Revista Apólice #236
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
seguros | economia<br />
Resiliência à prova<br />
Seguradoras<br />
cortam projeção de<br />
desempenho para 2018<br />
pela metade, em um<br />
movimento que visa<br />
a inserir a realidade<br />
da previdência<br />
privada nos números.<br />
Com a redução dos<br />
juros e a volatilidade<br />
nos mercados, a<br />
rentabilidade dos<br />
planos foi ladeira abaixo<br />
e levou consigo a<br />
arrecadação dos planos<br />
no semestre, enquanto<br />
a economia segue sem<br />
forças para engrenar<br />
um ritmo de retomada<br />
do crescimento mais<br />
parrudo<br />
42<br />
Manuela Almeida<br />
O<br />
baque no setor de previdência<br />
privada associado a uma<br />
economia ainda frágil e que<br />
demora a engrenar foram<br />
capazes de postergar novamente a expectativa<br />
do mercado de seguros voltar<br />
a encostar nos sonhados dois dígitos de<br />
crescimento. Ficou para 2019, considerando<br />
um olhar otimista. Executivos não<br />
esperavam um primeiro semestre fácil,<br />
levando em conta o ritmo de atividade do<br />
País. A economia não vinga. As empresas<br />
e famílias já estão com orçamentos<br />
enxutos e, portanto, itens até então preservados<br />
como, por exemplo, o seguro,<br />
passam a estar na mira dos ajustes fiscais<br />
domésticos. O índice de desemprego<br />
demonstra sinais de trégua. Mas, ainda<br />
assim, são 13 milhões de pessoas sem<br />
trabalho no País. Do lado corporativo, a<br />
instabilidade política em meio às eleições<br />
presidenciais mais fragmentadas da história<br />
brasileira posterga os investimentos<br />
e adiciona uma dose a mais de cautela nas<br />
empresas, que seguem em compasso de<br />
espera em busca de mais clareza no cenário<br />
atual. “Muitos segurados que ainda<br />
priorizam o seguro, e que antes pagavam<br />
à vista, estão parcelando a renovação de<br />
suas apólices em dez ou 12 vezes. Já as<br />
empresas têm reduzido as coberturas de<br />
frotas, contratando somente para terceiros”,<br />
conta o corretor de seguros Leandro<br />
Moriya, da Moriseg Seguros.<br />
O cenário tem como ator principal<br />
um Produto Interno Bruto (PIB) que não<br />
reage. O segundo trimestre veio acompanhado<br />
de uma expansão tímida de 0,2%<br />
em relação aos três meses anteriores,<br />
segundo dados do Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística (IBGE). Não<br />
bastasse isso, com o impacto negativo<br />
da greve dos caminhoneiros, em maio,<br />
o crescimento de janeiro a março deste<br />
ano foi revisado de avanço de 0,4% para<br />
apenas 0,1%. Assim, o PIB brasileiro<br />
caminha para repetir mais um ano de<br />
“Os seguros de vida e<br />
de viagem têm crescido<br />
neste ano. O último<br />
muito motivado pela<br />
variação do dólar – em<br />
meio à volatilidade com<br />
as eleições e fatores<br />
externos – que motiva os<br />
prêmios para cima”<br />
Leandro Moriya, da Moriseg Seguros