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Revista Curinga Edição 25

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Essa junção da Escola sem Partido, do congelamento<br />

dos gastos. Se juntar tudo parece que realmente<br />

estão querendo criar uma sociedade não<br />

pensante...<br />

FH: É. Eles têm medo de educação. Eles têm<br />

muito medo de educar as pessoas. Tanto é que o Brasil<br />

é um dos últimos países a assumir a agenda da<br />

educação. Nós nunca assumimos para valer a agenda<br />

da educação. A não ser no começo do século<br />

XXI, e com o pouco que nós assumimos, eles estão<br />

querendo se desonerar.<br />

Quais são as consequências desse congelamento<br />

para políticas públicas, como as que o senhor ajudou<br />

a implantar?<br />

FH: Primeiro é que não vai haver mais expansão.<br />

E, segundo, que pode haver deterioração. É complicado<br />

isso: um país que investiu tão pouco em educação<br />

ao longo da sua história, quando resolve investir, dão<br />

um golpe para cortar. Qual o sentido disso? Não tem<br />

cabimento isso!<br />

Baseado nesse atual cenário político de congelamento<br />

de verbas, é preciso pensar um novo<br />

modelo de Universidades públicas?<br />

FH: É preciso avançar, entende? Você não pode<br />

ficar parado. O mundo não se permite mais ficar<br />

parado, em nada. Existe possibilidade da gente<br />

ganhar eficiência. Por exemplo, está tendo muita<br />

evasão. A gente tem que agir, não podemos ficar parados.<br />

Eu acho errado a maneira como a gente está organizando<br />

os primeiros anos. Os dois primeiros anos<br />

de graduação. É muito rígido. Precisava ser um currí-<br />

culo um pouquinho mais flexível, para permitir que<br />

o aluno não fique em uma camisa de força, quando<br />

entra na faculdade. Tem que ter um pouquinho mais<br />

de flexibilidade. Quem sabe assim, a gente consiga<br />

atingir mais gente fazendo isso. A transferência de<br />

um curso para outro é muito burocrática. Você tem<br />

que fazer o Enem de novo, você perde tempo. Você<br />

não aproveita créditos. Então, são coisas que nós<br />

temos que repensar.<br />

Em 2017, o senhor fez uma “tour” por algumas<br />

Universidades do país. O que isso pode significar?<br />

Que numa próxima gestão o senhor esteja de volta<br />

como ministro? Que o senhor foi só ver o seu trabalho?<br />

Pode significar o quê?<br />

FH: Eu tenho muitos amigos, felizmente, nas<br />

Universidades. Porque foi um momento muito legal.<br />

É um lugar onde eu gosto de discutir o país. Porque<br />

você junta vários especialistas. Tem dois lugares<br />

onde eu me sinto muito bem para discutir. Um é o<br />

movimento social. Quando eles se organizam, é<br />

muito bacana, mesmo sendo setorial. Movimento<br />

de moradia, movimento de mobilidade urbana,<br />

cicloativismo... Esses lugares são muito legais. E a<br />

Universidade também. Hoje em dia, você tem uma<br />

diversidade que antes não tinha. Hoje o cara levanta<br />

a mão e fala “sou da favela tal, minha mãe é lavadeira,<br />

meu pai é pedreiro”. Olha a riqueza que você tem<br />

hoje. Você tem uma riqueza de debate. O cara está<br />

levando para Universidade problemas que a Universidade<br />

antes desconhecia. Então isso tudo é importante.<br />

Mas sim, eu visitei, em 2017 eu dei uma rodada<br />

boa. Pode significar tudo.<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>25</strong> 9

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