VendaMais-264-Indicadores-de-performance-na-pratica
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Quebre a banca<br />
Você não precisa gostar<br />
<strong>de</strong> pessoas para ven<strong>de</strong>r!<br />
C<br />
omo fazer amigos e influenciar pessoas (Dale Carnegie, 1937) é um dos livros<br />
<strong>de</strong> que ven<strong>de</strong>dores do mundo todo mais gostam. Da mesma forma, o filme<br />
De porta em porta, que é baseado em fatos reais e retrata a história <strong>de</strong> Bill<br />
Porter, um profissio<strong>na</strong>l com paralisia cerebral que conseguiu vencer no<br />
mundo das vendas criando relacio<strong>na</strong>mentos duradouros com seus clientes, também é<br />
adorado por profissio<strong>na</strong>is da área.<br />
Em comum, os dois têm a temática da importância <strong>de</strong> se construir relacio<strong>na</strong>mentos para<br />
ter sucesso em vendas. É claro que, em suas épocas – sem internet e sem competição<br />
global –, o relacio<strong>na</strong>mento era necessário para influenciar familiares e amigos. O foco residia<br />
em se tor<strong>na</strong>r uma pessoa afável, generosa, bem-humorada e apaixo<strong>na</strong>da por seus clientes. Mas<br />
verda<strong>de</strong> seja dita: hoje, por mais que profissio<strong>na</strong>is experientes insistam em dizer que criar<br />
relacio<strong>na</strong>mentos é fundamental para fechar vendas, o fato é que não! Não mais. Parafraseando<br />
Nietzsche, “o relacio<strong>na</strong>mento está morto”. Aliás, muitas das técnicas e estratégias <strong>de</strong> vendas<br />
que usávamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960 até o fim do século XX já não funcio<strong>na</strong>m mais ou, no<br />
mínimo, per<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>masiadamente a sua importância. Esse é o caso do relacio<strong>na</strong>mento.<br />
Atualmente, nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação é avassaladora, barata e onipresente.<br />
Além disso, a concorrência é global, multifacetada e veloz. Hoje, um corretor <strong>de</strong> imóveis<br />
com 30 anos <strong>de</strong> profissão po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r uma venda para uma garota <strong>de</strong> 18 anos que está<br />
passando férias em Estocolmo, mas cujos belos anúncios no Facebook e no Google estão<br />
capturando mais rapidamente o cliente “amigo” do antigo corretor – que, por apostar <strong>na</strong><br />
amiza<strong>de</strong> (ou seja, se recusar a sair da zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> conforto), <strong>de</strong>morou a enviar as opções e<br />
acabou per<strong>de</strong>ndo a venda para a<br />
garota que, após a captura, fez o<br />
restante da transação por Whats-<br />
App. Pra você ter uma i<strong>de</strong>ia, há<br />
não muito tempo uma amiga <strong>de</strong><br />
Angra dos Reis (RJ) fechou uma<br />
venda <strong>de</strong> R$ 3 milhões sem nunca<br />
ter visto o cliente pessoalmente,<br />
“conhecendo-o” ape<strong>na</strong>s pela foto<br />
do próprio aplicativo.<br />
É preciso ser categórico: antes,<br />
os relacio<strong>na</strong>mentos eram vitais;<br />
hoje, tanto faz tê-los ou não. Atualmente,<br />
nossos potenciais clientes<br />
têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber<br />
as informações <strong>de</strong> que precisam<br />
para escolher uma solução com<br />
facilida<strong>de</strong> sem precisar <strong>de</strong> nós.<br />
Inclusive, cada vez mais os compradores<br />
iniciam suas jor<strong>na</strong>das <strong>de</strong><br />
compra sem nenhum tipo <strong>de</strong> intervenção<br />
por parte <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor.<br />
A verda<strong>de</strong> é que os compradores<br />
querem simplesmente resolver um<br />
problema, e só vão aceitar algo que<br />
mu<strong>de</strong> seu status quo. Fora isso, eles<br />
estão pouco se lixando para a sua<br />
amabilida<strong>de</strong> – até porque todos<br />
sabem que você está fingindo!<br />
É claro que não é porque o<br />
relacio<strong>na</strong>mento não é mais relevante<br />
que você precisa se comportar<br />
como um ogro. Ora! Elegância<br />
e gentileza <strong>de</strong>veriam ser<br />
ensi<strong>na</strong>dos por seus pais. Ah, mas<br />
po<strong>de</strong> ter alguém que diga que ama<br />
pessoas, que é fã numero um dos<br />
clientes, que tem brilho nos<br />
olhos… Olha, quando eu conheço<br />
pessoas tão perfeitas, logo me vem<br />
à mente a lembrança da atriz Kathy<br />
Bates, a enfermeira do filme<br />
Louca obsessão. Sinto medo <strong>de</strong><br />
gente assim, sempre acho que<br />
algum dia sua verda<strong>de</strong>ira perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong><br />
se revelará e eu terei a<br />
rótula do meu joelho esquerdo<br />
esmagada com uma marreta.<br />
Concentrar nossas forças ape<strong>na</strong>s<br />
<strong>na</strong> tentativa <strong>de</strong> influenciar as<br />
pessoas a comprarem porque somos<br />
“legais” faz com que negligenciemos<br />
o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do<br />
cliente, abrindo a porta para concorrentes<br />
que po<strong>de</strong>m até não gostar<br />
<strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento, mas que<br />
estão armados até os <strong>de</strong>ntes para<br />
ven<strong>de</strong>r seus produtos e/ou serviços.<br />
Você po<strong>de</strong> se perguntar: “Mas<br />
como vencer em vendas sem precisar<br />
criar relacio<strong>na</strong>mento com<br />
muitos compradores intragáveis?”<br />
O caminho é este:<br />
1. Entenda a jor<strong>na</strong>da <strong>de</strong> compra<br />
do cliente, cada passo que ele<br />
toma para <strong>de</strong>finir a compra.<br />
2. Escute todas as preocupações,<br />
dores e critérios utilizados por<br />
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vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2017