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Amor & Sexo: feminismos, sexualidades e o contra-agendamento da mídia

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São Paulo. Em segui<strong>da</strong>, diversas outras capitais do país também marcaram suas paralisações.<br />

Este movimento foi fortemente influenciado pela internet, principalmente pela possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

universalização <strong>da</strong> causa em menos de um semestre.<br />

No ano de 2013, aconteceram no Brasil as mais significativas manifestações desde o<br />

impeachment do presidente Collor. As mobilizações inicia<strong>da</strong>s com o intuito de barrar o aumento<br />

<strong>da</strong>s passagens do transporte público em São Paulo ganharam o país todo e acabaram ecoando<br />

as vozes de diversos movimentos sociais. O “não é pelos 20 centavos” levou à aparição de<br />

diversas mobilizações de mulheres que reivindicam desde a legalização do aborto até a<br />

igual<strong>da</strong>de salarial, passando por debates importantíssimos como o alto índice de violência<br />

doméstica no Brasil.<br />

Estas manifestações não pararam e já em 2015 o Brasil foi tomado pelo que a <strong>mídia</strong><br />

chamou de “A Primavera <strong>da</strong>s Mulheres”. As diversas mobilizações que aconteceram em 2015<br />

e foram divulga<strong>da</strong>s pela imprensa tradicional deram capas exclusivas para este debate, como<br />

foi o caso <strong>da</strong> Revista Época e <strong>da</strong> Isto É, mostra<strong>da</strong>s abaixo.<br />

Figura 4. As mulheres dizem não. Não ao assédio sexual. Não ao racismo. Não à per<strong>da</strong> de direitos civis. Não à<br />

intolerância. Não a Eduardo Cunha / A Primavera <strong>da</strong>s Mulheres: As mulheres tomam as ruas e as redes sociais e<br />

criam um movimento que agita o país<br />

O ano de 2015 iniciou com a aprovação <strong>da</strong> Lei do Feminicídio, sanciona<strong>da</strong> em março<br />

pela então presidenta Dilma Rousseff, que colocou a morte de mulheres no rol de crimes<br />

hediondos. Neste mesmo ano as mulheres protagonizaram atos em defesa de seus direitos. A<br />

capital federal recebeu em agosto a Quinta Marcha <strong>da</strong>s Margari<strong>da</strong>s, que reúne agricultoras,<br />

sindicalistas, indígenas e quilombolas desde o ano 2000; recebeu também a Primeira Marcha<br />

<strong>da</strong>s Mulheres Negras “Contra o Racismo, a violência e pelo bem viver”, que reuniu mais de 10<br />

mil mulheres.

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