Jornal Cocamar Julho 2016
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62 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Julho</strong> <strong>2016</strong><br />
HISTÓRIA<br />
Sem nunca ter visto uma plantadeira, o produtor idealizou a sua, ainda nos anos 1970, que manteve em atividade até pouco<br />
tempo. Apaixonado por fotografias, ele registrou a passagem de uma boiada em plena Rua São João, em Maringá,<br />
na foto de baixo, outro antigo flagrante da cidade: desta vez, da Avenida São Paulo<br />
Muitos nunca tinham<br />
visto uma trilhadeira<br />
Segundo seu Jorge “Alemão”, por muitas vezes, ao prestar<br />
serviço com a trilhadeira, as empreitadas podiam demorar<br />
duas semanas ou até mais. “A gente dormia onde<br />
dava: barracões, tulhas, paióis e garagens”, recorda-se.<br />
Certa vez eles foram trabalhar em Peabiru e, ao completar<br />
o segundo dia, o dono da lavoura ainda não havia<br />
arrumado um local para os dois irmãos tomarem banho.<br />
Mesmo em época de muito frio, o único jeito foi lavaremse<br />
em um rio no fundo da propriedade. Apesar da baixa<br />
temperatura, a água era boa, “saía até fumaça”, cita o pioneiro.<br />
Se por um lado havia muitas dificuldades, por outro os<br />
dois eram vistos como inovadores. Em geral, as pessoas<br />
ficavam impressionadas com o trabalho realizado na trilhadeira,<br />
algo que a maioria nunca tinha visto. “A gente<br />
fazia, com aquela máquina, o serviço de muitos trabalhadores,<br />
às vezes adentrando a madrugada”, acrescenta.<br />
Do trator para a plantadeira...<br />
Nada caiu do céu<br />
Em nenhum momento, o cooperado de 83 anos se<br />
queixa de ter trabalhado tanto na vida. As mãos calejadas<br />
e a força de vontade o fizeram um vencedor.<br />
As máquinas o ajudaram a prosperar, mas, com espírito<br />
empreendedor, ele não esperou que os frutos<br />
caíssem do céu.<br />
Seu Jorge “Alemão” vive da agricultura até os dias<br />
atuais. É casado com dona Vilma, com quem teve dois<br />
filhos: Frank Jorge e Evaly. Ambos ajudam o pai na<br />
agricultura e na manutenção do “Pesqueiro do Alemão”.<br />
Extrovertido, diariamente ele ajuda a atender<br />
os clientes que visitam a propriedade.<br />
1946<br />
foi o ano da<br />
chegada da<br />
família a Maringá<br />
Já cansados de tanto viajar<br />
com a trilhadeira, seu<br />
Jorge e o irmão passaram,<br />
certa vez, em 1971, pela região<br />
de Campo Mourão,<br />
onde observaram um movimento<br />
de faróis na roça:<br />
eram tratores trabalhando<br />
até tarde da noite. Aquilo<br />
despertou o interesse dos jovens<br />
desbravadores e não<br />
demorou muito para Jorge<br />
se encorajar e comprar também<br />
o seu trator. Com ele, a<br />
prestação de serviço agora<br />
seria outra, mais sofisticada.<br />
Só que ele acabou indo<br />
muito além: sem nunca ter<br />
visto uma plantadeira de<br />
soja, isso na década de 1970,<br />
desenvolveu a sua, com<br />
duas linhas. “Idealizei o projeto<br />
e o encomendei a um<br />
amigo, dono de uma oficina,<br />
que montou. Plantei feijão e<br />
milho com ela até esses<br />
dias”, afirma.<br />
De acordo com o produtor,<br />
“daí em diante as coisas só<br />
foram melhorando. Hoje,<br />
com tanta tecnologia, as coisas<br />
estão bem mais fáceis”,<br />
resume.