ciencias_fund - professor
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I. As bases educacionais do ENCCEJA<br />
curriculares da educação básica,<br />
anunciadas no seu Artigo 27,<br />
destacando-se a primeira delas, que<br />
preconiza a difusão de valores<br />
<strong>fund</strong>amentais ao interesse social, aos<br />
direitos e deveres dos cidadãos, de<br />
respeito ao bem comum e à ordem<br />
democrática.<br />
Ainda outros documentos do Ministério<br />
da Educação, como os Parâmetros<br />
Curriculares Nacionais, para os níveis<br />
Fundamental e Médio, a Proposta<br />
Curricular da EJA (5ª a 8ª série) e a<br />
Matriz de Competências e Habilidades do<br />
Exame Nacional do Ensino Médio<br />
(ENEM), abordam o currículo escolar,<br />
integrado por competências e<br />
habilidades dos estudantes, ou norteado<br />
por objetivos de ensino/aprendizagem,<br />
em que os conteúdos escolares são<br />
plurais e só têm sentido e significado se<br />
mobilizados pelo sujeito do<br />
conhecimento: o estudante. Pode-se<br />
reconhecer, no conjunto desses<br />
documentos e em cada um deles,<br />
esforços coletivos por um melhor e<br />
maior comprometimento da<br />
comunidade escolar brasileira com um<br />
novo paradigma pedagógico. Um<br />
paradigma multifacetado, como<br />
costuma acontecer com as tendências<br />
sociais em construção, diverso em suas<br />
nomenclaturas e que se vale de<br />
numerosas pesquisas, em diferentes<br />
campos científicos, muitas ainda em<br />
fase de produção e consolidação.<br />
Esse rico cenário acadêmico precisa<br />
ainda ser mais eficazmente disseminado<br />
no ambiente complexo e plural da<br />
educação brasileira. Mesmo assim, o<br />
conjunto dos documentos que<br />
estruturam e orientam a Educação<br />
Básica no Brasil é coeso em seus<br />
propósitos e conceitos centrais: a<br />
difusão dos valores de justiça social e<br />
dos pressupostos da democracia, o<br />
respeito à pluralidade, o crédito à<br />
capacidade de cada cidadão ler e<br />
interpretar a realidade, conforme sua<br />
própria experiência.<br />
Respondem por um paradigma com<br />
lastro nos legados de Jean Piaget e<br />
Paulo Freire, verificando-se, com eles,<br />
que é necessário disseminar as<br />
pedagogias que buscam promover o<br />
desenvolvimento da inteligência e a<br />
consciência crítica de todos os<br />
envolvidos no processo educativo,<br />
tendo, na interação social e no diálogo<br />
autêntico, o mais importante<br />
instrumento de construção do<br />
conhecimento. Um paradigma com<br />
denominações variadas, pois usufrui de<br />
diferentes vertentes teóricas, mas com<br />
algo em comum: a crítica à tradição do<br />
currículo enciclopédico, centrado em<br />
conhecimentos sem vínculo com a<br />
experiência de vida da comunidade<br />
escolar e na crença de que a aquisição<br />
do conhecimento dispensa o exercício da<br />
crítica e da criação por parte de quem<br />
aprende. Mas é essa tendência que ainda<br />
orienta a maioria dos currículos<br />
praticados e, conseqüentemente, os<br />
exames de acesso a um nível escolar ou<br />
para certificação.<br />
Os exames de certificação para os<br />
jovens e adultos não constituem<br />
exceção, uma vez que, na sua maioria,<br />
submetem os alunos a provas massivas,<br />
sem o correspondente cuidado com a<br />
qualidade do ensino e o respeito com o<br />
educando, como se encontra assinalado<br />
nas Diretrizes Curriculares Nacionais da<br />
Educação de Jovens e Adultos<br />
(DCNEJA). Por outro lado, recomenda-<br />
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