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Revista SECOVIRIO - 112

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www.secovirio.com.br<br />

JULHO/AGOSTO/SETEMBRO 2018 - venda proibida<br />

nº<strong>112</strong><br />

CURTINHAS<br />

pág. 5 » 7<br />

ENTREVISTA<br />

pág. 8 » 16<br />

JURÍDICO<br />

pág. 20 » 26<br />

CAPA<br />

pág. 30 » 36<br />

A LUZ AZUL<br />

NO FIM DO TÚNEL<br />

Promover ações para melhoria da segurança no Rio de Janeiro passou<br />

a ser responsabilidade de todos que aqui vivem


SUMÁRIO<br />

PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

CONDOMÍNIOS<br />

VERDES<br />

CAPA<br />

4<br />

18<br />

30<br />

CURTINHAS<br />

JURÍDICO<br />

MATÉRIA ESPECIAL<br />

5<br />

20<br />

38<br />

ENTREVISTA<br />

CONSULTAS JURÍDICAS<br />

NOSSOS LUGARES<br />

8<br />

24<br />

45<br />

JULHO•AGOSTO•SETEMBRO 2018 / nº <strong>112</strong><br />

MATÉRIA ESPECIAL<br />

INDICADORES<br />

HABITACIONAIS<br />

SERVIÇOS E PRODUTOS<br />

52<br />

57<br />

62<br />

Um tom azul<br />

Uma luz pode ter vários significados. Uma ideia, um caminho, uma esperança. Independentemente<br />

da atribuição, uma luz tende a ser algo bastante positivo e transformador. Ao ler a matéria de capa<br />

desta edição da revista, o leitor será convidado a incluir mais um sentido à palavra: sensação de<br />

segurança. O status de maravilhosa, há tempos, se restringe às belezas naturais de nossa cidade, e<br />

nossa população sobrevive em meio ao caos, na esperança de dias melhores.<br />

Para o Secovi Rio, uma luz azul pode ser o início desta transformação. Não acreditamos em poções<br />

mágicas ou soluções definitivas a curto prazo para o problema da segurança no Rio de Janeiro, mas<br />

estamos comprometidos com nossa missão de gerar melhorias para a sociedade a partir do<br />

desenvolvimento dos condomínios. Quando falamos em sustentabilidade, reforçamos a importância<br />

de cada um fazer a sua parte, e é com este pensamento que o Secovi Rio arregaça as mangas e<br />

convida a população a cobrir as ruas do Centro do Rio com tons azuis.<br />

A colaboração é um dos pilares que sustentam o projeto Luz Azul e, seguindo esta pegada, vamos<br />

apresentar nesta edição algumas histórias de pessoas que elevaram o consumo consciente a outro<br />

nível e adotaram práticas colaborativas. Embora a produção de bens tangíveis para consumo seja<br />

importante para estimular a economia de uma região, o consumismo exacerbado causa prejuízos ao<br />

meio ambiente, ao gerar, por exemplo, grandes quantidades de resíduos para descarte. Com o<br />

consumo colaborativo não é preciso comprar determinado item para poder usufruí-lo. Quer saber<br />

como? Leia a matéria completa e entenda como adotar esta prática.<br />

Aproveite a revista - sem moderação (risos)! Boa leitura!<br />

Aponte a câmera do seu<br />

celular para este<br />

código e acesse um<br />

conteúdo especial<br />

EQUIPE SECOVI RIO


DIRETORIA/EXPEDIENTE<br />

DIRETORIA SECOVI RIO<br />

Efetivos<br />

Presidente: Pedro José Maria Fernandes Wähmann<br />

Vice-Presidente: Leonardo Conde Villar Schneider<br />

Vice-Presidente Administrativo e Financeiro: Ronaldo Coelho Netto<br />

Vice-Presidente de Marketing e Comunicação: João Augusto Pessôa<br />

Vice-Presidente Jurídico e de Assuntos Legislativos: Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa<br />

Vice-Presidente de Relações do Trabalho e Gestão Imobiliária: Dennys Abdalla Muniz Teles<br />

Suplentes<br />

Aldo Fernando Villar Hecht da Fonte; Antônio Carlos Ferreira; Antônio Henrique Lopes da Cunha; Luiz Alberto Queiroz Conceição; Luís Carlos<br />

Bulhões Carvalho da Fonseca Filho; Pedro Carlos Carsalade<br />

DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

Efetivos<br />

Pedro José Maria Fernandes Wähmann; Manoel da Silveira Maia<br />

Suplentes<br />

João Augusto Pessôa; Ronaldo Coelho Netto<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Efetivos<br />

Marco Antônio Moreira Barbosa; Antônio José Fernandes Costa Neto; Marco Antônio Valente Tibúrcio Rodrigues<br />

Suplentes<br />

Marco Antônio Vieira de Mello; Frederico Honorato Rodrigues Moreira; Jorge Ronaldo Ferreira Santos<br />

CONSELHO DE RELAÇÕES DE TRABALHO<br />

Dennys Abdalla Muniz Teles – Presidente; Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa; Fernando Schneider; Maria Teresa Mendonça Dias; Antônio Henrique<br />

Lopes da Cunha<br />

REGIONAIS SECOVI RIO<br />

Regional Baixada Fluminense<br />

Av. Governador Roberto Silveira, 470/sala 412, Centro, Nova Iguaçu - RJ<br />

(Edifício Top Commerce)<br />

CEP: 26210-210<br />

Telefone: (21) 2667-3397<br />

E-mail: baixadafluminense@secovirio.com.br<br />

Regional Lagos<br />

Avenida Júlia Kubitschek, 16/loja 19, Bloco B, Parque Rivera, Cabo Frio - RJ<br />

(Edifício Premier Center)<br />

CEP: 28905-000<br />

Telefone: (22) 2647-6807<br />

E-mail: lagos@secovirio.com.br<br />

Regional Litorânea<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: litoranea@secovirio.com.br<br />

Noroeste Fluminense<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: noroestefluminense@secovirio.com.br<br />

Regional Norte Fluminense<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: nortefluminense@secovirio.com.br<br />

Regional Costa Verde<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: costaverde@secovirio.com.br<br />

Regional Serra Imperial<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: serraimperial@secovirio.com.br<br />

Regional Serra Norte<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: serranorte@secovirio.com.br<br />

SEDE<br />

Av. Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000 - Fax: (21) 2272-8001<br />

E-mail: secovi@secovirio.com.br<br />

A <strong>Revista</strong> Secovi Rio é uma publicação institucional, trimestral, do<br />

Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração<br />

de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais em todo o<br />

Estado do Rio de Janeiro.<br />

EXPEDIENTE<br />

Conselho Editorial: Pedro Wähmann e João Augusto Pessôa<br />

Coordenadora de Marketing e Comunicação: Edmara Carvalho<br />

REDAÇÃO<br />

imprensa@secovirio.com.br<br />

Jornalistas responsáveis: Gustavo Monteiro (25.140 MTE/RJ)<br />

e Igor Augusto Pereira (2.629 MTE/GO)<br />

Redação: Carla Neiva, Gustavo Monteiro e Igor Augusto Pereira<br />

Projeto gráfico e diagramação: Henrique Vasconcellos<br />

Revisão: Sandra Paiva<br />

PUBLICIDADE<br />

Patricia Salles<br />

(21) 2272-8009 - (21) 99507-4574<br />

patricia@secovirio.com.br<br />

A revista reserva-se o direito de não aceitar publicidade sem<br />

fundamentar motivação de recusa.<br />

Os anúncios veiculados são de responsabilidade dos anunciantes.<br />

Tiragem: 25.000 exemplares. Distribuição gratuita.<br />

Auditada pela:<br />

BKR Lopes, Machado Auditors, Consultants & Business Advisers.<br />

Distribuição nacional:<br />

Treelog S.A. Logística e Distribuição.<br />

Flavia Andrade<br />

(21) 2272-8008 - (21) 98081-4275<br />

flavia@secovirio.com.br<br />

Regional Serra Verde<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: serraverde@secovirio.com.br<br />

Regional Sul Fluminense<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />

CEP: 20031-918<br />

Telefone: (21) 2272-8000<br />

E-mail: sulfluminense@secovirio.com.br<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 2


Pioneiros em<br />

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Com a Zirtaeb, os síndicos podem focar no<br />

dia a dia operacional, já que a digitalização<br />

de documentos feita por nossa equipe agiliza<br />

a consulta e conferência dos dados, trazendo<br />

muito mais transparência e rapidez.<br />

A partir daí, os condôminos acompanham a<br />

movimentação e a saúde financeira do<br />

condomínio sem necessitar interromper o<br />

trabalho do síndico e do conselho. Todos<br />

ganham e os processos fluem melhor.<br />

Seu condomínio online: central<br />

de mensagens entre moradores, reserva<br />

de áreas comuns, 2ª via de boleto, registro<br />

de ocorrências e demonstrativo financeiro,<br />

24 horas por dia, através do ZirtaWeb.<br />

Fazemos questão de inovar, sem esquecer<br />

do padrão de atendimento exclusivo com<br />

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Rua da Alfândega, 108 - Centro / RJ<br />

Tel: 3233-3500 - zirtaeb@zirtaeb.com<br />

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Rua Amaury Monteiro, 35 GR. 201/217<br />

Tel: 2437-9445 - recreio@zirtaeb.com<br />

Zirtaeb Barra<br />

Av. das Américas, 2901 GR. 411/412<br />

Tel: 2439-8170 - barra@zirtaeb.com<br />

Zirtaeb Copacabana<br />

Av. N. S. Copacabana, 647 GR. 709<br />

Tel: 2255-9893 - copacabana@zirtaeb.com<br />

www.zirtaeb.com<br />

fb.com/zirtaeb.com.br<br />

instagram @zirtaeb_adm<br />

Condomínios e Bens Imóveis


PALAVRA DO PRESIDENTE<br />

Estamos vivendo um período bastante interessante no que diz<br />

respeito à cidadania e ao senso de comunidade. Se antes as pessoas<br />

tendiam a ser mais individualistas, agora existem movimentos em<br />

prol do bem-estar coletivo. A má fase econômica do nosso estado e<br />

da nossa cidade, que vem causando sérios transtornos à população,<br />

está contribuindo para que as pessoas se aventurem fora de suas vidas privadas e passem a<br />

olhar mais para seus vizinhos. Somar esforços para gerar benefícios virou tendência.<br />

O consumo colaborativo, por exemplo, está crescendo nos condomínios. Trocar ou emprestar<br />

objetos usados é uma atitude sustentável e, além disso, aproxima as pessoas. É algo<br />

semelhante ao que temos visto na área da segurança: a sociedade tem se organizado para dar<br />

sua contribuição ao poder público e auxiliar na redução da criminalidade. Os condomínios<br />

têm um peso bastante grande neste contexto, afinal, quase metade da população do Rio vive<br />

e trabalha nesses locais. Empresários, comerciantes, associações e entidades de classe<br />

também têm se movimentado e participado de projetos de parceria público-privada em prol<br />

de uma cidade mais segura.<br />

O Secovi Rio não ficou de fora e lançou em maio o projeto Luz Azul, que prevê a instalação<br />

de câmeras de vigilância em edifícios do Centro do Rio identificadas com uma luz na cor azul.<br />

A ideia, baseada num case de sucesso da cidade de Detroit, nos Estados Unidos, é<br />

compartilhar as imagens com as autoridades, reduzindo os índices de criminalidade.<br />

Entretanto, estamos cientes de que apenas a tecnologia não resolverá o problema. Gestores<br />

de condomínios precisam se dedicar também ao treinamento de seus funcionários porque o<br />

crime pode ser inibido, muitas vezes, com atitudes preventivas bastante<br />

simples. Por isso um dos focos da UniSecovi Rio é promover cursos para<br />

porteiros e síndicos com alguns dos melhores especialistas do setor<br />

ensinando como evitar situações de risco. A informação pode ser uma<br />

grande arma. Não deixe de usá-la!<br />

Pedro Wähmann<br />

Presidente do SECOVI RIO<br />

Sua opinião é muito importante<br />

Quer mandar um comentário sobre esta edição<br />

ou sugerir uma pauta?<br />

Envie um e-mail para imprensa@secovirio.com.br<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 4


CURTINHAS<br />

Garagem flutuante<br />

Um escritório de arquitetura dinamarquês<br />

criou uma solução para resolver, ao mesmo<br />

tempo, os problemas de inundações, falta<br />

de vagas e pouca arborização nas grandes<br />

cidades. Trata-se de uma espécie de<br />

edifício-garagem com um jardim vertical<br />

circular pelos andares. Toda essa estrutura é<br />

flutuante e fica em cima de um enorme<br />

reservatório, que recebe e armazena a água<br />

da chuva. Isso quer dizer que, em dias secos,<br />

o topo do edifício fica no nível da rua.<br />

Quando chove, à medida que a água vai<br />

ocupando o reservatório, toda a estrutura<br />

se desloca para cima.<br />

Shutterstock<br />

Shutterstock<br />

Tour virtual<br />

Um aplicativo para dispositivos móveis se propõe a resgatar<br />

as histórias esquecidas da Zona Portuária do Rio de Janeiro.<br />

O Museu do Ontem, disponível para os sistemas Android e<br />

iOS, reúne episódios históricos, que vão desde a chegada da<br />

família real portuguesa ao Brasil, em 1808, a fatos mais<br />

recentes, como escândalos de corrupção investigados pela<br />

Operação Lava Jato. Todo o conteúdo pode ser explorado<br />

por um mapa atual e também por um mapa de 1830, mas é<br />

preciso estar presente na área para viver a experiência<br />

proposta pelo aplicativo.<br />

Na Justiça<br />

O síndico de um condomínio na Paraíba foi condenado<br />

em segunda instância por injúria qualificada contra uma<br />

moradora autista. Segundo a denúncia que gerou o<br />

processo, o síndico teria ofendido várias vezes a vítima,<br />

afirmando que “esse tipo de gente não deveria existir”<br />

e insinuando, ainda, que sua presença “manchava” o<br />

condomínio. Além disso, teria impedido que ela<br />

frequentasse áreas comuns como o parque. A jovem é<br />

autista com atraso global do desenvolvimento e<br />

transtorno global associado. O réu foi condenado a um<br />

ano e dois meses de reclusão em regime aberto, além<br />

de dez dias-multa, com a pena sendo substituída por<br />

duas restritivas de direito.


Minimalismo na prática<br />

Consegue imaginar como seria reduzir seu<br />

guarda-roupa a quase 1/4 das peças que ele tem<br />

hoje? Esse foi o resultado de um desafio<br />

realizado pela apresentadora e ativista ambiental<br />

Fe Cortez. A ideia, conhecida como<br />

armário-cápsula, vem sendo difundida nas redes<br />

sociais por influenciadores ligados à moda<br />

sustentável e ao consumo consciente. No caso<br />

de Fe, ela reduziu o número de peças de roupa<br />

de 300 para apenas 72. Em uma websérie que<br />

documentou esse processo, Fe conta que um<br />

dos aspectos mais importantes da construção do<br />

armário-cápsula foi priorizar apenas peças<br />

adequadas ao seu estilo de vida, dispensando<br />

modelos que são tendências sazonais e<br />

eliminando totalmente roupas que comprou e<br />

usou pouco. O passo a passo está disponível no<br />

site www.menos1lixo.com.br.<br />

Moradora de Belford Roxo, a<br />

educadora ambiental Antônia Portela<br />

encontrou uma forma de contribuir<br />

com o meio ambiente e com a vida de<br />

crianças carentes. De tempos em<br />

tempos, ela sai às ruas de seu bairro<br />

em busca de bonecas jogadas no lixo.<br />

Tudo que encontra vai para o ateliê<br />

que ela montou em casa, onde as<br />

bonecas passam por uma<br />

transformação, com direito à troca de<br />

partes com defeito, além de roupas e<br />

cabelos novos. Depois de prontas, as<br />

bonecas são doadas. A inspiração da<br />

educadora veio de seus pais, uma<br />

catadora de lixo e um gari, que traziam<br />

para a filha brinquedos ainda em bom<br />

estado encontrados no lixo.<br />

Shutterstock<br />

Shutterstock<br />

Boa ação<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 6


Poupança recuperada<br />

Reprodução<br />

Poupadores que tiveram perdas da poupança<br />

relacionadas aos Planos Bresser (1987), Verão<br />

(1989) e Collor 2 (1991) já podem se cadastrar<br />

para receber indenização relacionada a esses<br />

valores. Pelo site pagamentodapoupanca.com.br,<br />

é possível se cadastrar para aderir a um acordo.<br />

Podem receber a indenização todas as pessoas<br />

que entraram com ações individuais contra os<br />

bancos até 20 anos após a edição desses três<br />

planos. Não há indenização prevista no acordo<br />

para o Plano Collor 1 (1990). Também têm direito<br />

as pessoas que participaram de ações coletivas<br />

ajuizadas até cinco anos do trânsito em julgado da<br />

sentença coletiva ou que tenham iniciado a<br />

execução da sentença coletiva em 2016, desde<br />

que respeitado o prazo de cinco anos após o<br />

trânsito em julgado da decisão favorável que<br />

permitiu a execução. Herdeiros também podem<br />

aderir ao acordo, desde que exista uma ação<br />

judicial em nome do falecido.<br />

Shutterstock<br />

Apesar da crise<br />

Risco virtual<br />

Na contramão da crise<br />

econômica, a agenda de<br />

eventos turísticos no Rio de<br />

Janeiro movimentou, só no<br />

primeiro quadrimestre de<br />

2018, cerca de R$ 6 bilhões,<br />

segundo estudo da Fundação<br />

Getulio Vargas. O Carnaval<br />

representou sozinho metade<br />

dessa receita, seguido do<br />

Réveillon (R$ 1,94 bilhão).<br />

Pelo menos 700 mil links maliciosos,<br />

criados para invadir seu computador<br />

ou dispositivo móvel, são acessados no<br />

Brasil a cada dia. É o que demonstrou<br />

um relatório da empresa de segurança<br />

virtual PSafe. Segundo a pesquisa, a<br />

principal tática dos hackers é focar na<br />

falha humana, prometendo ao usuário<br />

vantagens como prêmios ou cupons de<br />

desconto. Para se proteger dos<br />

ataques, é importante verificar a grafia<br />

do endereço de e-mail de quem enviou<br />

e os eventuais links que possam estar<br />

no corpo do texto. Ao receber um link<br />

no WhatsApp, vale confirmar com o<br />

remetente se aquele texto foi<br />

realmente enviado por ele. No caso de<br />

links que prometem produtos grátis,<br />

por exemplo, deve-se consultar o site<br />

oficial da marca para saber se a<br />

suposta oferta está realmente<br />

disponível.<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 7<br />

Shutterstock


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

A quem<br />

interessam as<br />

Igor Augusto Pereira<br />

?<br />

No auge dos bloqueios nas estradas<br />

brasileiras, no primeiro semestre de<br />

2018, o presidente do Sindicato dos<br />

Caminhoneiros do Brasil emitiu um<br />

comunicado: a população deveria fazer o possível<br />

para estocar comida e combustível, afinal a<br />

previsão era de que a greve seria longa. “Avisem<br />

suas famílias”, dizia a mensagem de áudio<br />

compartilhada pelo WhatsApp. Muita gente<br />

correu ao supermercado para garantir o seu. Só<br />

que tudo não passava de uma grande mentira.<br />

Em uma breve pesquisa, era possível descobrir<br />

que o dono da voz, que alegava ser presidente da<br />

entidade, não ocupava o cargo. O motivo: o<br />

Sindicato dos Caminhoneiros do Brasil<br />

simplesmente não existe. O suposto porta-voz do<br />

movimento, que até o fechamento desta edição<br />

não havia sido identificado, era um farsante. E ele<br />

não está sozinho.<br />

Segundo o grupo de especialistas em cibercrime<br />

dfndr lab, só nos três primeiros meses de 2018, as<br />

fake news atingiram pelo menos 2,9 milhões de<br />

acessos no Brasil. Muitas vezes, elas geram<br />

apenas desencontros de informação, mas há<br />

casos em que as notícias falsas acabam<br />

manipulando a opinião pública, acentuando<br />

divergências já existentes e provocando histeria.<br />

Para contribuir com o debate público,<br />

colaborando para desmascarar as fake news, o<br />

Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio<br />

(ITS-Rio) vem se dedicando ao tema. Um desses<br />

recursos foi uma ferramenta que ajuda os<br />

usuários a reconhecer perfis virtuais que possam<br />

ser gerenciados por robôs. O Pegabot<br />

(www.pegabot.com.br) é um portal que analisa os<br />

conteúdos publicados e compartilhados por um<br />

usuário, dando uma pontuação com base na<br />

probabilidade de esse perfil ser gerenciado por<br />

um robô.<br />

A pesquisadora de democracia e tecnologia do<br />

ITS-Rio Debora Albu conversou com a <strong>Revista</strong><br />

Secovi Rio sobre essa iniciativa e sobre como as<br />

fake news podem pautar a opinião pública.<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 8


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

O que é exatamente o ITS-Rio?<br />

O Instituto de Tecnologia e Sociedade é um centro de pesquisa fundado em 2014 por seus três<br />

diretores – Ronaldo Lemos, Carlos Affonso Souza e Sérgio Branco –, que desenvolvem trabalhos em<br />

conjunto há mais de 15 anos na área de direito e tecnologia, principalmente. O trabalho<br />

desenvolvido pelo ITS se divide em quatro áreas: direito e tecnologia, democracia e tecnologia,<br />

inovação e educação. Cada uma dessas áreas coordena projetos específicos que, em muitos casos,<br />

unem mais de uma área em seu desenvolvimento.<br />

Debora<br />

Como esse trabalho é mantido?<br />

Nosso financiamento vem de diversas fontes, como fundações, grandes empresas de tecnologia,<br />

governos, entre outras. Para garantir a independência do trabalho realizado, nenhuma instituição<br />

doadora pode compor mais de um quinto do nosso orçamento global. Além disso, nossa estrutura<br />

de governança é composta por um conselho deliberativo, no qual especialistas na área definem<br />

prioridades de pesquisa e de projetos.<br />

Debora<br />

Por que o instituto decidiu ampliar o debate sobre fake news?<br />

Shutterstock<br />

O ITS já atua nesse debate há algum tempo, principalmente a partir do debate do Marco Civil da<br />

Internet, garantindo um ciberespaço com liberdade de expressão e segurança tanto para usuários<br />

quanto para provedores de serviço. Nesse sentido, atuamos em três frentes principais: pedagógica<br />

ou educacional, de advocacy (incidência política) e de desenvolvimento tecnológico. Na primeira<br />

frente, realizamos diversos cursos livres que abordam a temática, aprofundando conceitos dentro<br />

desse debate, desde checagem de fatos às ligações entre fake news e eleições. Além disso,<br />

produzimos constantemente conteúdos que abordam novos desenvolvimentos sobre fake news. Na<br />

frente de incidência política, frequentemente produzimos pareceres jurídicos – do tipo amicus curiae<br />

– e participamos de audiências públicas sobre esses temas, trazendo contribuições específicas<br />

sobre a discussão em seu aspecto legal. Por fim, também buscamos desenvolver ferramentas<br />

tecnológicas que possam mitigar efeitos negativos desse fenômeno, como é o caso do Pegabot.<br />

Debora<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 9


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Já é possível definir quando ocorreu a gênese das fake news?<br />

Não é possível definir exatamente uma gênese, uma vez que o conceito em si do que são fake news<br />

está em constante debate e não há um consenso sobre sua definição. Muitos jornalistas e<br />

acadêmicos inclusive não utilizam o conceito “fake news” ou notícias falsas, e sim desinformação, má<br />

informação ou informação falsa. Em geral, esse tipo de conteúdo é criado para causar algum tipo de<br />

dano a uma pessoa, uma instituição ou mesmo um grupo, o que implica dizer que quem a criou o fez<br />

com algum interesse alheio ao bem público.<br />

Debora<br />

Shutterstock<br />

Em geral, fake news<br />

são criadas para<br />

causar algum tipo de<br />

dano a alguém<br />

PUBLICIDADE<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 10


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Embora seja difícil encontrar o ponto inicial das fake news, é possível dizer que as disputas<br />

políticas tenham colaborado para ampliá-las a um novo nível?<br />

As fake news ganharam as manchetes principalmente a partir das últimas eleições para a<br />

Presidência nos Estados Unidos, em que o presidente Donald Trump teria feito uso desse tipo de<br />

conteúdo para ganhar eleitores por meio das redes sociais. Isso se comprovou de certa forma com<br />

o caso do vazamento de dados da empresa Cambridge Analytica, em que tais dados pessoais<br />

serviram para criar um sistema de direcionamento de anúncios políticos para certos tipos de<br />

perfil. Além desse caso, a saída do Reino Unido da União Europeia (o “Brexit”) também foi<br />

influenciada pelo compartilhamento desses conteúdos de forma massiva.<br />

Debora<br />

Existe um perfil específico de pessoa ou organização na criação de fake news?<br />

Shutterstock<br />

Não há necessariamente um perfil específico. Considerando que, na era da internet 2.0 e 3.0,<br />

todos podem ser produtores de conteúdo, qualquer pessoa pode iniciar esse tipo de produção e<br />

compartilhamento. Um caso emblemático é o do grupo conhecido como “Veles boys”. Esses<br />

jovens da cidade de Veles, na Macedônia, iniciaram algumas ondas de notícias falsas durante a<br />

campanha eleitoral presidencial nos EUA e construíram uma espécie de “fábrica de fake news”. É<br />

importante considerar o contexto de desemprego e crise econômica vividos no país, o que pode<br />

ter sido um catalisador para que o grupo crescesse e ganhasse tanta escala.<br />

Debora<br />

Como qualquer pessoa pode<br />

produzir conteúdo, não há um perfil<br />

específico na criação de fake news<br />

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ANUNCIE NO BLOG CONDOMÍNIOS VERDES DO SECOVI RIO<br />

Condomínios<br />

Verdes<br />

O blog www.condominiosverdes.com.br compartilha dicas, notícias e informações<br />

sobre sustentabilidade. Com 12 mil acessos mensais, o blog divulga iniciativas<br />

sustentáveis e ainda pode ajudar a fortalecer a marca dos anunciantes por meio de<br />

banners e publiposts.<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 11


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Quais as possíveis vantagens para quem cria uma notícia falsa?<br />

Como mencionado, a produção desse tipo de conteúdo já faz parte de uma economia, fazendo<br />

circular grandes somas monetárias (por meio de links patrocinados). Além disso, o próprio conteúdo<br />

pode gerar ganhos políticos ou sociais para grupos de interesse envolvidos.<br />

Shutterstock<br />

Debora<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 12


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Por que essa estratégia tem surtido tanto efeito?<br />

Podemos atribuir essa massificação a alguns fatores – em um viés ora mais tecnológico, ora mais<br />

político. O primeiro fator está relacionado à própria estrutura da internet, em que o<br />

compartilhamento é uma das funções mais estimuladas e facilitadas. Pense que na rede estamos<br />

mais “unidos”, mais próximos, e a facilidade de replicar conteúdo também regula essas<br />

“ciber-relações”. Para além de redes sociais mais tradicionais como o Facebook e o Twitter,<br />

aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp também apresentam uma infraestrutura<br />

que facilita a replicação de informação. Um estudo recente da USP mostrou que os grupos de<br />

família no aplicativo são grandes responsáveis pela propagação de notícias falsas.<br />

Debora<br />

E, politicamente, por que isso tem tanto impacto?<br />

Esse fator se relaciona a uma virada política e social que estamos vivendo, com a polarização de<br />

debates políticos, a descrença na política tradicional e as crises sociais e econômicas profundas que<br />

nos afetam. Isso leva a um acirramento de ânimos que também pode explicar esse tipo de difusão<br />

expressiva.<br />

Shutterstock<br />

Debora<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 13


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Fale um pouco sobre a criação do Pegabot. Como esse sistema colabora<br />

para a detecção de um perfil robô?<br />

Shutterstock<br />

O Pegabot é uma ferramenta que permite ao usuário verificar a atividade de uma conta de rede<br />

social para saber a probabilidade de o perfil ser de um bot (robô). Quanto maior a nota, maior a<br />

chance de ser um bot. A ferramenta foi criada no intuito de dar mais transparência no debate<br />

on-line e pode atuar em conjunção com ferramentas de checagem de fatos, por exemplo. No<br />

momento, o Pegabot funciona apenas com o Twitter, mas já estamos articulando para abrir a<br />

ferramenta para outras plataformas. O Pegabot se baseia em padrões de comportamento para<br />

identificar se é mais provável um humano que utilize aquele perfil, ou um robô, usando critérios<br />

como intervalo entre postagens e pessoalidade dos posts.<br />

Debora<br />

Pegabot ajuda a verificar a atividade<br />

de uma conta de rede social para<br />

saber a probabilidade de ser um robô<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 14


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Fora desse sistema, que orientações você daria a um cidadão comum,<br />

com pouca experiência em tecnologia, para identificar e não propagar<br />

fake news?<br />

Shutterstock<br />

A ideia principal é filtrar melhor tanto aquilo que consumimos em termos de informação quanto<br />

aquilo que replicamos. Consumir notícias de fontes confiáveis, principalmente de grandes veículos<br />

de imprensa, é uma boa saída para “iniciantes” nesse mundo digital. Na hora de compartilhar um<br />

conteúdo, mesmo que ele já tenha sido curtido ou replicado por diversos membros de sua<br />

comunidade on-line, busque conhecer a fonte daquela notícia e entenda se é um site confiável.<br />

Outra dica é verificar a data daquele conteúdo: muitas vezes notícias falsas circulam por um tempo<br />

e anos depois são “reavivadas”. Nosso diretor, Carlos Affonso Souza, produziu uma lista com mais<br />

dicas para auxiliar nessa identificação aqui.<br />

Debora<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 15


ENTREVISTA • DEBORA ALBU<br />

Os bots são importantes para a difusão das fake news, mas obviamente muitos perfis<br />

de pessoas reais também compartilham conteúdos falsos. Em sua avaliação, isso<br />

acontece mais por ignorância ou má intenção?<br />

Ambos os motivos, mas é contextual. O caso do assassinato da vereadora Marielle Franco é<br />

emblemático nesse sentido: diversas notícias falsas sobre a vereadora foram compartilhadas por<br />

perfis públicos, como a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, e o<br />

deputado Alberto Fraga (DEM-RJ). Depois de serem solicitados a dar esclarecimentos, ambos<br />

reconheceram ter errado, mas é difícil saber o motivo real.<br />

Debora<br />

Muitas iniciativas vêm surgindo no sentido de combater as notícias falsas, como<br />

portais de checagem de fatos e recursos para denúncias em redes sociais. Você<br />

enxerga uma saída específica para vencer esse problema?<br />

Shutterstock<br />

É importante que qualquer solução passe por mais conhecimento e mais acesso. Esses portais são<br />

importantes para melhor selecionar aquilo que ganha visibilidade nas redes. Já a via pedagógica é<br />

fundamental para conscientização dos cidadãos e para que possam melhor usar a tecnologia, mas<br />

ela própria também pode ser um mecanismo para combater o fenômeno das fake news. De toda<br />

forma, o importante é que o debate sobre o tema seja o mais multissetorial possível, garantindo que<br />

múltiplas visões sejam contempladas no debate, passando por jornalistas, empresários do setor,<br />

políticos, acadêmicos e a população em geral.<br />

Debora<br />

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Um espaço virtual para divulgar e vender o seu produto ou serviço. Sim, o<br />

Secovi Rio oferece essa possibilidade. Por meio deste espaço, sua empresa<br />

conseguirá mais visibilidade e alcançará um público bastante variado. A<br />

credibilidade do Secovi Rio, que se mantém há mais de sete décadas como<br />

principal representante do setor imobiliário,<br />

colocará o seu negócio num verdadeiro<br />

shopping on-line!<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 16


CONDOMÍNIOS VERDES<br />

DESLOCAMENTO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Se você é apaixonado por bike e gosta<br />

de explorar as cidades que visita<br />

utilizando a bicicleta como meio de<br />

transporte, você precisa conhecer o site<br />

www.bikesharingmap.com. Nele você<br />

encontra um mapa que mostra vários lugares<br />

do mundo que possuem sistemas de<br />

compartilhamento de bicicletas. No mapa,<br />

também é possível encontrar os sites de cada<br />

sistema, para que você possa tirar todas as<br />

suas dúvidas e aproveitar o passeio da melhor<br />

forma.<br />

Os sistemas de compartilhamento de<br />

bicicletas invadiram as cidades. Seja através<br />

de parcerias com bancos e grandes empresas<br />

ou por iniciativas governamentais, alugar uma<br />

bike para ir ao trabalho ou para fazer um<br />

passeio vem se tornando uma prática muito<br />

comum em várias partes do mundo. Esses<br />

programas funcionam de diversas formas, e<br />

em cada cidade você poderá vivenciar uma<br />

experiência diferente. Bikes elétricas, com<br />

marchas, modelos mais simples… As opções<br />

são inúmeras, e a sensação será única.<br />

A cidade de Copenhague, na Dinamarca, foi a<br />

primeira no mundo a promover o empréstimo<br />

público de bicicletas. Conhecida como uma<br />

das capitais mundiais dos ciclistas, por lá o<br />

sistema de compartilhamento de bicicletas é<br />

muito mais do que pegar uma bike e sair<br />

pedalando por aí. Além de oferecer bicicletas<br />

elétricas que são recarregadas nas próprias<br />

estações usando energia renovável, o sistema<br />

Carla Neiva<br />

Shutterstock<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 18


Go Bike é conectado com todos os<br />

transportes públicos da cidade. Isso é possível<br />

porque cada bike tem, embutido no guidão,<br />

um tablet que oferece informações como<br />

horários dos transportes, visualização dos<br />

percursos e ainda detalhes sobre pontos<br />

turísticos da região.<br />

ESTÍMULO AO COMÉRCIO LOCAL<br />

Além de totalmente sustentável, conhecer<br />

novos lugares pedalando proporcionará ao<br />

visitante explorar alguns cantinhos da cidade<br />

que talvez ele não tenha a chance de<br />

conhecer caso opte por passeios em vans ou<br />

ônibus. Há pouco tempo, um estudo feito em<br />

Nova York constatou que, após a construção<br />

de ciclovias, lojas localizadas perto dessas<br />

áreas aumentaram as vendas em até 49%.<br />

Bom para o comércio local e excelente para<br />

os ciclistas, que conseguem aproveitar ao<br />

máximo tudo que o local tem a oferecer.<br />

BOM PARA A SAÚDE<br />

Outro diferencial das “magrelas” são os<br />

potenciais benefícios à saúde que esse tipo de<br />

deslocamento pode trazer. Várias pesquisas<br />

apontam que substituir o carro pela bicicleta<br />

ou pela caminhada pode contribuir<br />

significativamente para a melhoria da saúde e<br />

qualidade de vida das pessoas. Ao andar de<br />

bicicleta, você pratica uma atividade física de<br />

baixo impacto sobre as articulações do corpo,<br />

melhora a frequência cardíaca e ainda queima<br />

calorias. Isso sem mencionar os benefícios<br />

para a sociedade em geral. Na visão<br />

ambiental, a bicicleta é o símbolo mundial do<br />

transporte sustentável, devido principalmente<br />

à redução da emissão de gases de efeito<br />

estufa, o que influencia diretamente na saúde<br />

pública, diminuindo a incidência de infecções<br />

respiratórias e alergias.<br />

Então, fica a dica! Na próxima vez que você<br />

decidir explorar novas cidades ou regiões, vá<br />

de bike! É saudável e sustentável!<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 19


JURÍDICO - ARTIGO<br />

Esta data merece ser comemorada!<br />

Corina Costa • advogada do Departamento Jurídico do Secovi Rio<br />

Shutterstock<br />

Embora existam controvérsias quanto à data<br />

do Dia do Vizinho, adotamos o dia 20 de<br />

agosto, em homenagem à poetisa Cora<br />

Coralina, por ser esta a data do seu aniversário.<br />

Quando, em 1980, seus vizinhos na Cidade de<br />

Goiás quiseram lhe oferecer uma festa de<br />

aniversário, ela recusou e disse preferir uma<br />

comemoração entre vizinhos. Para ela, “vizinho é<br />

mais que parente, pois é o primeiro a saber das<br />

coisas que acontecem na vida da gente”.<br />

Nossa poetisa tem razão, já que muitas vezes o<br />

vizinho é o primeiro a saber do que acontece<br />

conosco, não só por estar mais próximo<br />

fisicamente, mas também, em alguns casos,<br />

fraternalmente, considerados amigos de alma,<br />

dividindo as alegrias e tristezas, unindo esforços<br />

para resolver questões particulares ou comuns,<br />

se tornando grandes famílias. No dizer de Jaime<br />

Lerner, “é um parente por parte de rua”.<br />

Felizmente, muitos de nós temos boas<br />

lembranças de um vizinho “porreta”, com o qual<br />

dividimos bons momentos da vida, um<br />

churrasco, uma cervejinha gelada, uma<br />

conversinha de fim de tarde, verdadeira terapia<br />

com direito a sorrisos para esquecer os<br />

problemas do dia a dia. Por isso a data merece<br />

ser comemorada com muito orgulho.<br />

Mas nem tudo é perfeito! Infelizmente também<br />

existem aqueles vizinhos que de tão chatos<br />

preferíamos que se mudassem. Eles implicam<br />

com tudo: com sua música, com seu cachorro,<br />

com seu churrasco... Não há como manter uma<br />

convivência pacífica. Talvez seja melhor você se<br />

mudar.<br />

O fato é que a sociedade é formada por pessoas<br />

diferentes, aliás, a diversidade é o que torna a<br />

vida mais interessante, pois encontramos<br />

pessoas de origens diferentes, costumes<br />

diversos, interesses e perspectivas distintas, que<br />

se aglomeram nos grandes centros. Para que<br />

todos possam viver de maneira harmônica,<br />

devem ser respeitadas algumas regras de<br />

convívio social e, quando estas não são<br />

suficientes para manter a harmonia, entram em<br />

ação as regras jurídicas que limitam de forma<br />

coercitiva o agir de cada indivíduo, mas com o<br />

objetivo maior, que é manter a paz social.<br />

É nesse contexto que nascem o Direito de<br />

Vizinhança e o Direito Condominial. Eles surgem<br />

da necessidade de regular o uso da sua<br />

propriedade, de forma que um vizinho não<br />

atrapalhe o uso da casa do outro, impondo<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 20


limites “do bem”, autorizando que um vizinho<br />

possa fazer cessar as interferências prejudiciais à<br />

segurança, ao sossego e à saúde, provocadas<br />

pela propriedade vizinha.<br />

É um dispositivo poderoso, que visa proteger<br />

você do mau vizinho, conferindo-lhe meios para<br />

preservar a saúde, o sossego e a segurança de<br />

sua família. Isto é maravilhoso, mas não se deve<br />

esquecer que você também é vizinho de alguém<br />

e está submetido às mesmas regras, portanto,<br />

não deve causar insegurança, desassossego ou<br />

prejudicar a saúde do seu vizinho.<br />

Pois bem, quando falamos de vizinho, não nos<br />

referimos somente ao vizinho de porta, como<br />

ocorre em vilas e condomínios, mas também em<br />

prédios vizinhos e os reflexos que o uso de sua<br />

propriedade pode provocar nos moradores mais<br />

próximos, podem alcançar não somente os<br />

prédios contíguos, mas também aqueles que<br />

estão a uma certa distância, como uma fábrica,<br />

por exemplo. O ruído de suas máquinas,<br />

eventual fumaça, fuligem, cheiro podem afetar<br />

prédios mais distantes. Há pouco tempo<br />

recebemos consulta sobre uma academia onde<br />

existia uma caldeira usada para aquecer a<br />

piscina e a sauna expelia uma fumaça negra que<br />

incomodava os moradores dos prédios vizinhos.<br />

A vida em condomínio edilício demanda um<br />

cuidado maior para não incomodar o vizinho, em<br />

face da proximidade, pois as unidades são<br />

separadas por uma parede, um piso e um teto,<br />

construídos de forma que não preservam de<br />

maneira suficiente a privacidade dos moradores.<br />

Nas construções em lotes de terreno, existe a<br />

imposição de respeito de limites mínimos entre<br />

as construções, proibindo o art. 1.301 do Código<br />

Civil a abertura de janelas, ou fazer eirado,<br />

terraço ou varanda, a menos de metro e meio do<br />

terreno vizinho, regra esta que também está<br />

disciplinada no Código de Obras dos Municípios,<br />

determinando a observância às regras de<br />

zoneamento locais e que, de certa forma,<br />

ajudam na garantia de uma maior privacidade<br />

entre as casas.<br />

Não obstante a questão acima, é importante<br />

ressaltar que o direito de propriedade não é<br />

absoluto; ao contrário, encontra diversas<br />

restrições, inclusive constitucionais, como a<br />

vedação quanto ao uso da sua casa de forma<br />

que cause prejuízos ao seu vizinho (art. 5º, XXII,<br />

da CRFB/1988).<br />

Na legislação infraconstitucional, o Código Civil,<br />

art. 1.228, § 1º e § 2º, garante ao proprietário o<br />

direito ao uso, gozo, disposição e reivindicação,<br />

porém, ressalta que o uso deve atender às<br />

finalidades econômicas e sociais, vedando ao<br />

Shutterstock


proprietário atos que não lhe tragam qualquer<br />

comodidade ou utilidade, bem como sejam<br />

praticados com a intenção de prejudicar outrem.<br />

Como se vê, nosso ordenamento jurídico emite<br />

um comando claro de que a propriedade deve<br />

cumprir sua função social, servindo não somente<br />

ao seu proprietário, mas também à sociedade<br />

em que está inserida.<br />

Consideramos que, nas relações entre<br />

condôminos, o respeito à função social ganha<br />

um contorno especial, pois ele toma um<br />

destaque exponencial, em que os moradores se<br />

veem bastante limitados em seus direitos em<br />

prol da harmonia da convivência coletiva. Nesse<br />

universo condominial, o simples fato de ouvir<br />

uma música, fazer uma faxina a qualquer hora,<br />

acender um incenso ou uma ingênua brincadeira<br />

de criança devem ser exercidos de forma a não<br />

perturbar o vizinho. Aquele que decide morar<br />

em condomínio deve ter em mente essa<br />

limitação e saber que terá que exercitar bastante<br />

o bom senso e a tolerância, sob pena, inclusive,<br />

da possibilidade de ser judicialmente convidado<br />

a se retirar desse convívio.<br />

Ressalte-se que o condômino que reside em<br />

condomínios edilícios não está impedido de<br />

exercer seus direitos, apenas deve respeitar<br />

alguns limites, sob pena de incorrer no abuso do<br />

direito, previsto no art. 187 do Código Civil, ou<br />

seja, o exercício do seu direito de forma<br />

exacerbada, sem atenção à função social da<br />

propriedade e que ainda prejudique terceiros.<br />

As relações no condomínio edilício têm<br />

normatização própria, pois o instituto é regulado<br />

pelos arts. 1.331 a 1.358 do Código Civil,<br />

inovando ou reeditando regras antes previstas<br />

na Lei nº 4.591/1964. Apesar de o condomínio<br />

edilício possuir regras especiais para reger suas<br />

relações, ela não deve analisada de forma<br />

isolada, seja com relação às normas<br />

extravagantes ou dentro do próprio Código Civil,<br />

cujos problemas, muitas das vezes, requerem um<br />

passeio pelas demais regras, como obrigações,<br />

contratos, família, sucessões.<br />

Entretanto, é importante ressaltar que o Código<br />

Civil, ao tratar sobre o uso da propriedade e das<br />

relações entre vizinhos, dispôs sobre regras<br />

específicas para condomínio edilício, previstas<br />

nos arts. 1.335, I, e 1.336, IV, determinando que<br />

é direito do condômino usar e livremente dispor<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 22


de sua unidade, bem como de não utilizar a sua<br />

unidade de maneira prejudicial ao sossego, à<br />

salubridade e à segurança dos possuidores, ou<br />

aos bons costumes.<br />

O Código Civil normatizou de forma distinta as<br />

relações entre os condôminos (capítulo que<br />

disciplina o Condomínio Edilício) e as relações de<br />

vizinhança (art. 1.277). Assim, quando os<br />

conflitos entre vizinhos se originarem na esfera<br />

condominial, existe regra específica atinente ao<br />

condomínio edilício, as quais também contam<br />

com o reforço das regras previstas na<br />

Convenção, em Regulamentos Internos,<br />

decisões assembleares.<br />

Ao contrário, se o incômodo de um prédio afeta<br />

o prédio vizinho, certamente não cabe na defesa<br />

do incomodado a alegação das normas<br />

condominiais, não só por falta de relação<br />

jurídica, bem como, e principalmente, por existir<br />

norma específica para a sua defesa, que é aquela<br />

prevista no art. 1.277, segundo o qual “o<br />

proprietário ou o possuidor de um prédio tem o<br />

direito de fazer cessar as interferências prejudiciais<br />

à segurança, ao sossego e à saúde dos que o<br />

habitam, provocadas pela utilização de<br />

propriedade vizinha”.<br />

As regras previstas para as relações entre os<br />

condôminos de condomínios edilícios são muito<br />

parecidas, pois protegem bens jurídicos<br />

idênticos, ou seja, obrigam o<br />

proprietário/possuidor a usar a sua casa de<br />

forma que não afete a segurança, saúde e<br />

sossego do vizinho. Assim, em algumas decisões<br />

do Judiciário, encontramos pedido com<br />

fundamento no Direito de Vizinhança quando a<br />

questão se passa na esfera condominial.<br />

Infelizmente, a relação de vizinhança nem<br />

sempre é feita de momentos felizes, traz<br />

também algumas agruras que o direito tenta<br />

pacificar, mas acreditamos no bom senso, numa<br />

palavra amiga como forma de resolver os<br />

problemas. E, para finalizar, deixamos um trecho<br />

de um poema de Cora Coralina que exalta essa<br />

confiança por um futuro melhor.<br />

“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito<br />

ensinou. Ensinou a amar a vida. Não desistir da<br />

luta. Recomeçar na derrota. Renunciar a palavras e<br />

pensamentos negativos. Acreditar nos valores<br />

humanos. Ser otimista.”<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 23


JURÍDICO - CONSULTAS<br />

Eleição<br />

Em uma assembleia para eleição de síndico,<br />

o único candidato recebeu quatro votos<br />

favoráveis e 14 votos contrários. Esse candidato<br />

pode ser considerado eleito?<br />

De acordo com o disposto no artigo 1.353 do<br />

Código Civil, quando não há previsão na lei ou<br />

Convenção de quórum especial para as votações, as<br />

deliberações são tomadas por maioria simples em<br />

segunda convocação.<br />

Na situação apresentada, o candidato somente<br />

poderia ser considerado eleito se contasse com dez<br />

votos favoráveis dos 18 presentes, representando a<br />

maioria simples dos presentes à assembleia, ou seja,<br />

metade mais um.<br />

Como o candidato obteve somente quatro votos, a<br />

sua candidatura, na verdade, foi rejeitada por<br />

maioria de votos dos presentes, o que não impede<br />

que ele volte a se candidatar em outra assembleia,<br />

que deverá ser convocada para recomposição da<br />

administração.<br />

Pró-labore<br />

Qual o critério a ser utilizado para reajustar o<br />

pró-labore do síndico? Aplica-se o mesmo<br />

percentual de reajuste salarial dos empregados do<br />

condomínio?<br />

A Convenção Coletiva de Trabalho abrange os<br />

empregados do condomínio, e não síndicos ou<br />

membros da administração que não sejam<br />

empregados do condomínio.<br />

Com relação à “remuneração” do síndico, o Código<br />

Civil, em seu artigo 1.334, estabelece que, além das<br />

cláusulas referidas no artigo 1.332 e das que os<br />

interessados houverem por bem estipular, a<br />

Convenção determinará, entre outros itens, a sua<br />

forma de administração, onde se inclui, a nosso<br />

entendimento, o caráter oneroso ou gratuito da<br />

função de síndico. Sendo oneroso, a forma de<br />

fixação do pró-labore.<br />

Lembramos que a Lei nº 4.591/1964, no artigo 9º, §<br />

3º, letra “g”, dispunha expressamente que a<br />

Convenção deveria definir a natureza gratuita ou<br />

remunerada das funções de síndico, bem como, no<br />

artigo 22, § 4º, determinava que a assembleia que<br />

eleger o síndico deve fixar a sua remuneração.<br />

Assim, salvo expressa disposição na Convenção<br />

quanto ao caráter não oneroso do encargo de<br />

síndico, no ato da sua eleição, a assembleia deverá<br />

fixar a sua remuneração.<br />

Isenção<br />

Sendo o síndico isento do pagamento da cota<br />

condominial e estando sua unidade alugada, o<br />

condomínio deve emitir a cota para pagamento<br />

pelo locatário?<br />

A isenção da cota condominial é pessoal, ou seja, é<br />

concedida ao síndico pelo exercício da função.<br />

Assim, poderá o síndico contratar com o inquilino o<br />

pagamento da cota condominial e aluguel<br />

diretamente a ele ou o condomínio pagar pró-labore<br />

correspondente ao valor da cota condominial ao<br />

síndico e ele (através do inquilino) ficar responsável<br />

pelo pagamento da cota condominial da unidade.<br />

O resultado prático é o mesmo, com incidência de<br />

contribuição previdenciária por parte do síndico e<br />

do condomínio sobre o pró-labore ou isenção.<br />

Acidente<br />

Ocorrendo um acidente de trabalho no curso do<br />

contrato de experiência, como fica a situação do<br />

empregado? O contrato pode ser encerrado?<br />

O contrato de experiência é uma das modalidades<br />

de contrato por prazo determinado, conforme<br />

determina o artigo 443, § 2º, “c”, da CLT, bem como<br />

o acidente de trabalho é causa de interrupção do<br />

contrato.<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 24


O Tribunal Superior do Trabalho alterou a Súmula nº<br />

378, incluindo ao empregado submetido a contrato<br />

de trabalho por tempo determinado o direito à<br />

garantia provisória de emprego decorrente de<br />

acidente de trabalho, prevista no artigo 118 da Lei<br />

nº 8.213/1991.<br />

Para que essa garantia ocorra, no entanto, devem<br />

ser cumpridos alguns requisitos, dentre eles o<br />

afastamento por período superior a 15 dias e o<br />

recebimento do auxílio-doença acidentário.<br />

Atendidos esses requisitos, é garantido o emprego<br />

ao trabalhador por 12 meses após a alta concedida<br />

pela Previdência Social.<br />

Com a garantia de emprego por 12 meses após a<br />

alta médica, entendemos que não há que se falar em<br />

continuidade do contrato de experiência. Ele passa<br />

automaticamente à modalidade de contrato por<br />

prazo indeterminado.<br />

Após a alta médica, o empregado deverá retomar<br />

suas atividades e o empregador não poderá<br />

demiti-lo antes de encerrado o prazo da<br />

estabilidade.<br />

Experiência<br />

É possível rescindir o contrato de experiência de<br />

uma funcionária grávida?<br />

O Tribunal Superior do Trabalho consolidou seu<br />

entendimento sobre o tema com a edição da Súmula<br />

nº 244, em setembro de 2012, estendendo à<br />

empregada gestante o direito à estabilidade<br />

provisória prevista no artigo 10, inciso II, alínea “b”,<br />

do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,<br />

mesmo na hipótese de admissão mediante contrato<br />

por tempo determinado.<br />

Como o contrato de experiência é modalidade do<br />

contrato por tempo determinado, hoje, o<br />

entendimento do Tribunal é pela estabilidade da<br />

gestante, inclusive no período de experiência.<br />

Diante desse posicionamento, havendo a rescisão<br />

do contrato de experiência e ingressando a<br />

funcionária com reclamação trabalhista, fatalmente<br />

o empregador será condenado a reintegrá-la ou, não<br />

sendo possível, a indenizar o período relativo à<br />

estabilidade.<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 25


Hora extra<br />

A supressão das horas extras está submetida ao<br />

prazo prescricional de cinco anos?<br />

No cálculo da indenização pela supressão das horas<br />

extras, conforme o Enunciado 291 do TST, devem<br />

ser considerados os anos de efetivo serviço<br />

extraordinário, não havendo, para tal apuração, que<br />

se falar em prescrição quinquenal, já que esta atinge<br />

apenas a parcela em si (hora extra), e não o tempo<br />

de serviço referencial para o cálculo da indenização.<br />

Este tem sido o reiterado entendimento de nossos<br />

Tribunais nos diversos julgados sobre o tema.<br />

Caução<br />

Como deve ser calculada a devolução da caução<br />

dada em garantia locatícia?<br />

Conforme previsto no artigo 37 da Lei do Inquilinato<br />

(Lei n º 8.245/1991), a caução é uma modalidade de<br />

garantia locatícia, podendo ser em bens móveis,<br />

bens imóveis, em dinheiro, em títulos e ações.<br />

O artigo 38 explicita cada uma dessas modalidades,<br />

prevendo, em relação à caução em dinheiro, que ela<br />

não poderá exceder o equivalente a três meses de<br />

aluguel, que será depositada em caderneta de<br />

poupança, autorizada pelo Poder Público e por ele<br />

regulamentada, revertendo em benefício do<br />

locatário todas as vantagens dela decorrentes por<br />

ocasião do levantamento da soma respectiva.<br />

Verifica-se, portanto, que o valor dado em caução<br />

deve ser corrigido com os mesmos percentuais<br />

aplicados aos rendimentos da caderneta de<br />

poupança.<br />

O levantamento da caução ocorrerá quando houver<br />

a rescisão do contrato de locação, com a entrega<br />

das chaves e emitido o recibo de quitação. Via de<br />

regra, os contratos de locação especificam a<br />

responsabilidade do locatário pelo pagamento de<br />

aluguéis e reparos no imóvel até a efetiva entrega<br />

das chaves, que ocorre após a vistoria por parte do<br />

locador e a constatação da necessidade ou não de<br />

reparos.<br />

Enquanto o imóvel não for entregue nas condições<br />

previstas no contrato, o locatário ficará responsável<br />

pelo pagamento dos aluguéis. Poderá ser acordada<br />

entre o locador e o locatário a compensação dessas<br />

despesas com o valor da caução a ser devolvida ao<br />

final do contrato.<br />

Pagamento<br />

Quem deve arcar com o pagamento de cotas<br />

extras provenientes de reforma geral e pintura no<br />

prédio: o proprietário ou o inquilino?<br />

As obrigações tanto do locador quanto do locatário<br />

estão expressas na Lei nº 8.245/1991, que regula as<br />

locações urbanas; dentre elas, está a de pagar as<br />

despesas condominiais, cabendo ao locatário as<br />

ordinárias e ao locador as extraordinárias.<br />

O parágrafo único do artigo define o que são<br />

despesas extraordinárias (“aquelas que não se<br />

refiram aos gastos rotineiros de manutenção do<br />

edifício”), trazendo uma relação exemplificativa<br />

dessas despesas, dentre as quais encontramos as<br />

“obras de reformas ou acréscimos que interessem à<br />

estrutura integral do imóvel” e a “pintura das<br />

fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação,<br />

bem como das esquadrias externas”.<br />

Conclui-se, portanto, que as cotas extras devem ser<br />

quitadas pelo locador.<br />

Observe-se, contudo, que, com relação à pintura,<br />

sendo esta nas instalações e dependências de uso<br />

comum, a despesa será do locatário, conforme<br />

expresso no artigo 23, § 1º, “c”.<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 26


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www.celisa.com.br • 2526-8350<br />

CENTRIMÓVEIS LTDA<br />

www.centrimoveis.com.br • 3978-6021<br />

CINOCRED IMÓVEIS LTDA<br />

www.cinocred.com.br • 2199-0600<br />

CIPA - PARTICIPAÇÕES E ADMINISTRAÇÃO SA<br />

www.cipa.com.br • 2196-5000<br />

CONAC ADM DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.conacimoveis.com.br • 3797-3797<br />

CRASE-SIGMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA<br />

www.crasesigma.com.br • 2525-0900<br />

EMACI EMPRESA DE ASSESSORIA A CONDOMÍNIOS<br />

E IMÓVEIS LTDA<br />

www.emaci.com.br • 2262-6767<br />

ENGEPRED ADMINISTRADORA DE IMÓVEIS S/C LTDA<br />

www.engepred.com.br • 2253-4872<br />

ESTASA EMPRESA DE SERVIÇOS TÉCNICOS<br />

E ADMINISTRATIVOS LTDA<br />

www.estasa.com.br • 2323-4400<br />

FINANCIAL ADMINISTRADORA S/A<br />

www.financialadministradora.com.br • 2240-0829<br />

GRUPO IRMÃOS GUIMARÃES<br />

www.grupoirmaosguimaraes.com.br • 2509-1967<br />

IMAGEM IMOBILIÁRIA E ASSESSORIA GERAL<br />

DE EMPRESAS LTDA<br />

www.imagemimobiliaria.com.br • 3974-9200<br />

IMOBILIÁRIA CAMELO LTDA<br />

www.imobiliariacamelo.com.br • 2667-3956<br />

IMOBILIÁRIA MAUÁ LTDA<br />

www.imobiliariamaua.com.br • 2220-3065<br />

IMOBILIÁRIA SÃO CRISTÓVÃO LTDA<br />

www.isc.com.br • 2487-6262<br />

IMOBILIÁRIA ZIRTAEB LTDA<br />

www.zirtaeb.com • 3233-3500<br />

IMODATA ADMINISTRAÇÃO, COMPRA E VENDA<br />

DE IMÓVEIS LTDA<br />

www.imodata.net • 2548-7494<br />

IMÓVEIS MADUREIRA ADMINISTRAÇÃO DE BENS<br />

SOC. LTDA<br />

www.imoveismadureira.com.br • 3390-1623<br />

IMOVEST ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA<br />

www.imovest.com.br • 3813-3030<br />

IMÓVIL ADMINISTRADORA DE BENS IMÓVEIS LTDA<br />

www.imovil.com.br • 2224-8901<br />

IRIGON PROGRAMAÇÕES IMOBILIÁRIAS LTDA<br />

www.irigon.com.br • 2569-2063<br />

JM ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS LTDA<br />

2524-5633<br />

JMC CONSULTORIA E ASSESSORIA IMOBILIÁRIA LTDA<br />

www.jmcadm.com.br • 2544-2224<br />

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www.marva.com.br • 2199-1744<br />

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PREDIAL PRIMUS LTDA<br />

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www.protest.com.br • 2525-0500<br />

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TECNOGAS INSTALACOES DE GAS LTDA<br />

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TIBURCIO RODRIGUES IMÓVEIS LTDA<br />

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SEGURANÇA PARA OS<br />

CONDOMÍNIOS CARIOCAS<br />

Gustavo Monteiro


SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 31<br />

Shutterstock


etroit, Estados Unidos, janeiro de 2016. O<br />

Departamento de Polícia da cidade, em<br />

parceria com oito postos de gasolina,<br />

frequentemente assaltados, teve uma ideia<br />

inteligente: instalar câmeras de vigilância que<br />

transmitiam as imagens em tempo real para a<br />

polícia. Cada estabelecimento recebeu uma<br />

sinalização verde – indicando se tratar de uma<br />

área segura –, que passou a afugentar os<br />

bandidos. A iniciativa ficou conhecida como<br />

Green Light (Luz Verde).<br />

Rio de Janeiro, maio de 2018. A empresa de<br />

tecnologia Venses, em parceria com o Secovi<br />

Rio, inicia o projeto Luz Azul com a instalação<br />

de câmeras ultramodernas nas fachadas de<br />

três grandes edifícios comerciais do Centro do<br />

Rio. À semelhança do que foi feito em Detroit,<br />

os equipamentos são sinalizados com uma luz<br />

azul e uma placa onde se lê “Condomínio<br />

Parceiro Luz Azul – Imagens compartilhadas<br />

com órgãos de segurança”.<br />

Um dos destaques na paisagem urbana do<br />

Centro, o Edifício Linneo de Paula Machado<br />

(ELPM), com 41 andares – onde fica a sede do<br />

Secovi Rio –, na Avenida Almirante Barroso, foi<br />

um dos que aderiram ao Luz Azul, que tem<br />

como foco, em uma primeira fase, apenas os<br />

prédios residenciais e comerciais dessa região.<br />

A edificação já possuía 240 câmeras em suas<br />

áreas internas e externas, mas alugou três<br />

novas unidades para servir ao projeto.<br />

A tônica é que as imagens em alta definição<br />

ficam armazenadas na nuvem e são<br />

compartilhadas, em tempo real, com as<br />

autoridades de segurança pública. O<br />

acompanhamento dessas imagens poderá<br />

auxiliar em possíveis investigações, registros de<br />

ocorrências e no aumento da sensação de<br />

segurança.<br />

Administrador do ELPM, Fernando Kalache<br />

revela que o custo com o aluguel não chega a<br />

R$ 1 mil por mês. “Pelo tamanho do<br />

condomínio (32 empresas ocupantes), é<br />

irrisório. Acreditamos que a adesão ao projeto<br />

traga maior sensação de segurança e a certeza<br />

para os usuários de que crimes realizados no<br />

nosso entorno serão filmados, investigados e<br />

punidos”, espera Kalache.<br />

Ele acrescenta que o condomínio já conta com<br />

uma equipe de seguranças que trabalham 24<br />

horas por dia, sem falar no aparato que inclui<br />

porta eclusa blindada, rádios comunicadores,<br />

botão de pânico, sala de controle 24 horas por<br />

dia e 240 câmeras internas e externas. O custo<br />

mensal com todos esses itens gira em torno de<br />

R$ 60 mil.<br />

“O ELPM já participa ativamente do Conselho<br />

Comunitário de Segurança Pública do Centro<br />

Histórico e da Lapa há três anos. Desde então<br />

defendemos que não basta ao condomínio e ao<br />

particular de modo geral investir apenas em<br />

segurança interna e não trabalhar com o poder<br />

público em seu entorno. O Luz Azul é de<br />

fundamental importância para as polícias e<br />

condomínios do Centro”, completa o<br />

administrador.<br />

Imagem ilustrativa<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 32


QUANTO CUSTA?<br />

O diretor comercial da Venses Technology,<br />

Antonio Carlos de Souza, esclarece que o<br />

condomínio que aderir precisará investir<br />

mensalmente R$ 280 por câmera, caso opte<br />

por alugar o equipamento. O preço engloba<br />

manutenção, a gravação das imagens e o<br />

armazenamento por 30 dias na nuvem. Caso o<br />

usuário queira adquirir as câmeras, precisará<br />

pagar R$ 1,5 mil por unidade, e o custo do<br />

serviço sai a R$ 220 mensais. Os associados do<br />

Secovi Rio terão desconto de 15%.<br />

“O Sistema Luz Azul funciona com câmeras<br />

que não precisam de uma largura de banda alta<br />

para upload. É possível instalar uma câmera<br />

(720 pixels) dentro de 300 Kbps de upload, ou<br />

seja, não há impacto sobre seu pacote de<br />

dados”, explica Souza, ratificando que as<br />

gravações e o software ficam hospedados e<br />

operam dentro da nuvem da Microsoft (Azure).<br />

“Projetos similares têm resultados<br />

comprovados em outros países e houve rápida<br />

redução dos crimes nos estabelecimentos<br />

participantes. Aqui no Brasil, o primeiro<br />

sistema foi instalado em Campinas, em parceria<br />

com a Guarda Municipal e o Recap (Sindicato<br />

do Comércio Varejista de Derivados de<br />

Petróleo de Campinas e Região). Projetos nos<br />

Estados de São Paulo, Amazonas, Ceará, Bahia,<br />

Mato Grosso e Rio Grande do Sul também têm<br />

tido excelentes resultados”, completa o diretor<br />

da Venses.<br />

ÍNDICES DE VIOLÊNCIA VOLTAM A<br />

ASSUSTAR<br />

Quando a Operação Centro Presente<br />

completou um ano de implantação, em julho<br />

de 2017, um balanço do governo do estado<br />

apontou uma redução de 92% no número de<br />

casos de roubo a transeuntes no primeiro<br />

trimestre. Já no primeiro quadrimestre de<br />

2018, os dados do Instituto de Segurança<br />

Pública revelam uma piora em alguns tipos de<br />

ocorrências: roubo a comércio aumentou 56%;<br />

roubo de celular, 37%; e o total de furtos, 8%,<br />

na Área Integrada de Segurança Pública nº 5,<br />

que abrange Centro, Gamboa, Lapa, Paquetá,<br />

Santa Teresa, Santo Cristo e Saúde.<br />

De janeiro a abril, foram contabilizados 83<br />

roubos a comércio, contra 53 no mesmo<br />

período de 2017. Roubo a celular saltou de<br />

288 para 395. O síndico do Condomínio do<br />

Edifício Avenida Central (Ceac), na Avenida Rio<br />

Branco, Marcelo Pinheiro, faz parte da<br />

estatística: “Já tivemos diversas ocorrências,<br />

inclusive arrombamento.” O edifício de 34<br />

andares é um dos três – junto com o ELPM e o<br />

Rodolpho de Paoli – que contrataram o Luz<br />

Azul, comprando seis câmeras com custo de<br />

R$ 9.139,40. A manutenção, a gravação e o<br />

armazenamento das imagens custarão R$<br />

1.122,00 ao mês.<br />

“Por ser bastante movimentada durante todo o<br />

horário comercial, a área próxima ao Ceac<br />

sempre foi bastante vulnerável, com<br />

incontáveis casos de roubo a transeuntes. O<br />

Luz Azul pode ajudar a mudar esse quadro, e o<br />

ideal é que todos os condomínios do Centro<br />

possam aderir”, reforça Pinheiro. O projeto se<br />

soma aos demais aparatos de vigilância do<br />

condomínio, que gasta mensalmente R$ 166<br />

mil com outros equipamentos e segurança<br />

privada.<br />

Para o delegado Fábio Barucke, que ocupa o<br />

cargo de diretor de Polícia da Capital há 17<br />

anos, o aumento da violência urbana está<br />

relacionado com a crise financeira, e a falta de<br />

investimento pelo Estado na Polícia Civil<br />

acarretou muito prejuízo na segurança pública.<br />

“A participação da iniciativa privada na<br />

segurança é fundamental para suprir muitas<br />

dificuldades geradas pela falta de recursos. A<br />

iniciativa do Secovi Rio através do Luz Azul é<br />

muito louvável e substitui essa lacuna deixada<br />

pelo Estado, na necessidade de<br />

instrumentalizar formas de combate ao crime”,<br />

afirma.<br />

Para o delegado, a colocação de câmeras de<br />

segurança ajudará a desestimular a prática de<br />

furtos e roubos. Sobre a participação da polícia<br />

no projeto, ele explica: “A instalação de<br />

câmeras de segurança nos imóveis da região<br />

promoverá à Polícia Civil acesso às imagens<br />

captadas nas ruas. Além de aumentar a<br />

sensação de segurança da população, facilita a<br />

coleta de provas, com imagens dos autores dos


crimes, que poderão ser usadas no inquérito<br />

policial, fortalecendo as provas indiciárias,<br />

contribuindo para identificação e condenação<br />

do criminoso.”<br />

Barucke complementa: “O resultado é a<br />

melhora dos trabalhos de investigação, uma<br />

prestação de serviço mais eficiente e<br />

certamente com um maior número de<br />

criminosos levados à Justiça. A expectativa é<br />

de redução da criminalidade.”<br />

Com relação ao aumento da ocorrência de<br />

alguns tipos de delitos na região central da<br />

cidade, o diretor da Polícia Civil reforça que a<br />

instituição está trabalhando para baixar os<br />

índices: “Estamos atuando para aumentar<br />

nossa produtividade no sentido de indiciar o<br />

maior número de criminosos, fato que vem<br />

acontecendo em maior escala, com grande<br />

número de prisões levadas ao Judiciário. Com a<br />

identificação dos autores desses delitos e suas<br />

prisões, conseguiremos abaixar os índices. O<br />

Luz Azul pode contribuir muito com esse<br />

processo de identificação, sendo um<br />

mecanismo facilitador para coleta de provas<br />

indiciárias.”<br />

UNIDOS, SOMOS MAIS FORTES<br />

Promover ações para melhoria da segurança no<br />

Rio de Janeiro passou a ser responsabilidade<br />

de todos. Empresários, comerciantes,<br />

associações e entidades de classe têm se<br />

movimentado e participado de projetos de<br />

parceria público-privada que contribuam para<br />

uma cidade mais segura. E o Secovi Rio se<br />

tornou mais um nessa empreitada com o Luz<br />

Azul.<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 34


Promover ações para melhoria da<br />

segurança no Rio de Janeiro<br />

passou a ser responsabilidade<br />

de todos que aqui vivem.<br />

O Secovi Rio, em um convênio com a<br />

empresa Venses Technology, acaba<br />

de entrar nesta empreitada<br />

com a criação do Luz Azul.<br />

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“É uma contribuição do Secovi Rio para a<br />

sociedade, junto com a Venses. Quando você<br />

melhora a sensação de segurança na cidade,<br />

colabora também para o desenvolvimento do<br />

comércio, valorização dos imóveis e<br />

incremento do turismo. Há décadas<br />

preparamos a segurança interna dos<br />

condomínios, por meio de palestras e cartilhas,<br />

e agora é hora de pensar na segurança<br />

externa”, explica Pedro Wähmann, presidente<br />

do Secovi Rio.<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 36


MATÉRIA ESPECIAL<br />

Carla Neiva<br />

CONSUMO COLABORATIVO INCENTIVA O<br />

COMPARTILHAMENTO DE OBJETOS, GERANDO<br />

BENEFÍCIOS PARA O BOLSO E O MEIO AMBIENTE<br />

Shutterstock


Imagine que você tenha uma furadeira em<br />

casa. Você acha que utilizaria essa<br />

ferramenta com frequência? Para se ter uma<br />

ideia, o uso médio desse objeto, em toda a<br />

sua vida útil, é de aproximadamente 40<br />

minutos. Ter objetos pouco usados em casa<br />

não é exclusividade de algumas pessoas.<br />

Provavelmente alguns de seus vizinhos<br />

também têm utensílios em desuso. Então fica<br />

a pergunta: e se você emprestasse a furadeira<br />

para o vizinho em troca de outro objeto?<br />

Este é o conceito do consumo colaborativo,<br />

em que existe a troca, compra ou empréstimo<br />

de objetos usados, evitando a compra de um<br />

novo. Dessa forma, o objeto é utilizado mais<br />

vezes, conservando a energia e a<br />

matéria-prima que seriam empregadas na<br />

fabricação de um novo produto. Atitude mais<br />

que sustentável!<br />

O conceito ganhou força em 2008, nos EUA,<br />

quando o país enfrentava uma grande crise<br />

econômica. A ideia era simples: por que<br />

comprar um produto novo se ele seria usado<br />

apenas uma vez? E mais: por que deixar<br />

determinados objetos em desuso se tantas<br />

pessoas poderiam utilizá-lo? Com o consumo<br />

colaborativo não é preciso comprar<br />

determinado item para poder usufruí-lo. Você<br />

pode simplesmente pegar emprestado e<br />

devolvê-lo após o uso. O compartilhamento<br />

não se restringe apenas a bens tangíveis – já<br />

existem pessoas trocando inclusive serviços.<br />

abaixo da média nacional para as cidades<br />

consultadas: 17% em Belo Horizonte, 15%<br />

em São Paulo e 14% no Rio de Janeiro.<br />

Ao especular os tipos de serviços e produtos<br />

próprios do consumo colaborativo que<br />

despertariam maior interesse no curto prazo,<br />

os brasileiros privilegiam o compartilhamento<br />

de caronas, livros, serviços em geral e<br />

hospedagem. A alternativa de dividir, alugar<br />

ou comprar roupas e brinquedos usados<br />

racha opiniões, com pouco mais da metade<br />

dos consumidores declarando ser pouco ou<br />

nada provável buscar esse tipo de serviço ou<br />

produto.<br />

AINDA POUCO DIFUNDIDO<br />

Uma pesquisa realizada em 2015 pelo<br />

Instituto Market Analysis revelou que um em<br />

cada cinco brasileiros já ouviu falar em<br />

consumo colaborativo ou compartilhado. Do<br />

total de familiarizados com o conceito, mais<br />

de um terço (36%) praticou alguma forma de<br />

consumo colaborativo nos últimos 12 meses,<br />

o que totaliza uma incidência líquida de 7%<br />

entre a população geral. Metade dos<br />

consumidores consultados em Recife já ouviu<br />

falar em consumo colaborativo, o que coloca<br />

a capital nordestina em destaque na<br />

familiaridade da prática no país. A Região<br />

Sudeste, maior mercado consumidor do<br />

Brasil, apresenta índices de conhecimento<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 39


PUBLICAÇÕES<br />

<strong>Revista</strong> Secovi Rio<br />

São quase 20 anos levando informações<br />

<br />

<strong>Revista</strong><br />

Secovi Rio <br />

<br />

trimestral é distribuída<br />

gratuitamente em condomínios e empresas<br />

<br />

A <strong>Revista</strong> Secovi Rio <br />

25 mil exemplares <br />

•••<br />

•www.secovirio.com.br<br />

Condomínios<br />

Verdes


EVENTOS<br />

Feira Secovi Rio e Prêmio Secovi Rio<br />

2 mil pessoas<br />

Feira Secovi Rio<br />

<br />

<br />

Apalestras e<br />

workshopssíndicos, <br />

condomínios, <br />

universo condominial<br />

A pmaio<br />

de 2019Centro de Convenções da Bolsa<br />

do Rio<br />

O Prêmio Secovi Rio<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

maio de<br />

2019Centro de Convenções da Bolsa do<br />

Rio<br />

aponte a câmera do seu celular para o CÓDIGO-QR ao lado<br />

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TECNOLOGIA COMO ALIADA<br />

Trocar, emprestar e alugar produtos e adquirir itens usados não são<br />

práticas novas. Mas o crescimento da internet e o fortalecimento<br />

das redes sociais potencializaram o consumo colaborativo ou<br />

compartilhado. Apesar de muita gente reclamar que a internet<br />

tornou as relações menos pessoais, essa tecnologia pode ser usada<br />

para aproximar as pessoas.<br />

Sabe aquele vizinho do andar de cima que você nunca viu? Você<br />

sabe que ele tem um cachorro em casa, pois o barulho das patinhas<br />

em contato com o chão é frequente, mas o que você não sabe é que<br />

talvez ele tenha aquela barraca de camping de que você tanto<br />

precisa para o próximo feriadão. Este é o princípio do aplicativo Tem<br />

Açúcar?, uma plataforma que possibilita o compartilhamento de<br />

bens entre vizinhos.<br />

O aplicativo tem como objetivo estimular a colaboração, a<br />

camaradagem e o senso de comunidade. Segundo o site da<br />

empresa, a ideia é resgatar o hábito de bater na porta do vizinho<br />

para pedir uma xícara de açúcar, porém, com a ajuda da internet, é<br />

possível bater em várias portas em questão de minutos. O<br />

funcionamento do aplicativo é muito simples. Você preenche um<br />

pequeno cadastro e indica o produto de que está precisando. A<br />

partir de sua localização, o app mostrará os vizinhos próximos a<br />

você que possuem o tal objeto. Vocês combinam a entrega do item,<br />

acordam o prazo de devolução e pronto, mais um objeto teve sua<br />

vida útil prolongada!<br />

LIBERTE SUAS COISAS<br />

No Facebook, já existem vários grupos de doações e trocas de<br />

objetos. Um deles é o Free Your Stuffs ou Liberte Suas Coisas, que<br />

permite aos participantes doar ou receber objetos através do grupo<br />

da rede social. Geralmente não é permitida a compra ou venda de<br />

produtos. Os usuários podem apenas oferecer produtos que não<br />

utilizam mais ou fazer um post solicitando algo específico. A ideia,<br />

que surgiu na Alemanha, expandiu-se para diversas cidades da<br />

Europa e já chegou com força total ao Brasil. Já existem grupos do<br />

FYS em várias cidades brasileiras. A versão carioca surgiu em 2014<br />

e já tem mais de 16 mil membros.<br />

“Objetos sempre foram doados ou repassados entre amigos e<br />

pessoas de diferentes classes sociais. O ato em si não é novidade,<br />

mas dar um nome a isso e oferecer um canal organizado para<br />

facilitar essas doações, com certeza, pode ajudar e ainda cria algum<br />

impacto positivo”, diz Érico Rodrigues, designer e administrador do<br />

grupo Liberte Suas Coisas do Rio de Janeiro. Ele<br />

acrescenta: “Tem tanta gente precisando de tanta<br />

coisa básica e muitos outros com muita coisa<br />

acumulada em casa, só pegando poeira. O<br />

grupo facilita a circulação dessas<br />

‘mercadorias’ sem necessariamente<br />

envolver dinheiro.”<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 42


Diversas “coisas” são doadas diariamente no<br />

grupo. Roupas, móveis, mochilas, armários,<br />

artigos para decoração... Se determinado<br />

item não tem serventia para uma pessoa,<br />

certamente um outro alguém fará uso<br />

daquele objeto, evitando seu abandono ou<br />

descarte incorreto. “No geral, vejo muitas<br />

pessoas felizes, porque puderam ajudar<br />

alguém ou porque foram ajudadas”, diz Érico<br />

Rodrigues.<br />

NÃO COMPRE, ALUGUE<br />

Já a startup Rent For All pretende dar uma<br />

nova chance a todos aqueles objetos<br />

esquecidos no fundo do armário. A<br />

plataforma é um grande mercado de aluguel<br />

on-line em que pessoas físicas ou jurídicas<br />

podem publicar qualquer tipo de item para<br />

locação. O site usa um sistema de<br />

geolocalização, que permite ao usuário<br />

visualizar os anúncios próximos de sua<br />

região, em um raio de até 500km. Além de<br />

possibilitar que qualquer pessoa vire um<br />

locador, ele permite àquele que deseja<br />

alugar experimentar o produto para depois<br />

decidir se realmente quer comprar.<br />

O paulista Luiz Henrique Renault é o<br />

idealizador do Rent For All e se diz<br />

encantado por tudo que envolve o<br />

compartilhamento de bens. Tanto é que se<br />

tornou um colaborador do portal<br />

consumocolaborativo.cc, pioneiro no<br />

segmento e referência do assunto no Brasil.<br />

“Eu pesquiso informações do mercado,<br />

notícias, novas plataformas e atualizo o site.<br />

Acho muito importante disseminar a cultura<br />

da colaboração e compartilhamento, pois<br />

trata-se de uma ideia voltada para a<br />

conscientização sobre o consumo, geração<br />

de menos resíduos e reaproveitamento de<br />

recursos”, finaliza. O site Rent For All foi<br />

lançado recentemente e, em breve, o<br />

aplicativo será disponibilizado.<br />

TROCA DE SERVIÇOS<br />

Tendo como base o consumo colaborativo, o<br />

site Faz o Quê foi criado para promover a<br />

troca de serviços entre pessoas. Segundo<br />

Saulo Sena, um dos idealizadores do projeto,


a ideia surgiu quando um dos fundadores viu<br />

uma matéria em que chefs trocavam suas<br />

especialidades na cozinha. “Por que não<br />

expandir para todos os serviços?”, pensou<br />

ele, que, na época, construía sua casa e<br />

diariamente necessitava de profissionais<br />

especializados e com referência. A partir daí,<br />

uma equipe de diferentes expertises foi<br />

montada para pensar no site e na<br />

viabilização das trocas.<br />

Lançada em 2015, a plataforma permite que<br />

profissionais de diferentes áreas interajam,<br />

divulguem suas habilidades e economizem<br />

dinheiro trocando serviços de forma rápida,<br />

fácil e gratuita. O site funciona como uma<br />

espécie de rede social na qual os<br />

profissionais divulgam seu portfólio por<br />

meio de fotos, vídeos e documentos que<br />

comprovem suas habilidades. A cada troca<br />

realizada e concluída é disponibilizada ao<br />

usuário uma avaliação do serviço recebido, e<br />

com isso forma-se um ranking entre os<br />

cadastrados.<br />

A plataforma conta com 4.158 cadastros e já<br />

foram realizadas cerca de 860 trocas de<br />

serviços em todo o Brasil. “Pela facilidade<br />

das trocas não presenciais, os serviços de<br />

Tecnologia da Informação e Design são os<br />

mais bem-sucedidos”, conta Saulo Sena.<br />

Trocar o seu talento exatamente pelo<br />

serviço de que você precisa ajuda a<br />

estabelecer relações comerciais mediante<br />

necessidade. Em períodos de crise, esse tipo<br />

de escambo pode ser ainda mais<br />

interessante, pois incentiva a comunidade a<br />

continuar produzindo, valoriza as relações<br />

pessoais e promove o encontro de<br />

profissionais de diferentes segmentos e<br />

classes sociais.<br />

A cultura do consumo exagerado e do fácil<br />

descarte do que aparentemente não serve<br />

mais estimula a ideia de que ter é muito<br />

mais importante do que ser. Ao adotar um<br />

pensamento colaborativo, o consumo<br />

consciente e sustentável é incentivado e as<br />

relações interpessoais se estreitam.<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 44


NOSSOS LUGARES<br />

MAUÁ 2018<br />

FRIOZINHO<br />

NA SERRA<br />

Destino certo para casais apaixonados,<br />

Visconde de Mauá também oferece opções<br />

imperdíveis para quem curte turismo de aventura<br />

Carla Neiva<br />

Carla Neiva<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 45


Se você gosta de contato com a natureza<br />

e de curtir um friozinho de frente para a<br />

lareira, Visconde de Mauá é uma ótima<br />

opção para o seu inverno! O distrito tem seu<br />

território localizado entre dois estados, Rio de<br />

Janeiro e Minas Gerais, e dividido entre três<br />

cidades – Resende, Itatiaia e Bocaina de<br />

Minas. Muito verde, águas cristalinas e ar puro<br />

fazem do local o destino ideal para quem<br />

procura um refúgio. Tendo como pano de<br />

fundo a Pedra Selada (visível da Dutra) e o<br />

Pico das Agulhas Negras (que faz parte do<br />

Parque Nacional de Itatiaia), Visconde de<br />

Mauá oferece opções de lazer variadas, que<br />

incluem programinhas românticos a dois ou<br />

ainda atividades para quem deseja uma viagem<br />

mais aventureira.<br />

A fim de facilitar sua localização, Visconde de<br />

Mauá foi dividido em três vilas: Vila de<br />

Visconde de Mauá, Vila de Maringá e Vila de<br />

Maromba, e cada uma delas possui suas<br />

particularidades. Situado em uma área de<br />

preservação ambiental, na Serra da<br />

Mantiqueira, o distrito reúne fauna e flora<br />

bastante diversificadas. Por estar no alto da<br />

serra, o clima costuma ser bastante agradável<br />

durante todo o ano, mas, durante o inverno,<br />

vale a pena levar aquele casacão mais pesado,<br />

luvas e gorro. O cenário bucólico é um convite<br />

para recarregar as energias.<br />

quilômetros de extensão, e a estrada principal<br />

está quase totalmente pavimentada. Apenas<br />

nos 6 quilômetros finais, no trecho<br />

Maringá-Maromba, a estrada passa a ser de<br />

terra.<br />

O caminho até Visconde de Mauá é bastante<br />

sinuoso, com muitas curvas e sem<br />

acostamento. Portanto, nem pense em correr!<br />

Por outro lado, o lindo visual ao redor dá as<br />

boas-vindas aos visitantes, que ainda podem<br />

parar nos mirantes para curtir a natureza. O<br />

trecho final da estrada tem muitos cascalhos e<br />

pedrinhas, por isso até mesmo os carros de<br />

passeio conseguem transitar por ali sem<br />

grandes problemas. Em dias de chuva, a<br />

estrada piora bastante, mas o segredo é ir com<br />

calma, ficar atento aos buracos e desafios,<br />

para já entrar em sintonia com a atmosfera do<br />

lugar.<br />

COMO CHEGAR<br />

Visconde de Mauá está a 240 quilômetros da<br />

cidade do Rio de Janeiro e, para chegar lá,<br />

basta seguir pela Rodovia Nova Dutra. Entre<br />

Resende e Itatiaia, existe uma saída para<br />

Penedo, que é a mesma que leva em direção à<br />

serra que dá acesso a Visconde de Mauá. O<br />

local é bem sinalizado, mas, caso não conheça<br />

a região, é aconselhável ir durante o dia. A<br />

serra que leva às vilas do distrito tem 35<br />

Shutterstock<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 46


Carla Neiva<br />

VILA DE VISCONDE DE MAUÁ<br />

Após cerca de 30 minutos de subida, eis que<br />

surge a primeira vila. A Igreja de São Sebastião<br />

saúda os visitantes e apresenta uma idílica<br />

cidade do interior no meio da serra. O local<br />

transmite muita paz e tranquilidade. A vida<br />

passa longe da correria e do estresse dos<br />

centros urbanos. Se você busca um cantinho<br />

bem sossegado para curtir a dois, a Vila de<br />

Visconde de Mauá é o lugar certo!<br />

Suas ruas de paralelepípedo abrigam algumas<br />

pousadas e restaurantes, e o comércio<br />

apresenta opções de artesanato e feira de<br />

orgânicos. Em frente ao Centro Cultural<br />

Visconde de Mauá fica a Aldeia dos<br />

Imigrantes, uma espécie de shopping em<br />

forma de aldeia em meio a um belíssimo<br />

jardim. Cercado pela natureza, o local oferece<br />

shows, exposições e programas culturais em<br />

determinados períodos do ano.<br />

Uma boa opção para curtir a noite nesta vila é<br />

a Casa dos Beatles, um pub que homenageia<br />

os quatro meninos de Liverpool. A coleção de<br />

objetos que remetem a Paul, John, George e<br />

Ringo impressiona! São pôsteres, CDs, vinis,<br />

filmes e muita música. Nos fins de semana, o<br />

dono do bar e seus amigos se reúnem para um<br />

show improvisado.<br />

Seguindo adiante, pela estrada principal, por<br />

mais 5 quilômetros, encontramos a Vila de<br />

Maringá. Após mais 3 quilômetros, chegamos<br />

à Vila de Maromba.<br />

VILA DE MARINGÁ<br />

A Vila de Maringá é conhecida como o centro<br />

comercial da região. Com muitos hotéis,<br />

pousadas, bares e restaurantes, ela é ideal para<br />

quem prefere a agitação noturna. Mesmo<br />

quem decide se hospedar em outras vilas<br />

costuma ir a Maringá à noite para curtir as<br />

atrações que a região oferece. O local, que<br />

mistura sofisticação e simplicidade, possui até<br />

uma Alameda Gastronômica, que costuma<br />

agradar aos amantes de um bom vinho ou de<br />

um chocolate quente.<br />

Maringá tem muito mais opções de<br />

hospedagem e alimentação e também é lá que<br />

ficam as principais empresas que oferecem<br />

passeios pela região, como canoagem e<br />

trekking. Caso você não queira se deslocar<br />

pelas vilas a pé, até porque o terreno<br />

acidentado dificulta a caminhada, é possível<br />

alugar um quadriciclo ou fazer o passeio a<br />

cavalo.<br />

Por estar entre as duas outras vilas, o visitante<br />

poderá transitar por Mauá ou Maromba<br />

durante o dia, enquanto à noite, com uma<br />

simples caminhada, conseguirá degustar a<br />

tradicional truta da região ou um delicioso<br />

fondue. Muitos bares e restaurantes<br />

apresentam música ao vivo. Maringá fica na<br />

divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais,<br />

portanto é possível conhecer a parte mineira<br />

da vila. Uma estreita ponte dá acesso ao outro<br />

lado, que reúne mais restaurantes e lojinhas de<br />

artesanato.<br />

Portal Visconde de Mauá<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 47


VILA DE MAROMBA<br />

Se você gosta de aproveitar tudo que a<br />

natureza tem para oferecer e prefere<br />

atividades diurnas, a Vila de Maromba é ideal<br />

para você! É aqui que estão as principais<br />

cachoeiras e piscinas naturais da região. O<br />

local é um antigo reduto hippie e ainda sofre a<br />

influência dessa época, principalmente no<br />

artesanato. Possui um centro comercial bem<br />

pequeno, com alguns restaurantes, pousadas e<br />

mercearias. Nos dias mais frios, a praça recebe<br />

uma fogueira, que vira ponto de encontro para<br />

moradores e turistas.<br />

CACHOEIRA DO ESCORREGA<br />

A famosa cachoeira fica no final da vila e<br />

nada mais é do que um tobogã natural que<br />

permite aos mais aventureiros escorregar até<br />

uma piscina com águas congelantes. Nos dias<br />

mais quentes, ela fica bastante movimentada,<br />

e o vaivém de carros pelas estreitas estradas<br />

de terra é intenso. Música ao vivo e uma<br />

feira de artesanato no entorno da cachoeira<br />

animam a região.<br />

Carla Neiva


POÇÃO DA MAROMBA<br />

Próximo à Cachoeira do Escorrega também<br />

fica outro local muito procurado pelos<br />

visitantes, o Poção da Maromba. Por ser mais<br />

profundo do que outros pontos da região, o<br />

local permite aos corajosos pular de uma<br />

altura de 7m! O poção é excelente para quem<br />

gosta de nadar em águas geladas. Uma bonita<br />

queda-d’água ainda dá um toque especial ao<br />

lugar.<br />

viscondedemaua.com.br<br />

CACHOEIRA DE SANTA CLARA<br />

No caminho entre a Vila de Maringá e a Vila de<br />

Maromba existe uma estrada que dá acesso ao<br />

Vale de Santa Clara e é lá que fica a cachoeira<br />

de mesmo nome. Trata-se de um lindo paredão<br />

com cerca de 50m de altura. Apesar de a<br />

queda-d’água não ser muito volumosa, o local<br />

é ótimo para recarregar as energias ou<br />

simplesmente para contemplar toda a sua<br />

beleza.<br />

viscondedemaua.com.br


Portal Visconde de Mauá<br />

CACHOEIRA VÉU DA NOIVA<br />

Próxima ao centro da Vila de Maromba, esta<br />

linda cachoeira é um excelente cenário para<br />

fotos. Possui um pequeno espaço para banho<br />

e, como seu poço é raso, é possível chegar<br />

debaixo da queda-d’água e aproveitar uma<br />

massagem natural. Mas é preciso coragem<br />

para encarar um mergulho, pois a mata em<br />

volta impede a incidência de sol, o que deixa o<br />

local bastante frio.<br />

CACHOEIRA DOS MACACOS<br />

Acima da Cachoeira do Escorrega, após uma<br />

trilha de cerca de dez minutos, fica a<br />

Cachoeira dos Macacos. Por estar localizada<br />

no Parque Nacional de Itatiaia, uma parte da<br />

trilha é feita por dentro da mata fechada.<br />

Menos badalada do que sua vizinha, esta<br />

cachoeira costuma ficar mais vazia e não é<br />

propícia para o mergulho. Ainda assim vale a<br />

visita, pois o lugar é lindíssimo!<br />

Ao explorar o distrito de Visconde de Mauá, o<br />

visitante encontrará alguns vales escondidos e<br />

incontáveis cachoeiras. A natureza exuberante<br />

dá o tom e torna o local uma excelente opção<br />

para curtir os dias frios dos próximos meses.<br />

Portal Visconde de Mauá<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 50


MATÉRIA ESPECIAL<br />

Meu<br />

escritório<br />

é na sala<br />

Atividades econômicas<br />

podem ser realizadas<br />

nos apartamentos,<br />

desde que em<br />

conformidade com<br />

determinadas regras<br />

Gustavo Monteiro<br />

Shutterstock<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 52


S<br />

ão 6 horas da manhã, e o cheirinho<br />

gostoso de comida começa a tomar<br />

conta da casa do web designer<br />

mineiro Iru Justiniano, 44 anos, que reside<br />

num apartamento de dois quartos em um<br />

condomínio com dois blocos (12 andares,<br />

cada) e 144 unidades no Centro do Rio. Ele é<br />

um dos muitos moradores da cidade que<br />

decidiram se aventurar no ramo das<br />

quentinhas por conta da crise econômica nos<br />

últimos dois anos. O trabalho é pesado: são<br />

mais de 12 horas por dia com a barriga no<br />

fogão, de segunda a sexta, para dar conta das<br />

40 marmitas diárias.<br />

Entre os clientes fixos, diversos moradores e<br />

o próprio síndico. Antes de começar a<br />

cozinhar para fora, Iru trabalhava como<br />

autônomo na área de marketing digital.<br />

“Estava num momento difícil e resolvi arriscar<br />

com as quentinhas. Tem dado certo e não<br />

pretendo mudar de ramo, apesar da<br />

concorrência”, conta o empreendedor, que<br />

vem buscando se destacar com um cardápio<br />

diferenciado que inclui pratos fitness e low<br />

carb – os preços variam de R$ 11,99 a R$<br />

21,99 a unidade, dependendo do peso.<br />

O gosto pela cozinha começou bem cedo,<br />

aos 8 anos de idade, observando a mãe no<br />

fogão. “Eu tive que aprender porque meus<br />

pais trabalhavam fora e a gente precisava se<br />

virar”, conta ele, que tem dois irmãos mais<br />

velhos. Sobre o incômodo que a atividade<br />

possa causar aos demais moradores, ele<br />

rebate: “Nunca tive problemas, até porque<br />

respeito as regras do condomínio, não tem<br />

excesso de produtos que eu precise<br />

transportar nos elevadores e não faço<br />

barulho”, diz o cozinheiro, que faz compras<br />

diariamente no período noturno.<br />

Iru não sabe dizer se existem outros<br />

moradores atuando no mesmo ramo, mas é<br />

provável que ali mesmo ou nos prédios<br />

vizinhos haja concorrentes sim, já que essa é<br />

uma realidade cada vez mais presente nos<br />

condomínios de todo o Brasil por causa da<br />

crise e do desemprego. De 2016 para 2017,<br />

a atividade cresceu 463% no Rio de Janeiro,<br />

segundo o IBGE. Sobre o incômodo que<br />

essa e outras atividades podem provocar,<br />

Shutterstock<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 53


Shutterstock<br />

o Departamento Jurídico do Secovi Rio<br />

esclarece que há regras, conforme a Lei<br />

Municipal nº 2.062/1993, que dispõem sobre<br />

a autorização para que microempresas e<br />

empresas de pequeno porte funcionem em<br />

residências.<br />

De acordo com o inciso V do artigo 1º, “as<br />

microempresas e as empresas de pequeno<br />

porte podem estabelecer-se e funcionar na<br />

residência de seus titulares, desde que não<br />

ocupem partes comuns ou unidades de<br />

edificações multifamiliares de uso<br />

exclusivamente residencial, sem a<br />

autorização, com unanimidade, do<br />

condomínio”.<br />

A mesma lei permite o uso profissional de<br />

residências por profissionais liberais, mas o<br />

morador pode ser impedido de continuar<br />

trabalhando se a atividade contrariar as<br />

normas de higiene, saúde, segurança, trânsito<br />

e outras de ordem pública, infringir<br />

disposições relativas ao controle da poluição,<br />

ou causar incômodos à vizinhança, ou danos<br />

e prejuízos ao meio ambiente.<br />

DEPÓSITO DE BEBIDA NO<br />

APARTAMENTO?<br />

Em consulta enviada ao Departamento<br />

Jurídico do Secovi Rio, a administradora de<br />

um condomínio na Avenida Nossa Senhora<br />

de Copacabana contou que um morador<br />

utiliza o seu apartamento para depósito de<br />

bebidas, e, consequentemente, o elevador<br />

acaba sendo ocupado para transporte das<br />

caixas de cerveja e refrigerante, prejudicando<br />

os demais moradores. Além disso, o banheiro<br />

de serviço do condomínio acaba sendo<br />

utilizado pelos empregados do morador. Em<br />

casos como este, o síndico pode proibir a<br />

atividade?<br />

Conforme determina a Lei Municipal<br />

nº 2.062/1993, “o funcionamento de<br />

atividades em unidades multifamiliares será<br />

restrito, sendo vedado o atendimento no<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 54


local, o estoque de mercadoria e a colocação de publicidade”. No<br />

caso citado, está bastante clara a infração. “Havendo previsão de<br />

penalidade na Convenção, cabe ao síndico aplicá-la. Se não<br />

houver previsão na Convenção, orientamos que se convoque uma<br />

assembleia para deliberação de aplicação da penalidade pelo<br />

quórum de 2/3 dos condôminos”, explica a advogada do Secovi<br />

Rio Ana Cristina Rielo.<br />

HOME OFFICE<br />

O advento da tecnologia e da internet nos últimos 15 anos vem<br />

permitindo que um número cada vez maior de pessoas possa<br />

trabalhar remotamente, economizando recursos das empresas e<br />

evitando o estresse dos deslocamentos nas grandes cidades. De<br />

acordo com a “Pesquisa Home Office Brasil 2016 – Teletrabalho e<br />

Home Office”, 68% das empresas brasileiras praticam o<br />

teletrabalho em suas diferentes modalidades (home office,<br />

trabalho de campo etc.). Apesar do avanço, estamos bem atrás de<br />

mercados como os dos Estados Unidos (85%), Canadá (85%),<br />

França e Alemanha (77%, ambas).<br />

Numa cidade verticalizada como o Rio, é comum a realização de<br />

diversas atividades profissionais em apartamentos, sem que isso<br />

altere a rotina dos moradores. Profissionais liberais e autônomos,<br />

como advogados, web designers, professores particulares,<br />

costureiras, psicólogos, fotógrafos, maquiadores etc., não<br />

costumam trazer problemas para o condomínio, desde que não<br />

recebam um grande número de clientes, o que pode pôr em risco<br />

a segurança dos demais moradores.<br />

Não se pode deixar de lembrar que o artigo 10, III, da Lei nº<br />

4.591/1964, conhecida como Lei de Condomínios, utilizada como<br />

base para a redação de grande parte das Convenções de<br />

condomínio no país, bem como o artigo 1.336 do Código Civil (Lei<br />

nº 10.406/2002), proíbem qualquer condômino de destinar a<br />

unidade a qualquer utilização diversa da finalidade do condomínio.<br />

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O QUE NÃO PODE?<br />

A Lei Municipal nº 2.062/1993, artigo 2º, estabelece as<br />

atividades excluídas da autorização de funcionamento no<br />

condomínio. Não sendo a atividade autorizada pelo órgão<br />

competente, deverá o condomínio, com base em sua<br />

Convenção ou Regulamento, aplicar as penalidades cabíveis.<br />

Eis as atividades excluídas:<br />

• estabelecimento de ensino<br />

• clínicas médicas ou veterinárias com internações<br />

• comércio de produtos químicos ou combustíveis<br />

• bancos de sangue ou laboratórios de análises clínicas<br />

• comércio de armas e munições<br />

• casas de diversões<br />

• indústrias classificadas nos incisos I e II do artigo 75 do<br />

Decreto nº 322, de 3 de março de 1976<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 56<br />

Shutterstock


INDICADORES HABITACIONAIS<br />

Mercado Imobiliário • Zona Central<br />

PREÇOS DE IMÓVEIS NO CENTRO VOLTAM AO PATAMAR DE 2012<br />

Gustavo Monteiro<br />

m 2013, a economia brasileira crescia<br />

2,3%, o terceiro melhor resultado do<br />

mundo, atrás apenas da expansão de 7,7% da<br />

China e de 2,8% da Coreia do Sul. Com crédito<br />

farto, emprego em alta e um cenário positivo de<br />

investimentos em infraestrutura por conta dos<br />

grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, o<br />

mercado imobiliário carioca começou a praticar<br />

preços bastante altos. Cinco anos depois, com a<br />

crise política e econômica, os valores de venda e<br />

aluguel voltam ao patamar de 2012.<br />

O panorama foi apresentado em maio durante<br />

palestra do vice-presidente do Secovi Rio,<br />

Leonardo Schneider, no espaço de coworking<br />

WeWork, que mostrou os dados do “Cenário do<br />

Mercado Imobiliário da Zona Central do Rio”,<br />

que pode ser acessado gratuitamente no site do<br />

Sindicato, seção “Conteúdo Exclusivo”. “Em maio<br />

deste ano, o preço médio da locação de salas<br />

comerciais na região central da cidade ficou em<br />

R$ 39,64, abaixo dos R$ 55,37 de janeiro de<br />

2012. No segmento de venda, o mês de maio<br />

teve média de R$ 6.714 o metro quadrado,<br />

resultado próximo aos R$ 6.681 de novembro<br />

de 2012”, afirmou o executivo.<br />

No segmento residencial, a dinâmica foi<br />

bastante parecida: o preço do metro quadrado<br />

de venda de apartamentos no final do primeiro<br />

quadrimestre, de R$ 6.885, se aproxima do<br />

praticado há cinco anos, R$ 6.361. Para a<br />

pesquisa, o Secovi Rio analisou sete dos 11<br />

bairros que compõem a Zona Central. Toda a<br />

região conta com cerca de 200 mil habitantes.<br />

No evento, que contou com o apoio da SiiLa<br />

Brasil, Schneider reforçou que a atual<br />

conjuntura – de altas taxas de desemprego,<br />

aumento da violência e crise nos governos<br />

estadual e municipal – contribui para a queda<br />

nos preços praticados no Centro, somando-se<br />

ao aumento bastante expressivo da oferta de<br />

imóveis comerciais e residenciais nos últimos<br />

anos.<br />

Com a queda nos preços, o cenário pode ser<br />

considerado positivo porque facilita as<br />

negociações entre prováveis inquilinos e<br />

compradores e os proprietários dos imóveis, o<br />

que vai aumentando, aos poucos, a ocupação da<br />

área, especialmente do Porto, onde a taxa de<br />

SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 57


vacância alcançou o expressivo índice de 77%.<br />

“As expectativas são positivas. Estamos vendo uma<br />

recuperação do setor de óleo e gás, e temos também a<br />

expectativa das eleições e de um novo governo estadual<br />

que possa gerar mais desenvolvimento, sem falar na<br />

intervenção federal na segurança pública e no aumento do<br />

crédito, que podem dar um alívio à população e um<br />

crescimento do mercado imobiliário”, completou Schneider.<br />

Falando do segmento de alto padrão, Murilo Marcacini,<br />

executivo de vendas da SiiLA Brasil, revelou que 45% dos<br />

imóveis existentes na cidade com esse perfil estão no<br />

Centro. A redução na taxa de vacância é outro dado que<br />

tem animado os investidores: no último quadrimestre de<br />

2017, chegava a 85%, enquanto no primeiro quadrimestre<br />

deste ano está em 66%.<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 58


RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONDOMÍNIO E DO SÍNDICO<br />

Compreenda as situações que podem ensejar responsabilização do condomínio, da administração e da administradora, e saiba aplicar<br />

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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 62


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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>112</strong> / 63


coisas que o secovi rio pode fazer<br />

pelo seu condomínio<br />

Representação sindical é um assunto que tem tudo a ver com o cotidiano de<br />

condomínios e empresas do mercado imobiliário. Por isso, selecionamos cinco<br />

dos principais aspectos em que o Secovi Rio atua.<br />

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AJUDAR A DESENVOLVER UMA GESTÃO MAIS ASSERTIVA<br />

Pintou alguma dúvida sobre gestão condominial, questões trabalhistas ou assuntos tributários?<br />

Nossa equipe jurídica está a postos para esclarecer. Além disso, você pode ter acesso a revisões<br />

de Convenção, Regulamento Interno, contratos e muito mais.<br />

TER UMA EQUIPE MAIS QUALIFICADA<br />

Quer aprimorar suas funções no condomínio ou em uma empresa do mercado imobiliário? A<br />

Universidade Corporativa Secovi Rio tem as melhores ferramentas, com cursos, workshops e<br />

palestras sob medida para o seu sucesso.<br />

REDUZIR CUSTOS E OBRIGAÇÕES<br />

Todos os dias, a equipe de acompanhamento legislativo monitora a tramitação de projetos de<br />

lei que possam afetar direta ou indiretamente condomínios e empresas do setor da habitação.<br />

Quando uma proposta surge, nossa análise vai para quem decide a aprovação ou não dela.<br />

AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE A REALIDADE DO MERCADO<br />

Suas cotas condominiais estão dentro da média? Com o apoio de dados com credibilidade, você<br />

pode ter uma visão mais ampla sobre as contas do condomínio. Além disso, moradores,<br />

investidores e inquilinos podem acessar informações sobre preços de venda e locação de imóveis.<br />

MANTER RELAÇÕES DE TRABALHO MAIS EQUILIBRADAS<br />

O Secovi Rio é a voz dos condomínios e das empresas do mercado imobiliário na mesa das<br />

negociações coletivas. Com base em dados do setor, o Sindicato busca assegurar relações<br />

de trabalho mais justas e transparentes.<br />

Como apoiar esse trabalho?<br />

Basta fazer sua parte e manter suas contribuições em dia.<br />

Com esses recursos, o Sindicato pode fazer seu papel e lutar<br />

por sua empresa ou seu condomínio.<br />

(21) 2272-8000<br />

(21) 98547-2812<br />

www.secovirio.com.br<br />

Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar • Centro • Rio de Janeiro-RJ

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