Revista SECOVIRIO - 112
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www.secovirio.com.br<br />
JULHO/AGOSTO/SETEMBRO 2018 - venda proibida<br />
nº<strong>112</strong><br />
CURTINHAS<br />
pág. 5 » 7<br />
ENTREVISTA<br />
pág. 8 » 16<br />
JURÍDICO<br />
pág. 20 » 26<br />
CAPA<br />
pág. 30 » 36<br />
A LUZ AZUL<br />
NO FIM DO TÚNEL<br />
Promover ações para melhoria da segurança no Rio de Janeiro passou<br />
a ser responsabilidade de todos que aqui vivem
SUMÁRIO<br />
PALAVRA DO PRESIDENTE<br />
CONDOMÍNIOS<br />
VERDES<br />
CAPA<br />
4<br />
18<br />
30<br />
CURTINHAS<br />
JURÍDICO<br />
MATÉRIA ESPECIAL<br />
5<br />
20<br />
38<br />
ENTREVISTA<br />
CONSULTAS JURÍDICAS<br />
NOSSOS LUGARES<br />
8<br />
24<br />
45<br />
JULHO•AGOSTO•SETEMBRO 2018 / nº <strong>112</strong><br />
MATÉRIA ESPECIAL<br />
INDICADORES<br />
HABITACIONAIS<br />
SERVIÇOS E PRODUTOS<br />
52<br />
57<br />
62<br />
Um tom azul<br />
Uma luz pode ter vários significados. Uma ideia, um caminho, uma esperança. Independentemente<br />
da atribuição, uma luz tende a ser algo bastante positivo e transformador. Ao ler a matéria de capa<br />
desta edição da revista, o leitor será convidado a incluir mais um sentido à palavra: sensação de<br />
segurança. O status de maravilhosa, há tempos, se restringe às belezas naturais de nossa cidade, e<br />
nossa população sobrevive em meio ao caos, na esperança de dias melhores.<br />
Para o Secovi Rio, uma luz azul pode ser o início desta transformação. Não acreditamos em poções<br />
mágicas ou soluções definitivas a curto prazo para o problema da segurança no Rio de Janeiro, mas<br />
estamos comprometidos com nossa missão de gerar melhorias para a sociedade a partir do<br />
desenvolvimento dos condomínios. Quando falamos em sustentabilidade, reforçamos a importância<br />
de cada um fazer a sua parte, e é com este pensamento que o Secovi Rio arregaça as mangas e<br />
convida a população a cobrir as ruas do Centro do Rio com tons azuis.<br />
A colaboração é um dos pilares que sustentam o projeto Luz Azul e, seguindo esta pegada, vamos<br />
apresentar nesta edição algumas histórias de pessoas que elevaram o consumo consciente a outro<br />
nível e adotaram práticas colaborativas. Embora a produção de bens tangíveis para consumo seja<br />
importante para estimular a economia de uma região, o consumismo exacerbado causa prejuízos ao<br />
meio ambiente, ao gerar, por exemplo, grandes quantidades de resíduos para descarte. Com o<br />
consumo colaborativo não é preciso comprar determinado item para poder usufruí-lo. Quer saber<br />
como? Leia a matéria completa e entenda como adotar esta prática.<br />
Aproveite a revista - sem moderação (risos)! Boa leitura!<br />
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conteúdo especial<br />
EQUIPE SECOVI RIO
DIRETORIA/EXPEDIENTE<br />
DIRETORIA SECOVI RIO<br />
Efetivos<br />
Presidente: Pedro José Maria Fernandes Wähmann<br />
Vice-Presidente: Leonardo Conde Villar Schneider<br />
Vice-Presidente Administrativo e Financeiro: Ronaldo Coelho Netto<br />
Vice-Presidente de Marketing e Comunicação: João Augusto Pessôa<br />
Vice-Presidente Jurídico e de Assuntos Legislativos: Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa<br />
Vice-Presidente de Relações do Trabalho e Gestão Imobiliária: Dennys Abdalla Muniz Teles<br />
Suplentes<br />
Aldo Fernando Villar Hecht da Fonte; Antônio Carlos Ferreira; Antônio Henrique Lopes da Cunha; Luiz Alberto Queiroz Conceição; Luís Carlos<br />
Bulhões Carvalho da Fonseca Filho; Pedro Carlos Carsalade<br />
DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />
Efetivos<br />
Pedro José Maria Fernandes Wähmann; Manoel da Silveira Maia<br />
Suplentes<br />
João Augusto Pessôa; Ronaldo Coelho Netto<br />
CONSELHO FISCAL<br />
Efetivos<br />
Marco Antônio Moreira Barbosa; Antônio José Fernandes Costa Neto; Marco Antônio Valente Tibúrcio Rodrigues<br />
Suplentes<br />
Marco Antônio Vieira de Mello; Frederico Honorato Rodrigues Moreira; Jorge Ronaldo Ferreira Santos<br />
CONSELHO DE RELAÇÕES DE TRABALHO<br />
Dennys Abdalla Muniz Teles – Presidente; Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa; Fernando Schneider; Maria Teresa Mendonça Dias; Antônio Henrique<br />
Lopes da Cunha<br />
REGIONAIS SECOVI RIO<br />
Regional Baixada Fluminense<br />
Av. Governador Roberto Silveira, 470/sala 412, Centro, Nova Iguaçu - RJ<br />
(Edifício Top Commerce)<br />
CEP: 26210-210<br />
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CEP: 28905-000<br />
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E-mail: lagos@secovirio.com.br<br />
Regional Litorânea<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: litoranea@secovirio.com.br<br />
Noroeste Fluminense<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
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E-mail: noroestefluminense@secovirio.com.br<br />
Regional Norte Fluminense<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: nortefluminense@secovirio.com.br<br />
Regional Costa Verde<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: costaverde@secovirio.com.br<br />
Regional Serra Imperial<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: serraimperial@secovirio.com.br<br />
Regional Serra Norte<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: serranorte@secovirio.com.br<br />
SEDE<br />
Av. Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
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E-mail: secovi@secovirio.com.br<br />
A <strong>Revista</strong> Secovi Rio é uma publicação institucional, trimestral, do<br />
Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração<br />
de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais em todo o<br />
Estado do Rio de Janeiro.<br />
EXPEDIENTE<br />
Conselho Editorial: Pedro Wähmann e João Augusto Pessôa<br />
Coordenadora de Marketing e Comunicação: Edmara Carvalho<br />
REDAÇÃO<br />
imprensa@secovirio.com.br<br />
Jornalistas responsáveis: Gustavo Monteiro (25.140 MTE/RJ)<br />
e Igor Augusto Pereira (2.629 MTE/GO)<br />
Redação: Carla Neiva, Gustavo Monteiro e Igor Augusto Pereira<br />
Projeto gráfico e diagramação: Henrique Vasconcellos<br />
Revisão: Sandra Paiva<br />
PUBLICIDADE<br />
Patricia Salles<br />
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Regional Sul Fluminense<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 2
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de documentos feita por nossa equipe agiliza<br />
a consulta e conferência dos dados, trazendo<br />
muito mais transparência e rapidez.<br />
A partir daí, os condôminos acompanham a<br />
movimentação e a saúde financeira do<br />
condomínio sem necessitar interromper o<br />
trabalho do síndico e do conselho. Todos<br />
ganham e os processos fluem melhor.<br />
Seu condomínio online: central<br />
de mensagens entre moradores, reserva<br />
de áreas comuns, 2ª via de boleto, registro<br />
de ocorrências e demonstrativo financeiro,<br />
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Av. das Américas, 2901 GR. 411/412<br />
Tel: 2439-8170 - barra@zirtaeb.com<br />
Zirtaeb Copacabana<br />
Av. N. S. Copacabana, 647 GR. 709<br />
Tel: 2255-9893 - copacabana@zirtaeb.com<br />
www.zirtaeb.com<br />
fb.com/zirtaeb.com.br<br />
instagram @zirtaeb_adm<br />
Condomínios e Bens Imóveis
PALAVRA DO PRESIDENTE<br />
Estamos vivendo um período bastante interessante no que diz<br />
respeito à cidadania e ao senso de comunidade. Se antes as pessoas<br />
tendiam a ser mais individualistas, agora existem movimentos em<br />
prol do bem-estar coletivo. A má fase econômica do nosso estado e<br />
da nossa cidade, que vem causando sérios transtornos à população,<br />
está contribuindo para que as pessoas se aventurem fora de suas vidas privadas e passem a<br />
olhar mais para seus vizinhos. Somar esforços para gerar benefícios virou tendência.<br />
O consumo colaborativo, por exemplo, está crescendo nos condomínios. Trocar ou emprestar<br />
objetos usados é uma atitude sustentável e, além disso, aproxima as pessoas. É algo<br />
semelhante ao que temos visto na área da segurança: a sociedade tem se organizado para dar<br />
sua contribuição ao poder público e auxiliar na redução da criminalidade. Os condomínios<br />
têm um peso bastante grande neste contexto, afinal, quase metade da população do Rio vive<br />
e trabalha nesses locais. Empresários, comerciantes, associações e entidades de classe<br />
também têm se movimentado e participado de projetos de parceria público-privada em prol<br />
de uma cidade mais segura.<br />
O Secovi Rio não ficou de fora e lançou em maio o projeto Luz Azul, que prevê a instalação<br />
de câmeras de vigilância em edifícios do Centro do Rio identificadas com uma luz na cor azul.<br />
A ideia, baseada num case de sucesso da cidade de Detroit, nos Estados Unidos, é<br />
compartilhar as imagens com as autoridades, reduzindo os índices de criminalidade.<br />
Entretanto, estamos cientes de que apenas a tecnologia não resolverá o problema. Gestores<br />
de condomínios precisam se dedicar também ao treinamento de seus funcionários porque o<br />
crime pode ser inibido, muitas vezes, com atitudes preventivas bastante<br />
simples. Por isso um dos focos da UniSecovi Rio é promover cursos para<br />
porteiros e síndicos com alguns dos melhores especialistas do setor<br />
ensinando como evitar situações de risco. A informação pode ser uma<br />
grande arma. Não deixe de usá-la!<br />
Pedro Wähmann<br />
Presidente do SECOVI RIO<br />
Sua opinião é muito importante<br />
Quer mandar um comentário sobre esta edição<br />
ou sugerir uma pauta?<br />
Envie um e-mail para imprensa@secovirio.com.br<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 4
CURTINHAS<br />
Garagem flutuante<br />
Um escritório de arquitetura dinamarquês<br />
criou uma solução para resolver, ao mesmo<br />
tempo, os problemas de inundações, falta<br />
de vagas e pouca arborização nas grandes<br />
cidades. Trata-se de uma espécie de<br />
edifício-garagem com um jardim vertical<br />
circular pelos andares. Toda essa estrutura é<br />
flutuante e fica em cima de um enorme<br />
reservatório, que recebe e armazena a água<br />
da chuva. Isso quer dizer que, em dias secos,<br />
o topo do edifício fica no nível da rua.<br />
Quando chove, à medida que a água vai<br />
ocupando o reservatório, toda a estrutura<br />
se desloca para cima.<br />
Shutterstock<br />
Shutterstock<br />
Tour virtual<br />
Um aplicativo para dispositivos móveis se propõe a resgatar<br />
as histórias esquecidas da Zona Portuária do Rio de Janeiro.<br />
O Museu do Ontem, disponível para os sistemas Android e<br />
iOS, reúne episódios históricos, que vão desde a chegada da<br />
família real portuguesa ao Brasil, em 1808, a fatos mais<br />
recentes, como escândalos de corrupção investigados pela<br />
Operação Lava Jato. Todo o conteúdo pode ser explorado<br />
por um mapa atual e também por um mapa de 1830, mas é<br />
preciso estar presente na área para viver a experiência<br />
proposta pelo aplicativo.<br />
Na Justiça<br />
O síndico de um condomínio na Paraíba foi condenado<br />
em segunda instância por injúria qualificada contra uma<br />
moradora autista. Segundo a denúncia que gerou o<br />
processo, o síndico teria ofendido várias vezes a vítima,<br />
afirmando que “esse tipo de gente não deveria existir”<br />
e insinuando, ainda, que sua presença “manchava” o<br />
condomínio. Além disso, teria impedido que ela<br />
frequentasse áreas comuns como o parque. A jovem é<br />
autista com atraso global do desenvolvimento e<br />
transtorno global associado. O réu foi condenado a um<br />
ano e dois meses de reclusão em regime aberto, além<br />
de dez dias-multa, com a pena sendo substituída por<br />
duas restritivas de direito.
Minimalismo na prática<br />
Consegue imaginar como seria reduzir seu<br />
guarda-roupa a quase 1/4 das peças que ele tem<br />
hoje? Esse foi o resultado de um desafio<br />
realizado pela apresentadora e ativista ambiental<br />
Fe Cortez. A ideia, conhecida como<br />
armário-cápsula, vem sendo difundida nas redes<br />
sociais por influenciadores ligados à moda<br />
sustentável e ao consumo consciente. No caso<br />
de Fe, ela reduziu o número de peças de roupa<br />
de 300 para apenas 72. Em uma websérie que<br />
documentou esse processo, Fe conta que um<br />
dos aspectos mais importantes da construção do<br />
armário-cápsula foi priorizar apenas peças<br />
adequadas ao seu estilo de vida, dispensando<br />
modelos que são tendências sazonais e<br />
eliminando totalmente roupas que comprou e<br />
usou pouco. O passo a passo está disponível no<br />
site www.menos1lixo.com.br.<br />
Moradora de Belford Roxo, a<br />
educadora ambiental Antônia Portela<br />
encontrou uma forma de contribuir<br />
com o meio ambiente e com a vida de<br />
crianças carentes. De tempos em<br />
tempos, ela sai às ruas de seu bairro<br />
em busca de bonecas jogadas no lixo.<br />
Tudo que encontra vai para o ateliê<br />
que ela montou em casa, onde as<br />
bonecas passam por uma<br />
transformação, com direito à troca de<br />
partes com defeito, além de roupas e<br />
cabelos novos. Depois de prontas, as<br />
bonecas são doadas. A inspiração da<br />
educadora veio de seus pais, uma<br />
catadora de lixo e um gari, que traziam<br />
para a filha brinquedos ainda em bom<br />
estado encontrados no lixo.<br />
Shutterstock<br />
Shutterstock<br />
Boa ação<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 6
Poupança recuperada<br />
Reprodução<br />
Poupadores que tiveram perdas da poupança<br />
relacionadas aos Planos Bresser (1987), Verão<br />
(1989) e Collor 2 (1991) já podem se cadastrar<br />
para receber indenização relacionada a esses<br />
valores. Pelo site pagamentodapoupanca.com.br,<br />
é possível se cadastrar para aderir a um acordo.<br />
Podem receber a indenização todas as pessoas<br />
que entraram com ações individuais contra os<br />
bancos até 20 anos após a edição desses três<br />
planos. Não há indenização prevista no acordo<br />
para o Plano Collor 1 (1990). Também têm direito<br />
as pessoas que participaram de ações coletivas<br />
ajuizadas até cinco anos do trânsito em julgado da<br />
sentença coletiva ou que tenham iniciado a<br />
execução da sentença coletiva em 2016, desde<br />
que respeitado o prazo de cinco anos após o<br />
trânsito em julgado da decisão favorável que<br />
permitiu a execução. Herdeiros também podem<br />
aderir ao acordo, desde que exista uma ação<br />
judicial em nome do falecido.<br />
Shutterstock<br />
Apesar da crise<br />
Risco virtual<br />
Na contramão da crise<br />
econômica, a agenda de<br />
eventos turísticos no Rio de<br />
Janeiro movimentou, só no<br />
primeiro quadrimestre de<br />
2018, cerca de R$ 6 bilhões,<br />
segundo estudo da Fundação<br />
Getulio Vargas. O Carnaval<br />
representou sozinho metade<br />
dessa receita, seguido do<br />
Réveillon (R$ 1,94 bilhão).<br />
Pelo menos 700 mil links maliciosos,<br />
criados para invadir seu computador<br />
ou dispositivo móvel, são acessados no<br />
Brasil a cada dia. É o que demonstrou<br />
um relatório da empresa de segurança<br />
virtual PSafe. Segundo a pesquisa, a<br />
principal tática dos hackers é focar na<br />
falha humana, prometendo ao usuário<br />
vantagens como prêmios ou cupons de<br />
desconto. Para se proteger dos<br />
ataques, é importante verificar a grafia<br />
do endereço de e-mail de quem enviou<br />
e os eventuais links que possam estar<br />
no corpo do texto. Ao receber um link<br />
no WhatsApp, vale confirmar com o<br />
remetente se aquele texto foi<br />
realmente enviado por ele. No caso de<br />
links que prometem produtos grátis,<br />
por exemplo, deve-se consultar o site<br />
oficial da marca para saber se a<br />
suposta oferta está realmente<br />
disponível.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 7<br />
Shutterstock
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
A quem<br />
interessam as<br />
Igor Augusto Pereira<br />
?<br />
No auge dos bloqueios nas estradas<br />
brasileiras, no primeiro semestre de<br />
2018, o presidente do Sindicato dos<br />
Caminhoneiros do Brasil emitiu um<br />
comunicado: a população deveria fazer o possível<br />
para estocar comida e combustível, afinal a<br />
previsão era de que a greve seria longa. “Avisem<br />
suas famílias”, dizia a mensagem de áudio<br />
compartilhada pelo WhatsApp. Muita gente<br />
correu ao supermercado para garantir o seu. Só<br />
que tudo não passava de uma grande mentira.<br />
Em uma breve pesquisa, era possível descobrir<br />
que o dono da voz, que alegava ser presidente da<br />
entidade, não ocupava o cargo. O motivo: o<br />
Sindicato dos Caminhoneiros do Brasil<br />
simplesmente não existe. O suposto porta-voz do<br />
movimento, que até o fechamento desta edição<br />
não havia sido identificado, era um farsante. E ele<br />
não está sozinho.<br />
Segundo o grupo de especialistas em cibercrime<br />
dfndr lab, só nos três primeiros meses de 2018, as<br />
fake news atingiram pelo menos 2,9 milhões de<br />
acessos no Brasil. Muitas vezes, elas geram<br />
apenas desencontros de informação, mas há<br />
casos em que as notícias falsas acabam<br />
manipulando a opinião pública, acentuando<br />
divergências já existentes e provocando histeria.<br />
Para contribuir com o debate público,<br />
colaborando para desmascarar as fake news, o<br />
Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio<br />
(ITS-Rio) vem se dedicando ao tema. Um desses<br />
recursos foi uma ferramenta que ajuda os<br />
usuários a reconhecer perfis virtuais que possam<br />
ser gerenciados por robôs. O Pegabot<br />
(www.pegabot.com.br) é um portal que analisa os<br />
conteúdos publicados e compartilhados por um<br />
usuário, dando uma pontuação com base na<br />
probabilidade de esse perfil ser gerenciado por<br />
um robô.<br />
A pesquisadora de democracia e tecnologia do<br />
ITS-Rio Debora Albu conversou com a <strong>Revista</strong><br />
Secovi Rio sobre essa iniciativa e sobre como as<br />
fake news podem pautar a opinião pública.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 8
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
O que é exatamente o ITS-Rio?<br />
O Instituto de Tecnologia e Sociedade é um centro de pesquisa fundado em 2014 por seus três<br />
diretores – Ronaldo Lemos, Carlos Affonso Souza e Sérgio Branco –, que desenvolvem trabalhos em<br />
conjunto há mais de 15 anos na área de direito e tecnologia, principalmente. O trabalho<br />
desenvolvido pelo ITS se divide em quatro áreas: direito e tecnologia, democracia e tecnologia,<br />
inovação e educação. Cada uma dessas áreas coordena projetos específicos que, em muitos casos,<br />
unem mais de uma área em seu desenvolvimento.<br />
Debora<br />
Como esse trabalho é mantido?<br />
Nosso financiamento vem de diversas fontes, como fundações, grandes empresas de tecnologia,<br />
governos, entre outras. Para garantir a independência do trabalho realizado, nenhuma instituição<br />
doadora pode compor mais de um quinto do nosso orçamento global. Além disso, nossa estrutura<br />
de governança é composta por um conselho deliberativo, no qual especialistas na área definem<br />
prioridades de pesquisa e de projetos.<br />
Debora<br />
Por que o instituto decidiu ampliar o debate sobre fake news?<br />
Shutterstock<br />
O ITS já atua nesse debate há algum tempo, principalmente a partir do debate do Marco Civil da<br />
Internet, garantindo um ciberespaço com liberdade de expressão e segurança tanto para usuários<br />
quanto para provedores de serviço. Nesse sentido, atuamos em três frentes principais: pedagógica<br />
ou educacional, de advocacy (incidência política) e de desenvolvimento tecnológico. Na primeira<br />
frente, realizamos diversos cursos livres que abordam a temática, aprofundando conceitos dentro<br />
desse debate, desde checagem de fatos às ligações entre fake news e eleições. Além disso,<br />
produzimos constantemente conteúdos que abordam novos desenvolvimentos sobre fake news. Na<br />
frente de incidência política, frequentemente produzimos pareceres jurídicos – do tipo amicus curiae<br />
– e participamos de audiências públicas sobre esses temas, trazendo contribuições específicas<br />
sobre a discussão em seu aspecto legal. Por fim, também buscamos desenvolver ferramentas<br />
tecnológicas que possam mitigar efeitos negativos desse fenômeno, como é o caso do Pegabot.<br />
Debora<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 9
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Já é possível definir quando ocorreu a gênese das fake news?<br />
Não é possível definir exatamente uma gênese, uma vez que o conceito em si do que são fake news<br />
está em constante debate e não há um consenso sobre sua definição. Muitos jornalistas e<br />
acadêmicos inclusive não utilizam o conceito “fake news” ou notícias falsas, e sim desinformação, má<br />
informação ou informação falsa. Em geral, esse tipo de conteúdo é criado para causar algum tipo de<br />
dano a uma pessoa, uma instituição ou mesmo um grupo, o que implica dizer que quem a criou o fez<br />
com algum interesse alheio ao bem público.<br />
Debora<br />
Shutterstock<br />
Em geral, fake news<br />
são criadas para<br />
causar algum tipo de<br />
dano a alguém<br />
PUBLICIDADE<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 10
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Embora seja difícil encontrar o ponto inicial das fake news, é possível dizer que as disputas<br />
políticas tenham colaborado para ampliá-las a um novo nível?<br />
As fake news ganharam as manchetes principalmente a partir das últimas eleições para a<br />
Presidência nos Estados Unidos, em que o presidente Donald Trump teria feito uso desse tipo de<br />
conteúdo para ganhar eleitores por meio das redes sociais. Isso se comprovou de certa forma com<br />
o caso do vazamento de dados da empresa Cambridge Analytica, em que tais dados pessoais<br />
serviram para criar um sistema de direcionamento de anúncios políticos para certos tipos de<br />
perfil. Além desse caso, a saída do Reino Unido da União Europeia (o “Brexit”) também foi<br />
influenciada pelo compartilhamento desses conteúdos de forma massiva.<br />
Debora<br />
Existe um perfil específico de pessoa ou organização na criação de fake news?<br />
Shutterstock<br />
Não há necessariamente um perfil específico. Considerando que, na era da internet 2.0 e 3.0,<br />
todos podem ser produtores de conteúdo, qualquer pessoa pode iniciar esse tipo de produção e<br />
compartilhamento. Um caso emblemático é o do grupo conhecido como “Veles boys”. Esses<br />
jovens da cidade de Veles, na Macedônia, iniciaram algumas ondas de notícias falsas durante a<br />
campanha eleitoral presidencial nos EUA e construíram uma espécie de “fábrica de fake news”. É<br />
importante considerar o contexto de desemprego e crise econômica vividos no país, o que pode<br />
ter sido um catalisador para que o grupo crescesse e ganhasse tanta escala.<br />
Debora<br />
Como qualquer pessoa pode<br />
produzir conteúdo, não há um perfil<br />
específico na criação de fake news<br />
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ANUNCIE NO BLOG CONDOMÍNIOS VERDES DO SECOVI RIO<br />
Condomínios<br />
Verdes<br />
O blog www.condominiosverdes.com.br compartilha dicas, notícias e informações<br />
sobre sustentabilidade. Com 12 mil acessos mensais, o blog divulga iniciativas<br />
sustentáveis e ainda pode ajudar a fortalecer a marca dos anunciantes por meio de<br />
banners e publiposts.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 11
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Quais as possíveis vantagens para quem cria uma notícia falsa?<br />
Como mencionado, a produção desse tipo de conteúdo já faz parte de uma economia, fazendo<br />
circular grandes somas monetárias (por meio de links patrocinados). Além disso, o próprio conteúdo<br />
pode gerar ganhos políticos ou sociais para grupos de interesse envolvidos.<br />
Shutterstock<br />
Debora<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 12
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Por que essa estratégia tem surtido tanto efeito?<br />
Podemos atribuir essa massificação a alguns fatores – em um viés ora mais tecnológico, ora mais<br />
político. O primeiro fator está relacionado à própria estrutura da internet, em que o<br />
compartilhamento é uma das funções mais estimuladas e facilitadas. Pense que na rede estamos<br />
mais “unidos”, mais próximos, e a facilidade de replicar conteúdo também regula essas<br />
“ciber-relações”. Para além de redes sociais mais tradicionais como o Facebook e o Twitter,<br />
aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp também apresentam uma infraestrutura<br />
que facilita a replicação de informação. Um estudo recente da USP mostrou que os grupos de<br />
família no aplicativo são grandes responsáveis pela propagação de notícias falsas.<br />
Debora<br />
E, politicamente, por que isso tem tanto impacto?<br />
Esse fator se relaciona a uma virada política e social que estamos vivendo, com a polarização de<br />
debates políticos, a descrença na política tradicional e as crises sociais e econômicas profundas que<br />
nos afetam. Isso leva a um acirramento de ânimos que também pode explicar esse tipo de difusão<br />
expressiva.<br />
Shutterstock<br />
Debora<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 13
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Fale um pouco sobre a criação do Pegabot. Como esse sistema colabora<br />
para a detecção de um perfil robô?<br />
Shutterstock<br />
O Pegabot é uma ferramenta que permite ao usuário verificar a atividade de uma conta de rede<br />
social para saber a probabilidade de o perfil ser de um bot (robô). Quanto maior a nota, maior a<br />
chance de ser um bot. A ferramenta foi criada no intuito de dar mais transparência no debate<br />
on-line e pode atuar em conjunção com ferramentas de checagem de fatos, por exemplo. No<br />
momento, o Pegabot funciona apenas com o Twitter, mas já estamos articulando para abrir a<br />
ferramenta para outras plataformas. O Pegabot se baseia em padrões de comportamento para<br />
identificar se é mais provável um humano que utilize aquele perfil, ou um robô, usando critérios<br />
como intervalo entre postagens e pessoalidade dos posts.<br />
Debora<br />
Pegabot ajuda a verificar a atividade<br />
de uma conta de rede social para<br />
saber a probabilidade de ser um robô<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 14
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Fora desse sistema, que orientações você daria a um cidadão comum,<br />
com pouca experiência em tecnologia, para identificar e não propagar<br />
fake news?<br />
Shutterstock<br />
A ideia principal é filtrar melhor tanto aquilo que consumimos em termos de informação quanto<br />
aquilo que replicamos. Consumir notícias de fontes confiáveis, principalmente de grandes veículos<br />
de imprensa, é uma boa saída para “iniciantes” nesse mundo digital. Na hora de compartilhar um<br />
conteúdo, mesmo que ele já tenha sido curtido ou replicado por diversos membros de sua<br />
comunidade on-line, busque conhecer a fonte daquela notícia e entenda se é um site confiável.<br />
Outra dica é verificar a data daquele conteúdo: muitas vezes notícias falsas circulam por um tempo<br />
e anos depois são “reavivadas”. Nosso diretor, Carlos Affonso Souza, produziu uma lista com mais<br />
dicas para auxiliar nessa identificação aqui.<br />
Debora<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 15
ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />
Os bots são importantes para a difusão das fake news, mas obviamente muitos perfis<br />
de pessoas reais também compartilham conteúdos falsos. Em sua avaliação, isso<br />
acontece mais por ignorância ou má intenção?<br />
Ambos os motivos, mas é contextual. O caso do assassinato da vereadora Marielle Franco é<br />
emblemático nesse sentido: diversas notícias falsas sobre a vereadora foram compartilhadas por<br />
perfis públicos, como a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, e o<br />
deputado Alberto Fraga (DEM-RJ). Depois de serem solicitados a dar esclarecimentos, ambos<br />
reconheceram ter errado, mas é difícil saber o motivo real.<br />
Debora<br />
Muitas iniciativas vêm surgindo no sentido de combater as notícias falsas, como<br />
portais de checagem de fatos e recursos para denúncias em redes sociais. Você<br />
enxerga uma saída específica para vencer esse problema?<br />
Shutterstock<br />
É importante que qualquer solução passe por mais conhecimento e mais acesso. Esses portais são<br />
importantes para melhor selecionar aquilo que ganha visibilidade nas redes. Já a via pedagógica é<br />
fundamental para conscientização dos cidadãos e para que possam melhor usar a tecnologia, mas<br />
ela própria também pode ser um mecanismo para combater o fenômeno das fake news. De toda<br />
forma, o importante é que o debate sobre o tema seja o mais multissetorial possível, garantindo que<br />
múltiplas visões sejam contempladas no debate, passando por jornalistas, empresários do setor,<br />
políticos, acadêmicos e a população em geral.<br />
Debora<br />
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Um espaço virtual para divulgar e vender o seu produto ou serviço. Sim, o<br />
Secovi Rio oferece essa possibilidade. Por meio deste espaço, sua empresa<br />
conseguirá mais visibilidade e alcançará um público bastante variado. A<br />
credibilidade do Secovi Rio, que se mantém há mais de sete décadas como<br />
principal representante do setor imobiliário,<br />
colocará o seu negócio num verdadeiro<br />
shopping on-line!<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 16
CONDOMÍNIOS VERDES<br />
DESLOCAMENTO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Se você é apaixonado por bike e gosta<br />
de explorar as cidades que visita<br />
utilizando a bicicleta como meio de<br />
transporte, você precisa conhecer o site<br />
www.bikesharingmap.com. Nele você<br />
encontra um mapa que mostra vários lugares<br />
do mundo que possuem sistemas de<br />
compartilhamento de bicicletas. No mapa,<br />
também é possível encontrar os sites de cada<br />
sistema, para que você possa tirar todas as<br />
suas dúvidas e aproveitar o passeio da melhor<br />
forma.<br />
Os sistemas de compartilhamento de<br />
bicicletas invadiram as cidades. Seja através<br />
de parcerias com bancos e grandes empresas<br />
ou por iniciativas governamentais, alugar uma<br />
bike para ir ao trabalho ou para fazer um<br />
passeio vem se tornando uma prática muito<br />
comum em várias partes do mundo. Esses<br />
programas funcionam de diversas formas, e<br />
em cada cidade você poderá vivenciar uma<br />
experiência diferente. Bikes elétricas, com<br />
marchas, modelos mais simples… As opções<br />
são inúmeras, e a sensação será única.<br />
A cidade de Copenhague, na Dinamarca, foi a<br />
primeira no mundo a promover o empréstimo<br />
público de bicicletas. Conhecida como uma<br />
das capitais mundiais dos ciclistas, por lá o<br />
sistema de compartilhamento de bicicletas é<br />
muito mais do que pegar uma bike e sair<br />
pedalando por aí. Além de oferecer bicicletas<br />
elétricas que são recarregadas nas próprias<br />
estações usando energia renovável, o sistema<br />
Carla Neiva<br />
Shutterstock<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 18
Go Bike é conectado com todos os<br />
transportes públicos da cidade. Isso é possível<br />
porque cada bike tem, embutido no guidão,<br />
um tablet que oferece informações como<br />
horários dos transportes, visualização dos<br />
percursos e ainda detalhes sobre pontos<br />
turísticos da região.<br />
ESTÍMULO AO COMÉRCIO LOCAL<br />
Além de totalmente sustentável, conhecer<br />
novos lugares pedalando proporcionará ao<br />
visitante explorar alguns cantinhos da cidade<br />
que talvez ele não tenha a chance de<br />
conhecer caso opte por passeios em vans ou<br />
ônibus. Há pouco tempo, um estudo feito em<br />
Nova York constatou que, após a construção<br />
de ciclovias, lojas localizadas perto dessas<br />
áreas aumentaram as vendas em até 49%.<br />
Bom para o comércio local e excelente para<br />
os ciclistas, que conseguem aproveitar ao<br />
máximo tudo que o local tem a oferecer.<br />
BOM PARA A SAÚDE<br />
Outro diferencial das “magrelas” são os<br />
potenciais benefícios à saúde que esse tipo de<br />
deslocamento pode trazer. Várias pesquisas<br />
apontam que substituir o carro pela bicicleta<br />
ou pela caminhada pode contribuir<br />
significativamente para a melhoria da saúde e<br />
qualidade de vida das pessoas. Ao andar de<br />
bicicleta, você pratica uma atividade física de<br />
baixo impacto sobre as articulações do corpo,<br />
melhora a frequência cardíaca e ainda queima<br />
calorias. Isso sem mencionar os benefícios<br />
para a sociedade em geral. Na visão<br />
ambiental, a bicicleta é o símbolo mundial do<br />
transporte sustentável, devido principalmente<br />
à redução da emissão de gases de efeito<br />
estufa, o que influencia diretamente na saúde<br />
pública, diminuindo a incidência de infecções<br />
respiratórias e alergias.<br />
Então, fica a dica! Na próxima vez que você<br />
decidir explorar novas cidades ou regiões, vá<br />
de bike! É saudável e sustentável!<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 19
JURÍDICO - ARTIGO<br />
Esta data merece ser comemorada!<br />
Corina Costa • advogada do Departamento Jurídico do Secovi Rio<br />
Shutterstock<br />
Embora existam controvérsias quanto à data<br />
do Dia do Vizinho, adotamos o dia 20 de<br />
agosto, em homenagem à poetisa Cora<br />
Coralina, por ser esta a data do seu aniversário.<br />
Quando, em 1980, seus vizinhos na Cidade de<br />
Goiás quiseram lhe oferecer uma festa de<br />
aniversário, ela recusou e disse preferir uma<br />
comemoração entre vizinhos. Para ela, “vizinho é<br />
mais que parente, pois é o primeiro a saber das<br />
coisas que acontecem na vida da gente”.<br />
Nossa poetisa tem razão, já que muitas vezes o<br />
vizinho é o primeiro a saber do que acontece<br />
conosco, não só por estar mais próximo<br />
fisicamente, mas também, em alguns casos,<br />
fraternalmente, considerados amigos de alma,<br />
dividindo as alegrias e tristezas, unindo esforços<br />
para resolver questões particulares ou comuns,<br />
se tornando grandes famílias. No dizer de Jaime<br />
Lerner, “é um parente por parte de rua”.<br />
Felizmente, muitos de nós temos boas<br />
lembranças de um vizinho “porreta”, com o qual<br />
dividimos bons momentos da vida, um<br />
churrasco, uma cervejinha gelada, uma<br />
conversinha de fim de tarde, verdadeira terapia<br />
com direito a sorrisos para esquecer os<br />
problemas do dia a dia. Por isso a data merece<br />
ser comemorada com muito orgulho.<br />
Mas nem tudo é perfeito! Infelizmente também<br />
existem aqueles vizinhos que de tão chatos<br />
preferíamos que se mudassem. Eles implicam<br />
com tudo: com sua música, com seu cachorro,<br />
com seu churrasco... Não há como manter uma<br />
convivência pacífica. Talvez seja melhor você se<br />
mudar.<br />
O fato é que a sociedade é formada por pessoas<br />
diferentes, aliás, a diversidade é o que torna a<br />
vida mais interessante, pois encontramos<br />
pessoas de origens diferentes, costumes<br />
diversos, interesses e perspectivas distintas, que<br />
se aglomeram nos grandes centros. Para que<br />
todos possam viver de maneira harmônica,<br />
devem ser respeitadas algumas regras de<br />
convívio social e, quando estas não são<br />
suficientes para manter a harmonia, entram em<br />
ação as regras jurídicas que limitam de forma<br />
coercitiva o agir de cada indivíduo, mas com o<br />
objetivo maior, que é manter a paz social.<br />
É nesse contexto que nascem o Direito de<br />
Vizinhança e o Direito Condominial. Eles surgem<br />
da necessidade de regular o uso da sua<br />
propriedade, de forma que um vizinho não<br />
atrapalhe o uso da casa do outro, impondo<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 20
limites “do bem”, autorizando que um vizinho<br />
possa fazer cessar as interferências prejudiciais à<br />
segurança, ao sossego e à saúde, provocadas<br />
pela propriedade vizinha.<br />
É um dispositivo poderoso, que visa proteger<br />
você do mau vizinho, conferindo-lhe meios para<br />
preservar a saúde, o sossego e a segurança de<br />
sua família. Isto é maravilhoso, mas não se deve<br />
esquecer que você também é vizinho de alguém<br />
e está submetido às mesmas regras, portanto,<br />
não deve causar insegurança, desassossego ou<br />
prejudicar a saúde do seu vizinho.<br />
Pois bem, quando falamos de vizinho, não nos<br />
referimos somente ao vizinho de porta, como<br />
ocorre em vilas e condomínios, mas também em<br />
prédios vizinhos e os reflexos que o uso de sua<br />
propriedade pode provocar nos moradores mais<br />
próximos, podem alcançar não somente os<br />
prédios contíguos, mas também aqueles que<br />
estão a uma certa distância, como uma fábrica,<br />
por exemplo. O ruído de suas máquinas,<br />
eventual fumaça, fuligem, cheiro podem afetar<br />
prédios mais distantes. Há pouco tempo<br />
recebemos consulta sobre uma academia onde<br />
existia uma caldeira usada para aquecer a<br />
piscina e a sauna expelia uma fumaça negra que<br />
incomodava os moradores dos prédios vizinhos.<br />
A vida em condomínio edilício demanda um<br />
cuidado maior para não incomodar o vizinho, em<br />
face da proximidade, pois as unidades são<br />
separadas por uma parede, um piso e um teto,<br />
construídos de forma que não preservam de<br />
maneira suficiente a privacidade dos moradores.<br />
Nas construções em lotes de terreno, existe a<br />
imposição de respeito de limites mínimos entre<br />
as construções, proibindo o art. 1.301 do Código<br />
Civil a abertura de janelas, ou fazer eirado,<br />
terraço ou varanda, a menos de metro e meio do<br />
terreno vizinho, regra esta que também está<br />
disciplinada no Código de Obras dos Municípios,<br />
determinando a observância às regras de<br />
zoneamento locais e que, de certa forma,<br />
ajudam na garantia de uma maior privacidade<br />
entre as casas.<br />
Não obstante a questão acima, é importante<br />
ressaltar que o direito de propriedade não é<br />
absoluto; ao contrário, encontra diversas<br />
restrições, inclusive constitucionais, como a<br />
vedação quanto ao uso da sua casa de forma<br />
que cause prejuízos ao seu vizinho (art. 5º, XXII,<br />
da CRFB/1988).<br />
Na legislação infraconstitucional, o Código Civil,<br />
art. 1.228, § 1º e § 2º, garante ao proprietário o<br />
direito ao uso, gozo, disposição e reivindicação,<br />
porém, ressalta que o uso deve atender às<br />
finalidades econômicas e sociais, vedando ao<br />
Shutterstock
proprietário atos que não lhe tragam qualquer<br />
comodidade ou utilidade, bem como sejam<br />
praticados com a intenção de prejudicar outrem.<br />
Como se vê, nosso ordenamento jurídico emite<br />
um comando claro de que a propriedade deve<br />
cumprir sua função social, servindo não somente<br />
ao seu proprietário, mas também à sociedade<br />
em que está inserida.<br />
Consideramos que, nas relações entre<br />
condôminos, o respeito à função social ganha<br />
um contorno especial, pois ele toma um<br />
destaque exponencial, em que os moradores se<br />
veem bastante limitados em seus direitos em<br />
prol da harmonia da convivência coletiva. Nesse<br />
universo condominial, o simples fato de ouvir<br />
uma música, fazer uma faxina a qualquer hora,<br />
acender um incenso ou uma ingênua brincadeira<br />
de criança devem ser exercidos de forma a não<br />
perturbar o vizinho. Aquele que decide morar<br />
em condomínio deve ter em mente essa<br />
limitação e saber que terá que exercitar bastante<br />
o bom senso e a tolerância, sob pena, inclusive,<br />
da possibilidade de ser judicialmente convidado<br />
a se retirar desse convívio.<br />
Ressalte-se que o condômino que reside em<br />
condomínios edilícios não está impedido de<br />
exercer seus direitos, apenas deve respeitar<br />
alguns limites, sob pena de incorrer no abuso do<br />
direito, previsto no art. 187 do Código Civil, ou<br />
seja, o exercício do seu direito de forma<br />
exacerbada, sem atenção à função social da<br />
propriedade e que ainda prejudique terceiros.<br />
As relações no condomínio edilício têm<br />
normatização própria, pois o instituto é regulado<br />
pelos arts. 1.331 a 1.358 do Código Civil,<br />
inovando ou reeditando regras antes previstas<br />
na Lei nº 4.591/1964. Apesar de o condomínio<br />
edilício possuir regras especiais para reger suas<br />
relações, ela não deve analisada de forma<br />
isolada, seja com relação às normas<br />
extravagantes ou dentro do próprio Código Civil,<br />
cujos problemas, muitas das vezes, requerem um<br />
passeio pelas demais regras, como obrigações,<br />
contratos, família, sucessões.<br />
Entretanto, é importante ressaltar que o Código<br />
Civil, ao tratar sobre o uso da propriedade e das<br />
relações entre vizinhos, dispôs sobre regras<br />
específicas para condomínio edilício, previstas<br />
nos arts. 1.335, I, e 1.336, IV, determinando que<br />
é direito do condômino usar e livremente dispor<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 22
de sua unidade, bem como de não utilizar a sua<br />
unidade de maneira prejudicial ao sossego, à<br />
salubridade e à segurança dos possuidores, ou<br />
aos bons costumes.<br />
O Código Civil normatizou de forma distinta as<br />
relações entre os condôminos (capítulo que<br />
disciplina o Condomínio Edilício) e as relações de<br />
vizinhança (art. 1.277). Assim, quando os<br />
conflitos entre vizinhos se originarem na esfera<br />
condominial, existe regra específica atinente ao<br />
condomínio edilício, as quais também contam<br />
com o reforço das regras previstas na<br />
Convenção, em Regulamentos Internos,<br />
decisões assembleares.<br />
Ao contrário, se o incômodo de um prédio afeta<br />
o prédio vizinho, certamente não cabe na defesa<br />
do incomodado a alegação das normas<br />
condominiais, não só por falta de relação<br />
jurídica, bem como, e principalmente, por existir<br />
norma específica para a sua defesa, que é aquela<br />
prevista no art. 1.277, segundo o qual “o<br />
proprietário ou o possuidor de um prédio tem o<br />
direito de fazer cessar as interferências prejudiciais<br />
à segurança, ao sossego e à saúde dos que o<br />
habitam, provocadas pela utilização de<br />
propriedade vizinha”.<br />
As regras previstas para as relações entre os<br />
condôminos de condomínios edilícios são muito<br />
parecidas, pois protegem bens jurídicos<br />
idênticos, ou seja, obrigam o<br />
proprietário/possuidor a usar a sua casa de<br />
forma que não afete a segurança, saúde e<br />
sossego do vizinho. Assim, em algumas decisões<br />
do Judiciário, encontramos pedido com<br />
fundamento no Direito de Vizinhança quando a<br />
questão se passa na esfera condominial.<br />
Infelizmente, a relação de vizinhança nem<br />
sempre é feita de momentos felizes, traz<br />
também algumas agruras que o direito tenta<br />
pacificar, mas acreditamos no bom senso, numa<br />
palavra amiga como forma de resolver os<br />
problemas. E, para finalizar, deixamos um trecho<br />
de um poema de Cora Coralina que exalta essa<br />
confiança por um futuro melhor.<br />
“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito<br />
ensinou. Ensinou a amar a vida. Não desistir da<br />
luta. Recomeçar na derrota. Renunciar a palavras e<br />
pensamentos negativos. Acreditar nos valores<br />
humanos. Ser otimista.”<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 23
JURÍDICO - CONSULTAS<br />
Eleição<br />
Em uma assembleia para eleição de síndico,<br />
o único candidato recebeu quatro votos<br />
favoráveis e 14 votos contrários. Esse candidato<br />
pode ser considerado eleito?<br />
De acordo com o disposto no artigo 1.353 do<br />
Código Civil, quando não há previsão na lei ou<br />
Convenção de quórum especial para as votações, as<br />
deliberações são tomadas por maioria simples em<br />
segunda convocação.<br />
Na situação apresentada, o candidato somente<br />
poderia ser considerado eleito se contasse com dez<br />
votos favoráveis dos 18 presentes, representando a<br />
maioria simples dos presentes à assembleia, ou seja,<br />
metade mais um.<br />
Como o candidato obteve somente quatro votos, a<br />
sua candidatura, na verdade, foi rejeitada por<br />
maioria de votos dos presentes, o que não impede<br />
que ele volte a se candidatar em outra assembleia,<br />
que deverá ser convocada para recomposição da<br />
administração.<br />
Pró-labore<br />
Qual o critério a ser utilizado para reajustar o<br />
pró-labore do síndico? Aplica-se o mesmo<br />
percentual de reajuste salarial dos empregados do<br />
condomínio?<br />
A Convenção Coletiva de Trabalho abrange os<br />
empregados do condomínio, e não síndicos ou<br />
membros da administração que não sejam<br />
empregados do condomínio.<br />
Com relação à “remuneração” do síndico, o Código<br />
Civil, em seu artigo 1.334, estabelece que, além das<br />
cláusulas referidas no artigo 1.332 e das que os<br />
interessados houverem por bem estipular, a<br />
Convenção determinará, entre outros itens, a sua<br />
forma de administração, onde se inclui, a nosso<br />
entendimento, o caráter oneroso ou gratuito da<br />
função de síndico. Sendo oneroso, a forma de<br />
fixação do pró-labore.<br />
Lembramos que a Lei nº 4.591/1964, no artigo 9º, §<br />
3º, letra “g”, dispunha expressamente que a<br />
Convenção deveria definir a natureza gratuita ou<br />
remunerada das funções de síndico, bem como, no<br />
artigo 22, § 4º, determinava que a assembleia que<br />
eleger o síndico deve fixar a sua remuneração.<br />
Assim, salvo expressa disposição na Convenção<br />
quanto ao caráter não oneroso do encargo de<br />
síndico, no ato da sua eleição, a assembleia deverá<br />
fixar a sua remuneração.<br />
Isenção<br />
Sendo o síndico isento do pagamento da cota<br />
condominial e estando sua unidade alugada, o<br />
condomínio deve emitir a cota para pagamento<br />
pelo locatário?<br />
A isenção da cota condominial é pessoal, ou seja, é<br />
concedida ao síndico pelo exercício da função.<br />
Assim, poderá o síndico contratar com o inquilino o<br />
pagamento da cota condominial e aluguel<br />
diretamente a ele ou o condomínio pagar pró-labore<br />
correspondente ao valor da cota condominial ao<br />
síndico e ele (através do inquilino) ficar responsável<br />
pelo pagamento da cota condominial da unidade.<br />
O resultado prático é o mesmo, com incidência de<br />
contribuição previdenciária por parte do síndico e<br />
do condomínio sobre o pró-labore ou isenção.<br />
Acidente<br />
Ocorrendo um acidente de trabalho no curso do<br />
contrato de experiência, como fica a situação do<br />
empregado? O contrato pode ser encerrado?<br />
O contrato de experiência é uma das modalidades<br />
de contrato por prazo determinado, conforme<br />
determina o artigo 443, § 2º, “c”, da CLT, bem como<br />
o acidente de trabalho é causa de interrupção do<br />
contrato.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 24
O Tribunal Superior do Trabalho alterou a Súmula nº<br />
378, incluindo ao empregado submetido a contrato<br />
de trabalho por tempo determinado o direito à<br />
garantia provisória de emprego decorrente de<br />
acidente de trabalho, prevista no artigo 118 da Lei<br />
nº 8.213/1991.<br />
Para que essa garantia ocorra, no entanto, devem<br />
ser cumpridos alguns requisitos, dentre eles o<br />
afastamento por período superior a 15 dias e o<br />
recebimento do auxílio-doença acidentário.<br />
Atendidos esses requisitos, é garantido o emprego<br />
ao trabalhador por 12 meses após a alta concedida<br />
pela Previdência Social.<br />
Com a garantia de emprego por 12 meses após a<br />
alta médica, entendemos que não há que se falar em<br />
continuidade do contrato de experiência. Ele passa<br />
automaticamente à modalidade de contrato por<br />
prazo indeterminado.<br />
Após a alta médica, o empregado deverá retomar<br />
suas atividades e o empregador não poderá<br />
demiti-lo antes de encerrado o prazo da<br />
estabilidade.<br />
Experiência<br />
É possível rescindir o contrato de experiência de<br />
uma funcionária grávida?<br />
O Tribunal Superior do Trabalho consolidou seu<br />
entendimento sobre o tema com a edição da Súmula<br />
nº 244, em setembro de 2012, estendendo à<br />
empregada gestante o direito à estabilidade<br />
provisória prevista no artigo 10, inciso II, alínea “b”,<br />
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,<br />
mesmo na hipótese de admissão mediante contrato<br />
por tempo determinado.<br />
Como o contrato de experiência é modalidade do<br />
contrato por tempo determinado, hoje, o<br />
entendimento do Tribunal é pela estabilidade da<br />
gestante, inclusive no período de experiência.<br />
Diante desse posicionamento, havendo a rescisão<br />
do contrato de experiência e ingressando a<br />
funcionária com reclamação trabalhista, fatalmente<br />
o empregador será condenado a reintegrá-la ou, não<br />
sendo possível, a indenizar o período relativo à<br />
estabilidade.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 25
Hora extra<br />
A supressão das horas extras está submetida ao<br />
prazo prescricional de cinco anos?<br />
No cálculo da indenização pela supressão das horas<br />
extras, conforme o Enunciado 291 do TST, devem<br />
ser considerados os anos de efetivo serviço<br />
extraordinário, não havendo, para tal apuração, que<br />
se falar em prescrição quinquenal, já que esta atinge<br />
apenas a parcela em si (hora extra), e não o tempo<br />
de serviço referencial para o cálculo da indenização.<br />
Este tem sido o reiterado entendimento de nossos<br />
Tribunais nos diversos julgados sobre o tema.<br />
Caução<br />
Como deve ser calculada a devolução da caução<br />
dada em garantia locatícia?<br />
Conforme previsto no artigo 37 da Lei do Inquilinato<br />
(Lei n º 8.245/1991), a caução é uma modalidade de<br />
garantia locatícia, podendo ser em bens móveis,<br />
bens imóveis, em dinheiro, em títulos e ações.<br />
O artigo 38 explicita cada uma dessas modalidades,<br />
prevendo, em relação à caução em dinheiro, que ela<br />
não poderá exceder o equivalente a três meses de<br />
aluguel, que será depositada em caderneta de<br />
poupança, autorizada pelo Poder Público e por ele<br />
regulamentada, revertendo em benefício do<br />
locatário todas as vantagens dela decorrentes por<br />
ocasião do levantamento da soma respectiva.<br />
Verifica-se, portanto, que o valor dado em caução<br />
deve ser corrigido com os mesmos percentuais<br />
aplicados aos rendimentos da caderneta de<br />
poupança.<br />
O levantamento da caução ocorrerá quando houver<br />
a rescisão do contrato de locação, com a entrega<br />
das chaves e emitido o recibo de quitação. Via de<br />
regra, os contratos de locação especificam a<br />
responsabilidade do locatário pelo pagamento de<br />
aluguéis e reparos no imóvel até a efetiva entrega<br />
das chaves, que ocorre após a vistoria por parte do<br />
locador e a constatação da necessidade ou não de<br />
reparos.<br />
Enquanto o imóvel não for entregue nas condições<br />
previstas no contrato, o locatário ficará responsável<br />
pelo pagamento dos aluguéis. Poderá ser acordada<br />
entre o locador e o locatário a compensação dessas<br />
despesas com o valor da caução a ser devolvida ao<br />
final do contrato.<br />
Pagamento<br />
Quem deve arcar com o pagamento de cotas<br />
extras provenientes de reforma geral e pintura no<br />
prédio: o proprietário ou o inquilino?<br />
As obrigações tanto do locador quanto do locatário<br />
estão expressas na Lei nº 8.245/1991, que regula as<br />
locações urbanas; dentre elas, está a de pagar as<br />
despesas condominiais, cabendo ao locatário as<br />
ordinárias e ao locador as extraordinárias.<br />
O parágrafo único do artigo define o que são<br />
despesas extraordinárias (“aquelas que não se<br />
refiram aos gastos rotineiros de manutenção do<br />
edifício”), trazendo uma relação exemplificativa<br />
dessas despesas, dentre as quais encontramos as<br />
“obras de reformas ou acréscimos que interessem à<br />
estrutura integral do imóvel” e a “pintura das<br />
fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação,<br />
bem como das esquadrias externas”.<br />
Conclui-se, portanto, que as cotas extras devem ser<br />
quitadas pelo locador.<br />
Observe-se, contudo, que, com relação à pintura,<br />
sendo esta nas instalações e dependências de uso<br />
comum, a despesa será do locatário, conforme<br />
expresso no artigo 23, § 1º, “c”.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 26
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CELISA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />
www.celisa.com.br • 2526-8350<br />
CENTRIMÓVEIS LTDA<br />
www.centrimoveis.com.br • 3978-6021<br />
CINOCRED IMÓVEIS LTDA<br />
www.cinocred.com.br • 2199-0600<br />
CIPA - PARTICIPAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO SA<br />
www.cipa.com.br • 2196-5000<br />
CONAC ADM DE IMÓVEIS LTDA<br />
www.conacimoveis.com.br • 3797-3797<br />
CRASE-SIGMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />
www.crasesigma.com.br • 2525-0900<br />
EMACI EMPRESA DE ASSESSORIA A CONDOMÍNIOS<br />
E IMÓVEIS LTDA<br />
www.emaci.com.br • 2262-6767<br />
ENGEPRED ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS S/C LTDA<br />
www.engepred.com.br • 2253-4872<br />
ESTASA EMPRESA DE SERVIÇOS TÉCNICOS<br />
E ADMINISTRATIVOS LTDA<br />
www.estasa.com.br • 2323-4400<br />
FINANCIAL ADMINISTRADORA S/A<br />
www.financialadministradora.com.br • 2240-0829<br />
GRUPO IRMÃOS GUIMARÃES<br />
www.grupoirmaosguimaraes.com.br • 2509-1967<br />
IMAGEM IMOBILIÁRIA E ASSESSORIA GERAL<br />
DE EMPRESAS LTDA<br />
www.imagemimobiliaria.com.br • 3974-9200<br />
IMOBILIÁRIA CAMELO LTDA<br />
www.imobiliariacamelo.com.br • 2667-3956<br />
IMOBILIÁRIA MAUÁ LTDA<br />
www.imobiliariamaua.com.br • 2220-3065<br />
IMOBILIÁRIA SÃO CRISTÓVÃO LTDA<br />
www.isc.com.br • 2487-6262<br />
IMOBILIÁRIA ZIRTAEB LTDA<br />
www.zirtaeb.com • 3233-3500<br />
IMODATA ADMINISTRAÇÃO, COMPRA E VENDA<br />
DE IMÓVEIS LTDA<br />
www.imodata.net • 2548-7494<br />
IMÓVEIS MADUREIRA ADMINISTRAÇÃO DE BENS<br />
SOC. LTDA<br />
www.imoveismadureira.com.br • 3390-1623<br />
IMOVEST ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA<br />
www.imovest.com.br • 3813-3030<br />
IMÓVIL ADMINISTRADORA DE BENS IMÓVEIS LTDA<br />
www.imovil.com.br • 2224-8901<br />
IRIGON PROGRAMAÇÕES IMOBILIÁRIAS LTDA<br />
www.irigon.com.br • 2569-2063<br />
JM ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA<br />
2524-5633<br />
JMC CONSULTORIA E ASSESSORIA IMOBILIÁRIA LTDA<br />
www.jmcadm.com.br • 2544-2224<br />
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HIDROLUZ<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 31<br />
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etroit, Estados Unidos, janeiro de 2016. O<br />
Departamento de Polícia da cidade, em<br />
parceria com oito postos de gasolina,<br />
frequentemente assaltados, teve uma ideia<br />
inteligente: instalar câmeras de vigilância que<br />
transmitiam as imagens em tempo real para a<br />
polícia. Cada estabelecimento recebeu uma<br />
sinalização verde – indicando se tratar de uma<br />
área segura –, que passou a afugentar os<br />
bandidos. A iniciativa ficou conhecida como<br />
Green Light (Luz Verde).<br />
Rio de Janeiro, maio de 2018. A empresa de<br />
tecnologia Venses, em parceria com o Secovi<br />
Rio, inicia o projeto Luz Azul com a instalação<br />
de câmeras ultramodernas nas fachadas de<br />
três grandes edifícios comerciais do Centro do<br />
Rio. À semelhança do que foi feito em Detroit,<br />
os equipamentos são sinalizados com uma luz<br />
azul e uma placa onde se lê “Condomínio<br />
Parceiro Luz Azul – Imagens compartilhadas<br />
com órgãos de segurança”.<br />
Um dos destaques na paisagem urbana do<br />
Centro, o Edifício Linneo de Paula Machado<br />
(ELPM), com 41 andares – onde fica a sede do<br />
Secovi Rio –, na Avenida Almirante Barroso, foi<br />
um dos que aderiram ao Luz Azul, que tem<br />
como foco, em uma primeira fase, apenas os<br />
prédios residenciais e comerciais dessa região.<br />
A edificação já possuía 240 câmeras em suas<br />
áreas internas e externas, mas alugou três<br />
novas unidades para servir ao projeto.<br />
A tônica é que as imagens em alta definição<br />
ficam armazenadas na nuvem e são<br />
compartilhadas, em tempo real, com as<br />
autoridades de segurança pública. O<br />
acompanhamento dessas imagens poderá<br />
auxiliar em possíveis investigações, registros de<br />
ocorrências e no aumento da sensação de<br />
segurança.<br />
Administrador do ELPM, Fernando Kalache<br />
revela que o custo com o aluguel não chega a<br />
R$ 1 mil por mês. “Pelo tamanho do<br />
condomínio (32 empresas ocupantes), é<br />
irrisório. Acreditamos que a adesão ao projeto<br />
traga maior sensação de segurança e a certeza<br />
para os usuários de que crimes realizados no<br />
nosso entorno serão filmados, investigados e<br />
punidos”, espera Kalache.<br />
Ele acrescenta que o condomínio já conta com<br />
uma equipe de seguranças que trabalham 24<br />
horas por dia, sem falar no aparato que inclui<br />
porta eclusa blindada, rádios comunicadores,<br />
botão de pânico, sala de controle 24 horas por<br />
dia e 240 câmeras internas e externas. O custo<br />
mensal com todos esses itens gira em torno de<br />
R$ 60 mil.<br />
“O ELPM já participa ativamente do Conselho<br />
Comunitário de Segurança Pública do Centro<br />
Histórico e da Lapa há três anos. Desde então<br />
defendemos que não basta ao condomínio e ao<br />
particular de modo geral investir apenas em<br />
segurança interna e não trabalhar com o poder<br />
público em seu entorno. O Luz Azul é de<br />
fundamental importância para as polícias e<br />
condomínios do Centro”, completa o<br />
administrador.<br />
Imagem ilustrativa<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 32
QUANTO CUSTA?<br />
O diretor comercial da Venses Technology,<br />
Antonio Carlos de Souza, esclarece que o<br />
condomínio que aderir precisará investir<br />
mensalmente R$ 280 por câmera, caso opte<br />
por alugar o equipamento. O preço engloba<br />
manutenção, a gravação das imagens e o<br />
armazenamento por 30 dias na nuvem. Caso o<br />
usuário queira adquirir as câmeras, precisará<br />
pagar R$ 1,5 mil por unidade, e o custo do<br />
serviço sai a R$ 220 mensais. Os associados do<br />
Secovi Rio terão desconto de 15%.<br />
“O Sistema Luz Azul funciona com câmeras<br />
que não precisam de uma largura de banda alta<br />
para upload. É possível instalar uma câmera<br />
(720 pixels) dentro de 300 Kbps de upload, ou<br />
seja, não há impacto sobre seu pacote de<br />
dados”, explica Souza, ratificando que as<br />
gravações e o software ficam hospedados e<br />
operam dentro da nuvem da Microsoft (Azure).<br />
“Projetos similares têm resultados<br />
comprovados em outros países e houve rápida<br />
redução dos crimes nos estabelecimentos<br />
participantes. Aqui no Brasil, o primeiro<br />
sistema foi instalado em Campinas, em parceria<br />
com a Guarda Municipal e o Recap (Sindicato<br />
do Comércio Varejista de Derivados de<br />
Petróleo de Campinas e Região). Projetos nos<br />
Estados de São Paulo, Amazonas, Ceará, Bahia,<br />
Mato Grosso e Rio Grande do Sul também têm<br />
tido excelentes resultados”, completa o diretor<br />
da Venses.<br />
ÍNDICES DE VIOLÊNCIA VOLTAM A<br />
ASSUSTAR<br />
Quando a Operação Centro Presente<br />
completou um ano de implantação, em julho<br />
de 2017, um balanço do governo do estado<br />
apontou uma redução de 92% no número de<br />
casos de roubo a transeuntes no primeiro<br />
trimestre. Já no primeiro quadrimestre de<br />
2018, os dados do Instituto de Segurança<br />
Pública revelam uma piora em alguns tipos de<br />
ocorrências: roubo a comércio aumentou 56%;<br />
roubo de celular, 37%; e o total de furtos, 8%,<br />
na Área Integrada de Segurança Pública nº 5,<br />
que abrange Centro, Gamboa, Lapa, Paquetá,<br />
Santa Teresa, Santo Cristo e Saúde.<br />
De janeiro a abril, foram contabilizados 83<br />
roubos a comércio, contra 53 no mesmo<br />
período de 2017. Roubo a celular saltou de<br />
288 para 395. O síndico do Condomínio do<br />
Edifício Avenida Central (Ceac), na Avenida Rio<br />
Branco, Marcelo Pinheiro, faz parte da<br />
estatística: “Já tivemos diversas ocorrências,<br />
inclusive arrombamento.” O edifício de 34<br />
andares é um dos três – junto com o ELPM e o<br />
Rodolpho de Paoli – que contrataram o Luz<br />
Azul, comprando seis câmeras com custo de<br />
R$ 9.139,40. A manutenção, a gravação e o<br />
armazenamento das imagens custarão R$<br />
1.122,00 ao mês.<br />
“Por ser bastante movimentada durante todo o<br />
horário comercial, a área próxima ao Ceac<br />
sempre foi bastante vulnerável, com<br />
incontáveis casos de roubo a transeuntes. O<br />
Luz Azul pode ajudar a mudar esse quadro, e o<br />
ideal é que todos os condomínios do Centro<br />
possam aderir”, reforça Pinheiro. O projeto se<br />
soma aos demais aparatos de vigilância do<br />
condomínio, que gasta mensalmente R$ 166<br />
mil com outros equipamentos e segurança<br />
privada.<br />
Para o delegado Fábio Barucke, que ocupa o<br />
cargo de diretor de Polícia da Capital há 17<br />
anos, o aumento da violência urbana está<br />
relacionado com a crise financeira, e a falta de<br />
investimento pelo Estado na Polícia Civil<br />
acarretou muito prejuízo na segurança pública.<br />
“A participação da iniciativa privada na<br />
segurança é fundamental para suprir muitas<br />
dificuldades geradas pela falta de recursos. A<br />
iniciativa do Secovi Rio através do Luz Azul é<br />
muito louvável e substitui essa lacuna deixada<br />
pelo Estado, na necessidade de<br />
instrumentalizar formas de combate ao crime”,<br />
afirma.<br />
Para o delegado, a colocação de câmeras de<br />
segurança ajudará a desestimular a prática de<br />
furtos e roubos. Sobre a participação da polícia<br />
no projeto, ele explica: “A instalação de<br />
câmeras de segurança nos imóveis da região<br />
promoverá à Polícia Civil acesso às imagens<br />
captadas nas ruas. Além de aumentar a<br />
sensação de segurança da população, facilita a<br />
coleta de provas, com imagens dos autores dos
crimes, que poderão ser usadas no inquérito<br />
policial, fortalecendo as provas indiciárias,<br />
contribuindo para identificação e condenação<br />
do criminoso.”<br />
Barucke complementa: “O resultado é a<br />
melhora dos trabalhos de investigação, uma<br />
prestação de serviço mais eficiente e<br />
certamente com um maior número de<br />
criminosos levados à Justiça. A expectativa é<br />
de redução da criminalidade.”<br />
Com relação ao aumento da ocorrência de<br />
alguns tipos de delitos na região central da<br />
cidade, o diretor da Polícia Civil reforça que a<br />
instituição está trabalhando para baixar os<br />
índices: “Estamos atuando para aumentar<br />
nossa produtividade no sentido de indiciar o<br />
maior número de criminosos, fato que vem<br />
acontecendo em maior escala, com grande<br />
número de prisões levadas ao Judiciário. Com a<br />
identificação dos autores desses delitos e suas<br />
prisões, conseguiremos abaixar os índices. O<br />
Luz Azul pode contribuir muito com esse<br />
processo de identificação, sendo um<br />
mecanismo facilitador para coleta de provas<br />
indiciárias.”<br />
UNIDOS, SOMOS MAIS FORTES<br />
Promover ações para melhoria da segurança no<br />
Rio de Janeiro passou a ser responsabilidade<br />
de todos. Empresários, comerciantes,<br />
associações e entidades de classe têm se<br />
movimentado e participado de projetos de<br />
parceria público-privada que contribuam para<br />
uma cidade mais segura. E o Secovi Rio se<br />
tornou mais um nessa empreitada com o Luz<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 34
Promover ações para melhoria da<br />
segurança no Rio de Janeiro<br />
passou a ser responsabilidade<br />
de todos que aqui vivem.<br />
O Secovi Rio, em um convênio com a<br />
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de entrar nesta empreitada<br />
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sociedade, junto com a Venses. Quando você<br />
melhora a sensação de segurança na cidade,<br />
colabora também para o desenvolvimento do<br />
comércio, valorização dos imóveis e<br />
incremento do turismo. Há décadas<br />
preparamos a segurança interna dos<br />
condomínios, por meio de palestras e cartilhas,<br />
e agora é hora de pensar na segurança<br />
externa”, explica Pedro Wähmann, presidente<br />
do Secovi Rio.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 36
MATÉRIA ESPECIAL<br />
Carla Neiva<br />
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COMPARTILHAMENTO DE OBJETOS, GERANDO<br />
BENEFÍCIOS PARA O BOLSO E O MEIO AMBIENTE<br />
Shutterstock
Imagine que você tenha uma furadeira em<br />
casa. Você acha que utilizaria essa<br />
ferramenta com frequência? Para se ter uma<br />
ideia, o uso médio desse objeto, em toda a<br />
sua vida útil, é de aproximadamente 40<br />
minutos. Ter objetos pouco usados em casa<br />
não é exclusividade de algumas pessoas.<br />
Provavelmente alguns de seus vizinhos<br />
também têm utensílios em desuso. Então fica<br />
a pergunta: e se você emprestasse a furadeira<br />
para o vizinho em troca de outro objeto?<br />
Este é o conceito do consumo colaborativo,<br />
em que existe a troca, compra ou empréstimo<br />
de objetos usados, evitando a compra de um<br />
novo. Dessa forma, o objeto é utilizado mais<br />
vezes, conservando a energia e a<br />
matéria-prima que seriam empregadas na<br />
fabricação de um novo produto. Atitude mais<br />
que sustentável!<br />
O conceito ganhou força em 2008, nos EUA,<br />
quando o país enfrentava uma grande crise<br />
econômica. A ideia era simples: por que<br />
comprar um produto novo se ele seria usado<br />
apenas uma vez? E mais: por que deixar<br />
determinados objetos em desuso se tantas<br />
pessoas poderiam utilizá-lo? Com o consumo<br />
colaborativo não é preciso comprar<br />
determinado item para poder usufruí-lo. Você<br />
pode simplesmente pegar emprestado e<br />
devolvê-lo após o uso. O compartilhamento<br />
não se restringe apenas a bens tangíveis – já<br />
existem pessoas trocando inclusive serviços.<br />
abaixo da média nacional para as cidades<br />
consultadas: 17% em Belo Horizonte, 15%<br />
em São Paulo e 14% no Rio de Janeiro.<br />
Ao especular os tipos de serviços e produtos<br />
próprios do consumo colaborativo que<br />
despertariam maior interesse no curto prazo,<br />
os brasileiros privilegiam o compartilhamento<br />
de caronas, livros, serviços em geral e<br />
hospedagem. A alternativa de dividir, alugar<br />
ou comprar roupas e brinquedos usados<br />
racha opiniões, com pouco mais da metade<br />
dos consumidores declarando ser pouco ou<br />
nada provável buscar esse tipo de serviço ou<br />
produto.<br />
AINDA POUCO DIFUNDIDO<br />
Uma pesquisa realizada em 2015 pelo<br />
Instituto Market Analysis revelou que um em<br />
cada cinco brasileiros já ouviu falar em<br />
consumo colaborativo ou compartilhado. Do<br />
total de familiarizados com o conceito, mais<br />
de um terço (36%) praticou alguma forma de<br />
consumo colaborativo nos últimos 12 meses,<br />
o que totaliza uma incidência líquida de 7%<br />
entre a população geral. Metade dos<br />
consumidores consultados em Recife já ouviu<br />
falar em consumo colaborativo, o que coloca<br />
a capital nordestina em destaque na<br />
familiaridade da prática no país. A Região<br />
Sudeste, maior mercado consumidor do<br />
Brasil, apresenta índices de conhecimento<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 39
PUBLICAÇÕES<br />
<strong>Revista</strong> Secovi Rio<br />
São quase 20 anos levando informações<br />
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<strong>Revista</strong><br />
Secovi Rio <br />
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trimestral é distribuída<br />
gratuitamente em condomínios e empresas<br />
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A <strong>Revista</strong> Secovi Rio <br />
25 mil exemplares <br />
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•www.secovirio.com.br<br />
Condomínios<br />
Verdes
EVENTOS<br />
Feira Secovi Rio e Prêmio Secovi Rio<br />
2 mil pessoas<br />
Feira Secovi Rio<br />
<br />
<br />
Apalestras e<br />
workshopssíndicos, <br />
condomínios, <br />
universo condominial<br />
A pmaio<br />
de 2019Centro de Convenções da Bolsa<br />
do Rio<br />
O Prêmio Secovi Rio<br />
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maio de<br />
2019Centro de Convenções da Bolsa do<br />
Rio<br />
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TECNOLOGIA COMO ALIADA<br />
Trocar, emprestar e alugar produtos e adquirir itens usados não são<br />
práticas novas. Mas o crescimento da internet e o fortalecimento<br />
das redes sociais potencializaram o consumo colaborativo ou<br />
compartilhado. Apesar de muita gente reclamar que a internet<br />
tornou as relações menos pessoais, essa tecnologia pode ser usada<br />
para aproximar as pessoas.<br />
Sabe aquele vizinho do andar de cima que você nunca viu? Você<br />
sabe que ele tem um cachorro em casa, pois o barulho das patinhas<br />
em contato com o chão é frequente, mas o que você não sabe é que<br />
talvez ele tenha aquela barraca de camping de que você tanto<br />
precisa para o próximo feriadão. Este é o princípio do aplicativo Tem<br />
Açúcar?, uma plataforma que possibilita o compartilhamento de<br />
bens entre vizinhos.<br />
O aplicativo tem como objetivo estimular a colaboração, a<br />
camaradagem e o senso de comunidade. Segundo o site da<br />
empresa, a ideia é resgatar o hábito de bater na porta do vizinho<br />
para pedir uma xícara de açúcar, porém, com a ajuda da internet, é<br />
possível bater em várias portas em questão de minutos. O<br />
funcionamento do aplicativo é muito simples. Você preenche um<br />
pequeno cadastro e indica o produto de que está precisando. A<br />
partir de sua localização, o app mostrará os vizinhos próximos a<br />
você que possuem o tal objeto. Vocês combinam a entrega do item,<br />
acordam o prazo de devolução e pronto, mais um objeto teve sua<br />
vida útil prolongada!<br />
LIBERTE SUAS COISAS<br />
No Facebook, já existem vários grupos de doações e trocas de<br />
objetos. Um deles é o Free Your Stuffs ou Liberte Suas Coisas, que<br />
permite aos participantes doar ou receber objetos através do grupo<br />
da rede social. Geralmente não é permitida a compra ou venda de<br />
produtos. Os usuários podem apenas oferecer produtos que não<br />
utilizam mais ou fazer um post solicitando algo específico. A ideia,<br />
que surgiu na Alemanha, expandiu-se para diversas cidades da<br />
Europa e já chegou com força total ao Brasil. Já existem grupos do<br />
FYS em várias cidades brasileiras. A versão carioca surgiu em 2014<br />
e já tem mais de 16 mil membros.<br />
“Objetos sempre foram doados ou repassados entre amigos e<br />
pessoas de diferentes classes sociais. O ato em si não é novidade,<br />
mas dar um nome a isso e oferecer um canal organizado para<br />
facilitar essas doações, com certeza, pode ajudar e ainda cria algum<br />
impacto positivo”, diz Érico Rodrigues, designer e administrador do<br />
grupo Liberte Suas Coisas do Rio de Janeiro. Ele<br />
acrescenta: “Tem tanta gente precisando de tanta<br />
coisa básica e muitos outros com muita coisa<br />
acumulada em casa, só pegando poeira. O<br />
grupo facilita a circulação dessas<br />
‘mercadorias’ sem necessariamente<br />
envolver dinheiro.”<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 42
Diversas “coisas” são doadas diariamente no<br />
grupo. Roupas, móveis, mochilas, armários,<br />
artigos para decoração... Se determinado<br />
item não tem serventia para uma pessoa,<br />
certamente um outro alguém fará uso<br />
daquele objeto, evitando seu abandono ou<br />
descarte incorreto. “No geral, vejo muitas<br />
pessoas felizes, porque puderam ajudar<br />
alguém ou porque foram ajudadas”, diz Érico<br />
Rodrigues.<br />
NÃO COMPRE, ALUGUE<br />
Já a startup Rent For All pretende dar uma<br />
nova chance a todos aqueles objetos<br />
esquecidos no fundo do armário. A<br />
plataforma é um grande mercado de aluguel<br />
on-line em que pessoas físicas ou jurídicas<br />
podem publicar qualquer tipo de item para<br />
locação. O site usa um sistema de<br />
geolocalização, que permite ao usuário<br />
visualizar os anúncios próximos de sua<br />
região, em um raio de até 500km. Além de<br />
possibilitar que qualquer pessoa vire um<br />
locador, ele permite àquele que deseja<br />
alugar experimentar o produto para depois<br />
decidir se realmente quer comprar.<br />
O paulista Luiz Henrique Renault é o<br />
idealizador do Rent For All e se diz<br />
encantado por tudo que envolve o<br />
compartilhamento de bens. Tanto é que se<br />
tornou um colaborador do portal<br />
consumocolaborativo.cc, pioneiro no<br />
segmento e referência do assunto no Brasil.<br />
“Eu pesquiso informações do mercado,<br />
notícias, novas plataformas e atualizo o site.<br />
Acho muito importante disseminar a cultura<br />
da colaboração e compartilhamento, pois<br />
trata-se de uma ideia voltada para a<br />
conscientização sobre o consumo, geração<br />
de menos resíduos e reaproveitamento de<br />
recursos”, finaliza. O site Rent For All foi<br />
lançado recentemente e, em breve, o<br />
aplicativo será disponibilizado.<br />
TROCA DE SERVIÇOS<br />
Tendo como base o consumo colaborativo, o<br />
site Faz o Quê foi criado para promover a<br />
troca de serviços entre pessoas. Segundo<br />
Saulo Sena, um dos idealizadores do projeto,
a ideia surgiu quando um dos fundadores viu<br />
uma matéria em que chefs trocavam suas<br />
especialidades na cozinha. “Por que não<br />
expandir para todos os serviços?”, pensou<br />
ele, que, na época, construía sua casa e<br />
diariamente necessitava de profissionais<br />
especializados e com referência. A partir daí,<br />
uma equipe de diferentes expertises foi<br />
montada para pensar no site e na<br />
viabilização das trocas.<br />
Lançada em 2015, a plataforma permite que<br />
profissionais de diferentes áreas interajam,<br />
divulguem suas habilidades e economizem<br />
dinheiro trocando serviços de forma rápida,<br />
fácil e gratuita. O site funciona como uma<br />
espécie de rede social na qual os<br />
profissionais divulgam seu portfólio por<br />
meio de fotos, vídeos e documentos que<br />
comprovem suas habilidades. A cada troca<br />
realizada e concluída é disponibilizada ao<br />
usuário uma avaliação do serviço recebido, e<br />
com isso forma-se um ranking entre os<br />
cadastrados.<br />
A plataforma conta com 4.158 cadastros e já<br />
foram realizadas cerca de 860 trocas de<br />
serviços em todo o Brasil. “Pela facilidade<br />
das trocas não presenciais, os serviços de<br />
Tecnologia da Informação e Design são os<br />
mais bem-sucedidos”, conta Saulo Sena.<br />
Trocar o seu talento exatamente pelo<br />
serviço de que você precisa ajuda a<br />
estabelecer relações comerciais mediante<br />
necessidade. Em períodos de crise, esse tipo<br />
de escambo pode ser ainda mais<br />
interessante, pois incentiva a comunidade a<br />
continuar produzindo, valoriza as relações<br />
pessoais e promove o encontro de<br />
profissionais de diferentes segmentos e<br />
classes sociais.<br />
A cultura do consumo exagerado e do fácil<br />
descarte do que aparentemente não serve<br />
mais estimula a ideia de que ter é muito<br />
mais importante do que ser. Ao adotar um<br />
pensamento colaborativo, o consumo<br />
consciente e sustentável é incentivado e as<br />
relações interpessoais se estreitam.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 44
NOSSOS LUGARES<br />
MAUÁ 2018<br />
FRIOZINHO<br />
NA SERRA<br />
Destino certo para casais apaixonados,<br />
Visconde de Mauá também oferece opções<br />
imperdíveis para quem curte turismo de aventura<br />
Carla Neiva<br />
Carla Neiva<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 45
Se você gosta de contato com a natureza<br />
e de curtir um friozinho de frente para a<br />
lareira, Visconde de Mauá é uma ótima<br />
opção para o seu inverno! O distrito tem seu<br />
território localizado entre dois estados, Rio de<br />
Janeiro e Minas Gerais, e dividido entre três<br />
cidades – Resende, Itatiaia e Bocaina de<br />
Minas. Muito verde, águas cristalinas e ar puro<br />
fazem do local o destino ideal para quem<br />
procura um refúgio. Tendo como pano de<br />
fundo a Pedra Selada (visível da Dutra) e o<br />
Pico das Agulhas Negras (que faz parte do<br />
Parque Nacional de Itatiaia), Visconde de<br />
Mauá oferece opções de lazer variadas, que<br />
incluem programinhas românticos a dois ou<br />
ainda atividades para quem deseja uma viagem<br />
mais aventureira.<br />
A fim de facilitar sua localização, Visconde de<br />
Mauá foi dividido em três vilas: Vila de<br />
Visconde de Mauá, Vila de Maringá e Vila de<br />
Maromba, e cada uma delas possui suas<br />
particularidades. Situado em uma área de<br />
preservação ambiental, na Serra da<br />
Mantiqueira, o distrito reúne fauna e flora<br />
bastante diversificadas. Por estar no alto da<br />
serra, o clima costuma ser bastante agradável<br />
durante todo o ano, mas, durante o inverno,<br />
vale a pena levar aquele casacão mais pesado,<br />
luvas e gorro. O cenário bucólico é um convite<br />
para recarregar as energias.<br />
quilômetros de extensão, e a estrada principal<br />
está quase totalmente pavimentada. Apenas<br />
nos 6 quilômetros finais, no trecho<br />
Maringá-Maromba, a estrada passa a ser de<br />
terra.<br />
O caminho até Visconde de Mauá é bastante<br />
sinuoso, com muitas curvas e sem<br />
acostamento. Portanto, nem pense em correr!<br />
Por outro lado, o lindo visual ao redor dá as<br />
boas-vindas aos visitantes, que ainda podem<br />
parar nos mirantes para curtir a natureza. O<br />
trecho final da estrada tem muitos cascalhos e<br />
pedrinhas, por isso até mesmo os carros de<br />
passeio conseguem transitar por ali sem<br />
grandes problemas. Em dias de chuva, a<br />
estrada piora bastante, mas o segredo é ir com<br />
calma, ficar atento aos buracos e desafios,<br />
para já entrar em sintonia com a atmosfera do<br />
lugar.<br />
COMO CHEGAR<br />
Visconde de Mauá está a 240 quilômetros da<br />
cidade do Rio de Janeiro e, para chegar lá,<br />
basta seguir pela Rodovia Nova Dutra. Entre<br />
Resende e Itatiaia, existe uma saída para<br />
Penedo, que é a mesma que leva em direção à<br />
serra que dá acesso a Visconde de Mauá. O<br />
local é bem sinalizado, mas, caso não conheça<br />
a região, é aconselhável ir durante o dia. A<br />
serra que leva às vilas do distrito tem 35<br />
Shutterstock<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 46
Carla Neiva<br />
VILA DE VISCONDE DE MAUÁ<br />
Após cerca de 30 minutos de subida, eis que<br />
surge a primeira vila. A Igreja de São Sebastião<br />
saúda os visitantes e apresenta uma idílica<br />
cidade do interior no meio da serra. O local<br />
transmite muita paz e tranquilidade. A vida<br />
passa longe da correria e do estresse dos<br />
centros urbanos. Se você busca um cantinho<br />
bem sossegado para curtir a dois, a Vila de<br />
Visconde de Mauá é o lugar certo!<br />
Suas ruas de paralelepípedo abrigam algumas<br />
pousadas e restaurantes, e o comércio<br />
apresenta opções de artesanato e feira de<br />
orgânicos. Em frente ao Centro Cultural<br />
Visconde de Mauá fica a Aldeia dos<br />
Imigrantes, uma espécie de shopping em<br />
forma de aldeia em meio a um belíssimo<br />
jardim. Cercado pela natureza, o local oferece<br />
shows, exposições e programas culturais em<br />
determinados períodos do ano.<br />
Uma boa opção para curtir a noite nesta vila é<br />
a Casa dos Beatles, um pub que homenageia<br />
os quatro meninos de Liverpool. A coleção de<br />
objetos que remetem a Paul, John, George e<br />
Ringo impressiona! São pôsteres, CDs, vinis,<br />
filmes e muita música. Nos fins de semana, o<br />
dono do bar e seus amigos se reúnem para um<br />
show improvisado.<br />
Seguindo adiante, pela estrada principal, por<br />
mais 5 quilômetros, encontramos a Vila de<br />
Maringá. Após mais 3 quilômetros, chegamos<br />
à Vila de Maromba.<br />
VILA DE MARINGÁ<br />
A Vila de Maringá é conhecida como o centro<br />
comercial da região. Com muitos hotéis,<br />
pousadas, bares e restaurantes, ela é ideal para<br />
quem prefere a agitação noturna. Mesmo<br />
quem decide se hospedar em outras vilas<br />
costuma ir a Maringá à noite para curtir as<br />
atrações que a região oferece. O local, que<br />
mistura sofisticação e simplicidade, possui até<br />
uma Alameda Gastronômica, que costuma<br />
agradar aos amantes de um bom vinho ou de<br />
um chocolate quente.<br />
Maringá tem muito mais opções de<br />
hospedagem e alimentação e também é lá que<br />
ficam as principais empresas que oferecem<br />
passeios pela região, como canoagem e<br />
trekking. Caso você não queira se deslocar<br />
pelas vilas a pé, até porque o terreno<br />
acidentado dificulta a caminhada, é possível<br />
alugar um quadriciclo ou fazer o passeio a<br />
cavalo.<br />
Por estar entre as duas outras vilas, o visitante<br />
poderá transitar por Mauá ou Maromba<br />
durante o dia, enquanto à noite, com uma<br />
simples caminhada, conseguirá degustar a<br />
tradicional truta da região ou um delicioso<br />
fondue. Muitos bares e restaurantes<br />
apresentam música ao vivo. Maringá fica na<br />
divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais,<br />
portanto é possível conhecer a parte mineira<br />
da vila. Uma estreita ponte dá acesso ao outro<br />
lado, que reúne mais restaurantes e lojinhas de<br />
artesanato.<br />
Portal Visconde de Mauá<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 47
VILA DE MAROMBA<br />
Se você gosta de aproveitar tudo que a<br />
natureza tem para oferecer e prefere<br />
atividades diurnas, a Vila de Maromba é ideal<br />
para você! É aqui que estão as principais<br />
cachoeiras e piscinas naturais da região. O<br />
local é um antigo reduto hippie e ainda sofre a<br />
influência dessa época, principalmente no<br />
artesanato. Possui um centro comercial bem<br />
pequeno, com alguns restaurantes, pousadas e<br />
mercearias. Nos dias mais frios, a praça recebe<br />
uma fogueira, que vira ponto de encontro para<br />
moradores e turistas.<br />
CACHOEIRA DO ESCORREGA<br />
A famosa cachoeira fica no final da vila e<br />
nada mais é do que um tobogã natural que<br />
permite aos mais aventureiros escorregar até<br />
uma piscina com águas congelantes. Nos dias<br />
mais quentes, ela fica bastante movimentada,<br />
e o vaivém de carros pelas estreitas estradas<br />
de terra é intenso. Música ao vivo e uma<br />
feira de artesanato no entorno da cachoeira<br />
animam a região.<br />
Carla Neiva
POÇÃO DA MAROMBA<br />
Próximo à Cachoeira do Escorrega também<br />
fica outro local muito procurado pelos<br />
visitantes, o Poção da Maromba. Por ser mais<br />
profundo do que outros pontos da região, o<br />
local permite aos corajosos pular de uma<br />
altura de 7m! O poção é excelente para quem<br />
gosta de nadar em águas geladas. Uma bonita<br />
queda-d’água ainda dá um toque especial ao<br />
lugar.<br />
viscondedemaua.com.br<br />
CACHOEIRA DE SANTA CLARA<br />
No caminho entre a Vila de Maringá e a Vila de<br />
Maromba existe uma estrada que dá acesso ao<br />
Vale de Santa Clara e é lá que fica a cachoeira<br />
de mesmo nome. Trata-se de um lindo paredão<br />
com cerca de 50m de altura. Apesar de a<br />
queda-d’água não ser muito volumosa, o local<br />
é ótimo para recarregar as energias ou<br />
simplesmente para contemplar toda a sua<br />
beleza.<br />
viscondedemaua.com.br
Portal Visconde de Mauá<br />
CACHOEIRA VÉU DA NOIVA<br />
Próxima ao centro da Vila de Maromba, esta<br />
linda cachoeira é um excelente cenário para<br />
fotos. Possui um pequeno espaço para banho<br />
e, como seu poço é raso, é possível chegar<br />
debaixo da queda-d’água e aproveitar uma<br />
massagem natural. Mas é preciso coragem<br />
para encarar um mergulho, pois a mata em<br />
volta impede a incidência de sol, o que deixa o<br />
local bastante frio.<br />
CACHOEIRA DOS MACACOS<br />
Acima da Cachoeira do Escorrega, após uma<br />
trilha de cerca de dez minutos, fica a<br />
Cachoeira dos Macacos. Por estar localizada<br />
no Parque Nacional de Itatiaia, uma parte da<br />
trilha é feita por dentro da mata fechada.<br />
Menos badalada do que sua vizinha, esta<br />
cachoeira costuma ficar mais vazia e não é<br />
propícia para o mergulho. Ainda assim vale a<br />
visita, pois o lugar é lindíssimo!<br />
Ao explorar o distrito de Visconde de Mauá, o<br />
visitante encontrará alguns vales escondidos e<br />
incontáveis cachoeiras. A natureza exuberante<br />
dá o tom e torna o local uma excelente opção<br />
para curtir os dias frios dos próximos meses.<br />
Portal Visconde de Mauá<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 50
MATÉRIA ESPECIAL<br />
Meu<br />
escritório<br />
é na sala<br />
Atividades econômicas<br />
podem ser realizadas<br />
nos apartamentos,<br />
desde que em<br />
conformidade com<br />
determinadas regras<br />
Gustavo Monteiro<br />
Shutterstock<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 52
S<br />
ão 6 horas da manhã, e o cheirinho<br />
gostoso de comida começa a tomar<br />
conta da casa do web designer<br />
mineiro Iru Justiniano, 44 anos, que reside<br />
num apartamento de dois quartos em um<br />
condomínio com dois blocos (12 andares,<br />
cada) e 144 unidades no Centro do Rio. Ele é<br />
um dos muitos moradores da cidade que<br />
decidiram se aventurar no ramo das<br />
quentinhas por conta da crise econômica nos<br />
últimos dois anos. O trabalho é pesado: são<br />
mais de 12 horas por dia com a barriga no<br />
fogão, de segunda a sexta, para dar conta das<br />
40 marmitas diárias.<br />
Entre os clientes fixos, diversos moradores e<br />
o próprio síndico. Antes de começar a<br />
cozinhar para fora, Iru trabalhava como<br />
autônomo na área de marketing digital.<br />
“Estava num momento difícil e resolvi arriscar<br />
com as quentinhas. Tem dado certo e não<br />
pretendo mudar de ramo, apesar da<br />
concorrência”, conta o empreendedor, que<br />
vem buscando se destacar com um cardápio<br />
diferenciado que inclui pratos fitness e low<br />
carb – os preços variam de R$ 11,99 a R$<br />
21,99 a unidade, dependendo do peso.<br />
O gosto pela cozinha começou bem cedo,<br />
aos 8 anos de idade, observando a mãe no<br />
fogão. “Eu tive que aprender porque meus<br />
pais trabalhavam fora e a gente precisava se<br />
virar”, conta ele, que tem dois irmãos mais<br />
velhos. Sobre o incômodo que a atividade<br />
possa causar aos demais moradores, ele<br />
rebate: “Nunca tive problemas, até porque<br />
respeito as regras do condomínio, não tem<br />
excesso de produtos que eu precise<br />
transportar nos elevadores e não faço<br />
barulho”, diz o cozinheiro, que faz compras<br />
diariamente no período noturno.<br />
Iru não sabe dizer se existem outros<br />
moradores atuando no mesmo ramo, mas é<br />
provável que ali mesmo ou nos prédios<br />
vizinhos haja concorrentes sim, já que essa é<br />
uma realidade cada vez mais presente nos<br />
condomínios de todo o Brasil por causa da<br />
crise e do desemprego. De 2016 para 2017,<br />
a atividade cresceu 463% no Rio de Janeiro,<br />
segundo o IBGE. Sobre o incômodo que<br />
essa e outras atividades podem provocar,<br />
Shutterstock<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 53
Shutterstock<br />
o Departamento Jurídico do Secovi Rio<br />
esclarece que há regras, conforme a Lei<br />
Municipal nº 2.062/1993, que dispõem sobre<br />
a autorização para que microempresas e<br />
empresas de pequeno porte funcionem em<br />
residências.<br />
De acordo com o inciso V do artigo 1º, “as<br />
microempresas e as empresas de pequeno<br />
porte podem estabelecer-se e funcionar na<br />
residência de seus titulares, desde que não<br />
ocupem partes comuns ou unidades de<br />
edificações multifamiliares de uso<br />
exclusivamente residencial, sem a<br />
autorização, com unanimidade, do<br />
condomínio”.<br />
A mesma lei permite o uso profissional de<br />
residências por profissionais liberais, mas o<br />
morador pode ser impedido de continuar<br />
trabalhando se a atividade contrariar as<br />
normas de higiene, saúde, segurança, trânsito<br />
e outras de ordem pública, infringir<br />
disposições relativas ao controle da poluição,<br />
ou causar incômodos à vizinhança, ou danos<br />
e prejuízos ao meio ambiente.<br />
DEPÓSITO DE BEBIDA NO<br />
APARTAMENTO?<br />
Em consulta enviada ao Departamento<br />
Jurídico do Secovi Rio, a administradora de<br />
um condomínio na Avenida Nossa Senhora<br />
de Copacabana contou que um morador<br />
utiliza o seu apartamento para depósito de<br />
bebidas, e, consequentemente, o elevador<br />
acaba sendo ocupado para transporte das<br />
caixas de cerveja e refrigerante, prejudicando<br />
os demais moradores. Além disso, o banheiro<br />
de serviço do condomínio acaba sendo<br />
utilizado pelos empregados do morador. Em<br />
casos como este, o síndico pode proibir a<br />
atividade?<br />
Conforme determina a Lei Municipal<br />
nº 2.062/1993, “o funcionamento de<br />
atividades em unidades multifamiliares será<br />
restrito, sendo vedado o atendimento no<br />
PUBLICIDADE<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 54
local, o estoque de mercadoria e a colocação de publicidade”. No<br />
caso citado, está bastante clara a infração. “Havendo previsão de<br />
penalidade na Convenção, cabe ao síndico aplicá-la. Se não<br />
houver previsão na Convenção, orientamos que se convoque uma<br />
assembleia para deliberação de aplicação da penalidade pelo<br />
quórum de 2/3 dos condôminos”, explica a advogada do Secovi<br />
Rio Ana Cristina Rielo.<br />
HOME OFFICE<br />
O advento da tecnologia e da internet nos últimos 15 anos vem<br />
permitindo que um número cada vez maior de pessoas possa<br />
trabalhar remotamente, economizando recursos das empresas e<br />
evitando o estresse dos deslocamentos nas grandes cidades. De<br />
acordo com a “Pesquisa Home Office Brasil 2016 – Teletrabalho e<br />
Home Office”, 68% das empresas brasileiras praticam o<br />
teletrabalho em suas diferentes modalidades (home office,<br />
trabalho de campo etc.). Apesar do avanço, estamos bem atrás de<br />
mercados como os dos Estados Unidos (85%), Canadá (85%),<br />
França e Alemanha (77%, ambas).<br />
Numa cidade verticalizada como o Rio, é comum a realização de<br />
diversas atividades profissionais em apartamentos, sem que isso<br />
altere a rotina dos moradores. Profissionais liberais e autônomos,<br />
como advogados, web designers, professores particulares,<br />
costureiras, psicólogos, fotógrafos, maquiadores etc., não<br />
costumam trazer problemas para o condomínio, desde que não<br />
recebam um grande número de clientes, o que pode pôr em risco<br />
a segurança dos demais moradores.<br />
Não se pode deixar de lembrar que o artigo 10, III, da Lei nº<br />
4.591/1964, conhecida como Lei de Condomínios, utilizada como<br />
base para a redação de grande parte das Convenções de<br />
condomínio no país, bem como o artigo 1.336 do Código Civil (Lei<br />
nº 10.406/2002), proíbem qualquer condômino de destinar a<br />
unidade a qualquer utilização diversa da finalidade do condomínio.<br />
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O QUE NÃO PODE?<br />
A Lei Municipal nº 2.062/1993, artigo 2º, estabelece as<br />
atividades excluídas da autorização de funcionamento no<br />
condomínio. Não sendo a atividade autorizada pelo órgão<br />
competente, deverá o condomínio, com base em sua<br />
Convenção ou Regulamento, aplicar as penalidades cabíveis.<br />
Eis as atividades excluídas:<br />
• estabelecimento de ensino<br />
• clínicas médicas ou veterinárias com internações<br />
• comércio de produtos químicos ou combustíveis<br />
• bancos de sangue ou laboratórios de análises clínicas<br />
• comércio de armas e munições<br />
• casas de diversões<br />
• indústrias classificadas nos incisos I e II do artigo 75 do<br />
Decreto nº 322, de 3 de março de 1976<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 56<br />
Shutterstock
INDICADORES HABITACIONAIS<br />
Mercado Imobiliário • Zona Central<br />
PREÇOS DE IMÓVEIS NO CENTRO VOLTAM AO PATAMAR DE 2012<br />
Gustavo Monteiro<br />
m 2013, a economia brasileira crescia<br />
2,3%, o terceiro melhor resultado do<br />
mundo, atrás apenas da expansão de 7,7% da<br />
China e de 2,8% da Coreia do Sul. Com crédito<br />
farto, emprego em alta e um cenário positivo de<br />
investimentos em infraestrutura por conta dos<br />
grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, o<br />
mercado imobiliário carioca começou a praticar<br />
preços bastante altos. Cinco anos depois, com a<br />
crise política e econômica, os valores de venda e<br />
aluguel voltam ao patamar de 2012.<br />
O panorama foi apresentado em maio durante<br />
palestra do vice-presidente do Secovi Rio,<br />
Leonardo Schneider, no espaço de coworking<br />
WeWork, que mostrou os dados do “Cenário do<br />
Mercado Imobiliário da Zona Central do Rio”,<br />
que pode ser acessado gratuitamente no site do<br />
Sindicato, seção “Conteúdo Exclusivo”. “Em maio<br />
deste ano, o preço médio da locação de salas<br />
comerciais na região central da cidade ficou em<br />
R$ 39,64, abaixo dos R$ 55,37 de janeiro de<br />
2012. No segmento de venda, o mês de maio<br />
teve média de R$ 6.714 o metro quadrado,<br />
resultado próximo aos R$ 6.681 de novembro<br />
de 2012”, afirmou o executivo.<br />
No segmento residencial, a dinâmica foi<br />
bastante parecida: o preço do metro quadrado<br />
de venda de apartamentos no final do primeiro<br />
quadrimestre, de R$ 6.885, se aproxima do<br />
praticado há cinco anos, R$ 6.361. Para a<br />
pesquisa, o Secovi Rio analisou sete dos 11<br />
bairros que compõem a Zona Central. Toda a<br />
região conta com cerca de 200 mil habitantes.<br />
No evento, que contou com o apoio da SiiLa<br />
Brasil, Schneider reforçou que a atual<br />
conjuntura – de altas taxas de desemprego,<br />
aumento da violência e crise nos governos<br />
estadual e municipal – contribui para a queda<br />
nos preços praticados no Centro, somando-se<br />
ao aumento bastante expressivo da oferta de<br />
imóveis comerciais e residenciais nos últimos<br />
anos.<br />
Com a queda nos preços, o cenário pode ser<br />
considerado positivo porque facilita as<br />
negociações entre prováveis inquilinos e<br />
compradores e os proprietários dos imóveis, o<br />
que vai aumentando, aos poucos, a ocupação da<br />
área, especialmente do Porto, onde a taxa de<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 57
vacância alcançou o expressivo índice de 77%.<br />
“As expectativas são positivas. Estamos vendo uma<br />
recuperação do setor de óleo e gás, e temos também a<br />
expectativa das eleições e de um novo governo estadual<br />
que possa gerar mais desenvolvimento, sem falar na<br />
intervenção federal na segurança pública e no aumento do<br />
crédito, que podem dar um alívio à população e um<br />
crescimento do mercado imobiliário”, completou Schneider.<br />
Falando do segmento de alto padrão, Murilo Marcacini,<br />
executivo de vendas da SiiLA Brasil, revelou que 45% dos<br />
imóveis existentes na cidade com esse perfil estão no<br />
Centro. A redução na taxa de vacância é outro dado que<br />
tem animado os investidores: no último quadrimestre de<br />
2017, chegava a 85%, enquanto no primeiro quadrimestre<br />
deste ano está em 66%.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 58
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de trabalho mais justas e transparentes.<br />
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Basta fazer sua parte e manter suas contribuições em dia.<br />
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