34 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> FÓRUM NACIONAL Em busca da máxima produtividade Ao finalizar recentemente o Fórum Nacional na <strong>Cocamar</strong>, presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) lançou o desafio a ser vencido nos próximos anos. produzir mais de 145 sacas por hectare?”. A inda- “Podemos gação, em tom de desafio, foi feita pelo presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), Nery Ribas, ao final do Fórum Nacional de Máxima Produtividade de Soja, promovido dia 29 de junho em Maringá (PR), com o apoio da <strong>Cocamar</strong>. O evento premiou os vencedores do Concurso Nacional de Máxima Produtividade de Soja. De acordo com Ribas, “o principal insumo do produtor é o seu entusiasmo e a vontade de superar desafios”. A respeito da produtividade, o presidente destacou que as máximas obtidas nos últimos anos não ocorreram por acaso ou vieram de uma hora para outra: “a convergência de vários fatores é que trouxe os resultados”. Ribas enfatizou, por outro lado, que a média brasileira de produtividade de soja está estagnada há vários anos em 50 sacas por hectare e “é preciso entender o que está acontecendo para avançar”. DIFERENÇA - Para o vicepresidente da <strong>Cocamar</strong>, José Cícero Aderaldo, há também um desafio na região: tentar chegar, nos próximos anos, à média de 100 sacas por hectare. “Temos produtores que adotam as melhores tecnologias e já estão muito próximos desse patamar, mas ainda é grande a diferença para aqueles que se mantêm em níveis muito baixos, considerando o potencial regional”, declarou, dizendo que quando chegar uma fase de cotações mais baixas, os menos eficientes não sobreviverão. “O aumento constante do custo de produção é outro desafio a superar”, alertou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Marcos da Rosa, reforçando ser necessário que as tecnologias sejam efetivamente incorporadas para que os produtores aumentem sua produtividade. “Setor alimenta três Brasil e meio” O pesquisador da Embrapa Soja, Décio Luiz Gazzoni, ressaltou durante sua palestra no Fórum, que “o conjunto das atuais tecnologias aplicadas na agricultura pode ser comparado a uma máquina antiga de escrever quando se vislumbra o que está para acontecer nos próximos anos”. “Mesmo assim, somos um setor altamente sofisticado, tanto Gazzoni: sofisticação em produção quanto em gestão”, disse. Ele lembrou que nos últimos 40 anos o Brasil passou de importador de alimentos a grande exportador. “Hoje, o agronegócio brasileiro é capaz de alimentar três Brasil e meio”. Segundo Gazzoni, dos principais países exportadores de alimentos, “o Brasil foi o único que ampliou significativamente os seus volumes”. Ele frisou que o país “será o grande protagonista da produção mundial de alimentos”, mas disse que a concorrência vai continuar existindo e que as mudanças climáticas estão impondo a reconfiguração da agricultura pelo mundo. Comentou, ainda, que é preciso dar foco à sustentabilidade, lembrando ter havido uma evolução nesse sentido. E que, nos próximos 40 anos, pelo menos, o mercado da soja vai continuar aberto em níveis globais, considerando que até 2050 a população do planeta deve chegar a 9,3 bilhões de indivíduos. SOLO – No encerramento do Fórum, o pesquisador Antonio Luiz Fancelli, membro do CESB, advertiu que foi falado muito, durante o evento, sobre a construção do perfil do solo. “Mas não se pode deixar uma interpretação errônea: não estamos defendendo o revolvimento do solo”. Segundo Fancelli, o plantio direto é uma das ferramentas mais inteligentes para a sustentabilidade. “O mais importante é exercitar o diagnóstico e, através do conhecimento, compreender a realidade e buscar as soluções, mas sem mexer no solo”. Durante o evento foi prestada uma homenagem ao ex-pesquisador da Embrapa Soja, José Tadashi Yorinori, falecido recentemente, representado no fórum por seus familiares. O conjunto das atuais tecnologias aplicadas na agricultura pode ser comparado a uma máquina antiga de escrever quando se vislumbra o que está para acontecer nos próximos anos” DÉCIO LUIZ GAZZONI “O plantio direto é uma das ferramentas mais inteligentes para a sustentabilidade. O mais importante é exercitar o diagnóstico e, através do conhecimento, compreender a realidade e buscar as soluções, mas sem mexer no solo” ANTONIO LUIZ FANCELLI 100 sacas por hectare é o patamar desejado pela <strong>Cocamar</strong> para os próximos anos em sua região
35 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> Realizado dia 29 de junho na Associação <strong>Cocamar</strong> em Maringá (PR), o Fórum Nacional de Máxima Produtividade, promovido pelo Cesb, reuniu cerca de 300 participantes, entre lideranças, especialistas e produtores