperando algo <strong>de</strong>le que ele nunca prometeu dar!<br />

Ou seja, falta <strong>de</strong> transparência às vezes tor<strong>na</strong> tóxico<br />

um lí<strong>de</strong>r que não <strong>de</strong>veria ser.<br />

10. Seja coerente. Cumpra suas promessas. Fale e faça!<br />

“Nem toda toxi<strong>na</strong> é<br />

proveniente <strong>de</strong><br />

assédio e nem tudo<br />

que é tóxico é feito<br />

com má intenção. A<br />

toxi<strong>na</strong> às vezes<br />

surge em ambientes<br />

saudáveis. Até<br />

porque só boa<br />

intenção não leva a<br />

lugar nenhum…”<br />

Livro: Li<strong>de</strong>rança tóxica: você é<br />

um lí<strong>de</strong>r contagiante ou contagioso?<br />

Descubra o que a neuroli<strong>de</strong>rança<br />

po<strong>de</strong> fazer por você<br />

Número <strong>de</strong> pági<strong>na</strong>s: 256<br />

Autora: Alessandra Assad<br />

Editora: Alta Books<br />

27


Técnicas <strong>de</strong> venda<br />

Quer melhorar seu<br />

fechamento? Foque no<br />

início do processo!<br />

Por Cristofer Re<strong>na</strong>n<br />

Um dos principais <strong>de</strong>safios da área<br />

comercial <strong>de</strong> qualquer empresa é<br />

encontrar maneiras <strong>de</strong> fechar mais<br />

negócios. A consequência disso é<br />

um número crescente <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> vendas buscando técnicas<br />

<strong>de</strong> fechamento e formas para superar<br />

com mais facilida<strong>de</strong> as objeções<br />

criadas pelos clientes. Em um curto espaço <strong>de</strong><br />

tempo, essa atitu<strong>de</strong> po<strong>de</strong> gerar bons resultados, e é<br />

exatamente nesse ponto que mora o perigo: trata-se<br />

o sintoma, não a causa.<br />

O primeiro passo para melhorar em <strong>de</strong>finitivo o<br />

índice <strong>de</strong> fechamento <strong>de</strong> uma equipe comercial é<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> encarar essa etapa como os 20% fi<strong>na</strong>is do<br />

processo <strong>de</strong> venda e passar a enxergá-la como os 50%<br />

iniciais. É preciso ter a convicção <strong>de</strong> que o que vai<br />

levar os ven<strong>de</strong>dores a um fechamento tranquilo é a<br />

qualida<strong>de</strong> do início do processo <strong>de</strong> venda. Com isso<br />

em mente, é tarefa do gestor passar a focar <strong>na</strong>quilo<br />

que realmente interessa: quais os reais motivos <strong>de</strong><br />

tantas objeções por parte dos clientes e qual a explicação<br />

para o cliente não realizar a compra <strong>de</strong> maneira<br />

<strong>na</strong>tural.<br />

28<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


Principalmente em vendas B2B e com ticket médio<br />

alto, é necessário que os ven<strong>de</strong>dores estejam<br />

preparados para antever as objeções mais comuns.<br />

Com isso, eles passam a contorná-las por meio <strong>de</strong><br />

perguntas-chave antes mesmo que elas sejam levantadas<br />

pelo prospect ou cliente, o que tor<strong>na</strong> o processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra muito agradável para ambos<br />

os lados e <strong>pratica</strong>mente assegura que não haverá<br />

surpresas. Para isso, é importante que o processo <strong>de</strong><br />

venda esteja bem alinhado e que os melhores ven<strong>de</strong>dores<br />

não sejam aqueles com maiores habilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>na</strong> conclusão da venda, e sim os que se <strong>de</strong>dicam a<br />

executar o processo <strong>de</strong> maneira correta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

e conseguem conduzir o cliente durante todo o<br />

ciclo <strong>de</strong> forma tranquila e “sem pressões”.<br />

Para facilitar a implantação <strong>de</strong>ssa “cultura” em<br />

sua equipe, há duas ferramentas que são fundamentais:<br />

a) Matriz <strong>de</strong> qualificação<br />

1) Cliente não possui interesse e não possui dor.<br />

2) Cliente não possui dor, mas possui interesse.<br />

3) Cliente possui dor, mas não possui interesse.<br />

4) Cliente possui dor e possui interesse.<br />

É assim que os clientes são distribuídos <strong>na</strong><br />

matriz <strong>de</strong> qualificação. Mas antes <strong>de</strong> falar sobre<br />

a divisão em si, é preciso explicar como implementá-la.<br />

O primeiro passo é segmentar seus clientes e<br />

<strong>de</strong>finir juntamente com sua equipe quais são as<br />

principais dores e as principais objeções <strong>de</strong> sua<br />

base. Feito isso, é preciso formular as perguntas<br />

estratégicas que vão nortear os ven<strong>de</strong>dores durante<br />

todo o processo da venda. As perguntas <strong>de</strong>vem<br />

ter a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir se o cliente está sofrendo<br />

com algum tipo <strong>de</strong> “dor” que o motive a<br />

realizar a compra e perceber também quais serão<br />

as futuras objeções – pois quando se <strong>de</strong>scobre uma<br />

possível objeção já no início do processo, é possível<br />

utilizá-la a seu favor, <strong>de</strong>rrubando-a quando formular<br />

a proposta <strong>de</strong> valor para aquele cliente em específico.<br />

A etapa seguinte é a divisão dos clientes <strong>na</strong>s<br />

categorias apresentadas acima (você po<strong>de</strong> utilizar<br />

a matriz <strong>de</strong> qualificação feita por seus ven<strong>de</strong>dores<br />

para mensurar a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les no entendimento<br />

das dores do cliente e também para auxiliá-los estrategicamente<br />

durante as negociações).<br />

Com base <strong>na</strong> matriz <strong>de</strong> qualificação, é possível<br />

<strong>de</strong>senvolver uma estratégia que atenda especificamente<br />

à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada cliente, apresentando<br />

uma proposta mais assertiva e seguindo a seguinte<br />

lógica <strong>de</strong> acordo com sua qualificação:<br />

1) Quando o cliente não possui dor e não possui<br />

interesse, você <strong>de</strong>ve avaliar a permanência <strong>de</strong>le no<br />

funil.<br />

Quando se insiste em clientes nessa situação, costuma-se<br />

aumentar consi<strong>de</strong>ravelmente o custo <strong>de</strong><br />

aquisição <strong>de</strong> clientes, e isso certamente não é interessante.<br />

A sugestão é que você crie um banco <strong>de</strong> dados<br />

para clientes com esse perfil e <strong>de</strong>senvolva materiais<br />

específicos que <strong>de</strong>verão ser enviados sema<strong>na</strong>lmente<br />

(ou <strong>de</strong> 15 em 15 dias). Essa ação visa aumentar a<br />

familiarida<strong>de</strong> do cliente com sua empresa e gerar<br />

autorida<strong>de</strong> para sua marca.<br />

Quando o cliente passa por esse processo <strong>de</strong><br />

“reciclagem” e, após um período, é incorporado<br />

novamente ao funil, a tendência é que a equipe<br />

tenha mais facilida<strong>de</strong> <strong>na</strong> busca por uma melhor<br />

qualificação do cliente no próximo contato.<br />

2) O cliente que não possui dor, mas possui interesse<br />

precisa ser contatado novamente pelo ven<strong>de</strong>dor.<br />

Antes do novo contato, contudo, é importante o<br />

gestor se reunir com o ven<strong>de</strong>dor para verificar quais<br />

foram as perguntas realizadas durante a primeira<br />

conversa e elaborar novas perguntas que foquem<br />

<strong>na</strong> busca por uma dor.<br />

3) Quando um cliente possui dor, mas não possui<br />

interesse, a verda<strong>de</strong> é que o profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vendas<br />

não conseguiu mostrar “quanto custa” não resolver<br />

o problema em questão.<br />

Nessa situação, mais uma vez é preciso avaliar as<br />

perguntas feitas pelo ven<strong>de</strong>dor e, junto com ele,<br />

pensar em questio<strong>na</strong>mentos estratégicos visando<br />

aumentar o senso <strong>de</strong> urgência do cliente para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do<br />

problema.<br />

A habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar senso <strong>de</strong> urgência assume<br />

uma importância fundamental para o sucesso do<br />

profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vendas, pois mais importante que<br />

i<strong>de</strong>ntificar um problema é ter a convicção <strong>de</strong> que o<br />

cliente julga necessário resolver aquele problema<br />

no momento.<br />

“O primeiro<br />

passo para<br />

melhorar em<br />

<strong>de</strong>finitivo o<br />

índice <strong>de</strong><br />

fechamento<br />

<strong>de</strong> uma equipe<br />

comercial<br />

é <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

encarar essa<br />

etapa como<br />

os 20% fi<strong>na</strong>is<br />

do processo<br />

<strong>de</strong> venda<br />

e passar a<br />

enxergá-la<br />

como os 50%<br />

iniciais. É<br />

preciso ter<br />

a convicção<br />

<strong>de</strong> que o que<br />

vai levar os<br />

ven<strong>de</strong>dores<br />

a um<br />

fechamento<br />

tranquilo é<br />

a qualida<strong>de</strong><br />

do início do<br />

processo <strong>de</strong><br />

venda.”<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 29


A busca por <strong>de</strong>spertar o senso <strong>de</strong> urgência no<br />

cliente po<strong>de</strong> ser facilitada se você conseguir as<br />

respostas a estas três perguntas:<br />

2 Qual o maior <strong>de</strong>safio do cliente relacio<strong>na</strong>do ao<br />

produto/serviço com que você trabalha?<br />

2 Quanto valeria para o cliente se esse problema<br />

fosse resolvido para sempre?<br />

2 Quanto custa ao cliente não solucio<strong>na</strong>r esse problema?<br />

Se você conseguir <strong>de</strong>scobrir o principal <strong>de</strong>safio<br />

do cliente e mostrar a ele quão importante é a solução,<br />

significa que você está indo <strong>na</strong> direção correta<br />

para o aumento do senso <strong>de</strong> urgência.<br />

4) Quando o cliente possui interesse e também dor<br />

evi<strong>de</strong>nciada, o foco <strong>de</strong>ve estar em elaborar perguntas<br />

estratégicas que façam o próprio cliente <strong>de</strong>clarar<br />

os benefícios propostos pela solução apresentada.<br />

Quando se consegue gerar essa ação por parte do<br />

cliente, o nível <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong>le para com a<br />

solução apresentada é tão gran<strong>de</strong> que questões<br />

como preço começam a ficar em segundo plano.<br />

Nesses casos, os ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong>vem ser orientados<br />

a compreen<strong>de</strong>r que, geralmente, a maior<br />

parte do processo <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> venda acontece<br />

quando eles não estão presentes. Fazer com que o<br />

próprio cliente <strong>de</strong>clare os benefícios <strong>de</strong> sua proposta<br />

faz com que o comprador esteja “trei<strong>na</strong>do” para<br />

“ven<strong>de</strong>r para você” quando você não estiver por<br />

perto. Quando o cliente compreen<strong>de</strong> os benefícios,<br />

significa que ele está pronto para respon<strong>de</strong>r aos<br />

questio<strong>na</strong>mentos dos superiores ou membros da<br />

equipe, <strong>de</strong> modo a justificar a escolha do fornecedor.<br />

Observação: A utilização da matriz <strong>de</strong> qualificação,<br />

além <strong>de</strong> fazer com que o ven<strong>de</strong>dor tenha mais êxito<br />

no fechamento, facilita a avaliação da <strong>performance</strong><br />

do profissio<strong>na</strong>l, bem como possibilita que você utilize<br />

um fluxo <strong>de</strong> cadência, como veremos a seguir.<br />

Quando existe um fluxo <strong>de</strong> cadência <strong>de</strong>finido,<br />

a tendência é que haja uma redução consi<strong>de</strong>rável<br />

no tempo entre o primeiro contato e o fechamento<br />

da venda. Essa ferramenta também gera um maior<br />

controle sobre o processo, transmitindo <strong>de</strong> maneira<br />

clara qual o ritmo <strong>de</strong> contatos que você espera<br />

<strong>de</strong> seu ven<strong>de</strong>dor em cada situação.<br />

O fluxo <strong>de</strong>ve estabelecer o período entre cada<br />

contato, o sincronismo entre diferentes tipos <strong>de</strong><br />

contatos e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contatos máximos por<br />

dia e por sema<strong>na</strong> em cada etapa do processo <strong>de</strong><br />

venda, sempre <strong>de</strong> acordo com a qualificação do<br />

cliente. Por exemplo: sabemos que a agilida<strong>de</strong> necessária<br />

para voltar com uma proposta a um cliente<br />

qualificado com dor e interesse evi<strong>de</strong>nciados é<br />

muito maior do que a agilida<strong>de</strong> para o retorno a<br />

um cliente sem dor, mas com interesse.<br />

Observação: O fluxo <strong>de</strong> cadência <strong>de</strong>ve ser utilizado<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros contatos <strong>de</strong> prospecção, estabelecendo<br />

a roti<strong>na</strong> em cada uma das etapas da<br />

venda.<br />

No momento em que passamos a <strong>de</strong>senvolver<br />

nossos profissio<strong>na</strong>is já <strong>na</strong>s primeiras etapas da<br />

venda com o intuito <strong>de</strong> alavancar melhores resultados<br />

no fechamento, po<strong>de</strong>mos ter a garantia <strong>de</strong><br />

que estamos <strong>na</strong> direção correta.<br />

Quando me <strong>de</strong>paro com equipes que estão acostumadas<br />

a focar seus trei<strong>na</strong>mentos em superar<br />

objeções e utilizar técnicas <strong>de</strong> fechamento, associo<br />

automaticamente a um time <strong>de</strong> futebol. Imagine a<br />

seguinte situação: com que olhos você veria um<br />

time que, <strong>na</strong>s vésperas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão importante,<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>sse as sema<strong>na</strong>s que antece<strong>de</strong>m ao jogo somente<br />

a trei<strong>na</strong>r pê<strong>na</strong>ltis? E se a disputa por pê<strong>na</strong>ltis<br />

nem chegar?<br />

Trazendo para a nossa realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> encarar<br />

o fechamento como os 20% fi<strong>na</strong>is e mostrar<br />

para sua equipe o impacto que o início da venda<br />

tem no fechamento é preparar seu time para ganhar<br />

no “tempo normal”. É isso que você quer, não?<br />

“Deixar <strong>de</strong><br />

encarar o<br />

fechamento<br />

como os<br />

20% fi<strong>na</strong>is e<br />

mostrar para<br />

sua equipe o<br />

impacto que<br />

o início da<br />

venda tem no<br />

fechamento<br />

é preparar<br />

seu time<br />

para ganhar<br />

no ‘tempo<br />

normal’.”<br />

b) Fluxo <strong>de</strong> cadência<br />

Esta ferramenta tem a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> padronizar a<br />

roti<strong>na</strong> <strong>de</strong> contatos do ven<strong>de</strong>dor (e-mail, telefonemas<br />

e visitas) com cada cliente. A intenção é criar padrões<br />

para que o ven<strong>de</strong>dor não perca o tempo correto<br />

da venda e também mantenha o equilíbrio<br />

entre a insistência e a persistência.<br />

Cristofer Re<strong>na</strong>n, gerente comercial da Suprema<br />

Rótulos e Etiquetas.<br />

cristofer@supremaetiquetas.com.br<br />

30<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 31


CAPA<br />

32<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


<strong>Indicadores</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>performance</strong><br />

<strong>na</strong> prática<br />

Como criar o placar <strong>de</strong> sucesso<br />

da sua equipe <strong>de</strong> vendas<br />

Faturamento, ticket médio, carteira <strong>de</strong> clientes,<br />

contatos feitos… são tantos os indicadores <strong>de</strong><br />

<strong>performance</strong> que po<strong>de</strong>m ser medidos em vendas<br />

que é normal que você não saiba por on<strong>de</strong> começar<br />

a criação do seu placar <strong>de</strong> sucesso. Mas está <strong>na</strong><br />

hora <strong>de</strong> resolver esse problema e monitorar <strong>de</strong><br />

perto os números que realmente importam para o<br />

sucesso da sua operação comercial. Saiba como<br />

fazer isso, <strong>na</strong> prática, lendo esta reportagem!<br />

DA REDAÇÃO - FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 33


onvidamos você a fazer um teste:<br />

acesse seu buscador favorito e faça<br />

uma pesquisa por “indicadores <strong>de</strong><br />

<strong>performance</strong> em vendas”.<br />

Pois é, a primeira pági<strong>na</strong> traz<br />

listas e mais listas – muitas vezes,<br />

completamente diferentes! – <strong>de</strong><br />

métricas que <strong>de</strong>vem ser monitoradas<br />

por gestores que <strong>de</strong>sejam fazer<br />

um bom controle do <strong>de</strong>sempenho<br />

da sua equipe comercial! Cada artigo<br />

apresenta os dados que seu<br />

autor consi<strong>de</strong>ra mais importantes<br />

e explica como o monitoramento<br />

<strong>de</strong>les <strong>de</strong>ve ser feito. Para o leitor,<br />

fica a tarefa <strong>de</strong> adaptar aquelas<br />

informações à sua realida<strong>de</strong> e também<br />

<strong>de</strong> acompanhar, no dia a dia,<br />

a evolução <strong>de</strong> cada indicador.<br />

Não há dúvidas <strong>de</strong> que conteúdos<br />

assim são úteis para quem quer<br />

dar um primeiro passo <strong>na</strong> gestão<br />

por indicadores – tanto é que, logo<br />

<strong>na</strong> primeira pági<strong>na</strong> <strong>de</strong> resultados<br />

<strong>de</strong>ssa busca, você vai encontrar diversos<br />

materiais publicados no portal<br />

<strong>VendaMais</strong>. Porém, o problema é que, muitas vezes,<br />

essas listas po<strong>de</strong>m assustar quem precisa gerenciar<br />

melhor sua equipe <strong>de</strong> vendas. Afi<strong>na</strong>l, entre tantos critérios<br />

para avaliar, é quase impossível não se questio<strong>na</strong>r:<br />

“Eu <strong>de</strong>vo monitorar todos esses?”. Alerta <strong>de</strong> revelação<br />

bombástica: a resposta é “não necessariamente”!<br />

A verda<strong>de</strong> é que essas listas não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas<br />

a sua linha <strong>de</strong> chegada; <strong>de</strong>vem ser ape<strong>na</strong>s<br />

uma parte da sua jor<strong>na</strong>da. E, por isso mesmo, não<br />

po<strong>de</strong>m ser encaradas como regra, mas sim como ferramentas<br />

para ajudá-lo a <strong>de</strong>finir qual será o caminho<br />

que você vai percorrer e a metodologia que facilitará<br />

essa caminhada.<br />

Com isso em mente, preparamos uma reportagem<br />

especial para ajudá-lo a estruturar sua li<strong>de</strong>rança por<br />

indicadores <strong>de</strong> forma estratégica, assertiva e levando<br />

em consi<strong>de</strong>ração a realida<strong>de</strong> da sua empresa. Nossa<br />

proposta não é dizer quais indicadores você <strong>de</strong>ve<br />

monitorar (até porque isso seria impossível), mas<br />

ajudá-lo a enten<strong>de</strong>r algumas das métricas mais importantes<br />

em vendas, saber quais são os benefícios da<br />

gestão por indicadores e <strong>de</strong>scobrir o que você <strong>de</strong>ve<br />

fazer com as informações coletadas <strong>na</strong>s avaliações<br />

que passará a fazer com seus ven<strong>de</strong>dores. Você vai<br />

termi<strong>na</strong>r a leitura preparado para começar a li<strong>de</strong>rar<br />

por indicadores e apto a olhar para aquelas infindáveis<br />

listas <strong>de</strong> maneira mais amigável. Isso vai fazer diferença<br />

nos seus resultados! Vamos lá?<br />

A relação entre as metas e os indicadores<br />

<strong>de</strong> <strong>performance</strong><br />

Alice: – Você po<strong>de</strong> me ajudar?<br />

Gato: – Sim, pois não?<br />

Alice: – Para on<strong>de</strong> vai essa estrada?<br />

Gato: – Para on<strong>de</strong> você quer ir?<br />

Alice: – Eu não sei, estou perdida.<br />

Gato: – Para quem não sabe para on<strong>de</strong> vai, qualquer<br />

caminho serve.<br />

Esse diálogo, parte da obra<br />

Alice no país das maravilhas, <strong>de</strong><br />

Lewis Carroll, ilustra muito bem<br />

o primeiro princípio da alta <strong>performance</strong><br />

em vendas (metas e<br />

objetivos <strong>de</strong>safiadores e motivadores)<br />

– e, consequentemente, é<br />

um ótimo ponto <strong>de</strong> partida para<br />

o nosso <strong>de</strong>bate sobre indicadores<br />

<strong>de</strong> <strong>performance</strong>. Afi<strong>na</strong>l, para<br />

conquistar o sucesso em vendas,<br />

não basta pegar qualquer “estrada”.<br />

É preciso saber exatamente<br />

para on<strong>de</strong> se quer ir (qual é a sua<br />

meta, quais são seus objetivos, o que você <strong>de</strong>seja conquistar)<br />

e qual caminho precisa seguir para chegar<br />

até lá. Ao longo do percurso, os indicadores funcio<strong>na</strong>rão<br />

como as placas que indicam se você continua<br />

<strong>na</strong> rota certa – e, se a resposta for não, eles o ajudarão<br />

a saber o que fazer <strong>na</strong>quele momento!<br />

Nesse sentido, uma ferramenta <strong>de</strong>ve ser utilizada<br />

antes <strong>de</strong> você iniciar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> métricas<br />

<strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho: ela se chama<br />

meta ESMART. Ela ajuda a <strong>de</strong>finir metas muito mais<br />

eficientes, pois são específicas, mensuráveis, alcançáveis,<br />

relevantes e têm um tempo <strong>de</strong>finido para serem<br />

atingidas.<br />

Por exemplo:<br />

Saiba quais são os outros<br />

princípios da alta <strong>performance</strong><br />

em vendas lendo a reportagem<br />

publicada origi<strong>na</strong>lmente<br />

<strong>na</strong> <strong>VendaMais</strong> <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 2015 e que está disponível<br />

em bit.ly/principios-APV.<br />

Pseudometa: “Quero ven<strong>de</strong>r mais”.<br />

Meta ESMART: “Até o fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano,<br />

quero ven<strong>de</strong>r 10% a mais do que vendi até o mesmo<br />

período do ano passado, fazendo X contatos por sema<strong>na</strong><br />

com clientes fiéis e prospectando novos clientes<br />

Y vezes por mês”.<br />

34<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


O passo seguinte é colocar as metas ESMART no<br />

papel. Isso as tor<strong>na</strong> muito mais claras, motiva você a<br />

entrar em ação, ajuda a ter foco, a vencer a preguiça<br />

e a acomodação, bem como a monitorar o progresso.<br />

E é aí que entram os indicadores.<br />

Por que li<strong>de</strong>rar por indicadores?<br />

Motivo número 1: <strong>Indicadores</strong> apresentam oportunida<strong>de</strong>s<br />

Marcelo Caetano, sócio da <strong>VendaMais</strong> e autor dos livros<br />

Ven<strong>de</strong>dor fiel, cliente fiel, e Chega <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto!<br />

“Sou conselheiro <strong>de</strong> uma construtora. Certa vez,<br />

em uma reunião com um diretor, perguntei qual tinha<br />

sido a ação <strong>de</strong> vendas que mais havia trazido resultado<br />

no ano. A resposta <strong>de</strong>le foi um bom exemplo <strong>de</strong><br />

como a falta <strong>de</strong> processos claros para acompanhar<br />

indicadores po<strong>de</strong> provocar uma miopia generalizada<br />

<strong>na</strong> organização. Ele disse:<br />

— Ven<strong>de</strong>mos muitas unida<strong>de</strong>s do Minha casa, minha<br />

vida quando montamos um stand <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

empresa que tinha vários funcionários com perfil<br />

a<strong>de</strong>quado.<br />

Em seguida, perguntei qual era a priorida<strong>de</strong> no<br />

momento. Ele foi direto:<br />

— Ven<strong>de</strong>r mais.<br />

— E quantas ações como essa estão planejadas?<br />

– emen<strong>de</strong>i.<br />

— Nenhuma – ele respon<strong>de</strong>u.<br />

Veja que uma ação que gerou gran<strong>de</strong>s resultados<br />

acabou não sendo levada adiante em razão da falta<br />

<strong>de</strong> foco, da ausência <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s e da falta <strong>de</strong> indicadores.<br />

Claramente essa ação <strong>de</strong>veria ser a priorida<strong>de</strong><br />

no momento, mas o fato <strong>de</strong> eles não li<strong>de</strong>rarem com<br />

base em indicadores os <strong>de</strong>ixou míopes.<br />

De forma resumida, o que eles <strong>de</strong>veriam ter feito<br />

era criar um plano para ver quantas ações como aquela<br />

conseguiriam repetir. Na prática, seria algo assim:<br />

Prospectar ‘X’ empresas por dia;<br />

Atingir ‘X’ funcionários com perfil <strong>de</strong> comprador;<br />

Realizar ‘X’ vendas.<br />

Quando se tem priorida<strong>de</strong> e os indicadores mostram<br />

o caminho, boas i<strong>de</strong>ias surgem <strong>na</strong>turalmente.”<br />

→ Para pensar: Perceba que a questão não é simplesmente<br />

ter indicadores para avaliar o <strong>de</strong>sempenho<br />

da equipe, mas utilizá-los efetivamente para aprimorar<br />

as estratégias e, consequentemente, os resultados<br />

<strong>de</strong> vendas.<br />

<strong>Indicadores</strong> que merecem a sua atenção<br />

Carteira <strong>de</strong> clientes<br />

Marcelo Caetano<br />

Uma carteira repleta <strong>de</strong> clientes não significa necessariamente sucesso em vendas.<br />

O resultado que cada cliente traz (frequência <strong>de</strong> compras, ticket médio, lucrativida<strong>de</strong><br />

etc.) é o que realmente importa. Nesse sentido, é fundamental saber<br />

como categorizar seus clientes para po<strong>de</strong>r aproveitar todas as oportunida<strong>de</strong>s<br />

que eles po<strong>de</strong>m trazer.<br />

Essa categorização po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> diferentes formas. A primeira separação<br />

po<strong>de</strong> ser por frequência <strong>de</strong> compra. Assim, você consegue observar o que consi<strong>de</strong>ra<br />

como um cliente ativo e <strong>de</strong>scobrir quais <strong>de</strong>les compram com frequência da<br />

sua empresa. Depois, você po<strong>de</strong> fazer uma divisão horizontal para enten<strong>de</strong>r<br />

como os clientes se comportam e como você quer que eles se comportem. Análises<br />

simples como essas permitem ao gestor fazer uma boa leitura da base <strong>de</strong><br />

clientes da empresa (e, aos ven<strong>de</strong>dores, a enten<strong>de</strong>r como se comportam os<br />

clientes da sua carteira) e traçar estratégias mais certeiras.<br />

Para inspirar<br />

Você po<strong>de</strong> usar o mo<strong>de</strong>lo abaixo como inspiração para criar o seu!<br />

Carteira <strong>de</strong> clientes Meta Resultado<br />

Total <strong>de</strong> clientes ativos<br />

Positivados<br />

Clientes que compraram pela última vez em até 30 dias<br />

Clientes que compraram pela última vez entre 30 e 60 dias<br />

Clientes que compraram pela última vez entre 60 e 90 dias<br />

Clientes i<strong>na</strong>tivados (que compraram pela última vez entre<br />

90 e 120 dias)<br />

Clientes que não compram há mais <strong>de</strong> 120 dias<br />

Novos clientes<br />

Prospecção<br />

Saiba mais!<br />

Acesse bit.ly/gestao-carteira-clientes e confira o guia que preparamos para<br />

ajudá-lo a fazer a gestão da sua carteira <strong>de</strong> clientes da melhor maneira possível!<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 35


Motivo número 2: <strong>Indicadores</strong> apontam o caminho<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro, diretor da <strong>VendaMais</strong> e do Instituto<br />

<strong>VendaMais</strong>, e especialista em alta <strong>performance</strong> em<br />

vendas<br />

“A maneira atual <strong>de</strong> gerenciar equipes <strong>de</strong> vendas,<br />

baseando-se ape<strong>na</strong>s nos resultados, é pouco eficiente<br />

(e amadora, <strong>de</strong> certa forma). O correto hoje em dia<br />

seria gerenciar baseando-se em indicadores <strong>de</strong> <strong>performance</strong>.<br />

Ou seja: você si<strong>na</strong>liza para a equipe quais<br />

são as etapas do processo que <strong>de</strong>vem ser cumpridas<br />

para chegar ao objetivo, e não ape<strong>na</strong>s o objetivo.<br />

Um exemplo, para facilitar: dois gerentes diferentes<br />

– um que gerencia com base em resultados e outro<br />

com base em indicadores – terão uma reunião com<br />

um ven<strong>de</strong>dor que bateu a meta.<br />

Aquele que gerencia por resultados diz:<br />

— Parabéns, campeão! Bateu a meta <strong>de</strong> faturamento.<br />

Muito bom, hein? Arrebentou! Vamos repetir essa<br />

<strong>performance</strong> no mês que vem? Será que você consegue?<br />

E aquele que gerencia por indicadores diz:<br />

— Parabéns, campeão! Bateu a meta <strong>de</strong> faturamento.<br />

Muito bom, hein? Notei que você <strong>de</strong>u preferência<br />

aos clientes “A” da sua carteira e forçou nos produtos<br />

“X”, “Y” e “Z”. Também observei que <strong>de</strong>u <strong>de</strong>scontos<br />

altos para esses clientes, por causa do volume. No mês<br />

que vem não vai dar para você repetir esse resultado,<br />

porque esses clientes já compraram neste mês. Qual<br />

será sua estratégia, então? O que você pensa em fazer?<br />

Veja que, em um dos casos, o gerente não tem a<br />

mínima i<strong>de</strong>ia do que o ven<strong>de</strong>dor fez para bater a meta.<br />

No outro, ele sabe exatamente o que o ven<strong>de</strong>dor<br />

fez e po<strong>de</strong> ajudar a planejar o mês seguinte (além <strong>de</strong><br />

usar a referência <strong>de</strong>sse ven<strong>de</strong>dor campeão para ajudar<br />

os outros ven<strong>de</strong>dores da equipe).<br />

Raul Can<strong>de</strong>loro<br />

O segundo gerente po<strong>de</strong> realmente dizer que li<strong>de</strong>ra<br />

a equipe. O outro fica torcendo para que os ven<strong>de</strong>dores<br />

batam a meta e gerencia ape<strong>na</strong>s pelo retrovisor<br />

– ou seja, quando o mês acabar, ele se reunirá<br />

com a equipe para a<strong>na</strong>lisar o que aconteceu. Com o<br />

uso dos indicadores <strong>de</strong> <strong>performance</strong>, isso não acontece,<br />

pois você sempre sabe o que os ven<strong>de</strong>dores estão<br />

fazendo, e os resultados ficam muito mais claros<br />

antecipadamente.”<br />

<strong>Indicadores</strong> que merecem a sua atenção<br />

Fi<strong>na</strong>nceiro<br />

Quando o assunto é retorno fi<strong>na</strong>nceiro, muitas vezes a gran<strong>de</strong><br />

preocupação das empresas é o faturamento (que po<strong>de</strong> ser<br />

medido comparando-se os resultados das vendas com o que<br />

foi estabelecido no planejamento). No entanto, a avaliação<br />

<strong>de</strong>veria ser mais completa. Venda total, i<strong>na</strong>dimplência e lucrativida<strong>de</strong><br />

também são indicadores fi<strong>na</strong>nceiros que precisam ser<br />

monitorados, avaliados e revisados estrategicamente. A tabela<br />

abaixo, portanto, <strong>de</strong>veria ser outro item do seu placar <strong>de</strong><br />

sucesso.<br />

FINANCEIRO Meta Resultado<br />

Venda total<br />

Faturamento<br />

I<strong>na</strong>dimplência<br />

Lucrativida<strong>de</strong><br />

Motivo número 3: indicadores facilitam a compreensão<br />

do que realmente importa<br />

Wan<strong>de</strong>rley Cintra, ven<strong>de</strong>dor, consultor, empresário, especialista<br />

em vendas e avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

“Li<strong>de</strong>rar por indicadores é uma questão <strong>de</strong> justiça.<br />

Explico por que contando uma história verídica…<br />

Recentemente, quando estava implantando nossa<br />

plataforma <strong>de</strong> gestão por indicadores em uma empresa,<br />

percebi que a premiação anual que ela promovia era<br />

baseada em resultados <strong>de</strong> faturamento. Consequência?<br />

Todos os anos, o mesmo ven<strong>de</strong>dor ganhava!<br />

Porém, <strong>na</strong> percepção dos colegas <strong>de</strong>le, ele não era<br />

o melhor ven<strong>de</strong>dor. Era ape<strong>na</strong>s o que vendia mais.<br />

Depois que a gente implantou a nossa plataforma <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, um ven<strong>de</strong>dor que vendia<br />

10%, 12% menos que ele passou a ganhar. Isso porque,<br />

por mais que ele ven<strong>de</strong>sse percentualmente menos<br />

do que o antigo campeão, suas vendas traziam um<br />

retorno maior para a empresa.<br />

É o tipo <strong>de</strong> coisa que ape<strong>na</strong>s a avaliação por indicadores<br />

revela. Além disso, se você quer que a empresa<br />

como um todo an<strong>de</strong> no mesmo trilho, a avaliação<br />

36<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho com base em<br />

indicadores é fundamental, pois<br />

ela faz com que até o seu processo<br />

<strong>de</strong> recrutamento e seleção<br />

<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores seja mais eficiente,<br />

uma vez que o ajuda a enten<strong>de</strong>r<br />

que tipo <strong>de</strong> pessoa você precisa<br />

ter <strong>na</strong> sua equipe <strong>de</strong> vendas.”<br />

Bons motivos para passar<br />

a utilizar indicadores <strong>na</strong> sua<br />

gestão <strong>de</strong> equipes comerciais,<br />

não é mesmo?<br />

Avalie a sua equipe!<br />

Facilitar a vida dos lí<strong>de</strong>res por meio <strong>de</strong> uma plataforma acessível e que reú<strong>na</strong> as<br />

avaliações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> diferentes áreas é a proposta do<br />

Avalie a sua equipe. Desenvolvido por Wan<strong>de</strong>rley Cintra em parceria com Raul Can<strong>de</strong>loro,<br />

o programa cria avaliações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho perso<strong>na</strong>lizadas com base em<br />

um questionário que o usuário respon<strong>de</strong> logo que faz seu cadastro. Além <strong>de</strong>ssa<br />

pesquisa inicial, a equipe da ferramenta faz uma averiguação <strong>de</strong> contexto para<br />

enten<strong>de</strong>r o que é realmente importante para aquele usuário e entregar uma avaliação<br />

certeira. Depois disso, é só cadastrar os profissio<strong>na</strong>is a serem avaliados,<br />

preencher as avaliações periodicamente e a<strong>na</strong>lisar o comportamento dos indicadores<br />

ao longo dos meses para tomar as melhores <strong>de</strong>cisões possíveis.<br />

Acesse www.avalieasuaequipe.com.br e saiba mais!<br />

<strong>Indicadores</strong> que merecem a sua atenção<br />

Mix<br />

Assim como o ticket médio, o mix <strong>de</strong> produtos e serviços funcio<strong>na</strong><br />

bem para vendas adicio<strong>na</strong>is. Por meio dos dados a<strong>na</strong>lisados nesse<br />

indicador, a equipe <strong>de</strong> vendas vai fortalecer a comercialização<br />

<strong>de</strong> itens que não estão sendo bem aproveitados no momento da<br />

análise. O ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>ve ter atenção ao mix para ven<strong>de</strong>r outros<br />

produtos/serviços ou ven<strong>de</strong>r aquilo que o cliente não compra da<br />

empresa, mas certamente compra da concorrência.<br />

Wan<strong>de</strong>rley Cintra<br />

O que levar em consi<strong>de</strong>ração <strong>na</strong> hora<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir quais indicadores avaliar<br />

“Uma avaliação representa a tentativa <strong>de</strong> verificar se<br />

o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um indivíduo (ou <strong>de</strong> um sistema)<br />

está <strong>de</strong> acordo com padrões preestabelecidos. Em<br />

outras palavras, se eu não sei o que vou medir, não<br />

adianta fazê-lo”, pontua J. B. Vilhe<strong>na</strong>, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor<br />

acadêmico do MBA em Gestão Comercial da Fundação<br />

Getúlio Vargas (FGV), doutorando em Negócios<br />

pela FGV/Rennes (França), consultor e palestrante.<br />

Vilhe<strong>na</strong> <strong>de</strong>staca que um problema muito comum<br />

<strong>na</strong> área comercial é tentar medir ape<strong>na</strong>s uma coisa<br />

para avaliar várias outras. “Volume <strong>de</strong> vendas não<br />

expressa lucrativida<strong>de</strong>, margem <strong>de</strong> contribuição ou<br />

esforço <strong>de</strong>spendido. Número <strong>de</strong> clientes atendidos não<br />

expressa satisfação nem intenção <strong>de</strong> recompra. Se <strong>de</strong>sejamos<br />

que nossas avaliações sejam um instrumento<br />

para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, não po<strong>de</strong>mos incorrer no<br />

clássico erro <strong>de</strong> ‘medir isso para expressar aquilo’.”<br />

Nesse sentido, cabe a você enten<strong>de</strong>r quais são os<br />

<strong>de</strong>safios que quer superar e, a partir disso, <strong>de</strong>finir<br />

metas ESMART e indicadores <strong>de</strong> <strong>performance</strong> para<br />

acompanhar a evolução do trabalho <strong>de</strong> superação <strong>de</strong><br />

cada <strong>de</strong>safio.<br />

Tenha em mente que cada objetivo <strong>de</strong>ve ser apoiado<br />

em indicadores específicos e <strong>de</strong>senvolva um placar<br />

<strong>de</strong> sucesso (uma planilha <strong>de</strong> acompanhamento dos<br />

indicadores que <strong>de</strong>ve ser atualizada frequentemente)<br />

para cada objetivo. Será muito mais fácil enten<strong>de</strong>r<br />

quais ajustes precisam ser feitos ao longo do caminho<br />

se você trabalhar assim.<br />

<strong>Indicadores</strong> que merecem a sua atenção<br />

Ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> venda<br />

Aqui você vai registrar a venda e o positivado. Vale incluir rentabilida<strong>de</strong>,<br />

se tiver. Monitorar os ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> venda é fundamental,<br />

pois po<strong>de</strong> ser que suas vendas estejam crescendo em um ca<strong>na</strong>l<br />

e caindo fortemente em outro. Ao monitorá-los individualmente,<br />

você saberá exatamente on<strong>de</strong> estão os erros e os acertos.<br />

Meta <strong>de</strong> venda<br />

Resultado <strong>de</strong> venda<br />

Meta <strong>de</strong> positivação<br />

Resultado <strong>de</strong> positivação<br />

CANAL 1 CANAL 2 CANAL 3<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 37


Na <strong>VendaMais</strong> <strong>de</strong> julho/agosto<br />

<strong>de</strong>ste ano, Vilhe<strong>na</strong> falou sobre<br />

quatro coisas que não po<strong>de</strong>m ser<br />

ignoradas por um gestor eficaz<br />

quando o assunto é avaliação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho. Para ler o artigo,<br />

acesse bit.ly/medido-avaliado.<br />

Como sustentar os indicadores<br />

no dia a dia em vendas<br />

“O gerenciamento <strong>de</strong> vendas começa <strong>na</strong> análise da<br />

produtivida<strong>de</strong> da equipe, ou seja, no acompanhamento<br />

da agenda <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> cada ven<strong>de</strong>dor e <strong>de</strong> seus<br />

resultados. Valorizo muito os controles visuais, aqueles<br />

feitos com quadros <strong>na</strong> pare<strong>de</strong>, em que se po<strong>de</strong><br />

anotar o dia a dia da equipe. Por meio <strong>de</strong>les, o gerente<br />

consegue ter uma visão da produtivida<strong>de</strong> do time<br />

e enten<strong>de</strong>r quais são os problemas que precisam ser<br />

trabalhados”, aponta Marcelo Ortega, consultor especialista<br />

em aumentar a lucrativida<strong>de</strong> das empresas e<br />

autor do best-seller Inteligência em Vendas. O mo<strong>de</strong>lo<br />

abaixo ilustra bem essa i<strong>de</strong>ia:<br />

QUADRO DE HORÁRIO SEMANAL<br />

2ª<br />

Manhã 3 2<br />

3ª 4ª 5ª 6ª Sáb.<br />

Almoço 2 4 2 1<br />

Tar<strong>de</strong> 1 2 3 4<br />

Noite 2<br />

O quadro <strong>de</strong> horário sema<strong>na</strong>l reúne a programação<br />

<strong>de</strong> reuniões, visitas e entrevistas <strong>de</strong> um ven<strong>de</strong>dor<br />

(ou uma equipe) que visivelmente tem alguns dias e<br />

horários menos produtivos durante a sema<strong>na</strong>. “Cabe<br />

ao lí<strong>de</strong>r monitorar esse cronograma constantemente<br />

e enten<strong>de</strong>r por que alguns ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong>caem sua<br />

produtivida<strong>de</strong> sistematicamente em alguns momentos<br />

da sema<strong>na</strong>”, explica Ortega. As questões ao a<strong>na</strong>lisar<br />

no quadro sema<strong>na</strong>lmente são:<br />

— Qual o melhor dia da sema<strong>na</strong> para os negócios?<br />

— Por que <strong>de</strong>caímos em um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do período<br />

da sema<strong>na</strong>?<br />

— Qual dia mais produtivo e o que você fez para<br />

ven<strong>de</strong>r mais ou marcar mais visitas?<br />

Marcelo Ortega<br />

“Na sequência, é preciso gerenciar os negócios;<br />

afi<strong>na</strong>l, tem muito ven<strong>de</strong>dor que faz um gran<strong>de</strong> volume<br />

<strong>de</strong> visitas, entrevistas e propostas, mas não mantém<br />

a média no volume <strong>de</strong> fechamentos”, afirma Ortega.<br />

Para isso, segundo ele, uma das melhores ferramentas<br />

é o mapa <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s, que, inclusive, ajuda a<br />

aumentar vendas <strong>de</strong> mix (venda cruzadas e ampliadas).<br />

Como fazer:<br />

Listar seus clientes ou prospects;<br />

Elencar os melhores produtos/serviços que você<br />

oferece;<br />

Cruzar a lista <strong>de</strong> produtos com a <strong>de</strong> clientes/prospects,<br />

assi<strong>na</strong>lando aqueles que já compraram com<br />

um “X”.<br />

Comparar a lista <strong>de</strong> produtos/serviços com a <strong>de</strong><br />

clientes/prospects, assi<strong>na</strong>lando aqueles que po<strong>de</strong>riam<br />

comprar com um “O” (oportunida<strong>de</strong>s);<br />

Nos clientes "X", você po<strong>de</strong> efetuar novas vendas<br />

– por exemplo, <strong>de</strong> serviços (isso se chama venda<br />

vertical);<br />

Para os prospects (“O”), você <strong>de</strong>ve oferecer os produtos/serviços<br />

que consi<strong>de</strong>rar a<strong>de</strong>quados. Basta<br />

saber <strong>de</strong>spertar interesse;<br />

Nas empresas sem legenda nenhuma, pergunte-se:<br />

como posso oferecer o que vendo <strong>de</strong> forma que isso<br />

possa ajudá-las ou interessá-las? (Se conseguir respon<strong>de</strong>r<br />

essa questão, você as transforma em prospects.<br />

Se não conseguir, bola pra frente.)<br />

Na <strong>VendaMais</strong> <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2016, Marcelo<br />

Ortega apresentou outras duas ferramentas<br />

fundamentais para o controle<br />

<strong>de</strong> suas vendas. O artigo po<strong>de</strong> ser lido<br />

em bit.ly/controle-vendas.<br />

38<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


<strong>Indicadores</strong> que merecem a sua atenção<br />

Tendência <strong>de</strong> batimento <strong>de</strong> meta<br />

Para <strong>de</strong>scobrir se a sua empresa tem uma tendência <strong>de</strong> batimento<br />

<strong>de</strong> meta, é preciso lidar com metas diárias e, então,<br />

fazer um planejamento sema<strong>na</strong>l baseado nisso. Se a sua i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> faturamento é <strong>de</strong> R$ 100 mil em um mês, por exemplo, e<br />

este mês tem 20 dias úteis, isso significa que a empresa precisa<br />

faturar R$ 5 mil por dia. Dessa forma, o planejamento<br />

sema<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ve ser seguido e conferido diariamente para acompanhar<br />

esse indicador e evitar surpresas <strong>de</strong>sagradáveis no fi<strong>na</strong>l<br />

do mês.<br />

<strong>Indicadores</strong> coletivos, avaliação<br />

individual<br />

O trabalho não termi<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois que os indicadores<br />

são <strong>de</strong>finidos. Pelo contrário! Sozinhos, eles não<br />

po<strong>de</strong>m fazer muito por sua equipe. A etapa seguinte,<br />

<strong>de</strong> avaliação do <strong>de</strong>sempenho com base no que<br />

os indicadores revelam, é a cereja do bolo!<br />

Wan<strong>de</strong>rley Cintra revela que é importante que<br />

os profissio<strong>na</strong>is da sua equipe se acostumem com<br />

as avaliações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. Por isso, sugere que<br />

os ciclos <strong>de</strong> metas/indicadores/avaliação sejam<br />

semestrais. “Se, no meio do processo, você verificar<br />

que tem um fator crítico que não estava <strong>na</strong> avaliação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, por exemplo, obviamente você<br />

<strong>de</strong>ve parar e mexer. Mas, se for algo complementar,<br />

você po<strong>de</strong> esperar a conclusão do ciclo para fazer<br />

os ajustes, já que a mudança contínua <strong>de</strong>svaloriza<br />

o processo e aumenta as chances <strong>de</strong> insatisfação<br />

por parte dos profissio<strong>na</strong>is, o que não é saudável”,<br />

avalia.<br />

J. B. Vilhe<strong>na</strong> acrescenta que, se um profissio<strong>na</strong>l<br />

foi avaliado, o mínimo que ele espera é um retorno<br />

sobre os resultados atingidos. “Um feedback eficaz<br />

permite que o ven<strong>de</strong>dor i<strong>de</strong>ntifique pontos <strong>de</strong> melhoria<br />

e planeje formas <strong>de</strong> melhorar sua <strong>performance</strong>”,<br />

explica Vilhe<strong>na</strong>.<br />

Saiba mais!<br />

Precisa <strong>de</strong> ajuda para melhorar a forma como você<br />

dá feedback aos ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> sua equipe?<br />

Acesse bit.ly/vmrespon<strong>de</strong>-feedback e assista ao<br />

episódio da websérie “<strong>VendaMais</strong> Respon<strong>de</strong>”, em<br />

que Raul Can<strong>de</strong>loro e Marcelo Caetano – diretores<br />

da <strong>VendaMais</strong> – abordam o assunto em <strong>de</strong>talhes.<br />

Como monitorar os indicadores mais importantes<br />

para a sua equipe<br />

Com tudo isso em mente, o <strong>de</strong>safio é criar um sistema<br />

que permita que você tenha uma visão clara<br />

sobre tudo, mas que, ao mesmo tempo, seja simples<br />

para que possa ser acompanhado sem gran<strong>de</strong>s transtornos<br />

no dia a dia. Você po<strong>de</strong> usar uma planilha<br />

<strong>de</strong> Excel, uma ferramenta como a Avalie a sua equipe<br />

ou um flipchart para <strong>de</strong>ixar tudo visível para a<br />

equipe… Enfim, “o importante é que você consiga<br />

enxergar tudo o que importa em uma só tela. É só<br />

isso que vai afastá-lo do péssimo hábito que temos<br />

<strong>de</strong> dizer algo tão simples e perigoso como ‘as vendas<br />

não vão bem’”, conclui Caetano.<br />

<strong>Indicadores</strong> que merecem a sua atenção<br />

Ticket médio<br />

O ticket médio é relativo à venda adicio<strong>na</strong>l para o cliente. Você<br />

precisa saber quanto ven<strong>de</strong> por pedido ou por linha <strong>de</strong> produto<br />

para po<strong>de</strong>r oferecer itens adicio<strong>na</strong>is, outras linhas ou fazer uma<br />

venda cruzada, por exemplo. Tendo em mãos todos esses dados,<br />

a empresa encontra caminhos em que não havia pensado para<br />

ven<strong>de</strong>r mais. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do planejamento realizado<br />

ou do ramo da empresa, o indicador do ticket médio mostra<br />

também a sua <strong>performance</strong> perante o mercado.<br />

Nesse sentido, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> registrar qual é o ticket médio <strong>de</strong> cada<br />

cliente, <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar esse dado, é importante verificar<br />

que outros itens do mix po<strong>de</strong>riam ser oferecidos e traçar estratégias<br />

para conseguir aumentar a fatia <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> potenciais<br />

clientes.<br />

Mãos à obra!<br />

Agora é com você! Defi<strong>na</strong> suas metas ESMART<br />

para o restante <strong>de</strong>ste ano, estabeleça os indicadores<br />

que vão monitorar a evolução <strong>de</strong>ssas metas<br />

(aquelas listadas citadas no início <strong>de</strong>sta reportagem<br />

po<strong>de</strong>m ajudá-lo nessa etapa), reú<strong>na</strong> todos os indicadores<br />

em uma planilha (e não se esqueça <strong>de</strong><br />

atualizá-la periodicamente), crie um processo <strong>de</strong><br />

acompanhamento e feedback e busque aprimorar<br />

sua gestão por indicadores diariamente. Como diz<br />

Marcelo Caetano, “um bom mo<strong>de</strong>lo comercial<br />

precisa ser cultivado para funcio<strong>na</strong>r”. E é isso que<br />

você estará fazendo ao seguir o caminho proposto<br />

aqui.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 39


Tecnologia em vendas / Por Francine Pereira /<br />

Arquivo Pessoal<br />

Inteligência<br />

geográfica<br />

para aumentar<br />

a eficiência<br />

estratégica<br />

Existe um tipo <strong>de</strong> informação que está presente<br />

no dia a dia <strong>de</strong> todos nós e que,<br />

muitas vezes, passa <strong>de</strong>spercebido. Trata-se<br />

<strong>de</strong> dados específicos que po<strong>de</strong>m aumentar<br />

o conhecimento sobre sua realida<strong>de</strong>, seus<br />

clientes e seu mercado. Sabe do que estamos<br />

falando? De informações geográficas!<br />

Segundo Eduardo <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Francisco, professor<br />

<strong>de</strong> Métodos Quantitativos, Geoinformação<br />

e Big Data da FGV-EAESP, tudo ou quase tudo que<br />

apren<strong>de</strong>mos, armaze<strong>na</strong>mos e compartilhamos tem<br />

alguma conexão geográfica. “Aproximadamente 70<br />

a 80% das informações relevantes nos processos<br />

<strong>de</strong>cisórios, pessoais ou profissio<strong>na</strong>is têm caracterização<br />

espacial”, revela.<br />

E é aí que entra o conceito <strong>de</strong><br />

inteligência geográfica, que Maria<strong>na</strong><br />

Landim, a<strong>na</strong>lista <strong>de</strong> negócios<br />

sênior da Imagem – Soluções<br />

<strong>de</strong> Inteligência Geográfica, empresa<br />

especializada no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> softwares para análise<br />

geográfica, explica assim: “Todos<br />

os dados, corporativos ou não,<br />

têm uma relação com o espaço,<br />

com a geografia. A inteligência<br />

geográfica integra geografia com<br />

tecnologia e transforma dados<br />

em conhecimento através da localização.<br />

Isso ajuda a integrar<br />

Maria<strong>na</strong> Landim<br />

40<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


diferentes sistemas em uma única<br />

plataforma tecnológica”. E complementa:<br />

“Nesse sentido, o GIS<br />

(Geographic Information System –<br />

sistema <strong>de</strong> informação geográfica,<br />

em tradução livre) é um sistema<br />

<strong>de</strong>senvolvido para conectar pessoas,<br />

realizar análises avançadas<br />

e empo<strong>de</strong>rar todos com aplicativos<br />

que revolucio<strong>na</strong>m a maneira <strong>de</strong><br />

trabalhar”.<br />

“Por meio da aplicação,<br />

apresento informações<br />

sobre produtos, novida<strong>de</strong>s,<br />

benefícios, entre outros.<br />

Essa comunicação é feita<br />

via e-mail, e eu sempre<br />

envio um link com os dados<br />

pertinentes ao assunto que<br />

quero abordar.”<br />

Inteligência geográfica<br />

aplicada aos negócios<br />

De acordo com Maria<strong>na</strong>, os sistemas<br />

<strong>de</strong> inteligência geográfica<br />

da imagem têm o objetivo <strong>de</strong> ajudar<br />

empresas e governos a transformar<br />

dados geográficos em<br />

conhecimento, oferecendo informações<br />

relevantes para a solução<br />

<strong>de</strong> problemas.<br />

A plataforma ArcGIS, por<br />

exemplo, fornece ferramentas <strong>de</strong><br />

análise espacial e preditiva que<br />

facilitam o estudo do comportamento<br />

dos clientes, dos prospects,<br />

da concorrência e <strong>de</strong> áreas potenciais<br />

para expansão ou <strong>de</strong>finição<br />

das campanhas <strong>de</strong> marketing.<br />

“Nossas ferramentas facilitam as<br />

estratégias <strong>de</strong> atuação das empresas,<br />

otimizando recursos, pessoas<br />

e tempo. Em muitos casos,<br />

o retorno <strong>de</strong> investimento se dá<br />

em três vezes o valor investido<br />

<strong>na</strong> plataforma logo no primeiro<br />

ano <strong>de</strong> uso”, comenta.<br />

Na prática<br />

Maria<strong>na</strong> relata que a Companhia <strong>de</strong><br />

Saneamento Ambiental do Distrito<br />

Fe<strong>de</strong>ral (Caesb) conseguiu economizar<br />

milhões <strong>de</strong> reais, aumentar<br />

seu faturamento e ampliar a satisfação<br />

dos clientes por meio da inteligência<br />

geográfica. Algumas das<br />

aplicações práticas foram:<br />

1) Descoberta e solução ágil <strong>de</strong><br />

problemas<br />

Por meio da análise geográfica,<br />

foi possível conhecer os padrões<br />

<strong>de</strong> consumo dos clientes<br />

da Caesb e, assim, i<strong>de</strong>ntificar<br />

possíveis vazamentos e frau<strong>de</strong>s<br />

– evitando perdas para os<br />

clientes e para a empresa.<br />

2) Acompanhamento <strong>de</strong> diferentes<br />

projetos em áreas diversas<br />

Com mais <strong>de</strong> 30 obras <strong>de</strong> expansão<br />

das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água e<br />

esgoto acontecendo ao mesmo<br />

tempo, o software <strong>de</strong> análise<br />

geográfica ajudou a Caesb a fazer<br />

o monitoramento dos projetos<br />

<strong>de</strong> forma mais eficiente.<br />

3) I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

A equipe comercial da Caesb<br />

i<strong>de</strong>ntificou uma área que tinha<br />

abastecimento <strong>de</strong> água, mas<br />

sem ligação comercial. Com<br />

isso, foi possível cadastrar cente<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> novos clientes, representando<br />

um aumento significativo<br />

no faturamento.<br />

A importância do<br />

conhecimento e da<br />

experiência prática <strong>na</strong><br />

venda <strong>de</strong> tecnologia<br />

Fazer a venda <strong>de</strong> um software <strong>de</strong><br />

tecnologia tão avançada po<strong>de</strong> ser<br />

um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio. Mais do que<br />

explicar todos os conceitos envolvidos,<br />

é preciso mostrar a aplicação<br />

prática da ferramenta. Para<br />

isso, Maria<strong>na</strong> encontrou uma<br />

solução inovadora, que a ajudou<br />

a ven<strong>de</strong>r mais sem precisar sair<br />

da empresa. “Aprofun<strong>de</strong>i-me em<br />

uma das aplicações que fazem<br />

parte da plataforma que comercializamos<br />

e que tem por objetivo<br />

contar histórias por meio dos<br />

mapas, e é exatamente isso que<br />

tenho feito! Por meio da aplicação,<br />

apresento informações sobre produtos,<br />

novida<strong>de</strong>s, benefícios, entre<br />

outros. Essa comunicação é<br />

feita via e-mail, e eu sempre envio<br />

um link com os dados pertinentes<br />

ao assunto que quero abordar”,<br />

<strong>de</strong>talha.<br />

Dessa forma, além <strong>de</strong> falar sobre<br />

o produto, Maria<strong>na</strong> proporcio<strong>na</strong><br />

ao cliente uma experiência prática<br />

com a ferramenta. “É o próprio<br />

produto falando por si mesmo.<br />

Isso facilita a venda do projeto<br />

<strong>de</strong>ntro da empresa, pois os investidores<br />

ou tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão já<br />

terão uma experiência inicial com<br />

parte da plataforma”, a<strong>na</strong>lisa.<br />

Com essa simples ação, a a<strong>na</strong>lista<br />

<strong>de</strong> negócios tem ganhando<br />

mais produtivida<strong>de</strong>, agilida<strong>de</strong> e<br />

praticida<strong>de</strong> – além <strong>de</strong> economizar<br />

o tempo do cliente. Ela <strong>de</strong>staca<br />

também que, ao explorar melhor<br />

a ferramenta, conseguiu adquirir<br />

mais conhecimento e, assim, passar<br />

mais credibilida<strong>de</strong> aos seus<br />

clientes. “Temos o suporte técnico<br />

que auxilia todos os clientes, mas<br />

diversas vezes já fui capaz <strong>de</strong> ser<br />

um suporte para meu cliente no<br />

momento do uso. Isso aumenta<br />

nosso laço e estreita nosso relacio<strong>na</strong>mento,<br />

pois ele passa a confiar<br />

ainda mais em meu trabalho e<br />

conhecimento”, sublinha.<br />

Ela reforça ainda a importância<br />

do conhecimento para o sucesso<br />

<strong>na</strong>s vendas. “Para que tudo isso<br />

fosse possível, foi necessário da<br />

minha parte também preparação<br />

e planejamento. Precisamos ser<br />

inquietos, estudar, nos interessar,<br />

conhecer melhor nossos produtos<br />

e serviços e buscar sempre soluções<br />

criativas e inovadoras para realizar<br />

vendas <strong>de</strong> sucesso”, completa.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 41


s /Por Natasha Schiebel e João Guilherme Brotto<br />

Uma nova análise sobre<br />

o processo <strong>de</strong> vendas<br />

om atuação em todos os seis<br />

C<br />

continentes, a Jo<strong>na</strong>than Farrington<br />

& Associates é genui<strong>na</strong>mente<br />

uma empresa <strong>de</strong><br />

consultoria global. No seu<br />

comando está o britânico que<br />

dá nome à companhia e é<br />

coach, mentor, palestrante,<br />

pensador <strong>de</strong> vendas e li<strong>de</strong>rança<br />

e coeditor da revista Top Sales.<br />

Em março <strong>de</strong> 2015, em uma conversa franca, Jo<strong>na</strong>than<br />

Farrington – que enten<strong>de</strong> das particularida<strong>de</strong>s<br />

do mercado <strong>de</strong> vendas no mundo todo como poucos,<br />

pois já ajudou milhares <strong>de</strong> empresas<br />

e indivíduos a alcançarem altos níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>performance</strong> com seus conselhos,<br />

workshops e trei<strong>na</strong>mentos – contou à<br />

<strong>VendaMais</strong> como visualiza os ven<strong>de</strong>dores<br />

<strong>de</strong> alta <strong>performance</strong> hoje, como<br />

imagi<strong>na</strong> que será a roti<strong>na</strong> em vendas<br />

em três anos, como acredita que o<br />

processo <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong>va ser conduzido<br />

e muito mais. Acompanhe um trecho<br />

da entrevista e aprenda com ele!<br />

<strong>VendaMais</strong> – Como você <strong>de</strong>fine um ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> alta<br />

<strong>performance</strong>?<br />

Jo<strong>na</strong>than Farrington – Com uma visão bem a<strong>na</strong>lítica<br />

da questão, cheguei à seguinte equação:<br />

Atitu<strong>de</strong>s + habilida<strong>de</strong>s + processos<br />

+ conhecimento = sucesso<br />

Meu raciocínio inicial era este:<br />

A entrevista completa<br />

po<strong>de</strong> ser lida em<br />

nosso site. Acesse<br />

bit.ly/ent-vm-jf e<br />

confira!<br />

Atitu<strong>de</strong> é fundamental para qualquer conquista,<br />

pois indivíduos com as atitu<strong>de</strong>s corretas têm<br />

muito mais chances <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as habilida<strong>de</strong>s<br />

“Comprometase<br />

em ser o<br />

melhor que<br />

você po<strong>de</strong><br />

ser. Alguém<br />

tem que ser o<br />

melhor, então<br />

por que não<br />

você? Ven<strong>de</strong>r<br />

é o melhor<br />

trabalho do<br />

mundo – se<br />

você ven<strong>de</strong><br />

bem!”<br />

essenciais, reconhecer o controle que o processo<br />

traz e ter o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> continuamente expandir seu<br />

conhecimento.<br />

Habilida<strong>de</strong>s são as ferramentas do negócio, e<br />

precisam ser <strong>de</strong>senvolvidas constantemente. Elas<br />

também precisam ser específicas – e especificadas,<br />

pois muito tempo po<strong>de</strong> ser perdido <strong>de</strong>senvolvendo<br />

habilida<strong>de</strong>s irrelevantes para uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da função<br />

e sem um plano para o futuro.<br />

Processos geram organização, eficiência e controle<br />

tanto para o profissio<strong>na</strong>l quanto para a empresa.<br />

Processos efetivos permitem análises objetivas e indicadores<br />

que po<strong>de</strong>m medir <strong>de</strong> maneira precisa o<br />

<strong>de</strong>sempenho dos profissio<strong>na</strong>is.<br />

E aí tem, claro, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir o conhecimento<br />

– e isso inclui o conhecimento do produto/serviço<br />

que se ven<strong>de</strong>, da concorrência, da empresa,<br />

do mercado e, por último, mas não menos<br />

importante, <strong>de</strong> si mesmo!<br />

O ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> alta <strong>performance</strong> segue essa<br />

equação.<br />

Como você imagi<strong>na</strong> que será a roti<strong>na</strong> <strong>de</strong> um ven<strong>de</strong>dor<br />

<strong>de</strong> alta <strong>performance</strong> nos próximos anos?<br />

Obviamente, o papel dos profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> vendas vem<br />

mudando dramaticamente nos últimos anos. À medida<br />

que mais e mais soluções se popularizam, a<br />

presença do ven<strong>de</strong>dor em alguns processos <strong>de</strong> compra<br />

e venda se tor<strong>na</strong> <strong>de</strong>snecessária, uma vez que os consumidores<br />

po<strong>de</strong>m fazer suas compras on-line.<br />

Além disso, com o avanço da tecnologia, os<br />

encontros presenciais <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser uma necessida<strong>de</strong><br />

e passaram a ser uma opção. Por conta<br />

disso, os times internos <strong>de</strong> vendas cresceram e,<br />

geralmente, são capazes <strong>de</strong> lidar com todo o ciclo<br />

<strong>de</strong> venda da empresa. Para as empresas, tudo isso<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado bom, uma vez que elas conseguem<br />

reduzir seus custos ao elimi<strong>na</strong>r – ou pelo<br />

42<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


em educação. A real experiência <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos em<br />

vendas só vem assim.<br />

Você acha que cada ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>ve ser responsável<br />

por todo o processo da venda – da prospecção<br />

ao pós-venda? Ou acredita que é melhor dividir<br />

o processo entre diversos ven<strong>de</strong>dores?<br />

Acredito que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> venda, mas, <strong>na</strong><br />

minha opinião, o melhor mesmo é que cada ven<strong>de</strong>dor<br />

fique responsável por todo o processo, passando<br />

por três fases:<br />

menos reduzir – o número <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores externos,<br />

que são muito caros.<br />

No entanto, <strong>na</strong> outra ponta, o ven<strong>de</strong>dor consultivo<br />

se tor<strong>na</strong> cada vez mais importante, pois as vendas<br />

<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> valor agregado requerem uma série <strong>de</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s sofisticadas, e esses bons profissio<strong>na</strong>is<br />

continuarão sendo requisitados.<br />

Você diz que “embora alguns profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> vendas<br />

tenham <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> experiência, a maioria tem um ano<br />

<strong>de</strong> experiência <strong>de</strong>z vezes”. O que você quer dizer com<br />

essa afirmação?<br />

O fato é que a maioria dos ven<strong>de</strong>dores participa <strong>de</strong><br />

trei<strong>na</strong>mentos no começo da carreira e <strong>de</strong>pois simplesmente<br />

para <strong>de</strong> se aperfeiçoar – como se eles acreditassem<br />

que um curso ou dois fossem suficientes para<br />

prepará-los para encarar uma vida inteira em vendas.<br />

E, aí, eles ganham um ano <strong>de</strong> experiência e repetem<br />

esse ano continuamente.<br />

Em vendas, tudo muda rapidamente. Precisamos<br />

estar sempre preparados e atualizados para o que<br />

po<strong>de</strong> vir, e isso só se consegue com investimento<br />

3 Geração <strong>de</strong> negócios: Geração <strong>de</strong> leads, cold<br />

calling, envio <strong>de</strong> e-mail marketing, utilização das<br />

re<strong>de</strong>s sociais, estímulo a indicações e aproximação<br />

com os prospects. Nessa etapa, estamos transformando<br />

suspects em prospects qualificados.<br />

3 Gestão <strong>de</strong> negócios: Aqui, os prospects serão<br />

convertidos em clientes. Apresentação, proposta<br />

<strong>de</strong> valor, negociação e habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fechamento<br />

são postos à prova nessa fase.<br />

3 Desenvolvimento <strong>de</strong> negócios: A fase fi<strong>na</strong>l é a<br />

gestão e o <strong>de</strong>senvolvimento da carteira <strong>de</strong> clientes.<br />

Geralmente é aqui que a maioria das empresas<br />

peca. Na ânsia <strong>de</strong> gerar novas oportunida<strong>de</strong>s, 80%<br />

<strong>de</strong>las negligenciam seus atuais clientes – apesar<br />

<strong>de</strong> haver muitas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprimorar os<br />

negócios com eles para serem aproveitadas. Precisaríamos<br />

ensi<strong>na</strong>r técnicas e estratégias <strong>de</strong> retenção<br />

<strong>de</strong> clientes, upselling, cross-selling e assim<br />

por diante para melhorar o <strong>de</strong>sempenho dos ven<strong>de</strong>dores<br />

nessa fase.<br />

Quais são suas dicas para os ven<strong>de</strong>dores que <strong>de</strong>sejam<br />

alcançar a alta <strong>performance</strong>?<br />

Comprometa-se em ser o melhor que você po<strong>de</strong> ser.<br />

Alguém tem que ser o melhor, então por que não<br />

você? Ven<strong>de</strong>r é o melhor trabalho do mundo – se<br />

você ven<strong>de</strong> bem!<br />

Os melhores ven<strong>de</strong>dores não chegaram lá da noite<br />

para o dia. Eles trabalharam (e continuam trabalhando)<br />

incansavelmente para <strong>de</strong>senvolver e afiar seu<br />

conjunto <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s, insistem em processos regulares<br />

<strong>de</strong> aperfeiçoamento e procuram profissio<strong>na</strong>is<br />

tão bons quanto eles para apren<strong>de</strong>r coisas novas e<br />

continuar melhorando. Eles têm uma se<strong>de</strong> infinita<br />

por conhecimento sobre sua indústria e seu setor.<br />

Por último, eles se concentram em elimi<strong>na</strong>r qualquer<br />

ponto fraco e ficam ansiosos para serem avaliados<br />

e receber feedback constante.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 43


Quebre a banca<br />

Você não precisa gostar<br />

<strong>de</strong> pessoas para ven<strong>de</strong>r!<br />

C<br />

omo fazer amigos e influenciar pessoas (Dale Carnegie, 1937) é um dos livros<br />

<strong>de</strong> que ven<strong>de</strong>dores do mundo todo mais gostam. Da mesma forma, o filme<br />

De porta em porta, que é baseado em fatos reais e retrata a história <strong>de</strong> Bill<br />

Porter, um profissio<strong>na</strong>l com paralisia cerebral que conseguiu vencer no<br />

mundo das vendas criando relacio<strong>na</strong>mentos duradouros com seus clientes, também é<br />

adorado por profissio<strong>na</strong>is da área.<br />

Em comum, os dois têm a temática da importância <strong>de</strong> se construir relacio<strong>na</strong>mentos para<br />

ter sucesso em vendas. É claro que, em suas épocas – sem internet e sem competição<br />

global –, o relacio<strong>na</strong>mento era necessário para influenciar familiares e amigos. O foco residia<br />

em se tor<strong>na</strong>r uma pessoa afável, generosa, bem-humorada e apaixo<strong>na</strong>da por seus clientes. Mas<br />

verda<strong>de</strong> seja dita: hoje, por mais que profissio<strong>na</strong>is experientes insistam em dizer que criar<br />

relacio<strong>na</strong>mentos é fundamental para fechar vendas, o fato é que não! Não mais. Parafraseando<br />

Nietzsche, “o relacio<strong>na</strong>mento está morto”. Aliás, muitas das técnicas e estratégias <strong>de</strong> vendas<br />

que usávamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960 até o fim do século XX já não funcio<strong>na</strong>m mais ou, no<br />

mínimo, per<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>masiadamente a sua importância. Esse é o caso do relacio<strong>na</strong>mento.<br />

Atualmente, nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação é avassaladora, barata e onipresente.<br />

Além disso, a concorrência é global, multifacetada e veloz. Hoje, um corretor <strong>de</strong> imóveis<br />

com 30 anos <strong>de</strong> profissão po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r uma venda para uma garota <strong>de</strong> 18 anos que está<br />

passando férias em Estocolmo, mas cujos belos anúncios no Facebook e no Google estão<br />

capturando mais rapidamente o cliente “amigo” do antigo corretor – que, por apostar <strong>na</strong><br />

amiza<strong>de</strong> (ou seja, se recusar a sair da zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> conforto), <strong>de</strong>morou a enviar as opções e<br />

acabou per<strong>de</strong>ndo a venda para a<br />

garota que, após a captura, fez o<br />

restante da transação por Whats-<br />

App. Pra você ter uma i<strong>de</strong>ia, há<br />

não muito tempo uma amiga <strong>de</strong><br />

Angra dos Reis (RJ) fechou uma<br />

venda <strong>de</strong> R$ 3 milhões sem nunca<br />

ter visto o cliente pessoalmente,<br />

“conhecendo-o” ape<strong>na</strong>s pela foto<br />

do próprio aplicativo.<br />

É preciso ser categórico: antes,<br />

os relacio<strong>na</strong>mentos eram vitais;<br />

hoje, tanto faz tê-los ou não. Atualmente,<br />

nossos potenciais clientes<br />

têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber<br />

as informações <strong>de</strong> que precisam<br />

para escolher uma solução com<br />

facilida<strong>de</strong> sem precisar <strong>de</strong> nós.<br />

Inclusive, cada vez mais os compradores<br />

iniciam suas jor<strong>na</strong>das <strong>de</strong><br />

compra sem nenhum tipo <strong>de</strong> intervenção<br />

por parte <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor.<br />

A verda<strong>de</strong> é que os compradores<br />

querem simplesmente resolver um<br />

problema, e só vão aceitar algo que<br />

mu<strong>de</strong> seu status quo. Fora isso, eles<br />

estão pouco se lixando para a sua<br />

amabilida<strong>de</strong> – até porque todos<br />

sabem que você está fingindo!<br />

É claro que não é porque o<br />

relacio<strong>na</strong>mento não é mais relevante<br />

que você precisa se comportar<br />

como um ogro. Ora! Elegância<br />

e gentileza <strong>de</strong>veriam ser<br />

ensi<strong>na</strong>dos por seus pais. Ah, mas<br />

po<strong>de</strong> ter alguém que diga que ama<br />

pessoas, que é fã numero um dos<br />

clientes, que tem brilho nos<br />

olhos… Olha, quando eu conheço<br />

pessoas tão perfeitas, logo me vem<br />

à mente a lembrança da atriz Kathy<br />

Bates, a enfermeira do filme<br />

Louca obsessão. Sinto medo <strong>de</strong><br />

gente assim, sempre acho que<br />

algum dia sua verda<strong>de</strong>ira perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong><br />

se revelará e eu terei a<br />

rótula do meu joelho esquerdo<br />

esmagada com uma marreta.<br />

Concentrar nossas forças ape<strong>na</strong>s<br />

<strong>na</strong> tentativa <strong>de</strong> influenciar as<br />

pessoas a comprarem porque somos<br />

“legais” faz com que negligenciemos<br />

o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do<br />

cliente, abrindo a porta para concorrentes<br />

que po<strong>de</strong>m até não gostar<br />

<strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento, mas que<br />

estão armados até os <strong>de</strong>ntes para<br />

ven<strong>de</strong>r seus produtos e/ou serviços.<br />

Você po<strong>de</strong> se perguntar: “Mas<br />

como vencer em vendas sem precisar<br />

criar relacio<strong>na</strong>mento com<br />

muitos compradores intragáveis?”<br />

O caminho é este:<br />

1. Entenda a jor<strong>na</strong>da <strong>de</strong> compra<br />

do cliente, cada passo que ele<br />

toma para <strong>de</strong>finir a compra.<br />

2. Escute todas as preocupações,<br />

dores e critérios utilizados por<br />

44<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


“Nossos<br />

potenciais<br />

clientes têm<br />

a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> receber as<br />

informações<br />

<strong>de</strong> que<br />

precisam para<br />

escolher uma<br />

solução com<br />

facilida<strong>de</strong> sem<br />

precisar <strong>de</strong><br />

nós. 75% dos<br />

compradores<br />

começam suas<br />

jor<strong>na</strong>das<br />

<strong>de</strong> compra<br />

sem nenhum<br />

tipo <strong>de</strong><br />

intervenção<br />

por parte<br />

<strong>de</strong> qualquer<br />

ven<strong>de</strong>dor.”<br />

ele para adquirir novos produtos<br />

e/ou serviços.<br />

3. Faça apresentações memoráveis<br />

para influenciadores e <strong>de</strong>cisores<br />

e abra espaço para que eles interajam,<br />

conseguindo insights<br />

po<strong>de</strong>rosos para criar sua proposta<br />

<strong>de</strong> valor.<br />

4. Crie uma solução perso<strong>na</strong>lizada<br />

que atenda à maioria dos pleitos,<br />

<strong>de</strong>ixando claro que a empresa<br />

está criando algo exclusivo.<br />

No fim das contas o cliente sempre<br />

quer que você apresente algo inovador,<br />

exclusivo, que seja melhor, mais<br />

rápido, mais barato, mais fácil <strong>de</strong> aplicar<br />

do que qualquer outro concorrente<br />

– e que tenha garantia vitalícia,<br />

claro. (Difícil, né? E você achando que<br />

sua candura ganharia a venda…)<br />

Qualquer relacio<strong>na</strong>mento pessoal<br />

é construído com base em afinida<strong>de</strong>s,<br />

similarida<strong>de</strong>, confiança e<br />

tempo. Portanto, ven<strong>de</strong>dores com<br />

pouca ida<strong>de</strong> e relacio<strong>na</strong>mentos escassos<br />

estariam sempre atrás dos<br />

mais experientes, certo? Errado! A<br />

maior objeção <strong>de</strong> uma venda é falta<br />

<strong>de</strong> confiança, mas o pessoal acha<br />

que, para ganhar confiança, é preciso<br />

criar relacio<strong>na</strong>mento custe o<br />

que custar – vale até ir para uma<br />

balada cuja música você não curte<br />

ape<strong>na</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> construir<br />

falsos momentos <strong>de</strong> alegria baseados<br />

em uma amiza<strong>de</strong> interesseira.<br />

Essa regra parece não fazer sentido<br />

para o mundo do marketing<br />

multinível. Os ven<strong>de</strong>dores mais<br />

experientes do MMN conseguem<br />

convencer clientes em 40 segundos.<br />

Que relacio<strong>na</strong>mento é criado com<br />

menos <strong>de</strong> um minuto? Zero!<br />

Não é necessário se relacio<strong>na</strong>r<br />

com a pessoa por anos a fio para<br />

ganhar sua confiança. É preciso<br />

ape<strong>na</strong>s entregar a melhor solução<br />

pelo menor preço possível e provar,<br />

por A + B, que todas as suas promessas<br />

são reais.<br />

Profissio<strong>na</strong>is mais resistentes<br />

po<strong>de</strong>m chegar ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>sta leitura<br />

afirmando que se todos os profissio<strong>na</strong>is<br />

forem iguais, aquele que<br />

<strong>de</strong>tiver o melhor relacio<strong>na</strong>mento<br />

sairá vencedor. Faz sentido, mas<br />

<strong>de</strong>ixe-me fazer uma última pergunta:<br />

quem disse que você é o<br />

mais legal <strong>de</strong> todos?<br />

Fabricio Me<strong>de</strong>iros<br />

Formado em Educação Executiva em Business<br />

pela Universida<strong>de</strong> da Califórnia e em Negociação<br />

por Harvard, é professor <strong>de</strong> Negociação<br />

da FGV e consultor <strong>de</strong> vendas impossíveis.<br />

#QuebreaBanca #QB #FacaNaCaveira<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 45


Direto das Soluções <strong>VendaMais</strong><br />

Marcelo Caetano<br />

As pessoas<br />

que ven<strong>de</strong>m<br />

E<br />

Definir<br />

perfil 1 Contratar 1 Trei<strong>na</strong>r 1 Acompanhar<br />

1 Motivar 1 Cobrar 1 Demitir<br />

xiste um mantra nos trabalhos <strong>de</strong> consultoria e trei<strong>na</strong>mento das Soluções<br />

<strong>VendaMais</strong> que diz o seguinte: “Contrate bem, treine muito,<br />

acompanhe <strong>de</strong> perto, motive sempre, cobre quando necessário<br />

e <strong>de</strong>mita rápido se <strong>na</strong>da tiver funcio<strong>na</strong>do.”<br />

O que ele significa? Que, <strong>de</strong>finitivamente, pessoas são o que uma<br />

empresa tem <strong>de</strong> mais importante! Sem elas, não há clientes nem estratégia<br />

que se sustente.<br />

Se <strong>de</strong>batermos essa questão em todas as empresas em que já fizemos<br />

consultoria ou aplicamos trei<strong>na</strong>mentos, garanto que 90% dos<br />

lí<strong>de</strong>res concordarão com essa visão. O restante dirá que os clientes<br />

ou a marca da empresa têm mais peso, mas insisto que <strong>na</strong>da disso se<br />

sustenta no longo prazo se a equipe não for excelente.<br />

O problema é que, <strong>na</strong> realida<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> a maioria dizer acreditar<br />

que pessoas são o mais importante, poucas empresas fazem a<br />

lição <strong>de</strong> casa. Por experiência <strong>de</strong> campo, afirmo que, em cerca <strong>de</strong><br />

meta<strong>de</strong> das empresas que dizem concordar com esse pensamento, o<br />

RH tem cara <strong>de</strong> DP (<strong>de</strong>partamento pessoal) – por não ter estrutura<br />

ou pessoas suficientes para pensar estrategicamente!<br />

É fácil notar isso quando a<strong>na</strong>lisamos, por exemplo, a postura das<br />

empresas em relação à capacitação da equipe. Há alguns anos fizemos<br />

a maior pesquisa sobre trei<strong>na</strong>mentos em vendas no Brasil e <strong>de</strong>scobrimos<br />

que, mesmo sendo a área comercial a mais trei<strong>na</strong>da <strong>na</strong>s empresas,<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento por ano é quase sempre mínima.<br />

Ora, se a equipe é seu maior tesouro, negligenciar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>la é um gran<strong>de</strong> pecado!<br />

Sabendo disso, inicio nesta edição uma série <strong>de</strong> artigos com foco<br />

<strong>na</strong>s pessoas. Afi<strong>na</strong>l, ven<strong>de</strong>dores são pessoas que ven<strong>de</strong>m, e todos nós<br />

sabemos quão importante é ter uma boa equipe para atingir bons resultados.<br />

Vou traçar uma linha central, a espinha dorsal das pessoas <strong>na</strong><br />

gestão comercial.<br />

46<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


“Não existe ape<strong>na</strong>s um perfil<br />

<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor. Você precisa<br />

<strong>de</strong>finir qual é o perfil i<strong>de</strong>al para<br />

a sua empresa, para o produto<br />

ou serviço que você ven<strong>de</strong>, para<br />

o tipo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> venda que<br />

vocês <strong>pratica</strong>m.”<br />

Para começar: a <strong>de</strong>finição do perfil do<br />

ven<strong>de</strong>dor i<strong>de</strong>al<br />

Po<strong>de</strong> parecer simples, mas esse <strong>de</strong>bate dá muito<br />

pano para manga. As empresas muitas vezes me<br />

questio<strong>na</strong>m se <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do ven<strong>de</strong>dor tem perfil <strong>de</strong><br />

vendas e eu respondo: “Depen<strong>de</strong>. Qual é o perfil<br />

i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor para sua empresa?” Muitas vezes,<br />

o que ouço a seguir é: “Mas como assim? Ven<strong>de</strong>dor<br />

não é ven<strong>de</strong>dor?” A resposta é “não”, e vou explicar<br />

os motivos a seguir.<br />

Antigamente, as empresas buscavam ven<strong>de</strong>dores<br />

altamente comunicativos. Eles tinham que<br />

gostar <strong>de</strong> falar, precisavam ter “jeito pra vendas”<br />

e saber dar um jeitinho quando nem tudo saísse<br />

como planejado. Como não havia muitos processos<br />

comerciais, os melhores eram os que tinham maior<br />

habilida<strong>de</strong> para contor<strong>na</strong>r objeções ou problemas.<br />

Daí surgiu o estereótipo do ven<strong>de</strong>dor bom <strong>de</strong> conversa.<br />

Ele tinha que ser assim; as empresas tinham<br />

pouco processo ou um mo<strong>de</strong>lo comercial muito<br />

frágil.<br />

No entanto, com o passar do tempo, o processo<br />

<strong>de</strong> vendas se tornou mais complexo. Muitos indicadores<br />

<strong>de</strong> <strong>performance</strong> foram implantados; o mix<br />

<strong>de</strong> produtos aumentou; a positivação passou a ser<br />

uma preocupação; a margem, então, nem se fala;<br />

e assim por diante. Ou seja, o mais importante não<br />

era mais o faturamento, mas a qualificação da<br />

venda. Ah, e além <strong>de</strong> todos esses indicadores, os<br />

clientes se tor<strong>na</strong>ram mais exigentes e a tecnologia<br />

evoluiu. Com isso, as empresas começaram a<br />

ter um processo comercial mais maduro e passaram<br />

a buscar ven<strong>de</strong>dores que seguissem seu<br />

processo.<br />

Esses ven<strong>de</strong>dores não precisavam mais ser bons<br />

<strong>de</strong> conversa; eles precisavam ser bons <strong>de</strong> processo.<br />

Não que as empresas tenham <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> procurar<br />

talentos em venda; eles continuam bem-vindos,<br />

mas seguir processos, acompanhar resultados e<br />

indicadores também se tornou muito importante.<br />

O profissio<strong>na</strong>l com perfil organizacio<strong>na</strong>l e a<strong>na</strong>lítico<br />

começou a ser consi<strong>de</strong>rado “bom ven<strong>de</strong>dor”.<br />

No caso das empresas em que a venda é <strong>de</strong> alto<br />

valor agregado ou muito complexa, ganharam espaço<br />

os “ven<strong>de</strong>dores empreen<strong>de</strong>dores”, que têm uma<br />

veia empreen<strong>de</strong>dora forte e que ganham in<strong>de</strong>pendência<br />

após os trei<strong>na</strong>mentos iniciais.<br />

Veja que nessa breve expla<strong>na</strong>ção já <strong>de</strong>ixei claro<br />

que não existe ape<strong>na</strong>s um perfil <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor. Você<br />

precisa <strong>de</strong>finir qual é o perfil i<strong>de</strong>al para a sua empresa,<br />

para o produto ou serviço que você ven<strong>de</strong>,<br />

para o tipo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> venda que vocês <strong>pratica</strong>m.<br />

Por isso é tão importante, antes <strong>de</strong> sair contratando,<br />

<strong>de</strong>finir qual é esse perfil <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor i<strong>de</strong>al.<br />

No meu curso Como formar e gerir uma equipe<br />

<strong>de</strong> representantes comerciais, falo muito sobre isso,<br />

pois, no caso do representante comercial, há alguns<br />

fatores que se somam à diferença <strong>de</strong> perfil, como<br />

estrutura <strong>de</strong> suporte, preposto etc.<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 47


Você po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o perfil <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor i<strong>de</strong>al<br />

para a sua empresa a<strong>na</strong>lisando o que fazem seus<br />

melhores ven<strong>de</strong>dores e buscando replicar esse mo<strong>de</strong>lo.<br />

Outra análise que corre gran<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> ser<br />

simplista, mas funcio<strong>na</strong>, <strong>de</strong> maneira geral: quanto<br />

mais processos, roti<strong>na</strong>s e venda <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

menor valor, mais organizado precisa ser o ven<strong>de</strong>dor<br />

(reforço: essa análise po<strong>de</strong> ser simplista; use-a<br />

ape<strong>na</strong>s como um norte!).<br />

Na prática<br />

Há alguns dias, conversando com alguns dos melhores<br />

ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> empresa que<br />

ven<strong>de</strong> tijolos e lajes, notei que todos eram muito<br />

rápidos e organizados – os testes reforçavam isso,<br />

inclusive. E eu queria enten<strong>de</strong>r por que essas características<br />

ajudavam a trazer resultados. Então<br />

um <strong>de</strong>les me contou a seguinte história...<br />

Em média, ele me<strong>de</strong> sete obras peque<strong>na</strong>s por<br />

dia e faz cinco pedidos. O processo <strong>de</strong> medir a obra<br />

leva cerca <strong>de</strong> uma hora – se contar o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento,<br />

verá que não há muita brecha para<br />

conversa. Quem é mais rápido e organizado – e,<br />

claro, tecnicamente bem-preparado – ven<strong>de</strong> mais.<br />

Um <strong>de</strong>les até falou que alguns ven<strong>de</strong>dores adoram<br />

conversar, muitos voltam para a empresa com presentes<br />

dos clientes, como frutas e verduras. Eu ri,<br />

e ele reforçou: “Esses só ganharão dinheiro se a<br />

comissão for a compra do supermercado; não dá<br />

tempo para papo fiado”.<br />

Veja como nessa empresa o perfil do ven<strong>de</strong>dor<br />

i<strong>de</strong>al está claro. E <strong>na</strong> sua?<br />

Dica: se você tem clientes <strong>de</strong> portes variados em<br />

sua carteira, tenha em mente que provavelmente<br />

também terá que ter diferentes perfis <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor<br />

i<strong>de</strong>al.<br />

“Quando foi a última vez que você<br />

participou <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

recrutamento da sua empresa do<br />

começo ao fim para ver se estava<br />

sendo bem feito?”<br />

Processo <strong>de</strong> contratação<br />

Definido o perfil, é hora <strong>de</strong> contratar bem.<br />

Neste momento, preciso fazer uma pergunta<br />

muito importante para você, lí<strong>de</strong>r: quando foi a última<br />

vez que você participou <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

recrutamento da sua empresa, do começo ao fim,<br />

para ver se estava sendo bem feito?<br />

Não estou falando em dar uma passada no RH<br />

para dar uma olhadinha nos currículos, mas, sim,<br />

em participar <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> do processo – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pré-<br />

-seleção, passando pela aplicação dos testes até as<br />

entrevistas e o levantamento <strong>de</strong> informações do<br />

candidato no mercado. Garanto que vale muito a<br />

pe<strong>na</strong>! Talvez a pessoa responsável pelas contratações<br />

esteja precisando da sua orientação para afi<strong>na</strong>r o<br />

processo!<br />

Dia <strong>de</strong>sses, perguntei sobre o processo <strong>de</strong> recrutamento<br />

em uma empresa em que presto consultoria<br />

e ganhei um manual espetacular. Mas ele servia<br />

para contratar pessoas para todas as áreas, não tinha<br />

nenhuma a<strong>de</strong>quação para a área comercial...<br />

E foi ficando pior. Entrei no RH e perguntei se<br />

conheciam os melhores ven<strong>de</strong>dores da empresa. Não<br />

conseguiram falar o nome dos três primeiros. Em<br />

seguida, questionei se alguém, algum dia, já tinha<br />

saído com um dos campeões <strong>de</strong> vendas para conhecer<br />

sua roti<strong>na</strong>. Silêncio <strong>na</strong> sala! Se não sabiam quem<br />

48<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017


eram os melhores ven<strong>de</strong>dores, por<br />

certo não iriam sair. Nem sei por<br />

que perguntei... Em seguida, questionei<br />

se tinham um perfil dos melhores<br />

profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>senhados<br />

para tentar replicar <strong>na</strong> contratação.<br />

Resposta? “Não”!<br />

Mas faziam várias coisas muito<br />

bem: aplicavam dois testes <strong>de</strong> perfil<br />

e tinham um processo <strong>de</strong> recrutamento<br />

bem baca<strong>na</strong> <strong>de</strong>senhado. Só<br />

que dava para ser melhor, bem melhor.<br />

A culpa é <strong>de</strong> quem? O mais<br />

fácil seria dizer que é do RH mesmo;<br />

mas, se o comercial não tentar uma<br />

aproximação, ele também será responsável.<br />

Veja, meu objetivo não é culpar<br />

ninguém pelos problemas que acontecem<br />

no recrutamento e <strong>na</strong> seleção,<br />

mas dizer que é preciso ver, rever e<br />

participar <strong>de</strong> um processo do início<br />

ao fim <strong>na</strong> sua empresa para ver se<br />

funcio<strong>na</strong>, o que funcio<strong>na</strong>, por que funcio<strong>na</strong>. Se é<br />

bom, se está completo, e acompanhar o resultado<br />

por indicadores <strong>de</strong> <strong>performance</strong> que reforcem isso.<br />

Se você não tem uma estrutura inter<strong>na</strong> suficiente<br />

para contratar bem – muitas vezes, as estruturas<br />

<strong>de</strong> RH são subdimensio<strong>na</strong>das –, então tenha bons<br />

parceiros! No fundo, o que estou dizendo é que é<br />

preciso ser obcecado por atrair bons ven<strong>de</strong>dores.<br />

Olha só esse número: 30% dos ven<strong>de</strong>dores não<br />

têm perfil <strong>de</strong> vendas. Nenhum dos perfis que mencio<strong>na</strong>mos<br />

acima! É isso que vemos nos nossos programas<br />

<strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento. Mas eles estão ali, aten<strong>de</strong>ndo<br />

mal os clientes, em muitos casos infelizes e contami<strong>na</strong>ndo<br />

a equipe que tem perfil. Precisa mudar,<br />

não é mesmo?<br />

Recentemente, conversando com um cliente, ele<br />

me <strong>de</strong>u uma informação que <strong>de</strong>ixa claro o custo <strong>de</strong><br />

contratar mal. Os ven<strong>de</strong>dores <strong>na</strong> empresa <strong>de</strong>le têm<br />

um salário fixo <strong>de</strong>ntro do padrão do mercado, ganham<br />

comissão, carro, celular etc. Agora, preste bem<br />

atenção ao que vou dizer para você: um ven<strong>de</strong>dor<br />

que sai antes <strong>de</strong> completar um ano custa para a empresa<br />

em média R$ 20 mil! Sem contar clientes insatisfeitos,<br />

quando não perdidos, e outros custos<br />

indiretos muito importantes, como o tempo e a paciência<br />

do lí<strong>de</strong>r para fazer tudo novamente (isso não<br />

tem preço).<br />

Por que estou dizendo isso para você? Simplesmente<br />

porque, algumas vezes, sugerimos a contratação<br />

<strong>de</strong> uma empresa para buscar talentos no mercado<br />

e as empresas dizem que o valor cobrado é muito<br />

alto. Ora, com certeza eles não a<strong>na</strong>lisaram esses<br />

custos bem a fundo e também não perguntaram<br />

para o cliente o que eles pensam quando as pessoas<br />

responsáveis pelo seu atendimento são trocadas<br />

e eles têm que explicar novamente todas as suas<br />

necessida<strong>de</strong>s!<br />

Quero abrir aqui um parêntese para falar <strong>de</strong> um<br />

período pós-contratação. Tenho visto uma epi<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> novos ven<strong>de</strong>dores distorcendo sobremaneira os<br />

indicadores <strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong> ou turnover das equipes.<br />

E as empresas têm feito muito pouco para atuar sobre<br />

esse problema, que é muito grave. É preciso colocar<br />

uma lupa sobre os novos ven<strong>de</strong>dores, olhar<br />

com muita atenção, enten<strong>de</strong>r por que <strong>de</strong>ixam a<br />

empresa. Em muitos casos, você notará que é a falta<br />

<strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> crescimento que os <strong>de</strong>strói.<br />

Sei que muitos lí<strong>de</strong>res dirão “no meu tempo, fiquei<br />

dois anos até ser reconhecido pelo meu chefe”. Isso<br />

é verda<strong>de</strong>, mas os tempos são outros e ponto fi<strong>na</strong>l.<br />

Não adianta lamentar. Isso, é fato, vem da educação<br />

que damos hoje para as crianças, <strong>de</strong>pois para os<br />

jovens: muita atenção e estímulos o tempo todo. E<br />

aí eles exigem o mesmo no trabalho. Por isso tenho<br />

visto empresas investindo muito mais nos primeiros<br />

meses dos ven<strong>de</strong>dores, porque notaram que, se eles<br />

ficam um tempo, ten<strong>de</strong>m a estabilizar, são verda<strong>de</strong>iras<br />

ginca<strong>na</strong>s motivacio<strong>na</strong>is e fi<strong>na</strong>nceiras, metas<br />

escalo<strong>na</strong>das para que os ven<strong>de</strong>dores subam rapidamente<br />

<strong>de</strong> nível. É quase que uma gamificação da<br />

remuneração para reter bons ven<strong>de</strong>dores no período<br />

mais crítico, que é o da adaptação.<br />

Confesso que, quando comecei a escrever, eu<br />

tinha a esperança <strong>de</strong> abordar todos os aspectos da<br />

gestão <strong>de</strong> pessoas em vendas neste artigo; mas, para<br />

aprofundar isso, não foi possível. Assim, <strong>na</strong> próxima<br />

edição falarei sobre as outras etapas: trei<strong>na</strong>mento,<br />

acompanhamento, motivação, cobrança e <strong>de</strong>missão.<br />

Até lá, se precisar <strong>de</strong> alguma informação adicio<strong>na</strong>l<br />

sobre esses dois primeiros tópicos, ou sobre como<br />

colocá-los em prática, é só me escrever: caetano@<br />

vendamais.com.br.<br />

Marcelo Caetano é sócio-diretor da <strong>VendaMais</strong><br />

e autor dos livros Ven<strong>de</strong>dor fiel, cliente fiel e<br />

Chega <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto!<br />

E-mail: caetano@vendamais.com.br<br />

vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017 49


ATÉ MAIS / DA REDAÇÃO<br />

11<br />

perguntas para respon<strong>de</strong>r<br />

antes <strong>de</strong> colocar uma i<strong>de</strong>ia em prática<br />

I<strong>de</strong>ias não têm hora para<br />

chegar. Elas po<strong>de</strong>m surgir<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> você ler um artigo<br />

aqui <strong>na</strong> <strong>VendaMais</strong>,<br />

logo que você acorda, ao<br />

longo <strong>de</strong> uma conversa<br />

produtiva com os colegas, <strong>na</strong> saída<br />

do cinema e assim por diante.<br />

Mas, por mais que inicialmente<br />

todos os insights que temos pareçam<br />

geniais, <strong>na</strong> prática, muitos<br />

po<strong>de</strong>m ser sinônimo <strong>de</strong> perda <strong>de</strong><br />

tempo ou até mesmo <strong>de</strong> dinheiro.<br />

Sabendo disso e pensando<br />

em ajudá-lo a tirar do papel ape<strong>na</strong>s<br />

as i<strong>de</strong>ias que realmente valem<br />

seu investimento e sua <strong>de</strong>dicação,<br />

apresentamos a seguir<br />

11 perguntas que você precisa<br />

respon<strong>de</strong>r antes <strong>de</strong> começar a<br />

trabalhar <strong>na</strong> execução <strong>de</strong> um<br />

novo projeto. Acompanhe!<br />

01. Essa i<strong>de</strong>ia está alinhada com a nossa missão, com a nossa<br />

visão e com os nossos valores?<br />

02. Qual é o custo <strong>de</strong> execução <strong>de</strong>sse projeto?<br />

03. Qual é a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>le?<br />

04. Qual <strong>de</strong>ve ser o percentual <strong>de</strong> retorno – alto, médio ou<br />

baixo? E o faturamento? E a margem <strong>de</strong> lucro?<br />

05. Temos competência para fazer isso inter<strong>na</strong>mente?<br />

06. Em quanto tempo esse projeto trará resultados?<br />

07. Ele fortalece nosso posicio<strong>na</strong>mento no mercado?<br />

08. Atrai clientes <strong>de</strong>ntro do nosso perfil <strong>de</strong> cliente i<strong>de</strong>al?<br />

09. Fi<strong>de</strong>liza clientes atuais?<br />

10. Engaja a equipe?<br />

11. É algo que nos dá vonta<strong>de</strong> – <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> – <strong>de</strong> fazer?<br />

Leve essa lista <strong>de</strong> perguntas para a próxima reunião <strong>de</strong> brainstorming,<br />

utilize-a para questio<strong>na</strong>r novos projetos que forem jogados<br />

<strong>na</strong> sua mesa e responda mentalmente a essas questões sempre que<br />

começar a pensar <strong>de</strong>mais em uma nova i<strong>de</strong>ia. Definir qual será o<br />

próximo gran<strong>de</strong> passo <strong>na</strong> sua carreira e <strong>na</strong> sua empresa ficará<br />

muito mais fácil se você sempre usar esse roteiro como seu aliado<br />

daqui em diante!<br />

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Se ape<strong>na</strong>s...<br />

O problema <strong>de</strong> dizer “se<br />

ape<strong>na</strong>s” é que isso rapidamente<br />

vira “ape<strong>na</strong>s se”.<br />

Quando você diz algo como<br />

“se ape<strong>na</strong>s eu tivesse um<br />

computador novo, aí sim<br />

po<strong>de</strong>ria produzir muito<br />

mais”, em breve você começa<br />

a acreditar que APE-<br />

NAS SE tiver um novo<br />

computador, vai po<strong>de</strong>r<br />

trabalhar.<br />

Claro, seria ótimo ter um<br />

novo computador – e também<br />

um salário melhor, um<br />

carro novo, um relacio<strong>na</strong>mento<br />

perfeito, ou seja lá<br />

o que for. Mas será que<br />

você vai ter que se limitar<br />

até esse dia chegar? Existe<br />

sempre um outro caminho.<br />

Com uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> “ape<strong>na</strong>s<br />

se”, <strong>na</strong> verda<strong>de</strong> você<br />

está repassando o controle<br />

da sua vida para algo externo.<br />

Essa não é uma i<strong>de</strong>ia<br />

muito boa. O sucesso raramente<br />

ocorre para aqueles<br />

que esperam pelas condições<br />

perfeitas. As maiores<br />

realizações não são uma<br />

<strong>de</strong>corrência do que você<br />

teoricamente faria “se ape<strong>na</strong>s<br />

tivesse…”, mas, sim, do<br />

que você faz com o que tem<br />

disponível, aqui e agora.<br />

Desafie-se a trocar cada<br />

“se ape<strong>na</strong>s”, e todas as<br />

suas variações, por “isto<br />

é o que farei com o que<br />

tenho disponível”. Esqueça<br />

as limitações do “se<br />

ape<strong>na</strong>s”. O tempo <strong>de</strong> agir,<br />

<strong>de</strong> conquistar, <strong>de</strong> fazer a<br />

diferença é agora. Chegou<br />

a hora – faça.<br />

Ralph Marston<br />

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