Revista Coamo - Março de 2018
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OBJETIVO DA ESTAÇÃO FOI TRABALHAR O CONCEITO DAS MISTURAS<br />
EM TANQUE ENVOLVIDO COM O CONCEITO DA TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO<br />
ter problemas, com certeza, uma<br />
vez que temos especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
misturas que merecem tecnologias<br />
diferentes”, explica.<br />
A universida<strong>de</strong> levou para<br />
o evento um simulador <strong>de</strong> misturas,<br />
<strong>de</strong>senvolvido pela equipe do<br />
pesquisador Rone Oliveira, on<strong>de</strong><br />
foi possível <strong>de</strong>monstrar qual a melhor<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> se fazer a mistura,<br />
como essa or<strong>de</strong>m influencia em<br />
todos os momentos da aplicação,<br />
como a mistura influencia no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da máquina (pul-<br />
verizador) e o sistema <strong>de</strong> agitação<br />
e filtros do equipamento, entre<br />
outras características do processo<br />
<strong>de</strong> aplicação. “Quebramos, <strong>de</strong><br />
certa forma, um pouco do mito <strong>de</strong><br />
que somente um simples teste na<br />
garrafa pet não é o suficiente para<br />
dizer que a mistura está certa ou<br />
errada”, revela Oliveira, acrescentando<br />
que o mais importante é o<br />
produtor refletir da importância<br />
<strong>de</strong> melhorar a eficiência das misturas,<br />
como forma <strong>de</strong> obter melhores<br />
resultados no campo.<br />
Rone Batista <strong>de</strong> Oliveira, UENP – Ban<strong>de</strong>irantes<br />
POR DENTRO DA LEI<br />
Misturar produtos agrotóxicos<br />
no tanque no pulverizador<br />
envolve questões que vão além da<br />
operacionalização no campo. Segundo<br />
a lei, qualquer tipo <strong>de</strong> agrotóxico<br />
precisa ser receitado por um<br />
profissional legalmente habilitado,<br />
sendo respeitadas as recomendações<br />
<strong>de</strong> utilização aprovadas no rótulo<br />
e na bula do produto, conforme<br />
estabelece o Decreto 4.074/02.<br />
Embora as misturas sejam prática<br />
comum e façam parte do dia a dia<br />
da ativida<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>m ser prescritas<br />
em uma receita agronômica.<br />
O tema foi levantado pelo<br />
pesquisador Dionizio Gazziero, da<br />
área <strong>de</strong> plantas daninhas da Embrapa<br />
Soja, quem vem questionando<br />
a regularização da operação. “São<br />
mais <strong>de</strong> 30 anos <strong>de</strong> discussões e ao<br />
longo do tempo fomos per<strong>de</strong>ndo<br />
informações sobre o assunto. Por<br />
isso é fundamental que toda tecnologia<br />
seja disponível ao agricultor, já<br />
que com a proibição as discussões<br />
foram diminuindo e fomos per<strong>de</strong>ndo<br />
essa tecnologia que contribui<br />
muito para a ativida<strong>de</strong>”, informa<br />
Gazziero. Ele acrescenta que um<br />
estudo da Embrapa, levantou que<br />
embora sejam “proibidas”, 97% das<br />
aplicações são feitas com misturas<br />
em tanque com a utilização <strong>de</strong> dois<br />
a cinco produtos em uma só aplicação,<br />
ou mais, e envolvem combinações<br />
não só <strong>de</strong> agrotóxicos, mas<br />
também <strong>de</strong> adubos foliares e outras<br />
classes <strong>de</strong> produtos. “Há muito tempo<br />
estamos na luta para que esse<br />
assunto seja regulamentado. Queremos<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar abertamente<br />
sobre isso, como fizemos<br />
aqui, esclarecendo o que po<strong>de</strong>mos<br />
ou não fazer do ponto <strong>de</strong> vista técnico<br />
em relação a esses produtos”.<br />
No momento existe uma<br />
consulta pública no Ministério da<br />
Agricultura, o que vem provocando<br />
uma maior liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrangência<br />
do tema. “Na verda<strong>de</strong>, havia<br />
um entendimento errado e foi um<br />
gran<strong>de</strong> avanço a gente conseguir<br />
chegar nesse ponto. Esperamos<br />
que <strong>de</strong> fato o governo regulamente<br />
isso. A <strong>Coamo</strong> está <strong>de</strong> parabéns<br />
por colocar isso em pauta, numa<br />
discussão aberta com todos os técnicos<br />
e agricultores”, diz.<br />
Dionizio Gazziero, da Embrapa Soja<br />
34 REVISTA<br />
<strong>Março</strong>/<strong>2018</strong>